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Museu da Língua Portuguesa

No Dia Mundial da Língua Portuguesa, os números chamam a atenção. Mais de 260 milhões de pessoas falam Língua Portuguesa, de acordo com o Instituto Camões. E o português é o quarto idioma mais usado no mundo, perdendo apenas para o mandarim, inglês e espanhol, sendo a língua oficial de nove países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, e de Macau. 

Normelio Zanotto, especialista em Língua Portuguesa, destaca a relevância de celebrar esta data. 

“Celebrar a Língua Portuguesa é até um dever cívico nacional e internacional. Veja bem que a língua nos representa. Como dizia Ludwig Wittgenstein, ele dizia que nós somos o que é a nossa língua, ou seja, um mundo, o nosso mundo é representado pela língua. E celebrar esse grande bem imaterial nosso é dever”.  

Até chegar ao ponto atual, a língua portuguesa passou por diferentes locais, apropriações e mudanças. Para transportar o leitor por essa história, está em cartaz neste fim de semana, na Caixa Cultural Brasília e Sesc Vila Mariana, em São Paulo, a peça “Meu Bairro, Minha Língua – O Concerto”, dirigida pelo artista Vinicius Terra.

No espetáculo, uma mistura do português tradicional com as palavras das ruas e periferias urbanas, que ressignificam a língua. E um debate sobre anseios, mazelas, reparações históricas, sonhos e necessidades que atravessam os mares e nos aproximam uns dos outros em cada ponta lusófona. Vinicius Terra destaca alguns dos principais pontos da peça, que conta com artistas indígenas, lusitanos, e que têm a raiz na diáspora africana. 

“Esse espetáculo musical tem vários momentos, desde o pensamento da história mesmo, pensando em como é tratada a história, e mesmo como a gente pode ressignificá-la sob o ponto de vista destes artistas, dos seus bairros de origem, entendendo que cada palavra é uma memória afetiva, e como de repente alguém de um bairro periférico, por exemplo, de Lisboa, pode ter os mesmos anseios e necessidades do seu contemporâneo vivendo em uma periferia lusófona, ou no Rio de Janeiro, por exemplo”. 

Ele também reforça a importância de abordar o tema. 

“Abordar esse tema é pensar cada vez mais como nós nos conectamos tendo a língua portuguesa como esta ferramenta de conexão entre os países. Pensar como conseguiremos cada vez mais, a partir desta data, que é o Dia Mundial da Língua Portuguesa, celebrar e repensar o futuro lusófono”. 

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi estabelecido, em 2019, pela Unesco para celebrar a identidade linguística em toda a comunidade dos países de língua portuguesa. Foi comemorada, pela primeira vez, em 2020 e procura constituir um meio de celebração da língua e da sua dimensão crescentemente global, refletindo e dando voz à multiplicidade de vozes que a compõe e que constitui um dos seus traços fundamentais.  

Outro objetivo da data é afirmar a língua portuguesa enquanto língua global de ciência, cultura, economia, diplomacia e paz. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Centro Cultural da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) inaugurou, nesta sexta-feira (5), a exposição Nuances de Brasilidade: Repertório, que reúne obras de 14 artistas brasileiros ou naturalizados, pertencentes a quatro coleções particulares. A entrada é gratuita. A mostra ficará aberta ao público até o dia 16 de setembro, com funcionamento de terça-feira a sábado, das 10h às 18h.

Para essa exposição, a curadora Cecília Fortes recorreu a obras de colecionadores particulares do Rio de Janeiro, que permitiram a seleção das peças. “A ideia de trabalhar com obras de coleções particulares foi justamente para a gente poder dar oportunidade de mais pessoas verem esses trabalhos. Porque, como eles são de coleções particulares, acaba que um público restrito tem acesso a essas obras. E a obra de arte atinge sua potência máxima no contato com os espectadores. Quanto mais gente puder ver a obra, mais ela reverbera”, garantiu a curadora.

Os colecionadores preferiram não se identificar. “Mas são amantes das artes, comentadores”. Segundo Cecília, o grande desafio para montar a exposição foi pensar qual seria o fio condutor, isto é, a narrativa que uniria peças de diferentes coleções que têm diferentes personalidades. Foram selecionadas, então, obras de artistas brasileiros, alguns naturalizados brasileiros, incluindo desde ícones das artes visuais até jovens talentos. “Essa é uma das nossas diretrizes. A gente vem sempre trabalhando com artistas nacionais e unindo artistas renomados com jovens talentos, que é uma forma de dar visibilidade para quem está adentrando à cena artística também”.

Brasilidade

Foram selecionadas obras que abordam o conceito de brasilidade em três vertentes. A brasilidade das obras pode ser percebida seja por meio do tema escolhido; pelos materiais escolhidos para a produção daquela obra; e, finalmente, pela influência da cultura local e da natureza no autor daqueles trabalhos. “Daí, o título da mostra ser Nuances de Brasilidade: Repertório, porque acaba que a gente tem ali um repertório amplo de obras e perfis variados, mas que têm como traço em comum essas nuances de brasilidade”, explicou a curadora.

Entre os artistas participantes, estão Abraham Palatnik, Emanoel Araújo, Ernesto Neto, Frans Krajcberg, José Bechara, Kilian Glasner, Luiz Braga, Luiz Zerbini, Mario Cravo Neto. Miguel Rio Branco, OSGEMEOS, Rubem Valentim, Santídio Pereira e Wagner Malta Tavares.

Esta é a terceira mostra de arte apresentada no Convento do Carmo, prédio histórico situado na Praça XV, região central da capital fluminense, que foi restaurado pela PGE-RJ e reaberto ao público em maio de 2022.

Conhecendo arte

Cecília Fortes comentou que o interessante é que, muitas vezes, as pessoas passam no local e se interessam em visitar o edifício histórico. “São pessoas que não são, necessariamente, conhecedoras de artes visuais. Mas a gente tem a preocupação de colocar ao lado de cada obra um breve descritivo, seja do trabalho ou da trajetória do artista. A nossa proposta é ser uma porta de entrada para quem ainda não é tão entendedor de artes visuais poder se aproximar. Tirar aquela barreira de que o público que gosta de arte tem que ser culto ou acadêmico, ou que tenha possibilidades financeiras de ser um colecionador. A gente quer trazer arte para um público que, às vezes, tem pouco contato e que, ali, começa a entender um pouco mais”.

A exposição está aberta também para grupos de escolas. As visitas guiadas podem ser agendadas pelo e-mail. Não há restrição de dias para as visitas dos estudantes, afirmou Cecília Fortes.

(Fonte: Agência Brasil)

Museu da Língua Portuguesa

Desde 2019, o dia 5 de maio foi oficialmente estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como a data que celebra, mundialmente, a língua portuguesa, e, para comemorar a ocasião o Museu da Língua Portuguesa preparou uma programação especial e gratuita nos dias 5 e 6 de maio, para destacar a potência e a diversidade de nosso idioma e da música brasileira.

A data foi oficialmente estabelecida, em 2009, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma organização intergovernamental que reúne os povos que têm a língua portuguesa como um dos fundamentos da sua identidade específica e é parceira oficial da Unesco desde 2000, para celebrar a língua portuguesa e as culturas lusófonas.

De acordo com historiador e músico Cacá Machado, curador da programação do Dia Internacional da Língua Portuguesa do museu, a programação foi pensada a partir de dois núcleos temáticos poéticos. O primeiro, chamado de Cio da Terra e o segundo, Máquina de Ritmo. A partir daí, o curador criou três camadas de programação: os pocket shows, as rodas de conversa e as performances.

“O primeiro eixo tem o título de uma canção do Chico Buarque que teve enorme sucesso e falava justamente da terra germinando a canção. Eu identifico aí a tradição lírica brasileira, que é muito forte. O segundo eixo temático é o título de uma canção do Gilberto Gil e diz muito a respeito sobre essa nossa capacidade de transformar tudo em ritmo, importar, exportar, recriar, remixar experiência através de uma dicção rítmica que sempre é muito singular e própria”, explicou Machado.

De acordo com Machado, a língua portuguesa é falada em muitos países e continentes, como a América, Ásia e a África. Por isso, ele disse acreditar que a existência de uma data de celebração do idioma é a afirmação dessa diversidade de experiências que a língua portuguesa traz. “Isso é de máxima importância e o dia 5 de maio é algo que a gente tem que valorizar muito para pensar em uma língua contemporânea, falada hoje e em constate mutação, transformação, que é onde reside a beleza da língua portuguesa, que se adapta em diferentes contextos”, destacou o curador.

Segundo a Unesco, a língua portuguesa é não só uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério sul. O português continua a ser, hoje, uma das principais línguas de comunicação internacional, e uma língua com uma forte extensão geográfica, destinada a aumentar.

“Os dias consagrados às línguas faladas em todo o mundo celebram anualmente o multilinguismo e a diversidade cultural, e constituem uma oportunidade para sensibilizar a comunidade internacional para a história, a cultura e a utilização de cada uma destas línguas. O multilinguismo, um valor central das Nações Unidas e uma área de importância estratégica para a Unesco, é um fator essencial para uma comunicação harmoniosa entre os povos, promovendo a unidade na diversidade, a compreensão internacional, a tolerância e o diálogo”, diz a Unesco.

Programação

No dia 5 de maio, às 11h, a performance Antes do Tempo Existir, no Pátio A e na Rua da Língua, com Denilson Baniwa, Lilly Baniwa e Andreia Duarte, fala sobre cantos e contos dos povos originários. Às 13h, o show Samba da Vela, no Saguão Central da Estação da Luz, traz o tradicional Samba da Vela que toca até a vela se apagar.

Às 16h, a conversa de botequim Língua Negra Lusoafrobrasileira, no auditório e pelo YouTube do Museu da Língua Portuguesa, com libras, debate a influência da língua africana no português e lusofonia, com o sociólogo Mário Medeiros, a professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa Rita Chaves e o escritor e professor angolano Ondjaki, participando remotamente desse bate-papo. Em seguida, às 17h, o Show Caipira, com a cantora Suzana Salles e o tenor Lenine Santos convidam o multi-instrumentista Webster Santos para uma releitura de clássicos da música caipira, no Pátio B.

Já às 19h, o cantor Chico César faz um show com voz e violão no Auditório e na Praça da Língua.  A entrada ao Museu da Língua Portuguesa não garante acesso ao show do cantor, e para essa atividade é preciso retirar ingressos a partir das 17h, no dia 5. Serão distribuídos dois ingressos por pessoa e o evento está sujeito a lotação. Mesmo quem estiver dentro do museu deve retirar os ingressos.  

No dia 6, as festividades começam às 11h, com a performance Já passou de português, no Saguão Central da Estação da Luz, onde a atriz Luah Guimarães, a percussionista Victória dos Santos, o diretor Vadim Nikitin e o compositor Cacá Machado reúnem literatura e canções da língua. Às 13h se apresentam Meno del Picchia, MC Lanzinho, MC Tizzi e Batata Boy, com o show Fluxo do Funk, no Saguão Central da Estação da Luz.

Às 15h, a conversa de botequim com o tema Do Nordeste brasileiro, traz a música nordestina em conversa com Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, e os cantadores de embolada Antônio Caju e Rouxinol Pereira participam do encontro, que terá mediação do compositor e produtor musical Caçapa, no Pátio B e no YouTube, com libras. Os mesmos artistas se apresentam às 16h, com o show Do Nordeste brasileiro, no Pátio B. Para finalizar, o Papo da Quebrada, uma aula-show com Xis e KL Jay fala sobre rap, no Pátio B e no YouTube, com libras.

Nos dois dias, será exibido em looping (sem parar) das 9h às 18h o documentário Nelson Cavaquinho, de Leon Hirszman, no miniauditório.

(Fonte: Agência Brasil)

Depoimentos de 256 mulheres do meio musical confirmam o resultado da pesquisa digital Por Elas Que Fazem a Música 2023, feita pela União Brasileira de Compositores (UBC), entre os dias 16 e 29 de março deste ano, que mostra que 85% das mulheres na música já sofreram discriminação de gênero em algum momento de sua carreira. O levantamento inclui autoras, cantoras, produtoras, intérpretes e profissionais do setor da música do país.

"Sou uma mulher negra e empresária, mas sou constantemente confundida com dançarina ou familiares dos artistas que represento”, disse Ana Paula Paulino.

Segundo a pesquisa, 76% das profissionais de música afirmaram já terem sido vítimas de assédio no ambiente de trabalho. Na avaliação da coordenadora de Comunicação e Marketing da entidade, Mila Ventura, o levantamento é um recorte da nossa sociedade como um todo. “Neste momento, no meio do entretenimento, tem algumas coisas aparecendo. No mercado da música, não é diferente”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.

“Uma vez subi no palco para tocar, sou DJ e, mesmo com meus aparatos em mãos, fui bruscamente puxada pelo braço pelo dono do clube, pois ele achou que eu era uma frequentadora que estava invadindo a cabine para tietar o artista anterior a mim”,  afirmou Rafaella De Vuono.

A presidente da UBC, Paula Lima, autora e cantora, considerou os resultados do estudo libertadores, no sentido de revelar que outras mulheres também sofreram assédio e violência no meio da música. “Isso liberta no sentido de você falar que isso é errado, não vou deixar acontecer”, disse Paula à Agência Brasil. Para ela, as porcentagens apuradas são altas, no sentido negativo.

“Acho que através do diálogo e da conversa a gente muda. Fiquei muito emocionada, impressionada e bem feliz, de forma geral, com esse entendimento”. A UBC vai continuar fazendo essas pesquisas. “Estamos em um processo de evolução e de transformação”.

Paula disse que a UBC tem o comprometimento de fazer com que haja equidade, respeito e igualdade com as mulheres. “A gente abre mais portas para profissionais femininas, para mais mulheres na sociedade também. Agindo dessa forma aqui dentro, no nosso núcleo, isso também se espalha e acaba sendo aquela árvore do bem, com mil ramificações. A gente sempre acredita na diversidade, na inclusão, na igualdade e, obviamente, nas mulheres”. 

Identificação

Para a gerente de Comunicação e Marketing da UBC, Mila Ventura, toda mulher que trabalha no meio musical se identifica com alguma coisa em algum momento. “Nossa intenção, como associação, foi conseguir gerar dados para que esses temas pudessem ser discutidos de forma mais clara com a sociedade. Muitas mulheres da indústria agradeceram pela iniciativa, justamente porque era o momento de serem ouvidas”.

Assédio e discriminação foram o foco central do novo levantamento da UBC. “Porque a gente sabe que isso é muito importantes, muitas mulheres passam por isso todos os dias e não tínhamos dados para fomentar uma discussão mais clara”, ressaltou.

A ideia é, a partir do momento em que há disponibilização de dados concretos, tentar criar um novo modelo de pensamento no universo masculino sobre isso. “É importante rever esse pensamento, essa atitude, essa forma de operar no universo masculino diante disso tudo”, sinalizou Mila Ventura.

Ela acredita que homens de bom senso vão se reconhecer em alguma atitude e vão, no mínimo, repensar e fazer parte do movimento de criar uma forma de pensar e de agir com as mulheres, chamar a atenção de um amigo que ele percebe que está fazendo uma brincadeira inconveniente, que a mulher vive constantemente. Comentou ainda que no meio da música, por ser um ambiente prioritariamente masculino durante muitos anos, é cada vez mais difícil.

Mila chamou a atenção para o fato de que, no mercado da música, existe especialmente a questão da noite, do entretenimento, da bebida. Então, de alguma forma, aquele espaço traça uma linha muito tênue de se entender que a mulher está ali porque se encontra trabalhando, com uma postura profissional e não está disponível. Para ela, que já viajou com músicos, em equipes com 35 homens, e somente ela de mulher, encontrar esse lugar de respeito é desgastante, cansativo e constante. Na sua visão, assédio e discriminação no ambiente da música não são mais toleráveis nem aceitáveis.

Dados

Seguindo as classificações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria das participantes da pesquisa se identificou como branca (67%), seguidas de pardas (18%) e pretas (13%). Participaram também mulheres indígenas (1,5%) e amarelas (0,5%).

A maioria das respondentes tem entre 31 e 40 anos (36%), mas há também um número expressivo de mulheres na faixa entre 41 e 50 anos (24%). As idosas foram minoria (2%). Nenhuma menor de idade respondeu à pesquisa. A maior parte das respondentes é solteira (51%) e a grande maioria (63%) não tem filhos.

O levantamento aponta, em contrapartida, avanços relacionados à aceitação da diversidade de gênero. Quase a totalidade das respostas foi dada por mulheres cisgênero, sendo a maioria delas heterossexuais (65%), seguidas de bissexuais (21%) e homossexuais (10%). As mulheres transgênero representaram 2% das respostas, sendo 1,5% delas bissexuais e 0,5% heterossexuais.

Outros depoimentos

Anônimos ou não, os relatos foram também autorizados por suas autoras e revelam momentos de assédio vivenciados no meio musical.

“O cara me chamou para cantar em um evento superimportante e, depois de eu ser confirmada, ele começou a dar em cima de mim. Porém, eu não dei bola e, quando chegou o dia do evento, ele tirou minha participação”, disse Isabella Letícia Bom Soares.

Seguindo as classificações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria das participantes da pesquisa se identificou como branca (67%), seguidas de pardas (18%) e pretas (13%). Participaram também mulheres indígenas (1,5%) e amarelas (0,5%).

“Já passei por todo tipo de assédio e situações desagradáveis. Aos 13 anos, eu já trabalhava como cantora. E sofri um estupro, viajando a trabalho. Realmente já passei por muita coisa. Desde "brincadeiras" inconvenientes, tentativas de contato físico à força, até propostas do tipo "eu te ajudo você me ajuda”, tratando-se de favores sexuais em troca de patrocínio. (Melissa da Maia Koslouski)

A maioria das respondentes tem entre 31 e 40 anos (36%), mas há também um número expressivo de mulheres na faixa entre 41 e 50 anos (24%). As idosas foram minoria (2%). Nenhuma menor de idade respondeu à pesquisa. A maior parte das respondentes é solteira (51%) e a grande maioria (63%) não tem filhos.

“Cheguei ao ponto de bloquear homens que acham que podem tudo. Pessoalmente, em ‘shows’ passados, já ouvi de donos de bares e casas de ‘show’ que o cachê seria maior caso usasse menos roupa ou se rolasse um after party (depois da festa) particular.(Fabiana Bellentani Cabral de Oliveira)

O levantamento aponta, em contrapartida, avanços relacionados à aceitação da diversidade de gênero. Quase a totalidade das respostas foi dada por mulheres cisgênero, sendo a maioria delas heterossexuais (65%), seguidas de bissexuais (21%) e homossexuais (10%). As mulheres transgênero representaram 2% das respostas, sendo 1,5% delas bissexuais e 0,5% heterossexuais.

(Fonte: Agência Brasil)

Levantamento feito pelo Instituto Casagrande com 5 mil docentes de todo o país apurou que 61,2% dos professores consultados acreditam que a educação pública vai piorar no Brasil, na próxima década. Já 25,6% creem em melhoras, enquanto 9,2% afirmam que não haverá nenhuma mudança significativa no período. Os demais 4% não souberam responder ou não concluíram a pesquisa. Os professores responderam por meio do canal do instituto no WhatsApp.

O presidente do instituto, Renato Casagrande, disse que em um mundo como o atual, com tantas mudanças, é muito pequeno o percentual dos docentes que acreditam em alguma alteração na educação pública no Brasil. “É sinal de que nós vivemos hoje uma crise de otimismo, de identidade, de perspectivas na educação brasileira. Isso nos entristece muito e nos preocupa”.

O tema será debatido no 4º Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação, que será realizado em Curitiba, de 31 de maio a 2 de junho, com a participação dos maiores estudiosos e especialistas em educação do Brasil, psicólogos e agentes públicos ligados à área.

A pesquisa qualitativa foi feita, inclusive, para subsidiar os palestrantes do congresso. “Os dados vão contribuir para que os grandes educadores possam fazer uma análise, principalmente de alguns temas que preocupam os professores e até justificam esse desânimo por parte dos nossos docentes”.

Pós-pandemia

No retorno às aulas presenciais, no pós-pandemia da covid-19, os docentes esperavam, a princípio, estar mais otimistas, porque tinham experimentado novas práticas no ensino remoto, tinham feito experiências novas, mas a escola não tinha mudado, disse Casagrande.

“Eles voltaram para o mesmo prédio, a mesma estrutura física, que entrou em choque um pouco com a cabeça dos estudantes e professores, porque eles viveram outra metodologia, com mais liberdade e mais autonomia, e quando retornaram, encontraram a velha escola”, explicou. Ele lembra que se falou muito durante a pandemia em nova legislação, “mas nada mudou”.

Os professores citaram na pesquisa que tiveram esse primeiro impacto da volta às escolas associado a um abalo emocional. Eles observaram os alunos mais angustiados, menos interessados pelas aulas. E confessaram que também voltaram menos empolgados. “Disseram que sentiram uma apatia, uma indisciplina por parte dos alunos e não se sentiram motivados ou mobilizados para lidar com esse sentimento de retorno”, disse Casagrande. Por isso, segundo o diretor, consideram que a escola, que já não estava boa, piorou.

Outra questão sentida pelos docentes é que os novos professores não são mais vocacionados como os antigos e escolhem o magistério não por vocação, mas por uma oportunidade e por ser um curso mais barato. Para os docentes mais antigos, não há critério na seleção dos professores pelas escolas. E isso contamina o meio, disse Renato Casagrande.

“Eles veem os novos professores entrando sem o preparo devido e sem, pelo menos, a motivação inicial”.

Para os professores consultados, o sistema está contaminado, a escola está mais triste e despreparada para os novos tempos.

Tecnologia

O presidente do Instituto Casagrande acredita que as escolas não estão preparadas para uma mudança e têm muita dificuldade para lidar com as tecnologias básicas e ainda mais com as novas tecnologias, que incluem a inteligência artificial (IA) e o ChatGPT (assistente virtual inteligente). Os professores, ainda segundo Casagrande, acreditam que haverá um distanciamento maior entre os alunos de maior e menor renda ou das escolas privadas em relação aos alunos das escolas públicas. “Isso também desestimula os professores de ter uma visão mais otimista com relação ao futuro”.

Esta semana, está sendo efetuada a segunda parte da pesquisa, quantitativa, que vai mensurar esse quadro de apatia demonstrado pelos professores brasileiros no pós-pandemia da covid-19 e o quanto os professores se sentem despreparados para lidar com as novas tecnologias.

Na avaliação do ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, o resultado do levantamento reflete as incertezas sobre os desafios atuais e a velocidade cada vez maior das mudanças nas áreas educacional e pedagógica. “Nos contatos que tenho com educadores, estamos percebendo a necessidade de captar as mudanças adiante, de acordo com a evolução da sociedade e as curvas que a história está fazendo. Para intervir sobre o futuro, é preciso primeiro compreendê-lo”, ressalta Cristovam Buarque. O ex-ministro é um dos conferencistas confirmados no 4º Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação.

Ao término do congresso, será elaborada uma carta a ser encaminhada ao ministro da Educação, Camilo Santana.

(Fonte: Agência Brasil)

O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) está com inscrições abertas para a 2ª Olimpíada Mirim (Obmep), competição voltada a alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. Este ano, a novidade foi a inclusão de escolas particulares, depois do sucesso da primeira edição, quando participaram 2,7 milhões de estudantes de escolas públicas. As inscrições podem ser feitas pelas instituições de ensino ou secretarias de Educação até 16 de junho, no site da competição.

O diretor adjunto do Impa e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática, Claudio Landim, disse que o objetivo é usar propostas lúdicas e criativas para transformar a relação das crianças com a matéria. Acrescentou que esta segunda edição traz muitos desafios, entre eles despertar o interesse das crianças pela matéria, envolver os professores dos primeiros anos do ensino fundamental, além de ampliar a participação das escolas.

“Este ano, convidamos pela primeira vez os colégios privados para esta festa da matemática”, afirmou o coordenador. Segundo Landim, a inclusão das escolas privadas permite que um número maior de alunos tenha acesso a material didático que estimula o raciocínio lógico, a exemplo do que já acontece com a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) que, desde 2017, conta com a participação das instituições particulares.

Fases

A Olimpíada Mirim-Obmep será realizada em duas fases, que serão aplicadas pelas escolas. A primeira está marcada para 28 de agosto e consiste em prova classificatória, composta de 15 questões de múltipla escolha. Os estudantes classificados nessa etapa poderão participar da segunda, no dia 9 de novembro, também com 15 questões objetivas.

O conteúdo das provas corresponde ao grau de escolaridade dos alunos, que são divididos nos níveis Mirim 1 (2º e 3º anos do ensino fundamental) e Mirim 2 (4º e 5º anos do ensino fundamental). Aos melhores classificados serão dados certificados digitais correspondentes a medalhas de ouro, prata e bronze.

Claudio Landim lembrou que as inscrições devem ser feitas exclusivamente pelas escolas públicas municipais, estaduais, federais, secretarias de Educação e escolas privadas. O responsável pela candidatura deve informar o número total de alunos participantes por nível (Mirim 1 e Mirim 2), mas não é necessário inscrever nominalmente cada estudante. A inscrição das escolas públicas é gratuita; já as particulares têm que pagar taxa de inscrição.

A Olimpíada Mirim-Obmep é realizada pelo Impa com o apoio da B3 Social, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A competição é promovida pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação. 

(Fonte: Agência Brasil)

Duplas de artistas, formadas por um representante da área de cinema e um de outra área cultural, residentes ou naturais do Estado do Rio de Janeiro, têm até o dia 14 deste mês para se inscrever para a residência artística LAB Cinema Expandido, cujo tema é Rio de Janeiro: Máscaras, Fantasmas e Territórios.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail. Os interessados devem apresentar portfólio de seus trabalhos, carta de intenção e proposta da obra audiovisual inédita a ser desenvolvida. A residência é gratuita e será de junho a agosto, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM). As atividades são abertas ao público.

Idealizada pela cineasta e produtora Marina Meliande, a LAB Cinema Expandido é uma residência inspirada em vários exemplos internacionais, como os realizados em Le Fresnoy (França), Pavillon-Palais de Tokyo (França) e Biennale College Cinema (Itália).

“A ideia principal é fazer o intercâmbio também de diversas linguagens artísticas. Ela é centrada na produção de instalações audiovisuais, mas traz esse modelo em que artistas de várias linguagens podem trabalhar em duplas com pessoas ligadas à linguagem audiovisual”, disse Marina à Agência Brasil. A LAB propõe uma interlocução entre o cinema e outras áreas, como música, dança, dramaturgia, atuação, literatura e artes visuais, entre outras, tendo como foco a linguagem audiovisual da vídeo instalação.

Relação espacial

Marina esclareceu que a residência é focada também em um trabalho que tem o Rio de Janeiro como peça central.

“Ela tem um tema, que é relativamente aberto, mas que tem relação com o espaço da cidade e que pensa ainda o cinema expandido nesse lugar de uma obra que tem relação com a imagem e o espaço onde é projetada. Como as pessoas podem andar e circular em torno dessa obra, enquanto assistem a essa obra. Isso tudo faz parte dessa experiência do que é o cinema expandido, ou a instalação de vídeo na sala de exposição”, explica. Significa pensar o espaço onde essas obras vão ser expostas e a relação do que está sendo exposto com esses espaços.

“As pessoas podem propor projetos, inclusive sugerindo um espaço ideal onde querem expor, que pode ser dentro de um museu, ao ar livre, dentro de um espelho-d’água e em uma ruína. As pessoas estão abertas também a propor imagens que dialoguem com os espaços específicos da cidade e que reflitam sobre o imaginário carioca de forma bastante aberta”, completou Marina. Daí, a Lab Cinema Expandido ser uma residência bastante singular, porque convoca para uma produção de obras e uma troca com o público.

A residência começa com um seminário intitulado Ciclo de Conversas, de 16 de junho a 16 de julho, às sextas, sábados e domingos. Alguns dos nomes confirmados: os escritores Alberto Mussa e Luiz Rufino, os artistas Denilson Baniwa, Wescla Vasconcelos e Ana Lira, a artista e professora Paola Leblanc, o carnavalesco Leonardo Bora e o grupo teatral Aquela Cia. “É uma forma de estimular os artistas da residência a pensar sobre suas obras”.

Trocas

A LAB convidou o multiartista mineiro Cao Guimarães e a cineasta paraguaia Paz Encina para criar obras na cidade, orientar as duplas selecionadas e dar duas masterclasses sobre seus trabalhos e processos criativos. Serão selecionadas nove duplas, que terão suas obras produzidas pela organização.

“É uma forma também de chamar artistas que já têm algum tipo de trajetória ou linguagem desenvolvida para fazer algo a partir do encontro com outros artistas”. A ideia é que os artistas selecionados e os dois artistas convidados possam contribuir e participar também das obras uns dos outros, que pensem o Rio de Janeiro hoje. Os onze trabalhos finais em vídeo, que possam ser exibidos tanto em salas de cinema, quanto como vídeo instalação, serão apresentados no encerramento da LAB, em uma exposição coletiva. A residência se estenderá até agosto.

A Lab é promovida por Marina Meliande e pelo cineasta e roteirista Felipe M. Bragança, que também coordena o Ciclo de Conversas, com a socióloga e professora Ana Paula Alves Ribeiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Crianças que frequentaram o segundo ano da pré-escola em 2020, com nove meses de atividades remotas devido à pandemia de covid-19, tiveram perda de 6 a 7 meses de aprendizagem em linguagem e matemática se comparadas àquelas que vivenciaram igual período da pré-escola em 2019, com ensino presencial.

O dado sobre o ritmo de aprendizagem das crianças antes, durante e depois da pandemia mostra ainda que aquelas que frequentaram o segundo ano da pré-escola em 2022, com a volta das atividades presenciais, tiveram ganho de 1 a 2 meses, na comparação com os alunos de igual período letivo em 2019.

As informações são do estudo Recomposição das aprendizagens e desigualdades educacionais após a pandemia covid-19: um estudo em Sobral/CE, produzido por pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Oportunidades Educacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LaPOpE).

Embora os dois grupos de crianças (2020 e 2022) tenham vivido ao menos parte da pré-escola com ensino remoto, os resultados sugerem que as ações realizadas pela rede de ensino para mitigar os impactos da pandemia surtiram efeito nas crianças que concluíram a etapa em 2022.

Apoiada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, a pesquisa estimou os efeitos da pandemia no curto e médio prazo e traz evidências inéditas sobre a recuperação do aprendizado, com destaque para a qualidade da educação ofertada.

Para chegar aos resultados, o estudo acompanhou o desenvolvimento de 1.364 crianças matriculadas na rede pública municipal de Sobral (CE), que frequentaram o segundo ano da pré-escola entre 2019 e 2022.

A pesquisa observou que o grupo de crianças que vivenciou o segundo ano da pré-escola em 2020 – com maior período remotamente – aprendeu o equivalente a 39% em linguagem e 48% em matemática, se comparado àquele que frequentou esta etapa em 2019, de modo presencial. Já o grupo que terminou a pré-escola em 2022 aprendeu o equivalente a 111% em linguagem e 115% em matemática, na comparação com o grupo que frequentou o segundo ano da etapa em 2019.

De acordo com os pesquisadores, os resultados mostram os efeitos da reabertura das escolas sobre os ritmos de aprendizagem. As crianças do grupo de 2020, por exemplo, que vivenciaram o primeiro ano da pré-escola presencialmente, sofreram com a interrupção das atividades presenciais e a oferta remota na conclusão da etapa educacional.

Segundo Mariane Koslinski, pesquisadora do LaPOpE e uma das responsáveis pelo estudo, as incertezas da pandemia, as interrupções nas atividades, presenciais ou não, e todo o período de adaptação ao modelo remoto impactaram diretamente no ritmo de aprendizagem dessas crianças, que tiveram aprendizagem aquém daquelas que concluíram a etapa em 2019.

A pesquisadora destacou, no entanto, que a recuperação do ritmo de aprendizagem das crianças que concluíram a educação infantil em 2022 chama ainda mais atenção. “É curioso porque, como as crianças do grupo de 2020, as do ano passado também viveram parte da etapa no regime remoto”, disse Mariane, em nota.

“O que os resultados indicam é que, provavelmente, as ações da rede de educação de Sobral foram importantes para mitigar os efeitos da pandemia e acelerar o ritmo de desenvolvimento dessas crianças”, completou.

Entre as ações, a pesquisadora destacou programas de busca ativa, ampliação da oferta de tempo integral e a implementação de novo currículo para a Educação Infantil alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Os pesquisadores reforçam ainda que os resultados do estudo não devem ser interpretados como um retrato do que aconteceu no resto do país. “A ausência de coordenação nacional nos anos de pandemia gerou um cenário extremamente desafiador para os gestores municipais e as respostas para os desafios da pandemia foram muito desiguais e inconsistentes quando comparamos Estados e municípios pelo país”.

Para a gerente de Conhecimento Aplicado e especialista em educação infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Beatriz Abuchaim, o desafio, neste momento, ultrapassa as esferas educacionais. “Diversas evidências mostram que a pandemia afetou, desigualmente, as famílias em questão de renda, acesso a serviços e a redes de apoio. Tudo isso trouxe impactos para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças”, afirmou Beatriz, em nota.

“Nesse sentido, as ações devem ser integradas e contemplar diversas esferas e níveis de governo. A responsabilidade por montar essa estratégia não pode ser só da área de educação”, acrescentou.

Recomendações

Os pesquisadores apresentam várias recomendações para os gestores de diferentes níveis a fim de mitigar os problemas apontados. Para o Ministério da Educação, é recomendado que haja um protagonismo na elaboração de um plano nacional de recuperação de aprendizagem com aporte de recursos e apoio técnico para guiar as ações das secretarias estaduais e municipais de Educação.

Já as secretarias estaduais de Educação devem, entre outros pontos, oferecer apoio técnico e financeiro para que os municípios elaborem e implementem suas estratégias. As secretarias municipais de Educação, por sua vez, devem implementar programas de busca ativa de crianças com foco na educação infantil e elaborar diagnósticos sobre os efeitos da pandemia no desenvolvimento das crianças e nas taxas de abandono e evasão escolar.

Os diretores e professores podem promover maior integração entre famílias e escolas incorporando estratégias bem-sucedidas de comunicação com famílias utilizadas durante a pandemia.

(Fonte: Agência Brasil)

A 26ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), considerada a maior olimpíada científica do Brasil, prorrogou inscrições até o próximo dia 10 para alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio do país e do exterior, desde que frequentem escolas de língua portuguesa.

Realizada, anualmente, pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), a olimpíada ocorrerá presencialmente nas escolas e em fase única, no dia 19 deste mês. Escolas públicas e particulares podem se cadastrar pelo site. Excepcionalmente, se a escola onde o aluno estuda não estiver cadastrada ou não quiser participar da olimpíada, o estudante interessado poderá recorrer à outra escola cadastrada de sua região e, com consentimento desta, realizar a prova nela.

A OBA é dividida em quatro níveis, sendo os três primeiros para alunos do ensino fundamental e o quarto para os do ensino médio. A prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas de acordo com a pontuação obtida em cada nível.

Os alunos e os professores podem se preparar para a prova por meio do aplicativo “Simulado OBA”, disponível para celulares, tablets, e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores. Conteúdos podem ser vistos no canal da olimpíada no YouTube.

Os melhores classificados na OBA participarão de processo seletivo para representar o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2024. Os participantes concorrerão, ainda, a vagas na Jornada Espacial, que ocorre em São José dos Campos (SP). Lá, recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

Interesse

Segundo o astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador nacional da OBA, João Batista Garcia Canalle, o objetivo é fomentar o interesse dos jovens pela astronomia, astronáutica e ciências afins, promover a difusão dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa, por meio de um mutirão nacional que mobilizará alunos, professores, coordenadores pedagógicos, diretores, pais e escolas, planetários, observatórios municipais e particulares, espaços, centros e museus de ciências, associações e clubes de astronomia, astrônomos profissionais e amadores e instituições voltadas às atividades aeroespaciais.

A 25ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada no ano passado, totalizou 1,945 milhão de estudantes inscritos, aumento de 115% em comparação a 2021. Desse total, participaram 1.181.516 alunos, representando 12.369 escolas. Foram distribuídas 56.860 medalhas entre ouro, prata e bronze.

Foguetes

Organizada pela OBA, a 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) também está com inscrições abertas até o próximo dia 10. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de materiais diversos, como garrafa PET, tubo de papel ou canudo de refrigerante. Realizada tradicionalmente nas escolas, caberá aos professores a coordenação dos lançamentos dos foguetes, cuidar de todos os aspectos da segurança do evento e medir os alcances obtidos pelos foguetes em metros, entre o ponto de lançamento e onde o foguete parou.

A Mobfog tem quatro níveis e é voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram e com a concordância desta. O cadastro é único para a Mobfog e a OBA e deve ser feito pelo site da competição.

Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe até 19 de maio. Entre 20 e 31 de maio, a escola deverá informar os alcances dos foguetes. Ao término, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado, e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas. (Fonte: Agência Brasil)

O Píer Mauá recebe, a partir do próximo dia 5, a primeira edição do Rio Art Tattoo Festival, que reunirá mais de 300 artistas nacionais e internacionais da tatuagem. O evento se estenderá até o dia 7, no horário de 12h à meia-noite. Para os tatuadores, os trabalhos terão inicio às 10h, diariamente.

Um dos organizadores do evento, Sylvio Freitas, profissional do setor há mais de 20 anos, disse que o projeto piloto do Rio Art Tattoo ocorreu há dez anos, no mesmo local, quando foram trazidos 50 artistas estrangeiros. Outros eventos foram realizados durante os anos seguintes até a pandemia do novo coronavírus (covid-19), quando esse ciclo foi encerrado. Freitas e os sócios tatuadores Helida Yama e Ganso Galvão e a agência Sommar repensaram então o formato e a estrutura ideais do evento, trazendo uma nova proposta. “Nasceu o Rio Art Tattoo Festival”, disse.

Segundo Sylvio Freitas, a ideia desse novo formato é trazer em evidência a história da tatuagem, numa visão mais artística do que empresarial, em que a tecnologia é mais reconhecida atualmente do que a essência da tatuagem, “que é uma arte milenar”.

“Com isso, a gente conseguiu trazer de volta para o cenário grandes artistas, que começaram a tatuagem no Brasil, para que os jovens conheçam os precursores da arte no país”, disse.

Freitas disse que embora a tatuagem brasileira seja muito reconhecida e bem-vista no exterior, não se pode esquecer os pioneiros dessa arte que abriram os caminhos no país até chegar aos tempos atuais. Os organizadores enfatizam a importância do convívio entre gerações e experiências.

Fórum

Um diferencial do festival é o inédito Fórum Tattoo Convention, que reunirá antropólogos, historiadores, médicos, entre outros especialistas, para abordar o tema da tatuagem.

Freitas citou o historiador Toni Marques, autor do primeiro livro sobre essa arte, intitulado O Brasil Tatuado; Jun Matsui, um dos mais conceituados tatuadores brasileiros que contou, em filme, como foi sua chegada ao universo da tatuagem, depois de passar uma longa temporada no Japão; além de tatuadores indígenas que não estão fazendo só grafias indígenas, mas já atuam no mercado. Para reforçar a presença feminina na arte da tatuagem, haverá o espaço Tattoo Delas.

Outra atração será o Focus Tattoo Cine, festival de curtas-metragens sobre a temática. Alunos da faculdade de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF) acompanharão o festival documentando tudo que acontece. No último dia do evento, haverá exibição dos curtas produzidos.

“São várias vertentes da tatuagem, de vários pontos de vista, incluindo formadores de opinião, fabricantes de material, revendedores, importadores. Todos vão estar palestrando sobre o mercado da tatuagem também”, informou.

Haverá ainda exposição de artes, como pintura e escultura; gastronomia; música. Na parte musical, shows ocorrerão durante todo o dia, com o projeto Ecoando, e DJs tocando hip hop e música eletrônica.

Pela primeira vez o Rio Art Tattoo Festival desenvolverá um projeto social no Espaço Kids, recebendo no dia 5, às 14h, excursão de alunos de uma escola pública, definida pela prefeitura carioca. Os estudantes serão levados para conhecer o mercado da tatuagem e a nova profissão que se acha em evolução. “Nós estaremos prontos para receber essas crianças lá e mostrar as atividades artísticas no Espaço Kids”.

O melhor tatuador do festival garantirá passagens e estande para participar na Barcelona Tattoo Expo, em outubro, na Espanha. A ideia de Sylvio Freitas é colocar o Rio Art Tattoo no calendário internacional.

Os ingressos têm valores de R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada), mas há promoções de combos família por R$ 90 para quatro ingressos, cujo valor unitário sai a partir de R$ 22,50, levando um quilo de alimento não perecível. Crianças até 12 anos de idade têm entrada franca. Maiores de 12 anos, pagam meia-entrada. Os ingressos podem ser adquiridos no site do evento.

(Fonte: Agência Brasil)