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O programa A Voz do Brasil completa 88 anos de existência neste sábado (22). É o programa de rádio mais antigo do Hemisfério Sul ainda no ar, segundo o livro dos recordes Guiness Book. Criado, em 1935, pelo então presidente Getúlio Vargas, tornou-se de transmissão obrigatória para todas as emissoras em 1938, durante o regime do Estado Novo. Em 2015, o horário foi flexibilizado, e A Voz do Brasil passou a poder ser transmitida entre as 19h e as 23h.

Nas primeiras décadas de existência, quando o rádio era o principal meio de comunicação do país, o programa, então chamado de Hora do Brasil, era a principal fonte de informações sobre o governo para boa parte da população, que era, em sua maioria, moradora de áreas rurais. Em 1962, o Poder Legislativo passou a ocupar parte do horário destinado à Voz, que hoje concentra notícias também do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Mesmo com o avanço da televisão e da internetA Voz do Brasil segue com público fiel, como o aposentado Raimundo Nonato de Oliveira, de 77 anos. Ele conta que se informou sobre a Guerra do Vietnã, a 2ª Guerra Mundial e a ida do primeiro homem à lua pelo programa.

“A gente sabe de educação, saúde, transporte. É um panorama geral do país. Nos seringais, nas regiões mais distantes, é A Voz do Brasil que coloca o caboclo das florestas atualizado”, diz o morador do município de Manoel Urbano, no interior do Acre.

Oprograma também informa as gerações mais novas. “A Voz do Brasil faz parte da minha vida”, revelou a jornalista e quilombola Janaína Neri, de 29 anos, moradora do município de Santa Terezinha (BA), no centro-norte baiano.

Ela conta que a energia elétrica só chegou à sua comunidade quando ela completou 18 anos e, por isso, A Voz sempre foi uma das principais fontes de informação do quilombo.

“Na minha juventude, teve muita coisa que tive acesso pela Voz do Brasil, como edital de divulgação do Enem. Antes, a gente não tinha acesso à internet, pois sempre morei em zona rural”, conta.  

A última pesquisa feita sobre a audiência do programa, publicada em 2015, registrou que 32% dos brasileiros escutavam A Voz do Brasil ao menos uma vez por semana. A empresa Ibope Inteligência fez o levantamento a pedido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Cidadania

O professor de comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Paulino Oliveira destaca que A Voz do Brasil cumpre papel de promoção da cidadania no país, em especial por levar informação para as áreas mais remotas, aproximando a capital federal das demais regiões.  

“O programa foi e continua sendo essencial para prestação de contas das atividades internas dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo e, mesmo com as alterações tecnológicas, ele segue vivo porque ele possibilita com que a população saiba como os nossos governantes, que são as pessoas que produzem efeitos na vida em sociedade, têm desenvolvido as suas ações”, observa.

Transparência

A Voz do Brasil é necessária porque cumpre um papel de transparência em relação aos atos do governo, do Legislativo e do Judiciário, argumenta o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, para quem A Voz é um “patrimônio do rádio brasileiro”. A EBC é a responsável pelos 20 minutos destinados ao Executivo dentro de A Voz do Brasil.

“É um dos instrumentos que o governo tem para fazer um contato direto com a população. Durante algum tempo, isso era meio atacado, né? Como se o governante, seja lá quem for, não pudesse se dirigir diretamente as pessoas, tivesse que usar os intermediários”, destaca. O presidente da EBC acrescenta que o governo precisa ter uma comunicação direta com o cidadão, dando a ele "a possibilidade de ter acesso direto à informação [governamental]”.  

Na avaliação da superintendente de Serviços de Comunicação da EBC, Flávia Filipini, A Voz do Brasil leva informações sobre as políticas públicas de interesse da sociedade.

"A Voz do Brasil faz parte da trajetória e do imaginário da nossa gente. Das grandes cidades até os lugares mais recônditos. Há 88 anos, a população de todo o território fica sabendo dos principais acontecimentos da nossa história diretamente dos estúdios de A Voz. Nossa missão é mantê-la viva, a serviço da sociedade e também cada vez mais ouvinte da população", conclui.

Edição comemorativa

Para marcar os 88 anos do programa, A Voz do Brasil apresentou, nessa sexta-feira (21), uma edição comemorativa. Os primeiros dez minutos do especial foram dedicados à efeméride.

O especial trouxe depoimentos de ouvintes que têm acesso à informação por meio do programa. Como parte das festividades, um dos ex-apresentadores do jornalístico, André Luiz, foi convidado a ir ao estúdio apresentar um trecho do início da atração.

O conteúdo temático ainda levou ao ar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a importância de A Voz do Brasil. Os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Jader Filho (Cidades) também gravaram relatos sobre a relevância do programa.

(Fonte: Agência Brasil)

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“Provavelmente, a inação, a omissão e a má ação das administrações públicas causaram muito mais mortes do que o disparo de armas de fogo nesta cidade”.

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“[...] já está completa a maior parte da quota de erros, medos, apropriações e omissões a que as administrações tinham direito”.

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“[...] em Imperatriz, cerca de 2.500 pessoas chegam todo ano à idade de trabalho. E a pergunta é: Quais são as políticas públicas e quais os esforços da iniciativa privada para absorver tal contingente de mão de obra? Não se sabe. Pior: não existem”.

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“[...] mais que administrar uma cidade, é necessário fundar e fundamentar as bases de uma nova sociedade – inteligente, ágil, participativa e de resultados”.

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“Governantes devem deixar esse jeito desfibrado, invertebrado e desossado de fazer administração pública e partir para atitudes com mais cálcio... e fosfato. Ao lado de ações emergenciais (tipo estancar a sangria desatada), deverá haver procedimentos clínicos mais detalhados, com exames laboratoriais acurados, radiografias, ultrassonografias e tomografias localizadas, a fim de que seja elaborado o melhor diagnóstico possível das condições vitais desta paciente Imperatriz”.

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Imperatriz tem 171 anos de desenvolvimento de sua história, mas menos de 70 anos de história de seu desenvolvimento. Sua fundação ocorreu em 16 de julho de 1852, mas seu crescimento começou, verdadeiramente, a partir de 1960, com a inauguração da Rodovia Bernardo Sayão (o nome oficial da BR-Belém/Brasília).

DESCOMPROMISSO

Há anos, o desenvolvimento de Imperatriz vem sendo eclipsado por forças políticas absolutamente descomprometidas com a visão de futuro, a linguagem político-social contemporânea, a formação técnica e a prática de Administração Pública que norteassem e conduzissem o município (e, por força de arrasto, a região) rumo a melhores condições de progresso econômico e social.

Se os administradores públicos tivessem tido um pouco mais de boa vontade, esforço, sabedoria e competência, Imperatriz estaria gozando de melhor saúde urbana, econômica e cultural, base para um cenário de futuro mais estável para o município.

A adoção de ferramentas do planejamento estratégico deveria ser preocupação contínua e ação permanente por qualquer governante, sobretudo de municípios do porte econômico e localização estratégica como é o de Imperatriz.

ATRASO

Interesses menores, na maioria das vezes mesquinhos, engessaram as pernas que poderiam ter dado o salto maior de progresso econômico e de qualidade de vida.

Há muito tempo, Imperatriz poderia estar ostentando o título de um dos melhores lugares do Brasil para se viver, em termos não apenas de crescimento econômico mas de percepção de felicidade humana.

Entretanto, o município exibe um atroz descompasso em ser um dos maiores do país em população e estar com elevado percentual de pessoas em estado de pobreza, segundo o IBGE (Índice de Gini).

A falta de ação planejada e contínua de quem tem poder, a miopia dos que têm dinheiro e influência nesta cidade,...

... a ausência de compromisso sério, de formação de uma agenda permanente de desenvolvimento, com estabelecimento de prazos e resultados (como foi e está sendo feito em diversas cidades brasileiras de mesmo porte),...

... o quase menosprezo, senão desdém, aos trabalhadores e produtos do conhecimento arremessaram Imperatriz para o atraso institucional e ampliaram o espaço para a degradação e “exportação” de seu nome, associado falsamente, durante algum tempo, a uma imagem de cidade bandoleira e violenta e, agora, de cidade “feia”, sem infraestrutura urbana, sem parques, sem arborização...

Provavelmente, a inação, a omissão e a má ação das administrações públicas causaram muito mais mortes do que o disparo de armas de fogo nesta cidade.

MOINHO

Não há como recuperar o tempo perdido. O moinho do tempo continua a girar, e as águas do passado no máximo servem para irrigar nossa memória e lembrar-nos de que já está completa a maior parte da quota de erros, medos, apropriações e omissões a que as administrações tinham direito.

POTENCIAL

Imperatriz é, hoje, uma das maiores cidades do país (a de número 102) em população, aí incluídas as 27 capitais, entre os 5.570 municípios brasileiros.

Essa classificação coloca Imperatriz natural e automaticamente sob os olhos dos planejadores públicos, desperta os interesses de investidores privados, atrai a atenção de pessoas e instituições as mais diversas.

Só que os governos de Imperatriz nunca souberam ou quiseram capitalizar esse potencial por meio de um programa sistêmico e sistemático, orgânico e organizado, com participação popular, para definição e atração de empreendimentos e captação de recursos.

TÍTULOS

Surpreende a pouca vontade, o distanciamento, a frieza, o ceticismo de administradores públicos e assessores explicitamente sem alma, sem paixão e até sem razão na condução dos interesses (credo!) de sua pasta.

Se fosse outro o município que tivesse o privilégio de ser conhecido como “Capital Brasileira da Energia” ou “Metrópole da Integração Nacional” ou “Portal da Amazônia”, tenho certeza, esses títulos há muito estariam sendo competentemente capitalizados por uma maciça campanha publicitária para atração de investimentos.

Afinal, palavras como “Energia”, “Integração” e “Amazônia” são referências de fino trato, presentes em qualquer agenda ou diálogo da contemporaneidade. O atraso ou a preguiça são nossos, que mandamos “tocar” o enterro e morremos de fome só porque não queremos ou não sabemos cozinhar o arroz.

DIAGNÓSTICO

Para desenvolver Imperatriz e, por consequência, induzir o desenvolvimento da região, urge redefinir modelos e práticas administrativas e atualizar o foco de desenvolvimento do município.

Governantes devem deixar esse jeito desfibrado, invertebrado e desossado de fazer administração pública e partir para atitudes com mais cálcio... e fosfato.

Ao lado de ações emergenciais (tipo estancar a sangria desatada), deverá haver procedimentos clínicos mais detalhados, com exames laboratoriais acurados, radiografias, ultrassonografias e tomografias localizadas, a fim de que seja elaborado o melhor diagnóstico possível das condições vitais desta paciente Imperatriz.

HISTÓRIA

Todo governante administra para a História – admita ele ou não. Quem administra apenas de olho no seu próprio período (ou, no máximo, em mais um ou outro) pode até constar no caderno de atas, mas não aparecerá no livro de honra.

Portanto, mais que administrar uma cidade, é necessário fundar e fundamentar as bases de uma nova sociedade – inteligente, ágil, participativa e de resultados.

IRRESPONSABILIDADE

No ano de 1985, um completo diagnóstico para o desenvolvimento de Imperatriz, válido por dez anos, foi entregue às autoridades da época.

Tratava-se do relatório técnico da “área-programa de Imperatriz” do Programa de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia–Tocantins, desenvolvido nada mais nada menos do que por trezentos técnicos os mais diversos, financiados pela Organização dos Estados Americanos e Ministério do Interior.

Em um verdadeiro crime de lesa-futuro, de lesa-informação, de lesa-pátria, nenhum gestor público (afora quem recebeu o documento), nenhuma liderança empresarial, nenhum líder comunitário ou classista tomou conhecimento de tão amplo diagnóstico.

Não se tem conhecimento, na história deste município, de qualquer estudo mais amplo e completo do que aquele, que continha inúmeros mapas desdobráveis, séries históricas, levantamentos e análises, projeções e estimativas.

A irresponsabilidade fechou no cofre da ignorância parte do futuro de Imperatriz. Anos depois, por falta de ar, parte desse futuro estava irremediavelmente morta.

POPULAÇÃO

Na primeira década dos anos 2000, Imperatriz registrou uma elevada densidade populacional. No período de apenas duas gerações, Imperatriz saiu de quatro habitantes por quilômetro quadrado (1963) para 185 (em 2016). É como se, numa casa onde só coubessem quatro pessoas (pai, mãe e dois filhos), de repente tivesse de conviver um total de gente 46 vezes maior.

O que ocorre numa situação dessas? Problemas, muitos problemas. Do imprensado nos quartos aos desconfortos no banheiro, da falta de água gelada na geladeira à falta de comida nas panelas, a situação vai correndo para uma situação de vexames e atritos.

DESEMPREGADOS

Mais: em Imperatriz, mais de 2.500 pessoas chegam todo ano à idade de trabalho. E a pergunta é: Quais são as políticas públicas e quais os esforços da iniciativa privada para absorver tal contingente de mão de obra?

Não se sabe. Pior: não existem. Esses mais de 2.500 jovens vão se juntar aos mais de 2.500 jovens do ano anterior e de outros anos passados, juntam-se aos igualmente angustiados e enraivecidos jovens que ainda vão completar a idade. A todos estes juntam-se os desempregados, os subempregados e precarizados, os biscateiros, os sem-teto, os com-cola (de cheirar), as crianças e adolescentes que não entram nas estatísticas mas entram na realidade da vida (deles e nossa).

Como miséria pouca é bobagem, a essa legião de quase desesperados e desesperançados vão-se juntar os futuros desempregados, aqueles que não têm qualificação (pois o mercado e a tecnologia não regridem para absorvê-los), aqueles que perderam o emprego público (pela falta de capacidade de investimento do governo).

E contem-se, também, os loucos, os presos, os velhos, os doentes e os deficientes desempregados, enfim, todos aqueles que têm o direito de ser sustentados pela matriz pública e pela sociedade em geral.

FOGO

Assim caminha Imperatriz. Apesar da aparente normalidade (será?), uma espécie de fogo social, como fogo de monturo, está queimando as bases da vida em comunidade.

Políticas públicas tão urgentes quanto competentes têm de ser implementadas, inicialmente por torniquete, se for o caso, e, depois, após radiografia completa do “corpus” (a população) e do “locus” (o território) de Imperatriz.

Basta de rascunho!

Chega de esboço!

Imperatriz merece um futuro mais bem escrito... e construído...

... coletivamente construído, se o "espírito público" de seus administradores chegar a tanto...

Aguardam-se os a(u)tores dessa nova história.

* EDMILSON SANCHES

Ilustração – Imperatriz: É preciso caminhar um novo caminho...

A cidade do Rio de Janeiro ganhou, nessa quinta-feira (20), um novo espaço cultural, resultado de projeto da escritora Conceição Evaristo. Ao longo dos últimos anos, a escritora vinha se preparando para um dia ter um lugar onde pudesse dispor do seu acervo bibliográfico e artístico. Assim surgiu a Casa Escrevivência, no Beco João Inácio, 4, Largo da Prainha, no Bairro da Saúde, região portuária da capital. Uma sessão de autógrafos da escritora marcou a inauguração.

“É um projeto que eu vinha pensando a tempos. Nasce na medida em que eu vou construindo um acervo de livros e de cartazes, de folders, de moções honrosas, de prêmios. Isso foi tomando um espaço na minha lembrança e na minha memória e em um espaço físico também”, revelou em entrevista à Agência Brasil.  A escritora conta que o acervo de livros foi o que mais a impulsionou.

Conceição Evaristo confessa que sentia um incômodo em ver todos aqueles livros na estante sem circular em outros locais.

“Livro na estante não significa nada. Ser um acervo para barata e cupim comer”.

Inicialmente, conforme relata, pensou em fazer uma biblioteca comunitária, mas o pensamento evoluiu. “O sonho foi amadurecendo e pensei nessa Casa Escrevivência. A parte principal seria mesmo essa biblioteca com o acervo de livros, que seria o pilar da Casa e mais um lugar onde guardasse uma série de outras publicações, teses de sensações, revistas de pesquisadores. Seria, então, essa biblioteca e esse centro de documentação, onde a pessoa que quisesse acessar ou fazer um estudo crítico da minha obra, tudo estaria nesta Casa Escrevivência”.

A escolha do local onde funcionará a Casa Escrevivência não foi à toa. A região é chamada de Pequena África, porque tem vários pontos simbólicos para a população preta. Bem perto está o Cais do Valongo, principal local de desembarque e comércio de pessoas negras escravizadas nas Américas. As estimativas indicam que um milhão de africanos tenha entrado no Brasil por meio do Valongo.

“É muito simbólico. A gente quis muito. Desde o projeto da Casa nós pensamos nesta geografia afetiva que tem a ver com a história negra. Essa região chamada Pequena África estar ali é celebrar a nossa lembrança de dor que a gente transforma em uma lembrança de resistência”, apontou.

Mais espaço

O futuro do projeto ainda pode ser maior. A escritora reconhece que o lugar atual ainda é pequeno, mas é o começo que vai permitir a divulgação do espaço cultural, e a ideia é que um dia possa estar sediado em uma casa maior, onde possam ocorrer também exposições e lançamentos de livros.

“O espaço que temos no momento é um espaço que não cabem 15 pessoas dentro. Na verdade, é uma loja bem pequena", explica. “Hoje, é o espaço que nos permite jogar essa ideia na rua” conta. “Essa visitação e trabalho com o público, escolas, professores, pesquisadores que imaginamos, só vai poder acontecer quando tivermos um espaço físico que caiba essa movimentação”, afirmou, lembrando que o primeiro evento no local é a sessão de autógrafos dos seus livros na noite de ontem.

Para dinamizar a casa, mesmo sem ter ainda o espaço maior, a escritora disse que a equipe que trabalha voluntariamente na Casa Escrevivência vai começar a visitar escolas, realizar determinados eventos em outros espaços como o que ocorreu na última quarta-feira (19), na Casa Rui Barbosa, em Botafogo, zona sul do Rio. “A nossa ideia é essa. Como a gente ainda não tem uma sede própria, é fazer parcerias com outras instituições e realizar as nossas atividades em outros espaços”.

A manutenção do projeto tem sido feita, de acordo com a escritora, com seus próprios recursos financeiros com apoio do Instituto Ibirapitanga, organização dedicada à defesa de liberdades e ao aprofundamento da democracia no Brasil. A intenção é também no futuro comprar um imóvel para servir de sede definitiva da Casa Escrevivência, que atualmente foi instalada em um local alugado.

“Agora implantando a Casa e o nome da Casa estando na rua, que é uma maneira também de chamar a atenção de instituições, que queiram nos ajudar, nós vamos começar a colocar um projeto na rua para conseguir fundos para comprar um imóvel”, revelou.

De acordo com a escritora, esse imóvel será uma casa e o motivo da opção é que quando houver a sede, o espaço cultural vai receber pesquisadores residentes e trabalhar com bolsistas de criação e de pesquisa. “Então, a gente precisa de uma casa moradia. Uma casa que ofereça essa possibilidade do projeto de acolher pessoas, que com bolsas fiquem estudando na Casa. O próximo passo vai ser isso, pôr o projeto na rua para angariar fundos. Nessa região a gente encontra casas para vender; são imóveis velhos, mas a gente faz uma reforma pensando também em acessibilidade”, explicou.

O encontro na Casa Rui Barbosa, citado pela escritora, foi um bate papo com o tema As escrevivências que nos aproximam. Além da escritora estavam presentes Jurema Werneck, presidente da Anistia Internacional, Erica Malunguinho, idealizadora do espaço Aparelha Luzia e ex-deputada estadual de São Paulo, com mediação da Doutora e professora universitária Fernanda Felisberto.

(Fonte: Agência Brasil)

Logo no começo de uma ladeira no centro de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, fica A Encantada, como é conhecida a casa de três andares onde morou Alberto Santos Dumont. Atualmente, o lugar dá espaço para o Museu Casa de Santos Dumont, reinaugurado nessa quinta-feira (20), dia em que completa 150 anos do nascimento do Pai da Aviação. 

O museu, que oferece exemplos práticos de engenhosidades cotidianas de um dos precursores da aviação, estava fechado para restauração desde fevereiro deste ano. A reforma custou cerca de R$ 500 mil à prefeitura.  

O teto de madeira passou por descupinização; infiltrações foram sanadas; móveis, restaurados; e a nova pintura deu ares aconchegantes à construção. Todo o projeto foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).  

A bilheteria funciona onde era uma pequena oficina usada por Dumont, em uma espécie de porão. Para subir até o primeiro andar, o visitante já encontra uma das criações do inventor. A escada tem degraus em forma de raquete, o que evita tropeços e força a subida ser iniciada com o pé direito.

Novidades

A reinauguração do museu neste sesquicentenário veio com novidades no acervo de 200 itens. Entre elas, um quadro que reúne fotos de Dumont com familiares e a bandeira do Brasil que o inventor costumava hastear no telhado, agora exposta em um quadro.  

“Foi uma questão hercúlea trazer uma pessoa para restaurar um tecido que tem mais de cem anos, para poder oferecer à população uma bandeira que Santos Dumont manuseou”, detalha à Agência Brasil Cláudio Gomide, coordenador do museu. 

A restauradora Luciana Lopes se emociona ao ver o acervo da casa entregue à visitação. “Quando a gente devolve isso à sociedade, tudo muda, o olhar muda, o (sentimento de) pertencimento. A gente precisa fazer isso, preservar a nossa história”.  

No imóvel em que Santos Dumont usava para passar o verão, é possível encontrar ainda correspondências trocadas com amigos e autoridades, itens pessoais como o famoso chapéu e a maleta de documentos. Um abajur exposto foi presente da Princesa Isabel.

Peculiaridades

No alto de seu 1,52 metro, Santos Dumont vivia em uma casa adaptada à sua estatura. A mesa de refeição é mais baixa do que as que os visitantes estão acostumados a ver. No segundo andar, fica uma escrivaninha que, à noite, era adaptada para virar uma cama.  

No banheiro, mais uma invenção de Santos Dumont. Um balde com perfurações que virou um chuveiro, com um mecanismo para misturar a água quente com a gelada, regulando a temperatura do banho.  

Santos Dumont parecia já viver na era do, hoje, tão comum delivery. Em uma casa sem cozinha, todas as refeições eram pedidas por um telefone de magneto. 

Petrópolis,(RJ), 20-07-2023 - O museu Casa de Santos Dumont é reinaugurado na data de nascimento do Pai da Aviação, no centro de Petrópolis. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Apesar de ter passado muito tempo na França, ele tinha essa casa, era do país e amava o Brasil. É uma forma de todo brasileiro ter orgulho de nossa terra, nossas realizações”, diz Cláudio Partes, responsável pela cenografia do museu.

Turismo

Após a morte de Dumont, em 1932, a família doou o imóvel para que a prefeitura o transformasse em museu, o que aconteceu em 1956. Hoje, A Encantada, projetada em 1918, está adaptada com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, com um elevador externo, por exemplo.  

Ao lado da casa, fica o Centro Cultural 14-Bis, com um acervo que traz explicações e réplicas de invenções, como balões e modelos de avião. Há, ainda, uma exposição permanente sobre como é feito, hoje, o controle de tráfego aéreo no país, com detalhes sobre a atuação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Aeronáutica.  

“O museu tem uma importância para o turismo. Acaba fazendo com que Petrópolis tenha uma visibilidade não só nacional, como também internacional, pelo fato de Santos Dumont ter construído essa casa e deixado esse acervo maravilhoso aqui. Que venham todos conhecer a nossa Encantada!”, convida o prefeito Rubens Bomtempo.

Fazendo parte do calendário de comemoração pelos 150 anos de Santos Dumont, o museu terá entrada gratuita nesta sexta-feira (21) e 50% de desconto nos dias 22 e 23 de julho. 

Serviço:

Museu Casa de Santos Dumont
Rua do Encanto, 22, Petrópolis (RJ)

Terça a domingo, das 10h às 17h

Ingresso: R$ 10 

(Fonte: Agência Brasil)

O governo publicou na edição desta sexta-feira (21) do Diário Oficial da União o decreto que revoga o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares.

O texto prevê que o plano de transição para encerramento das atividades será estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) no prazo de 30 dias. O planejamento será discutido com Estados e municípios. 

Na semana passada, o ministério enviou um ofício aos secretários de Educação informando que o programa iria acabar, mas que haveria uma transição cuidadosa das atividades para não comprometer o cotidiano das escolas.

O Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares era a principal bandeira do governo de Jair Bolsonaro para a educação. Executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa, por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na educacional. 

O programa tinha a participação de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares. 

Agora, com o encerramento, cada sistema de ensino deverá definir estratégias específicas para reintegrar as unidades educacionais às redes regulares.  

Segundo o Ministério da Educação, 216 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões do país.

(Fonte: Agência Brasil)

A partir de agora, o Estado do Amazonas tem 17 línguas oficiais. E o português é apenas uma delas. Dezesseis línguas indígenas foram incluídas como oficiais em ato realizado na última quarta-feira (19), em São Gabriel da Cachoeira, que fica a 800km de Manaus, e é considerada a cidade mais indígena do Brasil.

A sanção da Lei ocorreu após o lançamento da primeira Constituição Federal traduzida para o nheengatu, a única língua descendente do tupi antigo e ainda viva. Presente à solenidade, a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Rosa Weber, destacou que o lançamento é um marco na história constitucional.

“Certa de que o dia de hoje é um marco na história constitucional do nosso país, o meu desejo é de que sigamos avançando para, juntos, concretizarmos o que a nossa constituição almeja. Ou seja, que possamos construir juntos um Brasil verdadeiramente inclusivo”.

Rosa Weber lembrou que muitas palavras da língua portuguesa, como “guri” e “guria”, comuns em seu Estado de origem, o Rio Grande do Sul, também são de origem indígena. A ministra comentou essa mistura de expressões no evento que ocorreu na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro.

“Estamos hoje em uma maloca, que aprendi que significa ‘casa de gente’. Casa nossa, então, né? Diante disso, posso dizer que hoje estamos aqui, nesta maloca, onde vejo algumas crianças, guris e gurias, para tratar do futuro do Brasil. Do futuro da casa da nossa gente”.

Com a nova legislação estadual, as línguas oficiais do Amazonas passam a ser: Apurinã, Baniwa, Dessana, Kanamari, Marubo, Matis, Matses, Mawe, Mura, Nheengatu, Tariana, Tikuna, Tukano, Waiwai, Waimiri e Yanomami.

Também já está valendo a Política de Proteção das Línguas Indígenas, que inclui a garantia do direito ao pleno uso público da própria língua, dentro ou fora de terras indígenas.

(Fonte: Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participou, nessa quinta-feira (20), de sessão solene de lançamento da Coleção Hélio Jaguaribe, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, dentro das comemorações pelo centenário do acadêmico. Jaguaribe foi o nono ocupante da cadeira 11 da instituição e teria feito 100 anos em abril.

O ministro destacou uma das características mais marcantes de Jaguaribe, a preocupação de “promover e implementar a racionalidade pública para ampliar democraticamente, com liberdade e igualdade, o poder e controle da sociedade brasileira sobre seu destino”. Afirmou que essa preocupação poderia ser estendida para o conjunto da sociedade da América Latina ao defender uma atuação mais autônoma dos países da região.

Vieira citou o livro “O nacionalismo na atualidade brasileira”, lançado por Jaguaribe em 1958, no qual fazia forte crítica ao nacionalismo exagerado que espantava investimentos de outros países no Brasil. O advogado, sociólogo, cientista político e escritor brasileiro considerava a aproximação com os países vizinhos um imperativo estratégico para a política externa brasileira.

Integração

Mauro Vieira lembrou que esse posicionamento pela integração sul-americana consta da Constituição de 1988 e constitui norte da política externa brasileira, excetuando-se os quatro anos do governo anterior. O ministro referiu-se à recente reunião de líderes sul-americanos, ocorrida em maio deste ano, em Brasília, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu dez chefes de Estado e um chefe de Governo para retomar a agenda integracionista entre todos os países da América do Sul, após hiato de nove anos

O resultado dessa reunião foi o Consenso de Brasília, onde os 12 líderes da região afirmaram a retomada da construção do destino comum para a América do Sul. Vieira garantiu que o governo Lula vai reconstruir “com obstinação, as instituições regionais essenciais para a sustentabilidade, a segurança e a boa convivência do entorno regional do Brasil”. Sublinhou que a integração latino-americana em geral e sul-americana em particular é a única ideologia do governo brasileiro.

“Hélio Jaguaribe teve a visão extraordinária em identificar naquele livro essa circunstância inescapável. É o imperativo geoestratégico da América do Sul, somado ao ideal de solidariedade com a América Latina e o Caribe que a diplomacia do governo Lula deseja fazer frente”, expôs o ministro.

Vida

Hélio Jaguaribe nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1923, e morreu em sua casa, em Copacabana, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, em 9 de setembro de 2018. Formou-se em direito, em 1946, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

Em 1952, deu início, com um grupo de jovens cientistas sociais, a um projeto de estudos para a reformulação do entendimento da sociedade brasileira, fundando o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política (Ibesp), do qual foi secretário-geral.

Em 1964, Jaguaribe criticou, publicamente, o golpe militar que derrubou o governo do então presidente João Goulart e, por isso, foi morar nos Estados Unidos até 1969, onde lecionou em três instituições: Universidade de Harvard (de 1964 a 1966); Universidade de Stanford (de 1966 a 1967); e Massachusetts Institute of Technology (MIT) (de 1968 a 1969).

Em 1983, recebeu o grau de doutor honoris causa da Universidade de Mainz, Alemanha. Em 1992, foi a Universidade Federal da Paraíba que lhe deu o mesmo título. Recebeu também o grau pela Universidade de Buenos Aires, na Argentina, em 2001.

Em 2001, publicou no Brasil e no México dois volumes da pesquisa intitulada A critical study of history (em português: Um estudo crítico da história) e, em meados de 2004, começou nova obra O posto do homem no cosmos, um novo estudo. Hélio Jaguaribe foi eleito para integrar a ABL em março de 2005.

(Fonte: Agência Brasil)

Vinte e uma coisinhas que você precisa saber ou relembrar sobre Imperatriz

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1 – Para fundar Imperatriz, o religioso baiano frei Manoel Procópio do Coração de Maria passou três anos, desde a saída de Belém, em 11 canoas e com 92 pessoas, em 26 de junho de 1849, até a chegada a nossa cidade, quase sozinho, em 16 de julho de 1852.

2 – Santa Teresa d’Ávila, padroeira de Imperatriz, era a santa de devoção do fundador da cidade, o baiano frei Manoel Procópio do Coração de Maria. (Ainda falta documento que registre essa devoção, pois já se questionou que a santa de Ávila não era a santa de devoção de frei Manoel Procópio). Santa Teresa nasceu na Espanha.

3 – O nome de Imperatriz foi dado em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro 2º, o imperador na época da fundação da nossa cidade (1852). O nome dela completo: Teresa Cristina Maria de Bourbon, a filha mais nova de Francisco 1º, o rei das Duas Sicílias (Itália).

4 – A Imperatriz Teresa Cristina, que deu nome a Imperatriz, doou peças de pesos e medidas para nossa cidade. As peças são provavelmente os bens históricos mais representativos a que o município tem direito. Entretanto, muitas dessas peças foram doadas indevidamente a um museu de São Luís. Nas pesquisas que fiz, consegui tirar fotografias das peças e do "documento" de "doação".

5 – Em 27 de agosto de 1856, Imperatriz deixou de ser apenas uma povoação e foi elevada à categoria de Vila. Quem assinou a lei foi o presidente da Assembleia Legislativa da época, Manoel Gomes da Silva Belfort, o Barão de Coroatá. O governador do Estado (à época, o cargo se chamava presidente de Província) não quis assinar a lei. Portanto, vem de muito tempo a “briguinha” de São Luís com Imperatriz...

6 – Em 22 de abril de 1924, Imperatriz ganhou a condição de cidade. A lei foi assinada pelo presidente da Província do Maranhão, Godofredo Viana. “Presidente da Província” era o título hoje substituído por “governador do Estado”.

7 – Até 1960, Imperatriz tinha menos de 10 mil habitantes. Com o início da construção da rodovia Belém/Brasília, muita gente veio para cá. Pessoas de todas as regiões do Brasil e também dos diversos continentes do mundo. Um dado do IBGE registrava que mais de 60% dos habitantes de imperatriz não eram imperatrizenses.

8 – Oficialmente, o território de Imperatriz veio do município de Grajaú; Grajaú veio de Pastos Bons; e Pastos Bons veio de Caxias.

9 – Imperatriz já foi considerada uma das melhores cidades no  Brasil para se fazer carreira profissional. A pesquisa foi feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Editora Abril (revista “Você S. A.”), de São Paulo. (Eu fui convidado a ir à FGV do Rio de Janeiro e lá fiz palestra e mantive boas conversas com mestres e doutores dessa que é considerada a mais respeitada instituição de ensino superior do Brasil nas áreas de Administração Pública e de Empresas.) Após estar entre as 24 melhores cidades, Imperatriz foi caindo de posições até ser excluída do mapa.

10 – Imperatriz é chamada de “Portal da Amazônia”, “Cidade Esperança”, “Metrópole da Integração Nacional”, “Capital Brasileira da Energia” e “Princesa do Tocantins”.

11 – Imperatriz é chamada de “Cidade Esperança” pelos evangélicos. O título foi dado em 1954 pelo pastor Luiz de França Moreira, da Assembleia de Deus.

12 – Imperatriz é chamada de “Capital Brasileira da Energia”, em razão da subestação da Eletronorte (Lagoa Verde), que interliga o país inteiro através da linha de transmissão Norte/Sul. O título foi dado pela própria Eletronorte, em 1997, por meio de publicidade em publicações de circulação nacional (uma delas está em meu poder).

13 – Imperatriz é chamada de “Metrópole da Integração Nacional” pela existência de vários modais (meios) de transporte no município: rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário. O título foi dado pelo ex-ministro do Planejamento e doutor em Economia Antônio Kandir, em 1999, em entrevista/conversa gravada que manteve comigo.

14 – Imperatriz é chamada de “Portal da Amazônia”, por estar situada exatamente onde terminava o cerrado e começava a floresta amazônica. O título foi dado pelo advogado maranhense Agostinho Soares Noleto em 1972.

15 – Imperatriz é chamada de “Capital Norte/Nordeste do Automobilismo” por ter kartódromo e realizar vários eventos de importância regional e nacional nessa modalidade de esporte. O título vem desde 2001 e foi confirmado pelo presidente da Federação Maranhense de Automobilismo e atual presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, o odontólogo e desportista imperatrizense Giovanni Ramos Guerra.

16 – Imperatriz é considerada “Polo Nacional de Xadrez”, em razão de a cidade ter sido a sede da 6ª etapa do Campeonato Aberto do Brasil de Xadrez. O título foi dado pelo presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, Darcy Machado Lima.

17 – Imperatriz é a Cidade-sede do maior Templo evangélico da América Latina – o templo central da Assembleia de Deus, com 6 mil metros quadrados de área total. Esse reconhecimento veio do presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor José Wellington em 1999.

18 – Imperatriz é chamada de “Princesa do Tocantins”, por ser a principal cidade da região. O título pertencia a Carolina, que era o município mais importante até a década de 1950. Com a BR-Belém/Brasília, o crescimento econômico e o título transferiram-se para cá.

19 – “Imperatriz” é também nome de uma das flores mais raras do Brasil. Essa flor, cujo nome científico é “Worsleya rayneri”, já foi estudada em diversos países da Europa. A flor tem outros nomes: imperatriz-do-brasil, flor-da-imperatriz e amarílis-azul, entre outros. Sua primeira descrição foi feita em 1863, na Bélgica, país para onde um cientista a tinha levado.

20 – “Imperatriz” também é nome da maior mariposa do mundo, cujo nome científico é “Thisanya agrippina”. Chega a medir cerca de 30 centímetros, é rara e cara, considerada por especialistas o maior inseto vivo do mundo.

21 – A palavra “imperatriz” vem de um verbo latino (“paro” / “paratum” + o prefixo intensificador “in-”, que assume a grafia “im-” antes de “p”). Esse verbo latino significa “esforçar-se para obter”.

Em outras palavras, Imperatriz, teu nome é trabalho.

Parabéns, cidade-paixão!

* EDMILSON SANCHES

Ilustração:

Imperatriz é nome de flor rara e ameaçada de extinção, também chamada “flor do Brasil”. Seu nome científico é “Worsleya rayneri” e, em 1989, os Correios do Brasil emitiram selos com a flor, na “Série Preservação da Flora”. (Selos do acervo de Edmilson Sanches)

– Precisa-se de alguém que cuide de uma casa e quintal com 1.369 quilômetros quadrados e onde moram 273 mil pessoas.

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Há cidades que não precisam de prefeito. Precisam de mordomo. De alguém que tome conta da casa, que administre o local onde se mora.

Uma pessoa que mostre para a arrumadeira onde está precisando ser arrumado;

que saiba dizer para o jardineiro onde precisa ser ajardinado;

que diga para o cozinheiro onde – e com o que – o povo da residência precisa ser alimentado;

que aponte para a lavadeira e passadeira o que precisa ser lavado e passado;

que instrua à babá para que tenha com as crianças o devido cuidado;

que se assegure com o vigilante que o domicílio estará bem vigiado.

Precisa-se de um mordomo, de alguém que cuide de uma casa e quintal com 1.369 quilômetros quadrados e onde moram 273 mil pessoas. Uma casa que tem gente demais em espaço territorial de menos – portanto, com problemas sociais… Uma lugar onde, por não ter todos trabalhando, tem muitos atrapalhando – e muitos outros esmolando, roubando, matando…

Um mordomo que, com conhecimento e autoridade, energia e sensibilidade, exerça seu papel de ser o maior (“mor”) do domicílio (“domus”) e não permita que se faça com a casa o que se quiser por quem quer que seja.

Em Imperatriz (a “casa” que escolhemos para morar), parece um local sem dono, um domicílio sem mordomo. Quase todos usam e abusam. É casa de mãe Joana.

Mesmo tendo a autoridade da lei e a lei da autoridade a seu favor, o mordomo não toma as providências mínimas para tornar a casa, digamos, mais “habitável”. O pior é que, ante a paralisia da autoridade, ante o tetraplegismo da lei, diversos habitantes dessa casa pintam e bordam, deitam e rolam no vácuo administrativo.

Se até agora, em termos econômicos, não foi possível avançar na questão da promoção do desenvolvimento integrado e sustentável para todos, na geração de emprego e renda, na atração de investimentos e captação de recursos para os agentes econômicos menores, na abertura de frentes de serviços estáveis e rentáveis, era de se esperar que pelo menos em termos administrativos se pusesse um pouco de ordem no caos, isto é, na casa.

À falta disso, pela timidez de ação, o mordomo vai avalizando a sucessão de erros antigos e ilegalidades novas que diariamente surgem na casa Imperatriz. Se não houve condição ou competência para realizar as grandes causas, que se faça pelo menos as pequenas cousas.

Diversas leis, por exemplo, tratam da questão das calçadas. Já falamos deste assunto muitas vezes. Só em Imperatriz, por omissão (quase covardia), é que as calçadas têm “donos”. Em quase 100% dos casos, a calçada é feita como se cada uma estivesse em um planeta diferente. Elas têm alturas diferentes, larguras desiguais, pavimentações discordantes e espaços diferenciados de locomoção dos pedestres. Há armazéns que fazem bem alta a calçada, que é para facilitar o descarregamento de mercadorias! A calçada é do dono do imóvel em frente e pronto! Prefeitura e pedestres que se lixem!

Por causa de horrores urbanos como esses, em Imperatriz é proibido a gestantes, crianças, velhos, cegos e outros portadores de necessidades especiais andarem pelas calçadas. É proibido, porque é impossível. As calçadas são descontínuas, disformes e disconformes. Em apenas um lado da Avenida Getúlio Vargas, no trecho que vai da Rua/Avenida Ceará até o início do Calçadão, existem mais de quarenta níveis diferentes de calçadas.

Além das irregularidades de construção, a problemática da ocupação. Existem restaurantes que, quando abrem, sobretudo à noite, ocupam toda a calçada com mesas e cadeiras, colocam um estrado de madeira para nivelar-se com a rua, ocupam a rua, põem carros… e o pedestre que vá disputar espaço de locomoção pelo meio da rua, com outras pessoas, carros, carroças, motocicletas, bicicletas… Que desrespeito! Imperatriz, por isso, até pode ser cidade, mas será civilidade?

Material antiderrapante é difícil – em nome do “luxo”, do mau-gosto dos donos de imóveis, tacam uns azulejos, ladrilhos ou sei lá o que mais liso que muçum melado de baba de quiabo. Se ficar molhada (pela chuva ou por antiecológicas lavagens), então… é tombo certo. Já vi um senhor carregado de caixas deslizar e levar um tombo daqueles em uma calçada ali na Avenida Dorgival Pinheiro, em um quarteirão próximo à Rua Ceará.

Em outra rua, uma loja afronta e enfrenta a lei fixando, à base de cimento, na calçada, uma enorme placa publicitária, praticamente impedindo a passagem de pedestres pela calçada, bem no centro da cidade. Donos ou funcionários de loja utilizam parte das ruas como estacionamento permanente e gratuito, das 8 da manhã às 8 da noite. Em uma rua, uma calçada foi “rasgada” e transformada em estacionamento tipo “espinha de peixe” para carros de frequentadores, funcionários e/ou proprietários de estabelecimentos comerciais ali vizinhos.

A proibição legal de terrenos urbanos como reserva de valor (“terrenos de engorda”, isto é, imóveis abandonados que ficam ganhando mais e mais valor) não mete medo em ninguém, porque a frouxidão, a negligência (para não dizer outras coisas…) já se legitimaram imoralmente por aqui. Daí o permanecerem terrenos enormes, de grande valor, no centro mais central da cidade e em outras áreas urbanas e suburbanas, abandonados, tornando-se pontos para desovas de objetos roubados, esconderijos de marginais, depósitos de lixo, acumuladores de águas paradas, facilitadores do surgimento de doenças. E não se percebe uma ação “dura”, legal, em cima dos latifundiários urbanos.

Será que esta cidade não se exempla não?

Existe um sem-número de outras cidades iguais a Imperatriz, maiores e menores que Imperatriz, onde a população é educada para cumprir suas obrigações. Afinal, a lei não é apenas um instrumento que deveria ser executado pelo Poder que tem nome para isso: Executivo.

Por mais dura que possa parecer, a lei está em favor da população, que não devia conviver com a feiura urbana, com a doença, com o desconforto e a insegurança pelo mau exemplo das pessoas que, possuidoras de imóveis, os deixam abandonados.

Que se cumpra a lei! Doa no bolso de quem doer.

Uma cidade não deve ter “dono”. Ela é de todos os seus habitantes.

Para administrá-la, elege-se um entre estes.

Deste modo, chame-se o mordomo.

Ou procure-se outro.

* EDMILSON SANCHES

A equipe do Boa Vista é a grande campeã da primeira edição da Copa Bacabal de Futebol Amador, competição patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. O título foi conquistado de forma dramática nos pênaltis (5 a 4) após empate por 1 a 1 no tempo normal diante do Aldeia de Madrid. A partida foi realizada no Estádio de Brejinho, no último sábado (15). 

Diante de casa cheia, o Boa Vista confirmou o favoritismo. A equipe, que chegou à decisão ao vencer todos os seus compromissos no tempo normal, encontrou muitas dificuldades para superar o Aldeia de Madrid. Tanto que o empate por 1 a 1 levou a disputa para os pênaltis. 

Nas penalidades, brilhou a estrela do goleiro Lucas Silva. A defesa do arqueiro que, posteriormente, foi eleito o Melhor Goleiro do torneio, garantiu o título ao Boa Vista. O time campeão ainda recebeu outra premiação individual, a de Melhor Treinador, entregue ao técnico Jânio. 

Vice-campeão da Copa Bacabal, o time do Aldeia de Madrid conquistou dois prêmios individuais: Celino foi eleito o Melhor Jogador, e Pipita terminou a competição como artilheiro. 

Copa Bacabal

A Copa Bacabal de Futebol Amador teve início em junho, com a realização das oitavas de final. Vale destacar que todas as equipes participantes receberam kits esportivos com uniforme completo (camisa, calção e meião) e bolsas esportivas para serem utilizados durante toda a competição. Tudo sobre a Copa Bacabal de Futebol Amador está disponível no Instagram oficial do torneio (@copabacabal). 

(Fonte: Assessoria de imprensa)