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Neste sábado (29), a partir das 10h, começará a quarta edição do Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol, iniciativa desenvolvida por meio da Lei de Incentivo ao Esporte com os patrocínios do governo do Estado e das Drogarias Globo. Idealizado como uma oportunidade de aliar educação e esporte à vida de crianças carentes do Bairro da Vila Conceição, em São Luís, o projeto tem caráter social e, nesta etapa, atenderá 60 meninos entre 8 e 12 anos. O lançamento do Esporte e Educação – Escolinha de Futebol ocorrerá na Associação dos Médicos, localizada na Vila Conceição.

Em execução desde 2016, o projeto já atendeu mais de 100 crianças. Para este ano, o Educação e Esporte – Escolinha de Futebol cresceu. Ao todo, mais de 60 meninos da Vila Conceição e adjacências serão beneficiados.

O grande diferencial dessa iniciativa é justamente conseguir levar educação e esporte para as crianças. A dinâmica do projeto é bem simples: semanalmente, as crianças participam dos treinos de futebol acompanhados por profissionais de educação física. Paralelamente ao trabalho desenvolvido em campo, a garotada recebe acompanhamento educacional com aulas que servem como uma espécie de reforço escolar.

“Estamos ansiosos para receber uma nova turma para mais uma temporada deste projeto que já transformou a vida de centenas de crianças da Vila Conceição. Nosso objetivo é dar uma oportunidade para que esses meninos possam conhecer o esporte e, paralelamente a isso, incentivá-los a sempre estudar. Durante esse processo, os pais também interagem para que os meninos se tornem cidadãos de bem. Por isso, só temos de agradecer o apoio do governo do Estado e das Drogarias Globo por terem acreditado nesse projeto mais uma vez”, disse o coordenador do projeto, Kléber Muniz.

Programação

De acordo com a programação desta quarta etapa do Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol, após a solenidade de abertura, que será neste sábado (29) pela manhã, a partir da semana que vem, as crianças já começam a participar dos treinos e das aulas. Os encontros ocorrerão sempre duas vezes por semana, na Associação dos Médicos, na Vila Conceição. Vale destacar que, nos dias dos treinos, os meninos do projeto recebem acompanhamento de uma pedagoga e de profissionais de educação física. Além disso, eles participam, ainda, de um lanche coletivo.

O QUÊ:
Lançamento da quarta edição do Projeto Educação e Esporte

ONDE:
Associação dos Médicos, na Vila Conceição (São Luís)

QUANDO:
Neste sábado (29), às 10h

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Assim como muitos educadores, a pesquisadora e professora da rede municipal de São Carlos (SP), Viviane Macedo, sentia dificuldade em ensinar repertórios comportamentais e acadêmicos aos alunos com autismo. Pesquisas científicas mostram que essa é a realidade de muitos professores da Educação Básica, que se sentem frustrados quando precisam lidar com crianças com autismo. Mesmo os profissionais formados em Educação Especial encontram dificuldades na hora de trabalhar com elas.

Pensando nesses desafios, Viviane Macedo, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), produziu, em dissertação do mestrado, três vídeos que ensinam algumas técnicas baseadas na Análise do Comportamento Aplicada para quem ainda não conhece a maneira correta de ensinar crianças com autismo,. O objetivo é alcançar maior número de profissionais que trabalham com crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“A proposta da pesquisa foi desenvolver vídeos animados autoinstrucionais – que possibilitam o aprendizado autônomo – para ensinar professores a identificarem preferências de crianças com TEA. Explico, no trabalho, a fundamental importância da utilização desses itens preferidos como ferramenta ‘motivacional’ para as crianças permanecerem sentadas durante o ensino, responderem, adequadamente, às demandas propostas, além de diminuir a ocorrência de comportamentos inadequados. A falta de motivação pode, assim, constituir-se em barreira na programação de ensino”, explica Viviane.

Nos tutorais, os professores poderão aprender a aplicar uma das avaliações de preferência de escolha que existem na literatura científica. A educadora, que também se especializou no Instituto LAHMIEI Autismo, da UFSCar, explica que identificar os itens reforçadores de uma criança é uma das ferramentas fundamentais para instalar e fortalecer novos comportamentos.

“Os vídeos apresentam estratégias sobre como preparar o ambiente e manejar os objetos para aplicar uma avaliação de preferência e, consequentemente, como elaborar uma lista de maior e menor preferência da criança, uma estratégia importantíssima principalmente se ela não apresentar fala”, diz a professora.

Na opinião de Viviane, diversas questões ainda dificultam a inclusão adequada das crianças com TEA nas escolas. “A superlotação das salas de aula e a dificuldade dos professores em lidar com elas são barreiras comumente encontradas no sistema público de ensino, e que inviabilizam a inclusão de qualidade dessas crianças”.

A pesquisadora espera que os educadores possam compreender como analisar o comportamento das crianças com autismo, para que seja mais fácil saber quais tarefas ensinar e como ensinar.

A dissertação de mestrado de Viviane, que deu origem aos vídeos, será defendida no fim de setembro, e os tutoriais serão divulgados após a defesa.

(Fonte: Agência Brasil)

O deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) comemorou a promulgação da Emenda Constitucional 108/2020, realizada nessa quarta-feira (26), que amplia o alcance e torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Ocorrida no plenário do Senado Federal, a solenidade contou com a participação de diversos parlamentares e autoridades.

“É uma grande vitória da educação brasileira. O Fundeb, que agora é permanente, terá maior aporte financeiro da União, recursos exclusivos para o ensino infantil e, pelo menos, 70% serão destinados ao pagamento de salários dos profissionais da área. Cerca de 40 milhões de alunos são atendidos pelo fundo, e a expectativa é que sejam mais 17 milhões. É assim que vamos reduzir as desigualdades e garantir um futuro melhor para todos”, disse Juscelino Filho.

Ainda de acordo com o deputado do Democratas, o Maranhão será um dos Estados mais beneficiados, ao lado de Bahia e Ceará. “Estimativas da Câmara dos Deputados apontam que, em 2026, o governo federal deve transferir, para o Fundeb, cerca de R$ 16 bilhões a mais do que este ano. Desse total, 75% seriam destinados para os Estados e municípios mais pobres. No caso do Maranhão, seriam R$ 1,86 bilhão a mais daqui a seis anos”, detalhou Juscelino.

Compromisso com a educação básica

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), destacou que a Emenda 108/2020 é uma das contribuições mais relevantes e de maior impacto social dadas pelo parlamento. “Não é uma mera prorrogação do Fundeb. É muito mais que isso. É sinal do compromisso do Congresso e da sociedade brasileira com a educação básica. É uma demonstração de que nossa política educacional foi finalmente encarada como uma política de Estado”, observou.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lembrou que a decisão de tornar o fundo permanente foi política, com apoio quase unânime dos parlamentares. “Hoje é um dia muito especial para o Congresso Nacional, mas, principalmente, para milhões de brasileiros que passam a ter na Constituição Federal a garantia da priorização da educação pública no nosso país”, enalteceu.

De acordo com o texto promulgado, a contribuição da União para o Fundeb crescerá de forma gradativa, nos próximos seis anos: começará com 12% em 2021; passando para 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; e 23% em 2026. Do total, cinco pontos percentuais serão destinados exclusivamente para educação infantil, sobretudo para garantir mais vagas em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 5 anos.

O Fundeb responde por mais de 60% do financiamento da educação básica. Além disso, 86% dos municípios brasileiros e 98% das cidades do Nordeste dependem do Fundo no orçamento da área. Sem ele, há cidades que só conseguiriam investir R$ 100 por aluno por mês, um valor irrisório. No ano passado, foram distribuídos R$ 156,3 bilhões à rede pública.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

27 DE JULHO – DIA NACIONAL DO MOTOCICLISTA

– Maranhão superou o 1 milhão de motocicletas, motonetas e ciclomotores. Os números de Imperatriz e Caxias, Açailândia e Santa Inês.

– Há os que maldizem o agente ou policial que multa. Mas a multa não é gerada por órgãos de trânsito e policiamento. Ela é gerada pela pressa, arrogância, sensação de impunidade, imperícia, negligência de quem conduz um veículo.

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Antes de você terminar de ler este texto, um motociclista terá morrido. É um morto a cada 90 segundos, no mundo. No Brasil, são 12 mil por ano, ou 33 motociclistas mortos a cada dia, quatro a cada três horas.

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) fez, em 2015, o estudo intitulado “Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras: Caracterização, Tendências e Custos para a Sociedade”, registra que foram gastos R$ 12 bilhões e 300 milhões com os acidentes de motos.

A morte de um motociclista paulista em 27 de julho de 1974 deu origem ao Dia Nacional do Motociclista.

No Maranhão e em Imperatriz, a motocicleta, o ciclomotor e a motoneta constituem a maioria dos veículos oficialmente existentes.

No Maranhão, são 1.019.787 motocicletas, motonetas e ciclomotores, que representam 60,44% do total de 1.687.248 veículos registrados no Estado.

Em Imperatriz, são 152.276 veículos, dos quais 82.782 são motocicletas, motonetas e ciclomotores – quase 55% (exatamente 54,36%) dos veículos registrados no município.

Em Caxias, existem 53.769 veículos, dos quais 40.272 (ou 74,89%) são motocicletas, motonetas e ciclomotores.

Em Açailândia, são 41.031 veículos, dos quais 24.001 (ou 58,49%) são motocicletas, motonetas e ciclomotores.

Em Santa Inês, são 32.685 veículos, dos quais 20.599 (ou 63,02%) são motocicletas, motonetas e ciclomotores.

Todos números atuais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão.

No passado, debati sobre essa realidade de veículos e mortes – por exemplo, em 2010, quando, a convite da Secretaria Municipal de Trânsito de Imperatriz (Setran), fui um dos instrutores dos cursos de atualização para os profissionais de táxis e mototáxis.

Nessas minhas palestras – “Ética, Cidadania e Meio Ambiente” – para cursos de taxistas e mototaxistas, em Imperatriz, chamei muito a atenção para um fato que é de conhecimento de todos: a extrema vulnerabilidade do piloto de motocicletas.

Seja motociclista, mototaxista, motofretista, motoboy, motoqueiro, todos correm muito perigo. Coloque no Google as palavras “moto” e “morte” sem aspas e você verá as fotos mais trágicas que documentam essa tragédia cotidiana que é andar sobre duas rodas motorizadas.

O trânsito precisa e depende de pessoas vivas e éticas: a ética do respeito ao outro, às leis de trânsito, ao bom senso (sobretudo em uma cidade como a nossa, onde a infraestrutura da área de Trânsito é, para dizer o mínimo, um desrespeito às necessidades desse setor).

Motoristas, motociclistas, ciclistas, carroceiros, pedestres... todas as pessoas e todos os veículos interdependem. Onde um erra, outro pagará – ou ambos pagarão.

Há os que maldizem o agente ou policial que multa. Mas a multa não é gerada por órgãos de trânsito e policiamento.

Ela é gerada pela pressa, arrogância, sensação de impunidade, imperícia, negligência de quem conduz um veículo.

Qualquer que seja o nível de automação de um veículo, este ainda dependerá de um cérebro humano que lhe dê voz de comando e início de circulação. Portanto, a multa é gerada pelo condutor, não pelo agente de trânsito.

O respeito ao trânsito, mais que uma forma de respeito ao outro, é uma forma de respeito a si mesmo, onde o bem maior que é preservado não é nem o veículo nem o dinheiro.

É a sua vida.

* EDMILSON SANCHES

(Texto publicado há oito anos, em 27/7/2012. Com atualizações.)

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, promulgou, nesta quarta-feira (26), a Emenda Constitucional (EC) 108/20 que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A medida amplia de 10% para 23% a participação da União no financiamento da educação básica e altera a forma de distribuição dos recursos entre os entes federados.

Para Alcolumbre, a emenda é uma das contribuições mais relevantes e de maior impacto social que o Congresso Nacional incorporou nos últimos tempos no patrimônio jurídico brasileiro. “Apenas um olhar especial para os nosso jovens e crianças poderá nos redimir como sociedade e nos justificar como nação”, disse.

Ele destacou a conciliação e comprometimento de deputados e senadores para assegurar a tramitação e aprovação da matéria. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em julho e, ontem (25), foi apreciada no Senado em primeiro e segundo turno, e aprovado por unanimidade. “Hoje, nós asseguramos na Constituição a perenidade da educação. A educação, que aguardava, há décadas, esse gesto do Parlamento brasileiro”, disse o senador durante sessão solene virtual.

O relator do texto no Senado, senador Flávio Arns (Rede-PR), pediu o mesmo comprometimento dos parlamentares para a regulamentação da emenda. “Que nós trabalhemos juntos, buscando esse diálogo, para chegarmos a um entendimento com ampla participação da sociedade. O Brasil precisa de educação. Na pós-pandemia [da covid-19], a educação tem que ser prioridade absoluta. É ela que vai melhorar a economia, a saúde e dizer o que será necessário na assistência social”, disse.

Política de Estado

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mesmo sabendo de todas as dificuldades pelas quais passa o orçamento público federal, os parlamentares chegaram a um valor que reafirma a importância da valorização e da melhoria da qualidade da educação.

“Quando nós decidimos que a educação é prioridade, que precisa de mais recursos, é uma decisão política de colocar mais recursos em uma área, sabendo que outras áreas terão menos prioridades”, disse Maia.

Por isso, para ele, o Congresso “precisa continuar votando as matérias que modernizam o Estado brasileiro”, como as reformas tributária e administrativas. “Para um país que tem uma carga tributária tão alta, a escolha é importante, e hoje fizemos a escolha pela educação, a escolha pelas nossas crianças”, ressaltou.

A relatora da proposta na Câmara, deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO), destacou a ampliação do Fundeb para o atendimento da educação infantil, reconhecida como passo fundamental para educação básica. “A cada 100 crianças, nós atendemos 36, em média, e mandamos para casa 64 crianças dizendo que o Brasil não consegue assegurar a sua educação”, disse, lembrando que, dos novos recursos que serão repassados pela União, 5% deverão, obrigatoriamente, ser dedicados à abertura de vagas e permanência de crianças na educação infantil.

Para ela, o texto da emenda reconhece e incentiva os profissionais da educação e se esforça para reduzir as desigualdades educacionais, “essencial para o crescimento do país”.

“Hoje, temos condição de, com políticas acertadas, atender e respeitar e valorizar esta educação que é tão importante para o nosso Brasil, que precisa e quer ter um novo momento do ponto de vista da economia. Não existe crescimento econômico, emprego, país rico, se a sua educação não garante a aprendizagem, se a educação não é boa, se seus profissionais não são respeitados”, disse a deputada.

Mudanças

O Fundeb foi criado em 2007, substituindo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), e perderia a validade no fim do ano. Ele atende à educação básica – do ensino infantil ao ensino médio – e representa 63% do investimento público em educação. Os recursos são destinados às redes estaduais e municipais, conforme o número de alunos matriculados.

A emenda aumenta de forma gradativa a participação da União no Fundeb passando dos atuais 10% até chegar, em 2026, a 23%, o que ampliará o investimento na educação do país de R$ 3,6 mil por aluno para R$ 5,5 mil por aluno. Caso o fundo não existisse, o investimento por aluno seria em torno de R$ 500.

A emenda constitucional também prevê o Custo Aluno Qualidade (CAQ) - um parâmetro de financiamento educacional - previsto no Plano Nacional de Educação (PNE). Esse parâmetro norteará a aplicação dos recursos educacionais.

São considerados itens necessários para oferta de uma boa educação, por exemplo, a formação continuada dos professores, o acesso à “internet”, a banheiros, à quadra de esportes, a laboratórios e à biblioteca. Entram na conta ainda dinheiro para pagar despesas com conta de luz e água, entre outras. O CAQ também visa garantir uma jornada de sete a dez horas para os alunos e o piso salarial para todos os profissionais da educação, mas dependerá de regulamentação.

A emenda traz, ainda, novos critérios de distribuição dos recursos do fundo. Esses critérios ampliarão em 54% o número de redes de ensino beneficiadas pela complementação da União e, consequentemente, o número de alunos atendidos pelo recurso federal.

Também será obrigatório a disponibilização de informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais do Fundeb por todos os entes federados.

(Fonte: Agência Brasil)

Aos poucos, as competições esportivas vão sendo retomadas após a parada forçada devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Neste fim de semana, a Praia de Iracema, no Ceará, será palco para a disputa da Fórmula Kite Ceará, um dos principais eventos de kitesurf do Nordeste. E o Maranhão vai estar muito bem representado pelo Time Fribal, equipe formada pelos kitesurfistas Socorro Reis e Bruno Lima – o Bruninho –, dois dos principais nomes da modalidade no Estado. A dupla é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

As disputas da Fórmula Kite Ceará vão começar no sábado (29) e prosseguem até domingo (30). Para os maranhenses, a competição tem tudo para ser bastante acirrada, principalmente devido à longa paralisação dos treinos durante o período de quarentena. Mesmo assim, os kitesurfistas do Time Fribal estão otimistas para conquistar bons resultados.

“As expectativas são as melhores possíveis. Treinei bastante a parte física durante a pandemia. Corri e pedalei muito e, quando houve a liberação para treinar no mar, aproveitei para treinar bastante. Vou dar o meu melhor e espero ficar numa colocação boa. Vamos para cima na Fórmula Kite. Tenho certeza de que o Time Fribal vai para cima. Vamos botar para esquentar na competição”, afirmou Bruninho.

Atual tricampeã brasileira de kitesurf e campeã Centro e Sul-Americana, a maranhense Socorro Reis chega à Fórmula Kite Ceará credenciada a subir ao pódio. A kitesurfista está confiante com seu desempenho nesta competição, que servirá de preparação para o Campeonato Brasileiro, em novembro.

“Durante a pandemia, tivemos de interromper os treinos e acabamos perdendo um pouco do ritmo. A competição vai servir pra gente voltar ao clima de disputa. Vão participar os melhores atletas do Nordeste e vai servir de preparação para o Brasileiro e para o Sul-Americano. Tenho um objetivo em mente e, para isso, é necessário dedicação, foco e disciplina. Vamos com tudo que a estrada é longa, mas a vontade de vencer e evoluir é maior. Só tenho a agradecer aos meus patrocinadores, em especial à Fribal, e a todos que acreditam em mim. Sempre caminharei dando o meu melhor”, disse a maranhense.

Antes da pandemia

Antes da pausa devido à pandemia, a dupla do Time Fribal colecionava resultados bastante expressivos à nível nacional e internacional. Nos Jogos Mundiais de Praia, competição realizada no Catar, Socorro Reis foi a única brasileira na disputa, em que teve bom desempenho ficando no top 10 em várias corridas, o que fortaleceu a kitesurfista para a sequência da temporada.

Em seguida, Socorro brilhou no Campeonato Brasileiro e levou o tricampeonato. Na mesma semana, a maranhense não deu chances às adversárias e sagrou-se campeã do Campeonato Centro e Sul-Americano, competição realizada em Praia Brava, em Itajaí, litoral norte de Santa Catarina.

Considerado a principal promessa do kitesurf maranhense, o jovem Bruno Lima foi muito bem no Campeonato Brasileiro, onde terminou o evento com resultados expressivos na categoria Kitesurf Hydrofoil: uma prata, um bronze e um quarto lugar.

No Campeonato Centro e Sul-Americano, Bruninho mostrou bastante evolução e terminou a disputa sendo o brasileiro melhor colocado. O jovem de 19 anos terminou o evento na quarta colocação.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

(Trechos do prefácio a “Louvação a Grajaú”, o livro que Sálvio Dino deixou inédito)

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(OBSERVAÇÃO PRÉVIA: Nas imagens, o advogado, historiador e escritor Sálvio Dino, à maneira da Velha Guarda intelectual, mas sem tecnofobia, está em sua máquina de datilografia marca Olivetti, em pleno trabalho de transposição das anotações e redação de seu discurso e futuro livro “Louvação a Grajaú”. A pedido de Sálvio Dino, Edmilson Sanches escreveu o prefácio, já aprovado por Sálvio, para o livro ainda inédito, por ele considerado seu “canto do cisne” [última obra]. O livro já está diagramado e foi impresso um exemplar, que Sálvio Dino recebeu e examinou no hospital. Alguns excertos do prefácio é o que se publica abaixo. As quatro ilustrações deste texto são fotogramas capturados por Edmilson Sanches de um curtíssimo vídeo feito por Soraida Nava, secretária de Cultura de Grajaú (MA), em visita ao ilustre grajauense Sálvio Dino, em sua residência em João Lisboa (MA), em junho de 2019. Sálvio Dino, falecido em 24/8/2020, era presidente da Academia Grajauense de Letras e Artes.)

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[...]

A obra maior torna grande o homem menor. Foi e é assim na Religião, na Política, na Economia...

Na Cultura, geralmente seus “construtores” não se (pre)ocupam com dimensões quilométricas e aparências nobilíssimas. Por exemplo, na Literatura, Camões precisou, só, de 34 – trinta e quatro! – exemplares iniciais de um livro de 20 centímetros – “Os Lusíadas” – para começar sua perpetuidade (do autor e da obra).

Nas Artes Plásticas, a imensurabilidade do gênio leonardesco coube direitinho em uma pintura – a “Mona Lisa” – de meros 77cm x 53cm, menos de um metro de altura e um pouco além do meio de largura... (E a gente é que fica pequeno frente à “Gioconda”, que reina absoluta entre as cerca de 40 mil peças em exposição, selecionadas entre as 400 mil do Museu do Louvre).

Como se sabe, o que tem essência não precisa ser grande e o que é essencial – com licença, Exupéry – sequer precisa ser visível aos olhos...

Mas se o talento humano pode acomodar-se tanto na tela de uma pintura quanto nas páginas de um livro ou nos “frames” de um filme, o ser humano precisa de mais espaço para si e, até, para a guarda, exibição e administração das “coisas” geradas, gestadas e geridas por seu talento. E assim – voltando ao início – constroem-se prédios, erguem-se edificações para servir também à Cultura. Como um prédio para uma Academia de Letras.

Das tradições que replicam e que proporcionam uma certa distinção (diferenciação, nobreza), as Academias literárias, em especial as ocidentais, do século XVII para cá, viram que não podiam seguir todas elas, todos os exemplos da instituição “mater” grega, como aquele em que a Academia ateniense, de Platão, se fazia, se dizia, existia, enfim, se realizava em espaço aberto e era distante, pelo menos topograficamente, da população (daí “aká-“, longe + “demos-”, povo – o que projetou uma imagem de afastamento elitista da Instituição acadêmica do comum do povo).

Ter um lugar – de preferência, um bom lugar – para chamar de seu (e de sede), com possibilidade de aproximar(-se) (d)o povo, esse tem sido sonho sonhado insonemente por gestores e membros de Academias por todo canto dos quatro cantos do mundo.

No mundo mais perto de nós, no Maranhão, em Grajaú, Sálvio de Jesus de Castro e Costa, o Sálvio Dino, vinha sonhando um sonho sem sono – vigilante, expectante. O advogado, jornalista, escritor, político (foi vereador, deputado estadual – orgulhosamente cassado – e prefeito duas vezes), pesquisador, orador e tudo o mais que as muitas Musas cantam, cheio de valores que, nele, mais altos e camonianamente se alevantam – ele, Sálvio, sabia do simbolismo e, sobretudo, da necessidade de uma sede para a mais representativa das Instituições culturais de Grajaú, terra mãe da Literatura sul-maranhense, ante o pioneirismo e talento de Manoel de Sousa Lima (1889-1941), grajauense que sabia escrever prosa e escandir versos e que sabia (de)cantar de seu pago os valores e primores que ele gonçalvinamente não encontraria em nenhuma outra parte.

Autor de dezenas de livros, cuja feitura tanto o afadigou e cuja leitura tanto o apraz, Sálvio Dino mantinha-se meninamente inquieto, juvenilmente disposto a realizar uma obra que, ele sabia, não dependeria só de sua mão e mente. Do “insight” ou da inspiração até à realidade de cada um de seus livros, o “modus faciendi” de Sálvio Dino é quase sempre presencial, realizando pesquisas, entrevistando pessoas, “sentindo” lugares e ambientes, garatujando anotações, verificando e reconfirmando informações. Sálvio foi, esteve, andou e, quando preciso, até nadou. Os livros de Sálvio, muitas das vezes, não são “Meninos, eu li”, mas, sim, timbiramente, “Meninos, eu vi!”

Nesse tempo todo, o Sálvio escritor alimentava, estimulava o Sálvio gestor, aliás, experiente gestor, desde a administração de coisas e causas da Advocacia, do Direito e da Justiça até a presidência de Entidades e chefia de Poder Executivo e condução dos destinos de uma cidade. O acumulado dessa “expertise”, direcionado à realização de uma obra para além da celulose e tinta gráfica, só poderia dar no que deu.

[...]

Mas foi quando Sálvio Dino adentrou na História e Cultura de Grajaú que a população e os convidados se extasiaram. Nada como falar – bem – da própria terra na própria terra. Falar das coisas e causas que todos, presume-se, conhecem. Nada como, com motivos, ufanar-se dos próprios pagos. Versejar do começo ao fim com Bilac, dodecassilabicamente: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! / [...] imita na grandeza a terra em que nasceste!”

E Sálvio Dino disse e redisse com fé, orgulho, grandeza e amor. Ele foi grande... porque é grande.

Sálvio não fez apenas um discurso. Fez um cântico.

Entoou um hino.

Rendeu um tributo.

Bendisse uma louvação à sua cidade. Louvação a Grajaú.

Um litúrgico glória.

Sálvio Dino escreveu com imagens e desenhou com palavras.

Cultivou a História e historiou a Cultura.

Deu-nos de presente o Passado e também nos presenteou com o Futuro.

Passado, Presente, Perspectivas.

Lembranças e Esperanças.

Para o pesquisador, estudante e professor, jornalista e escritor, o discurso salviano traz rica Onomástica, onde viceja mais de uma centena de nomes próprios, que nos leva do “A” de “Abrão” ao “Z” de “Zé” e nos envolve com intelectuais sofisticados daqui e d’além-mar e com representantes do povo simples como a fazedora de bolos e o foguista de lancha [...].

[...]

Grajaú, naquela noite sabática de julho de 2019, em vez de uma, ganhou duas obras: uma entrava pelos olhos, pela beleza das linhas arquitetônicas; a outra, entrou-nos pelos ouvidos, pela suntuosidade do Verbo e pela majestade do Orador. Não é sem razão que o livro bíblico de João sentencia que “no princípio era o Verbo” e que este se fez carne; e, em um grande discurso, a carne, o homem, quando fala, novamente se faz verbo.

Se quiser ser grande, faça algo maior – disse-o no início.

A obra física, a sede da Academia Grajauense de Letras e Artes, será grande por muito tempo.

Já o discurso de Sálvio Dino, será grande todo o tempo.

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Grajauenses, eis uma declaração de amor à sua terra.

Outros leitores, eis uma demonstração de louvor à História e à Cultura.

Em ambos os casos, o zelo pelos fatos e pela forma de escrevê-los.

Porque Sálvio Dino, advogado, legislador – conhece a letra das Leis.

Porque Sálvio Dino, jornalista, escritor – conhece a lei das Letras.

Louvado seja.

* EDMILSON SANCHES

Chegou quarta-feira... E o BLOG DO PAUTAR trazendo o projeto LITERATURA MARANHENSE... Aproveite a oportunidade... Boa leitura!

Já são poucos os índios no solo do Brasil; não vamos acabar com eles também na gramática.

(Do livro, inédito, “Banho de Língua”, de Edmilson Sanches)

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Tempos atrás, li em seção de erros de um jornal a observação de que nomes de tribos indígenas não têm plural. O jornal, pressurosamente, se penitenciava de erro cometido em manchete principal de uma de suas edições.

Não. Nesse caso, ao colocar o nome “guajajaras” no plural, o jornal não errou. Quando devidamente adaptadas à nossa grafia e, até, legitimadas pelo hábito, as palavras procedentes de um idioma que não seja o português são flexionadas de acordo com a nossa língua. Tanto é que não dizemos ou escrevemos os plurais da língua latina – na farta exemplificação de Napoleão Mendes de Almeida, em seu “Dicionário de Questões Vernáculas” – “os 'mapae mundi'”, “os ‘onera’ do processo”, “os ‘veredicta’”. Dizemos e escrevemos “os mapas-múndi”, “os ônus do processo”, “os veredictos”.

Há uma “Convenção para a Grafia de Nomes Tribais”, quase setentã, estabelecida, em 14 de novembro de 1953, pela Associação Brasileira de Antropologia. A convenção é criticada por alguns antropólogos. O documento fixa grafia maiúscula para os nomes das nações/povos indígenas e ausência de plural. Há os que observam que a notação maiúscula é só importação do costume da Língua Inglesa, que escreve em caixa-alta a letra inicial daqueles nomes. Outros, inclusive o antropólogo Julio Cezar Mellatti, falam da pretensão dessa convenção de talvez querer “constituir-se numa nomenclatura científica para as sociedades indígenas, como se fossem espécies animais e vegetais”.

Nas duas edições que tenho do “Mapa Etno-histórico de Curt Nimuendaju” (1981 e 1987, do IBGE), embora a imensa maioria de nomes grafados no singular, registram-se diversos com o plural: botocudos, ocren-sacracrinhas, emerillons (do grupo tupi-guarani), rodellas (também chamados tuxás) etc.

A explicação para o uso de maiúscula e o não uso de plural teria a ver com o fato de, embora não sendo ou não tendo um país nos termos da cultura “branca”, os indígenas referem-se a si mesmos como uma nação, como se um país fossem – e nomes de países grafam-se no singular, na maioria dos casos: Brasil, Argentina...

É a tal coisa. Certa vez, em Fortaleza, em um encontro sobre Língua Portuguesa, fiz um questionamento ao professor Napoleão Almeida sobre a não existência da palavra “extraordinariedade” (pois existe “contrariedade”, “temporariedade” etc.). Ele disse-me para usar o bom senso. Observei-lhe que, em relação ao uso da Língua, se prevalecer a regra do bom senso, correremos o risco de ter idiomas individuais. Ele concordou.

Tal se dá a respeito do plural dos nomes de origem indígena já aportuguesados. Estou com a tese e a prática de que sobre eles devem recair as normas que disciplinam o uso correto da Língua Portuguesa. Caso contrário, abre-se a possibilidade de ocorrerem tantas exceções ou “usos particulares” quantas forem as instituições humanas. Agora, se o governo brasileiro oficializar, via Academia Brasileira de Letras ou instituições, órgãos e processos legais, passando o nome de tribos indígenas a não ter plural, eu seguiria sem problema. Se permanecessem em todos os casos apenas no singular, os nomes de nações/povos/tribos indígenas passariam a ser um substantivo “singulare tantum”, que é aquele que só se escreve no singular, em contraposição aos substantivos “pluralia tantum”, que são escritos só no plural (por exemplo, núpcias, exéquias).

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De outra feita, também há tempo, nossos melhores jornalistas, nossos maiores jornais e revistas colocaram em pauta quase permanente os muitos problemas e a nenhuma solução que afligiam os índios ianomâmis.

Se eu ficava intrigado com a omissão criminosa do governo, também me intrigava o fato de a Imprensa quase nunca escrever ou pronunciar no plural a palavra “ianomâmi” – que, aliás, também é esquecida por alguns de nossos dicionários.

Gramáticos, dicionaristas e escritores consultados sempre dão plural para os nomes de tribos e nações indígenas. Afinal, pronunciamos e escrevemos timbiras, tupis, tapuias, guaranis, nhambiquaras e txucarramães. Por que não “ianomâmis” e, também, “guajajaras”? A grafia é boa, o ouvido não reclama de cacofonia... então, por que não?

Escreve Napoleão Mendes de Almeida: “Unicamente quando inadaptável ao vernáculo, quando de terminação estranha às nossas, é que certas palavras obedecem para o plural às regras do idioma de que procedem”.

Meu conterrâneo de Caxias Gonçalves Dias, que conhecia os índios e sua língua, e escreveu sobre eles e ela, inclusive um dicionário, intitulou “Os Timbiras” a uma de suas obras. Veja-se, no “Dicionário Aurélio”, o verbete “timbira”: “Indivíduo dos timbiras, grupo oriental das tribos indígenas jês setentrionais”.

Timbiras... jês... tudo no plural.

Em 1954, Nunes Pereira (antropólogo, ictiólogo, veterinário, para nosso orgulho, maranhense e que vivia enfiado, morando ou pesquisando, na Amazônia) publicou, no Rio de Janeiro, o livro “Os Índios Maués” – plutal.... “Maué” ou mawé é forma reduzida de sateré-mawé.

Taunay e Von Hering, em épocas distintas, deram título e plural para os trabalhos sobre “Os Guaianãs” (viviam entre o Paraná e o Uruguai) e “Os Caingangues” (grupo indígena dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e – observe-se os plurais – “são chamados, também, em parte, ‘coroados’, ‘camés’ e ‘xoclengues’” (com destaques nos nomes, no original).

José Augusto Caldas escreveu, há quase um século, o “Vocabulário da Língua dos Bororos-Coroados” (os bororos são índios do Mato Grosso, e os coroados são sua família linguística). Como se vê e lê, também no plural.

Os exemplos se avolumam. Na “Enciclopédia Barsa” (1997, volume “Datapédia e Atlas”, pág. 11): “(...) os índios cambebas”.

Na “Enciclopédia Ilustrada do Conhecimento Essencial” (1998), do Reader’s Digest, página 195: “A tradicional imagem dos índios norte-americanos, com ornamentações na cabeça, o arco e a flecha, baseia-se nas tribos indígenas das planícies, como os sioux, os cheyennes e os crows”. Tudo no plural...

Está-se vendo: até em inglês faz-se o plural. Estamos em boa companhia...

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Os índios eram três milhões no Brasil, em 1500. Pelas vias das doenças e violências várias, teriam sido reduzidos para algo em torno de duzentos mil. Ou seja, considerados, estaticamente estatisticamente, apenas esses números, extinguiram-se 2 milhões e 800 mil índios – 560 mil por século, 5.600 a cada ano, mais de 15 índios mortos ou morrendo todo dia.

Podemos concluir: Em todo o mundo, os índios, tanto na grafia quanto na sobrevivência, são uma questão plural.

Já são poucos os índios no solo do Brasil; não vamos acabar com eles também na gramática.

* EDMILSON SANCHES

P. S. – Falando em índio e indígena, vale lembrar que a grafia correta é “aborígine”, com “i” depois do “g”, e não “aborígene”, com “e”. A palavra vem do latim “ab origine” (“de origem”); portanto, nada a ver com “indígena”. Esta, etimologicamente, tampouco tem a ver com “índio”: a palavra “indígena” vem do latim “indigena”, que é formado de “inde” (significa “dali”) e “gena” (“gerado”), ou seja, “indígena” significa “do lugar”, aquele gerado no lugar. O substantivo “índio”, sim, vem do nome do país Índia, nome cuja origem passa pelo latim e grego, com o significado de “o rio Indo”, e, ainda, pelas línguas persa (“hind”) e zenda (“heñdu”) e, mais remotamente, chega ao sânscrito “sindhu”, com o significado de “rio”. Ainda hoje, na Índia, há uma região de nome Sindh, onde está o Rio Indo.

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(Texto escrito na década de 1980, com atualização ortográfica e algumas inserções).

Fotos:
Capas de livros com títulos de nomes tribais no plural. (Também há outras obras com nomes tribais no singular...).

Com o objetivo principal de auxiliar e capacitar os pré-candidatos que disputarão as eleições municipais deste ano, o Democratas Maranhão promoveu, na noite dessa segunda-feira (24), o Seminário para Pré-Candidatos – Eleições 2020. Contando com a participação do presidente estadual da legenda, deputado Juscelino Filho, e dos deputados estaduais Andreia Rezende, Neto Evangelista e Paulo Neto, o seminário discutiu temas relacionados ao pleito de 2020, como a realização das convenções, registro de candidaturas, prestação de contas e propaganda eleitoral na “internet”.

“Por saber desse momento importante na vida dos nossos pré-candidatos, que estão se organizando para as eleições, percebemos que ainda há dúvidas sobre as convenções, sobre o que pode e não pode na campanha, nos registros de candidatura, na propaganda. Nossa intenção é que todos tenham mais conhecimento das regras do processo eleitoral. O partido viu essa necessidade e se organizou para realizar o seminário. Essa capacitação vai refletir no fortalecimento do Democratas e em coisas boas para o Maranhão”, destacou o presidente do DEM-MA, deputado Juscelino Filho.

Os cinco temas centrais do seminário (Convenções Partidárias, Registro de Candidaturas, Representações e Impugnações, Prestação de Contas / Financiamento e Propaganda Eleitoral na Internet) foram explanados por uma equipe de advogados eleitoralistas renomados Márcio Coutinho, Aidil Carvalho, Eduardo Gomes, Thibério Cordeiro e Bertoldo Rêgo.

“Uma grande honra participar do seminário que o Democratas Maranhão ofereceu aos nossos pré-candidatos e pré-candidatas. Temas de extrema relevância para a preparação e fortalecimento de todos no cenário eleitoral que se aproxima. Como presidente do DEM Mulher aqui no Maranhão, tenho certeza que nosso partido irá surpreender com bons números, mas, principalmente, com boas propostas para o Estado”, disse a deputada Andreia Rezende.

“A discussão dos importantes temas colocados serviu como preparação para que o pré-candidato, ou candidato, tenha as noções básicas no tocante às convenções partidárias, registros de candidaturas, representações e impugnações eleitorais, prestação de contas de campanha e propaganda eleitoral na ‘internet’. O Seminário organizado pelo partido Democratas se mostrou mais do que oportuno, apresentou-se necessário”, explicou o advogado Márcio Coutinho, um dos palestrantes convidados do seminário.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Oswaldino Marques, do acervo do professor e escritor Antônio Miranda

Oswaldino Ribeiro Marques nasceu em São Luís do Maranhão, em 17 de outubro de 1916, e faleceu em Brasília (DF), em 13 de maio de 2003. Abriu seu caminho a golpes de tenacidade e mercê de inquebrantável adesão aos valores da inteligência. “Se não fosse escritor, gostaria de ser matemático ou físico nuclear”, dizia convicto com as exigências que tinha consigo.

Ao falar-se de Oswaldino é bom que se diga qual foi o ponto de ligação que houve entre sua geração maranhense de 30, com os ecos da “Revolução de Arte Moderna de 22”, e é justamente sobre isso que o escritor Rossini Corrêa em seu belo livro “Atenas Brasileira – A Cultura Maranhense na Civilização Nacional”, Thesaurus Editora, Brasília, 2001, à pág. 187, nos diz: “O ambiente cultural ludovicense não foi contemporâneo do eixo construtor do Modernismo brasileiro, na década de 20: “os revoltosos assustam no Maranhão”, reconheceria Odylo Costa, filho. Sem movimentos, sem manifestos, sem revistas, sem articulação interativa e sem livro-marco de reconvenção estética inserto na moderna história literária do Brasil. São Luís, na realidade, ficou à revelia do itinerário imediato de expansão da mudança modernista em curso no país. São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, sim. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas, também. No Pará, menos. No Maranhão, não. Se alguns poucos sonharam em ensaiar a luta renhida, perderam a batalha que, em visão crítica, não vingou em terras gonçalvinas. O principal modernista maranhense, jovem da década de 20, foi Nunes Pereira, uma espécie de Raul Bopp fugindo do passadismo, que estava diante do seu mestre Mário de Andrade, em Natal, vindo de Belém, onde frequentara tertúlias peripatéticas. E, no Maranhão, nada de Nunes Pereira”.

Avesso às academias e a ciclos literários, Oswaldino Marques, não sei por que, cargas d’água, pertenceu ao “Cenáculo Graça Aranha”, ao lado de alguns dos seus mais legítimos companheiros da geração de 30, como Josué Montello, Franklin de Oliveira, Manuel Caetano Bandeira de Mello, Amorim Parga, José Erasmo Dias, Sebastião Corrêa, Paulo Nascimento Moraes, Ignácio Rangel e outros, “a buscar o sonhado caminho” apregoado pelos cânones do Modernismo de 22, o qual no Maranhão, como se viu, foi “febril e transitório, enquanto que, para o ideal de glória da mitológica tribo timbira, sempre a eternidade foram deusa e rainha sedutora”, como nestes versos do próprio Oswaldino Marques: “E sinto quanto mais contraditória / é a fortuna de minha realidade: / ter por órbita a vida transitória / e em torno a mim só ver eternidade”.

Não procuraram e nem acharam ideia modernista nenhuma. Sobre o “Cenáculo Graça Aranha”, é Josué Montello que nos diz: “Éramos românticos e não sabíamos. O Cenáculo não publicou livros, não promoveu conferências, não empossou nem enterrou ninguém. Na verdade, pensando bem, foi uma bela ficção. Cada um de seus membros fundadores tomou rumo próprio, ficando em São Luís ou dali saindo. Tão completa foi a sua extinção que dele não restou o livro de atas, nem o álbum de recortes. Apenas uma tabuleta”.

Em 1936, Oswaldino zarpa de navio pra o Rio de Janeiro, onde já lá estavam Montello, Franklin e Bandeira de Mello. Na velha capital, o mais tarde tradutor de Whitman, se torna um dos fundadores da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde trabalhou como bibliotecário e tradutor, tendo sido um dos responsáveis pela divulgação da poesia moderna estadunidense no Brasil. Em 1965, mudou-se para Brasília, como servidor do Ministério da Educação, transferido do Rio de Janeiro. Por concursos, assumiu a cátedra de Teoria da Literatura na Universidade de Brasília (UnB). Com as implicações políticas no Brasil, o mestre Oswaldino, a trilhar pelos caminhos do marxismo, foi demitido do cargo, autoexilando-se nos Estados Unidos, onde foi professor visitante das literaturas portuguesa e brasileira, na Universidade de Madison, Wisconsin.

Algum tempo depois, em 1991, via anistia, foi reintegrado à UnB pelo reitor Cristovam Buarque. Oswaldino Marques era por temperamento retraído e viveu os últimos anos praticamente isolado em seu apartamento em Brasília, onde dedicava seus dias à leitura e a ouvir músicas. Quantas vezes, a seu convite, participei desses momentos silentes ao seu lado, entre clássicos e músicas de câmera de sua predileção, a degustar, por vezes, um delicioso “mingau de milho”, à moda maranhense, que, em outras plagas, chamam de “canjica”, preparado por Maria do Carmo, sua mulher. Infelizmente, Oswaldino se dizia ateu, mas não por isso, mas por outros, “caprichos”, deixou registrado em cartório, que não desejava qualquer tipo de cerimônia religiosa quando de seu sepultamento, nem discursos, e nem flores, e nem velas, o que foi seguido à risca por sua mulher e seus filhos, o gravador Igor Marques e o também escritor Ariel Marques.

Sintamos o quanto o Padre António Vieira tinha razão quando proferiu o seu famoso sermão a “Quinta Dominga da Quaresma” ou “Sermão das Mentiras”, Rossini Corrêa [Op. cit. p. 224], diz assim: “Tribo conflitada e desunida a maranhense, que, no passado, falava mal de si às escondidas, como Humberto de Campos a comentar livro de Coelho Netto, no “Diário Secreto”: “Recebi um livro de Coelho Netto. É um punhado de crônicas de jornal, em que seguem os lugares-comuns, se sucedem as expressões banais, os termos de gíria, as frases feitas, compondo páginas sem relevo, sem interesse, sem beleza, uma grande piedade, um grande dó...” [...] Atualmente, porém o duelo travado em terra estranha é público e notório, à faca peixeira, com fratura exposta, massa cerebral perdida, hemorragia desatada e de vísceras caídas por terra, como o servido em Brasília-Rio, por Oswaldino Marques e por Josué Montello. Combate, este, que inspirou ao primeiro a corrosiva e inédita produção poética, que substitui, em sua concisão, todo um banquete psicanalítico. Em: “Autoepitáfico”– “Oswaldino aqui jaz./ De vezo polêmico, / índole indomada. / Zero contumaz / na vida foi nada / nem mesmo acadêmico”.

O que Rossini Corrêa atiça acima esmiúço abaixo, como ilustração a este dedo de prosa, e para que o leitor entenda melhor essa “luta corporal” que em nada espantaria Ferreira Gullar: Oswaldino e Josué foram colegas no Liceu Maranhense por todo o curso de humanidades; tinham precisamente a mesma idade; ambos intelectuais de fina estirpe; Oswaldino foi “eminência parda” de Montello quando este exerceu a direção da Biblioteca Nacional, mas, infelizmente, um pelo outro nutria uma “rezinga figadal”, uma coisa talvez explicada pela “reencarnação”. Oswadino era terno e generoso em gestos e delicadezas, mas, quando se apoquentava, por qualquer coisa, perdia as estribeiras, sem medir consequências e sem economizar adjetivos, o mesmo acontecendo com Josué Montello, o que fazia dos dois, apesar de adversos, mais que semelhantes. Um belo dia, pela década de 80, um “Macunaíma” qualquer, à guisa de fuxico, o instigou em relação a um “disse me disse” que Josué Montello houvera verbalizado sobre sua pessoa, o que, na linguagem cibernética de hoje, seria traduzido como “fake news”. Pelo sim, pelo não, Oswaldino surtou com que ouvira do “herói sem nenhum caráter” e foi às pressas para o “Correio Brasilienze” onde abriu as ferramentas contra Josué, num artigo intitulado “Desmontele-se”, o que, imediatamente, o autor de “Os Tambores de São Luís” respondeu pelo “Jornal do Brasil” ao tradutor de Blake, num outro artigo, intitulado “Arquive-se”. Foi uma “batalha romanesca e ensaística” espetacular, o que me faz rir até hoje quando as leio; guardei esses artigos comigo, de duas páginas inteiras cada um, devidamente catalogados em hemeroteca; são duas preciosidades literárias, que em matéria de “insultos em alto estilo” nada existe semelhante em língua portuguesa, nem mesmo os terríveis epigramas trocados por Bocage e Caldas Barbosa na velha Arcádia Lusitana, ou as farpas trocadas entre Alexandre Herculano e seus “indesejados” colegas da Torre do Tombo. Uma maravilha de briga literária!

De sua extensa bibliografia, eis alguns livros e antologias de Oswaldino Marques: “Poemas quase dissolutos”, 1946; “Cantos de Walt Whitman”, 1946; “O poliedro e a rosa”, 1952; “Cravo bem temperado”, 1952; “Usina de sonho”, 1954; “Videntes e sonâmbulos”, 1955; “Poemas famosos da língua inglesa”, 1956; “A seta e o alvo”, 1957; “Ensaios escolhidos”, 1968; “O Laboratório Poético de Cassiano Ricardo”, 1976; “A dançarina e o horizonte”, 1977, “Livro de sonetos”, 1986.

“[...] Em seus poemas, onde a beleza formal jamais se afasta da substância, em seus ensaios críticos, onde a arguta percepção está informada do mais dignificante calor humano, em suas traduções exemplares, [William Blake, Walt Whitman, T.S. Eliot] onde a fidelidade ao espírito criador original não está contida pela inevitabilidade da redução, sendo antes recriações válidas e autônomas, o escritor maranhense oferece generosamente o melhor de si [...] “A sensualidade de nossos trópicos se torna evidente mesmo quando os temas são aparentemente intemporais e forâneos”, disse dele o amigo e editor Ênio Silveira.

Escutemo-lo, em seguida, em “A dançarina e o horizonte”: “Em luz resplandeceu minha palavra / e se fez sol interior, mental: / sob seu calor agora torno à lavra / dos campos da sintaxe e do real”.

Por fim, ouçamo-lo neste “Homo sum”, enfeixado em “Poemas quase dissolutos”: “Há nos meus ombros vestígios de asas, / Guardo zeloso uma rica herança de voos; / Não esqueci, de todo, os segredos da levitação, / E me vanglorio de flutuar ainda como leve paina no espaço! / Tem sua obscura razão este ingênuo amor pelas nuvens, / Esta infantil ternura pelas franzinas borboletas, / E o orgulho de atirar o rosto para as estrelas. / Mas, ai! apalpo no meu cóccix também uma cauda atrofiada, / Que em vão dissimulo e dissimulo com meu enganador manto celeste. / Besta e anjo — um meridiano me corta em zonas de luz e treva, / De um dos meus lados nasce a aurora, / O outro é a úlcera de onde jorra a noite. / Ai! Que desgraça ser o antípoda de si mesmo! / Viver se despenhando em violentas diagonais de contradições. / A mão pura e a impuras pendentes do mesmo tronco. / O olho cego e o são coexistindo na mesma face. / O lábio podre e o eterno modelando estranhas palavras híbridas”.

A última vez que conversei com Oswaldino Marques, não preciso quando, foi no gabinete em que dividia com Herberto Sales a direção do Instituto Nacional do Livro (INL) em Brasília. Tenho saudade de sua generosidade e de suas colocações discursivas, sempre em altíssimo nível. Ele foi, repito, um querido amigo e um escritor que honra a Literatura Brasileira!

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.