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O OLHAR DE MINHA MÃE

(À memória de Carlinda Orlanda Sanches, minha mãe; e aos meus irmãos Cláudia, Carlos Magno, Júlio César e Wendel)

* * *

Eu caminhava mais uma vez por São Paulo, olhando sem enxergar, ouvindo sem escutar.

Mais uma vez eu tinha trazido minha mãe, Dª Carlinda, para um hospital altamente especializado em doenças do fígado (hepatopatias).

Quando minha mãe me dizia “Meu filho, estou sentindo gosto de sangue na boca” tudo se transformava, a família toda se mobilizava: passagens de avião, justificativas de ausência no local de trabalho, divisão de tarefas para os filhos (meus irmãos) que ficavam etc. etc.

Minha mãe era uma heroína. Sofria de uma doença rara, à época de menos de quarenta casos no mundo – uma tal de colangite primária, irreversível, fatal.

Suportar o que minha mãe suportou por puro amor aos filhos é algo só de mãe. Às vezes, ela dizia:

“– Meu filho, se eu for gritar as dores que sinto, ninguém dorme nesta casa”.

Ah, minha mãe!...

Essas lembranças e tantas outras mais me vinham naquelas manhãs e tardes e noites em que eu caminhava pela capital paulista, como recorrente e noctívago “globe-trotter”.

Eu só podia visitar minha mãe na UTI por poucos minutos, ao meio-dia e às 7h da noite. Antes da permissão para adentrar a enorme UTI, cheia de pessoas entubadas, pequenos sons e luzes brilhando dos mostradores dos sofisticados equipamentos, antes de adentrarmos essa ilha de sobrevivência, lotada de pacientes, aparelhos, médicos e enfermeiros intensivistas, todos os parentes dos doentes passavam por um duro, um dramático, um indesejável momento: aguardar a atualização da lista de doentes da UTI.

Nessa lista, os nomes dos internados vinham com palavras que iam de ESTÁVEL a ÓBITO. Quando alguém falecia, todos os que aguardavam na antessala da UTI se dirigiam até os parentes do morto e os abraçavam, pesarosa e irmãmente, tal o sentimento de fraternidade que todos desenvolviam ali, uns em relação aos outros.

Naquela vez, entrei na UTI e já fui até minha mãe. Logo seu olhar vivo e brilhante me reconheceu. Mas os tubos a impediam de falar. Estava tão miúda e frágil minha mãe!...

Peguei sua mão direita entre as minhas e comecei a falar, a fazer perguntas, a contar como estavam meus irmãos menores, a dizer-lhe palavras positivas e repassar-lhe as esperanças de todos, os familiares e amigos, em sua recuperação.

De repente, percebo o olhar de minha mãe mais vívido, como se quisesse falar. Sabe aquele olhar, aquele jeito, aquela sensação, os olhos querendo dizer algo?

Comecei a perguntar a minha mãe o que era: Queria que chamasse um médico? Uma enfermeira? Não sei que outras perguntas fiz, tantas as que devem ter saído de mim aflito, angustiado...

E chegou o final da visita. Deixei a mão de minha mãe e pude ver seu olhar que continuava a querer me dizer algo. Ela sabia que eu iria ficar preocupado o tempo todo e, talvez, quisesse me acalmar – essas coisas de mãe, que abdica da própria dor para não permitir que um filho sofra...

Fui saindo da Unidade de Terapia Intensiva do grande hospital paulistano e ainda me voltei para o leito de minha mãe, a ponto de alcançar um último olhar, como a dizer... o quê? O que minha mãe queria dizer, contar, transmitir? Ah insensibilidade filial, que não sabe perceber em vida o verdadeiro valor e sentimento que de tantas formas são comunicados pela mãe!...

Naquele dia e por causa daquele olhar, o mundo deixou de ter sentido. Sem ter o que fazer (estava ali por minha mãe), caminhava repetidamente do começo ao fim da Avenida Paulista. Descia por um lado e subia pelo outro. Lojas... empresas... bancos... O Parque Trianon (oficialmente, Parque Tenente Siqueira Campos) e seus quase 50 mil metros quadrados de árvores, trilhas, esculturas, “playgrounds” e bancos de sentar... o Shopping Avenida... o Masp... o Memorial da América Latina...... lojas... empresas... bancos...

Fui dormir a noite dos insones e dos zumbis. Só pensava e só via o olhar de minha mãe. E se ela morresse justo naquela noite?

O que ela me queria dizer?

Que derradeiro recado queria dar?

Que último desejo gostaria de expressar?

Que recomendação final nos quereria transmitir?

Ah, meu Deus!...

Dentro de meu cérebro e em meu corpo, a alma e a mente se intranquilizavam...

Foi uma noite longa... Longa e horrível.

Mas, pela graça de Deus, minha mãe e eu superamos aquela noite. E outras. Até que, apesar de debilitada (a doença é incurável), deram-lhe alta e eu a trouxe de volta para casa. Os voos faziam muito mal para ela, mas não havia opção: por terra o desgaste seria maior. Então, dos males...

Em casa, parece que eu tinha esquecido o olhar de minha mãe. Mas, certo dia, conversando com minha mãe, voltou-me à memória aquela noite, aquele olhar, e faço a pergunta sobre o que tanto me inquietava:

“– Mamãe, naquele dia, eu percebi que a senhora queria me dizer alguma coisa. Fiquei muito preocupado, mãe. O que era? A senhora se lembra?”

A resposta foi uma graça – e, egoisticamente, um alívio: eu deixara de ser Atlas e descarreguei o peso do mundo de sobre os ombros. Mamãe respondeu:

“– Oh meu filho!... Claro que eu lembro! Sua mãe está é doente, e não doida. Meu filho, não era nada grave. Apenas você, na sua aflição, ao conversar comigo, estava sem saber apertando muito minha mão...”

Olhei mais uma vez as mãos de minha mãe, finas, magras da doença e as acariciei amorosamente.

Você nem imagina o tamanho do abraço que dei em minha mãe... Tão demorado e intenso que parecia uma enorme vontade de voltar para dentro dela...

... e, mais uma vez, ser abraçado e protegido pelo seu ventre...

* EDMILSON SANCHES.

FOTOS:

A mãe e o filho: olhares...

“QUE DEUS (ME) PERDOE”...

– E Ele haverá de perdoar, pois Ele pode tudo – até mesmo não reparar em um erro meu em um texto sobre o Filho d’Ele...

*

No texto “Minha Paixão”, que compartilhei aqui, nesta manhã, escrevi:

“29 de março de 2024. Sexta-feira da Paixão. Daqui a pouco, às 3 horas da tarde, Cristo dará seu último suspiro [...]”.

Era para eu ter escrito: “Daqui a pouco, às 3 horas da tarde [...]”– como estava em versão anterior do texto.

Quando percebi, já havia feito os compartilhamentos... Aí, deu uma moleza... [rs] refazer tudo e reenviar... Então, envio esta explicação.

Devo ter feito a troca dos tempos porque estava esticando o pensamento e lembrando de minhas memórias do Sábado de Aleluia, a brincadeira do Judas, os furtos de galinhas, as brigas e desforras entre crianças, as promessas de pisa da mãe se fizesse algum malfeito... Por tudo isso e muito mais, “não mais que de repente” a palavra “Amanhã [sábado]” saiu da mente para a tela... e ocupou o lugar do texto, que deve ser: “Daqui a pouco, às 3 horas da tarde [desta Sexta-Feira], Cristo dará seu último suspiro [...]"

Pois é, no processo de escrever, como se diz, o pensamento voa e as palavras vão a pé...

Os ingleses e os latinos (não necessariamente nesta ordem...) tentam nos desculpar, a nós os mortais que se metem a registrar tempos e sentimentos com letras – em vez de com prédios, pontes, pinturas, esculturas, fotografias...

Os ingleses chamam a isso de “phrozen photography”, que é a imagem da palavra ou do texto que se congelada no cérebro e que se impõe ao que deve estar no texto.

Os latinos, bem mais antigos, denominaram “lapsus calami” ao "erro acidental ao escrever", como, curto cirúrgico, diz o dicionário escrito com bisturi. (O latim “calamus”, com origem no grego “kálamis”, é uma espécie de instrumento, uma haste feita de cana ou junco que, após embebida em tinta, era utilizada para se escrever no papel de antigamente – os papiros e pergaminhos. Simbolicamente, "cálamo" (a grafia em Português) designa a pena com que os escribas e escritores escreviam. Assim, a tradução de “lapsus calami” também pode ser “erro [lapso] ao correr da pena”, isto é, durante o escrever. Há, ainda, a expressão “currente calamo”, locução adverbial que significa “de maneira espontânea, despreocupada; sem parar para pensar” [Houaiss, 2009].

Pois bem: Se o Bom Deus não puder perdoar meus pecados capitais, mortais, que Deus perdoe esse pecado venial, superficial...

E Ele, creio, haverá de perdoar, pois Ele pode tudo...

– até mesmo não reparar em um pequeno erro meu em um texto sobre o Grande Filho d’Ele...

* EDMILSON SANCHES.

FOTO:

Às vezes, sob o peso da “cruz” de escrever, comportamo-nos como a bela criança da imagem: estamos carregados de boa vontade, de sentimentos, de compaixão, de esforço – mas nos faltam, a nós adultos, a graça, a leveza, a beleza da inocência...

Sexta-feira Santa.

MINHA PAIXÃO

– Como era a Semana Santa de sua infância?

– Desta vez, quem será levado à cruz... Desta vez, quem receberá a sentença, quem será açoitado, quem terá pés e pulsos varados por imensos cravos... Desta vez, quem morrerá à míngua de água e amor... Desta vez, não será o Cristo... O Cristo seremos nós.

* * *

29 de março de 2024. Sexta-feira da Paixão. Amanhã, às 3 horas da tarde, Cristo dará seu último suspiro no Gólgota (ou Calvário, a colina fora de Jerusalém parecida com a forma de uma caveira – daí seu nome aramaico “Gulgulta”, crânio).

 Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João registraram, para a fé da História e para a história da Fé, o lugar onde se ergueu, em cruz, o corpo ferido, debilitado, sanguinolento, lanhado a couro e ferro, pau e espinhos, além dos apupos da turba ignorante, que não sabia o que falava ou fazia.

Entre tantas “paixões de Cristo” que se inscreveram nas memórias de minha vida e na vida de minhas memórias, as da minha infância são as que se sublinham e resistem em minha mente pluridecenária – o tempo e uma pouca convincente luta pela sobrevivência aos poucos vão destintando as cores outrora fortes de fé e fraternidade que cumpria ter ou obedecer e que marcavam cada período da chamada “Semana Santa” no interior onde eu morava e no interior que morava em mim.

Minha “Paixão” da infância se lembra de que, na Quarta-Feira Santa, Dona Carlinda Orlanda Sanches (saudades, mãe; permaneça aí com Deus!) já saía perguntando aos filhos e outros familiares quem iria “fazer jejum”, isto é, não tomaria café, nem teria almoço ou jantar na quinta ou sexta-feira – só água e uma ou outra fruta e olhe lá... Seguindo o exemplo e força dos “mais velhos”, recordo-me de que jejuei diversas vezes.

Quando alguns de nós silenciávamos ou demorávamos na resposta, minha mãe já sabia: preferíamos comida, e esta então era feita com antecedência, ainda na quarta-feira, de modo que, na quinta ou sexta, apenas teria de ser esquentada, por nós garotos, nos fogareiros a carvão feitos de barro e flandre das latas de querosene “Jacaré” (acumulava uma cinza daquelas, que cuidávamos de retirar).

 Ir à mesa para o almoço, só todo vestido – e, antes, oração, contrição. Eram dias, aquelas quintas e sextas, em que não se pegava em dinheiro, não se faziam negócios, rádios só tocavam músicas sacras, corais, coros, instrumentais, histórias bíblicas.

Uma garantia naqueles dois dias, quinta e sexta-feira “da Paixão”: menino sapeca não apanhava, não levava surra.

Uma certeza, no sábado ou no domingo, após aqueles dias: taca! (É claro, se houvesse feito algum malfeito. Bem feito!)

Pois o “sábado de Aleluia” parecia se prestar a isso, tinha esse “clima”: garotos traquinas procuravam confusão, “tomavam satisfação”, “enticavam-se” mutuamente e até invadiam quintais para furtar ou auxiliar adultos a furtarem galinhas... e nós todos com a maior cara de santo aparecermos nas diversas malhações do Judas.

Era um tempo em que se respeitavam os mais velhos, em que menino tinha “criação” (uma saudável mistura de educação, bom comportamento, temor a Deus, respeito aos pais, dedicação aos estudos e disciplina em casa, ajudando nos afazeres e até na formação da renda do dia a dia).

Os que se “comportavam” tinham um programa que se repetia anualmente: ir assistir ao filme “Paixão de Cristo”... que também se repetia anualmente no Cine Rex ou no Cine São Luís, em Caxias.

Assim, vestia-se a melhor roupa, aquela calça de tecido “bagaço de coco”, a camisa alinhadinha, os sapatos tinindo de graxa e brilho... (Consegui uma cópia daquele antigo filme “Paixão de Cristo”, da década de 1950 ou 1960, sem efeitos especiais – exceto o de deixar sofrida a alma dos assistentes, que se indignavam com as cenas da escolha de Barrabás em vez de Cristo, frente a Pilatos – “Livra Barrabás!”; que pareciam sentir cada chibatada, cada empurrão, cada tropeço, cada queda, até o ferimento final pela lança de Longinus).

De dois mil anos para cá, Cristo vem sendo morto e ressuscitado pelos que sucederam àqueles que, em seu tempo, foram os primeiros a saberem da remissão dos pecados, da possibilidade do Paraíso, da fruição da vida eterna.

Ao cristicídio cotidiano Ele responde com amor. Com o pedido de perdão ao Pai, pedindo desculpas pelos que “sabem o que fazem”. Com o líquido final, sangue e água, que jorrou sobre os olhos do centurião que o ferira de morte e foi curado de grave doença ocular – com o que Longinus, o soldado, alvo desse milagre “post-mortem”, abandona o exército romano, converte-se, vira monge, percorre terras em pregação cristã e, por isso, é preso, torturado, tem sua língua cortada e seus dentes arrancados, virando santo cultuado na Europa e América – é o São Longuinho dos três pulinhos da tradição cristã.

Dois mil anos depois, ainda submetemos Cristo ao “espetáculo” de nossas paixões terrenas, onde interesses e desculpas amontoam-se para “justificarem” os erros e desacertos humanos.

Por antecipação, deveríamos saber: anuncia-se uma segunda vinda de Cristo, mas não haverá uma segunda vida e morte d’Ele.

Desta vez, quem irá para o patíbulo...,

... quem será empurrado ao cadafalso...,

... quem será arrastado à cruz...,

... quem se secará ao sol clamando gotas de água e amor...

 .. .desta vez, quem receberá a sentença...

 .. .quem se submeterá à vergonha...

 .. .quem padecerá sob o açoite, o flagelo e a tortura...

 .. .quem será trespassado pelos cravos nos pulsos...

... quem terá os imensos pregos cravados nos pés...

 ... quem tentará inspirar, respirar e, pelo peso do corpo, não terá ar nos pulmões e se asfixiará...

 .. .desta vez, quem receberá a espetada impiedosa da imensa lança que varará pele, romperá carne, afastará ossos, triturará órgãos e esburacará o peito...

.. .desta vez não será o Cristo...

... O Cristo seremos nós.

* EDMILSON SANCHES.

Médicos chegam ao local de prova para a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020, em Brasília.

O Ministério da Educação (MEC) notificou, nessa quinta-feira (28), seis instituições de educação superior que anunciaram novos cursos de medicina sem ter a devida autorização do MEC. A pasta alega que as instituições em situação irregular realizaram vestibular para o curso de medicina, a partir de decisão judicial provisória.

Além da notificação, as universidades não devem oferecer as vagas para o curso e, se este procedimento já tiver sido iniciado, a oferta de vagas aos estudantes deve ser suspensa imediatamente.

A notificação ainda determina a divulgação de uma nota pública no próprio site da instituição de ensino, nas redes sociais, além de locais onde foram feitas as ofertas com o devido esclarecimento sobre o referido curso de medicina ainda não possuir autorização obrigatória do MEC para funcionar. O comunicado ainda deve trazer a informação de que o processo seletivo para as vagas de medicina foi realizado apenas com autorização judicial em decisão liminar, ou seja, provisória.

As instituições têm o prazo de cinco dias corridos, desde a data do recebimento da notificação, para prestar esclarecimentos à Diretoria de Supervisão da Educação Superior da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do MEC. No prazo de 15 dias, essas instituições deverão apresentar comprovação do cumprimento das medidas cautelares contados a partir da notificação, e terão 30 dias para apresentação de recurso.

O não cumprimento da orientação do MEC poderá resultar em irregularidade administrativa, conforme previsto em lei, passível de aplicação de penalidades, como desativação de cursos e habilitações; intervenção federal na universidade; e descredenciamento.

O MEC justifica a medida como necessária para o estabelecimento de um padrão para decidir sobre os pedidos instaurados por força de decisão judicial e a inclusão de modificações pontuais mais coerente com o Programa Mais Médicos, que tem o objetivo é suprir a carência destes profissionais de saúde nos municípios do interior do país e nas periferias das grandes cidades.

O MEC também revogou a Portaria nº 397/2023, que trata do processamento de pedidos de autorização de novos cursos de Medicina e de aumento de vagas em cursos de Medicina já existente 

Instituições

Entre as instituições apontadas pelo MEC, estão o Centro Universitário Facens (Unifacens), de Sorocaba (SP), e o Centro Universitário Mauá de Brasília (Unimauá), com sede em Taguatinga Sul (DF). As duas instituições de educação superior ainda mantêm nas páginas iniciais de seus respectivos sites a oferta do curso de medicina.

No site do Centro Universitário Facens, um alerta abaixo da publicação sobre a segunda chamada do vestibular de medicina comunica ao internauta que “o processo seletivo foi autorizado judicialmente em decisão proferida pela 5ª Turma do TRF-1 [Tribunal Regional Federal] no processo judicial nº 1066986-35.2020.4.01.3400.”

Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a Unimauá confirmou estar ciente da determinação do MEC e lamentou a decisão. A entidade disse que as aulas da primeira turma de medicina iniciaram-se em fevereiro deste ano e se defendeu e respondeu que seu curso de medicina cumpriu todos os requisitos de qualidade impostos pela legislação vigente, obtendo notas máximas em todas as avaliações promovidas pelo próprio MEC, afirmou.

Em nota, a entidade alegou ainda que, desde 12 de setembro de 2023, o Ministério da Educação se recusa a publicar a portaria de autorização do curso, após cumprimento das exigências legais. A Unimauá classifica essa negativa da pasta como ilegal e, ao se entender como vítima de arbitrariedade, confirma que buscou o Centro Universitário entrou na Justiça.

“A Justiça ordenou ao MEC, não uma, mas diversas vezes, que publicasse o ato de autorização, mas foi ignorada. Finalmente, no dia 18 de dezembro de 2023, para garantir sua própria decisão, o Poder Judiciário autorizou a realização do vestibular para o ano de 2024. O curso de medicina do UniMauá foi oferecido aos alunos e suas famílias sob essa tutela judicial, que foi informada no edital do certame”, afirma a nota do Centro Universitário Mauá de Brasília.

O MEC ainda não divulgou os nomes das outras quatro universidades notificadas pelo mesmo motivo.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 27/03/2024 – começa nesta quarta no Estádio Mané Garrincha
Tema este ano é To infinity and beyond (Ao infinito e além).
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Atenção, gamerscosplayer, engenheiros de tecnologia da informação (TI), cientistas, professores makers, empreendedores, mentores, curiosos e visionários de diversas partes do Brasil e de todas as idades: foi dada a largada para a 6ª edição da Campus Party Brasília (CPBSB6) na noite da última quarta-feira (27), no Estádio Mané Garrincha.

Até o fim do evento, no domingo (31), a expectativa de público é de 100 mil visitantes na área gratuita aberta ao público em geral (Área Open) e cerca de 10 mil pessoas na arena, onde só transitam os que pagaram ingressos, os chamados campuseiros, a maioria jovens interessados no universo geek e nerd. Somente na área de camping, montada em dois andares do estádio, devem acampar 2,5  mil participantes e voluntários cadastrados.

Durante a cerimônia de abertura em um palco 360 graus, o presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farruggia, revelou que pretende tornar a capital federal, já em 2025, o maior festival sobre tecnologia, inovação, disrupção e empreendedorismo do país. “O DF é a capital do Brasil e todas as Campus Party mais importantes feitas no mundo, desde Singapura, dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa, América Latina e África, se passam nas capitais de cada país. Aqui no Brasil, a mais importante hoje é São Paulo e vamos trabalhar para que a capital [Brasília] venha a ser a maior Campus Party do país. Depois, conseguiremos que seja, como foi São Paulo em um momento, a maior Campus Party do mundo”, projeta.

Brasília (DF) 27/03/2024 – começa nesta quarta no Estádio Mané Garrincha
Tema este ano é To infinity and beyond (Ao infinito e além).
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Neste ano, o evento tem como tema To infinity and Beyond (Ao infinito e além), ligado à astronomia, e homenageará os 50 anos do Planetário de Brasília Luiz Crulz. O diretor-executivo CEO da Campus Party Brasil, Tonico Novaes, disse à Agência Brasil que o evento deixará um legado para os brasilienses. “Nós vamos deixar de presente para o Planetário de Brasília o Data Sky, um software projetado em uma tela, onde as pessoas vão poder se relacionar de acordo com assuntos específicos de seu interesse”.

Programação

O festival terá, ao todo, mais de 400 horas de atividades e mais de 500 conferencistas, além de workshops, competições, mentorias, experiências imersivas, por exemplo, em simuladores para aproximar os campuseiros às tecnologias do futuro, conforme a programação divulgada pela organização. Tudo isso distribuído em três grandes palcos: What´s Next, Petrobras e Serpro. E espaços temáticos: Fábrica de Empreendedores, Super Novas, Big Bang, Campus Kids, Arena Disrupção, Arena de Drones, Login e Robocore.

Entre os conferencistas do festival nessa quinta-feira (28), os de maior destaque foram os youtubers brasileiros Iberê Thenório, fundador do canal Manual do Mundo há 15 anos; Thiago Braga, do Brasão de Armas, que conta e analisa histórias sobre batalhas e guerras; além da influencer  Nathália Rodrigues de Oliveira, a Nath Finanças, que aborda questões relacionadas à educação, organização e até ao planejamento financeiro; e o pesquisador Ricardo Cappra que mostrou oportunidades na área de inteligência artificial (IA) de dados.

Brasília (DF) 27/03/2024 – começa nesta quarta no Estádio Mané Garrincha
Tema este ano é To infinity and beyond (Ao infinito e além).
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Nesta sexta-feira (29), a criadora do primeiro aplicativo para o ensino-aprendizagem de línguas indígenas ameaçadas de extinção, Suellen Tobler, vai contar como o app Nheengatu vem sendo usado em escolas indígenas. Nheengatu é considerado o idioma perdido dos indígenas da Amazônia, depois de ter sido banido pelos colonizadores portugueses.

Bilheteria

Os interessados ainda podem comprar on-line os ingressos para a CPBSB6 .

O ingresso do tipo Presencial Sem Camping custa R$ 346,10 e o ingresso com Camping ou Camping Duplo aumenta para R$ 453,10.

O ingresso gratuito dará acesso, durante todos os dias da Campus Party, à área Open do evento, além de permitir o uso de inúmeras bancadas e internet disponíveis para jogar, brincar, programar computadores e estudar.

Os crachás dos participantes são retirados na área de credenciamento do Estádio Mané Garrincha.

Serviço da Campus Party Brasília – 6ª edição

Local: Estádio Mané Garrincha

Arena

De 28 a 30/3: funcionamento 24 horas;

31/3: até as 17h;

Área Open 

De 28 a 30/3: das 10h30 às 20h;

31/3: das 10h30 às 16h;

Camping

Funcionamento 24 hoas até as 18h de domingo (31) para pagantes e voluntários.

Algumas atividades do festival terão transmissões ao vivo no canal da Campus Party Brasil no Youtube.

(Fonte: Agência Brasil)

Referência na natação paralímpica nos últimos anos, o maranhense Davi Hermes representou o Brasil na disputa do Trisome Games 2024, que ocorreu entre os dias 19 e 26 de março, em Antalya, na Turquia. Davi, que é atleta da Viva Água e conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, foi um dos destaques da delegação da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), após garantir o Top 10 mundial da categoria Sênior (17 a 24 anos) nos 50m borboleta e 100m borboleta, além de melhorar a sua marca pessoal em algumas provas realizadas no evento internacional.

Na disputa dos 50m borboleta do Trisome Games, Davi Hermes registrou o tempo de 37.15, garantindo o sétimo lugar na categoria Sênior e a 11ª posição na categoria Open. Já nos 100m borboleta, o nadador maranhense concluiu a prova em 1:32.17, baixando em mais de um segundo a sua marca anterior, resultado que rendeu a oitava colocação na Sênior e o 12º lugar na Open.

Davi Hermes também defendeu o Brasil nas provas de revezamento do Trisome Games, ao nadar 100m borboleta no 4x100 Medley, onde o país garantiu a sétima posição, e participar do 4x200 nado livre, ajudando o quarteto brasileiro a conquistar o sexto lugar. Nessa prova, o nadador maranhense fez o tempo de 3.25, oito segundos abaixo de sua melhor marca prévia.

Por fim, Davi Hermes registrou o melhor tempo da carreira nos 100m nado livre, com 1m24s20, baixando quatro segundos em relação ao recorde anterior. Com esse resultado, o atleta da Viva Água ficou em 12º lugar no mundo na categoria Sênior.

“Considerando que foi sua primeira viagem totalmente com a delegação, sem a família ou seu técnico, foi um desempenho muito bom, além de exercício de sua autonomia e independência. Gostaria de agradecer o apoio da Potiguar e do governo do Maranhão pelo patrocínio, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, que possibilita uma preparação de esporte de alto desempenho para poder estar à altura dos melhores do mundo” diz George Oliveira, pai de Davi.

Davi Hermes dá os seus primeiros passos na temporada depois de emplacar vários títulos no cenário nacional da natação paralímpica em 2023. O nadador maranhense colecionou medalhas de ouro em eventos como o Campeonato Brasileiro de Natação CBDI, a Copa Brasil de Natação Down CBDI, o Meeting Brasileiro de Natação, os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e o Campeonato Maranhense de Natação de Inverno.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Principal atleta de kitesurf das Américas, o maranhense Bruno Lobo, que é patrocinado pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Bolsa-Atleta e da Revista Kitley, se destacou em mais uma competição internacional antes da tão aguardada participação nos Jogos Olímpicos, que serão realizados em Paris, na França. Mostrando muita determinação e regularidade nas regatas, Bruno ficou em quarto lugar no Campeonato Europeu de Fórmula Kite, evento que reuniu os principais atletas da modalidade no mundo e ocorreu entre os dias 15 e 24 de março, no Mar Menor, em Los Alcázares, na Espanha.

“Semana intensa com muitas regatas, bons momentos na água e muito aprendizado. Vamos seguir trabalhando rumo aos nossos objetivos. Obrigado a todos que estiveram na torcida. Também agradeço aos meus patrocinadores, apoiadores, equipe técnica e multidisciplinar, estamos no caminho certo!”, afirma Bruno Lobo.

Em busca de evolução e de grandes resultados no cenário mundial da Fórmula Kite até Paris 2024, Bruno Lobo já terá mais um desafio importante pela frente a partir deste sábado (30), quando inicia a sua participação no Troféu Princesa Sofia, um dos eventos mais tradicionais da vela. A competição, que é válida como etapa da Copa do Mundo, será realizada até o dia 6 de abril, em Palma de Mallorca, na Espanha.

Bruno Lobo inicia a temporada mais importante de sua carreira com muita confiança após várias conquistas em 2023. Além de garantir a vaga antecipada nos Jogos Olímpicos e o heptacampeonato brasileiro de Fórmula Kite, Bruno faturou o seu segundo ouro na história da modalidade nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, alcançou o Top 10 do Mundial de Vela e ficou em quinto lugar no evento-teste da Olimpíada, realizado na Marina de Marselha, na França, sendo o único atleta da América do Sul na disputa.

Também em 2023, Bruno Lobo se destacou na Allianz Regatta, evento válido como etapa da Copa do Mundo de Vela e disputado em Lelystad, na Holanda. O atleta maranhense foi o melhor kitesurfista das Américas e conquistou a nona posição na classificação geral da competição. Já no Troféu Princesa Sofia, na Espanha, Bruno foi o melhor atleta das Américas, ficou em sétimo lugar entre os países e conquistou a 11ª posição na classificação geral.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O surfista maranhense Kadu Pakinha, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, continua treinando firme no Rio de Janeiro, de olho nos desafios da temporada de 2024. Em busca de títulos para o Maranhão e evolução no cenário nacional da modalidade, Kadu vai participar da primeira etapa do Circuito Brasileiro de Surf de Base, entre os dias 18 e 21 de abril, em Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca (PE).

Em 2023, Kadu Pakinha representou o Maranhão em duas etapas do Circuito Brasileiro de Surf de Base, com destaque para o desempenho na segunda etapa, ocorrida em Guarujá (SP), onde garantiu classificação para a segunda fase.

"A expectativa é muito boa para a temporada de 2024. Estou trabalhando todos os dias com foco na conquista de grandes resultados para o surf maranhense. O Circuito Brasileiro é um evento muito importante, e não vai faltar dedicação em busca das primeiras posições. Mais uma vez, fica o agradecimento ao governo do Estado e à Potiguar, que dão todo o suporte para que eu possa representar o Maranhão nas principais competições do país", diz Pakinha, que, também, está confirmado na disputa do Circuito Carioca, um dos mais competitivos do Brasil.

Kadu Pakinha acumulou bons desempenhos nos eventos realizados em 2023. O surfista maranhense ficou entre os quatro melhores colocados nas três etapas do Circuito ASN Puro Suco Nova Geração, em Niterói, e foi semifinalista das categorias Sub-16 e Sub-18 da 2ª etapa do Circuito de Surf Cyclone, no Rio de Janeiro.

Além disso, Kadu Pakinha chegou às semifinais do Canto Open, garantiu a quarta posição na categoria Sub-16 Masculino do Grumari Masters e disputou o Saquarema Surf Pro Am, competições que deram experiência e confiança ao jovem surfista para a temporada de 2024.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

26.03.2024 - Ministro Fernando Haddad em reunião com Governadores, Consórcio de Integração Sul e Sudeste. Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou, nesta terça-feira (26), o Programa Juros por Educação, um pacto para reduzir os juros da dívida dos Estados com a União. Em contrapartida, os Estados devem aumentar as vagas para alunos no ensino médio técnico em suas redes de educação.

A proposta foi detalhada em reunião do ministro Haddad com governadores de entes devedores, como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Romeu Zema (Minas Gerais). Este foi o quinto encontro com autoridades estaduais para tratar sobre a questão da dívida.

O saldo devedor acumulado dos Estados atinge a cifra de R$ 740 bilhões. Desse montante, os quatro Estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais – devem R$ 660 bilhões, equivalente a 90% do estoque da dívida.

“Com essa proposta, o governo federal busca criar um pacto nacional em prol da formação profissional dos jovens no ensino médio, o que além de melhorar a empregabilidade e renda desses jovens, ajudará a construir um país com crescimento econômico estruturalmente maior e com Estados com finanças públicas saneadas”, explicou o Ministério da Fazenda, em comunicado.

De acordo com a pasta, 7,7 milhões de alunos estão matriculados no ensino médio (85% de responsabilidade dos Estados), mas apenas 1,1 milhão estão integradas à formação profissional e somente 20% são de tempo integral. O Ensino para Jovens e Adultos (EJA) médio com formação técnica possui apenas 40 mil matrículas no Brasil.

“O programa Juros pela Educação tem potencial de mudar essa realidade e em poucos anos dar um salto no ensino técnico e se igualar a nações desenvolvidas”, explicou.

A meta do programa é chegar na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem 37% de matrícula de jovens de 15 a 19 anos em ensino médio vinculado à educação profissional. Para atingir a marca, o objetivo é matricular mais de 1,6 milhão de jovens nessa modalidade, o dobro do atual.

“Se todos os Estados que possuem dívidas com a União aderirem ao programa é possível atingir a média da União Europeia, hoje na casa de 50%”, informou o Ministério da Fazenda.

O programa

Os Estados que aderirem ao pacto terão uma redução temporária, de 2025 a 2030, das taxas de juros aplicadas aos contratos de refinanciamento de dívidas. A meta é ter mais de 3 milhões de alunos matriculados no ensino médio técnico até 2030. Os entes federados que atingirem as suas metas de expansão de matrículas em até seis anos terão redução permanente na taxa de juros.

O programa Juros por Educação estará aberto para todos os Estados da Federação. Aqueles que não possuem dívida com a União ou dívidas de menor valor terão acesso prioritário a linhas de financiamentos e outras ações de apoio a expansão da educação técnica.

“Além de trazer alívio fiscal, o programa fomenta a educação profissionalizante, beneficiando todos os setores da economia, com incremento sustentável da produtividade e crescimento econômico. A projeção aponta para um incremento estrutural de mais de 2% do PIB [Produto Interno Bruto – soma das riquezas do país] como um todo, além de impactos na renda, no desempenho escolar geral e redução dos índices de criminalidade”, acrescentou o Ministério da Fazenda.

O Estado que aderir ao programa poderá optar por diferentes taxas de juros, com contrapartidas distintas. A uma taxa de juros real de 3% ao ano, o Estado precisa aplicar, ao menos, 50% da economia proporcionada pela redução dos juros na criação e ampliação de matrículas no ensino médio técnico. Ao aderir à faixa que dá juros reais a 2,5% ao ano, o ente federado precisa aplicar, ao menos, 75% da economia na ampliação de matrículas. Já na faixa com os juros mais baixos (2% ao ano), os Estados precisam investir 100% do que foi economizado com juros na educação técnica.

De forma adicional, independentemente da adesão ao Juros por Educação, os entes federados poderão, ainda, reduzir a taxa de juros em 0,5%, desde que realizem amortização extraordinária de 10% do saldo devedor, ou ter 1%, de redução desde que realizem amortização extraordinária de 20% do saldo devedor.

Essas amortizações poderão ser realizadas em ativos, incluindo participações em empresas públicas e sociedades de economia mista. Com as amortizações extraordinárias, a taxa de juros real dos contratos poderá chegar a 1% ao ano.

Endividamento

O endividamento dos Estados com a União é devido a empréstimos diretos feitos pelo governo federal a esses entes ou nas situações em que os Estados contratam crédito no mercado financeiro, tendo a União como garantidora. Em fevereiro de 2024, por exemplo, o Tesouro Nacional pagou R$ 1,22 bilhão em dívidas atrasadas de Estados, de acordo com o mais recente Relatório de Garantias Honradas pela União em Operações de Crédito.

Nesse caso, o Tesouro cobre a dívida vencida mas cobra as contragarantias, como a retenção de repasses da União para o ente devedor - como receitas dos fundos de participação e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além de multa, juros e custos operacionais.

Em declaração recente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é obrigação do governo federal “sentar e tentar encontrar uma solução” para a questão.

Na semana passada, Lula recebeu o governador Cláudio Castro no Palácio do Planalto, que informou a intenção do Estado do Rio de Janeiro de ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para rediscutir a dívida.

Recuperação fiscal

Nos últimos anos, decisões do STF impediram a execução das contragarantias de vários Estados em dificuldade financeira. Posteriormente, a corte mediou negociações para inclusão ou continuidade de governos estaduais no regime de recuperação fiscal (RRF), que prevê o parcelamento e o escalonamento das dívidas com a União em troca de um plano de ajuste de gastos. Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul fecharam acordos com o governo federal.

No início da pandemia de covid-19, a corte concedeu liminar para suspender a execução de garantias em diversos Estados. Algumas contragarantias de Minas Gerais também não foram executadas por causa de liminares concedidas pelo Supremo.

Com a adesão do Estado do Rio de Janeiro ao RRF, no fim de 2017, o Estado pôde contratar novas operações de crédito com garantia da União, mesmo estando inadimplente. No fim de 2020, o ministro Luiz Fux, do STF, concedeu liminar mantendo o Rio de Janeiro no regime de recuperação fiscal. Em junho do ano passado, o Estado, em acordo mediado pelo STF, concluiu as negociações com a União para continuar no RRF.

Também em junho de 2022, o Rio Grande do Sul fechou acordo com a União e teve o plano de recuperação fiscal homologado. O plano permite que o Estado volte a pagar, de forma escalonada, a dívida da União, cujo pagamento estava suspenso por liminar do Supremo Tribunal Federal desde julho de 2017. Em troca, o governo gaúcho deverá executar um programa de ajuste fiscal que prevê desestatizações e reformas para reduzir os gastos locais.

Em maio de 2020, o STF autorizou o governo goiano a aderir ao pacote de recuperação fiscal em troca da adoção de um teto de gastos estadual. Em dezembro de 2021, Goiás assinou a adesão ao RRF, que permite a suspensão do pagamento de dívidas com a União em troca de um plano de ajuste de gastos.

Minas Gerais é único Estado endividado que não aderiu ao RRF. Em julho de 2022, o ministro Nunes Marques, do STF, concedeu liminar que permite ao governo mineiro negociar um plano de ajuste com a União sem a necessidade de reformar a Constituição estadual. No mesmo mês, o Tesouro Nacional publicou uma portaria autorizando o governo de Minas a elaborar uma proposta que oficialize o ingresso no programa.

Atualmente, a Assembleia Legislativa analisa um projeto de lei do RRF estadual. Em novembro do ano passado, o governo concordou com a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de federalizar as estatais mineiras para pagar as dívidas do Estado com a União. Em dezembro, Nunes Marques prorrogou a data-limite de adesão ao RRF para 20 de abril deste ano.

(Fonte: Agência Brasil)

Alunos em sala de aula. Foto: Shubham Sharan/Unsplash

A primeira parcela do programa Pé-de-Meia, no valor de R$ 200, começa a ser paga nesta terça-feira (26), para estudantes nascidos em janeiro e fevereiro. O incentivo, referente à matrícula, será depositado até 7 de abril, conforme o mês de nascimento do estudante.

Serão beneficiados alunos que estiverem matriculados em qualquer série do ensino médio na rede pública e com informações consolidadas e enviadas pelas redes de ensino até 8 de março.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o depósito será feito em contas digitais abertas, automaticamente, pela Caixa em nome dos beneficiados.

Caso o estudante beneficiado seja menor de idade, é preciso que o responsável legal autorize o aluno a movimentar a conta. O consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem.

Confira, abaixo, o cronograma de pagamento da primeira parcela do Pé-de-Meia:

arte cronograma pé-de-meia

Ainda segundo o MEC, até o dia 14 de junho, caso ocorram eventuais correções e atualizações de informações por parte dos sistemas de ensino e das instituições federais de ensino médio, o pagamento do incentivo referente à matrícula poderá ser realizado até 1º de julho de 2024.

Incentivos

Além do incentivo-matrícula, o programa prevê outros três incentivos financeiro-educacionais:

  • Incentivo-Frequência, no valor de R$ 200 mensais, pago em oito parcelas periódicas: o estudante precisa ter frequência mínima mensal de 80% das horas letivas ou média de frequência de 80% das horas letivas no ano, até a data da coleta da informação pela rede de ensino;
  • Incentivo-Conclusão, no valor de R$ 1.000 por ano, pago em parcela única na conta-poupança do aluno: o estudante precisa concluir a série em que está matriculado com aprovação e, quando for o caso, com participação nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), bem como nos exames aplicados pelos sistemas de avaliação externa dos entes federativos para o ensino médio;
  • Incentivo-Enem, no valor de R$ 200: para estudantes do 3º ano do ensino médio que se inscreverem e participarem dos dois dias de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), incluindo eventual reaplicação em situações excepcionais.

Os valores referentes aos incentivos de matrícula e frequência podem ser utilizados livremente pelos estudantes, conforme forem recebidos nas contas bancárias. Já o incentivo-Conclusão só poderá ser utilizado pelo aluno após concluir todo o ensino médio. Considerando as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação no Enem, os valores podem chegar a R$ 9.200 por aluno, ao longo dos três anos do ensino médio.

O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público. Por meio do incentivo à permanência escolar, o programa quer democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social. Foto Arte/Arte/Ministério da Educação

Programa

Instituído pela Lei nº 14.818/2024, o Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional, na modalidade poupança, destinado a incentivar a permanência e a conclusão escolar de alunos matriculados no ensino médio público.

De acordo com o MEC, a proposta é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre jovens, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.

Estados e municípios prestam as informações necessárias à execução do incentivo, a fim de possibilitar o acesso de estudantes matriculados nas respectivas redes de ensino.   

(Fonte: Agência Brasil)