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Neste domingo, continuamos com...

Colocação dos pronomes oblíquos átonos (2ª parte)

Em locuções verbais:

Eu lhe devo enviar os documentos.

(= próclise do verbo auxiliar)

Eu devo-lhe enviar os documentos.

(= ênclise do verbo auxiliar)


Eu devo lhe enviar os documentos.

(= próclise do verbo principal /uso preferencial)


Eu devo enviar-lhe os documentos.

(= ênclise do verbo principal)

Exercício

Identifique, segundo a norma culta, as opções inaceitáveis (i), as aceitáveis (a) e as mais adequadas (A) para cada frase:

1.

( ) Lhe devo enviar os documentos.

( ) Devo-lhe enviar os documentos.

( ) Devo lhe enviar os documentos.

( ) Devo enviar-lhe os documentos.


2.

( ) Eu lhe devo enviar os documentos.

( ) Eu devo-lhe enviar os documentos.

( ) Eu devo lhe enviar os documentos.

( ) Eu devo enviar-lhe os documentos.


3.

( ) Eu não lhe devo enviar os documentos.

( ) Eu não devo-lhe enviar os documentos.

( ) Eu não devo lhe enviar os documentos.

( ) Eu não devo enviar-lhe os documentos.


4.

( ) Nos estavam observando.

( ) Estavam-nos observando.

( ) Estavam nos observando.

( ) Estavam observando-nos.


5.

( ) Eles nos estavam observando.

( ) Eles estavam-nos observando.

( ) Eles estavam nos observando.

( ) Eles estavam observando-nos.


6.

( ) Eles não nos estavam observando.

( ) Eles não estavam-nos observando.

( ) Eles não estavam nos observando.

( ) Eles não estavam observando-nos.


7.

( ) Me havia comunicado o fato.

( ) Havia-me comunicado o fato.

( ) Havia me comunicado o fato.

( ) Havia comunicado-me o fato.


8.

( ) Ele me havia comunicado o fato.

( ) Ele havia-me comunicado o fato.

( ) Ele havia me comunicado o fato.

( ) Ele havia comunicado-me o fato.


9.

( ) Ele não me havia comunicado o fato.

( ) Ele não havia-me comunicado o fato.

( ) Ele não havia me comunicado o fato.

( ) Ele não havia comunicado-me o fato.

Respostas

Exercício

1.

(i) Lhe devo enviar os documentos.

(a) Devo-lhe enviar os documentos.

(A) Devo lhe enviar os documentos.

(A) Devo enviar-lhe os documentos.


2.

(a) Eu lhe devo enviar os documentos.

(a) Eu devo-lhe enviar os documentos.

(A) Eu devo lhe enviar os documentos.

(A) Eu devo enviar-lhe os documentos.


3.

(a) Eu não lhe devo enviar os documentos.

(i) Eu não devo-lhe enviar os documentos.

(A) Eu não devo lhe enviar os documentos.

(A) Eu não devo enviar-lhe os documentos.


4.

(i) Nos estavam observando.

(a) Estavam-nos observando.

(A) Estavam nos observando.

(a) Estavam observando-nos.


5.

(a) Eles nos estavam observando.

(a) Eles estavam-nos observando.

(A) Eles estavam nos observando.

(a) Eles estavam observando-nos.


6.

(a) Eles não nos estavam observando.

(i) Eles não estavam-nos observando.

(A) Eles não estavam nos observando.

(a) Eles não estavam observando-nos.


7.

(i) Me havia comunicado o fato.

(a) Havia-me comunicado o fato.

(A) Havia me comunicado o fato.

(i) Havia comunicado-me o fato.


8.

(a) Ele me havia comunicado o fato.

(a) Ele havia-me comunicado o fato.

(A) Ele havia me comunicado o fato.

(i) Ele havia comunicado-me o fato.


9.

(a) Ele não me havia comunicado o fato.

(i) Ele não havia-me comunicado o fato.

(A) Ele não havia me comunicado o fato.

(i) Ele não havia comunicado-me o fato.

Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro prevê que a pré-seleção dos estudantes inscritos no Programa Universidade para Todos (Prouni) considere as duas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingresso em cursos de graduação ou sequencial de formação específica. 

Até então, a regra em vigor era de que apenas a nota da última edição do Enem, aquela imediatamente anterior ao processo seletivo do Prouni, poderia ser utilizada pelos candidatos para ingresso no programa que financia curso superior em faculdades privadas. 

Primeiro semestre

O novo decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na noite dessa sexta-feira (18), e a mudança já valerá para o próximo seletivo do Prouni, que deve ocorrer no primeiro semestre de 2022. 

Segundo o governo, a medida adequa a legislação do Prouni tendo em vista as consequências decorrentes da pandemia de covid-19, que acabaram por ocasionar atrasos nas últimas edições do Enem. 

Além disso, de acordo com o Ministério da Educação, a mudança atende uma demanda potencial de alunos às bolsas do Prouni, reduzindo a atual ociosidade de bolsas existentes e ampliando acesso ao ensino superior.

(Fonte: Agência Brasil)

Reforçar a presença do português e do espanhol no contexto global e, com isso, ampliar a influência nos campos da ciência, da cultura e da inovação tecnológica. Esses foram os temas debatidos ao longo desta semana, na 2ª Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (Cilpe), realizada em Brasília. 

O evento, que é uma iniciativa da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), começou na quarta-feira (16) e foi até sexta-feira (18), reunindo autoridades, acadêmicos e especialistas de 23 países ibero-americanos que falam um dos dois idiomas. 

Estima-se que a população falante de português e espanhol seja de mais de 850 milhões de pessoas na atualidade, e que deve atingir 1,2 bilhão ainda neste século, de acordo com projeções da Organização das Nações Unidas (ONU).

Apesar de serem expressões da identidade dos povos, as línguas também são formas de poder que repercutem na economia, na ciência, na cultura, na tecnologia, no posicionamento geopolítico e nos mecanismos de cooperação. É por isso que os países integrantes da OEI decidiram criar a conferência, em 2019, para pensar formas de expandir essa presença internacional. 

A primeira edição do evento ocorreu em Lisboa. Após a edição no Brasil, a conferência ocorrerá novamente no ano que vem, desta vez no Paraguai. 

“O primeiro objetivo dessa conferência é demonstrar a relevância e a capacidade de difusão que essas duas línguas possuem, trazendo ao conhecimento público a grande potência que elas são nas artes, na cultura, na ciência. Também queremos reforçar a capacidade de compreensão mútua entre os dois idiomas. São línguas que facilitam a comunicação e a compreensão mútua, por isso essa atuação articulada”, analisa Raphael Callou, diretor da OEI no Brasil. 

Mesmo sendo considerados idiomas globais, português e espanhol, juntos, somam cerca de 15,8% das publicações científicas internacionais, um número considerado aquém da potencialidade das duas línguas. Para se ter uma ideia, o inglês sozinho representa cerca de 84% da produção intelectual publicada em revistas e periódicos científicos, apesar de ser falado por uma população de 1,34 bilhão de pessoas.  

Durante a conferência, especialistas lançaram o site Línguas em Números, que traça um ranking de como diversos idiomas estão distribuídos pelo mundo levando em consideração não apenas o número de falantes, mas fatores como a presença desses idiomas na internet, redes sociais e o número de artigos científicos e produção cultural.

Dados do Real Instituto Elcano, da Espanha, apontam a evolução da quantidade de publicações científicas na Web of Science (WOS), maior plataforma de informação científica do mundo. Segundo o levantamento, as línguas mais usadas em pesquisas são inglês, com mais de 153 mil estudos assinados; seguido do espanhol, com 17 mil estudos; e do português, que tem pouco mais de 11 mil. Apesar disso, a transformação digital no planeta, acelerada pelas mudanças estruturais promovidas pela pandemia, demandará um esforço ainda maior para fazer com que português e espanhol continuem sendo idiomas globais.  

“Ainda temos muito caminho a percorrer porque se não estivermos fortes na tecnologia, na inovação e ciência, se não implementarmos os pilares da CPLP, se não tivermos essa presença digital, mais qualificação dos cidadãos dessas línguas, podemos ter um grande número de falantes, mas não conseguiremos ser uma língua global”, alertou Ana Paula Laborinho, diretora-geral de Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa da Secretaria Geral da OEI, na atividade que marcou o lançamento do site.

Segundo Raphael Callou, após a segunda edição da conferência, a OEI deverá sistematizar um relatório com recomendações para que os países-membros da organização adotem em termos de políticas públicas de promoção do espanhol e do português em diferentes áreas, incluindo a ciência. Uma das propostas em estudo é justamente a criação de mecanismos que valorizem o reconhecimento de periódicos e publicações científicas que publiquem nesses idiomas. Isso porque a própria OEI já vem detectando um aumento nas publicações em inglês por parte de pesquisadores que têm como língua materna o português ou o espanhol.  

“Isso é para ilustrar como Estados nacionais podem, cada vez mais, estruturar ações que tenham como foco a valorização dessas línguas a partir de uma política de indução”, diz Callou. 

(Fonte: Agência Brasil)

Vem aí a primeira edição do Praia do Futebol, competição que promete agitar os fins de semana em São Luís já a partir deste sábado (19). A iniciativa, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do Grupo Audiolar, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, envolverá três modalidades: futebol de travinha Sub-15, futebol 7 beach Sub-17 e futebol de areia Adulto Feminino. As disputas ocorrerão na Praia do Calhau.

Neste sábado, será dado início ao torneio de futebol de travinha Sub-15 a partir das 13h. Ao todo, 16 times estão na briga pelo título da competição que terá o formato eliminatório: quem vencer seus jogos, avança à fase seguinte até que sejam conhecidos os finalistas.

Os confrontos das oitavas de final do torneio de futebol de travinha Sub-15 foram definidos em congresso técnico realizado na última terça-feira (15), na Arena Olynto, no Olho d’Água, com a participação dos representantes das equipes que estarão na disputa. Assim, as partidas das oitavas serão: São Domingos x Instituto Eu Faço o Bem, Bom de Bola x Juventude, Palmeirinha x AFA, Jeito Moleque x MBB, Audaz x IJC, P12 x Instituto Areinha, Paredão x Estrelinha e R13 x Ponte Preta.

“O Praia do Futebol é uma competição que chega para promover a prática do esporte na capital maranhense. Temos certeza do sucesso deste evento que promete fazer parte do calendário esportivo de São Luís por muito tempo. Ficamos muito felizes pela confiança depositada pelo governo do Estado e pelo Grupo Audiolar ao nosso projeto, dois importantes patrocinadores do esporte”, afirmou Waldemir Rosa, diretor-técnico da competição.

Todas as equipes participantes desta edição do torneio de futebol de travinha Sub-15 do Praia do Futebol receberam, durante a solenidade de lançamento da competição, coletes e bolsas esportivas personalizados para serem utilizados durante todo o torneio.

Congresso técnico

Ao longo da semana, na Arena Olynto, também foram realizados os congressos técnicos das outras duas modalidades que estarão em disputa no Praia do Futebol: futebol 7 beach Sub-17 e futebol de areia Adulto Feminino.

Na quarta-feira (16), foram sorteados os grupos do futebol 7 beach Sub-17, torneio que terá a participação de 8 times. As equipes foram distribuídas em duas chaves: Palmeirão, Escolinha‎ Transformar, GPV e Elite‎ Maranhense formam o Grupo A; já Futuro‎ do‎ São‎ Francisco, Inovar, Afasca e Campinas compõem o Grupo B.

O último congresso foi referente às disputas do futebol de areia Adulto Feminino, realizado na noite dessa quinta-feira (17). O sorteio realizado definiu os grupos do torneio: Viana, Brutos/Magnólia‎, Cruzeiro e Espias estão juntos em uma chave A; já Aurora, IJC, CT‎ Sports e Trivela fazem parte da chave B.

Como forma de incentivar o esporte, todas as equipes do Sub-17 e do Adulto Feminino receberam, durante a solenidade de lançamento, uniformes (camisas e calções) e bolsas esportivas personalizadas. O material entregue será utilizado pelos times durante toda a competição.

Siga as redes sociais oficiais do Praia do Futebol no Instagram e no Facebook (@praiadofutebol) e fique por dentro de todos os detalhes da competição, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do Grupo Audiolar, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte.

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS

Sábado (19/2) / Praia do Calhau (Campo 1)

13h – São Domingos x Instituto Eu Faço o Bem (OF Sub-15)

13h30 – Bom de Bola x Juventude (OF Sub-15)

14h – Palmeirinha x AFA (OF Sub-15)

14h30 – Jeito Moleque x MBB (OF Sub-15)

Sábado (19/2) / Praia do Calhau (Campo 2)

13h – Audaz x IJC (OF Sub-15)

13h30 – P12 x Instituto Areinha (OF Sub-15)

14h – Paredão x Estrelinha (OF Sub-15)

14h30 – R13 x Ponte Preta (OF Sub-15)

Domingo (20/2) / Praia do Calhau

12h30 – Quartas de Final 1 (Sub-15)

13h – Quartas de Final 2 (Sub-15)

13h30 – Quartas de Final 3 (Sub-15)

14h – Quartas de Final 4 (Sub-15)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Terminam nesta sexta-feira (18), às 23h59, as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2022. O resultado da chamada única será divulgado em 22 de fevereiro. Nesta primeira edição de 2022 do programa, estão sendo  oferecidas 222 mil vagas em 6.146 cursos, graduações que estão disponíveis em 125 instituições públicas de ensino superior.

Critérios

Para se inscrever no programa pela página do Sisu, os estudantes devem ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2021 e não podem ter zerado  a redação. Os estudantes que não concluíram o ensino médio e participaram do Enem como “treineiros” não estão habilitados para o Sisu. No dia 9, o Ministério da Educação (MEC) divulgou as notas da edição de 2021 do exame.

O candidato pode se inscrever em até duas opções de curso, turno e instituição, observando a modalidade de concorrência, como sistema universal, lei de cotas ou ações afirmativas, além de ordem de preferência. As escolhas podem ser alteradas até o prazo final de inscrições, se o candidato mudar de ideia. Passado o prazo final, o sistema não permiterá novas mudanças. 

Para facilitar a decisão, o Ministério da Educação (MEC) divulga, diariamente, um balanço parcial do Sisu 2022/1, no qual o candidato pode ver em qual posição está na disputa pelas vagas desejadas nos cursos que escolheu e quais as notas de corte, podendo mudar de opção se assim desejar.

Próximos passos

O resultado será divulgado em 22 de fevereiro. Os candidatos devem acompanhar a página do programa para ver se serão convocados em uma das duas opções em que se inscreveram. Se aprovado em, pelo menos, uma opção de curso, o candidato deve ficar atento à data da matrícula na instituição de ensino para não perder a vaga. É necessário conferir a documentação descrita no site do programa e providenciar o que for preciso.

Quem não for convocado em nenhuma das duas opções de curso ainda tem uma chance. Poderá manifestar interesse pela lista de espera, de 22 de fevereiro a 8 de março, na mesma página em que a inscrição foi feita. Eventuais chamadas seguintes são de responsabilidade das instituições de ensino

Cronograma

Inscrições: 15 a 18 de fevereiro

Resultado: 22 de fevereiro

Matrículas: 23 de fevereiro a 8 de março

Inscrições na lista de espera: 22 de fevereiro a 8 de março

Liberação da lista de espera: 10 de março

(Fonte: Agência Brasil)

Morreu, na tarde dessa quinta-feira (17), o professor, escritor, advogado, cientista político e integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) Candido Mendes de Almeida, aos 93 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi embolia pulmonar.

Ocupante da cadeira número 35 da ABL, Candido Mendes tinha extenso histórico acadêmico. Reitor da Universidade Candido Mendes, o escritor participou de diversas iniciativas educacionais internacionais com institutos de outros países. Entre as obras publicadas por Mendes, destacam-se: Nacionalismo e Desenvolvimento (1963)O País da Paciência (2000), Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país (2010) e A razão armada (2012).

Em nota de falecimento, a Universidade Candido Mendes decretou luto oficial por 15 dias. “Enlutados com a perda irreparável para a Universidade Candido Mendes, continuaremos honrando a memória e o legado do Prof. Candido na luta permanente pela democratização do acesso à educação no país e o desenvolvimento do ensino de excelência, que marcarão para sempre a história de transformação da sociedade brasileira através da educação”, afirmou a entidade em nota em redes sociais.

Candido Mendes era marido da pneumologista e pesquisadora Margareth Dalcolmo, recentemente nomeada para integrar a comissão de especialistas e peritos da Organização Mundial da Saúde. Além da esposa, Mendes deixa quatro filhos e cinco netos.

(Fonte: Agência Brasil)

O Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol, iniciativa patrocinada pelas Drogarias Globo e pelo governo do Estado do Maranhão por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, promove, com caráter social, atividades esportivas e escolares, beneficiando crianças carentes do Bairro Vila Conceição, em São Luís. Em sua quinta edição, o Educação e Esporte conta com 60 alunos entre 8 e 14 anos, que treinam futebol na Associação dos Médicos e receberam kit completo para as atividades semanais: uniforme completo (camisa, calção e meião), chuteiras, bolas, caneleiras, squeeze, agenda escolar e máscara. Além dos exercícios nos gramados, os meninos contam com aulas de reforço escolar, que ressaltam a importância de aliar esporte e educação para a melhor formação de cidadãos.

As aulas de reforço do Projeto Educação e Esporte oferecem diferentes métodos de aprendizado, com maior atenção dos professores, e promovem o desenvolvimento da autoconfiança intelectual das crianças, que são motivadas a atingirem o máximo do seu potencial e em seu próprio ritmo. Com uma abordagem diferente, investindo em aulas mais leves e divertidas, os educadores atendem às necessidades específicas dos alunos, que ampliam o interesse no conteúdo e a dedicação em busca de melhores notas.

A união da atividade física com o reforço educacional, um dos principais objetivos do Projeto Educação e Esporte, funciona como um diferencial na formação da criança enquanto cidadã, de forma harmoniosa, e ajuda a construir uma sociedade melhor para todos. Os treinos de futebol contribuem não só para a construção de uma vida mais saudável para a criança, mas, também, ajudam nas funções cognitivas e no desempenho escolar, potencializando o raciocínio rápido e a disposição para as demais atividades do dia a dia.

“Além de proporcionar lazer, ensinar as técnicas do futebol e democratizar o acesso ao esporte a essas crianças, o Projeto Educação e Esporte sabe o quanto é importante o incentivo à educação, é uma de nossas principais missões. Com as aulas de reforço, incentivamos as crianças para que não abandonem os estudos, tenham paixão pelo conhecimento e ajudem na formação de uma sociedade melhor e mais justa para todos. Agradecemos ao governo do Estado e às Drogarias Globo por continuarem acreditando nesse projeto e nos valores que ele defende”, afirmou Lurdes Maria, pedagoda do Educação e Esporte.

Projeto Educação e Esporte

O Educação e Esporte tem caráter social e foi idealizado para aliar educação e esporte à vida de crianças da Vila Conceição. Ao todo, 60 crianças entre 8 e 14 anos serão beneficiados nesta edição do projeto com aulas de reforço escolar e treinos de futebol de campo. Todas as atividades serão desenvolvidas na Associação dos Médicos, no período vespertino.

Em execução desde 2016, o projeto já atendeu mais de 200 crianças. O grande diferencial dessa iniciativa é justamente conseguir levar educação e esporte para as crianças. A dinâmica do projeto é bem simples: semanalmente, as crianças participam dos treinos de futebol acompanhadas por profissionais de educação física. Paralelamente ao trabalho desenvolvido em campo, a garotada recebe acompanhamento educacional, com aulas que servem como uma espécie de reforço escolar.

Vale destacar que, nos dias dos treinos, os meninos do projeto recebem acompanhamento de uma pedagoga e de profissionais de educação física. Além disso, eles ainda participam de um lanche coletivo.

Todas as informações sobre a quinta edição do Educação e Esporte – Escolinha de Futebol estão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@projetoeducacaoeesporte) no Instagram e no Facebook. (Fonte: Assessoria de imprensa)

Em sua primeira edição, o Projeto Vida Ativa: integração e bem-estar, iniciativa patrocinada pelo El Camiño Supermercados e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, já completou dois meses de aulas gratuitas, que são realizadas sempre às quintas-feiras, a partir das 18h, na Praça Mestre Antônio Vieira, no Bairro do Monte Castelo, em São Luís. O projeto tem como objetivo proporcionar lazer para pessoas de diversas faixas etárias, com atividades teóricas e práticas, destacando os benefícios da atividade física.

Com aulões de dança, ginástica localizada e alongamento, que contam com suporte de profissionais de educação física e todo o material necessário para a prática desses exercícios, o Projeto Vida Ativa estimula os participantes a abandonarem o sedentarismo, em um clima leve e descontraído. Para as pessoas da melhor idade, a atividade física é ainda mais importante, pois promovem a sensação de bem-estar, melhorando o sistema imune e fortalecendo ossos e músculos, fazendo com que o idoso caminhe melhor e previna doenças como depressão, diabetes e osteoporose.

“Estamos muito felizes por completar dois meses de atividades do Projeto Vida Ativa, cumprindo bem os nossos objetivos de levar qualidade de vida para toda a comunidade e incentivar a prática da atividade física. É uma satisfação enorme ver a animação dos praticantes, que abraçaram a ideia do nosso projeto e estão saindo do sedentarismo. Agradecemos ao El Camiño Supermercados e pelo governo do Estado por apoiarem o Vida Ativa e se preocuparem com a saúde da população", disse Kléber Muniz, coordenador do Projeto Vida Ativa.

Todas as atividades do Projeto Vida Ativa são gratuitas. Para a professora de dança do projeto, não tem preço proporcionar qualidade de vida para as pessoas. “A importância do projeto é levar qualidade de vida para toda a nossa comunidade. Toda semana estamos fazendo com que a comunidade tenha acesso a uma qualidade de vida melhor e saia do sedentarismo. A dança é uma atividade física muito diversificada que pode ser praticada por pessoas de qualquer idade. Nesse momento que a gente vive, é importante que as pessoas saiam do sedentarismo e pratiquem atividades físicas. E nada melhor do que se divertir dançando. O Projeto Vida Ativa está de portas abertas a todos que desejem mexer o corpo”, afirmou Zíngara Pereira, professora de dança do projeto.

Vale destacar que os participantes do Vida Ativa têm suporte de profissionais de educação física e recebem todo o material e instrumentos necessários para a prática das atividades. Todas as informações sobre esta edição do Projeto Vida Ativa: integração e bem-estar estão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@projetovidaativaslz) no Instagram e no Facebook.  

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Udinese

O time do Udinese sagrou-se campeão da categoria Adulto Masculino da primeira edição da Copa Golzinho de Praia, competição de futebol de travinha patrocinada pelo governo do Estado e pelo El Camiño Supermercados, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Na decisão, realizada no último fim de semana, na arena montada na Praia do Calhau, a equipe superou o Alecrim por 2 a 1 e garantiu o título do torneio.

A trajetória do Udinese na Copa Golzinho de Praia foi consistente e com classificações nos pênaltis. Nas oitavas de final, o time superou o Solar nas penalidades, após empate por 2 a 2 no tempo normal. Na fase seguinte, o Udinese passou fácil pelo Fasc: 3 a 0. Nas semifinais, nova vitória nas penalidades: dessa vez, sobre os Veteranos, após empate por 1 a 1.

Alecrim

Além do título, o Udinese ainda levou duas premiações individuais: Ítalo foi eleito o Melhor Técnico e Aidano dividiu a artilharia da competição com Glaucio (Veteranos) e Kleiton (Alecrim). Já o troféu de Melhor Jogador do torneio ficou com Kleiton, do vice-campeão Alecrim.

Quer saber mais sobre a Copa Golzinho de Praia? Nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copagolzinhodepraia) estão disponíveis todos os detalhes da competição.

Copa Golzinho de Praia

A iniciativa é inédita e nasceu do desejo em realizar um campeonato organizado e com toda a estrutura necessária para os praticantes do futebol de travinha da capital maranhense. Ao todo, a primeira edição da Copa Golzinho de Praia contou com a participação de 32 equipes distribuídas nas categorias Adulto Masculino e Adulto Feminino.

“A Copa Golzinho de Praia contemplou clubes amadores e associações desportivas que praticam o futebol de travinha em São Luís. A competição reuniu cerca de 320 atletas no total, entre homens e mulheres. Nosso objetivo é fomentar a prática esportiva em nossa cidade”, destacou o diretor-técnico da competição, Waldemir Rosa.

Todas as equipes participantes desta edição da Copa Golzinho de Praia receberam, durante a solenidade de lançamento da competição, coletes e bolsas esportivas personalizados para serem utilizados durante todo o torneio.

RESULTADOS (ADULTO MASCULINO)

Sábado (5/2) // Praia do Calhau

GMC 6 x 1 Corinthians do Bequimão (OF)

GM Sports 1 (1) x (2) 1 Craques da Veneza (OF)

Fluminense 1 (1) x (0) 1 Palmeirão (OF)

P12 2 x 4 Fasc (OF)

Coringão 0 x 5 Veteranos (OF)

Alecrim 4 x 3 BEC (OF)

Jeito Moleque 2 x 0 PAC (OF)

Udinese 2 (1) x (0) 2 Solar (OF)

Domingo (6/2) // Praia do Calhau

GMC 0 x 3 Veteranos (QF)

Fasc 0 x 3 Udinese (QF)

Craques da Veneza 2 x 3 Alecrim (QF)

Fluminense 1 x 2 Jeito Moleque (QF)

Domingo (13/2) // Praia do Calhau

8h45 – Veteranos 1 (0) x (1) 1 Udinese (SF)

8h45 – Alecrim 1 x 0 Jeito Moleque (SF)

10h – Udinese 2 x 1 Alecrim (Final) 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Praça Ramos de Azevedo, centro da capital paulista. Ladeado por duas ruas estreitas, está o suntuoso prédio do Theatro Municipal de São Paulo. Da escadaria externa, uma mulher entra no teatro, ainda fechado para o público, com um livro em mãos. Da escadaria acarpetada do saguão principal, entre estátuas de mármore, ela abre o livro e começa a recitar Ode ao Burguês, conhecido poema da obra Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade. A voz potente, ouvida por poucos, ecoa pelos corredores do prédio que, 100 anos antes, ouviu pela primeira vez esta mesma poesia.

O episódio acima celebra e rememora a Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. A leitura do poema é parte integrante do processo de gravação para o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil. A poeta é a slammer (que participa de batalhas de poesia) e atriz Luz Ribeiro, que traz sua interpretação da obra de Mário de Andrade, considerada por muitos como um dos marcos inaugurais do Modernismo brasileiro.

Além de Mário, nomes hoje conhecidos do grande público, como o escritor Oswald de Andrade, o compositor Heitor Villa-Lobos, o escultor Victor Brecheret e os artistas plásticos Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro, participaram da Semana de Arte Moderna.

Marcada por controvérsias, a Semana de 22 é ainda hoje objeto de estudo para artistas e pesquisadores que, de diversas formas, refletem sobre os processos artísticos propostos pelos primeiros modernistas, também chamados de modernistas canônicos. De um lado, estão pesquisadores que refletem a Semana de Arte Moderna como um grande momento de ruptura para as artes no país; de outro, estudiosos que defendem que a Semana de 22 foi somente um evento entre os diversos espaços de discussão e criação sobre o Modernismo espalhados pelos Estados brasileiros.

Apesar de a Semana de 22 ser considerada um marco – senão transformador, mas simbólico – para as artes plásticas, música, literatura, teatro e arquitetura brasileiras, as propostas começaram a ser gestadas anos antes, por artistas e escritores de diversas partes do país. Daí, a necessidade de compreender não somente a Semana de 22 e seu legado, mas também os passos anteriores à sua realização.

O ANTES – A cidade, os parnasianos e os pré-modernistas

Em 1972, para celebrar os 50 anos da Semana de Arte Moderna, Carlos Drummond de Andrade publicou o texto A Semana continua, no Jornal do Brasil. Para ele, a Semana de 22 foi “um grito no salão bem-comportado, e para dar grito não se pede licença ao distinto auditório: grita-se”.

O excerto, detalhado no prefácio da obra Semana de 22 – antes do começo, depois do fim, de José e Lucas de Nicola, não versa somente sobre a Semana de 22, mas sobre o espaço onde ela foi realizada: o Theatro Municipal de São Paulo, fundado em 1911.

Theatro Municipal de São Paulo Theatro Municipal de São Paulo, década de 1930. Arquivo Nacional.

O teatro, bem como outras edificações construídas no período, representa o modelo de cidade que São Paulo aspirava ser. No site da instituição, o texto de apresentação traz indícios desse desejo: “a luxuosa construção, visivelmente influenciada por teatros de ópera da Europa, foi erguida como símbolo aspiracional da alta sociedade paulistana, que com a fartura do ciclo do café desejava uma casa de espetáculos à altura de suas posses e pretensões europeias para receber os grandes artistas da música lírica e do teatro”.

Em franca expansão, a cidade, que até o fim do século XIX tinha ares de vilarejo, começava a apresentar os indícios da megalópole que se tornaria. “Em 1872, que é o ano que foi feito o primeiro censo populacional no Brasil, ainda nos tempos do Império, São Paulo contava com pouco mais de 31 mil habitantes. Ao longo da década de 1920, a população vai chegar a mais de 580 mil habitantes. Houve um crescimento exponencial num período muito curto de tempo, acompanhado de uma grande inversão de capitais, que criou a infraestrutura que trouxe riqueza”, diz o pesquisador Lucas de Nicola.

Dessa forma, a Semana de 22 é realizada num espaço recém-construído pela aristocracia paulistana que, com olhos voltados para a Europa, busca fazer de São Paulo uma capital da cultura erudita.

No que se refere à arte, o olhar também era voltado para as terras europeias. O Parnasianismo, movimento vigente, originalmente francês, que se intensificou em meados do século XIX, propunha a retomada de uma cultura clássica. O preciosismo da escrita, a valorização da estética e a métrica rigorosa eram as tônicas da escola literária parnasiana. Um dos maiores expoentes do Parnasianismo brasileiro é o escritor Olavo Bilac. Um de seus mais conhecidos poemas, A um poeta, representa, com clareza, os ideais do Parnasianismo, tanto na métrica quanto no conteúdo:

Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua!

Mas que na força se disfarce o emprego

Do esforço: e trama viva se construa

De tal modo, que a imagem fique nua

Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplício

Do mestre. E natural, o efeito agrade

Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,

Arte pura, inimiga do artifício,

É a força e a graça na simplicidade.

(A um poeta, poema publicado em 1888, no livro Poesias, de Olavo Bilac)

É em meio a esse contexto sociocultural que começa a se formar um grupo de jovens artistas, muitos deles filhos da aristocracia paulistana, interessados em política e cultura brasileiras.

Num pequeno apartamento no centro da capital paulista, o escritor e jornalista Oswald de Andrade promovia encontros com outros escritores e artistas. A garçonnière da Rua Libero Badaró, onde o autor viveu entre os anos de 1917 e 1918, era frequentada pelos principais intelectuais paulistas do Pré-Modernismo, como Guilherme de Almeida, Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia, Léo Vaz, Edmundo Amaral, entre outros. Nesses encontros, os frequentadores do apartamento escreviam um diário, que foi alimentado entre maio e setembro de 1918. Amigo de infância de Oswald, Pedro Rodrigues de Almeida batizou o diário de O Perfeito Cozinheiro das Almas deste Mundo.

O escritor José Roberto Walker, autor do livro Neve na Manhã de São Paulo, diz que o pequeno apartamento era um espaço onde Oswald reuniu o que havia de mais moderno naquela época, em São Paulo, e que o diário “virou um documento da vida cultural e da vida social daquele período, e aquilo se tornou uma espécie de primeiro documento do Modernismo em São Paulo”.

Apesar de os encontros promovidos por Oswald tratarem de temas que viriam a ser importantes para a criação da Semana de 22, foi nas artes plásticas que o movimento começou a tomar forma. Os precursores foram Lasar Segall e Anita Malfatti.

Segall, lituano radicado na Alemanha, chega ao Brasil pela primeira vez, em 1913, para expor em São Paulo e em Campinas (SP). Inicialmente de natureza impressionista, Segall passa a se interessar pelo Expressionismo a partir do ano seguinte, 1914. Somente em 1923, o pintor se muda para o Brasil e fixa residência na capital paulista.

Malfatti, brasileira, foi para a Europa, em 1910, para estudar na Academia Real de Belas Artes de Berlim, capital alemã. O primeiro contato com o Expressionismo fez com que ela, ao retornar ao Brasil, em 1914, apresentasse a Exposição de Estudos de Pintura Anita Malfatti, realizada em São Paulo.

Foi com a “Exposição de Pintura Moderna – Anita Malfatti”, também realizada na capital paulista, entre os dias 12 de dezembro de 1917 e 11 de janeiro de 1918, que a artista entrou no radar modernista. A mostra é considera por diversos pesquisadores um marco na história da arte moderna brasileira.

Em entrevista à TV Brasil, o escritor Jason Tércio, autor do livro Mário de Andrade – em busca da alma brasileira, diz que a exposição de Anita marcou a entrada do Brasil na modernidade cultural e artística.

“Foi uma exposição que causou bastante impacto não só no público, como também ajudou a reunir esse grupo que, mais tarde, iria promover a Semana de Arte Moderna. Foi a partir desses contatos, nessa exposição, inclusive com a própria Anita, que não era conhecida de nenhum deles, que Di Cavalcanti, Guilherme de Almeida... todos eles acabaram se encontrando nessa exposição e, a partir daí, começaram a manter contatos. O Mário de Andrade, inclusive, considera que o Modernismo começou com essa exposição em 1917”.

Atualmente exposta na Pinacoteca de São Paulo, a tela Tropical – inicialmente chamada de Negra Baiana – era uma das obras presentes na exposição de 1917. Doada para o museu pela própria artista em 1929, a obra é uma das mais representativas do período modernista. Cercada de elementos tipicamente brasileiros, a mulher representada no quadro, negra e trabalhadora, traz à tona um dos principais anseios dos primeiros modernistas: construir as bases para pensar uma cultura genuinamente brasileira, com olhos para o Brasil real e não para o Brasil que se pretendia europeu. 

Em entrevista à TV Brasil, a curadora-chefe da Pinacoteca, Valéria Piccoli, diz que a obra traz uma representação iconográfica que era recorrente nas obras de arte brasileiras desde o século XIX, mas que o colorido da obra não é naturalista, porque a artista não quer tornar a imagem próxima do real. “Pelo contrário, ela trabalha muito nesse contraste do verde, do laranja, que são cores que se chocam, que não se harmonizam, e que criam justamente essa vibração, esse certo incômodo quando você olha para elas”.

Mais tarde, em 1921, um almoço no Belvedere Trianon, point da alta sociedade paulistana da época, firma o compromisso da primeira geração de modernistas paulistanos. Em um irônico discurso em homenagem ao escritor Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade confere o “primeiro grito coletivo dos modernistas”, de acordo com o pesquisador José de Nicola. Para o autor, “a gente pode dizer que a Semana foi preparada ao longo desse ano, de 9 de janeiro de 1921 [data do almoço citado acima] até 13 de fevereiro de 1922 [data de início da Semana de Arte Moderna]”.

No discurso, Oswald de Andrade elucida o desejo dos primeiros modernistas em representar a cidade, suas transformações e seus desvarios:

“S. Paulo é já a cidade que pede romancistas e poetas, que impõe pasmosos problemas humanos e agita, no seu tumulto discreto, egoísta e inteligente, as profundas revoluções criadoras de imortalidades”.

(Trecho do discurso de Oswald de Andrade, de 9 de janeiro de 1921. Retirado da obra Semana de 22 – antes do começo, depois do fim, de José e Lucas De Nicola, página 238) 

O DURANTE – Semana prematura, divertida e inútil

“Oh! Semana sem juízo. Desorganizada, prematura. Irritante. Ninguém se entendia. Cada qual pregava uma coisa. Uns pediam liberdade absoluta. Outros não a queriam mais. O público vinha saber. Mas ninguém lembrava de ensinar. Os discursos não esclareciam coisa nenhuma. Nem podiam, porque não havia tempo: os programas estavam abarrotados de música. Noções vagas; entusiasmo sincero; ilusão engraçada, ingênua, moça, mas duma ridiculez formidável. [...] A Semana de Arte Moderna não representa nenhum triunfo, como também não quer dizer nenhuma derrota. Foi uma demonstração que não foi. Realizou-se. Cada um seguiu para seu lado, depois. Precipitada. Divertida. Inútil”.

(Trecho do periódico Crônicas de Malazarte-VII, na Revista América Brasileira, em abril de 1924. Retirado da obra Mário de Andrade – em busca da alma brasileira, de Jason Tércio, página 185)

Entre 1923 e 1924, Mário de Andrade publicou o periódico mensal Crônicas de Malazarte, na Revista América Brasileira. O trecho acima é publicado em 1924, na 28ª edição da revista. O excerto traz uma avaliação da Semana de Arte Moderna e, também, termos já usados, anteriormente, por Mário para descrever o trabalho dos modernistas. “Inútil”, diz Mário, tanto na crônica quanto no prefácio de Pauliceia Desvairada, intitulado “Prefácio Interessantíssimo”, considerado o primeiro texto que pontua os anseios dos modernistas participantes da Semana de 22.

“Está fundado o Desvairismo.

Este prefácio, apesar de interessante, inútil. (...)
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo.

Aliás muito difícil nesta prosa saber onde termina a blague, onde principia a seriedade. Nem eu sei”.

(Trecho inicial do Prefácio Interessantíssimo, da obra Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade, lançada em 1922)

A escolha dessas palavras por Mário de Andrade – “desorganizada”, “prematura”, “irritante”, “inútil” – faz parte da concepção artística proposta não somente pelo autor, mas por outros participantes da Semana de Arte Moderna. A “blague”, sinônimo de piada, caminha com a seriedade.

Para o pesquisador José de Nicola, a Semana de 22 “foi um grande grito coletivo, grande grito público que, na verdade, representou várias conquistas, de renovações, de tentativa de inovar, esteticamente, a arte brasileira, ao longo de toda uma década. E a Semana de 22 acabou sendo esse momento em que aflorou, em que esse grito se tornou público”.

A Semana de Arte Moderna, ao contrário do que o nome indica, durou apenas três dias. Literatura, artes plásticas e música foram a tônica da programação. Dentre os escritores participantes, além de Mário de Andrade, estão Oswald de Andrade, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Tácito de Almeida, Ronald de Carvalho, Luís Aranha e Agenor Fernandes Barbosa. Nas artes plásticas, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, John Graz, Regina Graz, Zina Aita, Yan de Almeida Prado e Antônio Paim Vieira. Na escultura, Victor Brecheret, Wilhelm Haarberg e Hildegardo Velloso. Na música, Heitor Villa-Lobos, Ernani Braga, Lucília Villa-Lobos, Guiomar Novaes, entre outros.

Tarsila do Amaral, artista-referência do Modernismo brasileiro, não participou do evento. Contudo, de acordo com Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta da artista, Tarsila sabia das articulações para a realização da Semana de 22. “Apesar de ela não ter participado da Semana, ela ficou sabendo através das cartas da Anita [Malfatti], pois elas eram amigas. A minha tia estava em Paris estudando”, diz.

Boa parte dos artistas participantes da Semana de Arte Moderna, assim como Tarsila, viveu um tempo em terras europeias. O contato com movimentos artísticos, como o Expressionismo e o Cubismo, trouxe uma gama de aprendizados que, de volta ao Brasil, foram mesclados a figuras, cores e formas que remetiam ao imaginário nacional, que traziam à tona um Brasil indígena, africano, caboclo e caipira que, até então, não era objeto de vislumbre artístico.   

No campo da literatura, a escrita livre, sem métrica, a experimentação, a renovação da linguagem, o coloquialismo, o “escrever sem pensar”, a sátira, o deboche e a ironia são as características propostas para o texto. Uma clara afronta aos ideais propostos pelo movimento artístico vigente: “No início do século XX, o modelo de poesia no Brasil era um modelo parnasiano, que era o soneto parnasiano rimado com verso de ouro certinho, quadradinho. É exatamente contra esse movimento que os modernistas vão lutar. Eles vão combater esse modelo de poesia”, enfatiza José de Nicola.

Durante o segundo dia do evento, Ronald de Carvalho leu o poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, que não participou da Semana de Arte Moderna devido a uma crise de tuberculose. O texto, vaiado pelo público, falava diretamente aos poetas parnasianos.

O sapo-tanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: - "Meu cancioneiro

É bem martelado.

Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.

O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.

(Trecho de “Os Sapos”, poema publicado em 1919, no livro “Carnaval”, de Manuel Bandeira)

Assim como Bandeira, Mário e Oswald também foram vaiados. Mário por recitar Ode ao Burguês e Oswald pela leitura do trecho da obra Os Condenados.

Na música, um dos principais expoentes foi o maestro Heitor Villa-Lobos. Desde 1914, com o lançamento de Danças Africanas, o compositor já criticava o modelo de produção europeu. Os bailados Amazonas e Uirapuru, ambos de 1917, firmam o compromisso do autor em unir a música erudita da época com as tradições do folclore e da música regionalista brasileira.

Para o maestro Júlio Medaglia, a criação de Villa-Lobos não partiu do nacionalismo, e sim, de grandes estudos. “Se você conhece as músicas de Villa-Lobos, da segunda década do século XX, parece Strawinski, Ravel... Ele se informou na cultura ocidental da época, muito para depois elaborar então o nacionalismo. Por isso que criou relacionamento, polêmica, entre a cultura universal e nacional, em vez de fazer uma coisa provinciana. A música dele teve universalidade”, disse.

Nas artes plásticas, as obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanti, John Graz e Victor Brecheret também causaram impacto pelo traço e cor diferenciados, mas, de acordo com José de Nicola, a recepção do público foi melhor.

“Você tinha as obras do Brecheret que, em termos de artes plásticas, foi o grande nome. O nome que encantou todos os participantes da Semana. O pessoal entrava por essa porta, andava por esse salão que nós estamos e se deparava com coisas nunca vistas em termos de arte. As esculturas do Brecheret eram uma proposta totalmente diferente do que se conhecia”, diz o pesquisador.

Apesar do traço, da forma e do conteúdo pouco convencionais, os artistas plásticos participantes da Semana de 22 ainda refletiam sobre os caminhos estéticos que adotariam futuramente. Um bom exemplo é Di Cavalcanti. Uma das obras apresentadas por ele durante o evento, Amigos, de 1921, integra a exposição de longa duração da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Ao analisar a obra, a curadora Valéria Piccoli diz que a tela é distinta de outros trabalhos posteriores do artista.

“O que a gente vê aqui é um Di Cavalcanti que não era o Di Cavalcanti que a gente conheceu depois. O que a gente vê é uma imagem muito mais monocromática e é muito mais baseada nos desenhos, nos traços, que tem a ver com esse ponto da caricatura. E que depois vai se transformar numa obra muito mais sobrevida, uma obra que tem um traço muito mais solto. E que vai dar à pintura dele outro sabor, bastante diferente”, diz.

A repercussão da Semana de Arte Moderna nos jornais foi, majoritariamente, negativa. O tom jocoso e as manifestações artísticas, até então, incompreendidas, fizeram com que o evento fosse entendido como piada. A fúria dos jornalistas era motivo de celebração para Mário de Andrade, que os chamava de “araras”. Em carta enviada a Menotti Del Picchia, que a publicou em sua coluna no jornal Correio Paulistano, o escritor diz:

“Conseguimos enfim o que desejávamos: celebridade. (...) Realmente, amigo, outro meio não havia de conseguirmos a celebridade. Era só assim: aproveitando a cólera dos araras.

(...) Compreendes que com todas essas qualidades só havia um meio de alcançar celebridade: lançar uma arte verdadeiramente incompreensível, fabricar o carnaval da “Semana de Arte Moderna” e… deixar que os araras falassem.

Caíram como araras. Gritaram. Insultaram-nos. Vaiaram-nos. Mas o público já está acostumado com descomposturas: não leva a sério. O que fica é o nome e um sentimento de simpatia que não se apagam mais da memória do leitor.

Estamos célebres! Enfim! Nossos livros serão lidíssimos! Insultadíssimos, celebérrimos. Teremos nossos nomes eternizados nos jornais e na História da Arte Brasileira”.

(Carta de Mário de Andrade a Menotti Del Picchia, publicada originalmente no jornal Correio Paulistano. Retirada do livro 1922 – A semana que não terminou, de Marcos Augusto Gonçalves)

Cem anos depois, o escritor Jason Tércio referenda o que foi escrito por Mário de Andrade. “A Semana foi um evento bastante controverso e cheio de limitações, mas colocou o país no mapa-múndi da cultura”. 

O DEPOIS – Os antropófagos e o desvendar dos Brasis

“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança”.

(Trecho inicial do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, publicado em 1924)

Após a Semana de Arte Moderna, os artistas participantes passaram por situações diversas de encontros e rupturas. Contudo, a partir das sementes germinadas antes e durante o evento, muitos deles passaram a incorporar, cada vez mais, práticas do universo modernista ao seu repertório artístico.

No Manifesto Pau-Brasil, de 1924, Oswald de Andrade, assim como outros modernistas de primeira geração, passou a repensar o lugar do povo brasileiro nas artes. Elementos das culturas indígena, negra e cabocla, bem como temas de natureza regional e folclórica tornaram-se mais comuns nos textos, traços, cores e sons produzidos pelos modernistas.

Mais tarde, com a publicação do Manifesto Antropófago em 1928, Oswald passa a chamar de “antropofagia” o movimento de “deglutir” a cultura estrangeira e, a partir da incorporação de elementos da cultura nacional, transformá-la em algo genuinamente brasileiro. Para o autor, a antropofagia deve ser vista como um processo diverso e coletivo de formação de outra identidade cultural para o país.

“Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos.
De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question”.

(Trecho inicial do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade, publicado em 1928)

No que se refere ao processo de criação poético, Oswald faz uso do verso livre, do coloquialismo e da ironia para reimaginar a terra brasilisErro de português, um de seus poemas mais conhecidos, é um bom exemplo dessas práticas, tanto na forma quanto no conteúdo.

Quando o português chegou

Debaixo d’uma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio tinha despido

O português.

(Erro de Português, poema publicado em 1927, no livro Primeiro caderno de poesia do aluno, de Oswald de Andrade)

A professora Maira Mesquita diz que a proposta do autor é incitar uma dúvida no leitor. “Você acha que ele vai falar de alguma coisa relacionada à gramática, à língua portuguesa e, na verdade, é sobre o sujeito português que colonizou. Então, ele vem trazer uma crítica à colonização, a esse processo de aculturação”, explica a pesquisadora.

De acordo com os ideais antropófagos, Tarsila do Amaral passa a incorporar elementos da cultura brasileira nas cores e nas figuras representadas em suas obras.

Curador do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), Fernando Oliva diz que “as cores da Tarsila, chamadas cores brasileiras, terracota, maneira como ela imprimia nos azuis e ocres tons terrosos, que foram associados a uma ideia de Brasil, uma ideia de luminosidade brasileira e, portanto, parte desse primeiro Modernismo que ressaltava muito essa ideia de identidade brasileira”.

O quadro Antropofagia, de 1929, em exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, demarca, com clareza, a dimensão das culturas negra e indígena nas obras da artista. A curadora Valéria Piccoli explica que a obra é uma junção de elementos de outras duas obras: A Negra, de 1923, e Abaporu, de 1928.

Abaporu, que em tupi-guarani significa “antropófago”, é considerado seu trabalho mais célebre. Trata-se, também, da tela brasileira mais cara do mundo, com valor estimado em US$ 40 milhões. Atualmente, o quadro faz parte do acervo do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba).

Em 1928, mesmo ano de finalização de Abaporu e da publicação do Manifesto Antropófago, é publicada outra obra que busca, também, desvendar as entranhas do povo brasileiro. Trata-se de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade, considerada sua obra-prima.

Se em Pauliceia Desvairada o autor retrata a vida e os costumes no ambiente urbano por meio da poesia, em Macunaíma, texto em prosa, Mário de Andrade concentra a narrativa em dois espaços, a selva amazônica e a selva de pedra, representada pela cidade de São Paulo. Apesar de a obra se concentrar majoritariamente nesses dois lugares, o anti-herói Macunaíma transita por diversas regiões do país em busca da pedra mágica muiraquitã, presente de Ci, a Mãe do Mato, seu grande amor. A pedra perdida acaba nas mãos de Venceslau Pietro Pietra, o Piaimã, gigante comedor de gente representada pela figura do burguês que vive na capital paulista. De difícil classificação, devido à combinação de diferentes gêneros, a obra é hoje um dos grandes clássicos da literatura brasileira.

Para o escritor Jason Tércio, a obra não é de fácil leitura, já que tem uma linguagem bastante revolucionária, com vocábulos de todas as regiões brasileiras e palavras que não se encontram nem no dicionário. “[O livro] foi recebido com muita estranheza e até rejeição também, por que como rotular? Ele não era um romance no sentido convencional de contar uma historinha, com começo, meio e fim. Não era uma crônica, não era um ensaio. Causou um forte impacto, foi resultado das pesquisas do Mário de Andrade sobre o Brasil, a grande riqueza regional que o Brasil tem, cultural. Ele quis sintetizar, nesse livro, toda a cultura brasileira e a geografia também”.

A pesquisa para Macunaíma, assim como para outras obras e projetos de Mário de Andrade, é fruto do desejo do autor em conhecer as diversas faces da cultura brasileira. Em 1924, o escritor viaja com outros artistas por terras mineiras, em momento que ficou conhecido como “caravana modernista”. De maio a agosto de 1927, viajou “do Amazonas até o Peru, pelo Madeira até a Bolívia, por Marajó até dizer chega”, conforme escreveu em um relato da viagem. De novembro de 1928 a fevereiro de 1929, o escritor viajou por Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

As impressões do escritor, relatadas em diários e crônicas para jornais, foram compiladas no livro O turista aprendiz, organizado, em 1976, por Telê Ancona Lopez, pesquisadora do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo (USP).

A partir de 1935, quando Mário de Andrade fundou o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, do qual se tornou o primeiro diretor, o trabalho com as pesquisas folclóricas torna-se uma política pública. Nesse mesmo ano, criou a Discoteca Pública Municipal e convidou a pianista e pesquisadora Oneyda Alvarenga para assumir a direção do espaço.

De fevereiro a julho de 1938, Mário enviou um grupo de pesquisadores ao Norte e ao Nordeste do país. Batizada de “Missão de Pesquisas Folclóricas”, a expedição gravou, fotografou, filmou e estudou diversas melodias cantadas em festas e rezas. Foram registradas manifestações populares em cidades dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará.

Na bagagem, os pesquisadores trouxeram instrumentos musicais, anotações de campo e registros musicais, fílmicos e fotográficos que fazem parte do acervo histórico da discoteca que, hoje em dia, leva o nome de Oneyda Alvarenga e está localizada no Centro Cultural São Paulo, no centro da capital paulista.

Para o escritor Jason Tércio, “Mário de Andrade tinha como objetivo abrasileirar o Brasil” e esse é um dos maiores legados não só do escritor, mas de vários outros artistas e pesquisadores modernistas.

O AGORA – Cem anos e algumas lições

Exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944]

“Eu creio que os modernistas da Semana de Arte Moderna não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição”. A frase foi dita por Mário de Andrade durante a conferência “Movimento Modernista”, que celebrava, em 1942, os 20 anos da Semana de Arte Moderna.

Hoje em dia, com o centenário, pesquisadores têm enfatizado a necessidade de repensar a própria Semana de 22 como marco inaugural do Modernismo no Brasil.  

Para o pesquisador Lucas de Nicola, o Modernismo não foi um movimento único.

“Existem várias propostas, várias manifestações. A Semana de Arte Moderna é a expressão de um Modernismo que foi formado a partir desse grupo aqui em São Paulo. Não que não existam outras possiblidades. E, de fato, aqui em São Paulo, houve uma aproximação desses artistas com elementos da elite cafeeira, que estava interessada em transformar São Paulo num centro importante culturalmente. Essa questão também é fundamental a gente compreender”.

A aquisição, pelo governo de São Paulo, de um dos quadros de Tarsila do Amaral, demonstra bem os anseios da elite paulistana em fazer da cidade um centro cultural moderno. O quadro São Paulo, finalizado pela artista em 1924, foi adquirido em 1925, para compor o acervo da Pinacoteca.

Para a curadora Valéria Piccoli, a obra representa os núcleos de modernidade da cidade de São Paulo. “A gente vê a ponte de metal, que é a ponte do Vale do Anhangabaú, o bonde, o poste de luz, o edifício em construção... Você vê todos esses elementos. Simbolicamente, você representa essa potência do desenvolvimento”.

Na mesma linha, Valéria corrobora também com o cuidado ao demarcar o pioneirismo da Semana de 22. “Obviamente, havia muitas coisas acontecendo no Rio de Janeiro, em Belém, em outras partes do Brasil. Você tem, aí, vários modernismos acontecendo em diversos lugares do Brasil. Porém, esse momento [a Semana de 22] é escolhido pela historiografia como esse momento inaugural, digamos, da modernidade no Brasil. Mas é preciso ver com muita cautela”.

Um dos grandes legados da Semana de 22 é a ocupação dos espaços pelos artistas e a maneira pela qual essas pessoas projetam suas vozes nesses espaços. Para o pesquisador Lucas de Nicola, a Semana de Arte Moderna surge do incômodo que alguns artistas passavam a sentir diante daquele mundo que viviam.

“E acho que o legado que a Semana deixa é não temer em pensar e criar a partir dessas incertezas que se apresentam diante de si. A ideia dessa coragem de você enfrentar seus próprios incômodos com o contexto no qual você vive. Um legado cada vez mais necessário”.

(Fonte: Agência Brasil)