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Brasília (DF), 24/10/2024 - Alunos do colégio Galois em sala de aula na preparação dos últimos dias antes da prova do Enem 2024.  Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os candidatos que vão participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) farão a prova de redação no próximo domingo (9), junto com as provas de códigos e suas tecnologias, e ciências humanas e suas tecnologias.  A nota varia de 0 a 1.000 pontos e é atribuída de acordo com as cinco competências estabelecidas. 

Os participantes terão que escrever um texto dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, a partir da situação-problema proposta, dos textos motivadores e dos conhecimentos construídos ao longo da formação.

O tema da redação será de ordem social, científica, cultural ou política.

O projeto de texto, com informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, deverá defender um ponto de vista - uma opinião a respeito do tema proposto -, apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência. 

O objetivo desse texto é convencer o leitor de que determinado ponto de vista é acertado e relevante. Para tanto, deve-se mobilizar informações, fatos e opiniões, a partir de um raciocínio coerente e consistente.

Adicionalmente, o candidato também deverá elaborar uma proposta de intervenção social (solução) para o problema apresentado no desenvolvimento do texto. Essa proposta deve respeitar os direitos humanos. Propostas que desrespeitem os direitos humanos receberão nota zero. Constituem desrespeito aos direitos humanos propostas que, por exemplo, incitem as pessoas à violência ou tenham referências racistas.

Confira, aqui, a cartilha A Redação do Enem 2025 – Cartilha do Participante. 

Os participantes devem ficar atentos às cinco competências que serão exigidas no texto: 

  • Domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
  • Aplicação de conceitos das várias áreas de conhecimento, também chamado de repertório sociocultural, tenham relação com o tema proposto para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa.
  • Organização das informações, dos fatos e argumentos em defesa de um ponto de vista;
  • Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
  • Proposta de intervenção (solução) para o problema abordado.

Somente serão corrigidas as redações transcritas para a folha de redação oficial da prova do Enem.

Cada redação será corrigida por dois corretores, com graduação em letras ou linguística, de forma independente, sem que uma conheça a nota atribuída pela outra.

Os corretores atribuirão uma nota de 0 a 200 pontos em cada uma das cinco competências. A soma desses pontos compõe a nota total atribuída por avaliador, que pode chegar a 1 mil pontos. A nota final do participante será a média aritmética entre as notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.

Nota zero

Entre os critérios previstos no edital do Enem 2024 que resultam na nota zero na redação, estão:

  •    Fuga ao tema proposto;
  •    Ausência de texto na folha de redação;
  •    Texto insuficiente, com até sete linhas manuscritas;
  •    Texto escrito predominantemente ou integralmente em língua estrangeira;
  •    Nome, assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação, em qualquer parte da folha de redação;
  •    Desobediência à estrutura dissertativo-argumentativa e
  •    Desrespeito à seriedade do exame, com palavrões, desenhos e outras formas propositais de anulação.

Enem 2025

Um total de 4.811.338 candidatos confirmaram a inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio neste ano. Segundo o Ministério da Educação, o número representa um aumento de 11,22% em relação ao ano passado e de 38% em relação a 2022. ​​

​As provas do Enem 2025 serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro, em quase todo o país. As exceções são os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, devido à realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, de 10 a 21 de novembro.

Nas três cidades paraenses, os candidatos farão as provas nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.

(Fonte: Agência Brasil)

Superlua enfeita o céu no Dia dos Pais Foto:Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

A segunda superlua de 2025 será nesta quarta-feira (5) e poderá ser vista em todo o Brasil e no exterior. O fenômeno ocorre quando a lua cheia está a menos de 360 mil quilômetros da terra, parecendo maior e mais brilhante do que o normal. A superlua do Castor, a maior e mais brilhante deste ano, permanecerá visível por três dias consecutivos.


O fenômeno poderá ser observado a olho nu em todo o Brasil, desde que as condições meteorológicas sejam favoráveis. Ele poderá ser observado sem a necessidade de telescópios ou equipamentos especiais.

O fenômeno acontece quando a lua cheia coincide com o perigeu, ponto de sua órbita em que está mais próxima da terra. O resultado é um satélite cerca de 14% maior e até 30% mais brilhante do que o normal.


Embora o termo superlua não seja usado oficialmente por astrônomos, ele se popularizou por traduzir de forma simples esse efeito visual que chama a atenção a cada ocorrência.

Horários

A melhor hora para apreciar o espetáculo será logo após o pôr do sol. Em São Paulo, o nascer da lua deve ocorrer por volta das 18h45; em Belém, às 18h14; e no Recife, às 17h28 — horários aproximados, que variam conforme a região e o fuso local.


Para aproveitar o momento, basta procurar um local com boa visibilidade do horizonte e torcer por um céu limpo. Nessa condição, será possível observar a lua a olho nu, mais próxima, brilhante e detalhada.


De acordo com a astrônoma do Observatório Nacional, Josina Nascimento, o termo superlua é reconhecido “apenas quando ocorre durante a fase cheia, mas sempre que a lua percorre sua órbita em torno da terra, completando seu ciclo de fases, em algum momento ela estará no perigeu”.

Um mês depois, no dia 4 de dezembro, aparecerá a terceira e última superlua de 2025.

(Fonte: Agência Brasil)

Um dos principais nomes da nova geração da vela mundial, o kitesurfista maranhense Lucas Fonseca teve um ótimo desempenho no Campeonato Mundial de Fórmula Kite Sub-21, realizado entre os dias 26 de outubro e 1º de novembro, na Praia da Vitória, nos Açores, em Portugal. Lucas, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, mostrou o seu talento entre os maiores kitesurfistas do mundo na categoria e conquistou o 5º lugar no Mundial Sub-21, resultado que o coloca na 6ª posição do ranking mundial masculino de Fórmula Kite, somando 602 pontos.

A grande campanha no Mundial Sub-21 de Fórmula Kite encerra uma temporada histórica para Lucas Fonseca, que teve conquistas históricas nos eventos disputados em 2025. Em agosto, o kitesurfista maranhense faturou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos Sub-23, realizados no Paraguai, e garantiu uma vaga no Pan 2027, em Lima, no Peru. Em seguida, Lucas foi o melhor kitesurfista das Américas e garantiu o 12º lugar na classificação geral do Campeonato Mundial de Fórmula Kite, que reuniu os principais atletas do mundo na modalidade e foi realizado entre setembro e outubro, em Cagliari, na Itália.

"A disputa do Mundial Sub-21 foi uma grande experiência, e a temporada foi incrível. Cada prova, cada regata e cada desafio ao longo do ano me fizeram crescer muito como atleta e como pessoa. Sou imensamente grato à minha família, aos meus treinadores, equipe, patrocinadores e a todos que me apoiaram e torceram por mim, vocês fazem parte dessa jornada! Agora é hora de recarregar as energias, aprender com tudo que vivi e voltar ainda mais forte para a próxima temporada", destaca Lucas Fonseca.

Com o Top 5 no Mundial Sub-21 em Portugal, Lucas Fonseca mantém um excelente histórico nos principais eventos de base de Fórmula Kite. Além de faturar a medalha de bronze no Mundial Sub-21 de 2024, que foi realizado em Gizzeria, na Itália, o jovem kitesurfista maranhense garantiu a quarta colocação no Mundial Sub-21 e Sub-19 em 2023.

Com apenas 19 anos, sendo 10 deles dedicados à prática do kitesurf, Lucas Fonseca já tem uma carreira de muitas conquistas no cenário da vela nacional e internacional. Em 2024, Lucas foi medalha de ouro no Campeonato Mundial da Juventude, realizado na Itália, e terceiro colocado do Sertões Kitesurf, evento que é considerado o maior rali de kite do mundo. Na mesma temporada, o kitesurfista maranhense foi um dos atletas selecionados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para o Programa de Vivência Olímpica nos Jogos de Paris 2024, em iniciativa cujo objetivo é preparar jovens promissores para futuras edições das Olimpíadas. Além disso, Lucas Fonseca faturou o bicampeonato brasileiro e pan-americano Sub-21 em 2022 e 2023.

O kitesurfista maranhense Lucas Fonseca conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além dos apoios do Time Brasil, da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), da Energisa, da Icatu Vanguarda, da Ocean Kite Point e do Programa Bolsa Atleta.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

JORNAL GOIANO RELACIONA CERCA DE 300 HOMENAGENS A ANTÔNIO GONÇALVES DIAS

*

Pela primeira vez em tempos mais recentes, uma publicação jornalística traz uma lista com registros de centenas de homenagens ao escritor Antônio Gonçalves Dias, que é considerado em diversas obras de reconhecidos historiadores e críticos da Literatura Brasileira como o introdutor ou iniciador da literatura nacional. Com sua obra "Primeiros Cantos", de 1846, passaram a ter abrigo em páginas de livros os temas verdadeiramente brasileiros, entre os quais pessoas, animais, plantas, fatos, ambientes e paisagens, entre outros.

O primeiro poema desse seu primeiro livro é a "Canção do Exílio", cujos primeiros versos estão entre os mais conhecidos, lembrados e citados em todo o território brasileiro e de grande número de menções e citações nos buscadores da Internet, como o Google. O êxito e a brasilidade tanto dos livros quanto dos estudos de Gonçalves Dias fortaleceram decisões, sobretudo oficiais, do Setor Público, de homenagearem o escritor maranhense com seu nome identificando escolas, monumentos, praças, avenidas, ruas e outros logradouros públicos.

O jornal "Goianésia Hoje", fundado há sete anos por Jaldene Nunes, também seu diretor e redator, já está na edição 344, que traz em duas páginas, primeira e oitava, registros sobre Gonçalves Dias, cuja data de morte ocorreu em 3 de novembro, em 1864. Goianésia, município de Goiás, tem cerca de 80 mil habitantes e economia (PIB - Produto Interno Bruto) de quase R$ 2 bilhões, preponderando a atividade de Serviços (que inclui o Comércio), seguida da Indústria e do Setor Público.

Além de nomes em edificações e logradouros públicos, o jornal "Goianésia Hoje" registra curiosidades como o nome "Juca Pirama", dado a um personagem de novela ("Salvador da Pátria", 1989), da Rede Globo de Televisão. Esse nome é uma adaptação do título do conhecido poema de Gonçalves Dias "Y-Juca-Pirama", que, em língua tupi, significa "aquele [homem] que deve morrer", referindo-se ao guerreiro tupi que se tornou prisioneiro da tribo dos timbiras.

Outros registros do jornal goiano listam nomes de filmes, emissões de selos brasileiros e, entre os muitos livros escritos sobre Gonçalves Dias, sua principal biografia, "A Vida de Gonçalves Dias", da elogiada crítica literária, tradutora, historiadora, ensaísta e biógrafa Lúcia Miguel Pereira, e, mais recentemente, o livro "A Canção do Brasil", do jornalista e escritor Edmilson Sanches, também maranhense de Caxias, que documenta nessa obra a importância e influência da "Canção do Exílio" sobretudo entre autores e artistas brasileiros de todas épocas.

Evidentemente, o jornal goiano, e qualquer outra publicação, não tem como trazer o sem número de registros mais completos abarcando a totalidade dos 5.570 municípios brasileiros nem, muito menos, a imensa, grandiosa e riquíssima publicação de livros sobre a vida e a obra de Gonçalves Dias e a montanha – na verdade, cordilheira – de produções acadêmicas e editoriais e jornalísticas em geral que ano a ano são feitas em nível de universidades, academias, redação de revistas e outras publicações etc. Rápida e superficial pesquisa na Internet exibe grande quantidade de títulos de trabalhos no âmbito do Ensino Superior, desde trabalhos de disciplinas (matérias de cursos, sobretudo Letras, História e de Ciências Humanas e Sociais em geral) a até relatórios de pós-doutoramento, passando por trabalhos de conclusão de curso (TCCs), monografias de pós-graduações "lato sensu", dissertações de Mestrado e teses de Doutorado.

O registro sobre homenagens a Gonçalves Dias feito pelo jornal "Goianésia Hoje", nesta data de 3 de novembro de 2025, é um esforço de documentação jornalística com grande potencial para aproveitamento por estudiosos de Antônio Gonçalves Dias, que, tendo vivido curta vida de 41 anos (1823-1864), incorporou para o Brasil e para sempre muito de sua obra variada e inolvidável em seus misteres – e mistérios – de advogado, escritor, professor, gestor, jornalista, historiador, etnógrafo, poliglota, tradutor, líder de expedições e de pesquisas no Brasil e no Exterior.

Gratidão, e aplausos, para o jornal "Goianésia Hoje".

* EDMILSON SANCHES

Imagens:
Páginas do jornal "Goianésia Hoje", ano 7, número 344, de 3/11/2025, com destaque para o poeta maranhense Gonçalves Dias, na primeira e oitava páginas.

Brasília - Estudantes fazem provas no segundo dia da seleção do Programa de Avaliação Seriada (PAS), que permite o acesso a uma vaga na Universidade de Brasília. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Os candidatos a vagas remanescentes do processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), referente ao segundo semestre de 2025, já podem conferir o resultado com a ordem de classificação divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (4).

A lista dos pré-selecionados está disponível no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, na parte do Fies.

As vagas remanescentes do Fies referem-se às oportunidades de financiamento que não foram preenchidas durante as etapas regulares de seleção do programa. Nesta edição, ao todo, o MEC ofertou mais de 58 mil vagas para 10.319 cursos/turnos de graduação, em 690 instituições privadas de educação superior.

Classificação

De acordo com o MEC, a classificação dos pré-selecionados seguiu a ordem decrescente das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com prioridade para os seguintes candidatos:

  • sem ensino superior que nunca foram beneficiados pelo Fies
  • sem ensino superior que quitaram financiamentos anteriores
  • com ensino superior que nunca foram beneficiados pelo Fies
  • com ensino superior que quitaram financiamentos anteriores

O financiamento para quem for selecionado para as vagas remanescentes cobrirá as mensalidades a partir deste segundo semestre letivo de 2025.

Para isso, os inscritos deverão ter condições de atingir a frequência mínima exigida neste período no curso, turno na instituição de ensino superior para o qual se inscreveram.

Próximos passos

O estudante pré-selecionado a uma das vagas remanescentes do processo seletivo do Fies deverá comprovar as informações declaradas no momento da inscrição à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição de ensino superior em que foi pré-selecionado.

O prazo para este procedimento é de dois dias: quarta-feira (5) e quinta-feira (6).

De acordo com o edital com as regras do Processo Seletivo (nº 21/2025, a entrega dos documentos comprobatórios pode ser realizada por meio físico ou digital, nos horários definidos pela instituição. 

Se a documentação for aprovada, o próximo passo é a validação das informações em um agente financeiro em até dez dias, contados a partir do terceiro dia após a validação da inscrição pela comissão da faculdade.

Somente após a aprovação do banco poderá ser formalizada a contratação do financiamento.

Se o candidato pré-selecionado não apresentar todos os documentos ou não seguir as etapas exigidas dentro do prazo estabelecido, ele perde a vaga. Essa vaga perdida é imediatamente transferida para o próximo candidato classificado na lista de espera.

Complementação

O candidato que se inscreveu para vagas destinadas às pessoas com deficiência (PCD) deverá comprovar sua situação com laudo médico atestando a espécie e o grau de deficiência, com expressa referência ao código correspondente da Classificação Internacional de Doença (CID).

Caso a comissão da faculdade privada identifique erros ou inconsistências referentes às informações prestadas, a instituição de ensino superior poderá exigir a apresentação de documentação complementar.

Fies Social

Metade das vagas é reservada ao Fies Social, ocupada por candidatos com renda familiar per capita de até meio salário mínimo (R$ 759,00 em 2025), inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).

Este candidato pré-selecionado à vaga do Fies Social está dispensado da comprovação de renda familiar. No entanto, ele deve comparecer à comissão da faculdade privada para validar as demais informações.

Lista de espera

Os estudantes que não forem pré-selecionados na chamada única serão incluídos automaticamente na lista de espera, e poderão ser convocados de 13 às até às 23 horas e 59 minutos de 28 de novembro.

Financiamento  estudantil

O Fies é o programa federal que concede financiamento a estudantes de baixa renda de cursos de graduação, em instituições de educação superior privadas.

(Fonte: agência Brasil)

São Paulo (SP), 20/12/2024 - Movimento na Ladeira Porto Geral e rua 25 de Março  antes do Natal. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Brasil é um país formado principalmente por Marias, Josés, Silvas e Santos. De cada cem brasileiros, seis são Marias. Elas somam 12,3 milhões de pessoas.

Nas cidades cearenses de Morrinhos e Bela Cruz, as Marias somam 22% da população.

Já os Silvas são 34 milhões de brasileiros ou 16% da população. Em seis cidades de Pernambuco e Alagoas, os Silva são mais de 60% da população.

As revelações fazem parte do site Nomes do Brasil, divulgado, nesta terça-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A ferramenta interativa permite consultar a ocorrência, período de nascimento, concentração geográfica e idade mediana de pessoas com determinados nomes e sobrenomes.

O levantamento retrata a população brasileira em 1º de agosto de 2022, data base do Censo 2022.

Confira, aqui, curiosidades sobre seu nome e sobrenome.

O período de ocorrência do nome permite identificar, por exemplo, que o pico de nascimento de Marias foi de 1960 a 1969, com 2,5 milhões. Já entre 2020 e 2022, a quantidade ficou em 517 mil.

Já nomes como Gael, Ravi e Valentina tiveram crescimento vertiginoso a partir de 2010. Se na primeira década do século 21 nasceram 763 pessoas chamadas Gael, entre 2020 e 2022 foram 96,5 mil.

Ao todo, o IBGE identificou mais de 140 mil nomes e 200 mil sobrenomes. Não há diferenciação entre sinais gráficos, ou seja, não há diferenciação entre Tamara e Tâmara. Já casos como Ana e Anna, Luís e Luiz, os nomes são contabilizados separadamente.

Confira os nomes e sobrenomes mais populares no país:

Mulheres

  • Maria: 12.224.470 pessoas
  • Ana: 3.929.951
  • Francisca: 661.582
  • Julia: 646.239
  • Antonia: 552.951
  • Juliana: 536.687
  • Adriana: 533.801
  • Fernanda: 520.705
  • Márcia: 520.013
  • Patrícia: 499.140

Homens

  • José: 5.141.822 pessoas
  • João: 3.410.873
  • Antônio: 2.231.019
  • Francisco: 1.659.196
  • Pedro: 1.613.671
  • Carlos: 1.468.116
  • Lucas: 1.332.182
  • Luiz: 1.326.222
  • Paulo: 1.326.222
  • Gabriel: 1.201.030

Sobrenomes

  • Silva: 34.030.104 pessoas
  • Santos: 21.367.475
  • Oliveira: 11.708.947
  • Souza: 9.197.158
  • Pereira: 6.888.212
  • Ferreira: 6.226.228
  • Lima: 6.094.630
  • Alves: 5.756.825
  • Rodrigues: 5.428.540
  • Costa: 4.861.083

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 24/10/2025 - Cantor e compositor Lô Borges. Foto: Bárbara Dutra/Divulgação

Lô Borges, Salomão Borges Filho, um dos maiores nomes da MPB e integrante do famoso Clube da Esquina, morreu na noite do último domingo (2), às 20h50, aos 73 anos.

A causa foi falência múltipla de órgãos, segundo boletim divulgado pelo Hospital Unimed, em Belo Horizonte, onde ele estava internado desde o dia 17 de outubro devido a uma intoxicação medicamentosa.

Lô Borges foi um dos fundadores, ao lado do cantor e compositor Milton Nascimento, do movimento Clube da Esquina, que revolucionou a música nacional a partir dos anos 1970 e 1980.

O movimento, batizado em referência a um disco homônimo de 1972, fundia influências do rock, do jazz e da música psicodélica com a tradição da MPB e das mineiras, criando uma sonoridade atemporal e complexa.

Algumas canções de autoria de Lô Borges são O Trem Azul, Um girassol da cor do seu cabeloTudo Que Você Podia Ser Nada Será Como Antes, em parceria com Milton Nascimento.

Ele teve músicas gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Beto Guedes, 14 Bis, Skank, Nando Reis, entre outros.

 (Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP) 03/11/2025 - Cantor e compositor, Lô Borges. Foto Instagram/loborgesoficial.

O perfil de Milton Nascimento nas redes sociais homenageou o amigo Lô Borges nesta segunda-feira (3). Parceiros desde a juventude, juntos criaram um trabalho marcante para a MPB, o Clube da Esquina. Lô Borges morreu na noite desse domingo (2), aos 73 anos, em Belo Horizonte.

“Lô Borges foi – e sempre será – uma das pessoas mais importantes da vida e obra de Milton Nascimento. Foram décadas e mais décadas de uma amizade e cumplicidade lindas, que resultaram em um dos álbuns mais reconhecidos da música no mundo: o Clube da Esquina", diz a mensagem.

'Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes, e o Brasil perde um de seus artistas mais geniais, inventivos e únicos. Desejamos muito amor e força à família Borges, a qual acolheu Bituca em sua chegada a Belo Horizonte”, completa os dizeres no perfil de Bituca no Instagram.

Milton tinha 20 anos quando conheceu Lô, que tinha apenas 10. Eles moravam no mesmo prédio, em Belo Horizonte. Alguns anos depois, em 1972, quando Milton já era um cantor e compositor conhecido, desenvolveram a parceria que viria a ser conhecida como Clube da Esquina. O disco – que também conta com a participação de Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Flávio Venturini, Toninho Horta, Wagner Tiso e Novelli – de mesmo nome foi lançado e se tornou um dos grandes marcos da MPB. Com influências diversas que vão de Beatles, passando por música mineira e samba, o álbum tem clássicos como Tudo o Que Você Podia SerO Trem AzulCravo e Canela, entre outras.

Lô Borges mantinha sua carreira em atividade e lançou vários trabalhos com músicas inéditas nos últimos anos. O disco mais recente é Tobogã, de 2024.

(Fonte: Agência Brasil)

DE LEITURAS E RELEITURAS, CANÇÕES E EXÍLIOS

– Polifonias e polissemias sobre a "Canção" de Gonçalves Dias

*

Em um outro texto que publiquei – "Gonçalves Dias e eu" –, ante a passagem, neste 3 de novembro de 2025, do 161º ano da morte do poeta maranhense, mencionei a vontade de organizar um livro sobre os "impactos" da "Canção do Exílio", a ponto de, a partir desta, ter sido escrita uma ainda não estabelecida quantidade de textos em verso e prosa – cujo desafio para recolha, análise/interpretação/estudo e publicação bem que merece um agente financiador… Atrevi-me a escrever o livro “A Canção do Brasil”, sobre esse impacto ou influência da “Canção do Exílio”, mas a obra, que teria mais de quinhentas páginas, foi reduzida para cento e dez, por questões de custos editoriais.

Nem se fale dos muitos estudos sobre Gonçalves Dias constantes da também numerosa quantidade de textos acadêmicos, sejam eles trabalhos de conclusão de cursos de graduação, monografias de especialização, dissertações de mestrados, teses de doutorado e relatórios de pós-doutoramento. Igualmente, nem se mencione o sem-número de trabalhos de disciplinas universitárias…

Do autor, o que fica mesmo é sua obra e esta será tanto mais impactante ou influente quanto o for o sentido de recorrência a ela e, com isso, de permanência dela, pelas menções, citações, cortes e recortes, o "name-dropping" em torno do autor e de do que ele escreveu.

Entre os autores de textos que tiveram lastro, inspiração, influência, raiz, mote, motivo e "Leitmotiv" na "Canção do Exílio", exemplifiquemos com alguns nomes nacionais, com título e trecho dos poemas:

AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA (27/3/1937-4/3/2025) – O professor universitário e escritor mineiro escreveu o poema "Canção do exílio mais recente", cujo título remete à poesia gonçalvina. As duas primeiras estrofes, das 21 que constituem o poema:

Não ter um país
a essa altura da vida,
a essa altura da história,
a essa altura de mim,
– é o que pode haver de desolado.

É o que de mais atordoante
pode acontecer ao pássaro e ao barco
presos desde sempre à linha do horizonte.
[…]

*

CACASO – O professor universitário e escritor mineiro Antônio Carlos de Brito (1944-1987) também bebeu na fonte gonçalvina. Seu poema "Jogos florais" traz logo na primeira estrofe e primeiro quarteto:

Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
Vive comendo o meu fubá.
[…]

*

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902-1987) – O muito citado poeta mineiro, logo em seu primeiro livro, de 1930, traz a referência gonçalvina na última estrofe do poema "Europa, França e Bahia" (e localizei a fonte em que o mineiro Drummond, em troca de cartas com o paulista Mário de Andrade, revela que aquele quase centenário primeiro livro drummondiano, “Alguma Poesia”, teve, inicialmente, o título “Minha Terra tem Palmeiras”, o que Mário elogiou) :

[…]
Chega !
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos,
Minha boca procura a "Canção do Exílio".
Como era mesmo a "Canção do Exílio" ?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá !

– Dedicada ao escritor maranhense Josué Montello (1917-2006), Drummond escreveu "Nova canção do exílio", cuja primeira estrofe (são cinco) se destaca abaixo:

Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
[…]

*

CASIMIRO DE ABREU (1839-1860) – O poeta fluminense é bem lembrado pelos poemas que fez inspirados na "Canção do Exílio": a "Canção do exílio" e a "Canção do exílio – meu lar":

"Canção do exílio"
Eu nasci além dos mares:
Os meus lares,
Meus amores ficam lá
– Onde canta nos retiros
Seus suspiros,
Suspiros de sabiá!
[…]
"Canção do exílio – meu lar"
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
[…]

*

CHICO BUARQUE & TOM JOBIM – O músico e escritor carioca Francisco Buarque de Hollanda (1944) e o músico Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, também nascido no Rio de Janeiro (RJ), compuseram a canção "Sabiá", onde as referências gonçalvinas têm início logo na primeira estrofe da letra:

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

*

EDUARDO ALVES DA COSTA (1936) – Esse escritor fluminense, nascido em Niterói, ficou muito conhecido em razão de versos de seu poema "No caminho, com Maiakovski", onde, na segunda estrofe, começa: "[…] Tu sabes, / conheces melhor do que eu / a velha história. / Na primeira noite eles se aproximam / e roubam uma flor / do nosso jardim.[…]". Os dias e roubos se sucedem no poema de cerca de 90 versos, até que, não havendo oposição ao primeiro "delito", já não mais nem o que dizer no último deles… pois até a voz foi arrancada… Esse poeta escreveu "Outra canção do exílio", cujos versos iniciais de cada uma das sete estrofes são calcados na "Canção" gonçalvina, como nas duas estrofes finais:

[…]
Minha terra tem palmeiras
a baloiçar, indiferentes
aos poetas dementes
que sonham de olhos abertos
a rilhar os dentes.
Não permita Deus que eu morra
pelo crime de estar atento;
e possa chegar à velhice
com os cabelos ao vento
de melhor momento.
Que eu desfrute os primores
do canto do sabiá,
onde gorjeia a liberdade
que não encontro por cá.

*

FERREIRA GULLAR – O escritor e tradutor maranhense José Ribamar Ferreira (1930-2016) escreveu um sensual poema de 18 versos, que dedicou "a Cláudia" e a quem diz, logo de cara, nas quatro linhas iniciais:

Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos
[…]

*

GUILHERME DE ALMEIDA (1890-1969) – O advogado e escritor paulista compôs a "Canção do expedicionário", que tem este trecho:

[…]
Por mais terra que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
[…]

*

JOSÉ PAULO PAES (1926-1998) – O escritor e tradutor paulista escreveu, pelo menos, dois poemas que têm referência na "Canção do exílio" de Gonçalves Dias, uma delas com o mesmo título da composição gonçalvina e, a segunda, "Lisboa: aventuras":

lá ?
ah!
sabiá…
papá…
maná…
sofá…
sinhá…
cá ?
bah!

– "Lisboa: aventuras" (poema de 15 versos, cujos cinco últimos transcrevem-se abaixo):

[…]
gritei: "ó cara!"
responderam-se "ó pá!"
positivamente
as aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá

*

MANUEL BANDEIRA (1886-1968) – O escritor pernambucano compôs suas "Sextilhas românticas", onde assume ("concede") seu romantismo e, à Gonçalves Dias, diz logo na primeira estrofe:

Paisagens da minha terra,
Onde o rouxinol não canta
– Mas que importa o rouxinol?
Frio, nevoeiros da serra
Quando a manhã se levanta
Toda banhada de sol!
[…]

*

MÁRIO QUINTANA (1906-1994) – O poeta, jornalista e tradutor gaúcho escreveu "Uma canção", onde a primeira estrofe denuncia a clara inspiração gonçalvina:

Minha terra não tem palmeiras…
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
[…]

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MURILO MENDES (1901-1975) – O poeta mineiro também escreveu sua "Canção do exílio", cuja primeira estrofe é:

Minha terra tem macieiras da Califórnia
Onde cantam gaturamos de Veneza
Os poetas da minha terra
São pretos que vivem em torres de ametista,
Os sargentos do exército são monistas, cubistas,
Os filósofos são polacos vendendo a prestações.
[…]

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OSWALD DE ANDRADE (1890-1954) – O escritor paulista e paulistano compôs seu "Canto de regresso à pátria", de onde se destaca a primeira estrofe:

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
[…]

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TORQUATO NETO & GILBERTO GIL – O jornalista e escritor piauiense Torquato Pereira de Araújo Neto (1944-1972) e o músico baiano Gilberto Passos Gil Moreira (1942) compuseram "Marginália II", onde o estro gonçalvino está presente, por exemplo, nos versos:

[…]
minha terra tem palmeiras
onde sopra o vento forte
da fome do medo e muito
principalmente
da morte
[…]

*

VINICIUS DE MORAES (1913-1980) – O escritor e diplomata carioca escreveu "Pátria minha", onde, na última estrofe, cria neologismo ("avigrama"), lembra gonçalvino tema e põe o próprio nome no poema:

[…]
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes".

*

Escritos em julho de 1843, quando Gonçalves Dias ainda não completara 20 anos, os versos da “Canção do Exílio”, publicados nos "Primeiros Cantos", de 1846, atravessam gerações e se depositam e se (re)transmitem quase como que por hereditariedade. Parece não mais ser essa fixação resultado da leitura, mas produto de um código genético, uma informação cromossômica que se repassa no intercurso sexual e se vai instalando na mente de cada novo ser humano brasileiro.

Seja em gente da antiga, seja no jovem de hoje, a poesia cometida em Coimbra em 1843 está inscrita na memória das várias gerações de brasileiros dos últimos 182 anos. Ainda que, ressalve-se, em grande número de vezes, nunca esteja o poema inteiro, de 24 versos, 5 estrofes, 113 palavras, 487 letras.

Mas aqueles dois primeiros versos, quando não toda a primeira estrofe, não há negar: está na cabeça, melhor, está na alma do brasileiro:

“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;”

Na cidade de Caxias, mais que um poeta, nasceu uma expressão de caxiensidade, maranhensidade e de brasilidade.

Muito da obra de Gonçalves Dias mostra de peito aberto o amor, o orgulho, o sentimento de pertença ("ownership") que o poeta desenvolvia pela sua própria terra.

Quantos, hoje, manifestamente, denunciam assim orgulhosa e escancaradamente essa emoção telúrica, essa querença pátria?

* EDMILSON SANCHES

Ilustrações:
As duas estrofes iniciais da "Canção do Exílio", na edição de 1846, que abre o livro "Primeiros Cantos", o primeiro lançado por Gonçalves Dias. E o livro de Edmilson Sanches sobre o impacto/influência da “Canção”.

Brasília (DF), 26/03/2025 - Varlinda Leite e seu neto, Arthur Diogo, participam do lançamento de gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O etarismo é o preconceito, a discriminação baseada na idade, principalmente em relação às pessoas idosas, que se manifesta em diferentes contextos da vida cotidiana. Isso se traduz, por exemplo, no trabalho, na exclusão de profissionais mais velhos em processos seletivos e na falta de oportunidade de capacitação. Esse tipo de situação também acontece na saúde, quando profissionais desautorizam a queixa do idoso ou a associam simplesmente a sintomas da idade, alegando que isso é normal para a faixa etária do paciente e não deve ser valorizado.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira vem aumentando. De 2000 a 2023, esse percentual quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, o total de idosos no país aumentou de 15,2 milhões para 33 milhões no período.

Segundo as Projeções de População do IBGE, em 2070, os idosos representarão quase 40% (37,8%) dos habitantes do Brasil. Serão 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade no país.

Brasília (DF), 31/10/2025 - Dra. Isabela Azevedo Trindade, fisioterapeuta e presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG. Foto: SBGG/Divulgação
Isabela Azevedo Trindade

Presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a fisioterapeuta Isabela Azevedo Trindade diz que, nos meios de comunicação, são comuns representações estereotipadas de idosos como frágeis, dependentes, incapazes. “Na própria relação social familiar, [observam-se] a infantilização, a superproteção ou a desconsideração da autonomia da pessoa idosa.”

Ela acrescenta que, muitas vezes, a pessoa idosa acaba incorporando o preconceito, acreditando que é sinônimo de perda, de incapacidade. “Trata-se de um problema social, que impacta a saúde física e mental da pessoa. Ele favorece o isolamento social, induz ao não engajamento em atividades produtivas, perpetua a ideia de que o envelhecimento é algo negativo. Isso é muito ruim”, aponta Isabela. Na visão da especialista, combater o etarismo é uma forma de valorizar o envelhecimento como uma parte natural da vida, de se construir uma sociedade para todas as idades.

Intergeracionalidade

Para combater o etarismo, segundo a especialista, a receita é promover o relacionamento intergeracional, valorizando o convívio e a troca entre gerações.

“[É preciso] incluir a pauta do envelhecimento nos meios de comunicação, mostrando idosos ativos, produtivos; capacitar profissionais da saúde, reconhecer e evitar atitudes etaristas; fomentar políticas públicas que garantam a inclusão social e a empregabilidade de pessoas idosas, estimulando uma mudança cultural”, enumera Isabela Azevedo.

Procurar ter uma longevidade saudável tem muito a ver com a forma como a pessoa vai envelhecer. Ela deve procurar fazer atividade física, ter alimentação saudável, sono adequado em todas as fases da vida, destaca a especialista. “Mas tudo isso começa antes. É a pessoa procurar ter um envelhecimento saudável. Tem muito a ver com essa forma de viver, como você vai passar os seus anos de vida.”

Indagada por que os jovens, especialmente, acreditam que a pessoa idosa não deve mais trabalhar, está “morta” para o amor e, inclusive, para o sexo, Isabela avalia que isso tem a ver com a educação, que é geracional. “Isso é muito ruim. A gente tem que trabalhar isso, fomentando a relação intergeracional, valorizando o convívio e a troca entre gerações.”

Brasília (DF), 26/03/2025 - O  Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos, Alexandre da Silva,  participa do lançamento de gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alexandre da Silva

Outro ponto importante é desmistificar a ideia de que a velhice significa o fim da vida afetiva, do amor, da sexualidade. “A afetividade e o desejo fazem parte de todas as idades. O que muda são as formas de expressão e as prioridades. A gente precisa dessa mudança cultural de valorizar o envelhecimento como parte natural da trajetória humana”.

Para o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Alexandre da Silva, o enfrentamento ao etarismo passa pelos aspectos cultural e da educação.

“A criança que não tem essa visão positiva do envelhecer também vai falar mal do que é uma pessoa idosa”, diz o secretário, em entrevista à Agência Brasil. “O mesmo vai ocorrer com o adolescente e outras faixas etárias”, complementa.

História em quadrinhos

De acordo com a Ouvidoria do MDHC, as pessoas mais jovens são as que mais violentam os idosos, mas são também as que mais podem proteger. Por isso, a secretaria lançou a revista em quadrinhos Turma da Mônica em: Intergeracionalidade, que busca estabelecer um diálogo entre gerações, usando personagens idosos para falar de diversidade, respeito e etarismo.

“É uma forma de aproximar em que todo mundo ganha”, destaca Silva. "Somos uma sociedade constituída por vários povos, como os povos africanos e asiáticos, que têm uma cultura de respeito aos mais velhos”.

Acesse a versão digital da revista em quadrinhos

Brasília (DF), 26/03/2025 - O ministério dos Direitos Humanos e Instituto Maurício de Souza lançam gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O gibi foi lançado em evento numa escola pública do Distrito Federal, em março deste ano. Participaram do lançamento a pensionista Varlinda Lisboa Leite, de 61 anos, e o seu neto, Arthur Digo, de 12 anos (foto principal), que moram juntos desde que o menino nasceu.

Na ocasião, Varlinda, que também foi criada pela avó, destacou a importância da troca de experiências com o quinto neto, mesmo com a diferença de idade de quase 40 anos. "Eu ensino muito o que os meus pais e minha avó me passaram. A ter respeito pelo próximo”, contou Varlinda.

A Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa desenvolve outras ações para essa parcela da população, como iniciativas educacionais voltadas ao combate ao analfabetismo.

“Nós estamos também criando uma ação junto ao Ministério da Educação visando à formação tecnológica para idosos e temos um programa chamado Viva Mais Cidadania, que está alinhado ao Artigo 5º da Convenção Interamericana, que fala das pessoas que estão em situações de vulnerabilidade. A gente já faz isso para vários grupos, como quilombolas, indígenas, pessoas ribeirinhas, refugiados, pessoas idosas LGBTQIA+. E já começa um pouquinho antes dos 60 anos”, informa o secretário Alexandre da Silva.

(Fonte: Agência Brasil)