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"A última campanha de Martin Luther King Jr. foi a Campanha dos Pobres. Isso é muito importante, eliminar a pobreza. Isso ainda não foi alcançado". A afirmação é de Tom Houck, ativista que trabalhou na juventude como assistente pessoal de Martin Luther King Jr. e motorista da família dele. Cinquenta anos após a morte de Martin Luther King Jr., completados amanhã (4), Houck conversou com nossa reportagem sobre como conheceu um dos principais líderes dos direitos civis nos Estados Unidos e detalhes sobre a vida dele.

Filho e neto de pastores protestantes batistas, Martin Luther King Jr. formou-se em teologia e foi como pastor em Montgomery, capital do Alabama, que iniciou sua luta pela igualdade de direitos para negros e brancos nos Estados Unidos.

Liderou, em 1955, o boicote aos serviços de transportes na cidade após a costureira negra Rosa Parks ter se recusado a ceder o lugar no ônibus para um branco e foi presa. O boicote durou quase um ano e King foi preso.

Na década de 60, durante os boicotes aos transportes públicos, Tom Houck, ainda estudante do ensino médio, decidiu seguir o reverendo Martin Luther King em Montgomery e,, desde então, nunca mais abandonou a luta pela igualdade racial.

Houck conta que conheceu o líder norte-americano quando aguardava uma carona, sentado na entrada do Southern Christian Leadership Conference (SCLC), conferência de liderança cristã, que foi presidida por Martin Luther King Jr., organização que defende os direitos civis dos afro-americanos.

"Eu era um rapaz branco, de cabelos longos e castanhos, sentado na calçada esperando uma carona. Foi quando dr. King me viu e perguntou se eu queria almoçar na casa dele". Houck diz que ainda hoje recorda o cardápio: frango frito, pão de milho, couve, chá doce e pudim de creme de banana.

Mais tarde naquele dia, Coretta, esposa de King, comentou sobre a necessidade da família de ter um motorista. E nos nove meses seguintes, Houck levou as crianças de King para a escola e algumas vezes o casal.

Nascido em Massachusetts, Tom Houck relembra a histórica marcha de Selma a Montgomery, em 1965, quando 600 manifestantes saíram às ruas para cobrar o direito a voto para os negros no Estado. Aquele 7 de março ficou conhecido como Domingo Sangrento, pois os manifestantes foram, violentamente, reprimidos pela polícia. A transmissão ao vivo pela TV das imagens de violência chamou a atenção da população. Após duas semanas, King liderou uma nova marcha a partir de Selma. Meses depois, o presidente Lyndon Johnson assinou a lei que permitia o direito de voto para negros.

Houck conta que a participação na marcha de Selma lhe rendeu a expulsão da escola de ensino médio que frequentava. "Fui considerado um subversivo. Um rapaz branco marchando em defesa do movimento negro", diz, lembrando que, desde criança, ficava inquieto com a segregação racial. "Quando eu tinha seis anos de idade, eu ia para a escola e ficava perguntando por que motivo os banheiros de negros e brancos eram separados".

Após a marcha de Selma, Houck participou de várias manifestações de desobediência civil não violenta na luta por direitos civis e voto para todos os norte-americanos. Em 1966, chegou a Atlanta para participar do registro de eleitores e passou a trabalhar como assistente e motorista de Martin Luther King.

Passeio

Hoje, aos 70 anos, Houck criou um passeio turístico especializado em direitos civis em Atlanta, na Geórgia, onde conta histórias e experiências vividas com "dr. King", cidade em que o líder nasceu e viveu.

A Agência Brasil acompanhou o passeio de ônibus no último sábado, dia 31. De pé, na parte da frente do ônibus, Tom Houck conta detalhes da história, alguns pouco conhecidos, de Martin Luther King Jr., como que era bastante galanteador e fumava muitos cigarros por dia - hábito que irritava a mulher.

"Algumas vezes dr. King me dava os cigarros e eu escondia, porque dona Coretta saia procurando nos bolsos dele".

Uma das paradas do passeio, por exemplo, é a casa onde o ativista viveu com a família os últimos anos de vida, no sudoeste de Atlanta, um dos bairros mais pobres e violentos da cidade, com maioria dos residentes negros.

No “tour”, Houck tenta mostrar que Martin Luther King Jr. era uma pessoa real. "Ele não era perfeito. Mas tinha o sonho e teve a visão que conhecemos e que seguimos".

Durante o passeio, de três horas, ele mostra contrastes da cidade de Atlanta, como uma estátua do general Gordon próxima a um monumento de Martin Luther King.

Ao ver a estátua, diz ao grupo: "Esta estátua ainda está aqui?". A reportagem pergunta: "Mas é parte da história, não?". Ele responde: "Sim, mas este general era muito racista".

Outra parada é o cemitério onde inicialmente foi levado o corpo de Martin Luther King Jr.

Em 1984, o corpo foi transferido para o parque nacional, que fica no centro de Atlanta. Segundo Houck, o motivo foram as tentativas sucessivas de saque ao jazigo da família.

Sobre a lição mais importante aprendida com o ícone da luta contra o racismo, Houck afirma que, sem dúvida, foi a resistência, a não violência e o amor.

"Eu tenho um sonho"

Em 28 de agosto de 1963, Martin Luther King Jr. fez seu discurso mais emblemático para mais de 200 mil que marcharam, em Washington, pelo fim da segregação racial. "Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados pelo caráter, e não pela cor da pele. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Em 4 abril de 1968, foi assassinado a tiros em um hotel na cidade de Memphis.

A luta de King levou a criação da Lei dos Direitos Civis e dos Direitos de Voto, em 1964 e 1965, que colocaram fim às normas estaduais de segregação racial nos Estados Unidos.

King era casado com Coretta e teve quatro filhos.

(Fonte: Agência Brasil)

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Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada em parceria com o movimento Todos Pela Educação, aponta que 26% dos entrevistados consideram o ensino no nível médio do país como ruim ou péssimo. Em 2013, quando levantamento semelhante foi feito, o percentual era de 15%. No nível fundamental, o percentual passou de 18% para 27%.

O percentual dos que consideram o ensino médio como ótimo ou bom caiu de 48% para 31% e, no ensino fundamental, o percentual passou de 50% para 34%.

Segundo a pesquisa, 12% dos brasileiros acreditam que o aluno do ensino médio das escolas públicas está bem preparado para se inserir no mercado profissional, e 23% dizem que está despreparado. A pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica” foi realizada pelo Ibope Inteligência e ouviu 2 mil pessoas entre 15 e 20 de setembro do ano passado em 126 municípios.

De acordo com os dados, aumentou de 61% para 74% o percentual dos que concordam totalmente que um ensino de baixa qualidade é prejudicial para o desenvolvimento do país. A pesquisa aponta também que 81% das pessoas concordam que o problema da educação no país pode ser atribuído à má utilização das verbas destinadas ao setor.

Notas

Os entrevistados deram notas para as condições gerais das escolas públicas de ensino fundamental e médio. Entre 10 fatores avaliados, em uma escala de 0 a 10, as notas médias variam de 3,7 a 6,3.

A segurança nas escolas obteve a pior média na avaliação da população sobre as condições gerais das escolas públicas (3,7). O material didático digital, o acesso a computador com internet e as atividades extracurriculares também estão entre os itens com notas mais baixas.

Soluções

Entre as principais ações apontadas para melhorar o desempenho dos alunos do ensino básico público foram apontadas as seguintes iniciativas: equipar melhor as escolas, ações para estimular a participação dos pais na cobrança por uma boa escola, ações para aumentar a segurança nas escolas e para melhorar o sistema de ensino.

Também foram citadas a necessidade de aumentar o salário dos professores e elevar o número de docentes, além de ações para melhorar a formação docente.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Educação informou que não costuma se posicionar sobre estudo que não seja oficial.

(Fonte: Agência Brasil)

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Até as 19h30 de hoje (2), 125.766 pessoas apresentaram requerimentos de isenção na taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Outros 6.781 candidatos acessaram o sistema para justificar a ausência no Enem do ano passado e, assim, garantir a gratuidade neste ano. O sistema para pedir a isenção e justificar a ausência foi aberto às 10h desta segunda-feira.

Neste ano, pela primeira vez, o pedido de isenção da taxa de inscrição será feito antes do período de inscrição. Até o ano passado, os dois atos eram simultâneos. Também pela primeira vez, os candidatos que tiveram a isenção no ano passado e faltaram aos dois dias de prova terão de justificar a ausência para ter a gratuidade novamente.

Tanto o pedido de isenção quanto a justificativa de ausência devem ser feitas na Página do Enem 2018. Todos os interessados em fazer o Enem 2018, isentos ou não, deverão fazer a inscrição entre 7 e 18 de maio.

O resultado da solicitação de isenção será divulgado no dia 23 de abril. Caso o pedido seja negado, a partir deste mesmo dia e até o dia 29 de abril, o interessado poderá apresentar novos documentos. O resultado do recurso será divulgado no dia 5 de maio e, se for negado, o interessado ainda terá a opção de fazer a inscrição e pagar a taxa de R$ 82.

Isenção

Serão isentos os estudantes que estejam cursando a última série do ensino médio neste ano em escola da rede pública, que tenha cursado todo o ensino médio em escola da rede pública ou como bolsista integral na rede privada e tenha renda “per capita” igual ou inferior a um salário mínimo e meio.

Também poderá ficar isento o participante que declarar situação de vulnerabilidade socioeconômica, por ser integrante de família de baixa renda e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).

Neste ano, também são isentos os participantes do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) do ano passado, que tenham atingido a nota mínima do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

Os parônimos, aquelas palavras parecidas, mas de significados diversos, constantemente provocam confusão entre os redatores. Flagrante e fragrante, inflação e infração, moção e monção, posar e pousar etc. são alguns pares de parônimos.

A troca de um por outro leva a incongruências semânticas. Os termos têm significados diferentes.

“Renegar”, da mesma origem de “negar”, significa renunciar solenemente a algo (renegar a fé), abandonar convicções (renegar o socialismo), negar (renegar um crime), desprezar (renegar um filho), lançar maldição (“Eu te renego!”), abrir mão de algo (renegar o apoio de alguém), trair (renegar um amigo).

“Relegar”, por sua vez, quer dizer afastar, apartar (relegar adversários), pôr em segundo plano (relegar alguém ao esquecimento), “afastar com desdém” (relegar o parente do seio da família).

Note-se ainda que o verbo “relegar”, diferentemente do que ocorre com o verbo “renegar”, é bitransitivo, ou seja, constrói-se com dois objetos na estrutura “relegar algo a...”. Em outras palavras, não se diz “renegar algo a”, mas, sim, “relegar algo a...”. Vê-se que, ainda que se encontre alguma semelhança de sentido em alguma das acepções de um e de outro verbo, a sua sintaxe é diversa.

Acrescentando...
Dicionário de dificuldades da língua portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla
Renegar. Abjurar, descrer.
1. Usa-se geralmente como objeto direto: renegar a fé, renegar a pátria, renegar o passado.
2. Por ênfase, pode-se construir renegar com objeto indireto (prep. de): “Sou um homem que ainda não renegou da cruz, nem da Espanha” (Alexandre Herculano, Eurico, o presbítero, p. 212).

Dicionário “Aurélio”
relegar
Verbo transitivo direto e circunstancial.
1. Desterrar, banir.

Verbo transitivo direto.
2. Pôr em segundo plano; desprezar.

renegar
Verbo transitivo direto.
1. V. abjurar (1).
2. Desmentir, negar.
3. Manifestar reprovação, horror, ódio etc. em relação a.
4. Prescindir de; rejeitar.

Verbo transitivo indireto.
5. Não fazer caso; prescindir.

Dicionário “Caldas Aulete”
Relegar (re.le.gar)
v.
1. Pôr em segundo plano; abandonar. [tdr. + a: Relegar alguém ao esquecimento.]
2. Banir, exilar. [td.: Relegar inimigos.]
3. Manifestar desprezo a. [tdr. + de: Relegou a ex-mulher do respeito dos parentes.][F.: Do v.lat. relegare.]

Renegar (re.ne.gar)
v.
1. Renunciar a, deixar de lado (crença, religião, ideologia). [td. : Nunca renegou suas convicções.] [tr. + a: Renegar a Deus.]
2. Negar-se a reconhecer. [td.: Renegou a paternidade do suposto filho.]
3. Rejeitar, desdenhar. [td.: Renegava seu passado, seus pais, suas origens.]
4. Praticar ato de traição contra. [td.: Teve a coragem de renegar a melhor amiga.]
5. Lançar maldição a. [td.]
6. Opor desmentido a; negar. [td.: Renegou prontamente a acusação.]
7. Demonstrar execração por; detestar. [td.: Renega a própria sorte, a existência que tem.]
8. Demonstrar rejeição por; menosprezar. [td.: Gosta da família, mas renega o filho doente.]
9. Esconjurar, imprecar [td.] [F.: Do lat. vulg.*renegare. Ant. ger.: aceitar.]

Dicionário prático de regência verbal – Celso Pedro Luft
Relegar
VTI: relegá-lo a, para... Desterrar; exilar; expatriar: Ele foi relegado ao (ou para o) estrangeiro; à (ou para a) África. // Relegá-lo de, a, para... i Afastar com desprezo, repelir: Relegar alguém do convívio social. Relegar algo a (ou para) um plano inferior. O cavalheirismo foi relegado ao esquecimento.

Renegar
1. TD: renegá-lo ou TI: renegar de... Abjurar; descrer (de): Renegar a Deus (Renegá-lo) ou Renegar de Deus (Renegar dele). "Renego do amigo que cobre (ou encobre) o perigo”. (Prov.) . // Não fazer caso de; não querer saber de; dispensar; prescindir de: Renegar (de) conselhos. “Renego de contas com parentes e dívidas com ausentes” (Prov.). // 2. TD: renegá-lo. Detestar; odiar (o pecado, a falsidade etc.). // Trair; atraiçoar: Judas renegou (a) Cristo (renegou-o). // Desprezar, rejeitar (alguém). // Abandonar (um partido, uma religião) por outro(a).