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Lembrando papai… DAC E O COOPERATIVISMO*

Subordinada à Sudema, apresentando um índice impressionante de trabalhos administrativos relevantes, enquadrada no esquema da política desenvolvimentista do atual governo, funciona, aqui em São Luís, no pavimento térreo do prédio onde, por muitos anos, esteve o antigo Liceu Maranhense, a Divisão de Assistência ao Cooperativismo (DAC). Com este setor de atividade, está catalogado um amplo e eficiente serviço de assistência técnica a todas as cooperativas existentes no Estado. É um trabalho de vulto, de tenacidade, de compreensão. Uma tarefa árdua que está sendo conduzida com acerto e com parcelas comoventes dum esforço que é dinamismo, duma dedicação que é responsabilidade funcional.

E pode-se dizer, com tranquilidade, com orgulho até, que o Cooperativismo em nossa terra, sempre, ocupou lugar de destaque no planejamento administrativo estadual. A DAC sempre existiu e se encontrava subordinada à Secretaria de Agricultura. Com a criação da Sudema, revolução administrativa do governo Sarney, essa divisão especializada passou a ser orientada diretamente pela Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão. Integrada nesse novo processo administrativo, a DAC apresenta uma melhor e mais autêntica organização e a soma positiva de serviços que plenamente justificam a sua razão de existir.

É um órgão atuante, cumprindo à risca as suas finalidades: assistência às cooperativas, dando-lhe o fornecimento dos conhecimentos necessários para que elas executem um plano de soerguimento, de desenvolvimento, de produtividade nos seus diversos setores de operação. É, em síntese, exatamente isto.

Com a DAC, há um corpo de inspetores que intervém com absoluta segurança no desempenho dum árduo e cuidadoso trabalho de inspeção, de fiscalização, administrando ensinamento valioso.

Com a DAC, um quadro de funcionários ainda pequeno em número, mas que se destaca, evidencia por meio da execução dum esforço grandemente recompensador. Uma nova mentalidade é a identificação que hoje se observa no funcionário público estadual. É o processo bem orientado da reforma administrativa posta em prática pelo governo Sarney. É bom afirmar isto. Revolucionou os métodos e imprimiu, na administração pública estadual, outro esquema de organização. Há aí, no exercício da função pública, outra compreensão. Outra maneira de participar.

Com a DAC, há, em potencial, o reflexo desta nova ordem administrativa. “Hoje, o cooperativismo em nosso Estado é uma realidade em marcha, em progresso. Ninguém poderá desmentir estas nossas afirmativas. E o que há de destoante, um outro aspecto, é que, com muitas cooperativas, houve e está havendo a ausência do fortalecimento moral por parte dos que as dirigem. Há, em muitas, sente-se, o material humano imprestável. E se fácil é a composição do quadro dirigente, difícil e muito difícil a manutenção das associações cooperativistas. Aqui o necessário é a preparação psicológica, a força duma vontade determinada, a grandeza do espírito cooperativista. Aqui a necessidade imperiosa duma ação administrativa aliada ao idealismo, predisposta em enfrentar a execução dum trabalho persistente, um trabalho corajoso, abnegado. E é esta justamente a luta que vem sendo travada entre a DAC e as cooperativas a ela subordinada. Os saldos positivos, a resolver, são ainda poucos, mas os há como resultado deste profícuo planejamento de recuperação que vem sendo mantido pela Divisão de Assistência ao Cooperativismo.

Em alguns municípios do Estado, funciona um não pequeno número de cooperativistas que apresentam um vigoroso aspecto de organização, de ordem num conjunto de esforços conjugados. Há a denúncia dum fascinante trabalho de divulgação, de preparo técnico-administrativo. É este um dos principais objetivos da DAC.

Daqui, ressaltamos todo este labor constante da Divisão de Assistência ao Cooperativismo e há, neste nosso pensamento, uma mensagem de fé aos que lutam pelo maior desenvolvimento do cooperativismo em nossa terra.

Cooperativismo é um sacerdócio que está a exigir de todos nós uma maior parcela de ajuda e de cooperação. E é com Hans Muller que está a grande lição: o cooperativismo tem uma base nitidamente moral. E afirmou mais: “que os exemplos tirados da história do cooperativismo demonstram claramente que as bases deste movimento são, antes de tudo, de ordem moral”. É a orientação para servir e plantar na terra a semente para a boa colheita.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 17 de setembro de 1967 (domingo).