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Esta é minha palavra,
o meu conjunto confuso
e inextricável de elementos...
É o poema que me busca
e me traz para a superfície,
para que eu possa dizer-me
e ouvir-me tantas vezes,
e expor-me a pensamentos
onde sou sujeito e objeto...
Este é o magma do meu
logos racional,
do meu dever-ser
mais que perfeito e natural
poético, Crístico e complexo...

* Fernando Braga, in “Magma”, Goiânia, 2014.

Continuamos, neste domingo, falando sobre...

Palavras homônimas e parônimas

...

66. PEÃO ou PIÃO
Peão = indivíduo que anda a pé, trabalhador:
Nesta fazenda, há muitos peões.

Pião = brinquedo:
Teu filho ganhou um pião.

67. PEQUENEZ ou PEQUINÊS
Pequenez = qualidade do que é pequeno:
Sua pequenez levou-o à derrota.

Pequinês = raça de cachorro (originário de Pequim):
Cuidava do pequinês com carinho.

68. PERCEBER ou APERCEBER-SE
Perceber = notar:
Ele não percebeu os detalhes.

Aperceber-se = prover-se de, ficar ciente:
Ele não se apercebeu do necessário.

69. PRAGA ou PLAGA
Praga = maldição, desgraça:
Era uma praga de gafanhotos.

Plaga = região, terra:
Levar a glória a plagas distantes.

70. PRECEDENTE ou PROCEDENTE
Precedente = antecedente:
É um criminoso sem precedentes.

Procedente = proveniente, legítimo:
Ele é procedente do sul.
Era um argumento procedente.

71. PRESCRIÇÃO ou PROSCRIÇÃO
Prescrição = ordem, receita ou prazo vencido:
Estes medicamentos só podem ser vendidos com prescrição médica.
O prazo já prescreveu.

Proscrição = expulsão, eliminação:
O soldado foi proscrito.

72. PREVIDÊNCIA ou PROVIDÊNCIA
Previdência = que prevê:
Sua previdência evitou o desastre.

Providência = medida a ser tomada:
Não tomou nenhuma providência contra o abuso dos lojistas.

73. PREVIDENTE ou PROVIDENTE
Previdente = prudente:
Vive bem hoje, porque foi um jovem previdente.

Providente = que se abastece de:
O estoque estava em dia, porque foi providente.

74. PROVER ou PROVIR
Prover = abastecer, fornecer:
Ele deve prover o seu armazém.

Provir = vir de, originar-se:
Isto pode provir do espaço sideral.

75. PROSTRAR-SE ou POSTAR-SE
Prostrar-se = curvar-se:
Ele se prostrou diante da imagem sagrada.

Postar-se = colocar-se:
Ele se postou diante da porta até ser atendido.

Teste da semana
Que opção completa, corretamente, a frase abaixo?
“Espero que não __________ obstáculos __________ realização das provas, daqui __________ uma semana”.
(a) haverão / à / a;
(b) hajam / a / à;
(c) haja / à / a;
(d) tenham havido / à / há;
(e) haja / à / há.

Resposta do teste: Letra (c)
O verbo HAVER, no sentido de “existir”, é impessoal (= sem sujeito), por isso só pode ser usado no singular (= haja). Se há obstáculos, é sempre “a” alguma coisa, ou seja, o substantivo OBSTÁCULOS pede a preposição “a”, que se junta ao artigo “a”, que define “a realização”, por isso ocorre a crase (= … haja obstáculos à realização…). A última lacuna deve ser preenchida unicamente com a preposição “a”, pois se trata de “tempo futuro” (= … daqui a uma semana). É bom lembrar que a forma verbal “há” só se refere a tempo decorrido (= faz): “Não nos vemos há uma semana” (= faz uma semana).

Um fóssil localizado em uma região próxima do município de Coração de Jesus (MG) pode auxiliar na compreensão sobre dinossauros que viveram no planeta no período de 65 a 145 milhões de anos atrás. Encontrado por pesquisadores vinculados ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e ao Museo Paleontológico Egidio Feruglio, da Argentina, a espécie foi batizada de “Spectrovenator ragei” (caçador fantasma, em tradução livre) e pertence à família de terópodes “Abelisauridae”, que viveu no período Cretáceo, o último da Era Mesozoica.

Conforme detalha a equipe de cientistas em artigo publicado no periódico “Comptes Rendus Palevol”, disponível em inglês, a família dos abelissaurídeos desempenhou papel central entre predadores durante a reta final do período Cretáceo. Os pesquisadores ressaltam que o espécime achado tem enorme valor por ser raro. Segundo eles, embora seja mais fácil resgatar materiais bem preservados da etapa final desse período, restam poucos intactos que permitam um estudo sobre os ciclos anteriores. Desse modo, o entendimento sobre como a linhagem de abelissaurídeos se desenvolveu ao longo do tempo fica limitado, já que parcela das referências sobre as fases iniciais acaba se perdendo.

O esqueleto recuperado no interior de Minas Gerais estava praticamente completo, de modo que os pesquisadores puderam coletá-lo como um bloco único. Parte do esqueleto, descrevem no artigo, foi parcialmente preparado ainda durante o trabalho de campo, enquanto o resto da matriz rochosa foi posteriormente removido no Laboratório de Paleontologia do Museu de Zoologia da USP.

Uma das características mais marcantes dos abelissaurídeos é o par de membros anteriores bastante reduzidos. Outro aspecto que os distinguia era o fato de possuírem uma das estruturas cranianas mais especializadas entre os dinossauros carnívoros, com um crânio largo, região occipital alta e articulação intramandibular altamente cinética.

(Fonte: Agência Brasil)

O juiz titular da Vara da Infância e da Juventude (VIJ-DF) Renato Scussel deu um prazo de cinco dias para que o Governo do Distrito Federal (GDF) apresente um plano de retorno às aulas presenciais nas creches e escolas de ensino infantil, fundamental e médio da rede pública de ensino.

Na decisão anunciada nessa sexta-feira (24) em resposta à Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios em desfavor do Distrito Federal, Scussel informa que “o processo de retorno deverá ser completamente concluído em até 20 dias”.

Segundo o magistrado, dispositivos da Constituição Federal determinam ser dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito fundamental de acesso à educação. “Sob este enfoque, o direito visa que seja garantida a retomada das aulas presenciais para todas as crianças e adolescentes da rede pública de ensino do Distrito Federal, assegurando-lhes o direito precípuo de educação”, disse por meio de nota divulgada pela VIJ-DF.

Scussel acrescenta que o Estado caminha para a normalização das atividades essenciais ou não, com a abertura de diversos setores da sociedade, e que os órgãos de saúde já vêm apresentando recomendações suficientes para o funcionamento das atividades escolares. “Afigura-se público e notório que as escolas particulares já foram reabertas e retornaram às suas atividades bem como o comércio, os locais de cultos religiosos e há autorização para a realização de espetáculos públicos, não sendo justo e nem tampouco lícito que, num país carente de educação, as crianças e adolescentes que utilizam o sistema público de ensino sejam tolhidos no seu direito precípuo de educação”, complementou o juiz.

(Fonte: Agência Brasil)

– Quanto existe de dinheiro brasileiro, em cédulas e moedas?
– Como fazer quando falta troco?

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O jornalista Raimundo Primeiro pede-me “algumas palavras”, informações, opinião, acerca de crônica falta de troco que sua pesquisa jornalística teria verificado nas últimas semanas em Imperatriz (e, por extensão, creio-o eu, em muitos pontos do país).

Trabalhei por mais de duas décadas em bancos federais e por anos fui assessor da presidência de um deles em Brasília (DF). Em tese, penso que, com a ampliação dos meios de pagamento digitais, como os cartões de crédito e débito, o uso de aplicativos em ‘smartphones’ e, daqui a menos de um mês, com o PIX, do Banco Central, a falta de troco é algo a ser reduzido ou eliminado.

Vejo, pelo menos, três razões para a falta de moeda que a pesquisa jornalística verificou:

– as perdas, como queima em incêndios, o derretimento, a imprestabilidade por danos físicos irreversíveis, o esquecimento sem volta em diversos ambientes, o escapamento sem retorno em águas e terra, o uso decorativo, a destruição, desfazimento ou dispensação conscientes etc.;

– o incremento (aumento) da quantidade de compras em dinheiro, alavancadas pelos auxílios emergenciais em razão da pandemia; e

– o motivo clássico: o entesouramento, que é o ato de guardar moedas e até cédulas de menor valor para formar poupança (são os casos simbólicos dos cofrinhos de barro ou cerâmica e outros cofrinhos. Neste caso, recomendo que, de tempo em tempo e até mais amiudemente, esses pequenos poupadores devem trocar no comércio ou depositar em conta na rede bancária o valor acumulado, com isso reduzindo a desvalorização do capital acumulado, oportunizando a circulação das moedas e cédulas menores e facilitando o troco.

O Banco Central do Brasil, até o dia 13/10/2020, já somava, em dinheiro circulante, 357 bilhões 491 milhões 532 mil 605 reais e 88 centavos. Esse é o “meio circulante”, ou seja, o tanto de dinheiro brasileiro que existe, que foi impresso e cunhado e que, em regra, estaria espalhado por aí – ou circulando ou guardado ou perdido ou destruído.

Desse total, 352 bilhões 245 milhões 623 mil 876 reais são dinheiro em cédulas, em um total de quase 8,5 bilhões de cotas (exatamente 8.444.596.637 notas).

Quanto às moedas, o valor total em circulação são 7 bilhões 242 milhões 358 mil 255 reais e 88 centavos, correspondendo a 27,6 bilhões de unidades metálicas (ou exatamente 27.606.209.644 moedas). Há, ainda, R$ 3 milhões 550 mil 474 relativos a 967.363 moedas comemorativas com valor de face que varia de dois a vinte reais. São 81 tipos diferentes de moedas comemorativas, cunhadas, por exemplo, em homenagem a personalidades e eventos esportivos e aniversários de cidades – entre estas, a capital maranhense, São Luís. Ressalvo que, embora legalmente tenham valor de compra, essas moedas, como já se percebe pela pequena quantidade, são feitas em tiragem limitada, de duas mil a vinte mil unidades cada uma, e será muito difícil ver qualquer uma delas em circulação, pois tornam-se objeto de colecionadores e negociantes/revendedores de itens colecionáveis, neste caso, para numismatas (estudiosos e colecionadores de dinheiro – em grego, “nómisma” e “nómismatos”).

Lembro que o Banco do Brasil é a instituição custodiante (guardadora) do dinheiro produzido pelo Banco Central e mantém 134 agências espalhadas em todos os Estados brasileiros, inclusive Brasília, responsáveis pelo fornecimento de moedas e notas de 2 e 5 reais para pessoas físicas, no horário de expediente bancário do respectivo município, sem necessidade de agendamento prévio. Serão fornecidas até 100 unidades de cada moeda ou cédula solicitada.

Para aquele comerciante ou outro empreendedor que sente falta de dinheiro para troco e não o consegue na rede bancária, o Banco Central sugere os seguintes procedimentos, a serem adotados, gradativamente, pelos comerciantes em dificuldade para obter troco nos bancos comerciais:

a) registrar pedido na gerência da agência do banco onde mantém conta;

b) contatar o Serviço de Atendimento aos Clientes do banco de relacionamento, caso não tenha sido atendido; e

c) comunicar-se com a associação de classe – em Imperatriz, a Associação Comercial e Industrial, ou a Câmara de Dirigentes Lojistas, ou a Associação de Bares e Restaurantes (Asbares), ou outra – da qual o empresário participa.

Com as reclamações em mão, cada associação comunicará ao Banco Central as dificuldades enfrentadas. O Banco Central estimula os bancos e as empresas a solicitarem aos clientes a recirculação das moedas, com o que será evitado mais gasto público com a produção de novas moedas e cédulas.

E nesse assunto de produção de dinheiro, vale detalhar que quatro das sete moedas metálicas – as de um, dois, vinte e cinco e cinquenta centavos e de um real – foram produzidas em quantidade acima de três bilhões de unidades, cada uma. Já as moedas de cinco e dez centavos, foram produzidas em quantidade acima de 7 bilhões de unidades, cada uma. Também existem cerca de 2,3 bilhões de cédulas de pequeno valor (um, dois e cinco reais).

Tenho para mim que a tendência que se verifica é a gradual e quase completa substituição do meio circulante – moedas e cédulas – pelo chamado ‘dinheiro eletrônico’ ou “moeda digital”, que não terão valor de face, mas corresponderão ao valor de produtos ou serviços pagos. Nesse momento, o telefone, com seu mundo de aplicativos, terá mais uma entre tantas funções: será também carteira de dinheiro.

E aí acabará – pelo menos nas relações de compra e venda – a hora de dar o troco...

* EDMILSON SANCHES

O Censo da Educação Superior de 2019, divulgado nessa sexta-feira (23) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aponta que quatro a cada dez calouros no ensino superior optaram por se matricular em cursos de graduação a distância. O levantamento mostra que a educação a distância (EaD) tem ganhado cada vez mais espaço na educação superior, enquanto o ensino presencial tem reduzido as matrículas ano a ano.

Em 2009, as matrículas dos calouros em EaD representavam 16,1% do total. Em 2018, elas representavam 39,8% do total de estudantes que ingressaram nas instituições de ensino superior. No ano passado, eram 43,8%, o que equivale a cerca de 1,6 milhão do total de 3,6 milhões de novos estudantes.

Considerando apenas a rede privada, onde estão matriculados 76% do total de estudantes do ensino superior, a opção pela EaD foi ainda maior entre os calouros, chegando a pouco mais da metade dos alunos, 50,8%.

Já o ensino presencial teve redução. Passou de 60,1% das matrículas dos calouros em 2018 para 56,2%, em 2019. Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o número de ingressantes em EaD deve aumentar ainda mais, de acordo com o presidente do Inep, Alexandre Lopes.

Os dados de 2020 serão divulgados apenas no ano que vem.

“Eu acho que a pandemia vai acelerar essa tendência de migração para o ensino a distância ou ensino híbrido [com aulas presenciais e remotas]. Isso serve também como um ponto de alerta, como um ponto de observação, para o Ministério da Educação como um órgão regulador”, disse.

Diferenças

Os resultados das avaliações do ensino superior divulgados na última terça-feira (20) mostram que os estudantes que se formam em cursos a distância têm desempenho inferior aos estudantes dos cursos presenciais. Mostram também que o perfil desses estudantes é diferente. A maioria dos estudantes de EaD, por exemplo, trabalha, enquanto os de cursos presenciais, não.

“Os resultados têm sido próximos. Não dá para dizer que o curso é melhor ou pior. Também tem que explorar um pouco mais os resultados porque são realidades diferentes”, disse Lopes. “Em relação à qualidade, não dá para afirmar que o curso EaD seja de menor qualidade”, acrescenta.

Matrículas

Segundo o censo, o número total de estudantes matriculados no ensino superior no Brasil continua aumentando. Ao todo, 8,6 milhões de estudantes estão matriculados no ensino superior no Brasil. Em 2018, eram 8,4 milhões. A maior parte, 6,5 milhões, o equivalente a 76%, está matriculada em instituições privadas.

Considerando todas as matrículas, não apenas os calouros, a EaD, com 2,4 milhões de estudantes, representa 28,4% do ensino superior no Brasil. Já a educação presencial, 71,6%, com 6,2 milhões.

Formação de professores

O censo aponta que um a cada cinco estudantes matriculados no ensino superior está em curso de licenciatura, o que possibilita que atue posteriormente como professor. A maior parte desses futuros profissionais, 53,3%, está sendo formada a distância, em cursos EaD. As instituições particulares concentram a maior parte das matrículas desses alunos, 64%. Nessas instituições, a maioria, 73,5%, faz cursos EaD.

Pedagogia lidera a porcentagem de matrículas, com 48,3% dos futuros professores. Em seguida, estão educação física, com 9,1%; matemática, com 5,7%, e história, com 5,3%.

“Os resultados ressaltam a responsabilidade da educação superior em formar os docentes que atuarão na educação básica [etapa que vai do ensino infantil ao ensino médio]”, disse o ministro da Educação, Milton Ribeiro.

“Essa conexão entre as duas etapas de ensino se dá por meio do professor capacitado pela educação superior para ser o elemento central do desenvolvimento da educação básica. O professor é o grande protagonista da educação no Brasil”, ressalta o ministro.

Desistências

O Censo da Educação Superior mostrou que mais da metade dos estudantes, 59%, que ingressaram no ensino superior em 2010 desistiram antes de terminar os estudos. Essa taxa foi um pouco maior, 63%, quando considerados apenas os cursos a distância.

Entre os futuros professores, as desistências daqueles que ingressaram em 2010 também são altas. Chegam a 75% dos estudantes que se formariam para lecionar física, por exemplo.

De acordo com o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas, a pasta está, em parceria com instituições de ensino, desenvolvendo formas de prever as evasões e evitar que elas aconteçam. O projeto será inicialmente implementado em instituições federais, mas será disponibilizado também às particulares.

A pasta aposta ainda na implementação do novo ensino médio, que vai permitir aos estudantes escolher trajetórias para aprofundar a formação. Isso fará com que conheçam melhor as áreas de estudo antes de optarem por um curso superior.

Metas

De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil precisa, até 2024, ampliar as matrículas, fazendo com que mais pessoas tenham acesso ao ensino superior no país. De acordo com o PNE, até 2024, a taxa bruta de matrícula na educação superior deve ser 50% e a taxa líquida, 33%, da população de 18 a 24 anos de idade. Atualmente, essas taxas são, respectivamente, 37,4% e 25,5%.

“Na minha visão, o PNE é um sonho, um objetivo, que colocamos lá em cima, nas estrelas, mas temos um foco para buscar os parâmetros do PNE, e o Ministério da Educação está envolvido de corpo e alma nessa busca”, disse o ministro Milton Ribeiro.

“Com mais escolaridade, faremos essa transformação econômica e social tão cara ao nosso país”.

(Fonte: Agência Brasil)

Ótima notícia para Santa Inês! Atendendo ao pedido feito pelo deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) no início do mês, o governador Flávio Dino e o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, garantiram, nesta sexta-feira (23), a instalação de uma maternidade em uma das alas do Hospital Macrorregional Tomás Martins. A previsão é que ela seja inaugurada e comece a funcionar no dia 5 de novembro deste ano.

“No dia 2, estive com o secretário Carlos Lula e protocolei ofício com o pleito. É, portanto, uma grande conquista para a cidade, especialmente para as gestantes e mães. A maternidade ocupará uma ala exclusiva do macrorregional, solução que atende a uma demanda antiga, reprimida. Mas vamos continuar trabalhando para assegurar os recursos para viabilizar uma estrutura exclusiva no futuro”, afirmou Juscelino Filho.

No encontro do início de outubro, Carlos Lula elogiou o pedido feito pelo parlamentar. “É compromisso do governo Flávio Dino ampliar a assistência materno-infantil. A gente montou maternidade em Colinas e Balsas, reestruturou a de Imperatriz, apoia em Caxias, temos uma em Alto Alegre do Maranhão, e vamos continuar essa ampliação. A região do Vale do Pindaré é uma das que precisa desse apoio e vamos traçar isso com cuidado”, disse.

Prestando contas

Nesta sexta-feira, Juscelino Filho esteve em Santa Inês, onde fez gravações detalhando as diversas ações do mandato em prol do município. “A gente faz e presta contas. Tenho muito orgulho de ser o deputado federal que mais trabalha por Santa Inês. Nos últimos anos, asseguramos cerca de R$ 30 milhões para obras que beneficiam toda a cidade, nas áreas urbana e rural. Contem comigo para avançarmos ainda mais”, destacou.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O futebol brasileiro tem vários personagens. Mas nenhum deles tem o protagonismo de Edson Arantes do Nascimento. A importância de Pelé é tamanha que é possível falar que, a partir dele, o mundo mudou a forma de ver os jogadores e a seleção do Brasil.

Biografia de Pelé

A trajetória daquele que viria a ser conhecido como o rei do futebol começa de forma muito comum. Nascido em 23 de outubro de 1940, na cidade mineira de Três Corações, Pelé vem de “uma família das classes populares, que trabalhava duro para educar os filhos”, diz o pesquisador do MEMOFUT (Grupo Literatura e Memória do Futebol) Rodrigo Saturnino.

Ainda na infância, um fato parece definir sua relação com o futebol. Ao ver o pai, o ex-jogador José Ramos do Nascimento, o Dondinho, chorar após a derrota da seleção brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, o pequeno Edson promete que conquistaria o primeiro Mundial do país.

Mas antes de cumprir essa promessa, Pelé daria os primeiros passos no esporte na cidade paulista de Bauru, para onde a família dele se mudou durante sua infância. Lá, defendeu várias equipes amadoras de futebol de campo e salão, até que, ao completar 15 anos, foi levado para fazer um teste no Santos. Aprovado, foi contratado em junho de 1956 e começou a defender a equipe da Vila Belmiro.

No Santos, desandou a marcar gols, o que lhe garantiu a primeira convocação para a seleção brasileira em 1957, para participar da Copa Roca, competição na qual fez seu primeiro tento e iniciou uma caminhada de conquistas.

Rei desde jovem

A qualidade de Pelé era tamanha, que a ideia de que ele era o rei do futebol surgiu antes mesmo da conquista de um título de expressão pela seleção. Jovem ainda, com 17 anos, meses antes da disputa da Copa de 1958, o dramaturgo Nelson Rodrigues se referiu ao jogador da seguinte forma em uma crônica sobre o jogo entre América e Santos: “O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento”.

A coroação definitiva vem com a conquista dos títulos das Copas do Mundo. “Em 1957, o futebol brasileiro estava por baixo, com a derrota para a seleção uruguaia em 1950, a apenas regular participação na Copa de 1954, os resultados fracos durante uma excursão à Europa em 1956 e o fraco desempenho no Campeonato Sul-Americano de 1957 (…). E surge Pelé, com 17 anos. O futebol brasileiro então passou de 5ª a 6ª força para ser, indiscutivelmente, o melhor do mundo. Com Pelé e Garrincha, a seleção nunca perdeu. Foram três títulos mundiais em quatro Copas. Pelé foi o principal responsável por esse desempenho. A identificação da seleção com o povo brasileiro atingiu seu ponto máximo. Pelé se transformou na face do Brasil bem-sucedido, o brasileiro mais reconhecido da história, em todo o mundo”, diz Saturnino.

O sociólogo e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) Ronaldo Helal concorda e afirma que Pelé foi fundamental para a seleção acabar com a história de que teria um complexo de vira-latas (expressão de Nelson Rodrigues) que a impediria de conquistar títulos: “Em 1958, o Brasil ganha a Copa do Mundo, e Pelé foi marcante, se tornando o rei do futebol com 17 anos de idade”.

Auge no México

Entre estas conquistas, uma ocupa um lugar especial na história do futebol, a da Copa do Mundo de 1970, no México. Foi nessa competição que Pelé mostrou todo o seu potencial como jogador. “Em 1970, ele foi fundamental, fez uma Copa ímpar, brilhante do início ao fim, e colocou o Brasil no topo do futebol mundial”, diz Helal.

Clodoaldo, um dos companheiros de Pelé naquela campanha, compartilha dessa opinião: “Foi o melhor momento do Pelé na seleção brasileira. O vi em 1970 como nunca, preparado nos aspectos físico, técnico e psicológico. Ele estava voando. Foi o momento no qual atingiu o máximo de sua carreira”. Nessa competição, o futebol brasileiro alcançou um novo patamar, passando a ser admirado em todo o mundo.

 

Quantos gols Pelé fez

O sucesso de Pelé não se deve apenas à seleção. Foi pelo Santos que ele marcou a maior parte dos seus 1.281 gols (em 1.363 jogos), que o transformaram no maior goleador da história do futebol mundial. O tipo de feito que fez com que o público o tratasse de uma forma especial. “O Pelé foi o único jogador, pelo menos que eu saiba, que fazia uma boa jogada contra um time, ou um gol de placa, e a torcida adversária aplaudia, às vezes de pé”, diz Helal, que é torcedor do Flamengo, citando as oportunidades nas quais, em sua infância, ia ao estádio simplesmente para ver o camisa 10 do Santos entrar em campo.

Um destes gols mobilizou a atenção do público de forma especial, o de número mil, alcançado no dia 19 de novembro de 1969 em vitória de 2 a 1 do Santos sobre o Vasco no Estádio do Maracanã. O detalhe é que Pelé tinha apenas 29 anos ao alcançar esta marca.

Fórmula secreta

Tantos feitos levam à pergunta: como um menino comum, nascido em Minas, se transformou no rei do futebol? “O destaque na história do futebol vem de seu talento e sua técnica, por ter sido o único a fazer excepcionalmente bem, dentro de campo, tudo o que um jogador de futebol pode fazer. Selecione um atributo, e Pelé foi um dos melhores”, afirma Saturnino.

O ex-jogador Pepe, companheiro de Santos e seleção do eterno camisa 10, defende que um jogador com estas características surge apenas uma vez na história: “No futebol atual, têm aparecido grandes jogadores. Porém, igual a Pelé não aparece. Completo, perna direita, perna esquerda, impulsão, chute, cabeceio, corrida, gols, maior artilheiro do futebol mundial de todos os tempos. Penso que seu Dondinho e dona Celeste rasgaram a fórmula e não aparece mais um jogador igual a Pelé”.

Vida longa ao rei

Dessa forma, é mais do que justa a celebração da vida de um jogador que foi o melhor em todos os fundamentos de seu esporte, superando inúmeros recordes coletivos e individuais e levando o futebol brasileiro a um novo patamar.

Ao completar 80 anos, é a hora, como diz Clodoaldo, de agradecer e de desejar que “tenha muita saúde, paz e felicidade. E claro, vida longa ao rei”.

(Fonte: Agência Brasil)

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Nessa quinta-feira, 22 de outubro de 2020, a Biblioteca Pública Municipal Professor Osvaldo Ferreira de Carvalho completou seus 50 ANOS.

Entre as diversas “coisas” que se poderia lembrar – e cobrar –, como a ampliação do acervo da Biblioteca, a melhoria de suas instalações ou construção de uma sede adequada, lembremo-nos, também, da pessoa que dá nome àquela casa de Saber.

O educador Osvaldo Ferreira de Carvalho nasceu em Caxias (MA), em 23 de maio de 1933, e faleceu há quase 30 anos, em 6 de janeiro de 1991, em Imperatriz. Em sua terra natal, foi professor (de Inglês) nos colégios Caxiense, São José e Diocesano. Anos depois, foi professor no curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (Uema, hoje Uemasul), em Imperatriz.

Seus pais eram José Ferreira de Carvalho, maestro da banda Lira Operária Caxiense, e Eloya Maria dos Santos, a Dona Ló, que tiveram também Oneide Carvalho de Melo (residente em Caxias); Osvaldina Carvalho dos Santos (Rio de Janeiro/RJ); Maria de Carmo Carvalho da Silva (falecida); Odenise Ferreira de Carvalho (Rio de Janeiro/RJ); Oseneide Maria de Carvalho Pereira (Rio de Janeiro/RJ); e Marcus Vinicius de Carvalho (Rio de Janeiro/RJ).

Um de seus alunos em Caxias foi Jacques Inandy Medeiros, escritor, pesquisador, médico-veterinário, professor emérito e ex-reitor da Uema, membro e diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e, também, ex-diretor do Banco do Estado do Maranhão, ex-secretário municipal de Educação e de Cultura de Caxias e ex-presidente da Academia Caxiense de Letras. Jacques Medeiros (falecido em 16/10/2019, em São Luís) recorda que, na condição de reitor da Uema, quando vinha ao “campus” de Imperatriz, ficava duplamente feliz, porque, nas reuniões na Uema local, ele tinha um ex-aluno (o engenheiro civil Ronaldo Neri Farias, professor da Uema) e um ex-professor, Osvaldo Ferreira de Carvalho, que viera de Caxias para Imperatriz a convite do irmão de Jacques, o desembargador aposentado Antônio Carlos Medeiros, que, na época, foi juiz em Imperatriz e apresentou Osvaldo Carvalho ao também magistrado José de Ribamar Fiquene, fundador da Faculdade de Educação de Imperatriz, instituição de Ensino Superior que mais tarde seria incorporada à Federação das Escolas Superiores do Maranhão (Fesm), depois Uema e, desde 3 de novembro de 2016, pela Lei Estadual nº 10.525, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul). Curiosidade: Antônio Carlos Medeiros foi diretor do Colégio Caxiense quando Osvaldo Carvalho lá era professor e, mais tarde, viria a ser padrinho de um dos filhos de Osvaldo, Wladimir.

O que pouco se sabe ou o de que quase não se lembra é que, como conta Jacques Medeiros, Osvaldo Carvalho “foi um dos maiores jogadores de futebol que eu já vi na minha vida; era um craque”. Outros caxienses, conhecedores de futebol, asseguravam que Osvaldo foi um dos maiores centroavantes (jogador de ataque, geralmente o camisa 9) que eles viram jogar, no nível do mineiro Heleno de Freitas, que, de 1940 a 1953, atuou profissionalmente no Botafogo, Boca Juniors, Vasco da Gama, Santos, Junior de Barranquilla e América (do Rio de Janeiro). O economista e escritor Antônio Augusto Ribeiro Brandão, membro da Academia Caxiense de Letras, diz ter conhecido “muito” o jogador Osvaldo: “Jogava no Comercial, em Caxias, um time amador daqueles tempos. Uma das ‘linhas’ era formada por Galvão, Zeca, Osvaldo, Nonato e Flávio”. Conta-se que o Sampaio Corrêa Futebol Clube, de São Luís (MA), "ficou doido" para contratá-lo, mas o futuro professor caxiense “não ligou”: à bola no pé, preferiu o giz na mão. As “quatro linhas” (do campo de futebol) tornar-se-iam as da lousa, o quadro-negro ou verde das salas de aula.

Com a esposa, Hermínia Maria Lisboa de Carvalho, nascida em Fortaleza (CE) e residente em Palmas (TO), Osvaldo Ferreira de Carvalho teve um casal de filhos, que deram três netos aos pais: Aimée Desano, nascida em Fortaleza e casada com o norte-americano Tim Desano, com quem tem um filho (Rafael Desano) e reside no Estado de Michigan, nos Estados Unidos; e Wladimir Lisboa de Carvalho, residente em Palmas (TO) e casado com Selma Carvalho, com quem tem duas filhas, Mariana Carvalho e Fernanda Carvalho.

Osvaldo formou-se Bacharel em Letras Anglo-germânicas em abril de 1960, pela Faculdade Católica de Filosofia, da Universidade do Ceará. Uma curiosa coincidência: o diploma, expedido seis anos depois da formatura, é assinado, entre outros, pelo reitor Antônio Martins Filho (1904-2002), advogado, professor e escritor, nascido em Crato (CE) e que, em 1929, em Caxias (MA), fundou a firma “A Cearense” e, em 1935, foi um dos 14 fundadores do Ginásio Caxiense, do qual também foi diretor. Talvez nem o formando nem o reitor soubessem que Caxias e aquele diploma eram elos que os ligavam à “Princesa do Sertão Maranhense”. Antônio Martins também deu a Caxias um filho talentoso: nasceu o caxiense José Murilo Martins, médico formado nos Estados Unidos, talentoso escritor e pioneiro em Hemoterapia no Ceará.

Até hoje, Osvaldo Ferreira de Carvalho não sai das lembranças de muitos de seus alunos. Wilton Lobo, engenheiro-agrônomo e ex-vereador de Caxias, lembra: “Foi meu professor no Colégio Caxiense”. Cleide Magalhães, de Mirador (MA) e professora universitária em Imperatriz, diz ter de Osvaldo “saudosa memória... meu professor na Uema”. Fernando Cunha, fotógrafo e escritor imperatrizense, que o conheceu, atesta: “Grande educador”. Inês Maciel, advogada e escritora, membro da Academia Caxiense de Letras, relembra: “Foi um dos meus professores de Inglês, em Caxias. Gratas recordações!”

Música e formada em Letras, a acordeonista e vocalista Fátima Boré, de Imperatriz, com “saudades eternas desse grande educador”, escreve: “O professor Osvaldo era um poço de sabedoria. Se bem me lembro, em suas aulas de Latim, o assunto que mais chamava a minha atenção, eram os ‘casos’ e as cinco declinações, não esquecendo a fábula ‘Lupus et Agnus’!” (Em português, “O Lobo e a Ovelha”, escrita originalmente pelo grego Esopo, dos séculos VII e VI antes de Cristo e reescrita para o Latim por Caio Júlio Fedro, romano do século I da Era Cristã).

Colega do professor Osvaldo e, por um tempo, coordenadora do curso de Letras onde ambos ensinavam na Universidade, Liratelma Cerqueira revela: “Sanches, com estes registros, ascendeu-me a saudade de um grande amigo e companheiro de milenares labutas profissionais. Criamos, artesanalmente, o jornal ‘O Coruja’, de cuja safra devo ter algum exemplar, também. Lembra?” Lembro...

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Além de conterrâneo, fui amigo do professor Osvaldo Ferreira de Carvalho. Conhecemo-nos na faculdade de Imperatriz (MA), onde eu fazia o curso de Letras. Nosso gosto comum pela Cultura e Literatura e, sobretudo, por nossa cidade de Caxias, além da franqueza da amizade, do sentir-se à vontade com o outro, tudo isso permitiu-nos uma relação saudável, amiga, orgulhosa de nossa conterraneidade.

Brincávamos que, de tanto aprender outros idiomas (alemão, latim, grego, inglês...), ele, Osvaldo, já era quase não inteligível em português... Após as aulas, depois das 22h, às vezes ele fazia questão de me dar carona ou nos sentávamos a uma mesa de um discreto barzinho, para trocar ideias e relembrar Caxias. Como nem sempre uma carona é de graça, frequentemente eu tinha de ajudar o Osvaldo... a empurrar o fusquinha, para “pegar” e seguirmos pela cidade, cujas ruas àquela hora estavam pouco habitadas de seres automobilísticos.

Não soube de imediato do falecimento do notável professor da Universidade Estadual do Maranhão, hoje Uemasul. O ano de sua morte, 1991, foi também o ano de passamento de minha mãe, que vinha, há tempos, enfrentando uma rara doença (colangite primária), de pouco mais de 30 casos no mundo na época. Atordoado com a progressiva, inexorável, inelutável perda materna e tendo de realizar muitos cuidados e viagens para atrasar o inevitável, não fiquei sabendo que, no começo daquele ano, já o grande amigo havia partido...

Auxiliei o Osvaldo para, junto com a professora Liratelma Cerqueira, criarmos um jornalzinho na universidade – parece-me que o nome era mesmo “O Coruja”. Devo ter, com certeza, exemplares entre as dezenas de milhares de itens bibliográficos de minha biblioteca.

Apesar de, para alguns, ser um professor “severo”, creio que essa característica pode ser relativizada, em especial se dada por alunos que queriam, só, facilidades ou não se “aplicavam” nos estudos. Eu nunca encontrei dificuldade nas disciplinas do ilustre professor conterrâneo.

Sua importância na Educação em Imperatriz foi reconhecida para além do carinho de seus alunos. A Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz, criada em 1970, tem seu nome...

... e completou ontem, 22 de outubro de 2020, MEIO SÉCULO de existência e grandes serviços prestados sobretudo às mentes adolescentes de Imperatriz e região.

* EDMILSON SANCHES

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Fotos:
O professor caxiense Osvaldo Ferreira de Carvalho (1933-1991) com a esposa, Hermínia, os amigos e colegas professores José de Ribamar Fiquene e Liratelma Alves Cerqueira, e os amigos, conterrâneos caxienses e colegas professores Jacques Inandy Medeiros, Antônio Carlos Medeiros e Antônio Augusto Ribeiro Brandão.

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Dia 22 de outubro é a data da criação, em 1970, da Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz (Decreto nº 09/70).

A Biblioteca foi criada pelo, à época, prefeito Renato Moreira e “descriada”, ao longo desses 50 anos, pela falta de amor e decisão verdadeiros acerca da importância do livro, da leitura e do conhecimento para a transformação – para melhor – da vida de pessoas e comunidades.

Doei milhares de livros e revistas e outras publicações para a Biblioteca Pública de Imperatriz e para as bibliotecas da Uema (hoje Uemasul) e da UFMA, além de outras entidades.

Quando fui secretário municipal de Comunicação e Cultura, instruí a direção da Biblioteca para que, em vez de atender no balcão estudantes e demais pessoas, reorganizasse-se para deixar que os interessados “passeassem” por entre as fileiras de estantes...,

... tivessem, no ritmo de cada um, a atenção chamada por uma lombada, uma capa, um sumário...,

... fosse permitido escorrer os dedos por entre as páginas, folheando e “sentindo” cada exemplar...,

... que cada um parasse e se deparasse frente à obra que procurasse e outras que lhe instigassem...

Enfim, cada interessado deveria fluir como água por entre as margens feitas de estantes e livros.

Que cada um navegasse pelo leito daqueles oceanos de celulose e tinta que são os livros.

Foi feito. E até hoje permanece assim.

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Nem de longe a Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz está à altura da cidade e da pessoa que lhe dá o nome. Apesar dos seus cerca de 27 mil itens bibliográficos, ainda imperam a desatualização do acervo, a “humildade” das instalações (para dizer o mínimo), a desvontade do Poder Público para com ela.

A Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz tem o nome do professor Osvaldo Ferreira de Carvalho (falecido), que era titular no curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (Uema, hoje Uemasul). Era meu conterrâneo de Caxias e foi meu professor em algumas disciplinas. Dominava vários idiomas. Ele era o feliz proprietário de um automóvel de idade “avançada” e, aqui e acolá, eu tinha de pagar um "preço" pela carona que o professor insistia em dar: empurrar o carro até “pegar”...

Em algumas vezes, após as aulas, ou em dias previamente combinados, o professor Osvaldo e eu sentávamos em algum bar e tomávamos longas doses de cultura e saudades, lembrando a terra que nos viu nascer – Caxias – e refletindo sobre o mundo, as “coisas” e a Fé que nos permitiram (sobre)viver.

Saudades do meu amigo e conterrâneo Osvaldo Ferreira de Carvalho.

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A Biblioteca localiza-se na Rua São Domingos, nº 10, Bairro Beira-rio. Fica aberta das 8h às 18h, ininterruptamente. Menos de vinte servidores estão à disposição, na gestão da Casa e no atendimento a alunos e demais interessados. O telefone: (99) 3523-0519.

No próximo 29 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Livro. A data lembra a fundação da Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro/RJ), ocorrida dia 29 de outubro de 1810.

* EDMILSON SANCHES.

Fotos:
1 – O professor caxiense Osvaldo Ferreira de Carvalho com a esposa, Hermínia Maria Lisboa de Carvalho;
2 – Osvaldo Ferreira com a irmã Oseneide e os filhos Aimée e Wladimir;
3 – O professor Osvaldo quando mais jovem;
4 e 5 – A Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz, que completou 50 ANOS nessa quinta-feira, 22 de outubro de 2020.