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Brasília 60 anos

Em homenagem ao aniversário de 63 anos de Brasília, comemorado neste 21 de abril, a Rádio Nacional traz um pouco da história da construção da capital federal, revelada em conversa com Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Rádio Nacional: 

A construção muito peculiar da capital federal no Planalto Central conferiu à cidade características que vão desde aspectos monumentais à arquitetura inovadora, o que conferiu à cidade, em 1987, o reconhecimento da Unesco como Patrimônio da Humanidade. O que torna o conjunto urbanístico arquitetônico de Brasília tão especial?

Frederico Flósculo: 

Brasília é um episódio extraordinário da história brasileira, porque sobretudo foi a realização do sonho republicano de transferência da capital da República para o interior do Brasil. Isso era um sonho até anterior à República. Foi um sonho expressado por José Bonifácio, por líderes brasileiros que viam a necessidade de bem defender a capital brasileira, mas bem administrar um país gigantesco. Então, finalmente, Juscelino Kubitschek conseguiu fazer isso, e a história desse sucesso é uma história muito particular, porque se deveu muito, tanto aos trabalhos do próprio [Getúlio] Vargas, porque Vargas quase cria Brasília, ele criou comissões de estudos e montou todo o grupo praticamente que, depois, foi usado pelo próprio Juscelino, mas também por Juscelino Kubitschek que foi, assim, o grande herói de Brasília porque ele enfrentou uma oposição política, extraordinariamente, agressiva contra a realização da cidade.

Mas Juscelino teve, a seu favor, a contribuição de um extraordinário arquiteto. Oscar Niemeyer. que ele já conhecia desde os tempos de prefeitura de Belo Horizonte, desde a década de 30. Oscar Niemeyer e Juscelino tinham uma amizade, uma sólida confiança mútua, e Juscelino confiou ao Oscar o projeto de Brasília. Só que Oscar Niemeyer, cuidadosamente, sabiamente, recusou. Oscar Niemeyer era ligado a OAB, propôs a realização de um concurso público nacional e, nesse concurso nacional, em 1957, foi vencedor outro extraordinário urbanista carioca, Lúcio Costa. Embora nascido na França, Lúcio Costa era mestre de Oscar Niemeyer, um grande reformador do ensino brasileiro, criador do Iphan. Na verdade, o Serviço Nacional depois se tornou o Instituto Nacional do Patrimônio Público, Histórico e Artístico Nacional. E aí, é a proposta de Lúcio Costa, extraordinária, que vai começar realmente a concretizar Brasília. Então Lúcio Costa propõe uma cidade com o traçado muito simples, dois eixos que se cruzam, um eixo descendo assim na direção do lago que já estava definido e outro eixo, fazendo o abraço do grande morro do Cruzeiro. E é ao longo desse eixo que faz o abraço que estão distribuídas as superquadras residenciais. E, no eixo que desce o morro na direção do lago, ele se tornou o eixo monumental onde são colocadas as principais zonas, setores tanto da capital da República, quanto de apoio e atração as funções fundamentais da cidade.

Brasília 60 Anos

Rádio Nacional: 

O senhor mencionou a história do concurso do plano piloto, e eu gostaria de saber quais os principais destaques do projeto de Lúcio Costa e como ele foi colocado em prática.

Frederico Flósculo:

E aí é uma história, extraordinária, do próprio concurso. Lúcio Costa quando propôs, ele propôs realmente todos os planos que tinham sido apresentados, o mais elegante, ele propôs uma cidade parque que foi escolhida pelo júri que tinha membros internacionais, eles escolheram por causa da simplicidade e viabilidade e extrema beleza do plano. O Juscelino queria que o Oscar fizesse os prédios, os edifícios, o projeto de arquitetura. E teve um urbanista vencedor do concurso que eles dois teriam que trabalhar juntos. E o Juscelino conhecia muito bem arquiteto e urbanista. Sabe como é essa turma que não se concilia, que não é muito amiga, você vai ter um inferno na terra. Aí, ganhou esse presente aí. Realmente, a escolha foi isenta, e um grande mestre e companheiro de Oscar foi o vencedor. Os dois, então, fizeram a cidade que é tanto do Lúcio quanto do Oscar.

produção de fotos para matéria de aniversário de Brasília

Há vários episódios em Brasília, no Congresso Nacional em que se você ficaria espantada em ver como, por exemplo, aquele jogo belíssimo de formas das duas cúpulas, uma virada pra cima, os dois edifícios gêmeos, tudo aquilo foi concebido, simultaneamente, por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A gente atribui só ao Oscar, mas quem começou a desenhar, fez a primeira proposta do Congresso Nacional, foi Lúcio Costa. E Oscar duplicou e, aí, começa uma sucessão de realizações extraordinárias em pouco mais de dois anos de trabalho, de projeto de execução, graças também a um grande engenheiro chamado Israel Pinheiro. Então, é algo que emociona a brasilidade, se você pensar que, em cerca de mil dias, essa equipe heroica conseguiu entregar para o Brasil, no dia 21 de abril de 1960, a capital com o presidente instalado, com os poderes instalados em condição de começar a fazer com que o governo brasileiro se manifestasse e fizesse a gestão do Brasil desde o Planalto Central. Um momento de imensa emoção. E a partir daí, o Brasil começou a conhecer Brasília. Porque ninguém sabia que coisa era aquela, que eles conheciam por algumas fotografias da obra, por alguns desenhos da obra. A brasilidade ao longo daqueles anos 60, 70, veio, desceu, veio de todo o planeta Brasil para trabalhar em Brasília, nas suas embaixadas, nos seus ministérios. Virou um centro de brasilidade, assim, que nos orgulha. Não há cidade, capital, no mundo, que tenha a beleza, a integridade, a elevação de Brasília. É por isso que, no final dos anos 80, acabamos sendo distiguidos pela Unesco com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. O único Patrimônio Cultural da Humanidade que é modernista, que é do século XX.

Brasília 60 anos - Palácio do Planalto

Rádio Nacional:

Professor Flósculo, pelos aspectos urbanísticos, como a cidade se transformou ao longo desses 63 anos de existência?

Frederico Flósculo: 

Estamos num processo agora de preservação desse núcleo porque contra, digamos, a integridade daquela Brasília de JK, de Oscar Niemeyer, de Lúcio Costa, de Israel Pinheiro, há muitos inimigos, eu coloco meio que entre aspas, representados pelos especuladores imobiliários. Pelos oportunistas, pelos grileiros, por várias ondas de pessoas que pensam poder impor à Brasília o mesmo tipo de derrota urbana que foi imposta, em especial, ao Rio de Janeiro. Então, nós temos esse estigma também. De não permitirmos que aquilo que aconteceu no Rio, que ainda continua a aterrorizar a antiga capital, isso aconteça em Brasília, mas, infelizmente, já está acontecendo. Nós temos, desde aquele momento de inauguração em 21 de abril de 60, até hoje, esses 63 anos que se passaram, várias descontinuidades que foram quase fatais pra Brasília. Continuidades  cruéis como da ditadura militar. E quase mata Brasília. Quase que os militares conseguiram arrebentar com todo aquele impulso de criação da cidade, de republicanismo. Isso foi muito importante porque, com a retomada da democracia em meados da década de 80, nós tínhamos uma democracia interrompida. E nós tivemos, a seguir, uma sucessão de governadores, francamente, desastrosa. Brasília não teve sorte, até hoje, com sua democracia porque os governadores não têm mostrado, digamos assim, identidade e consciência da grandeza do projeto da cidade, ao contrário, Brasília se tornou cada vez mais objeto fácil de projetos pessoais, de projetos menores, de especulação e, até mesmo, de corrupção do uso do seu território.

Construção de prédios residenciais e comerciais no Setor Noroeste em Brasília

Rádio Nacional:

Para encerrar, o senhor pode comentar sobre o que avançou em termos de ocupação da cidade, a exemplo de políticas como planos de preservação do conjunto urbanístico de Brasília, que espera há dez anos por finalização.

Frederico Flósculo:

Nós chegamos no ano de 1993, quando Brasília já tinha autonomia política desde 88, nominalmente, pela Constituição Federal e desde 90, pela eleição do primeiro governador. E é aí que, em 93, nós temos a Lei Orgânica do Distrito Federal, definindo a necessidade de um PPCUB, e um plano de preservação do conjunto urbanístico de Brasília. Desde 93 até hoje, 2023, nós temos aí um lapso de 30 anos. 30 anos de lapso, em que Brasília não conseguiu fazer o seu PPCUB. Quer dizer, era um dos primeiros planos a terem sido feitos em 93, nunca foi feito. Por quê? A razão é: governadores em sucessão, até os dias de hoje, não queriam fazer com que a preservação travasse seus negócios. Quer dizer, é quando o planejamento faz mal a política. E isso, infelizmente, acontece no nosso país. Não termos um PPCUB é algo escandaloso e é indício de péssima gestão pública. Nós temos aí, às vésperas de ter um PPCUB péssimo, na minha avaliação, o PPCUB, o primeiro PPCUB já vai ser cheio de maus movimentos do governo. Com coisas inacreditáveis, loteamento do eixo monumental, de lotes gigantescos destinados a restaurantes, a shoppings, a um monte de coisas que seriam muito bem-vindas nas cidades, nos bairros, nas administrações e não no eixo monumental.

Brasília 60 Anos - Passarelas subterrâneas de pedestres

(Fonte: Agência Brasil)

A Rádio MEC celebrou 100 anos na última quarta-feira (20), em um evento no Teatro da Caixa Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro. A emissora pública, que tem conteúdo voltado para educação, arte e cultura, foi criada, em 1923, pelos cientistas Roquette-Pinto e Henrique Morize. Para marcar a data histórica, foi anunciada uma programação especial que vai entrar na grade da emissora durante os próximos meses.

Entre as novidades, destaque para a série protagonizada pelo escritor Ruy Castro, que vai ao ar nos domingos, às 22h, a partir do próximo dia 23. Ela é baseada no livro do autor, Metrópole à beira-mar. Também estão previstos: o programa Memória: Rádio MEC 100 anos, com 100 programas históricos do acervo; a apresentação da Orquestra Sinfônica Nacional no dia 10 de maio, ao vivo, na rádio; a transmissão do Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras (8 a 11 de junho); o concerto com a Petrobras Sinfônica, no Museu Nacional (7 de setembro); e o Prêmio Rádio MEC 100 anos (25 de setembro).

A diretora de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Antonia Pellegrino, disse que uma das prioridades da nova gestão é digitalizar o acervo da Rádio MEC.

“Isso é muito importante para garantir que ele não se perca, como vimos no caso dos acervos de alguns museus do Brasil. É também uma forma de disponibilizar nosso acervo para consulta de pesquisadores, estudantes e curiosos. E é uma etapa necessária para o tombamento da Rádio MEC como patrimônio imaterial brasileiro pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], um reconhecimento da importância e da contribuição que a rádio deu ao Brasil como difusora de cultura e ciência”.

Gerente-executivo de Rádio da EBC, Thiago Regotto, reforçou que o momento é favorável para investir no crescimento da MEC e aproximá-la ainda mais do público.

“Tem muita coisa bacana que a gente pode fazer no cenário atual, que foi difícil de executar antes por dificuldades orçamentárias. Hoje, a comunicação pública e a Rádio MEC aparecem como prioridades. Então, vamos fazer tudo o que pudermos para alcançar mais pessoas, para apresentar conteúdos diferentes e relevantes na programação”.

Além das novidades, a Rádio MEC promete continuar fortalecendo os programas que recebem retorno positivo do público. É o caso do infantojuvenil Blim-Blem-Blom, comandado pelo compositor e produtor musical Tim Rescala há 11 anos.

“O programa é muito ouvido pelas famílias. Tenho esse retorno, que me deixa muito feliz, também pelos professores de música, que utilizam o programa em sala de aula. Então, isso mostra que esse aspecto didático e educativo, que marca a rádio, nos coloca no caminho certo. A gente está conseguindo levar a música clássica de forma lúdica para as crianças”.

O presidente da EBC, Hélio Doyle, lembrou que o centenário da MEC é uma prova de que as previsões pessimistas sobre o fim do rádio não se concretizaram. E que a emissora vai continuar se adaptando e sendo um meio de comunicação importante na sociedade brasileira.

“Eu ouvia a história de que o rádio ia acabar quando veio a televisão. Depois, se falou do fim do rádio por causa da internet. O rádio se revitaliza, se renova. E ele não vai deixar de existir porque é o meio de comunicação mais acessado pelas pessoas. É o que chega mais facilmente, que depende menos de tecnologias sofisticadas. Seja no interior da Amazônia ou em qualquer outro lugar, o rádio chega lá. Ele não vai acabar, ele vai se recriar”.

História

A MEC foi a primeira emissora radiofônica do Brasil. Sucessora da Rádio Sociedade, criada em 20 de abril de 1923 por Edgard Roquette-Pinto e Henrique Morize, teve papel importante na formação musical e cultural do país. Em 5 de julho de 2022, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Rio de Janeiro.

Doada em 1936 ao Ministério da Educação, a Rádio MEC é gerida, desde 2007, pela EBC. Com cerca de 50 mil registros e produções, a emissora possui um patrimônio de gravações de personalidades como Getúlio Vargas, Monteiro Lobato, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Fernanda Montenegro e Carlos Drummond de Andrade.

(Fonte: Agência Brasil)

A escritora Heloísa Buarque de Hollanda foi eleita nessa quinta-feira (20), para a Academia Brasileira de Letras (ABL), e vai ocupar a cadeira 30, vaga desde a morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro  passado. A escritora e crítica cultural passa a ser a décima mulher eleita para a ABL.

A votação que elegeu a paulista com 34 dos 37 votos foi a primeira da Academia feita por urna eletrônica. O pintor e escritor Oscar Araripe teve 2 votos e houve um voto em branco.

“Esse atual projeto de abertura da Academia me fascina. E isso não é nem o começo. Tem que ter mulher, negro, índio. Porque são excelentes também. Isso é o Brasil, a democracia. Eu estou muito feliz de chegar nesse  momento na Academia, com esse projeto de renovação, aos 84 anos”, destacou Heloísa, em nota da ABL.

A cadeira 30 tem como fundador o contista Pedro Rabelo, como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet, e teve como titulares o advogado Heráclito Graça, o médico Antônio Austregésilo e o ensaísta, filólogo e lexicógrafo Aurélio Buarque, além de Nélida Piñon.

Feminista

Uma das principais vozes do feminismo brasileiro, considerada a maior intelectual pública do país, Heloísa Buarque de Hollanda é formada em letras clássicas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), com mestrado e doutorado em literatura brasileira na UFRJ e pós-doutorado em sociologia da cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. É diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordena o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum M, espaço aberto para o debate sobre a questão da mulher na universidade.

Seu campo de pesquisa privilegia a relação entre cultura e desenvolvimento, área em que se tornou referência, dedicando-se às áreas de poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultura digital. Nos últimos anos, vem trabalhando com o foco nas produções das periferias das grandes cidades, no feminismo, bem como no impacto das novas tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais.

Entre os livros publicados, destaca-se a histórica coletânea “26 Poetas Hoje”, de 1976, que revelou uma geração de poetas “marginais” que entrou para a história da literatura brasileira, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Essa antologia é considerada um divisor de águas entre uma poesia canônica e uma poesia contemporânea e performática. Segundo a autora, o livro causou furor na época.

“Em tempos de censura e de repressão, plena ditadura, no ano de 1976, em uma época batizada por Zuenir Ventura de vazio cultural, publiquei uma antologia que causou furor”, avaliou Heloísa em nota.

A ABL destaca que o livro 26 Poetas Hoje trazia a atmosfera coloquial e irreverente que marcaria a década de 1970, também chamada de geração mimeógrafo ou geração marginal. Eram poetas que estavam à margem do circuito das grandes editoras e que produziam seus livros de maneira artesanal, em casa, em pequenas tiragens vendidas em centros culturais, bares e nas portas dos cinemas. O livro foi uma resposta direta aos anos de chumbo e se tornou um clássico da poesia brasileira, referência incontornável para escritores e leitores de poesia.

Heloísa Buarque de Hollanda publicou também: Macunaíma, da literatura ao cinema; Cultura e Participação nos anos 60; Pós-Modernismo e Política; O Feminismo como Crítica da Cultura; Guia Poético do Rio de Janeiro; Asdrúbal Trouxe o Trombone: memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70; entre outros.

(Fonte: Agência Brasil)

O kitesurfista maranhense Bruno Lobo, que é patrocinado pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Bolsa-Atleta e da Revista Kitley, vai representar o Estado e o Brasil em mais uma importante competição do calendário mundial da modalidade. Em fase de preparação para a disputa da tão sonhada vaga nos Jogos Olímpicos, Bruno mira um bom resultado na Semana Olímpica Francesa, competição que ocorre entre os dias 22 e 29 de abril, em Hyères, na França.

Bruno Lobo viajou para a França com a confiança elevada por um grande desempenho na 52ª edição do Troféu Princesa Sofia, um dos eventos mais tradicionais da vela, que foi realizado entre os dias 4 e 8 de abril, em Palma de Mallorca, na Espanha. O atleta maranhense foi o melhor kitesurfista das Américas, ficou em sétimo lugar entre os países e também garantiu a 11ª posição na classificação geral da competição, que contou com a participação dos 115 melhores kitesurfistas do mundo.

A temporada de 2023 é a mais importante da carreira de Bruno Lobo, que terá duas oportunidades para carimbar a vaga nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, na França. O primeiro seletivo olímpico para o kitesurfista número 1 do Brasil será o Campeonato Mundial de Vela, entre os dias 10 e 20 de agosto, na cidade de Haia, na Holanda.

Depois do Campeonato Mundial, Bruno Lobo ainda terá outro evento classificatório para os Jogos Olímpicos pela frente. Entre os dias 25 de outubro e 5 de novembro, o kitesurfista maranhense vai competir nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile. O Pan traz ótimas recordações para Bruno, que teve um desempenho histórico e faturou a medalha de ouro na competição de 2019, em Lima, no Peru.

Conquistas em 2022

Antes de se destacar no Troféu Princesa Sofia, Bruno Lobo fez história em duas competições disputadas em novembro, em São Luís. O kitesurfista maranhense faturou pela terceira vez o Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite e garantiu o sexto título brasileiro de Fórmula Kite, mostrando mais uma vez porque é um dos principais nomes da modalidade no continente.

Também em 2022, Bruno Lobo foi campeão da Copa Brasil de Vela, que foi válida como segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Kite e disputada em Ilhabela (SP), com vitórias em todas as 13 regatas da competição, garantiu a 18ª colocação e foi o melhor das Américas no Mundial de Fórmula Kite, em Cagliari, na Itália, ficou com a nona colocação no Circuito Europeu, realizado entre setembro e outubro, em Lepanto, na Grécia, faturou o título da categoria Hydrofoil na Copa Brasil de Vela de Praia, com vitórias nas 10 regatas da competição disputada no mês de agosto, em Fortaleza, e conquistou a sétima posição no Circuito Mundial de Kitesurf, que ocorreu no fim de julho, em Gizzeria, na Itália.

No primeiro semestre de 2022, Bruno Lobo ficou em sétimo lugar na disputa da Fórmula Kite na Copa do Mundo de Vela, que ocorreu em junho, na Holanda, e sagrou-se campeão da etapa do Campeonato Espanhol na cidade de Palamós, vencendo 10 das 12 regatas disputadas. O maranhense também garantiu a quarta colocação no Campeonato Asiático de Kitesurf na Tailândia e acabou ficando no Top 20 na disputa da Semana Olímpica Francesa em Hyères, na França.

Referência no Brasil e nas Américas

Nos últimos anos, o maranhense Bruno Lobo tornou-se a principal referência no kitesurf tanto no Brasil quanto nas Américas. Hexacampeão brasileiro de Hydrofoil, o atleta é dono de uma vasta coleção de títulos: foi campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, tricampeão das Américas (2020-2021-2022), octacampeão maranhense, entre outros.

“Só tenho a agradecer aos patrocínios do Grupo Audiolar, do governo do Estado, do Bolsa-Atleta federal e da Revista Kitley por estarem ao meu lado nesse sonho de representar o Maranhão e o Brasil nas Olimpíadas de Paris. A cada competição, buscamos evoluir para conquistar a vaga olímpica. Muito obrigado pelo apoio e incentivo”, concluiu Bruno Lobo.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Com o objetivo de preparar o Time Maranhão para a disputa do Campeonato Brasileiro Sub-18 de Judô, a Federação Maranhense de Judô (FMJ) vai realizar, na manhã desta sexta-feira (21), um supertreino para os judocas que vão representar o Estado na competição nacional. O treinamento ocorrerá a partir das 10h, na Viva Água, no Bairro do Renascença. 

A iniciativa da FMJ visa qualificar e preparar o time maranhense para competir em junho, na cidade do Rio de Janeiro. A capital do Estado foi confirmada para sediar esta edição do Campeonato Brasileiro Sub-18. 

“A FMJ continua trabalhando para que o judô maranhense evolua. A tentativa desse treino com os atletas da seleção visa melhorar as habilidades e técnicas dos nossos judocas que, muito em breve, vão representar o Maranhão no Campeonato Brasileiro. Os atletas têm a oportunidade de trocar experiências e qualificar ainda mais o nível do seu judô”, explicou Rodolfo Leite, presidente da Federação Maranhense de Judô. 

Mas antes da disputa nacional, os judocas maranhenses terão outro desafio: a 2ª etapa do Circuito Maranhense de Judô. Evento organizado pela FMJ, o Circuito servirá de seletiva para o Brasileiro Sub-18. De acordo com o calendário de competições 2023 da federação, a segunda etapa do Circuito está prevista para ocorrer no dia 20 de maio.

Temporada 2023

No mês de fevereiro, a FMJ realizou a primeira etapa do Circuito Maranhense de Judô, evento que abriu oficialmente a atual temporada da modalidade no Estado. Ao todo, o evento contou com a participação de mais de 170 judocas de diversas regiões do Maranhão e coroou a equipe do Fórum Jaracaty, campeã geral do torneio ao conquistar 23 medalhas no total, sendo 14 ouros, 5 pratas e 4 bronzes. A equipe vice-campeã foi a Associação Mazzili com 21 medalhas (14 ouros, 5 pratas e 2 bronzes). 

A primeira etapa do Circuito serviu de seletiva para a disputa do Campeonato Brasileiro de Judô (Região I), que ocorreu no início do mês, no Amapá. No evento nacional, o Time Maranhão brilhou e conquistou o título de campeão geral masculino com um grande desempenho de seus judocas que levaram 25 medalhas, sendo 12 de ouro, 3 de prata e 10 de bronze. No feminino, o Maranhão terminou na 6ª posição com 10 medalhas: 6 pratas e 4 bronzes.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Em julho do ano passado, a Lei 14.402/22 definiu 19 de abril como o Dia dos Povos Indígenas – e não mais Dia do Índio –, para celebrar a cultura e herança desses povos. A medida, aprovada pelo Congresso Nacional, deixa de lado o termo índio, considerado preconceituoso contra os povos originários.

Para o coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá, o preconceito acaba sendo reforçado com estereótipos que ainda persistem em comemorações e nos livros escolares.

“Várias escolas fantasiando; crianças, querem colocar os indígenas em um formato, dentro de uma caixinha. Indígena é aquele que mora dentro da floresta, que anda, tem vestimentas. Isso cria um cenário de um racismo porque essas crianças crescem na ideologia de um indígena do cabelo liso, dos olhos puxados, uma pele avermelhada. Nós passamos por um processo de miscigenação. Nós passamos por um processo de violência. Quantas mulheres indígenas não sofreram abusos sexuais? Tiveram a miscigenação forçada”.

A existência dos povos indígenas é atravessada por séculos de violência. Para Dinamam Tuxá, essa violência persiste em forma de racismo, como resquício da colonização portuguesa.

“Processo de muita violência, de aculturação forçada, de retirada de língua, de abuso, de trazer os povos indígenas de forma forçada a uma realidade que não lhes pertence, de não demarcar os territórios indígenas, de não promover ações de políticas públicas que fomentem a cultura dos povos indígenas. Então, todo esse cenário contribui ainda para que essa violência se propague dentro e fora das terras indígenas”.

Genocídio

O professor de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Fabrício Lyrio, reforça que a chegada dos portugueses trouxe uma série de violências contra os povos originários, o que resultou em genocídio. Enquanto 5 milhões de indígenas viviam no Brasil, em 1500, atualmente essa população não chega a 1 milhão.

“É, sobretudo, uma violência simbólica de demarcar uma presença em uma terra onde já havia outras pessoas vivendo. E essa violência tende a crescer. Tanto a violência intencional da guerra, da escravização, quanto a violência que não foi planejada, mas que teve um impacto absurdo sobre as populações nativas, a chegada de novas agentes infecciosos. Há uma dimensão de genocídio, não há dúvida”.

Fabrício Lyrio lembra que, antes de imigrantes e pessoas do continente africano, os indígenas foram os primeiros escravizados pelos portugueses no Brasil. Segundo o especialista, os primeiros engenhos de açúcar no país foram montados com mão de obra indígena, em maior parte escravizada.

Em 1500, os portugueses que aqui chegaram acreditavam ter chegado às Índias. Por isso, deram nome de índios aos que aqui já viviam. Mas, o termo correto é indígena, que significa, no latim, natural do lugar em que vive.

(Fonte: Agência Brasil)

Os candidatos pré-selecionados por meio da lista de espera do Programa Universidade Para Todos (Prouni) têm até esta quarta-feira (19) para enviar às instituições de ensino as comprovações das informações prestadas no ato de inscrição. A comprovação pode ser feita de forma presencial ou virtual.

A documentação definida no edital deve ser apresentada pelo candidato e pelos membros do grupo familiar, quando for o caso. Para conferir a lista de documentação comprobatória, basta acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

É de responsabilidade do candidato verificar, na instituição, os horários e a forma de atendimento disponível para a conferência das informações. A perda do prazo, ou a não comprovação das informações, implicará na reprovação do candidato.  

O Prouni oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50% do valor da mensalidade do curso) em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a brasileiros sem diploma de nível superior.

(Fonte: Agência Brasil)

A kitesurfista maranhense Socorro Reis, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Grupo Audiolar, da Revista Kitley e do programa Bolsa-Pódio, está preparada para mais uma importante competição na temporada. Em fase de ajustes para a disputa da tão sonhada vaga nos Jogos Olímpicos, Socorro vai participar da Semana Olímpica Francesa, que será realizada entre os dias 22 e 29 de abril, em Hyères, na França, e contará com os principais atletas da modalidade no mundo.

Por causa do alto nível da Semana Olímpica Francesa, Socorro Reis encara o evento como um importante teste para os seus maiores desafios em 2023: o Campeonato Mundial de Vela, marcado para agosto, na Holanda, e os Jogos Pan-Americanos, que serão disputados entre outubro e novembro, em Santiago, no Chile. As duas competições valem vaga para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, na França.

Principal nome do kitesurf feminino do Brasil, Socorro Reis conquistou grandes resultados nas primeiras competições que participou em 2023. Em fevereiro, a maranhense garantiu o segundo lugar das Américas e a nona posição na classificação geral do Clearwater US Open, que ocorreu em Clearwater, nos Estados Unidos. Pouco depois, em março, Socorro brilhou no Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite, em Cabarete, na República Dominicana, onde conquistou o vice-campeonato continental e ficou na terceira colocação na classificação geral.

"Esse ano é muito decisivo, com os maiores desafios da minha carreira, que são os eventos classificatórios para os Jogos Olímpicos. A vaga olímpica é meu grande objetivo, estou me preparando, me ajustando e evoluindo para estar presente nesse evento que é o sonho de todo atleta. Estou correndo contra o tempo para manter os ajustes em dia, e a Semana Olímpica Francesa é muito importante para isso, já que é uma competição com os principais atletas do mundo. A cada campeonato que participo, volto para casa com ajustes que serão colocados em prática no evento seguinte. Estou bem feliz pela oportunidade de representar o Maranhão e o Brasil mundo afora, e busco sempre dar o meu melhor em busca de grandes resultados", afirmou Socorro.

Últimas conquistas

Em novembro de 2022, Socorro Reis faturou pela primeira vez o título da categoria feminina do Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite, em São Luís, e também garantiu o hexacampeonato brasileiro de Fórmula Kite. Já em outubro, a maranhense foi campeã da Copa Brasil de Vela, que ocorreu em Ilhabela (SP) e foi válida como segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Kite.

Também na temporada de 2022, Socorro Reis foi a quarta melhor kitesurfista das Américas e 15ª colocada da Flotilha Silver do Mundial de Fórmula Kite, em Cagliari, na Itália, conquistou a Copa Brasil de Vela de Praia, que ocorreu em agosto, na cidade de Fortaleza, e representou o Maranhão no Circuito Europeu de Fórmula Kite, no início de outubro, em Lepanto, na Grécia.

Além disso, Socorro Reis também garantiu a segunda posição no Campeonato Asiático, realizado em março, na Tailândia, esteve na disputa da Semana Olímpica Francesa, em abril, e ficou no Top 20 da Copa do Mundo de Vela, ocorrido em junho, na Holanda. Já em 2021, Socorro foi pentacampeã brasileira, vice-campeã pan-americana e terceira colocada na categoria Master Feminina do Campeonato Mundial, resultados que lhe consolidaram como a principal atleta do kitesurf feminino no país.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O CT Sports é o grande campeão da segunda edição da Copa Ludovicense de Futebol 7 Feminino, competição patrocinada pelo governo do Estado do Maranhão e pela Potiguar, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Em decisão realizada na tarde de domingo (16), na Arena Olynto, em São Luís, a equipe do CT venceu o Jeito Moleque por 1 a 0 e faturou o título inédito de maneira invicta. 

A final entre CT Sports e Jeito Moleque foi marcada pelo equilíbrio. Com um ataque forte e 100% de aproveitamento na Copa Ludovicense, o Jeito Moleque tentou impor seu estilo de jogo, porém, o CT mostrou sua força na defesa e ainda contou com a eficiência de Lívia Gabriele, que garantiu o título de sua equipe ao marcar o único gol da partida. 

Além de ser campeão da Copa Ludovicense, o CT Sports também dominou as premiações individuais da competição: Augusta foi eleita a melhor goleira, Mell ganhou a disputa de melhor treinadora, e Lívia Gabriele levou o prêmio de melhor jogadora. Thayrla, do Jeito Moleque, foi a artilheira da competição, com oito gols. 

Título invicto

A caminhada do CT Sports rumo ao título da Copa Ludovicense começou com uma goleada por 9 a 1 sobre o Vasco Academy, porém, dois empates consecutivos contra Brutos e Fênix quase complicaram os planos da equipe, que só se classificou na segunda posição do Grupo D por ter melhor saldo de gols que o terceiro colocado Fênix. 

Já no mata-mata, o CT Sports deslanchou e atingiu o desempenho esperado, com uma goleada por 6 a 1 sobre o Espias nas quartas de final e uma vitória por 2 a 0 diante do Atlético Cohab nas semifinais, antes de bater o Jeito Moleque na decisão. Em seis jogos no torneio, o CT teve quatro vitórias e dois empates, com 21 gols marcados e apenas cinco sofridos. 

Disputa do terceiro lugar

Pouco antes da final entre CT Sports e Jeito Moleque, as equipes do Atlético Cohab e do Brutos se enfrentaram na Arena Olynto, pela disputa do terceiro lugar da Copa Ludovicense. O Atlético teve uma atuação impecável e ficou com a medalha de bronze após vitória por 3 a 0, com gols de Poliana, Lys e Daniele. 

Copa Ludovicense

Vale destacar que esta edição da Copa Ludovicense de Futebol 7 Feminino contou com a participação de 16 times. Na primeira fase, as equipes foram distribuídas em quatro grupos e jogaram entre si dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo avançaram para a fase seguinte. 

A definição dos grupos foi feita por meio de sorteio, realizado durante a solenidade de lançamento da competição. Na ocasião, a organização da Copa Ludovicense entregou kits completos de uniformes (camisa, calção, meião e bolsas esportivas) para todos os 16 times participantes. Todo esse material está sendo utilizado pelas equipes no torneio. 

Outras informações sobre a competição estão disponíveis nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copaludovicensedefut7fem). 

CAMPANHA DO CT SPORTS

Fase de Grupos

CT Sports 9 x 1 Vasco Academy

CT Sports 1 x 1 Brutos

CT Sports 2 x 2 Fênix 

Quartas de Final

CT Sports 6 x 1 Espias 

Semifinal

CT Sports 2 x 0 Atlético Cohab 

Final

CT Sports 1 x 0 Jeito Moleque

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Sete em cada dez secretarias municipais de Educação não realizaram nenhuma ação ou poucas ações para implementação do ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas, conforme pesquisa divulgada nesta terça-feira (18), em Brasília, pelo Instituto Alana e Geledés Instituto da Mulher Negra.  

O estudo ouviu, em 2022, gestores de 1.187 secretarias municipais de Educação, o que corresponde a 21% das redes de ensino dos municípios, sobre o cumprimento da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino para o combate ao racismo nas escolas há 20 anos.

Os municípios são os principais responsáveis pela educação básica. Do total, constatou-se que 29% das secretarias têm ações consistentes e perenes de atendimento à legislação; 53% fazem atividades esporádicas, projetos isolados ou em datas comemorativas, como no Dia da Consciência Negra (20 de novembro); e 18% não realizam nenhum tipo de ação. As secretarias que não adotam nenhuma ou poucas ações, juntas, somam 71%. 

“Os municípios alegam como principais desafios para implementação da lei a ausência de apoio de outros entes governamentais e a falta de conhecimento de como aplicar a legislação. Há indicação do baixo engajamento ou a resistência de profissionais a esse tema. Temos algumas frentes que a gente pode incidir para implementação da lei”, explica a analista de políticas públicas do Instituto Alana, Beatriz Benedito.  

Para os institutos, os dados mostram a necessidade de compromisso político para a norma ser efetivada, como ocorre nos municípios com ações estruturadas, em que há, por exemplo, regulamentos locais, recursos no orçamento, presença de equipe técnica dedicada ao tema e planejamento anual das atividades.  

“[O resultado da pesquisa] mostra que não se leva a sério uma legislação, uma política pública. É compreensível que enfrentamos período longo sem investimento na área, o que não pode ser visto como justificativa. Não dá para ter uma educação de qualidade se não pensar em um ensino antirracista, uma sociedade mais justa, se não tiver uma educação antirracista”, argumenta a sócia e consultora em Educação de Geledés, Tânia Portella. 

Temáticas

Segundo a pesquisa Lei 10.639/03: a atuação das Secretarias Municipais de Educação no ensino de história e cultura africana e afro-brasileira, 42% dos órgãos responderam que os profissionais têm dificuldade em aplicar o ensino nos currículos e nos projetos e 33% disseram não ter informações suficientes a respeito da temática. Quanto à periodicidade das atividades, 69% declararam realizar a maior parte dos eventos em novembro, mês do Dia da Consciência Negra. 

A maioria dos gestores considera a diversidade cultural, literatura e alimentação como os temas mais importantes a serem tratados no ensino da história afro-brasileira. 

Na avaliação de Tânia Portella, os temas (música, danças, culinária) são interessantes para aguçar a curiosidade dos estudantes, mas as atividades curriculares não devem ser limitadas a esse enfoque.  

“As participações ficam somente nessa linha de abordagem. A população negra contribuiu muito mais, na tecnologia, na escrita. Isso diz muito sobre hierarquização de saber e relações de poder”, explica. “É preciso lidar com entendimento de porque temos uma sociedade racista, a juventude negra é morta, mulheres negras morrem mais no parto que brancas. Tudo está vinculado a fazer uma abordagem na escola, precisa ser problematizado também nas escolas”, acrescenta.  

Para a consultora Beatriz Benedito, são temas que despertam o diálogo e contribuem para formação de autoestima de crianças e adolescentes negros, “que muitas vezes nas escolas só se veem na disciplina de história, quando se fala da escravização. Mas a gente também reforça a importância de se discutir relações de poder, constituição de privilégios, reforçar em seus processos de ensinamento e práticas escolares noções que permitam que a reflexão avance”, afirma. 

O que diz a Lei 10.639/03

A lei alterou as diretrizes e bases da educação nacional para a inclusão obrigatória do ensino da história e cultura afro-brasileira na rede pública e particular de ensino fundamental e médio.  

Conforme o texto, o conteúdo deve abordar o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra e a participação do negro na formação da sociedade brasileira, nas áreas social, econômica e política.

 (Fonte: Agência Brasil)