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FALTA (MAIS) POESIA NA ESCOLA

– Nascemos poesia e morremos pó

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“(...) A escola enche o menino de matemática, de geografia, de linguagem, sem, via de regra, fazê-lo através da poesia da matemática, da geografia, da linguagem. A escola não repara em seu ser poético, não o atende em sua capacidade de viver poeticamente o conhecimento e o mundo. (...)” 

(CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, em “A Educação do Ser Poético”, 20/7/1974)

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“Não é para “descobrir” poetas no meio deles  – É PARA NÃO ENCOBRIR A HUMANIDADE DENTRO DELES.  // Não é, muito menos, para formar escritores – é para não deformar gentes. // A poesia não faz milagres – o milagre somos nós. Somos poesia, somos “poiésis” – “criação”, “obra poética” (...)”. (EDMILSON SANCHES)

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Nascemos poesia e morremos pó. E entre um e outro momento nos perdemos daquilo que, bebê, criança, viam em nós: emoção, inspiração, razão de ser.

É isso mesmo: Por que retiram ou retiramos de nós o encanto de nascença e, como vítimas de Medusa, tornamo-nos pedras, calcificamos os sentidos, endurecemos a sensibilidade?

Estamos sempre em busca de TORNAR SONHOS EM OBRAS CONCRETAS quando deveríamos TRANSFORMAR A CONCRETUDE EM OBRA DE SONHOS.

A escola, como espaço de alimentação de cérebros, de formação de pessoas, poderia ser esse espaço de sensações... sentimentos... sensibilidades. Um espaço com/sentido, com/sentimento.

A escola não deveria envergonhar-se de seguir uma “receita”: aplicar “injeções” de poesia, por via intraneural, diariamente, no início de cada aula. Uma leitura de texto poético, selecionado pelos próprios alunos... e pronto.

Não é para “descobrir” poetas no meio deles –É PARA NÃO ENCOBRIR A HUMANIDADE DENTRO DELES.

Não é, muito menos, para formar escritores – é para não deformar gentes.

A poesia não faz milagres – o milagre somos nós. Somos poesia, somos “poiésis” – “criação”, “obra poética”, em grego.

O mundo precisa de médicos, de engenheiros, de advogados...

O “mercado” precisa de trabalhadores, de profissionais, de consumidores...

A escola não precisa ser só fábrica de doutores. A “schole” significa “lazer”, não “fazer”. Escola, portanto, é espaço de libertação, imaginação... De MAIS poesia.

Mas o que se vê são conteúdos demais, formalistas demais – não é à toa que eles se chamam “disciplina”).

O que se vê são conteúdos duros demais – não é à toa que eles também se chamam... “matéria”.

 Claro que quase sempre não é fácil a “leitura” poética. Aí, bem... aí vai depender da formação/informação/afirmação de cada leitor da poesia. Vai depender de seu cardápio de conteúdos, seu “menu” de sensibilidade.

Cada aluno, em fases etárias diversas, tem seu próprio “apanhado” de coisas – o que lê, o que ouve, o que conversa, o que sonha, o que faz, o que reflete...

O caldeirão de saberes, fazeres e pensares poderá conter algo mais denso ou, por enquanto, ainda ralo, mas existente. Todos temos algo a dizer de tudo. Pode faltar vontade ou oportunidade para expressar isso, mas que temos, temos!

Há, sim, espaço para a poesia.

Dentro das pessoas.

Dentro das escolas.

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(*) O Dia Mundial da Poesia, 21 de março, foi instituído pela 30ª Conferência Geral da Unesco, realizada em 16 de novembro de 1999. O objetivo, com a data, é promover a leitura, a escrita, a publicação e o ensino de poesia em todo o mundo e, na declaração da Unesco, “dar novo reconhecimento e impulso aos movimentos de poesia nacionais, regionais e internacionais". No Brasil, o 31 de outubro é o Dia Nacional da Poesia. Nessa data, em 1902, nasceu, em Minas Gerais, o poeta Carlos Drummond de Andrade, falecido no Rio de Janeiro (RJ), em 17/8/1987. O Dia Nacional da Poesia foi instituído pela Lei Federal nº 13.131, de 3/6/2015. Antes, a data “não oficial” do Dia Nacional da Poesia era 14 de março, dia de nascimento, em 1847, do poeta baiano Castro Alves, falecido em 6/7/1871.

* EDMILSON SANCHES

Brasília (DF) 28/11/2023 – Estudantes do ensino médio terão poupança para permanecer na escola
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (20), o texto-base do projeto de lei que redefine a Política Nacional do Ensino Médio no Brasil. A proposta aprovada estabelece uma carga horária de 2,4 mil horas para a formação geral básica (somados os três anos) e 1.800 para a formação técnica, de forma escalonada. A proposta ainda deverá ser analisada pelo Senado. 

Os deputados federais votam agora os destaques, que podem alterar pontos da proposta. 

A votação em Plenário foi acompanhada pelo ministro da Educação, Camilo Santana. O relator do projeto de lei que revisa o novo ensino médio, deputado Mendonça Filho (União-PE), destacou que as proposições garantidas no texto beneficiaram as preocupações do governo de elevar a carga horária para a formação geral básica. “A grande virtude dessa proposta é que ela foi fruto de uma ampla negociação”. 

O projeto aprovado é uma alternativa à reforma do ensino médio estabelecida em 2017, que previa 1,8 mil horas para a formação básica, com 1,2 mil para os itinerários formativos, que são as disciplinas que o aluno escolhe para se aprofundar a partir do que lhe é ofertado. O governo atual enviou uma nova proposta ao Parlamento, estabelecendo a formação básica mínima de 2,4 mil horas. 

O substitutivo aprovado mantém como opcional a oferta da língua espanhola. Também mantém a possibilidade de contratar profissionais com notório saber, sem formação em licenciatura, para disciplinas do itinerário técnico profissionalizante.

Os itinerários formativos terão carga mínima de 600 horas e serão compostos pelo aprofundamento das áreas de conhecimento, consideradas as seguintes ênfases: linguagens e suas tecnologias;  matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; e formação técnica e profissional.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), agradeceu o relator pela construção de um consenso com o governo e com todos os partidos da Câmara. “É assim que se constrói políticas públicas e um resultado pautado no diálogo”, disse. 

Alguns parlamentares do PT e do PSOL criticaram pontos do projeto aprovado, como a possibilidade da atuação de profissionais com notório saber na formação profissional e técnica e a carga horária menor para o ensino técnico. O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) disse que o estabelecimento de 1,8 mil horas para o ensino técnico vai resultar na precarização dessa modalidade. “Teremos dois ensinos médios, um da formação geral que poderá ser integral, e outro da formação técnica, que será precarizada, porque essa será para pobre”, criticou. 

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também criticou a regra que diz que a oferta de formação técnica e profissional poderá ser feita mediante cooperação técnica entre as secretarias de Educação e as instituições credenciadas, preferencialmente públicas. “Na prática, isso significa que eles vão preferir fazer com a rede privada. e a gente sabe quais são os setores que fazem lobby desde a aprovação do novo ensino médio”, disse. 

(Fonte: Agência Brasil)

Sala de aula

Especialistas e organizações ligadas à educação elogiaram a previsão de 2,4 mil horas de formação básica comum incluída no novo relatório do projeto de lei (PL) que pretende revisar o atual ensino médio. O relatório foi apresentado nesta quarta-feira (20)

No entanto, organizações ligadas ao setor consultadas pela Agência Brasil pedem mudanças no texto. A expectativa é que a matéria seja votada nesta semana, no plenário da Câmara dos Deputados, antes de ir ao Senado Federal.   

O relator da matéria, deputado Mendonça Filho (União-PE), retomou a carga horária de 2,4 mil horas para a formação geral básica (FGB), conforme previsto no projeto original enviado pelo Executivo, mas abriu exceção com carga horária básica menor (1,8 mil horas) para aqueles que optarem por seguir formação técnica profissional. Mendonça era ministro da Educação em 2017, no governo de Michel Temer quando o novo ensino médio foi aprovado.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) defende a formação básica de 2,4 mil horas, mas mantém críticas ao projeto, especialmente no que diz respeito à não obrigatoriedade do ensino do espanhol e à manutenção da figura do professor por notório saber, o que permitiria a contratação de profissionais sem formação especifica em licenciatura.

“Por mais que ainda tenha problemas no PL enviado pelo governo federal, nós consideramos que ele é mais próximo do que reivindicamos do que o relatório do Mendonça”, disse à Agência Brasil o presidente da CNTE, Heleno Araújo.

Para o representante dos trabalhadores em educação, a exclusão do espanhol é absurda. “Situação colonizadora em relação aos Estados Unidos e à língua inglesa. Isso quebra a possibilidade de integração do Brasil com a América Latina”, afirmou.

A CNTE também criticou a possibilidade de contratação de profissionais com notório saber, sem formação em licenciatura, para disciplinas técnicas e profissionalizantes. Para a confederação, a medida visa baratear a mão de obra ao incluir no mercado muitos profissionais sem formação de professor.

“O notório saber descaracteriza a profissão do professor”, criticou Heleno, para quem existem outros instrumentos legais que permitem utilizar profissionais de áreas técnicas na educação básica.

Fórum Nacional de Educação

Em nota publicada nesta quarta-feira (20), o Fórum Nacional de Educação (FNE), concordou com as críticas da CNTE à ausência da obrigatoriedade da língua espanhola e ao notório saber. O fórum pede aos deputados e senadores que escutem as vozes representadas na Conferência Nacional de Educação de 2024.

Criado em 2010, o FNE reúne 50 entidades e órgãos da sociedade civil e do Poder Público e tem a missão de acompanhar o Plano Nacional de Educação.

Na nota, o fórum defendeu as 2,4 mil horas de formação básica, alegando que a reforma de 2017 ampliou as desigualdades entre escolas públicas e privadas. “A implementação da Lei 13.415/2017 [novo ensino médio] já demonstrou que escolas particulares criam formas alternativas de garantir a formação básica, o que não acontece nas escolas públicas”, destacou.

Educação técnica e profissional

O FNE defendeu, ainda, a obrigatoriedade de 13 disciplinas científicas mais a língua espanhola. Para a entidade, é preciso ampliar o investimento na educação técnica e profissional para não sobrecarregar as escolas públicas.

“A proposição de articular a formação técnica profissional nas escolas que ofertam o ensino regular é atraente”, diz a nota, alertando, porém, para o “risco de, ao tensionar para que as gestões escolares estejam obrigadas a ofertar uma trajetória profissional, os arranjos não sejam os mais adequados, gerando formações insuficientes ou inadequadas. O caminho para a formação profissional técnica de nível médio é o investimento nas reconhecidas escolas técnicas”.

Dualidade

O professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), destacou que o acordo para as 2,4 mil horas de formação básica foi um avanço, “diminuindo o desperdício de tempo dos estudantes com disciplinas inúteis dentro dos itinerários formativos”.

Daniel é integrante da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, organização que reúne sindicatos, movimentos sociais, estudantis e comunitários contrários à reforma do ensino médio de Temer.

O professor considera que a retomada das 2,4 mil horas de formação básica “desestrutura a reforma profundamente”, mas lamenta que o texto tenha mantido o que chama de “dualidade” no ensino, separando a formação técnica e profissional da formação básica geral.

“Um profissional que não tem uma formação estruturada em ciências humanas, em ciências da natureza, ele tem pouca capacidade crítica e analítica para, de fato, realizar a sua profissão. E o relatório do Mendonça Filho, acordado com o ministro Camilo Santana, retoma a questão da dualidade, o que é uma pena”, destacou Daniel, para quem o correto seria garantir formação geral básica somada à educação profissional num modelo integrado.

Meio termo

Já a organização não governamental (ONG) Todos pela Educação, que teve um posicionamento mais favorável à reforma de Temer, comentou que o acordo entre o governo e os parlamentares foi positivo e representou um meio termo entre a proposta do MEC e o texto substitutivo do deputado Mendonça Filho.

“[O acordo] preserva os princípios da reforma e, ao mesmo tempo, traz modelagem melhorada frente à reforma original”, afirmou Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, organização que informa que é financiada apenas por recursos privados.

Por sua vez, a União Brasileira dos Estudantes Secundarias (Ubes) defende a revogação integral da reforma do ensino médio de 2017, com a exclusão dos itinerários e a obrigatoriedade da oferta da língua espanhola.

“Nenhum passo atrás! Em defesa das 2.400 horas da formação geral básica, pelo fim dos itinerários formativos e pelo espanhol como 13ª disciplina obrigatória”, publicou a Ubes em uma rede social, informando que está presente na Câmara para pressionar parlamentares.

(Fonte: Agência Brasil)

Atenágoras Reis Batista (*)

14/3/2024

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O Guardião do Saber Maranhense, no coração do Maranhão, terra de encantos mil, vive um homem cuja vida é uma verdadeira ode ao conhecimento e à paixão pela cultura e desenvolvimento de sua terra natal. Edmilson Sanches, mais do que um nome, é uma instituição de sabedoria, uma enciclopédia ambulante que tem dedicado sua existência à educação, à literatura e ao progresso do seu Estado e de sua gente.

Chamá-lo de professor é apenas arranhar a superfície de quem Edmilson verdadeiramente é. Ele é um farol de inteligência e dedicação, cuja luz se espalha por meio de palestras, cursos, consultorias e, de forma muito especial, através de sua prolífica produção literária. Autor de dezenas de livros e enciclopédias, Edmilson não apenas registra o saber; ele o cria, molda e compartilha, tornando-se pra mim um dos mais respeitados e influentes pensadores de sua geração.

Sua paixão pelo desenvolvimento é palpável. Cada palavra que escreve, cada conceito que ensina, é impregnado de um amor incondicional pelo Maranhão, por Caxias, sua cidade natal, e por Imperatriz, terra que também lhe é cara.

Edmilson Sanches vê além do horizonte; ele enxerga o potencial latente em sua terra e em seu povo, e dedica sua vida a transformar esse potencial em realidade.

Como um verdadeiro apaixonado por Administração, Comunicação, Desenvolvimento, História e Literatura, Edmilson transcende a mera transmissão de conhecimento. Ele é um construtor de pontes entre o passado e o futuro, entre o sonho e a realização. Sua obra é um testamento de fé no poder da educação e na capacidade de transformação que ela possui.

A riqueza de sua contribuição ao Maranhão e ao Brasil é imensurável. Edmilson Sanches é um tesouro vivo, cuja mente brilhante e coração generoso têm iluminado o caminho de incontáveis pessoas. Seu legado é vasto, não apenas pelos livros que escreveu, mas pelas vidas que tocou e transformou.

Neste dia, presto homenagem a esse gigante do saber, esse maranhense de corpo e alma que tem sido uma bússola moral e intelectual para tantos. Edmilson Sanches, sua jornada é uma inspiração, sua vida, um livro aberto repleto de lições de amor, dedicação e incansável busca pelo desenvolvimento. Que as gerações futuras possam se espelhar em seu exemplo, perpetuando a chama do conhecimento e do amor pelo Maranhão.

Edmilson Sanches, um patrimônio do Maranhão e da sabedoria brasileira.

*ATENÁGORAS REIS BATISTA

(*) Empresário em Imperatriz (MA). Foi presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Imperatriz (ACII); do Rotary Club-Imperatriz; do Comitê de Cidadania de Imperatriz; do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

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NOTA (Edmilson Sanches): Atenágoras Reis Batista fez aniversário dia 12 de março, em Imperatriz (MA). Dois dias depois, 14/3/2024, é ele quem oferta o presente: em sua página de Facebook, depois de quase meia dúzia de anos sem nos (re)vermos, em razão de minhas viagens e mudanças, Atenágoras coloca em palavras um pouco da amizade, do companheirismo e da parceria que, por décadas, mantivemos em nome do desenvolvimento local e regional, a partir de Imperatriz (em especial na ACII, da qual também fui diretor), em nome da solidariedade e de realizações (no Rotary Club, onde ambos desempenhamos papeis de mérito) e em nome das causas cidadãs e cívico-políticas (em partido político e no Comitê da Cidadania, onde ambos fomos presidente). Amizades nem sempre são fáceis de manter; e expressá-las em palavras públicas, é um gesto de humildade, segurança... e iluminação. Sou grato aos pais do Atenágoras, José Coelho (Zezito), ex-presidente da Associação Comercial e do Rotary e meu companheiro de Rotary, e Dayse Batista, minha amiga, cuja voz en/canta; sou grato à esposa do Atenágoras, Rosemere (Rose, farmacêutica-bioquímica), e às duas lindas filhas do casal, Isabella Lima Batista (médica) e Gabriella Lima Batista (faz em São Paulo o último ano de Medicina) – família que sempre me recebeu tão bem em sua casa, à sua mesa, embaixo da mangueira, sempre com boas conversas e muita alegria, além da saudável preocupação com as coisas e causas de Imperatriz, do Maranhão, do Brasil e do mundo. Saúde para todos. Saudades de todos. (E. S.)

FOTOS:

Atenágoras Reis Batista com a esposa, Rose. Com a mãe, Dayse, e os irmãos Graziela e Júnior. Com o pai, Zezito e as duas filhas, Isabella e Gabriella. E nos Estados Unidos, com esposa, filhas e amigos.

JOÃO RENÔR FERREIRA DE CARVALHO

(Riachão/MA, 1º/5/1944 – São Luís/MA, 20/3/2016)

– Mestre e doutor em História na França é patrono da Cadeira 22 da Academia João-lisboense de Letras. Foi membro das academias de Letras de Imperatriz e de Pastos Bons e membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. É patrono da Cadeira 17 do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI).

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O dia 20 de março, em 2016, foi um domingo. Naquela data, tive de passar adiante a informação que eu não esperava dar: morrera naquela manhã dominical, no Hospital Carlos Macieira, em São Luís (MA), o professor, doutor em História e escritor João Renôr Ferreira de Carvalho.

João Renôr estava internado em São Luís, desde a primeira semana de março de 2016. Fora submetido a uma intervenção cirúrgica no Hospital Socorrão 1. Amigos fizeram uma “corrente” para que ele fosse transferido para um hospital com mais recursos. Foi para o Hospital Carlos Macieira.

Desde 18/3/2016, por meio do professor e amigo comum Jessé Cutrim, eu ficara sabendo do agravamento do quadro. Um casal de filhos do João Renôr já estava ao lado do pai, acompanhando o que se pretendia fosse sua recuperação.

Mas, naquele domingo, há oito anos, a notícia final. Fatal. João Renôr, historiador e pesquisador dos mais prolíficos do nosso Estado e ainda do Piauí, Amapá e Amazônia em geral, professor de gerações, doutor, ex-reitor, deixava a vida para entrar na História – como, em ambiente trágico, escreveu o ex-presidente Getúlio Vargas.

João Renôr faleceu na manhã de 20/3/2016. O velório teve início às 16h, na funerária Pax União, em São Luís. Na segunda-feira, 21/3/2016, às 10h, o corpo foi à cremação em cemitério do município de Paço do Lumiar (MA). As cinzas foram lançadas no encontro dos rios Solimões e Tapajós, na Amazônia, região que Renôr tanto pesquisou e sobre a qual tanto escreveu.

Como registrava em seu próprio blog, João Renôr Ferreira de Carvalho nasceu em Riachão (*), no sul do Maranhão, “filho de agricultor sem terra e de mãe analfabeta descendente da Nação Indígena Timbira”. Bacharel em História pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, em 1972. Fez mestrado em Geografia Humana no Institut d'Etudes du Dévéloppement Economique et Social da Universidade de Paris I (Sorbonne, 1975) e doutorado em História Latino-Americana pelo Institut Des Hautes Etudes de L'Amérique Latine na Universidade de Paris III (Sorbonne, em 1979).

Renôr foi professor titular do Departamento de Geografia e História da Universidade Federal do Piauí. Na área de História, tinha ênfase em História do Brasil, História da América Latina, atuando principalmente nos seguintes temas: Indigenismo Brasileiro e Amazônico, Memória, História do Maranhão, História da Amazônia e Etnologia de comunidades tribais do Nordeste.

Além dos muitos encontros em instituições e o sem-número de conversas particulares, João Renôr e eu costumávamos nos encontrar em ônibus que faziam linha pelas estradas do Maranhão – eu, em geral viajando para ministrar palestras ou prestar consultorias culturais, editoriais, jornalísticas ou em administração pública e empresarial. Já o Renôr, sempre cheio de planos, muito produtivo, “elétrico”, energizado. Era um gigante que o corpo miúdo parecia não caber.

Autor de mais de 30 livros, foi reitor da Universidade Federal do Amapá e ensinou na Universidade Estadual do Maranhão, inclusive em Imperatriz, para onde vinha com muita frequência e onde era membro, e meu colega, da Academia Imperatrizense de Letras, entidade que fundei há 33 anos, em 27 de abril de 1991, e que presidi duas vezes.

Em homenagem ao amigo Renôr, em homenagem ao seu trabalho, escolhi seu nome como patrono da Cadeira nº 22, que ocupo na Academia João-lisboense de Letras, no município de João Lisboa (MA).

Aposentou-se como professor da Universidade Federal do Piauí, onde, a partir da capital, Teresina, dividia com um amigo comum, o advogado e acadêmico Celso Barros Coelho, as responsabilidades pela Academia de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons, da histórica cidade de mesmo nome, no sul do Maranhão.

Riachão, Imperatriz, Pastos Bons, o Maranhão, Teresina, o Piauí, o Amapá, o Amazonas e a Amazônia e o Brasil certamente ficaram órfãos dos estudos e do enorme amor pessoal e, sem trocadilho, histórico que João Renôr tinha por essas cidades, por esses Estados, por essas regiões e por nosso país.

E nós, seus amigos e colegas, ficamos órfãos da amizade, do bom humor e de seus trabalhos históricos que nos tornavam mais senhores de nossa própria História.

Depois de tanto caminhar, de tanto caminhar por Estradas, por selvas, por cidades e países, por tribos e academias, João Renôr, cedo ainda, foi descansar o descanso eterno.

Fique em paz, amigo.

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(*) Alguns registros, inclusive em livro, dão João Renôr como nascido em Fortaleza dos Nogueiras (MA). Pode até ser que o lugar exato onde João Renôr tenha nascido integre territorialmente a área desse município maranhense. Entretanto, além da anotação do próprio João Renôr de que nasceu em Riachão, consigne-se que Riachão, existente desde 1808 e elevado à categoria de vila em 1835, tornou-se município em 1911. João Renôr nasceria aí 33 anos depois, em 1944. Quatro anos depois do nascimento do grande professor e historiador, é que Fortaleza dos Nogueiras, em 31 de dezembro de 1948, passou a integrar oficialmente o território de Riachão, como distrito, conforme a Lei Estadual 269/48, reconfirmada em 1º de julho de 1950 e, novamente, dez anos depois, em 1º de julho de 1960. Apenas no ano seguinte, em 22 de novembro de 1961, quando João Renôr contava 17 anos de idade, o distrito riachãoense de Fortaleza dos Nogueiras foi criado como município, conforme a Lei Estadual nº 2.155/61, obviamente, desmembrado de Riachão.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

O professor João Renôr, com duas de suas obras (inclusive uma edição anotada, crítica, de “O Sertão”, de Carlota Carvalho). E, devidamente paramentado, em reunião na Academia Imperatrizense de Letras (é o primeiro à esquerda, seguido de seus Confrades Benedito Batista e Jurivê de Macedo (ambos falecidos), professoras Edna Ventura e Liratelma Cerqueira e Edmilson Sanches e José Bonifácio César Ribeiro (Zeca Tocantins).

Pioneira do judô feminino, Keiko Fukuda foi a única mulher a atingir o grau de 10º DAN. Para a japonesa, a judoca deveria “ser gentil, amável e bonita, ainda firme e forte, mentalmente e fisicamente” para superar as adversidades impostas pela sociedade às mulheres. O lema de Keiko Fukuda norteia a difícil caminhada das judocas que, a cada dia, têm conquistado cada vez mais espaço dentro do dojô. E, como forma de celebrar, incentivar e fortalecer o judô feminino no Maranhão, a Federação Maranhense de Judô (FMJ) inovou e vai promover um “supertreino”, exclusivamente voltado para as mulheres. A ação, que recebeu o nome de “Treino Keiko Fukuda FMJ”, ocorrerá neste sábado (23) a partir das 10h, simultaneamente, nas cidades de São Luís, Imperatriz e Bacabal. 

Na capital maranhense, o “Treino Keiko Fukuda FMJ” será realizado na Academia Guerreiro Judô, no Bairro do Anil. Em Imperatriz, o evento será na Associação Judô Mazzili e, em Bacabal, na Academia Judô Tiradentes. 

“A Keiko Fukuda é um símbolo de força, técnica e mentalidade vencedora. Esse treino tem como objetivo reunir as meninas, pra gente fazer um treinamento e também para que a gente possa se envolver mais e possa estar proporcionando mais treinos. Como em março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, achamos propício um treinamento só para as meninas. O judô feminino tem ganhado força, já temos mais mulheres faixas pretas, mais senseis,  e isso está engrandecendo muito o judô feminino. Além disso, temos muitas meninas que já conquistaram muitos títulos. Temos que reconhecer e valorizar”, explicou a sensei Roseane Braga, primeira faixa preta do Maranhão. 

O fortalecimento do judô feminino no Estado é prioridade da FMJ, que tem buscado mecanismos para incentivar, motivar e difundir o esporte entre as mulheres. De acordo com Rodolfo Leite, presidente da federação, a modalidade só tem a ganhar com uma maior participação das mulheres. 

“Temos trabalhado para que o judô feminino fique cada vez mais forte e atraia mais e mais meninas. Ficamos felizes em poder proporcionar eventos como esse Treino Keiko Fukuda FMJ, que será realizado em três cidades ao mesmo tempo. Tenho certeza de que esse evento será um sucesso”, explicou Rodolfo Leite. 

Seleção Maranhense

No domingo (24), a Federação Maranhense de Judô também vai promover um treino voltado para os atletas que compõem o Time Maranhão que, no mês de abril, vão a Teresina (PI) para a disputa do Campeonato Brasileiro Regional. Os judocas conquistaram suas respectivas vagas na Seleção Maranhense após a realização da seletiva no início de março. 

O Treino FMJ do Time Maranhão ocorrerá na Academia Viva Água, no Bairro do Renascença e será dividido em duas sessões: a primeira ocorrerá das 9h às 10h e será voltada para atletas das categorias Sub-13 e Sub-15; já a segunda, das 10h às 12h, vai reunir judocas das categorias Sub-18 e Sênior. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A HISTÓRIA DO PRIMEIRO LIVRO DE IMPERATRIZ

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Há 52 anos, em 19 de março de 1972, era lançado o livro “Eu, Imperatriz”, escrito pela professora, historiadora e, à época, servidora pública municipal Edelvira Marques de Moraes Barros.

Em 2012, quando se completavam 40 anos da publicação, foi aprovada a Lei Municipal nº 1.468/2012, que criou o “Dia do Livro Imperatrizense”, de autoria do jornalista e vereador Edmilson Sanches, também o criador e presidente, por duas vezes, da Academia Imperatrizense de Letras, entidade da qual Edelvira Marques foi membro.

O livro

O livro “Eu, Imperatriz” consumiu dois anos de pesquisa e redação. Ele foi “composto e impresso nas oficinas da Editora Rio Bonito”, em Goiânia, como está no colofão (inscrição em página final de um livro com informações sobre data e local de impressão da obra). Da recepção dos originais à entrega dos livros, cerca de cinco meses se passaram.

O livro tem o formato de 15 centímetros (cm) de largura por 22,5cm de altura. Tem 294 páginas, das quais 277 numeradas, resultando numa lombada de 1,5cm. Traz a partitura de uma marcha-hino em homenagem à Transamazônica, feita por Benedito Santana, e um pequeno mapa de Imperatriz (“planta placográfica”), desenhado pelo técnico agrícola Natanael, onde se distribuem 458 quarteirões, nenhum deles após a BR-010, exceto as indicações da estrada para o município de João Lisboa, o aeroporto e as instalações da usina da Cemar [hoje, Equatorial] e do armazém da Cibrazem.

O conteúdo do livro é dividido em duas partes, a primeira com 78 itens e, a segunda, com 46, além de um “Apêndice” com 15 biografias.

Basicamente, a primeira parte trata de assuntos históricos, passados, reservando-se à segunda parte para os aspectos mais atuais da vida do município (“atuais”, aqui, refere-se aos dois primeiros anos da década de 1970, quando governava Imperatriz, em mandato tampão – até janeiro de 1973 –, o prefeito Renato Cortez Moreira, que tomara posse em 31 de janeiro de 1970, tendo como vice Dorgival Pinheiro de Sousa. Ambos, Renato e Dorgival, além de terem estado unidos pela missão de governar, também se uniriam, fatidicamente, pela violência, com a triste coincidência de morrerem assassinados à bala – Dorgival Pinheiro em 12 de novembro de 1971 e Renato Moreira em 6 de outubro de 1994).

O livro “Eu, Imperatriz” foi escrito na primeira pessoa do singular, como se fosse a cidade de Imperatriz contando sua própria história, como se fosse uma autobiografia.

Os textos são de fácil leitura e vêm com “vocabulário” que dá o significado das palavras mais “difíceis”. Traz, ainda, espaço para exercícios de fixação e sugere atividades como, por exemplo, visitar a igreja da qual se falou na página anterior.

A capa do livro, em duas cores, foi desenhada pelo assistente social Nestor, que, tempos depois, se mudaria para Montes Altos. A cor azul representa a água (do Rio Tocantins), e a vermelha simboliza a terra fértil do município. No canto inferior direito, um desenho, também em azul, projeta uma espécie de marco ou obelisco para a cidade, um desejo pessoal do capista. Nestor, como assistente social, trabalhou em missões marcantes, como a realocação de famílias do município de Alcântara, a ilha maranhense onde hoje está um dos mais estratégicos centros de lançamentos de foguetes do mundo.

“Eu, Imperatriz” não é livro pronto e acabado (pois livros assim não existem), mas, além de referência primeira da bibliografia e da história de Imperatriz, serve como elemento de introdução para começar a conhecer, em linguagem simples, um pouco do passado do município, que teve início em 16 de julho de 1852, mais de 172 anos atrás.

A autora

Edelvira Marques de Moraes Barros era professora, historiadora, escritora, servidora do município e política.

Nascida, criada e casada em Imperatriz, onde também deu à luz filhos e livros e se tornou a referência primeira e por excelência quando o assunto é a memória do município.

Foi secretária municipal e vereadora em Imperatriz, de 3 de maio de 1958 a 31 de janeiro de 1963. Publicou três livros, todos sobre a história da cidade: “Eu, Imperatriz” (1972), “História da Fundação de Imperatriz” (1993) e “Imperatriz: Memória e Registro” (1996). Deixou pronto outro livro: “O Sertanista Mundico Barros”, sobre Raimundo de Moraes Barros, seu pai, que, entre outros cargos e funções, foi prefeito de Imperatriz e é patrono da Cadeira nº 6 da AIL, ocupada por Lília Diniz desde abril de 2008.

Edelvira foi diretora do Educandário Cristo Rei e integrou, em 1972, representando o magistério, a comissão que escolheu o Hino, a Bandeira e o Brasão de Imperatriz, designada, para este fim, pelo prefeito Renato Moreira. Em 1995, recebeu a Comenda Frei Manoel Procópio do Coração de Maria. Em 5 de outubro de 1999, recebeu a Medalha do Mérito Timbira, do governo do Maranhão, pelo seu trabalho em favor da educação no município. Foi membro da Academia Imperatrizense de Letras, da qual recebeu o Prêmio AIL. Faleceu em 21 de novembro de 2007.

Adendo (19/3/2024)

Durante décadas, eu e outros – sobretudo na Academia Imperatrizense de Letras – tínhamos a professora Edelvira Marques de Moraes Barros como a primeira pessoa nascida em Imperatriz a publicar um livro. Não foi. Ela é a primeira pessoa nascida em Imperatriz a ter escrito um “livro imperatrizense” – aqui entendido uma obra que trata de assuntos sobre o município. É Edelvira, portanto, a primeira, a iniciadora, a inauguradora da Literatura, por assim dizer, imperatrizense e pioneira da Historiografia ou Literatura Histórica do município.

Repita-se: Se foi a primeira pessoa a escrever um livro “imperatrizense”, Edelvira Barros não foi a primeira pessoa imperatrizense a escrever um livro. Como o comprovaram pesquisas e achados posteriores, à frente o professor, escritor e membro da Academia Imperatrizense de Letras Ribamar Silva, é Manoel de Souza Lima [1889-1941], também professor e escritor, a primeira pessoa nascida em Imperatriz a escrever e publicar um livro.

Como eu registro no prefácio à mais nova edição da obra poética “Outono”, de Souza Lima, lançada em 2019, no 17º Salimp – Salão do Livro de Imperatriz, em que foi homenageado, “o primeiro livro de Souza Lima, o romance ‘Sete Lagoas ou Igapó Seié’, é de 1927; o segundo é de 1931, o também romance ‘O Tupinambá’, mais conhecido em Imperatriz, onde se publicou sua 2ª edição, de 2015. Inéditos, Souza Lima deixou um terceiro romance (‘Mistérios das Selvas’) e ‘Contos Indígenas’. Também três seriam os livros de poesia: ‘Soluços e Gorjeios’, ‘Poesias da Natureza’ e este ‘Outono’, a primeira obra poética de Souza Lima em livro, cuja 1ª edição é póstuma, de 1993, 51 anos após o falecimento do autor”. (Esse prefácio considera Souza Lima grajauense, como era tido como certo na época. Interessados podem solicitar cópia por “e-mail” ou WhatsApp).

Como é próprio das pesquisas históricas – geológicas, arqueológicas, antropológicas e mesmo literárias –, a naturalidade de Manoel de Souza Lima não se entregou facilmente, ora conduzindo os pesquisadores a rumos boêmios e conclusões inconformes: às vezes, sinalizava fortemente como sendo Souza Lima filho de terras goianas ou tocantinas; outras vezes, havia a certeza – “taken for granted” – de ser filho maranhense... mas nascido em Grajaú... Até que a verdade saiu do poço, ou de gavetas e pastas de papeis, e se atestou, documentalmente, que, sim, Manoel de Souza Lima é nosso, de Imperatriz, “Princesa do Tocantins”, Maranhão, Brasil.

Embora a variedade de sua obra – romancista, contística, poética – e embora as leituras e estudos feitos até agora, ainda não se tem notícia de elementos imperatrizenses na obra manoeliana, que possam vincular o autor-filho à terra-mãe, que possa novamente cerzir, ao ventre maternal, o umbigo filial – ou, ainda, um dia, com a transferência dos restos mortais do Autor, se cumpra a sentença latina do definitiva e terno retorno: “Revertere ad locum tuum” (“Voltarás ao teu lugar”).

Mas estes pontos e narrativas – a pesquisa sobre a naturalidade de Souza Lima e elos de sua obra com a terra onde nasceu – são outras (boas) histórias, para outros contarem...

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

As duas edições de “Eu, Imperatriz” e a autora, professora Edelvira Marques de Moraes Barros. O escritor Manoel de Souza Lima.

Brasília (DF) 28/11/2023 – Estudantes do ensino médio terão poupança para permanecer na escola
Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O pagamento do Incentivo-Matrícula do Programa Pé-de-Meia do Ministério da Educação (MEC) será pago a partir de 26 de março até 3 de abril aos estudantes matriculados em alguma das três séries do ensino médio público.

O depósito da parcela única de R$ 200 do primeiro incentivo financeiro-educacional do programa será feito conforme o mês de nascimento dos alunos.

·         26 de março: estudantes nascidos em janeiro e fevereiro;

·         27 de março: estudantes nascidos em março e abril;

·         28 de março: estudantes nascidos em maio e junho;

·         1º de abril: estudantes nascidos em julho e agosto;

·         2 de abril: estudantes nascidos em setembro e outubro;

·         3 de abril: estudantes nascidos em novembro e dezembro.

Depósito

O Incentivo-Matrícula será creditado em contas digitais abertas, automaticamente, pela Caixa Econômica Federal em nome dos alunos.

No caso de o estudante do ensino médio público beneficiado ser menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize o estudante a movimentar a conta, para sacar o dinheiro ou usar o aplicativo Caixa Tem. Esse consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem. Se o aluno tiver 18 anos ou mais, a conta já estará desbloqueada para utilização do valor recebido.

O incentivo é pago apenas uma vez ao ano, ainda que o estudante realize transferência de matrícula entre escolas ou redes de ensino no mesmo ano letivo.

Porém, aquele aluno que abandonou a escola e voltou a estudar ou que reprovou aquela série terá direito ao Incentivo-Matrícula da respectiva série apenas mais uma vez, durante o período de permanência no ensino médio, esclarece o MEC.

Envio de informações

Para fazer o depósito deste primeiro incentivo, o MEC se baseará em informações enviadas pelas redes de ensino dos municípios, Estados e do Distrito Federal entre 29 de fevereiro e 8 de março deste ano, via Sistema Gestão Presente (SGP), conforme previsto na Lei 14.818/2024.

O não compartilhamento das informações sobre os estudantes matriculados nas respectivas redes de ensino poderá impactar o pagamento dos incentivos relativos ao período em que as informações não foram compartilhadas.

Para quem não for beneficiado neste primeiro período, o MEC informa que se ocorrerem correções e atualizações das informações referentes à matrícula, por parte das redes públicas de ensino médio, entre 9 de março e 14 de junho, o pagamento do Incentivo-Matrícula poderá ser feito até 1º de julho.

O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público. Por meio do incentivo à permanência escolar, o programa quer democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social. Foto Arte/Arte/Ministério da Educação

O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional do governo federal, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de pessoas matriculadas no ensino médio público.

O objetivo é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.

O Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento, além dos depósitos de R$ 1.000 ao término de cada ano concluído, que só poderão ser retirados da poupança após a conclusão do ano letivo. Se consideradas as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e, ainda, o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última série, os valores podem chegar a R$ 9.200 por aluno.

Os estudantes com dúvidas sobre o Pé-de-Meia podem acessar uma seção de Perguntas Frequentes sobre o programa no portal do MEC. Outros canais são o Fale Conosco do MEC (telefone 0800 616161) e o portal de atendimento, por meio da opção 7 e seleção do assunto Programa Pé-de-Meia.

(Fonte: Agência Brasil)

Nem 8 nem 80... 88.

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Juntos, somam, em 2024, quase três séculos de vida: 282 anos cheios de conhecimentos, experiências, sabedoria, exemplos de luta, trabalho e superação, de honestidade pessoal, profissional e intelectual.

Os três – José Herênio de Souza, 97 anos em setembro; Osmar Walcacer de Oliveira, 97 anos em agosto (“in memoriam”); e José Geraldo da Costa, 88 anos neste 18 de março – são, pode-se dizer, os mais longevos usufrutuários da vida entre os membros da Academia Imperatrizense de Letras (AIL).

Em comum, além da Academia, os três têm o “peso” da responsabilidade de ser e de servir, todos tendo dedicado a Imperatriz e região grande parte de seu tempo, esforço, talento e outros recursos.

Em 17 de fevereiro e nas edições de 3 e 10 de março de 2024, com textos de Edmilson Sanches, a AIL e o jornal “O Progresso” reconheceram e homenagearam cada um desses trabalhadores da Cultura e da Educação, da História e do Jornalismo.

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Neste 18 de março de 2024, o educador, ambientalista, administrador público, professor universitário e ativista sociocomunitário José Geraldo da Costa completa 88 anos.

Nesse mesmo dia, há oito anos, escrevi o texto abaixo, que li para ele e amigos em sua residência, na comemoração de seus 80 anos bem vividos.

As palavras e a admiração se mantêm.

Felicidades, Seu Zé e sua Maria! (E. S.)

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NOS 80 ANOS DE JOSÉ GERALDO DA COSTA (18/3/2016) – O dia 18 de março, em 1936, foi uma quarta-feira. Quarta-feira é bem no meio da semana. E no meio está a virtude – “in medio virtus”, diziam os latinos. Ou: “Pelo meio irás muito seguro” (“Medio tutissimus ibis”, como registra Ovídio).

Foi nesse dia, mês e ano que, em Recife (PE), nasceu José Geraldo da Costa, filho de Amaro e saído, em sua expressão, “do conforto ambiental interno” de sua mãe, Dª Odette.

Geraldo completa 80 anos e a cidade que, pelo visto, ouvido e vivido, escolheu para ficar deveria fazer festa.

Deveria brindar o muito que ele já fez, em pensamentos, ideias e ações, e deveria dele cobrar o muito mais que pode(ria) fazer – caso lhe fossem solicitados seus múltiplos conhecimentos, variados serviços e sólidas experiências, além do inquestionado compromisso com as coisas e causas locais (sobretudo locais), regionais, nacionais, mundiais, universais e que tais.

Mas Imperatriz ainda deve ao Zé Geraldo, isto é, deve/ria solicitar-lhe o concurso de seu talento e trabalho.

Formado na primeira turma de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, com vida vivida e serviços prestados à gestão pública em São Paulo, com possibilidade de transferir-se para outro país, a oportunidade, o querer ou o acaso acabou por trazer para Imperatriz esse patrimônio humano de fazer saber (como professor) e saber fazer (consultor, gestor, assessor).

Imperatriz conta com capitais intelectuais subaproveitados ou ainda não aproveitados. Trata-se de um desperdício indesculpável, que se debita, no Serviço Público, à conta de gestores incompetentes, inseguros, incapazes de romper a carapaça em que se encolhem e escondem, refratários a qualquer coisa que seja excelência, qualidade, inovação, ousadia, criatividade. Napoleão Bonaparte dizia do por que existem tão poucos estadistas: para ganhar o Poder, é preciso mesquinhez; para exercer o Poder, é preciso grandeza – e por isso as pessoas que têm grandeza dificilmente chegam ao Poder, porque não sabem, não querem ou não concordam em descer ao nível dos tapetes (baixeza e sujeira) para conquistar posições políticas no Executivo ou no Legislativo. Assim, quem é mesquinho raramente convida e convive com a grandeza, ou os grandes, de sentimentos, talentos e trabalhos nobres.

Sou depositário de produções (textos técnicos e literários) de José Geraldo, que recolhi ou dele recebi (e venho recebendo e conservando) desde a década de 1980. Quando, pela segunda vez, fui eleito presidente da Academia Imperatrizense de Letras, além de, em 2002, ter criado a Semana Imperatrizense do Livro (depois tornada Salão do Livro, Salimp), iniciei, em 2003, um plano editorial que publicaria textos dos acadêmicos que ainda não tivessem livros próprios – na época, dos 33 membros da Academia, oito nunca tinham tido livro editado com seu próprio nome, e José Geraldo da Costa era um desses nomes. Assim, com boa apresentação gráfica, com projeto e concepção da capa do próprio autor, Zé Geraldo abriu o plano editorial, com a publicação do seu até agora único livro, “Ais Caem”, de poesia, como sugere o título, alusão e trocadilho com “haicai”, nome daqueles concisos poemas japoneses, surgidos no século XVI.

Quando fui trabalhar e estudar (Direito e pós-graduação em Administração de Empresas) em Fortaleza, quem eu encontro lá: o irmão e quase sósia do Geraldo, o maior, melhor, mais querido e mais famoso livreiro da capital alencarina, o Gabriel. Pronto! Foi uma alegria só: quase que diariamente (ou noturnamente...) estava eu ali na Livraria Gabriel da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Eram compras e conversas muitas, lembranças e saberes divididos, ideias e ideais (e indignações cívicas) fortalecidos. E, claro, as recorrentes referências e relembranças relacionados ao José Geraldo, amigo (meu) e irmão (dele, Gabriel).

José Geraldo da Costa completa 80 anos, e se a cidade não faz festa esta não há de faltar no coração e espírito do mais jovem dos nossos oitentões.

Na Bíblia, o rico e bom Barzilai, que acolheu e alimentou Davi (que fugia do próprio filho e rebelde Absalão), já se considerava velho e alquebrado aos 80 anos, pelo que preferiu não aceitar o convite do rei para aproveitar as benesses da corte, quando Davi retomou o poder usurpado. Perguntou Barzilai (está lá no segundo livro de Samuel, capítulo 19, versículo 35: “Da idade de oitenta anos sou eu hoje; poderia eu discernir entre o bom e o mau? Poderia o teu servo ter gosto no que comer e beber? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras? E por que será o teu servo ainda pesado ao rei meu senhor?”

Nos Salmos (Sm 90,10) salmeia-se: “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando”.

Os falares e fazeres de José Geraldo não o revelam em idade oitentã. E se aqui e acolá o alcança alguma canseira ou eventual enfado, estes serão mais de “inconformações” e inconformismos cidadãos do que de inconformidades e indisposições físicas.

O talentoso e produtivo Zé Geraldo chega aos 80. Ainda tem muito chão pela frente. De José Geraldo a terra ainda haverá de lhe permitir muitos rastros de seus pés e muitos carinhos de suas mãos, caminheiro e cultivador que ele é.

Moisés tinha 80 e Arão 83 quando falaram de liberdade ao faraó. Geraldo bem que tentou, e o que falou, se foi escutado, não foi feito pelos “faraós” da atualidade.

E já que estamos falando em Bíblia (e Bíblia e Geraldo independem de religiões), Lameque estava prolífico aos 182 anos. E Matusalém, nem se fala...

Para José Geraldo da Costa, 80 anos, hum!, é só o começo.

Ou recomeço, para um homem que se recomeça e se reinventa todo santo dia.

Feliz aniversário, Zé.

E que seu Contrato com a Vida se renove por muitos e muitos anos.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

José Geraldo a cavalo: cavalgando bem a vida. No centro da foto, Dona Odette, e, de branco, os filhos José Geraldo (à esquerda) e Gabriel. Capa de seu livro, "Ais Caem".

Brasília (DF), 05/03/2024, 4ª Conferência Nacional de Cultura, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Até 7 de abril, está aberta a primeira consulta pública para a elaboração do novo Plano Nacional de Cultura (PNC). Qualquer cidadão com conta no Portal Gov.br deve responder às perguntas sobre as expectativas da sociedade sobre o PNC na Plataforma Participa+Brasi

Esta será a primeira etapa da atualização do PNC, que estabelece metas e indicadores para as políticas culturais. Em vigor desde 2010, o plano atual acabará neste ano.

Nesta etapa, o Ministério da Cultura está recolhendo expectativas do setor cultural e da sociedade sobre o planejamento das políticas para o setor. Os participantes da consulta devem responder, em até 300 caracteres, à seguinte pergunta: “O que você espera do próximo Plano Nacional de Cultura (PNC)?”

Em seguida, o participante deve responder qual a cor/raça, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), qual a identidade de gênero e se é uma pessoa com deficiência. Somente quem estiver logado no Portal Gov.br pode participar.

Discutido na Conferência Nacional de Cultura, que ocorreu no início do mês em Brasília, o Plano Nacional de Cultura será escrito com base nas decisões da conferência e com mais debates com os conselhos de Cultura nos Estados e municípios. Durante o processo, haverá outras consultas públicas, audiências, debates presenciais em viagens pelo país e votações on-line.

(Fonte: Agência Brasil)