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São históricas as violências que se praticam contra a classe das pessoas que têm classe — os professores. Na corrida salarial professores “versus” políticos, por exemplo, os primeiros não levam qualquer vantagem.

Mesmo sendo todos, políticos e professores, servidores públicos, há uns que SE SERVEM do público, do contribuinte. E se servir de atenuante, embarco na onda dos que dizem que o salário dos políticos não é alto: os outros é que ganham pouco. Mas que tem gente, como os professores, ganhando “mais pouco” ainda, ah! isso tem. Que o salário dos professores, especialmente no Brasil e sobretudo os das redes públicas de ensino, não é o ideal, isso não é.

DIA & DINHEIRO - Direito do professor, mesmo, parece, só ao seu dia, 15 de outubro. E olhe lá. Nesse dia, às vezes tem refrigerante aqui, bolinhos acolá. Talvez uns discursos aguados falando sobre “a missão” do mestre. Mas – ou mais – dinheiro, que é bom, necas!, nem pichite. Seria mais intere$$ante que o professor ficasse esquecido no 15 de outubro... e fosse lembrado em todos os outros.

SERVIR & SER VIL

Essa lembrança diária – a justa remuneração – seria um jeito de ir aliviando os males infligidos ao professor, à escola, à Educação. São malefícios que, à maneira de uma legião de diabos, de demônios terrenos, perturbam a alma e a vontade de quem só quer SERVIR (e não SER VIL), de quem só espera o que lhe é justo e o que lhe é devido, para, ao menos, (sobre)viver com dignidade de gente. Nada mais. Mas não! O professor não é reconhecido. Atitudes humilhantes, desconsiderações irracionais, desculpas tresloucadas atrelam-se às respostas aos pedidos de justiça (ou de clemência?) da classe professoral.

CORPO & ALMA

Esquecem-se de que o professor não é só alma, vontade, sacerdócio. Professor não é santo. Professor é, também, corpo, matéria, família a ser sustentada, necessidades a serem atendidas, contas a serem pagas. Mas não. Nada disso. Corre por aí a estória de que o trabalho do professor não tem preço e, vejam só, levam isso ao pé da letra! Colocam os mestres no pé do muro e dão-lhes uma paga que sequer preenche um pé de página, um rodapé.

JOGO & LIÇÃO

Mas não param aí os trocadilhos, as figurações que envolvem o nosso professor. O professor é um jogador, de futebol, driblando sua sobrevivência, fintando suas aspirações com a bola murcha de seu “prestígio” sempre “alto” e seu salário sempre mínimo.

O professor, acostumado a ensinar, desta vez é obrigado a aprender e repetir (a troco de palmatória e puxões de orelha) sua lição quotidiana de sobrevivência e paciência – que só interessa a quem (des)manda em municípios, estados e neste país.

Essa lição de paciência e humildade, mestres, deve ser esquecida, desaprendida. Pois, convenhamos, boa vontade termina onde começa (ou deveria começar) o bom senso. Quem não quer admitir isso são os nossos governantes, maiores e menores, porque, muitos deles, despreparados, despreocupados, deixam-se embriagar pelo poder e comportam-se como patrões do povo, quando, na verdade, deveriam ser o que de fato são: servidores públicos, funcionários da Nação.

DOCÊNCIA & INDECÊNCIA

Deve-se dizer NÃO ao magistério romântico, o ensino pelo ensino. Há de haver a justa compensação. A docência (doce arte e ciência) não se confunde com a indecência.

Basta de condições e salários injustos ou ilegais ou ilegítimos ou indecentes ou imorais!

Mais recursos, fartos e estáveis, para a Educação!

A mão que se eleva ao quadro-negro não deve se baixar na mendicância de direitos.

A fonte do direito é o dever – e este, da parte dos professores, vem sendo cumprido.

Para eles, a qualquer tempo, a solidariedade do colega aqui, que ensina em baixa e assina embaixo.

* EDMILSON SANCHES

No dia a dia e no entra ano e sai ano de suas atividades, vocês todos têm aprendido uma dura lição: lutar é preciso. Protestar é preciso. Reivindicar é preciso. Denunciar é preciso.

Há quem defina o ensino como um sacerdócio. Há quem queira ver o professor apenas como um sacerdote. Assim, o professor não teria um trabalho, mas uma missão. A função do professor seria apenas educativa, social, e não política, (r)evolucionária.

Mas não é isso - ou, melhor, não é apenas isso. Do sacerdote (pelo menos, da imagem antiga que se faz dele), espera-se paciência, contrição, suportação. Sofrer calado. Aguardar resignado. Esperar sentado. E, enquanto isso, sobreviver à custa de dízimos miseráveis e infrequentes.

Chega! Basta! Ou, como se diz por aí: “Fala sério!...”

Professor rima com trabalhador. Professor é trabalhador. Ele está sujeito aos mesmos mecanismos de freios e contrapesos a que são submetidas outras categorias do mercado de trabalho e das relações laborais.

Ora, se aos professores se aplicam regras trabalhistas, por que, correspondentemente, não podem eles salvaguardar-se brandindo as armas de que dispõem, efetivando os recursos que têm? As relações de trabalho não se baseiam apenas na hierarquia, mas também, senão sobretudo, no direito. Bilateralismo. Mão dupla.

Desse modo, é válida a luta.

Já houve momentos em que se acusaram professores pelo atraso do calendário escolar, mas os acusadores eximiram-se do atraso no calendário de pagamento dos salários.

Já acusaram professores de prejudicar os alunos, mas absolveram-se do prejuízo econômico, social e até moral que, pela dinâmica da economia, ante a irregularidade de pagamentos salariais, contamina a família dos professores e os negócios e a vida daqueles com quem os professores mantêm interações econômicas e sociais.

Já acusaram professores de má conduta, mas esqueceram-se de que ela pode ser um bom exemplo. Por paradoxal que pareça, mas até uma ausência temporária do professor a uma sala de aula pode, de algum modo, servir de “lição” de cidadania para o aluno.

Se adequadamente apropriados, alguns dias de ausência podem transformar-se, no aluno, em aprendizado permanente: o de saber que, no mundo humano, até paciência tem limite; o de que a todo dever corresponde um direito; o de que a toda ação (ou falta dela) corresponde uma reação - preservada a razoabilidade.

Afinal, educar não é tão-só dar aulas, mas, muito mais, ser exemplo.

E, pelo visto, enquanto categoria, professores devem ser exemplo: são maleáveis, mas não moles; flexíveis, mas não frouxos.

É importante que, além de serem educadores, continuem sendo educados.

Além de ensinarem, aprendam.

Abraços.

Sejam orgulhosos de sua função.

Sejam fortes.

E, apesar de tudo, sejam felizes.

* EDMILSON SANCHES

São Gonçalo (RJ), 13/11/2023 - Samuel da Costa, 17 anos, é líder do Grupo Jovem Bala e Pimenta na Tenda Espírita São Lázaro, um terreiro de Umbanda Omolokô, no bairro Pita. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Templo Espiritualista de Umbanda São Benedito, no bairro de Pinheiros, na zona oeste da cidade de São Paulo, se tornou, nesta quarta-feira (15), o primeiro terreiro de umbanda da capital reconhecido oficialmente como patrimônio histórico municipal.

Fundado em 1988, o templo, segundo a Prefeitura de São Paulo, é considerado um guardião da memória e das tradições da umbanda, além de ter um papel relevante na história do bairro de Pinheiros. Com o tombamento, os espaços físicos e as práticas religiosas passam a ser protegidos por lei, o que impossibilita desmontes e despejos.

A decisão foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

Para realizar o processo de tombamento, o conselho elaborou critérios técnicos específicos a fim de avaliar de espaços religiosos de tradições afro-brasileiras, o que garante parâmetros objetivos para o reconhecimento do interesse público.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 04/06/2025 – A professora do Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) 001, Maria Aparecida Castro durante aula na instituição, no Catete, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (15), que investir em educação é uma decisão política recente na história do Brasil. “Aqui demorou 420 anos para fazer a primeira universidade, porque havia uma decisão política, da predominância de uma certa elite brasileira que achava que tinha que ser assim”, disse em evento pelo Dia do Professor, celebrado neste 15 de outubro.

“A educação é o começo. A educação é aquele caminho que a gente aponta e vê uma luz no fim do túnel. Mas também não é só a educação que politiza, porque está cheio de gente muito atrasada ideologicamente nas universidades brasileiras e nas escolas”, afirmou Lula.

“Da parte do nosso governo não faltará atitude para tentar melhorar a educação nesse país. Eu acordo todo dia querendo que esse país nunca mais tenha um presidente da República que não tenha diploma universitário. Eu quero que tenha muitos diplomas universitários, mas que coloque o seu conhecimento a serviço do povo e não a serviço de bens pessoais”, pediu o presidente.

Lula anunciou que, ainda este ano, deve sair do papel a criação da universidade federal indígena e da universidade do esporte.

“Para que a gente possa fazer com que esse país seja soberano na terra, no ar, no mar, mas seja soberano também na sua educação. E vocês sabem que leva tempo para as coisas acontecerem”, disse ao destacar a importância da continuidade nas políticas de educação.

A cerimônia no Rio de Janeiro marca o início da emissão da Carteira Nacional Docente do Brasil, para atender os 2,7 milhões de professores de todo o país.

O documento oficial tem validade de dez anos e é destinado a professores de todos os níveis e etapas da educação, das redes públicas e privadas. O sistema de solicitação será aberto a partir desta quinta-feira (16), por meio da página Mais Professores.

Para ser elegível, é preciso que o professor tenha o Cadastro de Pessoa Física (CPF) regular junto à Receita Federal e esteja em exercício da atividade docente em instituição de ensino.

Benefícios

Durante o evento, o governo anunciou outros investimentos no Programa Mais Professores, lançado em janeiro deste ano e que envolve uma série de ações para incentivar e valorizar a docência no país. A iniciativa possibilita que os professores tenham benefícios exclusivos, como meia-entrada em eventos culturais, ferramentas de trabalho, cartões de crédito com condições diferenciadas e descontos em hotéis.

O governo ainda tem formado parcerias com empresas de todo o Brasil para garantir descontos, benefícios e vantagens especiais para os professores que terão a Carteira Nacional Docente do Brasil. O Selo #TôComProf será exibido nos pontos de venda das empresas parceiras, sinalizando que ali o professor encontra condições diferenciadas. Para utilizar o benefício, basta apresentar a carteira.

Para fazer parte do programa #TôComProf, os estabelecimentos devem ter abrangência nacional ou regional e regularidade perante a administração pública. As companhias devem ofertar serviços financeiros ou comerciais de alimentação, cultura e lazer, higiene e limpeza, moradia, saúde e transporte, entre outros. O desconto mínimo oferecido deve ser de 10% sobre o valor de tabela ou preço praticado ao público em geral, durante um período de até 12 meses ou em quantidade específica.

edital de chamamento público para empresas interessadas foi lançado em setembro e segue aberto até 30 de novembro. A divulgação dos resultados será feita em ciclos e a relação atualizada das empresas parceiras é listada na página do Mais Professores.

Premiação

Lula também premiou 100 mil professores das redes públicas, selecionados com base nas escolas com maior nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), incluindo contextos desafiadores, de acordo com o nível socioeconômico. Os vencedores receberam um cartão do Banco do Brasil com crédito de R$ 3 mil para a aquisição de ferramentas de trabalho, como computadores, notebooks e tablets.

Para concorrer às próximas premiações, o professor deve acessar o mesmo sistema de solicitação da Carteira Nacional Docente do Brasil e, ao fim do processo, preencher o formulário “Mais Professores – Valorização”. Serão premiados professores de todos os estados e do Distrito Federal, nas categorias anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio.

O governo também apresentou a reformulação do Portal de Formação Mais Professores, que reúne cursos gratuitos de formação continuada, graduação, mestrado e doutorado. A nova versão promete uma pesquisa facilitada pelas milhares de oportunidades, com um painel interativo que inclui um mapa com as ofertas divididas por estado.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 26/03/2025 - Alunos de escola no Itapuã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os investimentos necessários para assegurar uma educação de qualidade, zerar deficiências, manter infraestrutura e valorizar profissionais da educação nos próximos 10 anos é de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB). É o que aponta relatório do Plano Nacional de Educação (PNE) 2025-2035, apresentado nessa terça-feira (14) na Comissão Especial que analisa o tema na Câmara dos Deputados. O texto agora será discutido em cinco sessões do colegiado antes de ser colocado para votação.

Segundo o relatório do deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE), o resultado diz respeito ao somatório dos recursos alocados, de investimentos e subsídios, com a educação pública em todos os níveis – infantil, fundamental e superior. A estimativa é de que o valor fique em R$ 280 bilhões, nos próximos 10 anos, dos quais R$ 130 bilhões seriam para zerar deficiências históricas, como analfabetismo, percentual mínimo de pessoas com ensino fundamental e médio, entre outros, e R$ 150 bi para a manutenção da infraestrutura educacional.

“Estamos aqui evidenciando que encontramos um número adequado em percentual e a gente não podia deixar de ter um compromisso com a educação brasileira e repetir um número que vem sendo repetido a muito tempo que é de 10% [do PIB]. Lá atrás, considerada a questão demográfica, talvez se precisasse de 10%, mas com a redução da estimativa de população chegamos a esse percentual”, afirmou Rodrigues durante a apresentação do parecer.

O PNE traça 19 objetivos a serem alcançados na próxima década. Para cada objetivo previsto no plano, foram estabelecidas metas que permitem monitoramento ao longo do decênio, por meio de um conjunto de estratégias com as principais políticas, programas e ações envolvendo a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.

A ênfase do novo PNE está na qualidade do ensino, com objetivos e metas focados em padrões de qualidade na educação infantil, na educação profissional e tecnológica, no ensino superior e na formação de docentes.

Saiba os objetivos

Além disso, há objetivos específicos para as modalidades de educação escolar indígena, educação do campo e quilombola. O projeto mantém metas para educação integral e também para os públicos-alvo da educação especial e da educação bilíngue de surdos.

Para financiar as metas previstas no plano, o relator propôs a necessidade de alocação de recursos da exploração de petróleo para investimentos em expansão, modernização e adequação da infraestrutura física e tecnológica das escolas; na redução das desigualdades entre redes de ensino e na garantia de padrões nacional de qualidade. As redes também têm previsão de receber recursos adicionais, condicionados ao cumprimento das metas de acesso e rendimento escolar.

Um projeto de Lei foi incluído no PNE, para que os recursos de exploração do Pré-Sal, estimados em R$ 220 bilhões, sejam voltados para educação.

“Encontramos um crescimento de recursos de exploração do pré-sal, existe um crescimento que não tem previsão de uso de 2026 em diante e antes que aparecesse um dono estamos amarrando esse recursos extraordinário, que excede o que está já previsto. Só o petróleo atende 80% do que estamos colocando no nosso parecer”, afirmou.

“Além disso, a proposta coloca o PNE e tudo o que vai ser investido em infraestrutura nos próximos 10 anos fora do arcabouço fiscal, pois vamos ter orçamento e não vai ter como gastar, pois vai ficar dentro do arcabouço fiscal. Não adianta ter o dinheiro e não ter como utilizar”, completou.

O restante dos recursos para financiamento do PNE viriam da negociação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), em que os estados se comprometeriam em trocar parte de suas dívidas por investimentos sociais. O projeto de lei deixa aberta ainda a possibilidade de o governo federal encaminhar novas fontes para o plano.

“A sociedade vai investir mais em educação e aqui as redes estaduais e municipais vão ter que competir entre si. Nós não vamos pegar um município pobre lá no Nordeste ou no Norte, para competir com um município com a nota, desempenho ou resultado no Paraná. Queremos que desempenho e resultado seja sempre em referência com os resultados anteriores desse município para que ele possa ter mais acesso a recursos novos”, defendeu Moses.

Para tanto, o texto estabelece um calendário, com datas para o planejamento estratégico de cada gestor para o atingimento das metas. Um Plano de Educação, de longo prazo, com a definição de metas e diretrizes gerais e um Plano de Ação, a ser elaborado a cada dois anos, por União Estados e Municípios, com indicadores, metas intermediárias e planos operacionais.

“Todos os recursos serão mantidos e inclusive antecipados, mas no plano de ação, a cada dois anos, ele tem que ter um compromisso para que a sociedade possa saber como está sendo investido e quais os resultados que estão sendo alcançados”, explicou.

(Fonte: Agência Brasil)

Mais um resultado expressivo na carreira do nadador maranhense Frederico Castro. Dono de uma trajetória vitoriosa com direito a quatro medalhas em etapas de Copas do Mundo de Natação, o atleta voltou a ser destaque em um evento internacional. No último fim de semana, Frederico colocou o Maranhão e o Brasil no Top 5 do Meeting Internacional de Natação, competição realizada em Saint-Dizier, na França, com a presença de nadadores de 26 nacionalidades. O atleta maranhense, que conta com os patrocínios do governo do Maranhão e do Grupo Mateus por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, foi o quinto colocado na prova dos 100m borboleta. 

Nessa edição do Meeting Internacional, Frederico também disputou os 50m borboleta, onde ficou na 11ª posição. Os resultados consolidam o maranhense entre os principais nomes da natação mundial, uma vez que o evento na França teve um nível técnico muito alto, reunindo diversos atletas olímpicos e campeões europeus. 

“Erguer a bandeira do Maranhão em solo francês vai muito além do esporte. É sobre acreditar que um sonho nascido na nossa terra pode alcançar o mundo. Cada prova é uma oportunidade de inspirar e mostrar que a disciplina, a fé e o propósito podem transformar vidas. Muito obrigado ao governo do Maranhão, à Sedel e ao Grupo Mateus que tornam isso possível: de viajar pelo mundo e mostrar o potencial do esporte maranhense”, afirma Frederico. 

Inspiração para crianças 

O bom desempenho de Frederico Castro no Meeting Internacional também tem um impacto social e serve de inspiração a centenas de crianças que participam do Projeto Braçada Olímpica, iniciativa idealizada pelo nadador em São Luís. Nos últimos anos, o projeto já beneficiou mais de 300 crianças em situação de vulnerabilidade, oferecendo aulas de natação, acompanhamento médico, psicológico e social, além de uniforme completo e alimentação saudável. 

“Ver o nome do Maranhão no cenário internacional é motivo de orgulho. Mas o mais importante é mostrar que o esporte pode ser ponte entre oportunidades e sonhos. Conquistar bons resultados em competições mundo afora é muito bom, mas poder contribuir na formação de crianças e dar oportunidade para que elas descubram a natação não tem preço”, completa o atleta. 

Sobre o atleta 

Frederico Castro é nadador profissional, empresário e fundador do Centro Aquático Frederico Castro (CAFC), em São Luís (MA). Com passagem pela Seleção Brasileira de Natação, conquistou quatro medalhas em Copas do Mundo e competiu em 32 países. É idealizador do Projeto Braçada Olímpica, aprovado pelo Ministério do Esporte, que utiliza o esporte como ferramenta de transformação social. 

Atualmente, o atleta representa o Maranhão e o Brasil em competições internacionais, sendo reconhecido por sua trajetória que une alta performance e impacto social.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Desde 2020, as ruas Isaac Martins de Barrocas e Graça Aranha e a Praça Manoel Beckman, no Centro Histórico de São Luís, são transformadas em um território vivo de arte, reunindo artistas de todo o Maranhão, assim como nacionais e internacionais, por meio de intervenções como lambe-lambe, grafite, performances e manifestações culturais diversas. Assim é a “Ocupação Barroca SLZ – Festival Multilinguagens de Arte Urbana e Cultura de Rua”, evento anual de ocupação artística e cultural que valoriza as expressões urbanas no Centro da capital maranhense – e chega em 2025 para sua 6ª edição, que está com inscrições abertas.

A proposta de ressignificar o patrimônio histórico como espaço de vivência e convivência artística surgiu há cinco anos, e foi criada pelo artista maranhense João Almeida, também conhecido como “Opedefeijão”, residente na região central da capital maranhense. A Ocupação mobilizou artistas por meio de uma convocação on-line, incentivando-os a enviar suas obras em arquivos digitais ou físicos, que foram aplicadas nos muros da Rua Isaac Martins Barroca.

Ampliado para a edição 2025, a 6ª edição da Ocupação Barroca SLZ, enquanto festival multilinguagens, beneficia intervenções artísticas visuais (lambe-lambe, grafite, colagens) a apresentações musicais, discotecagens com DJs, grupos de dança urbana, performances, manifestações da cultura popular, ações formativas (oficinas, rodas de conversa, vivências) e uma feira de economia criativa.

“Nosso objetivo central é fortalecer este evento como uma plataforma acessível, colaborativa e democrática de arte urbana em diálogo com o patrimônio histórico de São Luís, promovendo a valorização da cultura local, o sentimento de pertencimento da comunidade e a profissionalização dos envolvidos”, destaca João Almeida, que ressalta, também, a missão da Ocupação em fomentar intercâmbios entre artistas do Maranhão, do Brasil e da América Latina, promovendo visibilidade para produções artísticas diversas, especialmente de artistas e coletivos das periferias, assim como pessoas negras, indígenas e com múltiplas vivências que atravessam essas identidades — como ser mulher cis ou trans, mãe, LGBTQIAPN+, pessoa com deficiência (PCD), imigrante, entre outras.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas até o dia 26 de outubro, por meio do link: https://linktr.ee/ocupacaobarroca. Já o resultado oficial será divulgado nas redes sociais da Ocupação Barroca SLZ (no Instagram da Ocupação Barroca SLZ, na @ocupacaobarrocaslz e/ou no link: https://www.instagram.com/ocupacaobarrocaslz), no dia 5 de novembro.

A iniciativa irá selecionar oito propostas artísticas do Maranhão. Cada artista ou coletivo selecionado receberá um aporte de R$ 1.000 para a produção da obra/ação.

Entre as linguagens propostas pelo evento, estão: intervenções urbanas; instalações; performances; danças e apresentações cênicas; e manifestações culturais de rua (batalhas, slam, hip-hop, poesia, circo, etc.).

Edição 2025

A edição 2025 da Ocupação será realizada entre os dias 5, 6 e 7 de dezembro, no Centro Histórico de São Luís – reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade (Unesco) –, com entrada gratuita e aberta a todos os públicos.321}

O projeto é financiado pelo Edital nº 19.2024 – Mais Festivais e Mostras, da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secma) e do governo do Maranhão.

Ocupação Barroca SLZ

Em 2021, a Ocupação Barroca SLZ foi premiada em 1º lugar, na categoria “Poder Público e Participação Popular”, do Prêmio Magno Cruz de Direitos Humanos. Assim, incorporou-se o conceito de arte pública colaborativa, desafiando a visão de que o patrimônio cultural é um conjunto de monumentos fixos e imutáveis. No projeto, o patrimônio é reconhecido como um elemento vivo, em constante transformação e conectado às dinâmicas sociais e culturais de São Luís.

Nas últimas edições, o evento passou a ocupar também a Praça Manoel Beckman, com apresentações musicais, performances, ações formativas e a presença de vendedores ambulantes que se juntaram ao projeto — sempre com o apoio da comunidade e de um grupo de voluntários, refletindo a potência mobilizadora da proposta.

No total, aproximadamente, 1.500 pessoas foram alcançadas pelo projeto entre 2020 e 2024 – e já contou com artistas de diversas regiões do Brasil e de países como França, Colômbia, Argentina e Estados Unidos.

Serviço

O quê: inscrições abertas para a 6ª edição da “Ocupação Barroca SLZ – Festival Multilinguagens de Arte Urbana e Cultura de Rua”;

Prazo: até o dia 26 de outubro, por meio do link: https://linktr.ee/ocupacaobarroca;

Assessoria de Comunicação: (98) 99968-2033 / Gustavo Sampaio.

Mais informações: no Instagram da Ocupação Barroca SLZ, na @ocupacaobarrocaslz e/ou no link: https://www.instagram.com/ocupacaobarrocaslz.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ), 12/10/2025 - Vencedores durante premiação do Festival do Rio. O Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção foi para Pequenas Criaturas, da brasiliense Anne Pinheiro Guimarães. Foto: Anna Karina de Carvalho/Agência Brasil

O Cine Odeon, no centro do Rio, foi palco de uma noite de consagração neste domingo (12). O encerramento da 27ª edição do Festival do Rio, foi apresentado pelos atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes e contou com o retorno dos prêmios do voto popular.

O evento reuniu artistas, produtores e cinéfilos em uma celebração que confirmou a força e a diversidade do cinema brasileiro. Ao longo de dez dias, o festival exibiu em clima de maratona, mais de 300 filmes e atraiu cerca de 140 mil pessoas que lotaram as salas de cinema e diversos filmes passaram pelo tapete vermelho da festa, marcando um recorde de público e consolidando-se como um dos principais encontros audiovisuais da América Latina.

A diretora do festival, Ilda Santiago, comemorou a vitalidade desta edição: “O Festival do Rio segue como um espaço essencial para o cinema brasileiro e para o encontro entre realizadores e plateia. É uma festa da diversidade de olhares e vozes do audiovisual”, afirmou.

Neste ano, em que o país ainda celebra o Oscar de Ainda Estou Aqui, o cinema nacional foi o grande protagonista. Das produções exibidas, 120 eram brasileiras, distribuídas entre mostras competitivas, estreias e retrospectivas.

Na principal mostra competitiva do evento, o Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção foi para Pequenas Criaturas, da brasiliense Anne Pinheiro Guimarães. A diretora, ainda emocionada após o anúncio, falou à Agência Brasil sobre o significado da conquista.

“Foi muito emocionante. Eu ainda estou me acostumando com a ideia. Esse prêmio é da equipe toda. O filme nasceu há mais de dez anos, quando me tornei mãe e comecei a revisitar memórias da infância e da minha mãe. É uma obra sobre maternidade, saudade e o tempo”.

O longa, que teve estreia mundial no festival, será lançado nos cinemas no primeiro semestre de 2026, com distribuição da Filmes do Estação.

A distribuidora Adriana Rattes celebrou o impacto positivo da recepção do público: “A reação nas sessões foi um ótimo termômetro. Pequenas Criaturas chegou discretamente e conquistou o público. É uma honra distribuir um filme tão delicado e potente.”

Apolo marca estreia de  Tainá Müller na direção

O prêmio de Melhor Documentário foi para Apolo, dirigido por Tainá Müller e Ísis Broken. Em sua estreia atrás das câmeras, Tainá comemorou o reconhecimento: “É uma emoção imensa e uma validação muito importante. Apolo fala sobre diversidade e sobre dar voz a quem é marginalizado. Ganhar esse prêmio no Dia das Crianças tem um simbolismo muito forte”.

A atriz, conhecida por papéis marcantes em séries e novelas, destacou ainda o desejo de ampliar sua trajetória como autora e realizadora: “Sempre quis ter uma voz mais autoral. Esse prêmio reforça que podemos ocupar outros espaços dentro do audiovisual”.

O longa Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, foi um dos grandes vencedores da noite, como o Melhor Filme Brasileiro no Prêmio Félix e Melhor Roteiro na Première Brasil.

Klara Castanho foi eleita Melhor Atriz por #SalveRosa, enquanto Gabriel Faryas recebeu o prêmio de Melhor Ator por Ato Noturno.

Entre os documentários, Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins, recebeu o Prêmio Especial do Júri e o Voto Popular.

Leandra Leal e Ângela Leal foram homenageadas com o Prêmio Especial do Júri por Nada a Fazer. “Este filme é uma declaração de amor à minha mãe e à fé que tenho na arte como transformação”, disse Leandra no palco.

A emoção também marcou o discurso da atriz Ana Flavia Cavalcanti, vencedora de Melhor Atriz na mostra Novos Rumos por Criadas: “Minha mãe fez muita faxina para eu estar aqui. Este prêmio é dela também”.

A diversidade foi outro ponto de destaque. Diva Menner, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por Ruas da Glória, afirmou: “Sou uma travesti preta e dedico este prêmio às minhas ancestrais que não tiveram as mesmas oportunidades”.

A presença feminina se fez sentir em praticamente todas as categorias. Diretoras como Anne Pinheiro Guimarães, Suzanna Lira (#SalveRosa), Mini Kerti (Dona Onete – Meu Coração Neste Pedacinho Aqui) e Cíntia Domit Bittar (Virtuosas) reafirmaram a potência das narrativas conduzidas por mulheres. Suzanna Lira, que venceu o Voto Popular de Melhor Longa de Ficção, lembrou a trajetória de resistência.

“Há 15 anos ganhei o voto popular com Positivas e isso mudou minha vida. Ver o público novamente abraçando o cinema brasileiro é uma felicidade imensa”.

Nos bastidores, o clima era de celebração. A assessora de imprensa Anna Luiza Müller, que acompanhou produções desde a retomada do cinema nacional nos anos 1990, destacou o entusiasmo renovado: “A energia em torno dos filmes brasileiros tem sido impressionante. O desafio agora é garantir continuidade e ampliar o alcance do nosso cinema.”

O ator Vinícius de Oliveira, revelado em Central do Brasil, voltou ao festival com o longa internacional Quase Deserto, rodado em Detroit. “É emocionante estar aqui tantos anos depois, com o mesmo amor pelo cinema brasileiro”, afirmou.

Filmes estrangeiroa

Além da mostra nacional, o festival ampliou horizontes com novas categorias de voto popular para filmes estrangeiros. O Prêmio Félix Internacional consagrou A Sapatona Galáctica (Lesbian Space Princess), das australianas Leela Varghese e Emma Hough-Hobbs, enquanto o brasileiro Allan Ribeiro levou Melhor Documentário por Copacabana, 4 de Maio.

Com sessões esgotadas, debates e encontros de mercado no RioMarket, o Festival do Rio reafirmou seu papel como espaço de resistência e de encontro entre gerações do audiovisual.

Para Walkiria Barbosa, uma das diretoras do evento, “O Festival é mais do que uma vitrine — é um espaço de resistência, de encontro e de celebração da arte”.

Entre veteranos e novos talentos, a 27ª edição do Festival do Rio coroou o cinema nacional e reafirmou sua vocação: celebrar a pluralidade, a criatividade e a força transformadora do cinema brasileiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Soure (PA), 09/010/2025 -  A bordadeira Maria da Cruz mostra o pequeno ateliê onde produz peças reconhecidas nacionalmente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em uma casa pequena, com paredes ainda no reboco, mora e trabalha Dona Cruz, de 77 anos. A vida simples em Soure, município da Ilha de Marajó, no Pará, contrasta com o tipo de roupa que ela confecciona todos os dias: um traje de gala marajoara.

A peça, geralmente uma camisa de botão, é voltada para ocasiões especiais, como festas. A depender da complexidade, pode levar de um a três dias para ser produzida. Cada uma é feita à mão em tecido de algodão, e tem fitas bordadas com linha, que seguem grafismos inspirados em cerâmicas indígenas antigas.

Entre os consumidores frequentes, há autoridades políticas e fazendeiros. Depois que o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), usou o traje confeccionado por Dona Cruz na Cúpula da Amazônia em 2023, a procura pela vestimenta cresceu.

A costureira trabalha sob encomenda e manda via Correios os produtos para diversos lugares do país, como Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Soure (PA), 09/010/2025 - A bordadeira Maria da Cruz mostra o pequeno ateliê onde produz peças reconhecidas nacionalmente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Tanta repercussão ainda não foi revertida em uma melhoria significativa das condições de vida da Dona Cruz, já que os ganhos financeiros são modestos.

“Geralmente, o que eu ganho da venda das camisas, eu gasto na compra de novos materiais. Para quando o cliente chegar, ter sempre algo disponível. Eu trabalho por conta própria, sem empréstimos. E o dinheiro da aposentadoria fica para as despesas da casa”, explica a costureira.

“Os valores de cada roupa dependem do tamanho. Se tem manga curta ou longa, se é P ou G. Então, ela pode custar entre 290 e 410 reais”. O benefício evidente foi a possibilidade de se manter ativa e obter novos conhecimentos.

“Trabalhava como inspetora de colégio e depois me aposentei. Quando fiquei viúva, para não ficar sem fazer nada, eu me dediquei às camisas. É bom para manter a cabeça ocupada e não ficar pensando em outras coisas, né?”, diz a costureira.

Entre as poucas ajudas que Dona Cruz recebeu estão uma máquina de costura industrial, a partir de uma parceria entre a prefeitura de Soure e o governo do estado.

Além disso, recebeu um conjunto de orientações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no âmbito do programa Polo de Moda do Marajó. Aprendeu sobre formação de preço e estratégias de venda, melhoria na apresentação dos produtos (como uso de embalagens adequadas) e como acessar novos mercados.

“O Polo de Moda do Marajó tem transformado a vida das participantes ao gerar oportunidades de renda, resgatar saberes tradicionais e fortalecer a autoestima das mulheres envolvidas. Ao profissionalizar a produção, estimular o empreendedorismo e conectar essas artesãs e costureiras a novos mercados, o Polo promove inclusão produtiva, autonomia econômica e valorização cultural”, diz Renata Rodrigues, gerente do Sebrae no Marajó.

No fim de outubro, Dona Cruz vai compartilhar os conhecimentos com outras pessoas da ilha. Ela vai ministrar um curso de camisaria marajoara pelo Sebrae, o que pode ajudar a manter viva uma técnica de bordado que poucos dominam. O professor que a ensinou, conhecido como Baiano, morreu em decorrência da covid-19 durante a pandemia. Das dez alunas que ele tinha, apenas Dona Cruz concluiu o curso.

Tradição e sustento

Da cerâmica ancestral à passarela contemporânea, a arte marajoara ganha novas formas pelas mãos da quilombola Rosilda Angelim, de 56 anos, artesã e costureira de Salvaterra, município da ilha de Marajó.

Soure (PA), 09/010/2025 - A empreendedora quilombola Rosilda Angelim. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Antes de viver da arte, ela trabalhou como professora e funcionária pública. Após perder o emprego, enfrentou dificuldades financeiras e depressão, até descobrir na costura uma nova chance.

“Foi como um empurrão. Eu comecei na costura há uns 30 anos, mas há 16 me encontrei de verdade no grafismo marajoara”, conta a artesã.

“O meu objetivo é divulgar a minha cultura. Quero que o mundo conheça o Marajó”.

Hoje, Rosilda lidera um ateliê com seis pessoas e produz roupas e acessórios que unem moda e identidade amazônica. Suas criações são vendidas em lojas de Belém e atraem compradores de outras regiões do país.

A sustentabilidade também é parte central do trabalho. O ateliê utiliza tecidos 100% algodão e reaproveita sobras de material.

“Nada fica parado. O que sobra, a gente doa para mulheres que fazem tapetes e outros artesanatos. É bom para o meio ambiente e ajuda famílias”, explica Rosilda.

Com a proximidade da 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, a expectativa é de aumento na produção.

"A gente tem que acreditar que a COP vem trazer coisa boa. Não só para o clima, mas para a cultura em geral, nossa culinária, nosso artesanato, nossa biojoia. A gente vai se agarrando nisso e preparando um volume maior de peças para o período. O meu objetivo é ganhar dinheiro, claro, não quero ser hipócrita, mas também quero divulgar a minha cultura para todos", diz a artesã.

Marca autoral

Professora de francês que virou costureira e empreendedora. Essa é a história de Glauciane Pinheiro, de 40 anos, que entrou no curso de costura industrial, “sem nunca ter tocado numa máquina”. A proposta do projeto era voltada para pessoas com experiência, mas algumas vagas foram abertas para iniciantes — e foi assim que ela desenvolveu a nova habilidade.

“Eu estava desempregada, passando por um momento emocional difícil. Entrei mais para me distrair, mas acabei me encontrando na costura”, relembra Glauciane.

A partir daí, o interesse por estamparia e criação de coleções cresceu. Com apoio do marido, que lhe presenteou com duas máquinas, ela montou um pequeno ateliê no quarto de casa e lançou a marca Mang Marajó.

Soure (PA), 09/010/2025 -  A empreendedora Glauciane Pinheiro  Lima produz estampas originais da moda marajoara no Espaço Mang.  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A empreendedora começou a produzir roupas com estampas autorais e bordados, parte feitos por famílias e grupos terceirizados da região. Hoje, ela vê no turismo local uma oportunidade concreta de crescimento.

“Desde que começaram os preparativos para a COP30, a cidade está diferente. Tem mais movimento, mais turistas. Eu recebo gente todos os dias, até de noite ou aos domingos”, relata Glauciane.

“A gente acredita que o turismo pode sustentar o Marajó. E eu quero viver disso, da cultura e da arte”.

A esperança comum daqueles que vivem de moda no Marajó é que novembro seja um ponto de virada para o setor no Pará, com maior visibilidade e mais investimentos públicos.

“Os principais desafios ainda são o acesso limitado a equipamentos modernos, capacitações técnicas continuadas, canais de comercialização e financiamento. Para alavancar a situação dessas mulheres, é necessário fortalecer as parcerias institucionais, ampliar o acesso a mercados (digitais e físicos), investir em formação empreendedora e garantir políticas públicas que sustentem esse processo de desenvolvimento local com identidade”, explica a diretora do Sebrae, Renata Rodrigues.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 26/03/2025 - O ministério dos Direitos Humanos e Instituto Maurício de Souza lançam gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapuã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Se o mundo se transformou com a internet, redes sociais e a massificação dos dispositivos móveis, a infância também. Em uma era hiper conectada, o contato com a natureza, as brincadeiras ao ar livre e o tempo longe das telas já aparecem como prescrição médica.

Com 29 anos de prática em consultório, Renata Aniceto, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), destaca que já prescreve em suas orientações, além de alimentação saudável e vacinação, tempo de convívio entre pais e filhos.  

“Eu quero que no final de semana vocês tenham duas horas de brincadeiras no parque, de vivências em casa, que levem as crianças para cozinhar, para fazer jogos de tabuleiro. É um retrocesso. Essa geração de pais não sabe como brincar com os filhos porque eles já vêm de uma fase conectada com as telas”, alerta. 

Ela conta que observou uma mudança comportamental gigantesca, principalmente com a entrada das telas, do celular e do tablet no cotidiano das famílias. 

“Houve uma desconexão entre pais e filhos. Porque não só as crianças estão mais tempo em tela, os pais também. No consultório, passaram a chegar muito mais alterações como ansiedade e depressão, quadros que nós nem estudávamos na nossa formação [em pediatria] e hoje precisamos lidar. É um momento muito conectado e desconectado ao mesmo tempo, com essa desconexão humana”, diz a pediatra. 

Angela Uchoa Branco, professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB), reforça a importância das brincadeiras presenciais, face a face com outras crianças e adultos. Para as mais velhas, recomenda jogos como os de tabuleiro.  

"Jogos e brincadeiras livres são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Contação de histórias dialogadas, ler para a criança antes de dormir, deixar livrinhos infantis disponíveis para desenvolver a criatividade e o gosto pela leitura. E, sempre que possível, levar a criança para brincar ao ar livre e conviver com a natureza”, afirma Angela. 

Para este Dia das Crianças, a Agência Brasil conversou com médicos, psicólogos e especialistas para reunir dicas para uma infância mais saudável. Confira: 

Mais brincadeiras, menos tela

Rio de Janeiro (RJ), 27/08/2025 – Alunos jogam futebol durante intervalo no Ginásio Experimental Olímpico Reverendo Martin Luther King, na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Se no passado a infância era marcada pelas brincadeiras de rua e o tempo livre, hoje se mistura com as telas do celular, notificações e interações online. Renata destaca que, para além da perda nas interações e do convívio, o excesso de telas pode prejudicar também o desenvolvimento do cérebro e da cognição.  

“O excesso de telas vai estimular áreas que não são tão primordiais e pode levar à perda de habilidades, como foco, atenção, memória, resolução de problemas. São gerações que estão tendo mais dificuldade na comunicação e na aprendizagem. Além disso, se eu mexo menos o corpo, então haverá maior incidência de obesidade”, explica. 

No ano passado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou as orientações sobre o tempo de telas adequado para cada faixa etária.

  • De 0 a 2 anos: sem telas, mesmo que passivamente; 
  • De 2 a 5 anos: uma hora por dia, com supervisão dos pais ou responsáveis; 
  • De 6 a 10 anos: uma a duas horas por dia, no máximo, e sempre com supervisão; 
  • Entre 11 e 18 anos: de duas a três horas por dia, e nunca deixar “virar a noite”. 

A diretora executiva da ONG Vaga Lume, Lia Jamra, que há 25 anos atua com educação nos nove estados da Amazônia Legal, ressalta a importância do incentivo à leitura, em oposição ao digital.  

“É muito importante pais e cuidadores terem iniciativa de ler para a criança para ajudar a sair da tela. A leitura traz um impacto socioemocional muito grande na formação de repertório, visão de mundo, possibilidade de sonhar. A infância na Amazônia é mais saudável. Várias brincadeiras fora de casa fazem parte da rotina dessa criança, como um mergulho no rio”, diz Lia. 

Sono

Brasília (DF) 28/01/2025 - Os irmãos Clara Santana (10) e Pedro Santana (13), são vistos com celular na mão embaixo de um cobertor.
Uma a cada 3 crianças tem perfil aberto em redes, alerta pesquisa
Dados foram divulgados nesta terça pela Unico e Instituto Locomotiva
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O sono de qualidade é um dos pilares fundamentais para o bom desenvolvimento infantil. O descanso adequado está diretamente ligado ao desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Também nesse aspecto, Renata aponta que as telas podem atuar como vilãs da saúde das crianças; 

“Se usar telas no período noturno, fica com a luz da tela no meu cérebro mais tempo, o que diminui a produção de melatonina, hormônio responsável pela indução inicial do sono. Assim, a criança  vai ter mais dificuldade para pegar no sono e despertares noturnos mais frequentes”, destaca. 

A médica explica que o sono não é só para descansar, mas trata-se de um período em que processos neurológicos acontecem. 

“A fixação de aprendizados adquiridos durante o dia é feita nesse período noturno. Muitos hormônios são secretados durante a noite, como o hormônio do crescimento, os hormônios controladores de fome e saciedade, que podem impactar no apetite e ganho de peso”, afirma. 

Diálogo

A professora da UnB, Angela Uchoa, também destaca a importância de estabelecer diálogos respeitosos para promover uma educação que estabeleça limites, mas que reforce a autoestima dos pequenos, sem punições físicas.  

“É necessário sempre escolher o momento certo para conversar e estabelecer limites, dialogando. Devemos ter tolerância zero para agressões, mas manter uma atitude respeitosa e dando exemplo de como se deve agir quando algo nos desagrada. Respeito gera respeito, é necessário demonstrar afeto para que a criança se sinta amada e elogiar aquilo que ela sabe fazer bem. Isso fortalece a sua autoestima, essencial para seu pleno desenvolvimento como ser humano” completa a professor da UnB. 

Alimentação

Brasília-DF, 10.11.2023, A Diversas frutas, legumes e verduras que são vendidos diariamente na Centrais de Abastecimento do Distrito Federal, a CEASA-DF. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Aos 6 meses de vida, quando os primeiros dentinhos em geral aparecem, o bebê inicia a chamada introdução alimentar. A fase é considerada primordial na formação dos futuros hábitos alimentares da criança, destaca a professora Diana Barbosa Cunha, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). 

Ela destaca que hábitos ruins na infância podem manter-se ao longo da vida, tornando-se fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas como as cardíacas, hipertensão arterial, diabetes tipo 2, entre outras. 

 “Essa fase deve ser tranquila, pensando que o objetivo da introdução alimentar é que o bebê conheça os alimentos. Nessa fase, o leito materno ainda é o alimento mais importante. A recomendação é que a introdução alimentar se inicie aos 6 meses e a gente espera que, aos 2 anos, a criança esteja plenamente adaptada à alimentação da família”, diz a professora. 

Diana destaca que é muito importante que a família esteja se alimentando de forma adequada, dando o exemplo, tendo como base os alimentos minimamente processados, como cereais, leguminosas, carnes, frutas.  

“Deve-se restringir o consumo de alimentos ultraprocessados. É fundamental estimular a autonomia da criança escolhendo as opções saudáveis que o responsável vai apresentar. Levar as crianças para a feira para ela escolher os alimentos. Levar a criança para o preparo dos alimentos como lavá-los, cortá-los. Isso favorece a relação com a alimentação”, conclui a professora. 

(Fonte: Agência Brasil)