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Você sabe conjugar os verbos terminados em “-EAR” e os terminados em “-IAR”?

Dicas gramaticais
O certo é “Eu ARREIO ou ARRIO”?
Os dois estão certos.

Eu ARREIO é do verbo ARREAR (= pôr os arreios);
Eu ARRIO é do verbo ARRIAR (= abaixar, descer).

1) Todos os verbos terminados em “-EAR” (ARREAR, CEAR, FREAR, PASSEAR, PENTEAR, RECEAR, RECREAR, SABOREAR...) são irregulares: fazem um ditongo “EI” nas formas rizotônicas (1ª, 2ª, 3ª do singular e 3ª do plural, nos tempos do presente):

PRESENTE DO INTICATIVO
Eu arrEIo
Tu arrEIas
Ele arrEIa
Nós arreamos
Vós arreais
Eles arrEIam

PRESENTE DO SUBJUNTIVO (= que...)
Eu arrEIe
Tu arrEIes
Ele arrEIe
Nós arreemos
Vós arreeis
Eles arrEIem

2) Os verbos terminados em “-IAR” (ARRIAR, ANUNCIAR, COPIAR, MIAR, PREMIAR, VARIAR...) são regulares, exceto: ANSIAR, INCENDIAR, ODIAR, MEDIAR, INTERMEDIAR e REMEDIAR, que são irregulares (= ditongo “EI” nas formas rizotônicas):

Observe a diferença:

PRESENTE DO INDICATIVO
ARRIAR (= verbo regular)
Eu arrio
Tu arrias
Ele arria
Nós arriamos
Vós arriais
Eles arriam

ANSIAR (= verbo irregular)
Eu anseio
Tu anseias
Ele anseia
Nós ansiamos
Vós ansiais
Eles anseiam

PRESENTE DO SUBJUNTIVO (= que...)
Eu arrie
Tu arries
Ele arrie
Nós arriemos
Vós arrieis
Eles arriem

(= que...)
Eu anseie
Tu anseies
Ele anseie
Nós ansiemos
Vós ansieis
Eles anseiem

Portanto, o certo é:
Ele anseia, incendeia, odeia, medeia, intermedeia e remedeia (= irregulares); mas...

Ele arria, anuncia, copia, mia, premia, varia...

O verbo MAQUIAR (= maquilar) também é regular: maquio, maquias, maquia...

Resumindo:
VERBOS TERMINADOS EM -EAR E –IAR

1. –EAR – “i” depois do “e” nas formas rizotônicas.
Recear:
recEIo, recEIas, recEIa, receamos, receais, recEIam
recEIe, recEIes, recEIe, receemos, receeis, receiem
receei, receaste, receou, receamos, receastes, recearam

Observação: só existe um verbo terminado em -EIAR: veiar (= formar riscas ou estrias).

Errado: freiar e ceiar
Correto: FREAR e CEAR

2. -IAR – regulares.
Arriar:
arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam

Maquiar:
maquio, maquias, maquia, maquiamos, maquiais, maquiam

Mediar, intermediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar – “e” antes do “i” nas formas rizotônicas.
Odiar:
odEIo, odEIas, odEIa, odiamos, odiais, odEIam
odEIe, odEIes, odEIe, odiemos, odieis, odeiem

Teste da semana
Que opção completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo?
"Não __________ problemas entre __________ e você".
a) há – mim;
b) existe – mim;
c) há – eu;
d) existem – eu.

Resposta do teste:
Letra (a). O verbo HAVER, com o sentido de “existir”, é impessoal (sem sujeito). Por isso, só deve ser usado no singular: “HÁ problemas = EXISTEM problemas”. A preposição “entre” exige o uso do pronome oblíquo tônico: “entre MIM e você”.

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Embora o acesso à educação seja um direito constitucional, crianças e adolescentes abandonam os estudos ou nem mesmo chegam a ser matriculados em escolas todos os anos.

Na maioria das vezes, trata-se de um contexto de exclusão escolar, pois os fatores determinantes são o trabalho infantil, a pobreza e dificuldades de mobilidade, que impedem a chegada até a instituição de ensino, e a discriminação que sofrem por terem alguma deficiência, todos relacionados a um enredo de vulnerabilidade social.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, indicava que dois milhões de crianças e adolescentes com idade entre 4 e 17 anos não frequentavam as aulas. Os maiores índices se concentravam em grupos com as maiores faixas etárias ou a menor delas, ou seja, quando deveriam estar começando a ter contato com o ambiente escolar ou concluindo o ensino médio. O levantamento mostra que 915.455 tinham 17 anos de idade e 298.948, 16 anos. As crianças de 4 anos de idade somavam 341.925 do total.

Para remover os obstáculos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tem mobilizado uma rede de educadores e profissionais de outras áreas, como saúde e assistência social.

Lançado em 2017, o programa parte do princípio de que o oferecimento de serviços públicos por si só não resolve problemas. A solução defendida são ações afirmativas, que acertam em cheio os fatores que ocasionam as desigualdades sociais, conforme o caso de cada pessoa beneficiada.

Portanto, põe-se de lado a ideia de que há apenas uma única maneira ou ferramenta capaz de reduzir as diferenças de acesso, já que cada criança ou adolescente tem uma história de vida e, por isso, barreiras que são próprias de sua realidade cotidiana. A busca ativa é feita de diversas formas, podendo abranger atividades socioeducativas, mutirões, campanhas, palestras e visitas domiciliares.

O programa do Unicef é dividido em quatro fases, que se inicia com o mapeamento de crianças e adolescentes que estejam fora da escola ou que estejam sob risco de evasão escolar e o reconhecimento dos motivos que criam essa condição, caso a caso. Na sequência, as equipes estabelecem estratégias para assegurar que frequentem as aulas. Segue-se a isso o acompanhamento: uma vez matriculadas ou rematriculadas na escola, as crianças e os adolescentes participantes ficam sob observação das equipes durante um ano para que sua permanência se firme e o risco de a evasão ocorrer novamente seja afastado.

Como funciona

O prefeito é quem faz a adesão do município ao Busca Ativa Escolar. Até o momento, 3.050 prefeituras aderiram ao programa. A expectativa inicial era que, ao fim de 2020, chegue a todas as 5.568 cidades brasileiras.

Além disso, 15 Estados se comprometeram com a meta. São eles: Sergipe, Rio Grande do Norte, Maranhão, Bahia, Ceará, Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Amapá, Goiás e Rio Grande do Sul. A região Norte está à frente, com seis Estados.

A celebração do acordo com o Distrito Federal já está em negociação, segundo a oficial de Educação do Unicef no Brasil, Júlia Ribeiro. Em entrevista à Agência Brasil, ela afirmou que o programa promove um regime de colaboração entre os entes públicos. “A articulação deve ser bem pensada porque os Estados não fazem a busca ativa, mas podem oferecer apoio técnico aos municípios”, explicou.

"O que vemos como um dos grandes ganhos é o engajamento de gestores para garantir o direito à educação, o entendimento sobre a importância de dar visibilidade a crianças e adolescentes que estão invisíveis para políticas públicas. Isso é um ganho muito forte, porque é, inclusive, uma mudança de cultura que a nossa sociedade precisa enfrentar", disse Júlia.

A representante do Unicef afirmou, ainda, que os casos em que jovens já frequentaram, um dia, a escola e a deixaram não são extraordinários, e sim preponderantes. O motivo, esclareceu, é o fato de que consideram que aprendem, na sala de aula, um conteúdo desinteressante.

"Isso é um dado fundamental para se pensar política pública", acrescentou Júlia, que defende o acolhimento das demandas dos estudantes e a adoção de currículos mais condizentes com os seus interesses e projetos de vida.

Experiência maranhense

A pedagoga Eliane Pinheiros, que desempenha a função de supervisora institucional no Busca Ativa Escolar, avalia que tem transcorrido bem o trabalho realizado em conjunto entre os gestores das esferas municipal e estadual.

Um dos progressos obtidos pela parceria foi encontrar escolas ociosas, além da elaboração de um planejamento para que os espaços possam ser mais bem aproveitados. "Há um compromisso bem maior de todos os envolvidos", destacou ela, uma das dez pessoas que tocam o programa na capital maranhense.

Também assessora na Secretaria Municipal de Educação, Eliane afirma que a rejeição à escola está diretamente relacionada à defasagem entre faixa etária e série cursada.

"Um dos maiores entraves é a distorção. Uma criança, quando está com distorção, fica com vergonha, [porque] não fica no meio dela, com turma da mesma idade. Acho que ficam desanimadas. A política pública, se diminuísse isso, ia ter um grande impacto", afirmou. "Tenho um adolescente, de 15 anos, que está no 6º ano. Ele não se sente legal lá".

Período noturno

Outra questão a se enfrentar, na opinião da supervisora, é o cuidado com os alunos que estudam no período noturno. Ela menciona que muitos pais temem que os filhos sejam cooptados pelo tráfico de drogas. "Infelizmente, muitas vezes, o município não tem escola disponível no turno diurno, e a família não quer que [o jovem] estude à noite. Então, muitos pais ficam travando o filho para ir", pondera.

Dados específicos sobre alunos que estudam à noite estão sistematizados de forma clara no Observatório de Educação – Ensino Médio e Gestão, do Instituto Unibanco.

É tomado como referência o Censo Escolar 2016, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Com a análise, nota-se, por exemplo, que a taxa de abandono noturno na rede pública de ensino médio é maior na 1ª série desse nível de ensino.

Por acreditar que o plano para a educação não deve desviar do de outras áreas, Eliane Pinheiros confirma as impressões de Júlia Ribeiro, no sentido de que o programa fornece informações sobre como o Poder Público deve agir frente a um cenário complexo, de inúmeros fatores. "É uma plataforma que, se seguir todas as orientações, tem tudo para dar certo", enfatiza.

Curso

O Unicef oferece instruções sobre o Busca Ativa Escolar, transmitidas por meio de um curso. A capacitação é feita sem mediação de tutores e está disponível no “site” do programa, no qual também estão reunidos material explicativo.

(Fonte: Agência Brasil)

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Em parceria com universidades estrangeiras, instituições de ensino superior brasileiras desenvolvem projetos nas comunidades locais. Em Maringá (PR), o trabalho conjunto fez com que pequenos produtores de café do Estado tivessem acesso a mercados internacionais como os da Coreia do Sul e da Austrália. Já em Manaus (AM), a parceria levou luz para uma comunidade indígena.

“Questões teóricas que a gente estuda, levamos para a prática. Ao mesmo tempo, com a prática, o pesquisador melhora a teoria. Trabalhar com universidades estrangeiras acaba sendo uma oportunidade para melhorarmos em termos de pesquisa”, diz a coordenadora do projeto de extensão Agricultura Familiar e agrossistemas sustentáveis: ações para fortalecimento da cafeicultura no Paraná da Universidade Estadual de Maringá, Sandra Schiavi.

Com foco econômico, o projeto incentiva arranjos contratuais e transações entre agricultores familiares do Paraná e compradores de cafés especiais, tanto no Brasil quanto no exterior. O trabalho é feito em parceria com a Universidade Estadual do Kansas, nos Estados Unidos; com a Escola de Engenheiros de Purpan, na França; e com o Instituto Nacional para Pesquisas em Agricultura e a Associação Internacional de Trabalho na Agricultura, ambos na França.

“Os pequenos produtores não conseguem competir em escala, não têm volume, então, precisam ter qualidade para entrar no mercado. A ideia é que a gente consiga levar para produtores informações não só técnicas e agronômicas, de como produzir um café com qualidade superior, mas informações sobre mercado e comercialização”, explica Sandra.

Ela conta que, com as parcerias internacionais, foi possível, por exemplo, entender o que os compradores consideravam valioso no café especial, que tipo de prática seria capaz de fazer com que o café valesse mais.

“Não é só a qualidade da bebida, mas, por exemplo, a questão de gênero, se é um café produzido por mulheres, questões sociais, de local, e outros aspectos são colocados como valor”, diz. “O comprador acaba levando em conta a história da produção, que é um atributo de valor para esse mercado”.

Hoje, uma parceria com a Capricorn Coffees, empresa que vende cafés especiais, possibilitou que o produto desses agricultores brasileiros chegasse à Europa, Austrália e Coreia do Sul.

O projeto, que conta também com o apoio de agências de fomento brasileiras, foi um dos citados no seminário UK-BR sobre internacionalização e políticas linguísticas na educação superior, que ocorreu esta semana em Londres.

Energia elétrica

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) levou energia elétrica, por meio de energia solar fotovoltaica, para casas da comunidade indígena Nova Esperança, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista. A comunidade fica à margem do Rio Cuieiras, a cerca de duas horas, em uma lancha rápida, de Manaus.

“Não tem para onde fugir, a demanda por eletrificação rural não é pouca, tem interesse, e esse viés faz parte de uma das áreas de atuação do nosso departamento”, diz o professor do Departamento de Eletricidade da Ufam, Alessandro Trindade.

O projeto, que contou com o financiamento do Fundo Newton, por meio do British Council, e com apoio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e da Schneider Electric, foi desenvolvido em parceria com a Universidade de Coventry, no Reino Unido.

“A parte de eletrificação rural não era expertise dos pesquisadores internacionais, mas eles trabalham com monitoramento remoto por minicomputadores, que faziam a coleta de dados de como a energia estava sendo consumida na comunidade”, explica Trindade.

Como a comunidade é isolada, as visitas eram feitas apenas a cada mês ou a cada dois meses. O monitoramento a distância possibilitou a coleta mais detalhada dos dados.

O projeto Star, que é a sigla para Sistema de energia renovável, sustentável e replicável para comunidades ribeirinhas na Amazônia, teve vários desdobramentos, além da chegada de energia elétrica. Houve grande envolvimento dos alunos na instalação e no monitoramento dos sistemas, a realização de treinamento e “workshops” e a produção de uma cartilha sobre energia solar e conservação de energia.

(Fonte: Agência Brasil)