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Foi Odilon Soares quem fundou a Liga Maranhense contra Tuberculose. Deu-lhe a força duma vontade determinada. Um idealismo. Uma dedicação constante. Um muito de sacrifício e de abnegação. E a Liga, com Odilon Soares à frente, com Odilon no comando, teve vida. Funcionamento normal. E passou a servir, a ser útil. A realizar milagres. Muitos tuberculosos sofreram com a recuperação, e outros contaram com a ajuda do médico, com a luta do médico em atender sempre.

Muitos anos assim. Odilon fez da Liga uma realidade admirável. Poucos os recursos. Mas de Odilon a insistência. Muitos anos assim. Junto de Odilon outros médicos na cooperação, na ajuda. Mas, com o inesquecível médico, o inesquecível mestre, com o intelectual, o acadêmico da nossa Academia de Letras, a grandiosidade de não recuar nunca, de ir para frente, de não parar a Liga Maranhense contra Tuberculose.

Muitos serviços prestados aos que lhe batiam à porta. Para todos, o melhor cuidado. Todo um esforço para não decepcionar. Para não negar a assistência necessária. E isto numa época em que a tuberculose não contava com os recursos que tem hoje.

Os médicos especializados estavam na luta constante para combater a “terrível doença”. Mas a Liga apresentava, na época, uma organização que satisfazia, que atendia, que conseguia resultados benéficos. Havia o leite. Havia o médico. Havia o medicamento. Havia, sobretudo, a colaboração de todos. Neste todo, atuando com mais determinação, atento, ele, o dr. Odilon Soares.

Mas um dia Odilon deixou de existir. Seu coração parou. A Liga começou a entrar em “pane”. O coração da Liga ameaçava a entrar em “pane”. O coração da Liga ameaçava parar de todo. Os recursos iam minguando. Não mais aquela atividade de sempre. Não mais a eficiência. Não mais o desenvolvimento. A Liga morrendo todos os dias. Morrendo sempre. A indiferença dos que poderiam continuar a obra de Odilon Soares, acabou por deixá-la fora da possibilidade de continuar.

E já não mais se falava na Liga. Não mais curava enfermo. Ela estava enferma. Houve tempo que ninguém dava notícia da Liga. A impressão era de que parava totalmente. Cá fora, a lembrança de Odilon. Uma tristeza para a cidade. Para os doentes.

Muitos anos, parece, assim. Muitos anos na agonia. Mas foi apenas uma ameaça. A Liga passou a viver. A respirar. Foi vencida a crise perigosa. Havia, ainda, sangue no organismo da Liga. Havia a lembrança de Odilon. O exemplo de Odilon. O sacrifício do médico inesquecível. Ficara o exemplo da resistência. Odilon deixara seguidores. Entre eles, perfilava-se o dr. William Soares de Brito. O dr. Joaquim Meneses e outros. Com os seguidores, havia a determinação de renovar tudo. De dar à Liga Maranhense contra a Tuberculose uma organização. Uma nova orientação. Sacudi-la novamente. Trazê-la para a execução das suas finalidades. Havia este pensamento.

O dr. William Soares de Brito registrava sempre esta  esperança. Acreditava o médico ilustre na recuperação total da Liga. Um pensamento firme. E veio, agora, a notícia de que houve mesmo a mudança total. Surgiu uma nova diretoria. Tudo para que a Liga retome a caminhada dos seus objetivos: prestar uma grande assistência. E afirmam os seus novos dirigentes: “dinamizar os serviços hospitalares da velha instituição”. Uma equipe de médicos novos e velhos abnegados num esforço só: continuar a obra grandiosa de Odilon Soares.

O primeiro passo está dado. Há uma nova diretoria. Cabe, agora, aos maranhenses prestigiar o grande esforço. Cabe, agora, aos representantes do povo na Câmara Federal e no Senado, ajudar, conseguindo auxílios para que a Liga cumpra com as suas finalidades. E bem dizem eles: “ajuda moral e material”. Nós estamos no primeiro grupo, e esta é a primeira colaboração.

Vamos ajudar a crescer mais a Liga Maranhense contra a Tuberculose. Vamos oferecer a melhor colaboração.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”,  27 de outubro de 1966 (quinta-feira).

Neste domingo, respondemos...

Onde está o “erro”?

1º) “Não deixe ele perder a prova”.

Nossa leitora tem certa razão. Embora seja uma característica da língua coloquial do português no Brasil, o uso do pronome pessoal do caso reto (ele), na função de complemento verbal (objeto direto), ainda é inaceitável na língua padrão.

Em nossos concursos, em geral se exige a forma clássica: “Não o deixe perder a prova”. Devemos usar os pronomes pessoais do caso oblíquo (me, te, se, o, a, nos…) com verbos causativos (mandar, deixar, fazer) + infinitivos.

O popular e usualíssimo “Deixa eu tentar” deve ser substituído, na língua padrão, por “Deixe-me tentar”.

2º) “Foi um furto com violência”.

Nosso leitor tem razão. A frase é incoerente. Perante a lei, “furto” e “roubo” não são sinônimos.
Se houve violência, não foi “furto”, e sim “roubo”. Segundo o dicionário Houaiss, “furto” é “ato de subtração de coisa móvel pertencente a outra pessoa” e roubo é “crime que consiste em subtrair coisa móvel pertencente a outrem por meio de violência ou grave ameaça”.

Assim sendo, o cleptomaníaco tem “mania de furtar”, e não de “roubar”. E um imóvel (casa, apartamento) não pode ser roubado ou furtado. Quando uma casa é assaltada, objetos podem ser furtados (casa vazia = se os moradores estiverem viajando, por exemplo) ou roubados (se os moradores forem ameaçados pelos ladrões).

Latrocínio é roubo seguido de morte.
No caso de automóveis, é importante saber a diferença entre o seguro só contra roubo e o contra roubo e furto, que é sempre mais caro.

3º) “Renunciar uma coisa tão importante”.

Nosso leitor não tem razão. O verbo RENUNCIAR, no sentido de “não querer, recusar, rejeitar; desistir da posse, abdicar; deixar de crer, renegar” pode ser transitivo direto ou indireto: “Renunciou os prazeres da mesa” e “Renunciou a uma herança”; “Renunciou o trono” e “Renunciou ao poder”; “Renunciou a fé” e “Renunciou a suas velhas convicções”.


Assim sendo, “Renunciar uma coisa tão importante” está tão correto quanto a “Renunciar a uma coisa tão importante”.

4º) “Eu amo minha família. Eles são maravilhosos!”

Nada errado. Temos aqui uma típica silepse de número. É também conhecida por concordância ideológica: o pronome “eles” substitui a ideia de família (= familiares). Segundo a concordância lógica, deveríamos usar o pronome “ela” para substituir “família”: “Eu amo minha família. Ela é maravilhosa!”.

É o mesmo caso de “A polícia entrou na casa. Ela começou a procurar…” Também seria correto: “Eles (os policiais) começaram a procurar…”.

5º) “Nem os alunos não são tão bem-treinados”.

Nosso leitor tem razão. A construção da frase está estranha, pois o uso do advérbio de negação (não) é dispensável. Bastaria dizer “Nem os alunos são tão bem-treinados”. A frase ficaria bem mais clara.

6º) “Surgem anjos proclamando paz na Terra e a Deus louvor”.

O leitor não compreendeu direito a frase por uma razão muito simples: os anjos proclamam a paz na Terra e louvam a Deus (eles não proclamam louvor a Deus).

A frase está incoerente. Ela está sintaticamente mal construída: a paz na Terra e o louvor a Deus seriam dois complementos do verbo PROCLAMAR. Isso não faz sentido.

São duas orações independentes (coordenadas sindéticas aditivas): “Surgem anjos que proclamam a paz na Terra e que louvam a Deus” ou “Surgem anjos proclamando a paz na Terra e louvando a Deus”.

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

1) “Eram muitas __________ e __________”.

2) “Eça de Queiroz é o autor de __________”.

3) “No século XIX, eram __________ e agora __________”.

(a) Marias e Joões / Os Maias / os Andradas e os Silvas;
(b) Maria e João / Os Maia / os Andrada e os Silva;
(c) Marias e Joãos / Os Maias / os Andrada e os Silva;
(d) Marias e Joões / Os Maia / os Andradas e os Silva;
(e) Marias e Joãos/ Os Maias / os Andrada e os Silvas.

Resposta do teste: letra (a).

A princípio, antropônimos (= nomes próprios de pessoas = prenomes e sobrenomes) fazem plural de acordo com as nossas regras básicas: Marias, Joões, Maias, Andradas, Silvas…

Monitor de volume, Loudness Monitor

Quem nunca curtiu uma fossa ouvindo músicas sobre saudade? O tema é recorrente no repertório brasileiro. De acordo com dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), mais de 15 mil canções levam a palavra saudade no título. 

Tem para todos os gostos: entre as mais gravadas estão Chega de Saudade, dos ícones da Bossa Nova Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Ainda Ontem Chorei de Saudade, de Moacyr Franco mas que foi gravada por grandes nomes da música brasileira como João Mineiro e Marciano e, mais recentemente, pelos sertanejos Leonardo e Eduardo Costa. E tem o clássico Que Saudades da Amélia.

Mas, quem pensa que as composições sobre o tema são só as antigas, se engana: recentemente, a cantora sertaneja Yasmin Santos gravou o hit Saudade Nível Hard. A música começou a fazer sucesso em 2018. Também não é privilégio de quem gosta de uma sofrência: tem pagode, com o grupo Pixote, Saudade Arregaça. Veja,a então, o ranking do Ecad com as principais músicas sobre o tema.

Ranking de músicas mais gravadas com a palavra saudades no título:

Ranking das músicas mais tocadas* com a palavra saudades no título:  

* Tocadas nos principais segmentos de execução pública nos últimos cinco anos

(Fonte: Agência Brasil)

A primeira edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital começa neste domingo (31). O exame será aplicado de forma piloto para um número reduzido de participantes, mas já poderá ser usado para concorrer a vagas no ensino superior. Ao todo, estão inscritos 93 mil estudantes em 104 cidades. Embora seja feito pelo computador, os candidatos deverão ir até os locais de prova e, assim como no Enem impresso, levar caneta esferográfica de cor preta.

Neste primeiro dia de aplicação, os participantes farão as provas de linguagens, ciências humanas e redação. No segundo dia, que será no dia 7 de fevereiro, os candidatos farão as questões de matemática e ciências da natureza. O número de questões objetivas (90 por dia), o tempo para fazer as provas e os horários de aplicação serão os mesmos do Enem impresso: cinco horas e meia no primeiro dia e cinco horas no segundo. Os portões abrem às 11h30 e fecham às 13h (horário de Brasília).

A diferença é que a prova será feita pelo computador. As questões objetivas serão todas marcadas na tela, e os participantes não precisarão preencher o cartão-resposta à mão. A redação, no entanto, será escrita à mão, por isso a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, é obrigatória. O tema e os textos motivadores estarão na tela. A correção também será feita da mesma forma que o Enem impresso.

No segundo dia de exame, a caneta também poderá ser usada. Os participantes receberão uma folha de rascunho para fazer os cálculos das provas de exatas à mão, caso desejem. 

O que levar

A lista do que pode ou não também é semelhante ao Enem impresso. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o Enem terá regras especiais de biossegurança. Este ano, além do documento oficial de identificação com foto e da caneta esferográfica de tinta preta, em material transparente, itens obrigatórios também nos exames anteriores, a máscara de proteção facial passa a integrar essa lista.

É recomendado que os participantes levem máscaras extras para trocar durante a prova. Haverá nos locais de prova álcool em gel para que os estudantes higienizam as mãos, mas é permitido que os participantes levem seu próprio produto caso desejem.

Os participantes podem levar também a própria água e/ou bebidas não alcoólicas e lanche. Além disso, caso necessitem comprovar que participaram do exame, os estudantes podem imprimir, na Página do Participante, a Declaração de Comparecimento para cada dia de prova, informando o CPF e a senha.

A declaração deve ser apresentada ao aplicador na porta da sala em cada um dos dias. Ela serve, por exemplo, para justificar a falta ao trabalho.

É importante lembrar que participantes que estiverem com sintomas de covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa não devem comparecer ao exame. A medida é necessária para que o vírus não se espalhe e mais pessoas sejam contaminadas. Nesses casos, os candidatos poderão fazer a prova na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. Para isso, poderão fazer o pedido pela Página do Participante. A data para que isso seja feito ainda será divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).   

Vídeo explicativo

Os locais de prova estão disponíveis no cartão de confirmação de inscrição, na Página do Participante. Também está disponível um vídeo que explica em detalhes como será o exame. Para garantir a segurança, os participantes receberão, no dia da prova, um código que precisarão digitar na tela antes de começar o exame e também quando finalizarem as provas.

Os computadores só terão acesso às provas. Os candidatos não terão acesso, por exemplo, à internet ou à calculadora. Na tela, quando a prova começar, aparecerão todas as questões. Será possível clicar em qual deseja acessar. O sistema também permite que o candidato escreva na tela com o mouse e que marque as questões para depois poder voltar nelas, por exemplo.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor de Tecnologia e Disseminação de Informações Educacionais do Inep, Camilo Mussi, reforça a importância de que os participantes vejam o vídeo com antecedência.

“É importante que todos vejam esse vídeo com calma, mais de uma vez, para que cheguem na prova com tranquilidade. O sistema é muito interativo e muito amigável, mas se tiver visto o vídeo antes, vai ser muito melhor”, diz.

Chegar cedo no Enem digital também pode fazer diferença. Antes de começar o exame, os participantes terão que ler várias instruções na tela. “O participante, chegando com antecedência, sentando no computador, terá a opção de ler as instruções da prova já. Não poderá acessar a prova, mas poderá, com calma, ler as instruções”, acrescenta Mussi. 

Enem 2020

O Inep vai divulgar os cadernos de provas do Enem digital logo após o fim das aplicações, no dia 31 e no dia 7 de fevereiro. Eles estarão disponíveis no site do Inep. Ao contrário do Enem impresso, já que a prova será no computador, os participantes não poderão levar os cadernos de prova. Os candidatos podem, no entanto, anotar as respostas na folha de rascunho. Os gabaritos oficiais serão divulgados até 10 de fevereiro.

O Enem 2020 tem uma versão impressa, que foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma versão digital. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas do Enem impresso, o que corresponde a menos da metade dos inscritos. A aplicação piloto do Enem digital deverá ser o início de mudanças no exame nacional. A intenção é que o exame seja totalmente digital até 2026.

O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na data de reaplicação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

A segunda edição da Copa Interbairros de Futebol 7, competição patrocinada pelo governo do Estado e pelas Drogarias Globo por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, será lançada oficialmente neste sábado (30). Seguindo todos os protocolos sanitários, a solenidade ocorrerá na sede da Federação Maranhense de Futebol (FMF), localizada no Palácio dos Esportes, no Centro, a partir das 10h.

Durante o lançamento, a organização da Copa Interbairros de Futebol 7 divulgará a fórmula de disputa deste ano e outros detalhes específicos da competição, marcada para começar no próximo dia 6 de fevereiro. Para esta temporada, foi ampliada a quantidade de equipes participantes: serão 24 no total, distribuídas em três categorias (Sub-9, Sub-11 e Sub-13).

Vale destacar que todas as equipes participantes receberão, neste sábado, kits esportivos com uniforme completo (camisa, calção e meião) e bolsas esportivas, que serão utilizados durante toda a competição, assim como ocorreu na edição anterior.

“Nossa expectativa é que seja um sucesso mais uma vez. As equipes participantes têm belos projetos sociais na Grande Ilha e estão se preparando para fazer bonito dentro de campo. Competições desta natureza são muito importantes para nossas crianças, que necessitam, cada vez mais, do esporte em suas vidas. Por isso, nosso agradecimento ao governo do Estado e às Drogarias Globo por acreditarem e apoiarem esta iniciativa”, afirmou o diretor-técnico da Copa Interbairros, Waldemir Rosa.

Após o lançamento, a organização do torneio promoverá o congresso técnico para definir o cronograma das disputas. Todos os jogos da Copa Interbairros de Futebol 7 ocorrerão no campo da A&D Eventos, no Bairro do Turu, e seguirão todas as recomendações sanitárias para a realização de eventos esportivos.

Tudo sobre o torneio está disponível nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copainterbairrosfut7ma).

EQUIPES PARTICIPANTES

CATEGORIA SUB-9: Audaz, Aurora, Corinthians do Bequimão, Futuro do São Francisco, GPV, Juventude Maranhense, R13 e Instituto Craque na Escola

CATEGORIA SUB-11: Academia Futebol Arte, Alemanha, Estrelinha Bom de Bola, Grêmio Ribamarense, Craques da Veneza, Ponte Preta Ludovicense, Projeto Paredão e Seve.

CATEGORIA SUB-13: Boleirinhos, Jeito Moleque, CTM, P10, Palmeirão, RAF 07, Slacc e Túnel.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital, que começa a ser aplicado, no próximo domingo (31), marcará o início de uma mudança no sistema. Neste ano, ele será aplicado pela primeira vez de forma piloto para 93 mil estudantes. A intenção é que o Enem se torne totalmente digital até 2026. Segundo os professores entrevistados pela Agência Brasil, isso influenciará, também, o preparo para o exame. Os estudantes precisarão, por exemplo, ter mais familiaridade com o computador e com o sistema da prova.

De acordo com o diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação, Ademar Celedônio, o uso de tecnologias nas salas de aula, que vem ocorrendo, poderá se intensificar ainda mais. “O Enem pode acelerar ainda mais, mas a gente tem dificuldades grandes. A gente sabe das desigualdades sociais que tem o Brasil”, diz. 

Fazer a prova no computador, para quem já está familiarizado com o equipamento, é mais fácil, explica o professor. No Brasil, 22% das escolas de ensino médio não têm laboratórios de informática, de acordo com os dados do Censo Escolar compilados pela plataforma QEdu. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o computador é usado por 50,7% dos brasileiros.

“Temos o desafio de, até 2026, mudar isso”, diz Caledônio, que elogia a iniciativa do Inep. A digitalização possibilitará mudanças no exame, que poderá, por exemplo, ser aplicado mais vezes por ano. Poderá também usar mais recursos como vídeos, GIFs, entre outros. “O Inep está trazendo uma vanguarda. Poucos países do mundo têm isso em um exame dessa escala”, afirma.

Para o professor de história do CEL Intercultural School, Rômulo Braga, o maior uso de tecnologias já é uma tendência, independentemente do Enem. “Depois de 2020, todo mundo está mais digital, ou pelo menos tentando estar. Ainda assim, temos um longo caminho até usarmos menos papel e livros físicos, se é que isso será interessante. De qualquer forma, a depender do formato das questões, não será o Enem digital que "puxará" a necessidade de novas experiências digitais”.

Preparo

O preparo para o Enem digital também é um pouco diferente do que para o Enem impresso e deve incluir aprender a manejar a plataforma. As questões objetivas serão respondidas no próprio computador. Então, os participantes não precisarão reservar um tempo para preencher o cartão-resposta. “Agora, é preciso ter outras habilidades, inclusive para mensurar o tempo”, diz Caledônio.

Os professores estão ambos inscritos no Enem digital. A dica de Caledônio para o preparo é que os estudantes assistam ao vídeo que o Inep disponibilizou com o cartão de confirmação de inscrição, na Página do Participante. O cartão contém, entre outras informações, o local de prova. Para os inscritos no Enem digital, há também um vídeo que explica como funciona o sistema. “Vai dar segurança para o candidato em relação a isso”.

Já Rômulo Braga sugere “o mesmo preparo que foi feito para o Enem impresso: muita calma e concentração. Junto a isso, tentar não cansar muito os olhos no dia anterior e na manhã da prova, já que serão algumas horas olhando para uma tela. E, caso haja tempo hábil, resolver as questões do Enem impresso, como forma de treinamento”.

O Inep disponibilizou, na quarta-feira (27), os cadernos de prova e os gabaritos oficiais do Enem impresso, aplicado nos últimos domingos, 17 e 24.

Enem digital 

O Enem 2020 tem uma versão impressa, que foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma versão digital, que será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas do Enem impresso, o que corresponde a menos da metade dos inscritos. Para o Enem digital, estão inscritos 93 mil participantes.

As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus são as mesmas tanto no Enem impresso quanto no digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.

Candidatos com sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa foram orientados a não comparecer ao exame. Eles devem notificar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pela Página no Participante e terão direito a fazer o exame na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. 

O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas, e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na reaplicação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

Termina, hoje (29), o prazo para os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 pedirem para participar da reaplicação das provas. Têm direito à reaplicação os candidatos que se sentiram prejudicados por questões de logística ou que tiveram sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa.

O Enem impresso foi aplicado nos últimos domingos, dias 17 e 24. O exame teve recorde de ausências, mais da metade dos inscritos não compareceram às provas. Ao todo, cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas.

Os pedidos devem ser feitos na Página do Participante. Eles serão analisados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O resultado será divulgado também na Página do Participante, no dia 12 de fevereiro, quando os estudantes saberão se os pedidos foram aceitos ou não.

A prova será reaplicada nos dias 23 e 24 de fevereiro. Podem pedir para fazer o exame nesses dias aqueles participantes que foram prejudicados, por exemplo, por falta de água e luz nos locais de prova ou falha no dispositivo eletrônico fornecido ao participante que solicitou uso de leitor de tela.

Houve, ainda, candidatos que foram impedidos de fazer o exame por causa da lotação das salas. Devido à pandemia do novo coronavírus, foi preciso garantir o distanciamento entre as carteiras dos candidatos. De acordo com o Inep, isso aconteceu em, pelo menos, 11 cidades, em 37 escolas. Esses participantes também podem pedir a reaplicação. 

Covid-19

Os candidatos inscritos no Enem que apresentaram sintomas da covid-19 ou outra doença infectocontagiosa não deveriam ir aos locais de prova. Esses participantes têm direito de participar da reaplicação. Além da covid-19, podem solicitar a reaplicação participantes com coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela.

Segundo o Inep, para a análise da possibilidade de reaplicação, a pessoa deverá inserir, obrigatoriamente, no momento da solicitação, documento legível que comprove a doença. Na documentação devem constar o nome completo do participante, o diagnóstico com a descrição da condição, o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10), além da assinatura e da identificação do profissional competente, com o respectivo registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde (RMS) ou de órgão competente, assim como a data do atendimento. O documento deve ser anexado em formato PDF, PNG ou JPG, no tamanho máximo de 2MB. 

De acordo com o Inep, até o último domingo (24), 18.210 candidatos solicitaram a reaplicação por causa de doenças infectocontagiosas. Desses pedidos, foram aceitos 13.716.

Enem digital

Para os participantes do Enem digital, que será aplicado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, os prazos são diferentes. Ao todo, cerca de 93 mil candidatos farão essas provas.

Assim como ocorreu no Enem impresso, aqueles que tiverem sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa não devem comparecer aos locais de prova. Quem já tiver com laudo médico pode enviá-lo até amanhã (30). O sistema será novamente aberto para os pedidos de reaplicação, em data a ser definida pelo Inep.

Amazonas

As provas foram canceladas no Estado do Amazonas, em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) por causa da pandemia. O Enem digital também foi suspenso no Amazonas. Esses estudantes deverão fazer o exame na data da reaplicação. Eles não precisarão solicitar a participação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais em todo o país contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

A primeira edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital começa neste domingo (31). O exame será aplicado de forma piloto para um número reduzido de participantes, mas já poderá ser usado para concorrer a vagas no ensino superior. Embora seja feito pelo computador, os candidatos deverão ir até os locais de prova e, assim como no Enem impresso, levar caneta esferográfica de cor preta.

“É interessante lembrar que os participantes se deslocam até o local onde existe computador – a escola, universidade, faculdade, que se cadastrou antecipadamente – e que devem levar caneta preta porque vão fazer redação em papel ainda este ano. Foi uma opção para não ter uma mudança ainda tão radical”, explica o diretor de Tecnologia e Disseminação de Informações Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Camilo Mussi, em entrevista à Agência Brasil.

Ao todo, 96.086 pessoas se inscreveram no exame, mas com o cancelamento das provas no Amazonas, por causa do agravamento da pandemia do novo coronavírus, esse número caiu para 93.217 inscritos em 104 cidades brasileiras. Os inscritos no Amazonas farão o exame impresso na data da reaplicação, dias 23 e 24 de fevereiro.

Assim como no Enem impresso, no primeiro dia, os participantes farão as provas de linguagens, ciências humanas e redação. No segundo dia, matemática e ciências da natureza. O tempo de prova e os horários de aplicação também serão os mesmos, cinco horas e meia no primeiro dia e cinco horas no segundo. Os portões abrem também às 11h30 e fecham às 13h, no horário de Brasília.

A diferença é que a prova será feita pelo computador. As questões objetivas serão todas marcadas na tela, e os participantes não precisarão preencher o cartão-resposta à mão. A redação, no entanto, será escrita à mão, por isso a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, é obrigatória. O tema e os textos motivadores estarão na tela.

No segundo dia de exame, a caneta também poderá ser usada. Os participantes receberão uma folha de rascunho para fazer os cálculos das provas de exatas à mão, caso desejem.  

Vídeo explicativo

Os locais de prova estão disponíveis no cartão de confirmação de inscrição, na Página do Participante. Também está disponível um vídeo que explica em detalhes como será o exame. Para garantir a segurança, os participantes receberão, no dia da prova, um código que precisarão digitar na tela antes de começar o exame e também quando finalizarem as provas.

Os computadores só terão acesso às provas. Os candidatos não terão acesso, por exemplo, à internet ou à calculadora. Na tela, quando a prova começar, aparecerão todas as questões. Será possível clicar em qual deseja acessar. O sistema também permite que o candidato escreva na tela com o mouse e que marque as questões para depois poder voltar nelas, por exemplo.

“É importante que todos vejam esse vídeo com calma, mais de uma vez, para que cheguem na prova com tranquilidade. O sistema é muito interativo e muito amigável, mas se tiver visto o vídeo antes, vai ser muito melhor”, recomenda Mussi. 

Chegar cedo no Enem digital também pode fazer diferença. Antes de começar o exame, os participantes terão que ler várias instruções na tela. “O participante, chegando com antecedência, sentando no computador, terá a opção de ler as instruções da prova já. Não poderá acessar a prova, mas poderá, com calma, ler as instruções”, diz.  

Medidas de segurança

As medidas de segurança para evitar o contágio pelo novo coronavírus no Enem digital são as mesmas do Enem impresso. Por causa da pandemia, também será obrigatório o uso de máscara cobrindo o nariz e a boca durante todo o tempo de prova e haverá álcool em gel disponível nos locais de aplicação. Os participantes poderão levar máscaras extras para trocar durante o exame e o próprio álcool em gel, caso queiram. Candidatos com sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa não devem comparecer aos locais de prova. Eles terão direito a fazer o exame na reaplicação, em fevereiro.

Mussi explica que, nos laboratórios de informática, também serão cumpridas regras de distanciamento. “O computador pode até estar um ao lado do outro, mas, seguindo medidas sanitárias, haverá separação entre cada computador, utilizando uma cabine como se fosse cabine de votação. Teremos separação física entre os participantes, mesmo que os computadores estejam um ao lado do outro”. 

Dificuldades

As notas do Enem digital poderão ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Esses participantes vão concorrer com os cerca de 2,5 milhões de candidatos que fizeram a versão impressa do Enem nos dois últimos domingos, dias 17 e 24, e com aqueles que fizerem o exame na data da reaplicação. Segundo Mussi, o nível de dificuldade das provas é o mesmo. As questões do Enem são escolhidas em um banco de itens. Todas elas foram pré-testadas e classificadas conforme a dificuldade. O sistema de correção, que utiliza a chamada teoria de resposta ao item (TRI), também ajuda a garantir a isonomia dos candidatos. 

Mussi diz que os participantes podem fazer as provas do Enem impresso para se preparar, mas que as questões do exame que começam neste domingo (31) não abordarão necessariamente os mesmos assuntos. As provas e os gabaritos estão disponíveis na página do Inep. “Não quer dizer que possa utilizar as provas anteriores e achar que vão cair questões parecidas com aquelas. O que significa é que as questões que vão cair serão do mesmo nível de dificuldade”, esclarece.

Divulgação das provas

Segundo Mussi, o Inep vai divulgar os cadernos de provas do Enem digital logo após o fim das aplicações, no dia 31 e no dia 7 de fevereiro. Eles estarão disponíveis no site do Inep. Ao contrário do Enem impresso, já que a prova será no computador, os participantes não poderão levar os cadernos de prova. Os candidatos podem, no entanto, anotar as respostas na folha de rascunho. Os gabaritos oficiais serão divulgados até 10 de fevereiro. 

A aplicação piloto deverá ser o início das mudanças no Enem. A intenção é que o exame seja totalmente digital até 2026.

(Fonte: Agência Brasil)

Há dias, respondi a um questionário elaborado por Natércia, neta de Nascimento Moraes Filho, como instrumental para sua tese de doutorado, quando me perguntava qual era o real sentimento pelo autor de “Pé de Conversa”. Respondi que o meu sentimento era, ao mesmo tempo, filial e fraterno, porque foi ele que, numa certa tarde, me arrancou das mãos os originais de “Silêncio Branco”, meu primeiro livro de poemas e fê-lo editar pelo Departamento de Cultura do Estado, sob a direção, na época, do querido Dominguinhos Viera Filho, que, de pronto, escreveu as orelhas e deu a apresentação para Erasmo Dias, já que eu tinha a unção de Fernando Viana, Bacelar Portela e Rubem Almeida; a capa entregaram-na para Pedro Paiva Filho... Creio que fora um excelente batismo para um jovem de 20 anos... E é justamente a ele, Zé Moraes, o meu Cireneu, a quem escrevo estes apontamentos para jornal, porque foi, por suas mãos, repito, que um dia cheguei aos valores reais de minha terra.

Este poeta, ensaísta e folclorista chama-se José Nascimento Moraes Filho, São Luís, 15 de julho de 1922 – São Luís, 22 de fevereiro de 2009. Deixei o verbo no presente, porque homens como ele não morrem nunca e nunca saem de cenário, principalmente quando seu grito, também de jovem, arrancou da crítica brasileira, e do outro lado do Atlântico, os crivos merecidos.

“Poetas meus irmãos, / acompanhai o meu grito! / Eu sou o sofrimento dos sem nome! / Eu sou a voz dos oprimidos”.

Assim ecoava o grito libertário de Nascimento Moraes Filho por meio do seu “Clamor da Hora Presente”, a estilhaçar métodos e conceitos, com sua poesia social e participativa. Era um poeta que já nascia maduro, egresso do Centro Cultural Gonçalves Dias, ao lado de Clóvis Sena, Vera Cruz Santana, Agnor Lincoln da Costa, Clineu César Coelho, e outros talentos, que, ao tempo, se reuniam nas escadarias da Igreja do Carmo, bem antes do movimento “Ilha”, que se reunia na “Movelaria”, de propriedade do pintor Pedro Paiva, que congregava José Sarney, Bandeira Tribuzi, Lago Burnett, Ferreira Gullar, Floriano Teixeira, Cadmo Silva, Antônio Luís Oliveira, Yêdo Saldanha, José Bento Neves, dentre outros... Era essa a plêiade dos jovens intelectuais da época que viriam a formar a famosa Geração de 45 maranhense..

Sobre esse seu canto de estreia de Nascimento Moraes Filho, disse Otto Maria Carpeaux, numa página inteira do “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro, de onde este excerto diz tudo: “Inspirou-me grande simpatia. Agradeço a oportunidade de entrar em contato com a alma de um poeta realmente generoso e forte”.

Zé Moraes, como era conhecido, não despontava apenas por ser filho do mestre Nascimento Moraes, “O lutador”, catedrático do Liceu Maranhense e um dos maiores intelectuais do seu tempo; nascia ele da espontaneidade do seu talento, da explosão dos seus gestos de revolta, como címbalos a retinir no bronze, como era sua voz grave a trovejar sempre ao lado da equidade e da justiça.

Nascimento Moraes Filho pertenceu a nossa mais autêntica “Bélle Époque” a se reunir costumeiramente no “Atena Bar”, na Rua de Nazaré, onde numa das paredes, à direita de entrada do boteco, estavam as mais nobres assinaturas de intelectuais do Maranhão e deste velho Brasil, os quais, de passagem por São Luís, e quase sempre hospedados no Hotel Central, ali perto, eram chamados para participar daquele tradicional rito. Se o Raimundo, dono do bar, soubesse o valor daquele patrimônio, teria inventariado a parede em separada, antes de negociar o estabelecimento.

Vejam esse lance de boêmia e generosidade: Nascimento Mores Filho chegou ao ponto de organizar uma caixinha de contribuição de todos que frequentavam o “Atena Bar” para pagar os ‘tragos e cervejas’ de poetas e pensadores menos afortunados...

Foi numa dessas ocasiões que Zé Moraes apresentou ao Maranhão (lê-se São Luís) um dos seus filhos ilustres, mas que, infelizmente, não era conhecido ainda pela maioria de seus conterrâneos, vez que saiu de São Luís muito moço com destino aos mistérios amazônicos, atraído, já ao tempo, pelos estudos da etnologia, e depois se transferindo em definitivo para o Rio de Janeiro. Essa figura era Nunes Pereira, etnólogo e botânico, um cientista do mesmo porte intelectual de Roger Bastide, de Arthur Ramos e de Levy Straus; no entanto, Nunes Pereira fora nascido e criado bem ali na Casa das Minas, na Rua de São Pantaleão, filho de Mãe Almerinda e afilhado da Nochê da Casa, Mãe Andreza Maria, nome que, com emoção, dei à minha filha, exclusivamente em sua homenagem. Nunes Pereira dá nome hoje a uma das alas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pertenceu as Academias Maranhense e Amazonense de Letras... Deixou grande bibliografia nesse campo científico, e mais outorgas brasileiras e estrangeiras e o Prêmio Roquette Pinto, da Academia Brasileira de Letras, pelo seu trabalho “Morunguetá: um Decameron indígena”. Honrou-me muito ter o velho Nunes Pereira como querido amigo e mestre... Quanto aprendi com ele... E se mais soubera...mais teria aprendido! 

Voltando o fio à meada, sobre os quefazeres literários de Zé Moraes, disse o velho Nunes ser ele um “escritor maranhense cuja obra merece minha admiração e o meu apreço, como nenhum outro aqui já por mim lido e analisado (...) sua capacidade de pesquisador e de verdadeiro mestre, senão discípulo de Smith Thompson...”

Já eu estava fora de São Luís, quando o contingente boêmio e literário, egresso do “Atenas Bar” que fora demolido, mudara-se para o “Restaurante e Bar Aliança”, do sempiterno lusitano António Tavares, tendo, ele, Zé Moraes, estabelecendo-se de corpo presente na “Esquina do protesto” ou do “fuxico”, nas imediações da Praça Benedito Leite, como passou a ser chamada, para “bater’ forte” em defesa da conservação ecológica da Ilha ameaçada por desastres ecológicos de uma multinacional. Se essa derrocada não aflorou como ele a construíra no seu imaginário de homem de bom senso, plantou, para os pósteros, aquela revolução de ideias eternizada por Santo Tomás de Aquino quando diz que se protesta quando o bem comum está seriamente ameaçado; quando o alvo da contestação é tido como desnecessário pelos homens prudentes na organização social em que vivem; quando houver forte probabilidade de êxito e quando o provável dano feito pelo protesto não seja maior que o provável dano feito pela ausência dele, e finalmente, quando não houver outro remédio que conjure o perigo que ameaça o bem comum... Foi isso que ele fez!

Foi Zé Moraes o descobridor de Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista maranhense, depois de longa e constante pesquisa em jornais e documentos pertencentes ao acervo da Biblioteca Pública Benedito Leite; foi ele, Zé Moraes, que ao buscar, no folclore maranhense, encontrou preciosidades e as fez publicadas no seu “Pé de Conversa”; foi ele que, numa antologia, selecionou poesias, contos e cantares do Natal, de autores maranhenses e os enfeixou no seu “Esperando a Missa do Galo”; foi ele quem escreveu “Esfinge do Azul”, onde se transforma num moleque lírico que briga por uma estrela, a mostrar a beleza da poesia em sua simplicidade.

Como funcionário público [Fiscal de Rendas do Estado] entrou em disponibilidade por não aceitar ser impelido a certas práticas viciosas do sistema, na época, institucionalizadas, em prejuízo ao fisco que defendia. E nunca mais assentou os pés na tal repartição, tendo morrido com seus proventos reduzidos.

José Nascimento Moraes Filho é, para minha honra, o patrono da cadeira nº 23 que ocupo na Academia Maranhense de Cultura Jurídica, Social e Política. Foi ele a mais retumbante voz social e política do Maranhão por todo o século XX e o criador da poesia social maranhense...

Aqui está o homem em frente da ética e da moral para dizer: Presente!

Este é meu grito de saudade a José Nascimento Moraes Filho que esbravejava o presente, a orgulhar-se do passado e a esverdear-se numa indomável esperança no futuro...

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulga, hoje (27), os gabaritos oficiais das provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Os participantes poderão conferir as respostas corretas do exame no site do Inep e no aplicativo do Enem.

O Enem impresso foi aplicado nos dois últimos domingos, dias 17 e 24 de janeiro. Os participantes resolveram questões objetivas de matemática, ciências da natureza, ciências humanas e linguagens. Fizeram, também, a prova de redação, a única subjetiva do exame.

Mesmo com os gabaritos em mãos, não é possível saber a nota no exame. Isso porque o Enem é corrigido com base na chamada teoria de resposta ao item (TRI), que leva em consideração, entre outros fatores, a coerência de cada estudante na própria prova.

Ou seja, se ele acertar questões difíceis, é esperado que acerte também as fáceis. Se isso não acontecer, o sistema entende que pode ter sido por chute. O estudante, então, pontua menos que outro candidato que tenha acertado as mesmas questões difíceis, mas que tenha acertado também as fáceis. 

Notas finais

A previsão para a divulgação dos resultados finais é dia 29 de março. Nessa data os participantes saberão também quanto tiraram na redação. Mas, apenas depois da divulgação do resultado, em data ainda a ser definida, os candidatos terão acesso à correção detalhada da prova de redação

Ao todo, segundo o Inep, cerca de 2,5 milhões de candidatos fizeram as provas este ano, número que representa menos da metade dos participantes inscritos nas provas. O Enem 2020 terá ainda uma versão digital, que será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. 

As notas poderão ser usadas para acessar o ensino superior e participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) - que oferece vagas em instituições públicas – Programa Universidade para Todos (ProUni) – que oferece bolsas de estudo em instituições privadas – e, Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que oferece financiamento a condições mais vantajosas do que as de mercado. 

Logística

Após a aplicação do exame no último domingo (24), começou a chamada etapa de logística reversa. Nela, os chefes de sala conferem os cartões-resposta e as folhas de redação e de rascunho dos candidatos presentes e ausentes. Esse material é colocado em malotes que são enviados para as centrais de correção do consórcio aplicador.

Segundo o Inep, o processo é feito com escolta militar. Os veículos usados no transporte dos malotes são monitorados por satélite e contam com um sistema de segurança máxima da carga transportada. A realização do Enem, antes e após a aplicação, envolve o Exército, a Polícia Civil, Polícia Militar, Bombeiros, a Polícia Federal, as secretarias de Segurança e a Polícia Rodoviária Federal.

Quando recebe os malotes, o consórcio aplicador digitaliza os cartões com as respostas e as folhas de redação. Os arquivos digitalizados das redações são repassados às equipes responsáveis pela correção dos textos. O Inep explica que, para garantir isonomia na correção, as redações são enviadas aos mais de 9 mil corretores sem a identificação dos participantes.

A correção das provas objetivas é feita por meio de uma tecnologia de reconhecimento do cartão-resposta. O cálculo da nota, usando a TRI, é feito pelo consórcio aplicador e pelos pesquisadores do Inep, que também são responsáveis pela conferência e a solução de eventual discrepância.  

Reaplicação

O Enem ocorreu em meio à pandemia do novo coronavírus e, por isso, adotou várias medidas de segurança, como o uso obrigatório de máscaras. Os participantes que estivessem com sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa não deveriam comparecer aos locais de prova. Esses estudantes poderão fazer o exame na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Para isso, aqueles que ainda não o fizeram têm até o dia 29 para solicitar a reaplicação na Página do Participante. Podem também pedir para participar da reaplicação os candidatos que foram prejudicados por questões logísticas, como falta de água ou luz e aqueles que foram impedidos de fazer o exame porque as salas estavam lotadas e era preciso garantir o distanciamento entre os participantes. Segundo o Inep, isso aconteceu em, pelo menos, 37 escolas de 11 cidades.

As provas foram canceladas no Estado do Amazonas, em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) por causa da pandemia. Esses estudantes também deverão fazer o exame na data da reaplicação. Eles não precisarão solicitar a participação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais em todo o país contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)