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LÍNGUA PORTUGUESA: dicas e exercícios 39

Vamos, neste domingo, lembrar um assunto bem interessante (espero!): o uso dos ARTIGOS.

Será que os ARTIGOS são necessários?

Dicas gramaticais
Uso dos ARTIGOS
Nas chamadas, a tendência do jornalismo é suprimir os artigos, sobretudo os definidos. Há situações, entretanto, em que os artigos definidos são obrigatórios:

1 – Mudança de sentido:
“Foi flagrado em prédio da Prefeitura de São Luís” é diferente de “Foi flagrado no prédio da Prefeitura de São Luís”. No primeiro caso, a prefeitura tem, pelo menos, dois prédios; no segundo, apenas um.

2 – Nomes de pessoas:
Embora seja um caso facultativo, o melhor é evitar o uso do artigo: “A carreira de Neymar está ameaçada” (e não “do Neymar”); “A administração de Roseana...” (e não “da Roseana”). A presença do artigo definido antes dos nomes de pessoas dá um caráter de intimidade.

3 – Nomes de cidades:
São poucos os que exigem artigo: o Rio de Janeiro, o Porto, o Cairo, o Havre... Quando o nome da cidade é caracterizado por alguma expressão, o artigo se torna obrigatório: “O apresentador passou a infância na pacata Dois Córregos”. Com Recife, o artigo é optativo: “Choveu muito em/no Recife”.

4 – Nomes de Estados brasileiro:
Os que não admitem artigo são: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Com Alagoas e Minas Gerais, o artigo é optativo, mas o melhor é usar sem artigo. Os demais Estados brasileiros exigem o artigo.

5 – Nomes de países:
Em geral, pedem artigo: o Peru, a Itália, o Brasil, a Argentina, o Chile, a Venezuela, o Uruguai, a Bolívia, o Paraguai, a Espanha, o Gabão, a Alemanha etc. Mas não são poucos os que rejeitam o artigo: Cuba, Marrocos, Israel, Angola, Moçambique, Andorra, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Portugal, São Marino etc.

6 – Pronomes possessivos:
O artigo é optativo. Em textos jornalísticos, prefere-se sua omissão: “O governador afirmou que a questão está na mão de seus assessores”; “O treinador disse que seu esquema tático depende do adversário”.

Atenção:
No caso de frases comparativas, em que se subentende a segunda ocorrência do substantivo, o artigo é obrigatório antes do pronome possessivo: “O esquema tático dos argentinos foi melhor do que o nosso”.

7 – Enumerações de substantivos que exigem artigo:
O artigo é obrigatoriamente repetido: “Neste semestre, o presidente visitará a Espanha, a Itália, o Peru e o Chile”; “O Flamengo precisa derrotar o Vasco, o Palmeiras e o Corinthians”.

8 – Adjetivo no superlativo:
O artigo é obrigatório: “A atriz será operada por Ivo Pitanguy, o cirurgião plástico brasileiro mais conhecido no exterior” (e não “Pitanguy, cirurgião plástico brasileiro mais conhecido no exterior”).

9 – Com horário:
O artigo é obrigatório: “As lojas do ‘shopping’ ficam abertas das 10h às 22h” (e não “de 10h a 22h”). A ausência do artigo muda o sentido. No segundo caso, acaba-se informando o número de horas de funcionamento das lojas.

10 – Uso exagerado do artigo indefinido:
O artigo indefinido muitas vezes é usado inutilmente: “O prefeito afirmou que no mês que vem encaminhará à Câmara um outro projeto de lei”; “Para ficar no Flamengo, o técnico exigiu um aumento salarial”. Basta dizer que o prefeito apresentará outro projeto de lei e que o técnico exigiu aumento salarial. Uma boa maneira de evitar esse abuso é verificar como fica a frase sem o artigo indefinido. Se não fizer falta, deve ser eliminado.

Teste da semana:
Assinale a opção que completa, corretamente, a frase abaixo:
“Ainda __________ furiosa, mas com __________ violência, proferia injúrias __________ para escandalizar os mais arrojados”.
(a) meia / menas / bastantes;
(b) meia / menos / bastante;
(c)meio / menos / bastante;
(d) meio / menos / bastantes;
(e) meio / menas / bastantes.

Resposta do teste: Letra (d).
A palavra MEIO, quando se refere a um adjetivo (= furiosa) e significa “mais ou menos, um tanto”, é advérbio de intensidade. Isso significa que é invariável: “Ela estava MEIO furiosa”. A forma “menos” não existe, por isso “MENOS violência”. E a palavra BASTANTE, quando significa “suficiente”, é adjetivo e deve concordar com o substantivo a que se refere: “injúrias bastantes” = injúrias suficientes.