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Como parte do projeto de fortalecimento do Democratas no Maranhão, a legenda tem se preparado para conseguir bons resultados nas eleições municipais deste ano. Nesse sábado (1º/8), por exemplo, o DEM-MA lançou, oficialmente, a candidatura à reeleição do prefeito de Pio XII, Carlos do Biné, com Lúcia da Pesca como vice. O evento foi realizado nas dependências da AABB e contou com a presença do presidente estadual da legenda, deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) e do ex-deputado estadual Stênio Rezende.

Em seu discurso, Juscelino Filho destacou a importância da reeleição de Carlos do Biné pelo Democratas. “Com o prefeito Carlos do Biné, tenho certeza de que vamos rumo à vitória para continuar construindo uma nova história no município”, afirmou.

Em busca de mais um mandato como prefeito de Pio XII, Carlos do Biné agradeceu ao apoio da direção estadual do Democratas e garantiu que continuará trabalhando com seriedade. “Temos a seriedade, o compromisso no trabalho e a vontade de fazer muito mais. Não descansaremos para continuar fazendo a diferença por nossa cidade”, disse.

Para o ex-deputado Stênio Rezende, “a soma de nossas forças seguirá rumo a grandes conquistas no município de Pio XII”, analisou.

Eleições 2020

Vale lembrar que as eleições municipais deste ano foram adiadas de outubro para novembro em razão da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Dessa forma, foram fixadas as datas de 15 de novembro e 29 de novembro para os dois turnos de votação para eleger prefeitos e vereadores em 5.568 municípios do país.

(Fonte: Assessoria de comunicaççao)

Prece à boca da minha alma

Não te transformes em bicho,
ó forma incorpórea minha,
só porque animal capricho
perdeu o humano que eu tinha.

Guarda, do animal, o alheio
esquecimento. E somente.
Mas lembra aquele outro seio
que te nutriu a boca e a mente.

E recorda, sobretudo,
que não babas ou engatinhas,
a não ser quando te escuto
pelos becos, dentre as vinhas.

Vive como um homem morre:
em solidão e na esperança
guardando a fé que socorre
em mim, semivelho, a criança.

Mas não te tornes em bicho,
nem percas o ser humano,
só porque a tara (ou o capricho)
deu-me este existir insano.

(autor: Nauro Machado)

(Fonte: Integrantes da noite)

– “[...] o mundo restará o mesmo sem minha quota de angústia e sem minha parcela de nada”.

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Há quase cinco anos, em 28/11/2015, a Poesia maranhense e universal perdeu um Poeta maranhense e universal. Na madrugada daquele dia, um sábado, Nauro Diniz Machado morreu.

Hoje, Nauro (re)nasce. É dia de seu aniversário de nascimento, havido em São Luís.

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Por mais que digam que poetas não morrem, isso é só... uma liberdade poética.

Poetas morrem, sim, embora possa não morrer a poesia de cada um, poesia que, contrariamente, pode até se tornar mais vívida e vivida.

Nauro Machado havia completado, em 2015, seus exatos 80 anos de nascimento. Se sua poesia era universal, o poeta era provinciano, isto é, gostava de ficar, de permanecer em sua cidade natal, dela só se afastando para raras incursões fora do Estado.

Desde a década de 1970 que conheço Nauro. Conheci-o por intermédio do jornalista e escritor teresinense-caxiense Vítor Gonçalves Neto: eu escrevia, adolescente, uma página literária no jornal “O Pioneiro”, de Caxias, dirigido pelo Vítor (falecido há 30 anos, em 1989).

Em Caxias, Imperatriz e São Luís reencontrei Nauro Machado em momentos fortuitos. Apenas uma vez combinamos um encontro, um almoço, momento que juntos partilhamos em Imperatriz.

Além de alguns livros com dedicatória, tenho e mantenho do Nauro boa imagem como pessoa, agradável e sem “intelectualismos” nas conversas que (man)tivemos, bem-humorado, apesar da gravidade do rosto nas fotos.

Chego a dizer que, pelo menos nos momentos comuns que dividimos, Nauro Machado era um sujeito muito simples. Claro que, aqui e acolá, se a conversa descambava para algo mais, digamos, sofisticado em termos de Literatura, ali estava o literato à altura. Sua obra, então, nem se fala: mentes mais competentes dela já falaram e vêm falando, analisando, avaliando... com as melhores notas.

Se Nauro era ou parecia ser um sujeito comum, sua obra, não.

Nauro, filho de "seu" Torquato e dona Maria de Lourdes, marido de Arlete (escritora de ótimas obras), homem versado nas Artes e na Filosofia, partiu há quase cinco anos para o desvelamento do mistério pós-morte.

Em verso não metrificado, Nauro media-se a si mesmo, ao dizer que estava ocupando...

... “o espaço que não é meu, mas do universo”,...

...”espaço do tamanho do meu corpo aqui, enchendo inúteis quilos de um metro e setenta e dois centímetros [...]”.

Nesse poema “do ofício”, Nauro menciona aqueles que o...

...”mandam pro inferno, se inferno houvesse pior que este inumano existir burocrático”.

Também ouve ou identifica “o escárnio da minha província” e vaticina (pois que é um vate...) que...

... “o mundo restará o mesmo sem minha quota de angústia e sem minha parcela de nada”.

Liberdades poéticas e sensibilidades literárias à parte, claro que Nauro Machado era, com Ferreira Gullar e José Salgado Maranhão, a grande referência maranhense contemporânea além-Maranhão na difícil arte da grande “ars poética”.

Claro que seu espaço ia além, muito além, dos automedidos 172 centímetros.

Claro que o inferno não é uma escolha nem lugar para onde se mande, se ele existir – como o verso nauriano se permitiu duvidar.

Claro que não há escárnio – só ex-carne.

É claro que o mundo e a Vida continuarão sem Nauro – pois é do mundo e da Vida continuarem, ainda que sem um ser que sabia observá-los,...

...sabia absorvê-los...

... e sabia (re)pintá-los com originais pinceladas de letras.

* EDMILSON SANCHES

Após cerca de quatro meses com as aulas suspensas, Estados começam a sinalizar a volta às aulas presenciais nas escolas. De um lado, melhor equipadas, de maneira geral, que as escolas públicas, as escolas particulares defendem que estão prontas para uma retomada com segurança. Do outro, há professores e funcionários que não se sentem seguros com o retorno e dizem que a permanência nas salas de aula e uma maior circulação de pessoas nas cidades podem aumentar os casos de infecção por coronavírus.

De acordo com o Mapa de Retorno das Atividades Educacionais presencial no Brasil, elaborado diariamente pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), até sexta-feira (31), havia, no país, um Estado com a reabertura autorizada das escolas, Amazonas. Outros nove Estados e o Distrito Federal têm propostas de data para retornar às atividades presenciais. São eles: Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, na capital, a prefeitura autorizou o retorno facultativo para algumas séries este mês. As demais unidades da Federação estão sem data definida.

“Na parte operacional, já está tudo certo. Temos protocolo, e a gente já sabe o que fazer. Agora, é uma questão política, porque, tecnicamente, já têm as condições sanitárias em muitos locais para voltar. Tem a necessidade das escolas funcionarem para não quebrarem, necessidade dos pais e das crianças. Também, para não prejudicar as crianças do ponto de vista pedagógico. Há todas essas questões. Agora, a decisão é política”, diz o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira.

Professores e trabalhadores em educação, no entanto, dizem que não estão sendo consultados para a definição dos protocolos de segurança e que temem um retorno às aulas. “Neste momento, não existe protocolo seguro, não existe. Os órgãos de saúde estão dizendo que é perigoso, que não tem condição, nem com afastamento. Ainda mais criança. Não tem condição de garantir um protocolo completamente seguro”, diz a coordenadora-geral da Contee, Madalena Peixoto.

A questão foi levada para o Ministério Público e para a Justiça em algumas unidades da Federação. Segundo levantamento da Contee, no Distrito Federal, o Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep-DF) acionou o Ministério Público. Em reunião entre o Ministério Público do Trabalho e a 6ª Vara do Trabalho, ficou mantida a suspensão das aulas presenciais nas escolas do setor privado do DF. Uma audiência de conciliação envolvendo as várias partes está marcada para segunda-feira (3). Em São Paulo, a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) também acionou o Ministério Público do Trabalho contra a volta às aulas, previstas para 8 de setembro.

No Mato Grosso, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Mato Grosso (Sintrae-MT) notificou os estabelecimentos de ensino da responsabilidade pela garantia da incolumidade física e mental dos professores e administrativos ao convocá-los para a realização de atividades em suas dependências. Na cidade do Rio de Janeiro, os professores decretaram, em assembleia do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), uma greve no início de julho.

Aulas no Amazonas

A escola Meu Caminho, em Manaus, retomou as aulas presenciais no dia 6 de julho. Desde então, professores, funcionários e estudantes todos os dias seguem a mesma rotina: checam a temperatura, higienizam as mãos e higienizam os calçados em um tapete com uma solução de água sanitária. Somente então podem se dirigir às salas de aula. Os funcionários receberam máscaras, escudos faciais e aventais. Os estudantes, que têm de 6 a 10 anos de idade, precisam também usar máscaras.

Os alunos passaram a frequentar a escola de forma escalonada, parte fica em casa, assistindo às aulas de forma remota e parte vai presencialmente. Os grupos se revezam, o que faz com que a sala de aula tenha menos estudantes e seja possível manter um distanciamento entre eles.

O Estado é o único no país a permitir o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares. Segundo a diretora da escola Meu Caminho e vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM), Laura Cristina Vital, seguir o protocolo sanitário é fundamental para garantir a saúde. “A execução das medidas sanitárias do protocolo de segurança é uma coisa superimportante que precisa ser seguida para que tenhamos o balanço positivo que estamos tendo”, diz. Segundo ela, a escola elaborou também por conta própria um protocolo para ser seguido no local.

“Mesmo com todo esse processo que a gente precisa seguir, eu acredito que o presencial é fundamental”, diz Laura. “Mesmo que passe alguns dias aqui e outros em casa, nos dias que está de forma presencial, a gente consegue acompanhar e entender como essa criança está se desenvolvendo”, defende.

Após a retomada das aulas presenciais na rede particular, esta semana, o governo do Estado anunciou o retorno às aulas presenciais nas escolas públicas estaduais em Manaus a partir do dia 10 de agosto. Ainda não há data para o retorno no interior do Estado.

“Estamos acompanhando com bastante preocupação”, diz o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo. A entidade representa os trabalhadores de instituições públicas. A entidade defende que os trabalhadores participem da elaboração dos protocolos e que os governos estaduais e municipais garantam a execução das medidas. “Para isso, será necessário mais investimento no setor público”, ressalta.

Educação infantil

A educação infantil é a etapa que mais sofre com a suspensão das aulas presenciais, dentre outras razões pela dificuldade de oferecer educação remota a bebês e crianças da creche e pré-escola, etapa que vai até os 5 anos de idade.

Levantamento feito pela Fenep mostra que, em média, a inadimplência no setor chegou a 35%, sendo que o cancelamento de matrículas ocorre em maior proporção na educação infantil. De acordo com a análise dos dados da pesquisa, dois terços dos estudantes poderão abandonar as creches particulares neste ano, o que reflete em, aproximadamente, 1 milhão de crianças fora da escola, levando ao fechamento de instituições de ensino privadas.

“A nossa posição é que os Estados que estão com baixas estáveis [de contágio pelo coronavírus] devem reabrir [começando] pela educação infantil. As crianças de 4 sofrem danos psicológicos muito grandes porque não têm estrutura psíquica para lidar com o que está acontecendo”, diz a presidente da Associação Brasileira de Educação Infantil (Asbrei), Celia Moreno Maia.

Segundo Celia, a partir dos 4 anos, as crianças são capazes de usar máscaras, de internalizar hábitos de higienização e de cumprir o distanciamento. Além de atender as necessidades das crianças, Celia defende que a reabertura impactará a rotina dos pais. “Os pais estão enlouquecidos. Alguns já tiveram covid, as crianças já estão com imunidade. Pais que estão de ‘home office’ precisam fazer a comida, dar banho, colocar para dormir. Crianças nessa faixa etária demandam atenção o tempo todo. Isso está levando a um estresse familiar. Temos condições de amenizar essa situação reabrindo as escolas de educação infantil, com critérios [sanitários]”, defende.

Análise caso a caso

Segundo a pneumologista Patrícia Canto, que é assessora da `vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cada município e cada Estado precisa, entre outros critérios, avaliar se há queda de taxa de transmissão do coronavírus sustentada, se há leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) disponíveis e se o sistema hospitalar pode dar conta de possível aumento de casos.

A volta às aulas, segundo ela, precisa ser acompanhada pelas autoridades e, se houver sinal de contágio em uma sala de aula, o profissional de educação ou aluno precisa ser afastado e testado. Se houver um caso em uma sala, a sala inteira precisa entrar de quarentena, cumprindo isolamento para evitar a transmissão do vírus.

“A situação do retorno é muito complexa e coloca em risco maior não as crianças, [mas os adultos]. Pelos estudos, até o momento, os menores de 9 anos transmitem menos e têm casos menos graves na maioria das vezes, embora também possam adoecer. Mas a partir dos 9 anos de idade, os estudos mostram que aumenta a taxa de transmissão e risco de transmitirem aos adultos seria maior”, diz.

Patrícia diz que é preciso um protocolo rígido e considerar diversas situações, como professores que trabalham em diferentes escolas, com diferentes condições de cumprir os cuidados com higienização pessoal e do ambiente. Esses professores vão circular entre essas escolas. Além disso, é preciso considerar, em regime alternado entre estudantes com aulas presenciais e estudantes em aulas remotas, que todos tenham acesso às aulas pela “internet” ou outros meios. Professores, funcionários e estudantes que façam parte de grupos de risco, não devem retornar às aulas presenciais.

“É importante que seja um cenário muito controlado, é importante que tenha medidas de vigilância muito focadas nas escolas e é importante que a gente não esqueça a segurança dos trabalhadores, dos pais e dos próprios alunos”, diz, Patrícia, que acrescenta: “A gente tem um contingente de crianças que está sofrendo, exposta à violência doméstica, a insegurança alimentar, porque a escola oferece alimento diário. Tem risco de evasão escolar. A gente sabe que pode ter uma maior evasão e crianças que vamos perder e não vão mais retornar às escolas. É uma situação muito complexa que precisa ser analisada caso a caso, município a município”.

Na semana passada, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz lançou um manual sobre biossegurança para a reabertura de escolas no contexto da covid-19. Patrícia destaca que só se pode pensar em um retorno, obedecendo a várias variáveis, nos locais onde há uma descedente da curva de transmissão do coronavírus e onde essa queda é permanente por, no mínimo, 14 dias.

(Fonte: Agência Brasil)

Estados, municípios e o Distrito Federal terão acesso aos R$ 3 bilhões de recursos da Lei Aldir Blanc, destinados a ações emergenciais de apoio ao setor cultural e seus trabalhadores durante a pandemia de covid-19, por meio da Plataforma +Brasil.

O recurso foi estabelecido pela Lei 14.017/2020, mais conhecida como Lei Aldir Blanc, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 29 de junho. O dinheiro será repassado aos Estados e municípios que têm a responsabilidade de fazer a distribuição.

Instituída pelo Decreto nº 10.035/2019, a Plataforma +Brasil é um sistema integrado que busca reunir as diferentes modalidades de transferências de recursos da União. Até 2022, a Plataforma operacionalizará todas as 31 modalidades de transferências da União, totalizando a gestão de, aproximadamente, R$ 380 bilhões por ano.

De acordo com a lei, metade dos R$ 3 bilhões é destinada aos Estados e Distrito Federal. Segundo o Ministério do Turismo, o valor foi definido por uma equação que considerou: 20% dos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e 80% em relação à proporção da população. Já o cálculo dos valores que serão passados aos municípios considerou: 20% de acordo com os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e 80% em relação à proporção da população.

O recurso poderá ser usado para pagamento de renda emergencial mensal aos trabalhadores da cultura – R$ 600 pelo período de três meses –, subsídio mensal para manutenção de espaços artísticos e culturais – entre R$ 3 mil e R$ 10 mil – e iniciativas de fomento cultural, como: editais, chamadas públicas, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor cultural e outros instrumentos destinados à manutenção de agentes, espaços, iniciativas, cursos, produções, entre outros. Para as ações de fomento, foi definido um percentual mínimo de 20%, o equivalente a R$ 600 mil.

Os valores serão transferidos do Fundo Nacional da Cultura, administrado pelo Ministério do Turismo, preferencialmente para os fundos estaduais, municipais e distritais de cultura. No caso de não haver fundo para a realização da transferência, o dinheiro poderá ser repassado para outros órgãos responsáveis pela gestão desses recursos.

Cadastro

Toda a operacionalização dos repasses será feita por meio da Plataforma +Brasil. O Ministério do Turismo ressalta que o gestor de convênios deve estar atento para, “em breve”, entrar na plataforma, cadastrar o plano de ação e indicar a agência de relacionamento no Banco do Brasil para onde será feita a transferência. O Estado/município deverá enviar um relatório de gestão e recolher os recursos não aplicados em um prazo de até 180 dias.

(Fonte: Agência Brasil)

Você se lembra de PRÓCLISE, MESÓCLISE e ÊNCLISE?

Trata-se da correta COLOCAÇÃO (= topologia) dos pronomes oblíquos átonos.

Neste domingo, vamos tirar algumas dúvidas a respeito desse assunto.

Dicas gramaticais

COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Introdução
Os pronomes oblíquos átonos (= ME, TE, SE, O, A, LHE, NOS, VOS, OS, AS, LHES) podem ocupar três posições:
1) antes do verbo = PRÓCLISE (posição proclítica);
2) depois do verbo = ÊNCLISE (posição enclítica);
3) meio do verbo = MESÓCLISE (posição mesoclítica).

Os pronomes oblíquos átonos são “fracos” na pronúncia. Por serem átonos, unem-se ao verbo. Não há hífen na próclise, porque a “união” é maior na ênclise. Em razão disso, na sintaxe lusitana, a preferência é a ênclise. No Brasil, a preferência é a próclise.

1 – NOS REUNIMOS ou REUNIMO-NOS com o diretor?
Segundo a sintaxe portuguesa, não devemos usar o pronome oblíquo átono no início da frase, embora seja muito comum no Brasil.
O certo é “REUNIMO-NOS com o diretor”.

Vejamos outros exemplos:
“Dá-me um cigarro”.
“Encontramo-nos com os amigos”.
“Tratando-se de dinheiro, não há discussão”.

Se você considera a forma REUNIMO-NOS pedante ou artificial, sugiro que ponha o sujeito antes do verbo e use a próclise:
“Nós NOS REUNIMOS...”

Em textos formais, é recomendável evitar frases típicas da linguagem coloquial brasileira:
“ME considero pré-candidato”,
“SE sente deprimida.”

Podemos usar:
“Considero-ME pré-candidato”.
ou
“Eu ME considero pré-candidato”.

“Sente-SE deprimida.”
ou
“Ela SE sente deprimida”.

2 – Eu O ENCONTREI ou ENCONTREI-O no espigão?
Tanto faz. As duas formas são aceitáveis.

É preferível a próclise sempre que o sujeito aparece antes do verbo:
“O diretor SE RETIROU mais cedo (ou retirou-SE)”.
“Ela LHE ENTREGOU os documentos (ou entregou-LHE)”.
“O proprietário ME OFERECEU um cargo em sua
empresa (ou ofereceu-ME).”

3 – Eu não LHE DISSE ou DISSE-LHE a verdade?
O certo é: “Eu não LHE DISSE a verdade”.

Quando há uma palavra de sentido negativo (= não) antes do verbo, devemos usar a próclise.

A próclise (= pronome oblíquo átono antes do verbo) é recomendável nos seguintes casos:
a) com palavra negativa: não, nunca, jamais, nada, ninguém:
“Nada ME preocupa mais do que isso”.
“Ninguém NOS perturba tanto quanto os governantes”.

b) com alguns conectivos: que, se, quando, embora, porque:
“Ele lhe disse que OS dispensaria logo”.
“Quando SE trata de política, devemos ter cautela”.
“Caso TE ofendam, tenha paciência”.

c) com alguns advérbios (sem pausa): sempre, já, ainda, agora, talvez:
“Sempre NOS encontramos aqui”.
“Ele já LHE disse tudo”.
“Isto talvez ME seja útil”.

d) com pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos:
“Foi ele quem O avisou”.
“Aqui está o livro que TE emprestaram”.
“Isto NOS é desfavorável”.
“Todos A criticaram muito”.
“Alguém NOS viu quando chegamos”.

e) em frases interrogativas:
“Quem LHES enviou os documentos?”
“Quando NOS encontraremos novamente?”
“Como TE sentes?”

f) em frases exclamativas ou optativas:
“Como VOS respeitam!”
“Quanto TE odeiam!”
“Deus O abençoe!”
“Macacos ME mordam”.

g) com verbo no gerúndio antecedido da preposição EM:
“Em SE plantando, tudo dá”.
“Em SE fazendo dia, partirei”.

h) com formas verbais proparoxítonas:
“Nós O censurávamos”.
“Nós A encontráramos antes de ele chegar”.

Teste da semana:
Assinale a opção que completa, corretamente, a frase abaixo:
“Verifique se os programas estão __________ pois __________, no decreto, a exigência de formação e treinamento dos futuros chefes”.
a) certo / está implícito;
b) certo / estão implícitos;
c) certos / está implícita;
d) certo / está implícita;
e) certos / está implícito.

Resposta do teste: Letra (c).
O que está CERTO são os programas e o que está IMPLÍCITO é a exigência. Portanto, o correto é “os programas estão CERTOS” e “está IMPLÍCITA a exigência”.

Do teto da casa
morrendo em desejo
um rato raquítico
espreita “seu” queijo.

E chega a noite fria,
e o tal rato – coitado –
desce rumo ao “seu” queijo
– prato tão desejado...

Já lá no chão batido
olha pra todo lado
e ruma rumo ao queijo
– prato tão desejado...

Passos ressoam na cozinha
e o rato recua de lado.
Vê passar a menininha
... indo ao prato desejado!

A graciosa garotinha
sobe a cadeira em sacolejo
e, sob o olhar do roto rato,
pega o tão cobiçado queijo!

Sem força, com fome, o rato
não vê o gato de tocaia.
(Foi morto e inda perdeu o queijo
para a menina de saia.)

Além da cena daninha,
na sala, em jogo entusiástico,
brincam duas meninazinhas
com oco queijo... de plástico.

* EDMILSON SANCHES (poema da década de 1970)

2

“Aprendi esta língua como se consegue o amor de uma mulher” (Valéry Larbaud)

Meus versos surgem de repente, sem anúncios
preconcebidos, e assim, a esmos e inconsúteis,
se amesendam nas múltiplas intransitividades
que na vida hei passado como poeta e bruxo.

Há entre mim e eles, uma brancura bipartida
em orgânica dualidade, simples e ressurgida,
numa cumplicidade inconsciente e consentida,
mas comedida, necessária, útil e dependente.

Há entre nós uma parceria, como se heterônimos
dalgum poeta fôssemos, onde eles, meus versos,
sorrateiros nas paráfrases se permitem comigo

logo no primeiro grito, sentir a dor que sinto,
mas que nunca em tempo algum deveras finjo.
Eles e eu somos um só Fernando, uma só Pessoa...

* Fernando Braga. In “O Sétimo Dia”, São Luís, 1997.

Professores das escolas particulares da cidade do Rio de Janeiro decidiram hoje (1º), em assembleia virtual, manter a greve iniciada no dia 6 de julho. Diante da possibilidade de retorno às aulas presenciais no município, os docentes dizem que não se sentem seguros para voltar às salas de aula em meio à pandemia do novo coronavírus, embora permaneçam atuando no trabalho remoto.

“Decidimos manter a greve por ainda não visualizarmos segurança para esse retorno”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), Afonso Celso Teixeira. “Nenhum órgão de saúde que temos consultado nos assegura que o momento de retorno é esse. O número de casos de covid-19 tem aumentado. No Rio, está estabilizado, mas estabilizado em uma alta”.

A assembleia, que ocorreu nesta tarde, teve a presença, segundo o Sinpro-Rio, de mais de 500 professores. A maioria, 98%, foi favorável a manutenção da greve.

“Mesmo o trabalho remoto sendo um trabalho estafante, extenuante, que tem causado muitos transtornos aos professores, mesmo assim, a preferência é por continuar nesse modelo até que a gente tenha uma segurança para o retorno das atividades presenciais”, diz Teixeira.

O Sinpro-RJ diz que vai acionar a Vigilância Sanitária do município para que o protocolo de saúde e segurança seja cumprido, assim como as regras municipais. A entidade estará de plantão esta semana para atender os professores.

Impasse

A Prefeitura do Rio de Janeiro autorizou, no dia 20 de julho, o retorno às atividades presenciais nas escolas privadas a partir do dia 3 de agosto. A medida, conforme explicada pela prefeitura, vale para os 4º, 5º, 8º e 9º anos do ensino fundamental. O governo do Estado, no entanto, que ainda não definiu data para o retorno das aulas, afirmou que cabe à Secretaria de Estado de Educação, e não ao município, a responsabilidade pela retomada das aulas nas escolas da rede privada, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.

Neste sábado, a prefeitura disse que deu o aval apenas ao que lhe cabe, a parte da Vigilância Sanitária, para que escolas particulares reabram se os donos delas assim decidirem junto a seus respectivos sindicatos e representantes do setor e reforçou a data de 3 de agosto para a retomada. “Não cabe à prefeitura essa regulação sobre reabertura de escolas particulares nem creches privadas. A posição da Prefeitura do Rio é apenas autorizativa quanto aos protocolos e ao cumprimento deles por parte da Vigilância Sanitária”, informou a prefeitura.

A data não coincide com as medidas do Estado. No Estado do Rio de Janeiro, estão em vigência medidas restritivas para evitar a propagação do novo coronavírus até, pelo menos, o dia 5 de agosto. Segundo o decreto, do dia 22 de julho, as aulas presenciais das redes de ensino estadual, municipal e privada permanecem suspensas em todo o Estado.

A Secretaria de Estado de Educação, em nota, diz que, assim que a Secretaria de Saúde informar que há condições de voltar, será iniciado o protocolo de 15 dias para a retomada das aulas presenciais nas unidades escolares fluminenses. A secretaria afirma que trabalha, com um comitê de especialistas, desde o início do isolamento avaliando a volta às aulas presenciais.

Falta de clareza

Diante da falta de clareza, as escolas particulares da cidade do Rio aguardam uma definição da data para o retorno. “A escola particular está aguardando uma definição das autoridades para o retorno das atividades presenciais e está preparada para voltar dentro dos protocolos que foram criados pelas autoridades”, disse o diretor do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe-Rio), Frederico Venturini.

Segundo Venturini, o Sinepe-Rio não tem uma estimativa de quantas escolas devem retomar as aulas presenciais na segunda-feira.

Quanto à greve dos professores, o diretor diz que a relação da escola particular com os professores “sempre foi a melhor possível”. “Estamos abertos ao diálogo. A escola não existe sem professor”, disse. “A gente entende que, com a autorização da Secretaria de Saúde e da Secretaria de Educação, as aulas presenciais terão que voltar. No início, com ensino híbrido, mesclando presencial com distância. Mas, estamos sempre dialogando com os professores”.

Recomendação

Nesta semana, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública do Estado emitiram uma recomendação ao prefeito Marcelo Crivella para que mantenha as medidas restritivas de isolamento nas unidades de ensino da rede municipal e nas escolas e creches privadas. O documento diz que a reabertura não deve ocorrer até que haja evidências científicas, fornecidas por autoridade médica ou sanitária, de possível retomada segura das atividades.

Os órgãos consideram prematuro o retorno das atividades “na ausência de comprovação de requisitos mínimos de segurança e fundamenta sua recomendação em diversos fatores, como notas técnicas, a legislação vigente e estudos científicos”.

(Fonte: Agência Brasil)

Fernando Braga

Fernando Braga é um poeta referencial pelo qual nutro muito afeto e admiração. A poesia dele é “densa de conteúdo e expressão” como assegurou ninguém mais ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade. O cântico de Fernando já foi celebrado por Thiago de Mello, Josué Montello, Cassiano Ricardo, Oswaldino Marques, Nelly Novaes Coelho, isso para citar apenas alguns poucos nomes entre tantos que reconhecem e confirmam o talento e a substância da obra do poeta, autor de “Campo Memória”, um canto de amor a São Luís.

Tenho Fernando como um irmão que os caminhos da poesia me deram. Uma das pontes para nossa aproximação foi o saudoso poeta Déo Silva, com o qual Fernando Braga teve a oportunidade de trabalhar e conviver. Fui presenteado por Fernando com o livro “Magma” (Editora Kelps, 2014), sendo que, em tal volume de poesia, Fernando se revela, nas linhas e entrelinhas, o mesmo menino de sempre, com as “muitas marcas da vida”.

A palavra-lava-magma-explosão de FB vai “Além do verbo”, bem como do título homônimo de Guimarães Rosa. Sobre essa própria relação com o verbo, declara a poesia bragueana: “Estou no meio do verbo / que me divide / eu sou e fui... / De pele e osso cobri-me / e serei de sobras;”. No livro “Magma”, eu pude me deparar com preciosidades como os poemas “O cavalo-tempo” e “O mar de minha culpa”, os quais sempre estarão comigo pelo poder de atravessamento de suas palavras-adagas.

Quanto ao antes referido “Campo Memória” (Gráfica do Senado Federal, Edições Corrêa & Corrêa, Brasília, 1991), em síntese, pode-se dizer que esse poema-livro é um patrimônio sempiterno da ilha-patrimônio da humanidade.

Fernando Braga, além de exímio poeta, é um grande crítico-ensaísta. Quão maravilhosas são as suas “Conversas vadias”, nas quais fala da literatura/arte do mundo com um texto vigorosamente envolvente.

Sinto-me muito pequeno para poder falar desse poeta de referência do nosso Mundanhão. Tenho-o como um mestre e sua amizade me é um privilégio dos grandes. Para poetas desse nível, eu peço a bênção e fico na plateia aplaudindo, tomando por empréstimo palavras de outro imenso poeta brasileiro, o meu conterrâneo Adailton Medeiros.

Uma das alegrias da minha vida vai ser dar um abraço, pessoalmente, em Fernando Braga, depois que esse período de crise sanitária passar. Por enquanto, eu o abraço por meio da minha palavr(h)humanidade nestas breves linhas sobre sua poesia & pessoa.

* Os integrantes da noite – por Carvalho Júnior