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No canto da parede, um idoso repousa, lábios cerrados e um olhar à frente, sem piscar. Chegando mais perto é possível ver as marcas do tempo em seu rosto e uma expressão séria, representando alguma angústia ou solidão. Seu corpo também mostra a marca de uma possível cirurgia realizada no peito.

Embora muito detalhista e de grande precisão, esse idoso é apenas uma representação da realidade. Ele é uma das dez obras hiper-realistas do jovem artista brasileiro Giovani Caramello, que integra a exposição Hiper-realismo no Brasil, que ocorre na Caixa Cultural São Paulo, ao lado da Praça da Sé, no centro da capital paulista. Essa imagem, inclusive, ilustra a capa do catálogo dedicado à mostra.

A semelhança com o real é impressionante no trabalho de Caramello, um artista autodidata nascido em Santo André, em 1990. E é por isso que sua obra faz parte de um movimento artístico chamado hiper-realismo.

“O Giovanni Caramelo é um jovem artista que mora em Santo André. Ele começou sua prática na escultura a partir de um interesse que estava ligado à sua prática profissional. Ele trabalhava num escritório de modelagem 3D e, de forma a melhorar no trabalho, ele começou a estudar algumas técnicas de escultura. Muito rapidamente começou uma produção autoral a partir dessa busca, pelo desenvolvimento dessas técnicas. E nesse processo ele desenvolveu uma pesquisa sobre o hiper-realismo, que é esse movimento artístico que tem início ali no final dos anos 70 e começo dos anos 80”, explicou Ícaro Ferraz Vidal Júnior, curador da exposição, em entrevista à Agência Brasil.

As dez obras em exposição foram produzidas pelo artista entre os anos de 2017 e 2022.

Seu trabalho é feito em resina, silicone e terracota e busca traduzir questões relacionadas à efemeridade do tempo – e à solidão. Nesta exposição, há também esculturas feitas em bronze e cerâmica. “Aqui na curadoria a gente construiu uma espécie de narrativa: os primeiros personagens [que aparecem na sala expositiva] são crianças e você vai vendo um envelhecimento progressivo. O hiper-realismo do Giovanni Caramello está a serviço de uma poética que não se esgota nessa exibição da virtuose técnica, mas que está justamente a serviço de mostrar as inscrições do tempo sobre o corpo humano. Então, é como se ele produzisse biografias ficcionais, escrevendo rugas, pintas e cicatrizes sobre esses personagens”, descreveu o curador.

Ao mesmo tempo, esses personagens retratam uma certa solidão. “São figuras solitárias, são figuras que são atravessadas por sentimentos e emoções nos quais a gente de alguma maneira se projeta. Acho que é inevitável a gente pensar o que esse personagem está sentindo, qual é a história dele, por que ele está assim”, falou.

Além da preocupação narrativa, a curadoria também pensou em apresentar a diversidade de obras de Caramello. “Era interessante curatorialmente mostrar que o Giovani tem uma entrada na escultura pelo hiper-realismo e pelo desenvolvimento de técnicas muito avançadas de representação. Mas ele também tem um diálogo com a tradição da escultura clássica. A ideia era um pouco também de ampliar o olhar para a produção do Giovanni, mostrando que, para além do fascínio que a virtuose técnica exerce, tem, primeiro, uma pesquisa muito consistente”, falou o curador.

Visitantes

O artista Alex dos Santos, que vai expor uma de suas obras na recém-inaugurada exposição Mamáfrica - Ancestralidades Africanas no Brasil e em Cuba, também em cartaz na Caixa Cultural de São Paulo, visitou a mostra dedicada a Giovani Caramello em São Paulo. Em entrevista à Agência Brasil, ele contou que o hiper-realismo é uma técnica utilizada por artistas para buscar a perfeição.

“Não conhecia o trabalho dele [Caramello]. Estou conhecendo agora esse artista incrível. Aquela obra [ele aponta para a obra expositiva Onde Habitam Meus Demônios, que apresenta a cabeça de um homem] mostra um pouco de tristeza e de solidão”, falou Santos.

A mostra também já foi visitada pela professora Priscila Morrone, que foi ao local levando o filho de uma amiga. “Também sou do ABC Paulista e acompanho o artista há algum tempo. Já estive em outras exposições e gosto bastante [do trabalho dele]. Só sinto falta de representações de outros corpos, não padronizados. Talvez ele tenha e não esteja aqui, já que a exposição não corresponde a tudo o que ele já fez. Mas sinto falta disso, ainda mais estando aqui com uma criança negra”, disse ela.

Priscila acrescentou que, apesar disso, admira muito o detalhismo do artista. “Os detalhes me impressionam e a capacidade de olhar para uma dessas obras e de sentir a expressão delas pelo olhar”.

Em resposta a esse questionamento feito pela visitante, o curador afirmou que a obra de Caramello acaba refletindo muito sobre seu próprio corpo. “Uma possibilidade de leitura do trabalho dele, sobretudo sobre esse aspecto mais afetivo e emotivo, é de que teria algo de autobiográfico. Acaba que o próprio corpo do Giovani serve de referência para essas figuras”.

A exposição, que já passou por Curitiba, fica em cartaz em São Paulo até o dia 18 de fevereiro. Depois, ela segue para uma temporada em Recife. A mostra Hiper-realismo no Brasil, de Giovani Caramello é gratuita. Mais informações sobre ela podem ser obtidas no site da Caixa Cultural.

(Fonte: Agência Brasil)

Um dos grandes nomes da bossa nova, o cantor e compositor Carlos Lyra morreu na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Unimed Barra, na zona oeste da cidade. Carlos Lyra tinha 90 anos. A causa da morte não foi informada.

“É com imensa tristeza que comunicamos a passagem do compositor Carlos Lyra, nessa madrugada, de forma inesperada. A todos, agradecemos o carinho”, informou uma publicação no perfil de Instagram do artista.

Um dos principais parceiros de Vinicius de Moraes, Lyra é autor de composições que ajudaram a formar a bossa nova, como Você e EuCoisa Mais Linda e Minha Namorada.

Carreira

Carlos Eduardo Lyra Barbosa nasceu em 11 de maio de 1933. Era carioca do Bairro de Botafogo, na zona sul da cidade. De acordo com o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, começou a fazer música com um piano de brinquedo, aos 7 anos de idade. Na adolescência, quebrou uma perna durante uma atividade esportiva. A recuperação o deixou de cama por seis meses. Período que aproveitou para fazer uma imersão num dos instrumentos que seria um grande parceiro de vida, o violão.

Ainda no antigo segundo grau – o que hoje se chama de ensino médio – conheceu o compositor Roberto Menescal, com quem montou a primeira Academia de Violão, por onde passaram nomes como Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá.

A primeira canção escrita por Lyra foi Quando Chegares, em 1954. Em 1955, iniciou a carreira profissional como músico, tocando violão elétrico no conjunto de Bené Nunes. Compôs Maria Ninguém, entre outras músicas com letras suas. Já em 1956, seu samba Criticando foi gravado pelo grupo vocal Os Cariocas.

Bossa nova

Entrou para o rol de ícones da bossa nova, ao lado de parceiros como Ronaldo Bôscoli, a dupla Tom Jobim e Vinícius de Moraes e o intérprete João Gilberto, todos representados no álbum Chega de Saudade, lançado em 1959 e que consolidou o estilo musical.

Carlos Lyra teve passagem também como diretor musical do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Foi um período em que entrou em contato com compositores populares como Zé Keti, Cartola, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e João do Vale. O hino da UNE é uma parceria de Lyra com Vinicius de Moraes.

Atuou ainda como diretor musical da Rádio Nacional, exercendo o cargo até o golpe militar em 1964.

Por quatro anos, morou no México, onde se apresentou ao lado do saxofonista americano Stan Getz.

Em quase 70 anos de carreira, lançou e participou de inúmeros álbuns, se apresentou em shows dentro e fora do Brasil e musicou peças teatrais e filmes.

Toquinho, Baden Powell e Aldir Blanc também figuram na lista de parcerias. Além disso, se apresentou com diversos grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Leila Pinheiro e Nana Caymmi.

Em 2008, publicou o livro Eu e a Bossa Nova, sobre as trajetórias entrelaçadas da sua vida e do estilo musical.

Homenagens

Lyra era casado com Magda Pereira Botafogo. Ao completar 90 anos, recebeu várias homenagens. Uma delas é o lançamento do álbum Afeto, que faz um passeio por todas as fases e estilos da obra do compositor. Os arranjos foram feitos por João Donato, Marcos Valle, Jaques Morelenbaum, Antônio Adolfo e Gilson Peranzzetta.

O disco traz uma seleção de músicas interpretadas por vozes de grandes nomes da música brasileira, como Mart’nália, Gilberto Gil, Joyce Moreno, Ivan Lins, Caetano Veloso, Lulu Santos, Djavan, Marcos Valle, Patrícia Alvi, Fernanda Abreu, Leila Pinheiro, Wanda Sá, Paula Morelenbaum, Roberto Menescal, Edu Lobo e Mônica Salmaso.

Os shows de lançamento foram no começo de dezembro, no Sesc Pompeia, em São Paulo.

(Fonte: Agência Brasil)

Nascido em 15 de dezembro

FREI EPIFÂNIO DA BADIA: CONSTRUTOR DE OBRAS... E BOM DE BOLA

*

– “Quero ficar em Imperatriz”

Com essas quatro palavras, Frei Epifânio Taioli, o Frei Epifânio da Badia, respondeu a uma oferta para ir para uma cidade que pudesse oferecer melhor assistência médica, inclusive cirúrgica, em meados de 1983.

Mas, como quem prefere não se afastar da cidade amada, Frei Epifânio deu seu último suspiro em Imperatriz há 40 anos, às 18h30 de 8 de fevereiro de 1983. Como testemunhou por escrito o Frei Elias Baldelli, Frei Epifânio, no começo daquele mês, foi acometido “por incômodo intestinal persistente” e “foi cuidadosamente atendido e internado no vizinho Hospital Santa Maria” (situado a poucos metros da Igreja São Francisco, a menos de um quarteirão de onde eu morava). A certidão de óbito registrou: “a) parada cardíaca pós-operatória; b) apendicite supurada, com peritonite; c) aterosclerose coronária”. Tinha 66 anos.

Os registros dizem que, com o anúncio da morte de Frei Epifânio, “Imperatriz parou”. O Poder Executivo decretou luto oficial e feriado em 9 de fevereiro, dia em que se faria o sepultamento, no Cemitério Campo da Saudade.

Para o velório e enterro vieram pessoas de diversas cidades, pessoas que se juntaram à população imperatrizense no adeus ao Frei realizador do novo, como a prática apaixonada e tecnicamente talentosa de futebol e a construção de igrejas, capelas e outras obras até hoje existentes em Imperatriz. O “Atleta de Cristo”, se era pequeno na estatura física, era enorme como realizador da obra de Deus e construtor de obras dos homens.

O filho de Badia

Quando nasceu para o mundo, sua família deu-lhe o nome de TAIOLI GIUSEPPE GINO. Quando renasceu para Deus, ele escolheu o nome FREI EPIFÂNIO TAIOLI, abreviado como nome religioso para FREI EPIFÂNIO, ao qual foi incorporado, como tradição, o primeiro nome da cidade italiana em que nasceu – Badia Calavena, da província de Verona. Assim, ficou conhecido o religioso bom de obras, bom de Bíblia, bom de bola: FREI EPIFÂNIO DA BADIA, nome oficial do Estádio Municipal de Imperatriz, conforme eleito pelos torcedores e de acordo com a lei cujo projeto foi de autoria do jornalista Edmilson Sanches, quando vereador, em maio de 2010. Ao ato na Câmara Municipal compareceram religiosos da Ordem franciscana.

Frei Epifânio nasceu no dia 15 de dezembro de 1916, quando o mundo estava no meio da 1ª Guerra Mundial. Seus pais eram Dª Maria Consolaro e o Sr. Taioli Giuseppe.

Com 25 anos, em 25 de julho de 1942, foi ordenado sacerdote. Escolheu “Epifânio” como nome religioso em homenagem a Santo Epifânio, que nasceu na Palestina em cerca de 310 e faleceu no ano 403, em naufrágio perto de Salamina, à época cidade-estado grega onde era bispo, na ilha de Chipre.

“Epifânio” é nome formado dos termos gregos “epí”, que significa “a mais” ou “somado a”, e “phaíno”, que significa “brilhar”, “tornar visível”, “mostrar”, “revelar”. Daí vem a palavra “epifania”, que é, na Igreja Católica, a manifestação da potência de Deus, a aparição de Jesus Cristo.

Desde o princípio, Frei Epifânio queria ser missionário, atividade associada ao sacerdócio, pois, como ele próprio declarou, queria ter à sua disposição “todos os meios possíveis para a salvação das almas”.

Chegou ao Brasil em 27 de novembro de 1947, prestes a completar 31 anos. A intensa participação de Frei Epifânio nas comunidades não conflitava com os rígidos princípios que ele mantinha.

Após chegar ao Brasil, foi para o Estado do Ceará, onde permaneceu pouco tempo. A partir daí, deu início à sua odisseia religiosa, comunitária e construtiva em solo maranhense.

Começou no município de Barra do Corda, na Missão de Alto Alegre. Após alguns anos, foi para a prelazia de Grajaú. A seguir, em 1953, nomeado pároco de Porto Franco e Imperatriz. Três anos depois, em 18 de novembro de 1956, é nomeado pároco exclusivamente de Imperatriz – e, como diz a expressão popular, daqui não saiu nem morto. “Fiat voluntas tua”. Foi feita a vontade dele.

Obras

Além de edificar um grande número de pessoas para a Fé, Frei Epifânio foi quem construiu ou deu início à construção do maior número de igrejas e capelas em Imperatriz, bem como idealizou e construiu o Centro de Treinamento Anajás, no Bairro Bom Jesus. Entre outras obras suas, registrem-se: o ginásio e a Igreja de São Francisco (centro de Imperatriz), a Igreja de Nossa Senhora de Fátima (centro), a Igreja do Menino Jesus de Praga (Bairro Vila Nova) e a capela Nossa Senhora Aparecida (no Cemitério Campo da Saudade, Bairro Santa Inês) e a Igreja Nossa Senhora Aparecida (Entroncamento).

Na Academia

Após uma vida de serviços à causa de Deus e dos homens em Imperatriz e região, Frei Epifânio da Badia chegou aos bancos acadêmicos – não como professor, que ele poderia ser, mas como objeto de estudo, de pesquisa e reflexão. Tema de trabalho universitário no Curso de Teologia da Faculdade de Educação Santa Teresinha (Fest). E chegou pelas mãos e mente de alguém que aprendeu a gostar de Frei Epifânio a partir das arquibancadas, vendo o notável religioso jogar – jogar bem... e bem-vestido (de batina). Era o menino Jackson Pereira Silveira, que, encantado com o frei e o futebol, anos depois, tornou-se o melhor árbitro desse esporte em Imperatriz e redondezas, com destaque também em jogos de competições nacionais.

O trabalho de conclusão de curso intitula-se “O FUTEBOL COMO INSTRUMENTO DE EVANGELIZAÇÃO: O EXEMPLO DE FREI EPIFÂNIO EM IMPERATRIZ” e é o primeiro a reunir um vasto número de documentos e informações inéditas, muitas delas utilizadas neste texto. Jackson da Silveira, de grande ativismo religioso na Igreja Católica imperatrizense, está sendo “cobrado” e incentivado por amigos seus e admiradores de Frei Epifânio para publicar seu trabalho em forma de livro o mais breve possível. Será uma apreciada contribuição à vida do frei, à causa da Igreja e às “coisas” do Esporte.

Eterno

Frei Epifânio está eternamente na cidade, como eterna serão suas obras ou, pelo menos, a lembranças delas e, sobretudo, a lembrança dele.

Mais sobre Frei Epifânio no texto a seguir. (EDMILSON SANCHES)

*

ESTÁDIO TEM NOME OFICIAL DE FREI EPIFÂNIO DA BADIA

Abaixo, a íntegra do projeto de lei que oficializou o nome da principal praça de esportes do município maranhense de Imperatriz. A seguir, a “justificativa” do projeto, onde o autor, Edmilson Sanches, mostra as razões para o ato oficial.

Projeto de lei

DISPÕE SOBRE O NOME OFICIAL DE PRAÇA ESPORTIVA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Art. 1º – Fica denominado oficialmente “ESTÁDIO MUNICIPAL FREI EPIFÂNIO DA BADIA” o campo de futebol, com suas instalações, arquibancadas e demais obras de construção civil, situado no Centro de Imperatriz, no quarteirão formado pelas ruas Coriolano Milhomem, “Y”, Rui Barbosa e Gonçalves Dias.

Parágrafo único – Para efeitos históricos, ficam registradas as antonomásias de origem popular “Gigante da Mané Garrincha” e “Colosso do Frei” como denominações sinônimas, qualificativas e laudatórias.

Art. 2º – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

SALA DAS SESSÕES DO PALÁCIO DORGIVAL PINHEIRO DE SOUSA, EM IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO, AOS 6 DIAS DO MÊS DE MAIO DE 2010. (EDMILSON SANCHES – Vereador)

Justificativa

O nome do campo de futebol municipal, com suas instalações, arquibancadas e outras obras civis, não foi oficializado até hoje. Pesquisa feita pela Secretaria Executiva da Câmara Municipal de Imperatriz, a pedido do vereador signatário, confirma que desde a década de 1960, a partir da qual existem em arquivo as leis municipais, não se registra nenhuma lei que trate da matéria.

Ressalte-se que o projeto de lei que agora se apresenta não mudará o nome da pessoa homenageada (diga-se e reforce-se: homenageada com justiça, pelo pioneirismo de Frei Epifânio e por seu amor ao futebol como esporte como técnica, como tática, como arte, como prática). A presente proposição apenas oficializará qual das designações será adotada em Lei: “Estádio Municipal Frei Epifânio da Badia” ou “Estádio Municipal Frei Epifânio”.

Pela lei, quem oficializa nome em ruas, praças e prédios públicos é o Poder Legislativo, a Câmara. E como a Câmara, em tese, representa o Povo, nada como perguntar à população sobre algo que se relaciona com o esporte de mais paixão do povo brasileiro – o futebol.

Para sugestão do nome oficial, foi feita votação entre torcedores, jornalistas desportivos, atletas e dirigentes de clubes, além de populares nas ruas de Imperatriz.

Foram visitados programas de rádio sobre esporte e assuntos comunitários, com participação ao vivo de torcedores, populares, jornalistas e dirigentes esportivos. Destes, inclusive, a recomendação ou reforço para que fossem consultados, no Estádio, os torcedores, o que foi feito na tarde-noite do dia 1º de maio de 2010, quando pela primeira vez, após a inauguração das novas instalações, jogaram os clubes profissionais do município JV Lideral e Imperatriz. Assessores da Câmara, colaboradores e o vereador signatário, todos pagantes dos ingressos, distribuíram folheto explicativo sobre a pesquisa e recolheram a sugestão daqueles que se dispuseram a participar. O resultado foi apurado na manhã de quinta-feira, dia 6/5/2010, na Câmara Municipal, em contagem aberta e transparente.

O homenageado, Frei Epifânio da Badia, nasceu em 15 de dezembro de 1916 em uma pequena cidade italiana de menos de 2.500 habitantes. Essa cidade se chama Badia Calavena. É daqui que veio o nome religioso do frade desportista: Frei Epifânio da Badia (não é “Abadia” nem “da Abadia” nem “d’Abadia”).

E qual o porquê do nome? Desde antigamente, as pessoas que se devotam ao mundo religioso escolhem ou têm seu próprio nome religioso. É como se “morressem” para o mundo material, secular, e “renascessem” para um novo mundo, o espiritual, com novo nome. Geralmente esse nome faz referência ao nome da cidade onde a pessoa nasceu. Cite-se, por exemplo, São Francisco de Assis, da cidade de Assis, Itália, cujo nome verdadeiro, oficial, era Giovanni di Pietro di Bernardone.

Assim também é com Cristo, chamado “Jesus de Nazaré”, pois o Filho de Deus procedia da cidade de Nazaré, em Israel.

Maria Madalena, filha da cidade de Magdala (Israel).

Paulo de Tarso, o apóstolo, era filho de Tarso, na Turquia.

Santa Teresa d’Ávila, padroeira de Imperatriz, era filha de Ávila, cidade da Espanha.

E mais uma: Madalena de Canossa, que dá nome a uma escola de Imperatriz, era uma rica princesa italiana, da cidade de Canossa, que abandonou tudo para se dedicar aos pobres.

Com 22 anos Frei Epifânio foi ordenado sacerdote. Veio para o Brasil cinco anos depois, em 1947. Veio para Imperatriz em 10 de outubro de 1952. Aqui morreu trinta anos depois, em 1982.

Frei Epifânio gostava de futebol e o praticava. Era conhecedor de técnicas e táticas. Jogou de batina até conseguir autorização da Igreja para jogar de calção.

Foi um frei que prestou muitos serviços para o município de Imperatriz: foi responsável por duas grandes paróquias (São Francisco e Fátima), dirigiu e construiu igrejas, organizou clubes de futebol e, entre outras atividades e realizações, dirigiu o Ginásio Bernardo Sayão. (EDMILSON SANCHES –Vereador)

Fotos:

Frei Epifânio, de batina, jogador do Nacional Futebol Clube, de Imperatriz, em 1960. E com a seleção de futebol de Montes Altos e a equipe do Formiga Futebol Clube.

Neste domingo (17), será lançada, oficialmente, a primeira edição do Maranhão International Cup, competição de beach-soccer que reunirá as seleções principais do Brasil, Emirados Árabes, Marrocos e Estados Unidos. O lançamento vai ocorrer no Rio Poty Hotel, em São Luís, a partir das 13h.

O Maranhão Cup é um torneio internacional e preparatório para a Copa do Mundo de Beach-Soccer da Fifa 2024. Isso porque três das quatro seleções participantes no Maranhão Cup já estão garantidas no Mundial do ano que vem, que ocorrerá entre os dias 15 e 25 de fevereiro em Dubai.

A Arena Domingos Leal, na Lagoa da Jansen, em São Luís, receberá as disputas do Maranhão Cup entre os dias 12 e 14 de janeiro de 2024. A tabela e os detalhes do torneio serão apresentada durante o lançamento oficial da competição neste domingo.

Serviço

O QUÊ: 

Lançamento da 1ª edição do Maranhão International Cup de Beach-Soccer 2024

QUANDO: 

Domingo (17), às 13h

ONDE: 

Rio Poty Hotel, em São Luís  

CONTATO: 

(98) 98135-9201

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Coronel Carlos Furtado e Sônia Rosita

A Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (Amclam) realizou no dia 5 de dezembro deste ano, no Panteão Anei, mais um evento de excelência, significativamente elogiado por todos os presentes.

Em cumprimento ao V Ciclo de Palestras “Elogio ao Patrono”, a acadêmica Sônia Rosita Costa Muniz, artista plástica, 2ª ocupante da cadeira nº 12, patroneada pelo maestro João Carlos Dias Nazareth, surpreendeu os presentes com uma palestra recheada de novidades.

Realizando uma profunda pesquisa em várias instituições, entrevistas e consultas a várias personalidades, Sônia Muniz propiciou aos presentes momentos agradáveis em que reinaram a versatilidade e o bom gosto, trazendo à baila um material qualitativo sobre a vida e a obra desse insigne imortal músico, compositor, escritor, ator cinematográfico, folclorista, militar e, por aclamação, um dos maiores maestros maranhenses.

Na plateia, seu neto Jorvanie Nazareth, representante da família, em vários momentos, ficou maravilhado com algumas informações que desconhecia.

O público, integrado por militares, escritores, acadêmicos e interessados, cantou, com os músicos convidados, o “Hino da Polícia Militar do Maranhão”, bem como os sucessos gravados pela filha Alcione de Nazaré “Cajueiro velho” e “Etelvina minha nega”, todos de autoria do músico e compositor, interpretados pela cantora maranhense Fátima Passarinho, acompanhada pelo trompetista Pedro Henrique e pelo violonista Arlindo Piupiu.

Com inserções sobre Pedro Ivo, ocupante anterior da cadeira nº 12, a artista plástica palestrante, ao término, presenteou a Amclam com uma tela pintada para a ocasião, “Maestro com o seu pistom”, em que retrata João Carlos com o instrumento que o consagrou.

(Fonte: Blog do Wellinton Rabello)

Neste domingo (17), haverá grito de campeão na Praia do Calhau, em São Luís. Os campeões dos torneios Adulto Feminino e Sub-17 Masculino da segunda edição do Praia do Futebol, competição patrocinada pelo governo do Estado, pelo Grupo Audiolar e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, vão ser finalmente conhecidos. As finais estão marcadas para começar a partir das 13h. 

A primeira decisão do domingo será pela categoria Adulto Feminino. Invictas na competição, as equipes do Jeito Moleque e do Fênix duelam pelo título. Na sequência, às 13h40, a bola rola pela final do Sub-17 Masculino. 

Os finalistas do torneio masculino vão ser definidos somente no domingo. As semifinais serão realizadas a partir das 12h, com a partida entre Colégio Militar e Transformar. Logo em seguida, às 12h40, ocorre a segunda semi entre CCB e Escolinha Jaime. Os vencedores desses confrontos fazem a final do Sub-17 Masculino a partir das 13h40.    

Siga as redes sociais oficiais do Praia do Futebol no Instagram e no Facebook (@praiadofutebol) e fique por dentro de todos os detalhes da competição. 

PRÓXIMOS JOGOS

Domingo (17.12) / Praia do Calhau (Campo 1)

12h – Colégio Militar x Transformar (semifinal Sub-17)

12h40 – CCB x Escolinha Jaime (semifinal Sub-17)

13h – Jeito Moleque x Fênix (final Adulto Feminino)

13h40 – Final Sub-17 

(Fonte: assessoria de imprensa)

*

O último evento “Declama Poesia” do ano, da Associação Brasileira de Imprensa do Rio de Janeiro (ABI-RJ), foi realizado na tarde de quinta-feira (14/12/2023), no edifício-sede da entidade, na Rua Araújo Porto Alegre, no centro da capital fluminense.

Sob a responsabilidade do jornalista Carlos Alberto da Rocha Carvalho, o “Declama Poesia” é realizado todos os meses há nove anos. A ABI é entidade de mais de um século de existência, fundada em 7 de abril de 1908, há 115 anos. Atualmente é presidida por Octávio Floro Barata Costa, que foi editor de política no “Jornal do Brasil”.

Durante o evento, foram lançados os livros “Poetando” e “A Energia Reiki”, de Vera Regina Carvalho, escritora e artista plástica, natural de Minas Gerais, há 40 anos residente no Rio, graduada em Administração e em Desenho e Artes Plásticas  estudiosa da terapia de cura tibetana e japonesa reiki (palavra que significa “energia vital universal”). Também presentes, entre outros, a acadêmica Vera Figueredo e o dicionarista Wagner Azevedo, que acaba de lançar sua 15ª obra de referência.

Convidado por Carlos Rocha para participar do “Declama Poesia”, o jornalista maranhense Edmilson Sanches prendeu a atenção dos presentes quando, solicitado para dar exemplos de algumas de suas composições poéticas, leu poemas de instigação político-social, feitos há décadas (leia abaixo). Sobre os poemas, Rita de Paula Oliveira, diretora do grupo Iniciativas de Mudanças, de Petrópolis (RJ), disse: “Nunca tinha ouvido tantas verdades juntas”. O grupo Iniciativas de Mudanças tem origem na Suíça e “trabalha para inspirar, equipar e conectar pessoas a trabalharem pelas necessidades mundiais, começando por elas mesmas, nas áreas de construção de confiança, liderança ética e vida sustentável”.

Durante três horas, poetas e admiradores da poesia fizeram leitura de composições autorais ou de sua preferência. Ao término, houve o coquetel e congraçamento de fim de ano. O responsável pelo Declama Poesia, Carlos Rocha, convidou Edmilson Sanches para lançar alguns de seus livros ainda no primeiro semestre de 2024. Abaixo, alguns dos poemas do escritor caxiense apresentados no Declama Poesia.

O ENCONTRO  DAS  PEDRAS

E agora, José?

No meio do caminho

tinha uma pedra. Aliás,

uma pedrada,

que é uma pedra

movimentada.

Dizem que a coisa

foi orquestrada

teleguiada.

Mas, Zé, compreenda:

há muita insatisfação,

e o povo passa fome, arrocho,

precisão.

Você, não.

É preciso se-

parar o joio

do trigo.

Mas onde está o trigo, meu Deus?!

Ele já não é subsidiado

– só o povo continua

subalimentado.

E o povo, já sem razão,

responde

com quatro pedras

na mão.

José, você que é,

que é católico, rezador,

talvez diga que nem só de pão

vive o “home”;

entanto, ouça:

acima da guerra,

há o grito da fome.

José, sabe como é:

o povo se contenta

com pouco.

Boca cheia

não grita.

Bucho vazio

deixa louco.

Sei, não precisa repetir:

atiraram a primeira pedra.

Mas, José, e por que a outra?

Lançada de catapulta,

com destaque em jornal,

apedrejaram o povo com a Lei

de Segurança Nacional.

Lei de Talião,

pagou-se com a mesma moeda.

Ou pedra.

(Mas, José,

duro

com duro

não faz

bom muro).

Não sei, José,

não sei como é.

Tudo serve

de exemplo.

E com pedras também

se constrói

um templo.

Vamos juntar todas essas pedras

e talvez, quem sabe, um dia

com ela terminaremos,

“não mais que de repente”,

o prédio transparente

da democracia.

E aí, povo forte,

Nação em pleno viço,

botaremos uma PEDRA

em cima                disso.

*

MENTE, MENTIRA

Contra o cidadão,

o pior dos males é a violência.

A pior violência, a mentira.

A pior mentira, a mentira política

– pois dela derivam todos

os outros males e mentiras.

Sei, bem sei, que se mente

até involuntariamente

inocentemente

inconscientemente.

Mente-se religiosamente.

Mente-se jornalisticamente.

Mas, principalmente, mente-se

politicamente

– e, politicamente, mente-se

frequentemente.

E porque mente assim assiduamente,

já não mente o político sorrateiramente,

“respeitosamente”:

ele mente deslavadamente

                 descaradamente

                  de-sa-ver-go-nha-da/mente.

E por mentir – politicamente –

tão repetidamente,

tão constantemente,

o político mente... impunemente.

E porque se mente – especialmente politicamente –

tão impunemente,

chegamos à conclusão de que

– paradoxalmente –

já não vivemos em um País de mentira:

vivemos em um País... demente.

Cidadão,

na hora da verdade,

ao votar em eleição,

não minta para você mesmo.

Vote com consciência.

Vote verdadeiramente.

Vote como quem dá uma porrada.

Pois pelo jeito, só assim, um dia,

toda mentira será castigada.

*

PRESOPOEMA

Hoje, que desgraça farei:

mato o presidente

ou me proclamo rei?

Faço desvio de influência?

tráfico de (oh!)posição?

sinto alta a indecência

livre na contramão?

Meto a mão no fundo bolso

pesquisando uma rima,

tirando dinheiro falso

e dando-o ao cego da esquina?

Critico a “democracia”?

sequestro meu país?

rezo o pai/pão do dia

sugando o infeliz?

Tisno-me de branco?

atendo o bicha num rogo?

procuro meu canto

ou vira ficha do jogo?

Reclamo do salário

ou peço minha demissão?

(Não tem garantia meu trabalho

nem fundos a rescisão.)

Hoje, que desgraça farei:

mato o presidente

ou me proclamo rei?

(Faço charada:

Envernizei um pouco

o homem público. 2-2)

Proclamo-me rei

ou mato o presidente?

(Alguma desgraça farei

durante a noite silente.)

Que faço da roupa?

(Eu não nasci assim.)

Que faço da pele?

Que faço de mim?

Pinto o sete?

Toco em banda?

Dobro o frete?

Vou pra Uganda?

Processo o modo general?

Condeno a (falta de) União?

(Pleito e/lei/mortal litoral,

promessa é treva e aguilhão.)

Torno-me criança em cabaré?

Elejo cavalo “Seu Dotô”?

Trepo morro pensando em muié?

Ponho barba preta no meu vô?

Sou preso residente

fé  esporte  sé  nado

preso/e/dente

generalizado.

(Depois vieram.

Vou preso prum cubículo:

Salafrário!

E compuseram

o orgulho dum currículo

literário.)

Censurada a minha mente,

meu escrito.

Mas, conquanto rudemente,

tenho dito!

(1976)

Imagens:

O prédio da ABI, em foto de Donatas Dabravolskas, e Edmilson Sanches na Associação, com a escritora Vera Regina Carvalho e com o jornalista Carlos Alberto da Rocha Carvalho, em evento no Rio de Janeiro.

A secretária de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro, recebeu, nesta quinta-feira (14), os 998 fósseis datados do período cretáceo, com mais de 90 milhões de anos, repatriados da França. As peças já haviam sido simbolicamente entregues ao Brasil no ano passado, em uma cerimônia na França.

A devolução pelo governo francês finaliza o caso iniciado em 2013, quando os bens contrabandeados foram apreendidos durante inspeção de rotina realizada por funcionários da Alfândega francesa, em um contêiner que saiu do Brasil em direção ao país europeu. Foram descobertas 650 placas de Formação Crato com fósseis de crustáceos, insetos e plantas e 348 nódulos de animais fossilizados em cobertura de argila.

Após a apreensão, as peças passaram por perícias em museus da França, que confirmaram a origem e autenticidade do material.

Os fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos e outras espécies de animais, foram retirados ilegalmente da bacia que corta a Chapada do Araripe, no Cariri cearense. Algumas peças estão em perfeito estado de conservação dos tecidos.

Agora, as peças vão integrar o acervo do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri, em Santana do Cariri. Os fósseis também serão exibidos em exposições itinerantes.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) se manifestou, nesta quinta-feira (14), a favor da manutenção das 2,4 mil horas para Formação Geral Básica no ensino médio, carga horária enviada em proposta do governo ao Congresso Nacional. A formação básica é a parte comum do currículo dos estudantes de todo o país e foi construída a partir da Base Nacional Comum Curricular. Caso o projeto em tramitação na Câmara dos Deputados seja aprovado, a carga curricular comum pode ficar em 2,1 mil horas, já que o texto do governo foi modificado na Casa.

O projeto original enviado em outubro pelo Executivo para a alteração do ensino médio retomava a carga horária adotada antes do Novo Ensino Médio entrar em vigor, que era de 2,4 mil horas de formação geral básica das 3 mil horas totais e 1,2 mil horas destinadas aos chamados itinerários formativos. O substitutivo do relator do projeto na Câmara, deputado federal Mendonça Filho (União-PE), fixou em 2,1 mil horas, com 300 horas de aulas que relacionem os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular com a formação técnica profissional. 

Atualmente, a formação básica é de, no máximo, 1,8 mil horas, e com 1,2 mil horas destinadas aos chamados itinerários formativos. Pela regra do Novo Ensino Médio, os alunos devem selecionar entre os itinerários ofertados, que podem ser uma das atuais cinco áreas do conhecimento ou a educação técnica e profissional.

“Cargas horárias diferentes para o caso da oferta de formação técnica são possíveis, inclusive prevendo longo período de transição. Isso não precisa, necessariamente, representar a redução da Formação Geral Básica de 2,4 mil horas”, informou o MEC à Agência Brasil.

Urgência

A pasta respondeu questionamento da reportagem sobre a aprovação na Câmara dos Deputados, na noite dessa quarta-feira (13), da urgência para votar o projeto que altera o Novo Ensino Médio aprovado durante o governo Michel Temer, em 2017.   

A aprovação dessa urgência provocou uma reviravolta na tramitação do tema, uma vez que, na última segunda-feira (11), o governo retirou a urgência do projeto, e a expectativa era de que a medida ficasse para 2024. Porém, com a votação de ontem, o projeto do Novo Ensino Médio pode ser votado na Câmara, na próxima semana. 

O MEC opinou, em nota, que o Brasil tem a oportunidade de pacificar o tema do ensino médio e “ter 2,4 mil horas para Formação Geral Básica é um pleito legítimo de professores e estudantes e reduzir e equacionar itinerários é fundamental para garantir equidade de oferta”.  

Para a pasta da Educação, “Itinerários se demonstraram uma idealização, caso não acompanhados de ações estruturais. O MEC se coloca contrário a desenhos curriculares com potencial de fragmentar e ampliar as desigualdades na última etapa da educação básica”.  

A assessoria do MEC enfatizou, ainda, que o ministro da Educação, Camilo Santana, tem defendido que o projeto enviado ao Congresso não é do Executivo, mas que é “uma construção conjunta a partir de consulta pública, que ouviu mais de 150 mil estudantes e professores”.  

Repercussão

O texto de Mendonça Filho, que foi ministro da Educação do governo Temer, vem sofrendo críticas dos integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. A organização, que reúne sindicatos, movimentos sociais, estudantis e comunitários, considera que o substitutivo retoma as normas do projeto do Novo Ensino Médio. . 

O professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), lamenta a aprovação da urgência e defende que o texto aumenta as desigualdades entre os ensinos público e privado no Brasil.

“Mendonça praticamente reeditou a medida provisória do Temer, fazendo uma falsa determinação de 2,1 mil horas. Na prática, são 2,1 mil horas de formação geral básica, mas 300 horas podem ser feitas dentro dos itinerários formativos. Ou seja, voltam as 1,8 mil horas de formação básica”, destacou.    

Por outro lado, o Todos Pela Educação avaliou que o substitutivo do Mendonça traz avanços em relação ao texto do governo federal, apesar de ponderar que precisa de melhorias. A organização não governamental  (ONG) informa que é financiada apenas por recursos privados. 

A ONG concorda em aumentar as horas para a educação profissional e técnica. “É um movimento correto no sentido de não fragilizar a busca por maior integração da educação profissional e tecnológica (EPT) com o ensino médio regular, um dos pilares da essência da reforma”, destacou. 

(Fonte: Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (13), por 351 votos contra 102, a urgência do projeto de lei que altera o Novo Ensino Médio instituído durante o governo de Michel Temer, em 2017. Com isso, o projeto pode ser votado na próxima semana no Plenário da Casa. 

A aprovação dessa urgência promoveu uma reviravolta na tramitação dessa matéria porque o governo havia retirado o caráter de urgência do projeto na última segunda-feira (11), argumentando que a medida precisava de mais tempo para ser debatida. A expectativa era de que o tema ficasse para 2024. 

Enviada pelo governo federal em outubro deste ano, a matéria está sendo relatada pelo ex-ministro da Educação de Temer, o deputado Mendonça Filho (União-PE). A decisão do governo de alterar as regras do ensino médio ocorreu após pressão de entidades, estudantes, professores e especialistas para revogação das mudanças no currículo aprovadas durante o governo Temer.

Na votação da urgência na noite dessa quarta-feira, a liderança do governo encaminhou pelo voto favorável, já os blocos do PT/PCdoB/PV e do PSOL/Rede encaminharam contra a urgência. Ainda assim, cinco parlamentares do PT votaram a favor de acelerar a tramitação do PL relatado pelo deputado Mendonça. Os demais partidos e blocos partidários votaram a favor da urgência.

O deputado Idilvan Alencar (PDT-CE) criticou o texto alterado na Câmara, argumentando que ele desfigurou o projeto enviado pelo Executivo para modificar o Novo Ensino Médio. 

“O relatório que querem votar daqui a pouco, às pressas, reduz a carga horária da Base Nacional Comum e traz o notório saber como muito forte. Notório saber é desrespeito ao professor. Não é qualquer um que pode ir para a sala de aula, não. É preciso ter uma formação. Ele também retira a obrigatoriedade do espanhol – uma pauta que eu não aceito —, assim como da sociologia, educação física, filosofia, arte”, lamentou.

O projeto original enviado pelo Executivo retomava a carga horária de 2,4 mil horas de formação geral básica das 3 mil horas totais. O Novo Ensino Médio fixou essa formação básica em 1,8 mil horas. O substitutivo do Mendonça fixou em 2,1 mil horas, com 300 horas de aulas que relacionem os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular com a formação técnica profissional.

Além disso, o projeto do Executivo retirou a previsão de permitir a contratação de profissionais sem licenciatura, desde que sejam reconhecidos com notório saber sobre a disciplina. O substitutivo do Mendonça reintroduziu a possibilidade de contratar profissionais com notório saber na área de formação profissional e técnica.  

O relator Mendonça Filho, durante a votação, agradeceu apoio do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do colégio de líderes da Casa, por terem aceitado votar a urgência do PL.

"Precisamos de uma decisão para sinalizar para os estudantes, para as redes estaduais, para os secretários estaduais de Educação, que respondem por 84% da oferta de vagas no ensino médio público brasileiro, para essa gente que quer ter acesso ao mercado de trabalho, quer melhorar a renda. E é por isso que eu peço a todos aqui que têm compromisso com o futuro da educação que possamos abandonar o velho ensino médio”, destacou. 

Repercussão

O substituto do Mendonça vem sofrendo críticas dos integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação que consideram que o texto retoma as normas do projeto do governo Temer. A organização reúne sindicatos, movimentos sociais, estudantis e comunitários.

O professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), lamentou a aprovação da urgência e defendeu que o texto aumenta as desigualdades entre os ensinos público e privado no Brasil. 

“Mendonça praticamente reeditou a Medida Provisória do Temer fazendo uma falsa determinação de 2,1 mil horas. Na prática, são 2,1 mil horas de formação geral básica, mas 300 horas podem ser feitas dentro dos itinerários formativos. Ou seja, voltam as 1,8 mil horas de formação básica”, destacou.   

Sobre a reintrodução do notório saber como suficiente para contratação de professores, Daniel diz que a medida coloca pessoas que não foram preparadas para serem professores.  

“O objetivo é diminuir a pressão, que hoje as redes públicas enfrentam, para contratação de professores via concurso. Esse é o interesse econômico por trás da reforma. É descaracterizar a profissão de docentes para que qualquer um seja professor”, destacou.  

Por outro lado, o Todos Pela Educação avaliou que o substituto do Mendonça traz avanços em relação ao texto do governo federal, apesar de ponderar que precisa de melhorias. A Organização Não Governamental  (ONG) informa que é financiada apenas por recursos privados.

A ONG concordou em aumentar as horas para a educação profissional e técnica. “É um movimento correto no sentido de não fragilizar a busca por maior integração da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) com o Ensino Médio regular, um dos pilares da essência da reforma”, destacou.

A organização também é favorável à possibilidade de contratar profissionais sem formação própria de professor, argumentando que a proposta original do Executivo “dificultaria sobremaneira a ampliação da educação profissional e tecnológica”. 

A reportagem procurou a liderança do governo na Câmara e o Ministério da Educação para comentarem o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

(Fonte: Agência Brasil)