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Essa é uma das perguntas que a hoteleira Mariana Sousa mais ouviu no período que trabalhou no Copacabana Palace. E, nessa mesma época não houve frase mais repetida por ela do que “Belmond Copacabana Palace, Mariana, bom dia, como posso ajudar?”. Ela é uma das pessoas que ajudaram a escrever a história do hotel mais famoso do Brasil e que completa 100 anos neste domingo (13).

Mariana trabalhava no chamado guest service, em tradução livre, serviço de hóspedes. Eram de 100 a 200 ligações por dia. “A maioria era de pessoas querendo saber quanto custava uma noite, porque o Copa está no imaginário das pessoas, é o símbolo máximo de luxo e sofisticação para os brasileiros. Você pensa no Copacabana Palace, pensa em luxo ostentação. É uma coisa que geralmente não faz parte da maioria da vida dos cariocas ou da maioria dos brasileiros”, diz.

Localizado à beira da praia que é um dos ícones do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace, com 239 quartos e suítes, além de uma fachada imponente, é difícil de não ser notado.

Hotel Copacabana Palace

Para Mariana, como estudante de hotelaria na Universidade Federal Fluminense (UFF), trabalhar no hotel era a chance de ter experiências únicas. Ela começou como estagiária e, posteriormente, foi efetivada. O telefone que tanto lhe acompanhou inspirou o trabalho final de curso. O telefone e a história da hotelaria de luxo carioca foi publicado em formato de artigo na Revista Hospitalidade.

"A comunicação na hotelaria é a base. Dificilmente, em qualquer empresa, você consegue controlar 100% a comunicação. Mas a comunicação com o hóspede tem que ser perfeita, a comunicação entre os funcionários tem que ser perfeita. Você tem que anotar tudo possível e imaginável, porque imagina se você esquece ou anota o apartamento errado de uma chamada de despertar e, no dia seguinte, o hóspede perdeu um voo? E se esse voo ia levar para uma reunião que ia fechar contrato de milhões de dólares e isso tudo partiu de você não ter anotado o apartamento? Parece uma coisa simples, mas as consequências são astronômicas”, explica.

O Copacabana Palace, em operação desde o dia 13 de agosto de 1923, foi um dos primeiros hotéis no Brasil a já começar as atividades com um serviço de telefonia, que havia chegado no país décadas antes, em 1877, trazido pelo imperador D. Pedro II. Quando inaugurado, o setor de telefonia contava com um chefe, um intérprete, auxiliares e os telefonistas da noite. “Era o reconhecimento da importância do setor de telefonia para o funcionamento do hotel mais luxuoso da cidade”, diz o artigo de Mariana.

A partir de 2014, o hotel extinguiu o cargo de telefonista, que era a pessoa responsável por receber as ligações e encaminhar ao devido setor para o atendimento. Agora, conta com o chamado guest service, que concentra o atendimento, evitando que o hóspede ligue em diferentes departamentos para resolver o mesmo ou diferentes problemas.

“Era bastante frenético porque o número do Copa, que eu nunca vou esquecer, por algum motivo está também no inconsciente de várias pessoas. Então, aquele telefone não para de tocar e você precisa dar conta de priorizar sempre o hóspede”, diz Mariana.

E ela conta que também recebia muitos trotes. “Teve uma vez, nas Olimpíadas [em 2016], que ligaram, foi uma ligação que eu peguei, dizendo que tinha uma bomba no hotel, imagina! Por sorte a gente já estava meio preparado, tinha tido um treinamento de segurança e eu segui o procedimento que tinham me passado. Mas é uma ligação bem tensa”.

Tratamento VIP

Ao longo de sua existência, o Copacabana Palace foi visitado ou hospedou reis, artistas, intelectuais e políticos como a atriz de Hollywood Ava Gardner; a cantora Janis Joplin; a princesa Diana e o Príncipe [agora rei] Charles; o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger; o cineasta Orson Welles, o beatle Paul McCartney, Santos Dumont e os futuros reis do Reino Unido Edward VIII e George VI.

Internamente, no atendimento, os hóspedes eram identificados por cores. E significava se eram celebridades, figuras públicas, hóspedes frequentes, jornalistas, executivos ou funcionários da própria rede do hotel. Os hóspedes mais importantes tinham um documento chamado show me you know me (mostre que você me conhece, em tradução livre). “Esse documento era interno e era colocado em alguns setores. Ele trazia a foto do hóspede VIP e algumas informações especiais daquela pessoa. Por exemplo, gosta de brigadeiros, é alérgica a tal coisa, gosta de tantos travesseiros”, diz Mariana.

Hoje, ela não está mais no Copa. “A diferença que eu percebo dos hotéis que eu trabalhei é que em um hotel de luxo não existe a palavra não. A gente era proibido de falar um não para o cliente, e a gente se virava até conseguir aquilo que o hóspede estava pedindo, não importava o valor. Se era realmente algo impossível, oferecia algo bem semelhante”.

Deslumbre

O Copacabana Palace também teve um papel importante na história da professora da Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF Ana Paula Spolon, que orientou o trabalho de Mariana. No fim da década de 1980, Ana Paula estava no último ano do curso de tradução em São Paulo, quando foi passar férias de verão na casa de uma prima, no Rio de Janeiro. Naquelas férias, decidiu trabalhar e conseguiu uma vaga como intérprete em uma joalheria que ficava no lobby do hotel.

“O primeiro dia eu entrei e pisei no lobby e falei ‘uau’, foi o primeiro grande uau profissional da minha vida e eu falei ‘eu quero isso aqui, quero brincar disso, quero trabalhar aqui, quero trabalhar em hotelaria, quero trabalhar aqui’, era o lugar”, conta. Ana Paula decidiu mudar de carreira e se profissionalizar.

Para ela, o que diferencia o Copacabana Palace de outros hotéis de luxo é a tradição. “Não vai haver grandes novidades aqui dentro, a tradição vai ser nosso mote. Agora, eles estão destacando nos 100 anos exatamente isso, publicando fotografias da história desses 100 anos, bem antigas. A tradição é o que segura. Isso vem muito forte na arquitetura, se olha para o skyline [termo que se refere a silhueta formada pelos prédios] da praia de Copacabana, ele é quase o único edifício antigo, o mais tradicional mesmo”, diz.

Para além de fascinar Mariana, Ana Paula diz que o Copa é alvo de interesse constante dos alunos e que muitos estagiaram ou trabalharam no empreendimento. A professora está, inclusive, conduzindo um estudo com eles sobre o hotel. Segundo as respostas obtidas na pesquisa em andamento com alunos e ex-alunos da Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF que atuaram como estagiários ou funcionários do Copa, metade dos respondentes avalia como boa e, a outra metade como ótima a experiência que tiveram no hotel.

“Acredito que ele é um atrativo por si, muitas pessoas vão para realmente ficar no hotel e chegam até a não aproveitarem a cidade. Ele também é muitas vezes visto pela sociedade (principalmente cariocas) como um objetivo ou uma conquista. Pois muitas vezes, enquanto eu estava trabalhando lá, tinha pessoas que mandavam mensagens falando quanto tempo estavam esperando essa hospedagem. É um status muito forte estar lá, se hospedar lá”, diz um dos respondentes. A pesquisa está sendo realizada pela Rede de Estudos em Hospitalidade, grupo de pesquisa liderado por Ana Paula Spolon.

Hotéis de luxo

Além do Copacabana Palace, outros 55 hotéis de portes variados compõem a lista dos hotéis de luxo vinculados a Brazilian Luxury Travel Association (Associação Brasileira de Viagens de Luxo). De acordo com Ana Paula, o que define um hotel de luxo não é, ao contrário do que se pode pensar, a tecnologia, uma vez que hotéis luxuosos inclusive podem oferecer experiências para que os hóspedes fiquem desconectados, e sim o cuidado.

“O cuidado extremo, no sentido de esmero na prestação de serviço, aquele esforço constante diário e que está nas pessoas, nos funcionários da hotelaria de luxo. São pessoas muito atentas a detalhes para prestar um serviço”.

Mesmo com preços elevados, segundo Ana Paula, o mercado de luxo tem público. “Por incrível que pareça existe mercado sim, existe muita gente disposta a pagar o que for preciso para ter privacidade, exclusividade, sossego, vivenciar o que a classe média não alcança”. No Copacabana Palace, os preços variam de R$ 2,2 mil a R$ 25 mil por noite.

O Copa

Além dos quartos, o Copacabana Palace conta com 13 salões para eventos com capacidade para até 2 mil pessoas, piscina semiolímpica, SPA, quadra de tênis, centro fitness. É também, o único hotel na América Latina com dois restaurantes com estrela Michelin (avaliação internacional que indica a qualidade do restaurante), o MEE e o Ristorante Hotel Cipriani. Além de um restaurante de comida internacional, o Pérgula.

O portal Brasiliana Fotográfica da Fundação Biblioteca Nacional e Instituto Moreira Salles reuniu imagens históricas e do hotel e resumiu a história do local. Segundo o portal, o Copacabana Palace era, na época de sua inauguração, o maior hotel da América Latina e representava a modernidade da cidade.

O hotel foi construído a pedido do então presidente Epitácio Pessoa. Em 1919, ele solicitou aos empresários Octávio Guinle e Octávio Rocha Miranda que construíssem hotéis para abrigar os visitantes da Exposição do Centenário da Independência do Brasil. Nessa ocasião, o Brasil receberia chefes de Estado e pessoas ilustres de todo o mundo. Pessoa queria tornar o Brasil um país conhecido e respeitado no cenário internacional da época.

O Copacabana Palace não ficou pronto em 1922, para o centenário, e acabou sendo inaugurado oficialmente em 13 de agosto de 1923 com a visita do presidente da República à época, Artur Bernardes, em companhia de outras autoridades, dentre elas o prefeito do Rio de Janeiro, Alaor Prata.

O hotel foi projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, responsável por outras obras da cidade, como a do Hotel Glória e a do Edifício Joseph Gire, que ficou conhecido como Edifício A Noite. O prédio foi construído com cimento alemão, mármore de carrara e adornado com vidros e lustres da Tchecoslováquia, móveis franceses, tapetes ingleses e cristais da Boêmia.

Em 1989, a família de Octávio Guinle vendeu o Copacabana Palace para o grupo Orient-Express que, posteriormente, passou a chamar Belmond. Atualmente, o hotel é de propriedade do grupo francês LVMH, com comprou o Belmond em dezembro de 2018. O Copa é tombado em nível federal, estadual e municipal.

(Fonte: Agência Brasil()

A Orquestra Petrobras Sinfônica (OPS) e sua Academia Juvenil subiram, pela primeira vez, ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para um concerto conjunto, em comemoração ao Dia dos Pais, neste domingo (13), às 11h. Os ingressos tiveram preço simbólico de R$ 2 e puderam ser adquiridos tanto na bilheteria física do teatro quanto na internet. A classificação etária foi livre, e o concerto teve duração de 60 minutos.

“Os alunos estão muito contentes, porque o sonho de todo jovem que quer tocar um instrumento é, um dia, chegar a uma orquestra profissional. Então, a OPS dá essa oportunidade, para que eles sintam esse gostinho. Estão superanimados, embora um pouco ansiosos, como é normal, porque eles querem render bem. Estão do lado de seus professores, dos músicos da orquestra. É muito bacana esse momento para eles”, destacou em entrevista à Agência Brasil o maestro Sammy Fuks, professor da Academia Juvenil.

Ele e o também regente Tomaz Soares dividiram o palco no concerto do domingo. Ambos são músicos da OPS, sendo o primeiro flautista e, o segundo, violinista. Regente da Academia Juvenil desde 2019, Fuks comentou que alguns alunos nunca pisaram no palco do Municipal para fazer uma execução musical. O local é considerado sagrado para o Rio de Janeiro porque por ali passam, sempre, grandes músicos, artistas, bailarinos.

“É uma grande honra para eles tocarem naquele palco”, diz Fuks. A Academia Juvenil da OPS realiza, em média, dois concertos por semestre, sendo o mais importante o do encerramento do ano letivo. Os jovens já se apresentaram em espaços importantes, como a Sala Cecília Meireles. “Eles tocam sozinhos, porque precisam também ter essa autonomia e se defenderem, sem a ajuda dos professores e dos músicos da OPS do lado”.

Repertório

O repertório do concerto integrado trouxe músicas que passeiam do clássico ao popular, incluindo obras de Beethoven, Bizet, Brahms, Villa-Lobos e da dupla Sivuca e Glória Gadelha, cuja música Feira de Mangaio ganhou arranjos sinfônicos da violinista Ágatha Lima, aluna egressa da Academia Juvenil. Ágatha entrou na terceira turma do projeto quando tinha apenas 14 anos e, atualmente, faz pós-graduação em Viena, na Áustria.

Ao todo, participaram do concerto de integração 71 músicos, dos quais 29 são alunos da Academia Juvenil e 27 são da Orquestra Petrobras Sinfônica. Desses, 15 são professores do projeto. Além deles, houve 15 músicos convidados, entre jovens universitários e concertistas egressos da própria Academia Juvenil.

O maestro Tomaz Soares destacou o fato de os alunos apresentarem diversidade em origens, gêneros e credos, o que amplia a representatividade em cena. Entre os alunos da academia, 60% são pretos e pardos e 30%, mulheres, o que impacta de forma positiva no futuro da música de concerto, na avaliação de Soares. Ele é professor da Academia Juvenil da OPS desde 2012, quando ela foi criada.

A Academia Juvenil oferece, gratuitamente, um ciclo de estudo de dois anos a jovens oriundos de escolas de música e orquestras comunitárias, preparando-os para o teste de habilidade específica (THE), exigido dos músicos para o ingresso nas faculdades de música das universidades federais. No Rio de Janeiro, esses cursos são oferecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Aprovação

A coordenadora pedagógica da Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica, Monique Andries, considera que o concerto de integração demonstra a importância do projeto socioeducativo pelo qual passaram 150 alunos, desde sua criação. O projeto começou só com cordas e expandiu também para instrumentos de sopro e percussão. Atualmente, 29 alunos participam do ciclo de dois anos do projeto. A média de aprovação no THE alcança 97%. Mas, nos últimos três anos, tem atingido 100%, informou Monique à Agência Brasil. “Todos os academistas que fizeram o teste foram aprovados”.

Para ingressar na Academia Juvenil da OPS, o interessado já tem que saber tocar um instrumento e entender de leitura de partitura. É exigido também solfejo (leitura cantada das notas musicais de uma partitura). É feita uma audição anual, geralmente em fevereiro. “As vagas dependem da necessidade que se tem a cada ano. A procura é muito grande. Eles passam por uma banca da OPS, composta de professores da academia, que selecionam os que estão mais avançados”, explica o maestro Sammy Fuks.

A idade mínima é 15 anos e, a máxima, 20. “A gente pega esses alunos que estão querendo se profissionalizar e, principalmente, querendo entrar nas universidades de música federais”, diz o maestro. Na academia, eles têm aulas de teoria e percepção musical e prática de orquestra. Os 29 alunos do projeto se dedicam ao aprimoramento dos seguintes instrumentos: violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompete, trompa e percussão.

Com 48 anos de existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica é uma das mais conceituadas do país. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita por distintos estilos e linguagens. Seu diretor artístico e maestro titular é Isaac Karabtchevsky, um nome consagrado no panorama nacional e internacional.

(Fonte: Agência Brasil)

O Festival Cultura e Pop Rua – População em Situação de Rua e Direito à Cultura, que começa nesta quarta-feira (16), na capital paulista, oferecerá, até sexta-feira (18), apresentações artísticas e oficinas de cultura gratuitas e serviços diversos, além de debates com representantes de organizações, projetos e coletivos de cinco países e cinco Estados. Todas as atividades serão direcionadas à população em situação de rua.

De acordo com levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2022, pelo menos, 281 mil pessoas que não têm onde morar vivem atualmente nas ruas de cidades brasileiras. Vivendo nas ruas, as pessoas têm dificuldade de acesso a direitos básicos, como alimentação, saúde, educação e cultura. 

Para discutir o papel das instituições culturais na melhoria da vida desse público, estão previstos, ainda, debates com representantes de organizações, projetos e coletivos do Reino Unido, da França, do Uruguai, da Argentina e da Colômbia, e cinco Estados brasileiros: Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. 

A programação foi construída em cocriação com movimentos sociais de população em situação de rua, agentes, coletivos e instituições culturais atuantes nos territórios Luz, Santa Efigênia, Bom Retiro e Campos Elíseos, onde estão localizados o Museu da Língua Portuguesa (instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo) e o  Sesc (Serviço Social do Comércio) Bom Retiro, idealizadores do evento, que é correalizado pela Prefeitura de São Paulo.  

Tanto nas rodas de conversa quanto nos espaços de apresentação, terão protagonismo os artistas do território, assim como pessoas em situação de rua, incluindo: All Ice, Angoleiros do Sertão,  Coral Cênico Cidadãos Cantantes, Itinerância Poética, Libertat, MC Pedrão, Pagode na Lata, Paulestinos, Samba do Bule, Teto, Trampo e Tratamento, Nego Bala, MC Binh e Savio Muan, representantes de São Paulo, e o Coral Uma Só Voz, do Rio de Janeiro, entre outros. 

Destaques

Na quarta-feira, está previsto um minicurso para trabalhadores da cultura no teatro do Sesc Bom Retiro sob a coordenação de Matt Peacock, do Reino Unido, diretor da entidade Arts &  Homelessness International (AHI), e com participação de Patrick Chassignet, da França, chefe do setor Da Rua à Moradia, do Departamento de Missões  Sociais da Fundação Abbé Pierre e cocriador do festival C’est pas du Luxe! (Não é luxo!). 

Na quinta (17) e na sexta-feira (18), as atividades estão programadas para espaços do Museu da Língua Portuguesa e na rua em frente à Estação da Luz, incluindo rodas de conversa com entidades nacionais e internacionais que tratam do tema população de rua e cultura; tendas para oficinas de cultura com temas variados e apresentações artísticas no tablado e no térreo do Museu da Língua Portuguesa (Pátio B e Saguão B).

Toda a programação é livre, gratuita e aberta à participação de qualquer pessoa. Nessas datas, a entrada no Museu da Língua Portuguesa também será gratuita para todas as pessoas, em comemoração à realização do festival.

Também na quinta e na sexta, haverá na rua tendas de serviços para pessoas em situação de rua, tais como alimentação, saúde, corte de cabelo e embelezamento, banho, vacinação, emissão de documentos e atendimento de cuidados para os cães.

Outro destaque é a apresentação, quarta e quinta-feira, da peça Cena Ouro - Epide(r)mia, no Teatro de Contêiner, com argumento e produção da Cia. Mungunzá de Teatro e textos escritos pelos artistas da cena e direção, o espetáculo conta com supervisão dramatúrgica de Verônica Gentilin e direção de Cris Rocha, Georgette Fadel e Tânia Ganussi.

 As apresentações serão gratuitas, com retirada de ingressos na hora, de acordo com o limite da sala.

Haverá, ainda, o encontro do Pagode na Lata – proposta cultural-educacional focada na redução de danos junto aos usuários da Cracolância – com o Sexteto Aurum da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp). Na sexta-feira, apresentam-se Nego Bala e MCs do território da Luz.

Ainda na sexta-feira, às 19h, no Museu da Língua Portuguesa, será entregue o Prêmio 19 de Agosto, que reconhece boas práticas no trabalho com a população em situação de rua.

 A programação do Festival Cultura e Pop Rua pode ser consultada neste site.

Edição: Nádia Franco

O Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, região portuária da cidade, está de portas abertas para toda a população que quiser visitar o acervo. A iniciativa é uma parceria da Secretaria Especial da Juventude Carioca, o Espaço Cultural e o Observatório Internacional da Juventude (OIJ) em comemoração ao Mês da Juventude. O ingresso grátis vale até o dia 3 de setembro e atinge todas as faixas de idade. A intenção do espaço cultural com a entrada franca é ampliar a visitação do público às exposições.

Para o secretário Salvino Oliveira – que mediou no dia 4 deste mês, no museu, um debate sobre os dez anos do Estatuto da Juventude, dentro da programação –, a porta aberta é um presente que o Museu de Arte do Rio dá à população. “Tenho certeza que será um mês de muitas visitas. Quem ainda não conhece, terá a chance de conhecer e quem conhece vai querer visitar de novo, porque ir ao MAR sempre é uma garantia de passeio incrível”, afirmou.

De acordo com o diretor e chefe da Representação da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) no Brasil, Raphael Callou, a democratização do acesso aos bens culturais exige políticas públicas que atinjam maior número de pessoas. “Por isso, muito nos orgulha poder celebrar o Mês Internacional da Juventude com a gratuidade do MAR. Somos um espaço plural, onde a convergência de protagonismos se faz cada vez mais presente. A gratuidade para todos os visitantes reforça a missão do MAR de oportunizar conhecimento, cultura e arte ao público”, disse em publicação da secretaria.

Museu

O MAR é um espaço cultural da Prefeitura do Rio, criado em conjunto pela Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Roberto Marinho. Em janeiro de 2021, a Organização dos Estados Ibero-americanos passou a fazer a gestão do local, em cooperação com a Secretaria Municipal de Cultura. Desde lá, tem apoiado as programações expositivas e educativas, por meio da realização de diversas atividades.

“O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa instrumento de fortalecimento do acesso à cultura, intimamente relacionado com o território, além de contribuir para a formação nas artes, tendo no Rio de Janeiro, por meio da sua história e suas expressões, a matéria-prima para o trabalho”, acrescentou Callou.

Além da Prefeitura do Rio, o MAR tem o apoio do governo do Estado, com realização do Ministério da Cultura e do governo federal por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Quem quiser mais informações pode acessar a página do MAR na internet.

(Fonte: Agência Brasil)

Nesta semana, foi aprovado, na Câmara dos Deputados, o projeto de lei com a revisão da Lei de Cotas, que garante a reserva de vagas nas universidades e institutos federais para estudantes negros, pardos, indígenas, com deficiência e de baixa renda da escola pública. O projeto de lei nº 5.384/20 segue para avaliação do Senado Federal.

A Lei 12.711/12, que criou o sistema de cotas, já previa a reformulação da política após dez anos de instalação, o que deveria ter ocorrido em 2022. 

Veja as mudanças previstas no projeto de lei:

Redução da renda  

Metade das vagas reservadas aos cotistas será destinada aos estudantes com renda familiar de até um salário mínimo (R$ 1.320) por pessoa. Atualmente, a renda familiar exigida é de um salário mínimo e meio per capita.

Quilombolas

Está prevista a inclusão de estudantes quilombolas nas cotas das universidades e institutos federais de ensino. Até o momento, os alunos beneficiados são negros, pardos, indígenas, com deficiência e de baixa renda da rede pública. 

Preenchimento das cotas

O projeto traz um novo critério para o preenchimento das cotas. Primeiro, os candidatos cotistas vão concorrer às vagas da ampla concorrência. Se a nota não for suficiente para ingressar por meio desta modalidade, irão concorrer às vagas destinadas aos seus subgrupos (pretos, pardos, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e alunos da escola pública). Com isso, os cotistas terão mais de uma opção para entrar no curso universitário. 

Auxílio estudantil

Os estudantes que optarem pelas cotas terão prioridade para receber bolsa de permanência e outro tipo de auxílio estudantil.

Pós-graduação

Pelo projeto de lei, as instituições deverão promover ações afirmativas para inclusão de negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência nos programas de pós-graduação. O projeto não define qual política deve ser adotada, dando autonomia às entidades. De acordo com o Ministério da Igualdade Racial, até dezembro de 2021, mais da metade dos programas de pós-graduação das universidades públicas tinham algum tipo de ação afirmativa no processo seletivo. 

Revisão

A cada dez anos, a política de cotas deverá passar uma avaliação, com monitoramento anual.

Para o Ministério da Igualdade Racial, que atuou para a aprovação do PL, a previsão de ações afirmativas nos programas de pós-graduação é um avanço.

"A inclusão da pós-graduação é um avanço significativo, especialmente porque a redação não prevê necessariamente a modalidade de cotas. O projeto de lei reconhece a autonomia inerente aos programas de pós-graduação e estabelece como regra a proposta de ações afirmativas com flexibilidade para que cada programa possa propor e executar suas políticas afirmativas de maneira a atender às suas especificidades e às diferenças em seus processos seletivos”, destaca a diretora de Políticas de Ações Afirmativas do ministério, Anna Venturini.

A diretora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e relatora da política de cotas raciais na instituição em 2003, Dione Moura, avalia que a renovação das cotas é necessária no país, porém não se pode perder de vista que é uma política temporária. 

“A universidade é a metade do caminho para formação de pessoal qualificado para o mercado de trabalho. Esse trajeto começa com cinco anos de idade, quando precisa ter creche. Depois, tem que ter pré-escola, ensino fundamental, médio para chegar na universidade. Nesse percurso, estamos perdendo crianças e jovens.  A questão que impressiona e deixa a gente com a necessidade contundente de clamar, de reivindicar e destacar que a política de cotas é uma ação regulatória provisória. Permanente é a educação para todos”, disse a pesquisadora e pioneira na implantação de políticas afirmativas no ensino superior do país. 

O que diz a lei hoje

Sancionada em agosto de 2012, a Lei 12.711 estabeleceu reserva de 50% das matrículas nas universidades federais e institutos federais de ensino a alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas. A outra metade continua com a ampla concorrência. 

Dentro das cotas, metade é para estudantes de escolas públicas com renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio por pessoa. Os 50% restantes para alunos da rede pública com renda familiar acima desse valor. Nas duas situações, há reserva de vagas para autodeclarados pretos, pardos e indígenas a partir da proporção desses grupos na população total da unidade da Federação onde a instituição está localizada, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Em 2017, as pessoas com deficiência passaram a ter também acesso às cotas, com base na proporcionalidade da população do estado e Distrito Federal. 

(Fonte: Agência Brasil)

A capital paulista é palco, a partir deste sábado (12), de um dos eventos que festejam os 50 anos do movimento hip-hop, com uma programação que inclui oficinas, mostra de vinis e shows. O Centro Cultural São Paulo (CCSP) irá hospedar, até o dia 30, artistas do Festival Sample – do Clássico ao Original, idealizado pelo DJ KL Jay e que, agora, retoma a modalidade presencial, após realizar uma edição on-line durante o auge da pandemia de covid-19.

O evento também celebra os 35 anos de carreira de KL Jay, integrante do grupo de rap Racionais MC's. A mágica da cultura hip-hop acrescenta, em um mesmo caldeirão, as rimas do rap, concebidas pelo MC (mestre de cerimônias), o grafitti, a dança break e as criações e intervenções dos DJs. Por isso, nesse universo, a figura do produtor musical e DJ é fundamental, uma vez que é quem escolhe os chamados samples, amostras de músicas já existentes para tocar na forma de breakbeats, também chamados de beats.

Para a cocuradora do festival, a jornalista Leandra Silva, o evento é uma "oportunidade de reverenciar pessoas que estão vivas", em um mundo que coloca alvos sobre os corpos negros. “Chegar agora ao CCSP é um momento profundo de reafirmação da vida, da vida de pessoas, homens pretos. É extraordinário ver toda essa trajetória. Eles [os artistas que participam do evento] poderiam facilmente ter sido mortos, como Notorius [The Notorius B.I.G.] foi, como Sabotage foi”, pontua.

Origem

O movimento hip-hop tem como marco zero uma festa de aniversário organizada pelo DJ Kool Herc para sua irmã, no Bairro do Bronx, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. O Bronx dos anos 1970 e 1980 tinha uma população formada, majoritariamente, por negros e porto-riquenhos. A região vivia um contexto de pobreza, marginalização social, estigma e omissão do Poder Público.

Antes de sintonizar o hip-hop e fundar o Racionais MC's, ao lado de Edi Rock, Mano Brown e Ice Blue, o DJ KL Jay, que tem como nome de batismo Kleber Simões, teve contato com o funk dos Estados Unidos, sobretudo na década de 1980. KL Jay iniciou sua carreira em 1987.

O funk estadunidense, como o hip-hop, tem assinatura negra. KL Jay descobriu o funk, que tem expoentes como James Brown, e correu atrás de outros cantores e outras bandas, de décadas anteriores, como a de 1960 e 1970, quando o gênero musical influenciou vertentes como a música disco.

“Eu já estava ali. A cultura veio, já estava no barco e cruzei a fronteira. Me identifiquei com a dança, com o DJ, a cultura em si. Comecei a vir a São Bento, onde o pessoal que também se identificava se encontrava todos os sábados “, diz DJ KL Jay, que, antes da formação dos Racionais MC's, já tocava com Edi Rock em bailes.

O artista compara o surgimento do hip-hop com uma luz de poste que deu um norte à população negra e comenta que, para ele, se trata mais de uma cultura do que de um movimento, apesar de reconhecer seu potencial emancipador e mobilizador. “Penso que hip-hop é uma cultura, cultura que liberta. Movimento eu penso que é outra coisa. Penso que o hip-hop, com a trilha sonora do rap, mudou a realidade de muita gente, influenciou muita gente. As pessoas se identificam mais com a música, é uma coisa natural. A maioria se identifica mais com a música do que os outros elementos da cultura, mesmo que eles não sejam menos importantes. Mas a gente é mais pego pela música, naturalmente. A música rap, que faz parte da cultura hip-hop, ajudou a influenciar muita gente”, afirma.

O mundo outrora secreto dos beats

Uma exposição de discos importantes para a cultura hip-hop faz parte da programação do festival. O público terá a chance de conhecer tanto LPs que têm relevância por conta de faixas como pela arte gráfica das capas.

Décadas atrás, ainda não existiam os smartphones, nem os aplicativos capazes de reconhecer uma música, acionados com um único comando dos dedos sobre o teclado do aparelho, como o Shazam, o SoundHound, o Musixmatch e o Genius. Quando se escutava algum sample usado pelos rappers, dependia-se da boa vontade de quem o tocava revelar qual música era. Hoje, mesmo em meio à muvuca da plateia de duelos e batalhas de MCs, a descoberta se tornou muito mais fácil. Conforme lembra a jornalista e cocuradora do festival Leandra Silva, alguns DJs e MCs chegavam a riscar a capa dos discos, para evitar que soubessem qual era a canção.

No domingo, o público poderá conferir a entrevista com DJ KL Jay e DJ Hum, conduzida pela jornalista Leandra Silva. Em 22 de agosto, o festival oferece a oficina Sample na Base – A arte de mixar e masterizar. A atividade será ministrada por BaseMC Beat e DJ Comum. No dia 23, quem quiser aprofundar os conhecimentos sobre sample encontra mais uma alternativa na master class Fazendo Sample, com DJ KL Jay, DJ Will e Kamau.

Durante o festival, DJ KL Jay também fará o lançamento oficial do compacto que contém Estamos Vivos, de ZL Killa, Fhato, Emmy Jota e Jota Ghetto, e Território Inimigo, de Anarka, Amiri e Jota Ghetto. Produzidas por DJ KL Jay, as duas faixas foram especialmente editadas em vinil de 7 polegadas para celebrar os 50 anos do movimento hip-hop e reúnem artistas da gravadora KL Música, selo criado pelo DJ no começo dos anos 2000, para dar projeção a jovens artistas do rap nacional.

Serviço

 Festival Sample

 De 12 a 30 de agosto de 2023

 Centro Cultural São Paulo*

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo

* Ingressos para as atividades especiais serão disponibilizados para reserva na bilheteria on-line e presencial, uma semana antes da abertura do festival.

Confira a programação e o horário dos eventos:

Exposição:
De 12 a 30 de agosto

De terças a sextas, das 10h às 20h.

Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h

Fechada às segundas-feiras

Praça das Bibliotecas


Abertura:

Show e performance:

Dia 12 de agosto, das 19h às 21h, na Sala Adoniran Barbosa

 
Materclasses:

Sample na Base – A arte de mixar e masterizar, com BaseMC Beat e DJ Comum

Dia 22 de agosto, das 19h às 21h, na Sala de Ensaio II

 
Fazendo Sample, com DJ KL Jay, DJ Will e Kamau

Dia 23 de agosto, das 19h às 21h, na Sala de Ensaio II

Show de Encerramento

Dia 30 de agosto, das 19h às 21h, na Sala Adoniran Barbosa

Edição: Aline Leal

Neste ano, quando se completam 150 anos de nascimento de Santos Dumont (1873-1932), o espaço cultural Farol Santander, localizado no centro de São Paulo, traz exposição inédita para celebrar o inventor brasileiro, conhecido, principalmente, pela criação do 14 Bis, um biplano com o qual ele fez o primeiro voo homologado do mundo, reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional.

“As coisas são mais belas quando vistas de cima”. A frase não poderia ter sido escrita por outra pessoa que não o Pai da Aviação, como é considerado o inventor.

Nascido em Minas Gerais, em 20 de julho de 1873, Santos Dumont foi estudar na França, onde deu início aos seus primeiros experimentos com balões e voo controlado. Autodidata, ele participava de todos os estágios, da fabricação até a montagem e experimentação de seus inventos.

Em 1898, projetou e construiu o menor balão tripulado criado naquela época. Em seguida, associando aos balões motores de combustão interna a petróleo, Santos Dumont inventou os balões dirigíveis.

Em 1901, pilotou seu dirigível mais famoso, o Número 6, e foi premiado a sobrevoar Paris. Depois da experiência com objetos mais leves, ele passou a estudar um veículo que fosse mais pesado que o ar. E foi assim que surgiu a aeronave mais famosa: o 14 Bis, com a qual ele deu uma volta no campo de Bagatelle, em Paris, diante de uma plateia.

Exposição

“Essa exposição pretende com que se consiga apreender quem foi Santos Dumont”, disse Ceres Storchi, arquiteta e curadora da exposição, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo a curadora, a ideia é desmistificar o mito de herói que envolve Santos Dumont, exaltando seus feitos, e torná-lo mais próximo do público. “O fato de transformá-lo em herói, o afastou das pessoas. Gostaria que a exposição servisse para desmistificar essa questão do heroísmo. Ele era uma pessoa que tinha foco, era muito empenhado e botou todas as suas cartas naquilo ali [no objetivo de voar]. Na cabeça das pessoas, ele é o pai da aviação e um herói que fez o 14 Bis mas, para mim, isso é redutivo”, disse a curadora.

A mostra Santos Dumont – o poeta inventor começa com uma réplica do famoso 14 Bis instalada logo na entrada do espaço cultural. Construída por Alan José Calassa, a réplica pesa 150kg, mede 9,6 metros de comprimento por 11,7 metros de envergadura e tem 3,72 metros de altura na extremidade das asas.

“O voo do 14 Bis em Bagatelle foi um voo curto, sustentado com seu próprio motor, que o fez voar. E o 14 Bis da mostra também voa”, explicou a curadora.

Trajetória

A exposição apresenta toda a trajetória de Santos Dumont, desde seu nascimento até suas pesquisas e tentativas de voos em Paris. Ela traz também diversos objetos pessoais e originais do inventor, além de desenhos de projetos, fotos, vídeos e maquetes exclusivas. Mas o que chama a atenção são as versões não só do 14 Bis, como também do La Demoiselle, também conhecido como Libellule, o melhor modelo de avião criado pelo aviador. As versões foram em tamanho real.

Dois pavimentos do espaço são dedicados à mostra. No primeiro, localizado no 24º andar do edifício, são apresentadas as diversas tentativas de Santos Dumont de fazer o homem voar.

O público que visitar esse andar vai poder caminhar sobre uma imagem aérea da cidade, aplicada no piso, com a localização das atividades cotidianas do aeronauta. É nesse andar que estão o Balão Brasil e os 10 modelos de dirigíveis que foram concebidos e testados por Santos Dumont. Para acompanhar as tentativas, as paredes apresentam trechos do livro Os Meus Balões, escrito pelo próprio inventor.

“E lá fui eu, disparado, rompendo a escuridão. Sabia que a velocidade devia ser grande, porém não sentia qualquer movimento. Eu ouvia e sentia a tempestade. Percebi que estava em grande perigo, contudo, esse perigo não era tangível. Aliado a ele, havia uma intensa espécie de satisfação. Como poderei descrevê-la? Lá em cima, na negra solidão, no meio dos relâmpagos e das trovoadas, eu era parte da tempestade”, revela um dos escritos em uma parede.

Neste andar, o público ainda vai encontrar objetos pessoais como cadernos de anotação e um relógio que Louis Cartier criou para o inventor em 1904.

“A exposição acontece em dois pavimentos. O pavimento 24, que é o primeiro que se visita, mostra pesquisa do dirigível Santos Dumont com [objetos] mais leves que o ar, como o balão e os dirigíveis. Nesse pavimento temos o acervo principal, que pertence à Fundação Santos Dumont e ao Museu Paulista. E temos aqui uma breve história sobre a quase obsessão humana pelo voo, desde as questões mais míticas até os planadores e os balões e dirigíveis. No pavimento tem também o mapa de Paris, onde estão algumas coisas sobre a vida de Santos Dumont por lá”, disse a curadora.

No segundo pavimento, no 23º andar, há uma réplica de um modelo funcional em tamanho real do avião La Demoiselle, pilotado por uma figura cênica de Santos Dumont. “O pavimento 23 tem a história de outros precursores de voos. E temos também uma réplica do La Demoiselle, que também voa”, destacou a curadora. Neste andar, ainda se encontram várias fotos de Santos Dumont, uma holografia e dois espaços interativos que apresentam simuladores de voos: um deles, do Dirigível N°6, que flutua sobre Paris e, o outro, um avião Demoiselle.

Também neste espaço as crianças poderão brincar com um quebra-cabeça de magnetos e jogos de memória.

A mostra, que é apresentada pelo Ministério da Cultura, fica em cartaz até o dia 15 de outubro. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas pelo site
https://www.farolsantander.com.br/#/sp/agenda/exp_24

(Fonte: Agência Brasil)

A nadadora maranhense Sofia Duailibe, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, brilhou na disputa dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) 2023. Representando o Colégio Literato, a atleta da DM Aquatic conquistou quatro medalhas de ouro e registrou o melhor tempo da carreira em três provas da categoria Infantil Feminino (12 a 14 anos) da natação nos JEMs, que teve suas provas realizadas entre quarta (9) e quinta-feira (10), na piscina da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal - Maranhão (Apcef-MA), em São Luís. 

Em grande fase na temporada de 2023, Sofia Duailibe faturou o ouro nas provas dos 50m costas, 100m costas, 100m livre e 400m livre dos JEMs. Além dos títulos, a jovem atleta mostrou evolução ao melhorar as suas marcas pessoais nos 50m costas, 100m livre e 400m livre. 

Sofia Duailibe acumula conquistas nas piscinas durante todo o ano. Em junho, a atleta da DM Aquatic faturou duas medalhas de ouro nas provas dos 100m costas e 400m livre do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno – Troféu João Vitor Caldas, realizado na piscina do Nina Natação, em São Luís.  

Antes dos dois ouros no Maranhense de Inverno, Sofia Duailibe representou o Colégio Literato na categoria infantil feminino dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs), no início de junho, faturando três medalhas de ouro nas provas dos 50m costas, 100m costas e 400m livre.  

Sofia também brilhou na Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, que foi realizada em abril, em São Luís. A nadadora maranhense conquistou 10 medalhas na categoria Infantil 1 da competição regional: foram cinco ouros nas disputas dos 200m costas, 400m livre, 800m livre, 1.500m livre e 2,5km (águas abertas), quatro pratas nos 50m costas, 100m costas, 200m livre e 200m medley, e um bronze no revezamento 4x50m livre misto. 

Águas Abertas

Em meio aos resultados expressivos nas piscinas, Sofia Duailibe se destaca ainda nas competições de águas abertas. No fim de julho, a nadadora maranhense subiu quatro vezes ao pódio na 11ª etapa da Copa Brasil de Águas Abertas, competição organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e realizada em Brasília, sendo campeã Infantil I e terceira colocada Geral Feminina nas provas de 1,5 km e 2,5 km.  

Com a atuação de alto nível em Brasília, Sofia Duailibe aumentou a sua coleção de conquistas na Copa Brasil e se consolida como uma das maiores revelações das águas abertas no país. Nas últimas seis etapas do evento nacional, a nadadora maranhense faturou 10 títulos, além de quatro vice-campeonatos e duas terceiras colocações, disputando provas de 1,5 km, 2,5km e 5km nas categorias Infantil I e Geral Feminino.  

Em julho, Sofia Duailibe também foi campeã geral da prova dos 1.650m feminino e garantiu a primeira colocação do Aquathlon feminino na 10ª edição do Desafio do Cassó, um dos eventos mais tradicionais de águas abertas do Maranhão, que foi disputado em Primeira Cruz, a 215km de São Luís.  

Já no fim de abril, Sofia Duailibe sagrou-se campeã na prova dos 5 km da categoria Infantil I Feminino no Campeonato Brasileiro de Águas Abertas e venceu a disputa geral dos 2,5 km na Copa São Luís. 

A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com os apoios da DM Aquatic e do Colégio Literato.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Estudantes se mobilizaram nesta sexta-feira (11), em Brasília, em favor de melhorias na educação, reivindicando, entre outros, a revogação do novo ensino médio e a recomposição do orçamento do Ministério da Educação (MEC). A concentração ocorreu no Museu da República, e os estudantes marcharam até a sede do MEC, na Esplanada dos Ministérios. 

Luis Alves, que é diretor de Extensão e Pesquisa da União Nacional dos Estudantes (UNE), explica que a mobilização ocorre em vários Estados do país e que as entidades estudantis estão em negociações com o MEC e com parlamentares sobre a retomada dos investimentos. 

“É um ato simbólico, que não só comemora o Dia do Estudante, mas a gente também apresenta um projeto e uma reivindicação ao governo que é a recomposição imediata do orçamento da educação”, explica Luis Alves.

“Acreditamos que, através do orçamento da educação, através do investimento na educação, é que a gente consegue ter uma reconstrução do Brasil de fato. Mais uma vez os estudantes se somam à luta para poder ter esse protagonismo e mostrar para o governo que os estudantes são a linha de frente, seja em defesa da educação, seja em defesa da democracia. E nós estamos aqui mais uma vez nas ruas”, destacou. 

Hoje, no lançamento da terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal anunciou um total de R$ 45 bilhões para a educação. O objetivo é expandir a rede pública educacional e retomar obras, fomentando a educação básica, tecnológica e superior. 

Novo ensino médio

No início desta semana, o MEC apresentou o resultado da consulta pública para avaliação e reestruturação da política do ensino médio aprovada em 2017. De acordo com o órgão, as mudanças sugeridas serão avaliadas e vão compor uma proposta de reestruturação a ser enviada ao Congresso Nacional. 

A reivindicação das entidades, entretanto, é pela revogação integral da política e construção de uma nova lei em diálogo com a comunidade escolar, estudantes e professores, com base em políticas públicas voltadas para a juventude. Segundo Beatriz Nobre, diretora de Mulheres da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), o novo ensino médio incentiva a evasão escolar ao não dar garantias aos jovens que precisam trabalhar e estudar, por exemplo. 

“O ministério apresenta apenas basicamente uma reforma da reforma e não é isso que a gente quer. É muito importante garantir que os nossos estudantes continuem nas salas de aula, a evasão escolar que a gente tem no Brasil é gritante, se iniciou por conta da pandemia, mas se intensificou muito com a implementação do novo ensino médio nas escolas”, disse.

“Não tem como a gente falar de manter os alunos na sala de aula sem fazer um modelo interessante, sem um modelo que passe pela construção dos estudantes”, acrescentou. 

Com o modelo em vigor, parte das aulas deverá ser comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. Entre as opções, está dar ênfase às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, depende da capacidade das redes de ensino e das escolas. 

A implementação ocorre de forma escalonada até 2024. Em 2022, ela começou pelo 1º ano do ensino médio com a ampliação da carga horária para, pelo menos, cinco horas diárias. Pela lei, para que o novo modelo seja possível, as escolas devem ampliar a carga horária para 1,4 mil horas anuais, o que equivale a sete horas diárias. 

Em 2023, a implementação segue com o 1º e 2º anos e os itinerários devem começar a ser implementados na maior parte das escolas. Em 2024, o ciclo termina, com os três anos do ensino médio. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) publicou, nesta sexta-feira (11), portaria que cria um grupo de trabalho para avaliar a retomada e propor melhorias para o Programa de Formação Inicial em Serviço dos Profissionais da Educação Básica dos Sistemas de Ensino Público (Profuncionário). Criado em 2007, o programa foi descontinuado em 2017, na gestão do então presidente Michel Temer. 

O grupo de trabalho deverá atuar por 90 dias e terá 20 integrantes – dez titulares e dez suplentes – representantes das secretarias de Educação Profissional e Tecnológica, de Educação Básica e de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino do MEC. 

Também terão representantes a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Fórum Nacional de Educação (FNE), a Confederação dos Trabalhadores da Educação (CNTE), o Conselho dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e o Conselho Nacional de Dirigentes das Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais (Condetuf). 

Após o termino dos trabalhos, um relatório final sobre a retomada e melhorias do Profuncionário deverá ser enviado ao Ministro da Educação.

Formação

Voltado para profissionais da educação básica, o programa teve início com a oferta de cursos técnicos de nível médio para a formação inicial desses profissionais. Em 2010, o programa foi ampliado e passou a oferecer cursos superiores e formação continuada, quando foi incorporado à Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica. 

Em 2011, o Profuncionário começou a ter participação dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, que, além de ofertar cursos técnicos e superiores de formação inicial e continuada para profissionais da educação, também contribuía na elaboração do plano estratégico de oferta.

(Fonte: Agência Brasil)