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A Câmara dos Deputados concluiu, nessa quarta-feira (24), a votação do substitutivo do deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) ao PL 3.267/2019, que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O texto-base já havia sido aprovado na terça-feira, por 353 votos a favor e 125 contrários. A matéria segue agora para apreciação do Senado Federal.

Entre outros pontos, a matéria trata da validade da carteira de motorista, do limite de pontos para suspensão do direito de dirigir, da obrigatoriedade do uso da cadeirinha para transportar crianças, da realização do exame toxicológico, dos exames médicos e psicológicos para obtenção e renovação da CNH e do tráfego de motos no chamado corredor.

Juscelino Filho afirma que a modernização do CTB é uma necessidade. “Quero louvar a iniciativa do governo federal, pois o código já completou 22 anos. O trânsito de hoje não é o mesmo daquele tempo. E, nesse período, não houve nenhuma iniciativa do Executivo para buscar a melhoria da legislação. Após receber o projeto original, cumprimos o nosso papel de legislar e saímos com um texto muito melhor, que atende aos anseios da população, pois vai na direção da vida, da segurança nas ruas e estradas e da redução dos acidentes”, diz.

Ainda segundo o relator, o substitutivo aprovado na Câmara foi construído a várias mãos. “Na Comissão Especial, em várias audiências públicas, ouvimos parlamentares, entidades ligadas ao trânsito, sociedade, órgãos governamentais, buscando o maior conhecimento possível. Além disso, foram mais de 300 emendas, que analisamos com carinho. Não tenho dúvidas dos grandes avanços que tivemos, para os quais tivemos a contribuição de todos”, ressalta.

Novidades

O deputado Juscelino Filho cita duas novidades que foram introduzidas em seu relatório. Uma delas é a criação do Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), no qual deverão constar os dados dos motoristas que não cometeram infração sujeita à pontuação, nos últimos 12 meses. O objetivo é que esse cadastro possibilite que União, Estados, municípios e seguradoras de veículos possam conceder benefícios fiscais e na prestação de serviços.

A outra é a proposta de criação e manutenção de escolinhas de trânsito por parte dos órgãos executivos de trânsito estaduais e municipais. “Elas já deveriam ser uma realidade no país. Hoje, existe o Funset, um fundo que arrecada bilhões com multas, e boa parte dos recursos é para educação. Se tivéssemos esses investimentos, a realidade seria outra. As crianças e adolescentes são os futuros condutores e precisam estar preparados”, justifica Juscelino.

Durante as duas sessões em que o substitutivo ao PL 3.267/2019 foi analisado, vários deputados elogiaram o trabalho de Juscelino Filho na relatoria da proposta. Para os parlamentares, a atuação foi “brilhante” ao tratar o tema com equilíbrio e responsabilidade, ouvindo os mais diversos atores envolvidos na área e a sociedade em geral.

Veja os principais pontos do PL 3.267/19

Validade da CNH:
De acordo com a proposta aprovada, a carteira de motorista terá validade de 10 anos para motoristas até 50 anos de idade. Para aqueles entre 50 e 70 anos, será de 5 anos. E, a partir dos 70 anos, validade de 3 anos. Nos exames de aptidão física e mental, médicos e psicólogos poderão determinar validade menor da CNH.

Pontuação:
O texto prevê limites diferentes de pontos na CNH para suspensão do direito de dirigir. Quarenta pontos para quem não tiver infração gravíssima no período de 12 meses, 30 pontos para quem possuir uma gravíssima, e 20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações do tipo. Motoristas que exercem atividade remunerada terão 40 pontos de teto e poderão realizar curso de reciclagem quando atingir 30 pontos.

Cadeirinha:
A proposta aprovada mantém a multa para quem transportar crianças sem o devido dispositivo de retenção (bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação). Além disso, amplia a obrigatoriedade para crianças de até 10 anos ou 1,45m de altura, considerada uma altura de segurança para evitar o estrangulamento pelo cinto de segurança.

Exames de aptidão:
O texto estabelece que os exames de aptidão física e mental serão realizados por médicos e psicólogos com a titulação de especialista em Medicina do Tráfego e em Psicologia de Trânsito, respectivamente. Ela também prevê que os exames sejam avaliados pelo examinado, a fim de que haja fiscalização do profissional.

Avaliação psicológica:
A proposta aprovada propõe a exigência de avaliação psicológica nos casos em que o condutor se envolver em acidente grave para o qual tenha contribuído ser condenado judicialmente por delito de trânsito ou quando estiver colocando em risco a segurança do trânsito, por decisão da autoridade de trânsito.

Exame toxicológico:
O texto mantém a obrigatoriedade dos exames toxicológicos para motoristas das categorias C, D e E, para obtenção e renovação da CNH. Além disso, aqueles com idade inferior a 70 anos, terão de se submeter ao exame a cada 2 anos e meio. Para o relator, enquanto não se regulamenta outro tipo de instrumento para fiscalizar o uso de substâncias psicoativas por condutores, não se pode prescindir dos exames em vigor. Além disso, houve redução no número de acidentes nas rodovias com veículos pesados.

Motos no corredor:
A proposta regulamenta o tráfego de motocicletas, motonetas e ciclomotores pelo corredor quando o trânsito estiver parado ou lento. Nessas situações, eles poderão trafegar entre os veículos, mas com velocidade compatível com a segurança dos pedestres e demais veículos. O texto também determina a criação de áreas de espera para motos, à frente dos carros e antes da faixa de pedestres. As medidas visam a proteção dos motociclistas, principais vítimas do trânsito brasileiro.

Multas administrativas:
O texto propõe a isenção de pontos na CNH relativos às infrações de natureza administrativa, ou seja, aquelas que não colocam em risco a segurança no trânsito. Alguns exemplos: portar no veículo placa em desacordo com as especificações, deixar o comprador de efetuar o registro do veículo no prazo de 30 dias ou conduzir o veículo sem os documentos de porte obrigatório. Obviamente, estará mantida a multa.

“Recall”:
A proposta determina que o cumprimento de “recall” seja condição para o licenciamento anual do veículo, a partir do segundo ano após o chamamento. A ideia é reduzir o tempo em que o veículo circulará com reparos pendentes, diminuindo o risco de acidentes de trânsito.

Cadastro positivo:
O texto aprovado propõe a criação do Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), no qual deverão constar os dados dos condutores que não cometeram infração sujeita à pontuação, nos últimos 12 meses. Além de apontar os bons motoristas para os órgãos de trânsito, o cadastro vai possibilitar que União, Estados, municípios e seguradoras de veículos possam conceder benefícios fiscais, tarifários e na prestação de serviços.

Escolinhas de trânsito:
O texto propõe a criação de escolinhas de trânsito, por parte dos órgãos executivos de trânsito estaduais e municipais, destinadas a promover a educação para crianças e adolescentes, que serão os motoristas do futuro. Parte dos recursos do Funset, fundo formado por arrecadação de multas, pode ser utilizada para tal finalidade.

Contran:
O texto determina que minutas de normas regulamentares a serem editadas pelo Contran sejam submetidas a consulta pública antes da entrada em vigor. A medida dará maior transparência às decisões do Conselho, garantindo, assim, que a sociedade civil apresente as suas contribuições, no sentido de construir normas mais justas e efetivas.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Professora Maria Luíza da Luz Mousinho com a filha Graça Mousinho (à esquerda) e neta e bisneta

– Há quatro anos, está dando aulas na Eternidade...

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Há quatro anos, às 9h15 de 13 de junho de 2016, um telefonema de meu colega jornalista Jorge Gonçalves, de Caxias (MA), anunciava o inesperado: acabara de falecer Dª Maria Luíza da Luz Mousinho, uma das mais respeitadas professoras do antigo ensino primário daquele município.

Fiz contatos telefônicos para saber mais informações. Liguei para parentes caxienses. Retornei ao amigo de adolescência Jorge Gonçalves, que, a esta altura, já conseguiu mais telefones de contato.

Quem me confirma a morte da própria mãe, sob choros sentidos, é a Glorinha (Maria da Glória Mousinho de Souza), de quem fui colega no Banco do Brasil, agência Caxias, onde também trabalhava o Cafu (Raimundo Nonato Sousa), seu marido.

Glorinha sabe do carinho e respeito mútuo entre Dª Maria Luíza e eu: “Ela tinha você como um filho” – diz Glorinha, pesarosa, sentindo a perda também por mim (essas mulheres e seus grandes corações!...). Além de Glorinha, Dª Maria Luíza deixa a filha Graca Mousinho e os filhos Miron e Mário (apelidado Vevéi, que reside em São Luís).

Dª Maria Luíza tinha mais de 80 anos. Antes do 13/6/2016, alimentava-se, há um mês, por sonda, mas permanecia lúcida. Sofria de artrose. O médico amigo da família que examinou o corpo disse que ela morreu da idade mesmo.

Era forte Dª Maria Luíza. Sempre que eu ia a Caxias costumava visitá-la. Sempre era recebido com sua forma carinhosa e efusiva de me tratar desde a infância, eu com 6 ou 7 anos: “– Chegou meu ‘Rui Barbosa’!”.

Por muito tempo, Dª Maria Luíza não aceitava morar com as filhas – ela mesma me contou, pessoalmente, em mais uma das visitas que lhe fazia. Não era por nada, não: apenas minha primeira professora raciocinava que, morando sozinha, em sua casa próxima à antiga Estação Ferroviária de Caxias, obrigava-se a acordar cedo, fazer os serviços domésticos, preparar bolos e outros alimentos para si mesma e as visitas, cuidar de plantinhas e outras coisinhas... e isso tudo, segundo ela me dizia toda alegre, saudavelmente agitada, isso tudo a deixava mais viva, contribuía para sua saúde física e mental.

Como se vê, ela continuava ensinando. Lições de vida, agora...

À sua maneira, a professora Maria Luíza acompanhou minha infância e meninice e adolescência. Desenvolveu tal carinho por mim que, certa vez, foi atrás de um professor que, por justificado excesso de zelo, não arredondava os décimos de uma nota de prova, “puxando” a nota para baixo. Certa feita, lembro-me, fomos juntos até o bairro caxiense Caldeirões (ou era o Cangalheiro?) conversar com um professor de Matemática...

Dª Maria Luíza sabia sem dúvida que eu não desonrei seus ensinos e seus esforços – de professora à boa moda antiga e de pessoa amiga – por mim.

Em outro texto, escrevi sobre minha professora Maria Luíza:

“[...] relembro minha professora do 1º ano do antigo primário (atualmente ensino fundamental), Maria Luíza da Luz Mousinho, que me chamava, eu criança e até hoje, de ‘meu Rui Barbosa’. A escolinha da reconhecidamente exigente professora Maria Luíza era na sua casa, ali próximo à Estação da Estrada de Ferro São Luís-Teresina, em Caxias.

De professora, Dona Maria Luíza virou minha fã – precisa ver a alegria dela, a verdadeira mobilização que ela faz com os vizinhos para me apresentar como seu ex-aluno. Em tempo de política, quando disputo mandato estadual ou federal, então, não tem para ninguém: ela prega cartazes, concita jovens e adultos para votarem em meu nome etc. etc. É ela e a madrinha Necy, ali perto, na Rua da Galiana, outra orgulhosa pessoa de minha convivência – e ambas, Maria Luíza e Necy, pessoas que, mais que de meus frutos, sabem de minhas raízes, sabem em que se assenta e em que se sustenta o edifício pessoal, profissional e político que venho tentando alevantar por tantos anos e tenebrosos tempos”.

Quando seu aluno, “Dona Maria Luíza, a professora, se encantava pelos meus acertos nos ditados, exercícios e provas. Nos testes de silabação, eu, não raro, era o único que acertava, por exemplo, a soletrar palavras como ‘exercício’ e ‘helicóptero’. E, confesso, não tinha nenhum gosto de aplicar ‘bolos’ com a pesada palmatória na mão de outros alunos, meus colegas. Mais dolorido ainda (para mim, em sentido figurado; para meus colegas, dor física mesmo) era quando alguns deles tentavam puxar a mão e a grossa palmatória lhes acertava no seco dos dedos – a dor física, realmente, devia ser maior...”

“Momento de êxtase para minha professora Maria Luíza foi eu, em tenra idade, ser aplaudido por milhares de pessoas após discursar em favor de um candidato a prefeito, ali próximo à grande e conhecida Praça do Panteon, no centro de Caxias. Ainda me lembro da frase final: ‘Eu sei que sou criança, mas se tivesse idade eu faria igual a vocês – votaria em Dr. Marcello para prefeito’. Levantaram-me e balançaram-me como um troféu. Marcello Thadeu de Assumpção (a grafia é esta mesmo) era um médico boníssimo, considerada a pessoa com maior número de afilhados por aquela região e redondezas.

Toda vez que vou a Caxias, visito minha professora Dona Maria Luíza. Precisa ver a cara de felicidade, de alegria e orgulho imensos dela, que diz me acompanhar por meio de raras e cada vez mais escassas participações minhas em mídia eletrônica e jornais impressos”.

* *

Há quatro anos, o corpo de Dª Maria Luíza foi velado na Casa da Amizade, na sede do Rotary Club de Caxias, na Avenida Santos Dumont. Foi enterrado no dia seguinte, 14/6/2016.

Há quatro anos, os novos alunos de minha primeira professora são diferentes: Dª Maria Luíza está dando aulas para anjinhos nos céus... E que eles não prestem atenção, não!...

Descanse em paz, Dª Maria Luíza, minha professora do primeiro ano do ensino primário.

Saudades...

* EDMILSON SANCHES.

Uma boa notícia para a população de Santa Inês. Após o término do período chuvoso, as obras de pavimentação asfáltica no munícipio foram retomadas pela prefeitura. Ao todo, mais de 50 ruas de diversos bairros da cidade serão beneficiadas. Os recursos que estão sendo utilizados – cerca de R$ 8 milhões – foram adquiridos por meio de uma emenda parlamentar do deputado federal Juscelino Filho e pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

No início do ano, as obras haviam sido iniciadas. Meses depois, a pavimentação das ruas da cidade precisou ser interrompida devido às fortes chuvas que atingiram a Região do Pindaré.

Responsável pela emenda que possibilitou as obras de pavimentação em Santa Inês, o deputado Juscelino Filho comemorou a retomada dos trabalhos. “Após as chuvas, recomeçaram as obras de pavimentação de mais de 50 ruas de Santa Inês, realizadas com recursos de emenda de minha autoria. Foram quase R$ 8 milhões. Os trabalhos foram retomados pelo recapeamento asfáltico da Rua Alameda Carajás. Vamos continuar atuando para melhorar a infraestrutura e a vida das pessoas”, afirmou o parlamentar.

A expectativa é que as obras de pavimentação asfáltica cheguem aos seguintes bairros de Santa Inês: Vila Cabral, Coheb, Edmundo Rios, Jardim Brasília, Jardim Tropical, Adelaide Cabral, Santo Antônio, Barreirinha, Centro, Pramorar, Sabbak, Vila Militar e Canecão.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

A cidade de Lago dos Rodrigues (MA) vai, em breve, contar com um novo Mercado Municipal para atender a população. A construção desse espaço, que beneficiará toda a comunidade lago-rodriguense e movimentará a economia local, é fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) e está sendo executada pela prefeitura.

Juscelino Filho destaca a importância dessa obra para a população da cidade. “A construção do mercado era um desejo antigo dos moradores de Lago dos Rodrigues e, felizmente, conseguimos atendê-los por meio de uma emenda parlamentar de minha autoria. Tenho certeza de que o mercado trará muitos benefícios à comunidade”, diz.

O dinheiro da emenda do deputado Juscelino Filho para a execução do serviço já foi liberado. Por entender os impactos positivos da construção do Mercado Municipal, ele garante que irá fiscalizar o andamento da obra. “Como o dinheiro já está na conta da prefeitura, vamos fiscalizar a execução e o andamento dos trabalhos para que ela seja entregue ao município o mais rápido possível”, conclui o parlamentar.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Pesquisa divulgada nessa terça-feira (23) aponta que 28% dos jovens de 15 a 29 anos pensam em deixar os estudos quando as escolas e universidades reabrirem, após suspensão das aulas devido à pandemia do novo coronavírus.

O vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) e coordenador da pesquisa “Juventudes e a pandemia do Coronavírus”, Marcus Barão, disse à Agência Brasil que o processo visa construir uma base sólida de evidências, de dados, que sejam capazes de apoiar tomadores de decisão das esferas pública e privada na formulação de políticas públicas e projetos “para e com a juventude no período de pandemia, tanto para o enfrentamento dos desafios de agora, como para a construção de perspectivas para o futuro”.

Os 33.688 jovens que responderam ao questionário são oriundos de todos os Estados da Federação e do Distrito Federal. Outro dado da pesquisa aponta que, em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quase 50% manifestaram dúvida em fazer as provas. Para os organizadores da pesquisa, isso significa um risco ao processo de pleno desenvolvimento da juventude nessa etapa-chave da vida.

“Isso é crítico não só quando a gente olha para o indivíduo, mas quando a gente olha para a condição de país, isso fica muito sério porque, basicamente, a gente tem hoje a maior geração de jovens da história do Brasil”. Marcus Barão afirmou que esse bônus demográfico apresenta uma possibilidade de conquistar, na segunda metade do século, uma população melhor educada, de bem-estar constituído, de redução das desigualdades e prosperidade. “Quando a gente faz o investimento certo, na hora certa, nesse bônus demográfico, a gente tem grandes saltos”.

Desafios

Barão lembrou, porém, que, antes da pandemia, a juventude já enfrentava grandes desafios. A taxa média de desemprego entre a população de 18 a 24 anos de idade, por exemplo, era de 27,1%, o que significa mais que o dobro da taxa média de desemprego da população em geral, de 12,2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando a pandemia vem e interrompe o processo educativo, as alternativas apresentadas de educação remota e à distância elevam as desigualdades de acesso à “internet”, com bandas limitadas e infraestruturas deficitárias. Os próprios sistemas educacionais não estavam preparados para uma situação desse nível, o que interrompe e atrapalha o processo educacional, observou.

Na perspectiva econômica, o que se vê é perda de renda das famílias com a pandemia, o que cria um contexto que afeta educacional e economicamente os indivíduos e põe em risco o futuro dessa geração, analisou o coordenador da pesquisa. “Isso é muito preocupante porque são justamente os pilares fundamentais para que a juventude consiga avançar”. Sete em cada dez jovens relataram que seu estado emocional piorou por causa da pandemia.

Promovida pelo Conjuve, em parceria com a Organização em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Visão Mundial, o levantamento “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus” entrevistou jovens de todo o país entre os dias 15 e 31 de maio, por questionário “on-line”. A elaboração desse questionário contou com a mobilização de 18 jovens de diferentes realidades e origens, indicados pelas entidades parceiras e de cujos projetos já haviam participado. Todas as fases da pesquisa tiveram os jovens como protagonistas, destacou Marcus Barão.

Engajamento

Do universo de respondentes, 66% eram do sexo feminino e 33% do sexo masculino. Segundo os organizadores, isso revela maior engajamento, disponibilidade e interesse das jovens para dialogar com esse questionário e expressar suas opiniões. Barão apontou que isso reforça a importância da construção desse papel de pensar a sociedade das mulheres no Brasil.

As mudanças que estão sendo observadas no mercado de trabalho também afetam muito os jovens brasileiros. A população jovem está no início de sua jornada no mundo do trabalho e acaba sendo uma parcela vulnerável nesse processo, levando à precarização, ao subemprego, à informalidade e outras vulnerabilidades que não ajudam a juventude. O próprio acesso ao crédito é muito difícil nessa crise da covid-19. Marcus Barão defendeu a necessidade de se pensar em políticas que apoiem os jovens. Citou o caso dos jovens aprendizes para afirmar que o jovem que tem proteção de alguma política pública acaba tendo uma reação mais saudável em períodos como esse da pandemia.

Barão referiu-se a estudo do Banco Mundial que aponta que o risco do engajamento juvenil, olhando para a relação trabalho e produtividade, é de 50%. “Isso significa que a gente pode perder 25 milhões de jovens que poderiam produzir para a economia, vão deixar de entregar aquilo que poderiam entregar para o país e vão deixar de receber o que teriam direito. Esse risco é muito sério”.

Barão afirmou que o jovem brasileiro, comparado a outros jovens do mundo, é muito otimista. “Mas é claro que está todo mundo mais pessimista agora com esse momento”. A pesquisa mostra que a juventude brasileira está pessimista para umas coisas, mas otimista para outras. “A preocupação é o quanto a gente vai ter capacidade de sobreviver, de realizar os sonhos, de não ficar doente, de não ter ninguém na família morrendo. Tudo isso traz uma preocupação muito grande”. Com a inovação que a pandemia vai trazer, Barão acredita que escolas vão ter que se adequar e isso pode criar uma perspectiva para a juventude.

Voz dos jovens

Para a diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, esse momento da pandemia é favorável para se escutar a voz dos jovens. “É extremamente inspirador”. Salientou a necessidade de se aprender a dar educação remota à juventude, em um período de isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavirus, com banda larga adequada à “internet” e equipamentos também adequados. Marlova reconheceu que, ainda assim, o ensino remoto e à distância segue trazendo desafios para os jovens. Informou que, hoje, com a pandemia, 258 milhões de crianças, adolescentes e jovens em todo o mundo estão excluídos dos sistemas educacionais.

A Unesco está procurando apoiar comunidades mais vulneráveis, tentando influenciar na formulação de políticas educacionais, para que a educação global seja de fato uma realidade, em um processo de inclusão na educação em que todos possam caber, sem distinção de raça, gênero, etnia, deficiências, com acolhimento à população LGBT, para que todos possam entrar no sistema educacional, na economia, no mercado de trabalho.

O secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Wilson Risolia, avaliou que, embora o Brasil tenha um Terceiro Setor forte, o Estado é vazio de políticas públicas para os jovens. Essa falta de apoio leva o país a perder muitos jovens para o crime. “Isso gera um vazio social para o país imensamente grande. E é a gente que paga essa conta”. Com a pandemia, tudo que já não era bom fica pior, indicou. Risolia defendeu que o Congresso pode ser um bom caminho para levantar pautas estratégicas em prol da juventude. Acentuou que o Brasil está envelhecendo rapidamente e “é preciso sermos rápidos na formulação de políticas para os jovens, enquanto ainda temos jovens”.

Wilson Risolia deixou claro que o jovem não pode chamar de sonho aquilo que é seu direito de ter boa escola, vida digna, trabalho. “Se é sonho é porque tem alguma coisa errada”. Essa agenda tem que fazer parte do Legislativo, apontou.

Dados

Do total de respondentes, 40% estão na Região Sudeste, 28% no Nordeste, 14% no Sul, 10% no Norte do país e 8% no Centro-Oeste. A maior parte se encontra na faixa etária de 18 a 24 anos (47%), 52% são negros, incluindo pardos e pretos, e 46% são brancos. Do total de consultados, 32% trabalham e estudam, 40% estudam e não trabalham, 18% trabalham e não estudam e 10% não estudam nem trabalham. Desse percentual, 8% disseram estar em busca de trabalho. Trinta e sete por cento moram na capital, e 40%, no interior. Sessenta e nove por cento participam de algum grupo religioso ou organização social.

A pesquisa mostra que o acesso à “internet” em computador durante o isolamento é menor entre os jovens negros (54%), do que entre os brancos (78%). Os mais jovens dependem financeiramente da família: são 72% na faixa dos 15 aos 17 anos de idade, enquanto os mais velhos são mais independentes financeiramente: 34% entre 18 e 24 anos de idade e 27% entre 25 e 29 anos. Cinquenta por cento trabalhavam antes da pandemia, sendo 40% com trabalho remunerado e carteira assinada. A renda pessoal diminuiu com a pandemia para 33% dos jovens, e a renda familiar caiu para 49%.

A pesquisa revela também que devido aos efeitos da pandemia sobre a carga de trabalho e a renda, três a cada dez jovens disseram ter buscado complementação para sua renda enquanto seis a cada dez contaram que eles, ou alguém de suas famílias, estão cadastrados para receber a o auxílio emergencial. De forma geral, o sentimento é ruim ou muito ruim em termos de ansiedade, tédio, impaciência. Apesar da predominância dos sentimentos negativos durante o distanciamento social, os jovens se dividem entre otimistas ou pessimistas em relação ao futuro após a pandemia: 27% estão otimistas, contra 34% pessimistas. A maior parte dos jovens que responderam ao questionário está no ensino médio ou na faculdade.

Para lidar com as dificuldades em termos emocionais, os jovens pedem apoio das escolas e faculdades: seis em cada dez jovens consideram que as instituições de ensino devem priorizar atividades para lidar com as emoções; e cinco em cada dez desejam aprender estratégias para gestão de tempo e organização. Para 49%, o fator emocional tem atrapalhado seus estudos.

A principal preocupação durante a pandemia é perder alguém da família (75%), ser infectado pela covid-19 (48%) ou infectar outras pessoas (45%). Trinta por cento dos entrevistados já foram infectados pela doença ou têm alguém próximo que teve covid-19.

Perspectivas

As redes sociais e aplicativos de mensagens de WhatsApp e Telegram são os meios em que os jovens menos confiam (67%). Já os “sites” e aplicativos de órgãos oficiais têm confiança de 65% dos respondentes. Setenta e nove por cento concordam que as medidas de distanciamento social são corretas para evitar a disseminação da covid-19, 65% acham que o comércio e outras atividades não deveriam reabrir sem que o coronavírus esteja controlado, e 55% disseram ter medo de sair de casa, mesmo que o comércio e os serviços reabram.

Apesar de 72% dos jovens acharem que a pandemia vai piorar a economia do Brasil, 36% acreditam que a organização da sociedade vai melhorar pós-crise, da mesma forma que esperam que o sistema público de saúde do país vai melhorar (40%). Também o modo como trabalhamos vai melhorar um pouco ou muito (49%), com novas oportunidades de trabalho para quem mora afastado dos grandes centros urbanos, por causa do aumento do trabalho remoto. Quarenta e oito por cento também creem que surgirão novas formas de estudar mais dinâmicas e acessíveis que as atualmente em vigor.

Os participantes da pesquisa valorizam as ações em relação à ciência e saúde: 96% confiam na descoberta da vacina contra o coronavírus como uma ação importante para a retomada depois da pandemia; 44% dos jovens ainda acham que a sociedade vai reconhecer mais os educadores; e 46% preveem que a ciência e a pesquisa terão mais prestígio e receberão mais investimentos. Além disso, 48% acreditam que as relações humanas e a solidariedade terão mais atenção pós-pandemia.

(Fonte: Agência Brasil)

O BLOG DO PAUTAR abre espaço para o projeto LITERATURA MARANHENSE – programa que incentiva o interesse pela leitura de (bons) textos e, ao mesmo tempo, valoriza os escritores (genuinamente) maranhenses. Aproveite... Boa leitura!

(Posfácio ao livro “De ‘Mulher-Maravilha’ a ‘Cidadão Persi’: Professoras Capulana do Educar em Direitos Humanos”, de Maria do Socorro Borges da Silva, 2019. Socorro Borges é maranhense de Caxias, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e professora-doutora da Universidade Federal do Piauí)

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Quando a corte de dom João VI chegou ao Brasil em 1808, as mulheres que desciam dos navios usavam turbante. Pronto! Logo, grande parte da população feminina do Rio de Janeiro (à época com 60 mil habitantes) passou a usar aquela faixa de tecido enrolada na cabeça. As brasileiras acreditavam que usar turbante era a última moda nas cortes europeias, no caso, Portugal.

Era engano. As mulheres que vinham nos navios foram atacadas por piolhos, muitos piolhos. Não dava para suportar tantos bichinhos daqueles durante cem dias, o tempo da viagem entre Lisboa e o Brasil. Resultado: tiveram de cortar todo o cabelo e jogar fora as perucas, ambos tornados depósitos e criadouros daqueles insetos.

Além disso, as mulheres foram obrigadas a passar, na cabeça, gordura animal e enxofre, elemento químico mais do que fedorento, odor assemelhado ao do ovo podre e que já foi comparado ao “cheiro do inferno em chamas” – credo!

E, para não se mostrarem carecas e para “abafar” o mau cheiro que exalavam, as mulheres cobriram suas cabeças com turbantes.

Como se vê, há sempre uma história por baixo dos panos...

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Capulana é um desses panos. Nela, tudo é metáfora e História – em suas partes e em seu processo. Em suas formas e em suas funções. Em seus desenhos coloridos. Em sua ancestralidade asiática, arábica, e em sua aculturação africana, moçambicana.

Capulana é pano, tecido, fazenda. Quase sempre áspera e, às vezes, lisa. Natural ou artificial: algodão, linho, seda, fibra sintética. Na feira ao livre ar e na loja, mercado, bazar.

Na capulana, trama e urdidura são mais que fios que se (entre)cruzam: são histórias que se contam e encontram.

Capulana é vida, alegria e morte. Veste a noiva. Carrega o bebê. Traz a colheita. Vai à festa. Esconde o choro. Revela o luto.

Capulana assume formas e funções. É o tecido feito e o que se faz com o tecido. Capulana é indumentária, roupa, vestuário. É toalha, lenço e lençol. Cobertor e cortina. É saia, sari e sarongue. É touca, turbante, echarpe. É vestido e polaina, canga e tanga. É calça, camisa e calção.

Capulana é desenho, estampa e pintura. História, Arte, Cultura. Suporte de mensagens educativas e sociais, de propagandas políticas e publicidades comerciais.

Capulana é laço, vínculo, união. É economia, moda, decoração. Identidade e Tradição, Poder e Religião.

Capulana é sujeito que sujeita diversos verbos, pois ela veste, enrola, traja. Envolve, põe, volteia. Estende, circunda, rodeia. Cobre, protege, agasalha. Adorna, enfeita, orna.

E educa.

Sim, educar. Pois capulana é um pano que não é apenas para (se) vestir. Um pano que não é mais para só cobrir(-se).

Sim, há um pano que, mais que vestuário, é símbolo. Ele comunica. Informa. Educa.

Pano é tecido. E “tecer” é o primeiro verbo deste livro, e seu penúltimo. Um tecido e indumentária, a capulana é, neste livro, um dos sujeitos principais, depois das mulheres professoras.

A mulher é a tecelã do homem e também de si, e de muito mais, inclusive, como a Autora registra aqui, “das coisas e das palavras”, pois “toda mulher carrega uma casa dentro de si”. Do ventre vestíbulo – gerar, gestar, gerir – ao colo-abrigo onde filhos e homens e amores se colam e se abrigam, pousam e repousam.

Tanto em letras quanto nas imagens, a capulana é revelada como o verdadeiro tecido social, seja por sua utilidade no cotidiano ou por sua variedade de usos; seja pela função educativa que tem, seja pela História coletiva que contém.

A capulana é tecido. É têxtil. E é texto. Tecido que, ao longo dos tempos, tem sido tenso, intenso. Fio e fibra – fio da História, fibra da mulher.

Tensão, intensidade, fibra... No desfiar dessa História, nas voltas que a capulana dá, e deu, as mulheres negras e seus companheiros, filhos, familiares, retirados da plena liberdade de suas terras e escravizados pela força opressora, má, violenta, criminosa de brancos em busca de lucros.

Jogadas também em porões de navios, em um mar de desrespeitos ao que é Direito, ao que é Humano, ao que são Direitos Humanos, as mulheres procuravam resistir com crianças em capulanas às costas e um (in)certo futuro à frente.

O Atlântico era um oceano muito mais comprido e dolorido do que os dois, três meses de viagem. Havia um excesso de carências: comida, água, higiene, respeito... Cingida ao torso, à cabeça, às costas, a capulana era a memória têxtil, o tecido que carregava um pouco da História, da Cultura, da Liberdade, da prática identitária cotidiana, deixadas forçadamente para trás no solo pátrio, na terra “mater”.

Como documenta a Autora, a capulana, utilizada pelas professoras e alunos, reencontra na Educação seu ambiente de liberdade: “educar”, na origem (“ex” + “ducere”), significa “conduzir para fora”, “deixar de ser conduzido” – ou, tudo isso, libertar-se.

Com seu “De ‘Mulher-Maravilha’ a ‘Cidadão Persi’: Professoras Capulana do Educar em Direitos Humanos”, livro inaugural, Maria do Socorro Borges da Silva, técnica, inventiva, poética, oferta uma parte de sua tese de doutorado em Educação, uma parte íntegra e consistente o suficiente para não se sentir falta do todo...

... e ao mesmo tempo desejá-lo.

Parabéns, Socorro Borges!

* EDMILSON SANCHES

Em todo o país, a porcentagem de crianças e adolescentes que não acessam a “internet” caiu de 14%, em 2018 para 11% em 2019, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, divulgada hoje (23). Isso significa que são 3 milhões, com idade entre 9 e 17 anos que não têm acesso à rede, sendo que 1,4 milhão nunca acessou a “internet”.

A pesquisa considera como não usuários aqueles que não acessaram a “internet” nos últimos três meses. Apesar de ter aumentado o acesso, no entanto, os dados mostram que ele é ainda bastante desigual dependendo da região do país e também da renda das famílias. Com as aulas suspensas nas escolas de todo o país, devido à pandemia do novo coronavírus, e com as atividades sendo realizadas de forma remota, não ter acesso à “internet” faz diferença, de acordo com a coordenadora da pesquisa, Luisa Adib.

“Muitas atividades de educação e de comunicação acabam não sendo realizadas da mesma forma ou mesmo não sendo realizadas dependendo da conexão e do acesso à “internet”, e isso tem impacto muito grande”, diz, ressaltando que isso leva ao descumprimento de direitos de crianças e adolescentes na era digital.

O estudo mostra que, entre aqueles que têm acesso à rede, a própria casa é apontada com o local de acesso por 92%. No entanto, enquanto nas classes A e B apenas 1% não acessa a “internet” em casa, esse percentual sobe para 17% entre as classes D e E. O acesso é desigual também entre as regiões do país. Na região Centro-Oeste, 98% têm acesso, 96% na região Sudeste e 95% na região Sul. Já nas regiões Norte e Nordeste, esse percentual cai para 79%.

Segundo a pesquisa, no total, 4,8 milhões de crianças e adolescentes de 9 a 17 anos vivem em domicílios sem acesso à “internet” no Brasil, o que equivale a 18% dessa população. Não ter “internet” em casa é apontado como motivo para não acessar a rede por 1,6 milhão de crianças e adolescentes e, não ter “internet” em nenhum lugar que costumam ir, por 900 mil.

Uso da “internet”

Em relação aos dispositivos usados para o acesso, o celular é o principal. Mais da metade, 58%, acessa a “internet” exclusivamente pelo celular. Entre as classes D e E, essa porcentagem chega a 73%, enquanto nas classes A e B, a 25%. Em todo o país, pouco mais de um terço, 37%, usa o celular e o computador para acessar a rede.

Em relação às atividades realizadas na “internet”, 76% das crianças e adolescentes dizem ter feito pesquisas para trabalhos escolares; 64% que pesquisaram por curiosidade ou vontade própria; 55% que leram ou assistiram a notícias na “internet”; e, 31% que procuraram informações sobre saúde.

As videochamadas, que se tornaram populares em meio às medidas de distanciamento social adotadas para conter a propagação do vírus, não são tão familiares para todas as crianças e adolescentes. Nas classes A e B, 56% conversaram por videochamada. Já nas classes D e E, 27%.

Perigos na “internet”

A pesquisa aponta também riscos e danos do acesso à “internet”. De acordo com o levantamento, 15% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos viram na “Internet” imagens ou vídeos de conteúdo sexual; 18% de 11 a 17 anos receberam mensagens de conteúdo sexual; e, 11% dessa faixa etária dizem que já pediram para eles, na “internet”, uma foto ou vídeo em que apareciam pelados.

Quase um terço das meninas (31%) e um quarto dos meninos (24%) foram tratados de forma ofensiva na “internet”. Dentre eles, 12% tinham entre 9 e 10 anos e 37% entre 15 e 17 anos. Um a cada dez diz que contou para um amigo ou amiga da mesma idade e 9%, para os pais ou responsáveis.

O estudo mostra ainda que 43% das crianças e dos adolescentes de 9 a 17 anos viram alguém ser discriminado na “Internet”, enquanto 7% reportaram terem se sentido discriminados. Em 33% dos casos que aconteceram com meninas, essa discriminação foi pela cor ou raça; e, em 26%, pela aparência física; em 21%, por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, em 15%, pela religião. Entre os meninos, 20% reportam discriminação por cor ou raça; 15% pela aparência; 9% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, 7%, pela religião.

Mediação dos pais e responsáveis

A maior parte dos pais e responsáveis (80%) diz que conversa sobre o que as crianças e adolescentes fazem na “internet”; 77% dizem que ensinam jeitos de usar a rede social com segurança; e, 57%, que sentam com eles enquanto usam a “internet”, falando ou participando do que estão fazendo.

Os jovens, no entanto, dizem saber mais sobre a rede: 77% da população de 15 a 17 anos acredita saber mais sobre a “internet” do que seus pais ou responsáveis. Entre 13 e 14 anos, essa porcentagem cai para 67% e para 52% entre 11 e 12 anos. Eles dizem também que têm dificuldades de largar a “internet”. Entre as crianças de 11 a 17 anos, 25% reportaram que tentaram passar menos tempo na “internet”, mas não conseguiram.

“A ‘internet’, assim como os ambientes ‘off-line’, colocam as crianças e adolescentes expostos a oportunidades e também a muitos riscos. Nesse sentido, é determinante a mediação parental para uso da ‘internet’”, diz Luisa.

Segundo a coordenadora da pesquisa, a restrição não é o melhor caminho, pois isso privaria os jovens de oportunidade e do desenvolvimento de habilidades. “O que a gente sempre reforça é a participação de pais e responsáveis num diálogo e mediação ativa. Em um diálogo com crianças e adolescentes para saber que atividades realizam “on-line” e saber como têm participado desse ambiente para uso seguro e responsável”, acrescenta.

A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019 foi realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo foi feito entre outubro de 2019 e março de 2020 com 2.954 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos e seus pais ou responsáveis.

(Fonte: Agência Brasil)

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram uma nova espécie fóssil de um peixe-boi extinto, que vivia há cerca de 40 mil ou 45 mil anos, no Rio Madeira, localizado na Região Amazônica. Estudos como esse são relevantes para que a ciência entenda os fatores que resultaram, ao longo da história, na extinção de espécimes. “E, ao gerar esse tipo de conhecimento, entender os fatores que são decisivos para conservar o que hoje existe, em termos de vida, no planeta”, disse à Agência Brasil o pesquisador Mario Cozzuol – um dos três autores do estudo.

Para o paleontólogo, encontrar coisas novas é tarefa relativamente frequente. “Todos os três autores do estudo [Fernando Perini e Ednair Nascimento, além de Cozzuol] já passamos por essa sensação, que é a de descobrimento de algo interessante. É bem aquele clima do ‘eureca’ que vemos em filmes na televisão. É muito bom ter em mãos o resto de uma espécie que ninguém conheceu, viu ou descobriu. É a sensação de ter uma novidade, e querer contá-la ao mundo”, acrescentou.

A descoberta, no entanto, é apenas a primeira parte de trabalhos como o desenvolvido pelo Departamento de Zoologia da UFMG, que levou quase 20 anos para ser concluído.

O “eureca” gritado pelo professor ocorreu logo no primeiro ano das análises, em meio às comparações feitas com outros fósseis. “Foi ali que percebemos que tínhamos, em mãos, uma novidade que merecia ser descrita e publicada”, disse ele. A publicação do estudo só aconteceu este ano, no “Journal of Vertebrate Paleontology”, da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados dos Estados Unidos.

“Trichechus hesperamazonicus”

O nome científico dado à espécie descoberta é “Trichechus hesperamazonicus” – ou peixe-boi do oeste da Amazônia, que vivia no Rio Madeira, há cerca de 45 mil anos, em uma época que o regime da água era diferente do atual. As chuvas eram concentradas em poucos meses do ano. Hoje, na Amazônia, a chuva perdura ao longo do ano todo.

“Foi ainda nas épocas das glaciações, quando as geleiras avançaram. A grande quantidade de água retida nos gelos diminuiu a quantidade de água circulando em rios e oceanos, tornando-os menores. Os geólogos chamam esse período de pleniglacial médio, que ocorreu entre dois momentos de máxima glaciação. Pode-se dizer que era um período quente e úmido para a época”, explica o cientista.

Nesse contexto, a maior parte da água descongelada era concentrada em lagos, em vez de rios. “Esses lagos desapareceram, dando lugar a rios de águas mais caudalosas. Com isso, o animal não tinha mais o mesmo tipo de ambiente para viver. A situação mudou, e ele foi extinto por não ter se adaptado à mudança ambiental, ficando o atual peixe-boi amazônico como o único remanescente do grupo”, acrescenta Cozzuol. Segundo ele, até então, existiam espécies fósseis da família “Trichechidae”. O que não existia eram as do gênero “Trichechus”.

A pesquisa

Os três fósseis analisados pelos pesquisadores foram obtidos por garimpeiros que remexiam o fundo do Rio Madeira, na busca por ouro. As peças foram doadas para a Universidade Federal de Rondônia e para o Museu Estadual de Rondônia.

Foi por volta do ano 2000 que os pesquisadores identificaram, além das semelhanças, diferenças na comparação com outros espécimes de peixe-boi (entre fósseis e remanescentes), o que, do ponto de vista científico, é ainda mais interessante.

“Pelas semelhanças, vimos que o animal pertence aos grupo dos peixes-bois. E entre as diferenças, detalhes como posição e tamanho dos dentes; e os espaços entre os dentes e a parte superior da mandíbula”. “Foi ali que vimos, pela primeira vez, relevância em descrever e comparar o encontrado”, disse o pesquisador, empolgado com as novas pesquisas que deverão ser implementadas a partir de seu estudo.

“Todo bom trabalho de pesquisa termina mais com perguntas do que com respostas. Adicionamos uma espécie a mais no grupo. O desafio agora é entender melhor como a evolução de todo o grupo aconteceu. As perguntas serão pontas para que se faça mais pesquisas, para saber quantas espécies existem ou existiram; onde existiram; qual processo levou à diversificação; porque desapareceram algumas e apareceram outras espécies”, acrescentou.

Sobrevivência da diversidade

Cozzuol explica que o processo de evolução na Amazônia é muito mais complexo do que se imagina. “O que temos hoje, de grande diversidade, é apenas a parte remanescente de algo muito maior que existia antes. Essas informações são extremamente importantes para sabermos o que fazer para conservar o que temos”.

Ele acrescenta que mudanças climáticas bruscas, como ocorre atualmente com o aquecimento global, podem resultar na extinção de espécies incapazes de se adaptar ao novo cenário. “Ao estudar as espécies, tanto extintas como remanescentes, a ciência aponta o que deve ser feito para a manutenção da vida, já que animais e plantas estão integrados no mesmo sistema que estamos. Vivemos em um aquário gigante, onde não há recursos ilimitados”, argumentou.

“A extinção faz parte da natureza. Isso é parte do processo natural. O que vemos é que a possibilidade de extinção é ainda maior quando as mudanças ambientais são rápidas. Saber disso é importante porque é o que está acontecendo no caso do aquecimento global. Mudanças desse tipo já aconteceram no passado, só que numa velocidade muito menor. O problema é que, quanto mais rápida é a mudança, menor é o tempo para os organismos se adaptarem. Portanto, maior é o risco de adaptação. E isso é preocupante”, complementou.

(Fonte: Agência Brasil)

Com o objetivo de capacitar e proporcionar o ingresso de jovens negros no mercado de trabalho, a terceira edição da Caravana da Juventude Negra anunciou a oferta de 1.250 vagas para cursos e oficinas. Todas as capacitações são gratuitas e realizadas em plataformas “on-line”.

Os cursos são destinados a jovens interessados na carreira artística ou ligadas ao mercado da arte. As oficinas e cursos incluem técnicas e dicas de maquiagem, culinária, aulas de fotografia, dança de rua, oficinas de DJ, formação de “youtubers”, aulas de informática, formação de modelos e gerenciamento de carreira.

“Shows”

A Caravana da Juventude Negra disponibilizará espaços para a transmissão de 40 “lives” de bandas e artistas independentes, oferecendo toda a estrutura técnica para captura e transmissão no canal oficial do projeto no YouTube. Após a apresentação, uma votação será realizada para escolher os dez melhores produtos audiovisuais que serão premiados com a produção e gravação de videoclipes.

O projeto oferece a produção e disponibilização de material visual para a divulgação de marcas, produtos, serviços e mão de obra em diferentes regiões de Brasília. O objetivo é dar mais visibilidade ao empreendedor local.

As inscrições podem ser feitas por meio de um formulário disponibilizado no “site” oficial do projeto. Na página também é possível acompanhar a programação de cada oficina. Ao término de cada curso/oficina, será oferecido um certificado de conclusão.

A Caravana da Juventude Negra é realizada pelo Instituto Blaise Pascal (IBP), uma associação civil dedicada ao desenvolvimento de redes de pesquisa e produção de conhecimentos e tecnologias voltadas para o desenvolvimento social e humano, trabalhando com as cidades e as organizações.

(Fonte: Agência Brasil)

A pandemia de covid-19 levou sete, a cada dez pessoas, a consumir notícias diariamente e a se manter atualizadas sobre os acontecimentos por meio da televisão. Para 65% dos 831 participantes do levantamento da pesquisa Coronavírus, Comunicação e Informação, elaborada por docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), outras fontes centrais de informação foram a versão “on-line” de jornais e os “blogs”. Os voluntários, oriundos de 24 Estados e também de outros países, responderam questionário “on-line”, entre os dias 12 e 19 de abril.

Por meio dos resultados, observa-se que o que mais se privilegiou foram a atuação do governo federal (81,46%), a divulgação de descobertas científicas (73,89%) e o que se recomendava como medidas de prevenção contra a doença (72,32%). Outros tópicos que despertaram interesse foram a reação de outros países frente ao problema (65,7%), números relativos ao total de óbitos e casos confirmados da doença (59%), causas e sintomas de covid-19 (52,5%) e redes de solidariedade que se formaram com o objetivo de prestar ajuda a pessoas que estivessem passando necessidades (51,3%).

Compartilhamento

A maioria dos entrevistados declarou compartilhar conteúdos referentes à pandemia. A periodicidade variou. Enquanto mais da metade (57,2%) afirmou divulgar às vezes; 22% fizeram diariamente e 1,4% com outra frequência. No total, cerca de um quinto (19,4%) disse que não publicou nada.

Teor de conteúdos

Em relação ao teor dos conteúdos compartilhados, o que mais se viu foram alertas de autoridades (54,8%), reportagens e artigos jornalísticos (49,9%), áudios e vídeos de especialistas (44,5%) e informações sobre causas e sintomas (28,2%). Na outra mão, nota-se que 58,4% receberam reportagens e artigos jornalísticos, 53,4% “memes” e 52,3% áudios e vídeos de especialistas. Aqui, ficaram praticamente parelhos as “fake News” e os alertas de autoridades, com 47,7% e 47,4%.

Mudança de rotina

Segundo a professora Daniela Zanetti, uma das autoras da pesquisa, assinada com Ruth Reis, a preferência pelos formatos televisivo e “on-line” de noticiários tem a ver com a mudança de rotina que foi promovida durante a pandemia. “Quando a gente fez essa pesquisa, foi exatamente quando houve maior isolamento social. A média no Brasil era maior. Todos os veículos vêm noticiando que vem caindo essa taxa, meio que voltando a uma normalidade que não existe. Então, realmente, aumentou o consumo de meios de comunicação jornalístico. Se a gente estava em uma via de menos consumo de televisão, tudo migrando para as redes [sociais] ou fonte de informação variada, percebemos que, nesse período, a televisão e esses canais mais institucionalizados voltaram a ter mais força, e também começou mais o consumo multitelas", pontua.

“Se se pensa em uma rotina de estar sempre na rua, em vários ambientes, mas não estar em casa para ligar a TV, você vai acessar o dispositivo que está mais à mão, que é o celular. Então, ficando em casa, a televisão fica com mais uma tela, que pode estar facilmente sendo usada enquanto você faz outras coisas. Isso foi uma coisa que nos ocorreu”, acrescenta.

Perguntada sobre a possibilidade de se considerar os resultados obtidos pelo levantamento como um sinal de que parte da população tornou a confiar mais na imprensa, após desacreditá-la, Daniela diz que não há como se fazer tal afirmativa. “Acho que é preciso agregar mais pesquisas em relação a isso. Agora, com certeza, os meios de comunicação têm tido esse papel importante de esclarecer com dados mais fidedignos”.

(Fonte: Agência Brasil)