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Antes de setembro de 2018, era comum ver os corredores do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, tomados por estudantes da rede pública ou privada. A visita fazia parte de um roteiro tradicional das escolas. Para meninas e meninos, era difícil não ficar impressionado ao ver de perto o maior meteorito já encontrado no país. Ou os fósseis de dinossauros e a coleção de múmias egípcias, que eram capazes de transportar os curiosos para aventuras distantes.

Um incêndio devastador, no entanto, trouxe perdas materiais irreparáveis, com 85% do acervo destruído, no dia 2 de setembro daquele ano. Além das perdas materiais, a tragédia também interrompeu as experiências educativas e lúdicas que ocorriam no local. Perdeu-se um espaço histórico que favorecia o conhecimento e atiçava a imaginação de crianças, adolescentes e até adultos.

“É interessante que os principais relatos que a gente ouve do público são no sentido de ter visitado o museu em algum momento com a escola. São memórias muito positivas. E é importante ressaltar que esse era o primeiro contato, mas havia um público bem grande que vinha de maneira mais espontânea, por ter uma relação antiga de amor com a instituição”, conta Igor Rodrigues, atual chefe da Seção de Assistência ao Ensino do museu.

No próximo dia 6 de junho, o Museu Nacional completa 205 anos de existência. Desde 2021, está em curso o processo de reconstrução do prédio e de reorganização do acervo. Este último, a partir de peças recuperadas e de outras obtidas por meio de doações. Paralelamente, projetos e atividades educativas continuam a ser tocados por aqueles que trabalham no museu.

“Temos, agora, uma oportunidade de reestruturar essa instituição e trazer mais dinamismo para ela. Que seja mais conectada com o século XXI e foque nessa relação com o público”, prevê Igor Rodrigues.

“Nós ampliamos o nosso portfólio de projetos. Temos, por exemplo, o projeto Museu Nacional Vive nas Escolas, que faz visitas regulares em escolas sorteadas. Temos um material didático que continua sendo desenvolvido há 70 anos, que é emprestado sem custo para os professores. E queremos que, em breve, possamos inaugurar exposições no museu reaberto, que tragam, também, essa dimensão educativa”.

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, reforçou essa tradição pedagógica do museu e os planos para que a instituição amplie a capacidade de construir e divulgar conhecimento científico.

“A questão educativa do museu faz parte do nosso DNA desde o início. E as novas exposições estão sendo concebidas não apenas com o olhar do cientista e do divulgador, mas também com o olhar dos educadores. Precisam fazer sentido para esses profissionais que atuam na educação e dialogar com o interesse do público no geral”.

As comemorações pelos 205 anos de criação do Museu Nacional começam neste domingo (4) com eventos culturais e recreativos gratuitos na Quinta da Boa Vista, no Bairro de São Cristóvão.

História bicentenária

O museu foi criado no governo de D. João VI, em 6 de junho de 1818, quando o Rio de Janeiro era a capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Naquela época, o nome escolhido foi Museu Real.

O lugar foi planejado para abrigar coleções de interesse científico. Entre elas, o acervo da Casa de História Natural, que já existia desde 1784 e reunia produtos de mineralogia, artefatos indígenas e aves empalhadas.

Inicialmente, a sede do museu ficava no Campo de Santana, região central da cidade. Com a Proclamação da República, em 1889, passou a se chamar Museu Nacional.

Em 1892, o acervo e os pesquisadores foram transferidos para o Paço de São Cristóvão, prédio na Quinta da Boa Vista, que havia sido residência oficial da Família Real Portuguesa e da Família Imperial Brasileira até 1889.

O famoso antropólogo Roquette-Pinto foi diretor do museu de 1926 a 1935. Nesse período, a instituição passa a construir o caráter educativo pela qual ficaria conhecida. Para o antropólogo, o museu deveria ser a “universidade do povo”.

O edifício-sede foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, quando a instituição já possuía o maior acervo de história de ciência natural da América Latina. O museu passou a ser comandado, em 1946, pela então recém-criada Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A relação se mantém até hoje.

Um dos itens mais importantes do acervo era o fóssil humano batizado de Luzia. Achado em Lagoa Santa, Minas Gerais, em 1974, fazia parte da coleção de Antropologia. Luzia é considerada a habitante mais antiga das Américas.

Também se destacava o Bendegó, o maior meteorito encontrado no Brasil, com 5,36 toneladas. Originário de uma região do sistema solar entre os planetas Marte e Júpiter, ele tinha 4 bilhões de anos e foi achado no sertão da Bahia. Foi incorporado ao acervo do museu em 1888.

Outra coleção valiosa era a de múmias egípcias, compradas pelo então imperador Dom Pedro em 1826. Considerada a maior da América Latina, tinha múmias de adultos, crianças e também de animais, como gatos e crocodilos. A maioria das peças veio da região de Tebas, cidade do Antigo Egito.

Processo de recuperação

Depois que as chamas cessaram, teve início um longo processo de recuperação do Museu Nacional. As primeiras obras emergenciais, para retiradas dos escombros e resgate do que sobrou do acervo, começaram no dia 26 de setembro de 2018. Em outubro, foi anunciado que partes do crânio e do fêmur de Luzia haviam sido encontrados.

No ano seguinte, mostras temporárias, com peças resgatadas ou não atingidas pelo fogo, foram montadas com o apoio de outras instituições, como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e o Museu Casa da Moeda.

Em maio de 2019, foram apresentadas peças da coleção egípcia que puderam ser recuperadas. Em agosto, terminaram as obras emergenciais. No mesmo mês, o museu anunciou que conseguiu resgatar peças das coleções da Itália, Egito, Japão, Peru e Nova Zelândia.

Em setembro de 2020, foi anunciado resgate de 30% da Coleção Imperatriz Teresa Cristina, que reúne objetos produzidos entre os séculos VII a.C e III d.C em Pompéia, Herculano e Veio.

Em setembro de 2021, o Museu Nacional/UFRJ e Comitê Executivo do Projeto Museu Nacional Vive lançaram a Campanha para Recomposição de Coleções. Nos 13 meses seguintes, seriam mais de mil itens históricos e científicos doados. Entre eles, minerais, animais taxidermizados, fósseis, materiais arqueológicos, exemplares das culturas africanas e indígenas.

As obras de restauração das fachadas e dos telhados do Paço de São Cristóvão, que abrigava o museu, começaram em novembro de 2021. Pouco menos de um ano depois, em setembro de 2022, os trabalhos na fachada principal foram concluídos.

Para este ano, estão previstos a entrega da reforma da Biblioteca Central e do Campus de Pesquisa e Ensino, assim como a conclusão do bloco 1. As obras em outros três blocos devem começar até o fim de 2023.

O cronograma coloca o período de 2024 até 2027 como o de conclusão das obras no interior, nos jardins, a montagem da exposição e, finalmente, a reabertura total do Museu Nacional. O custo total deve ficar próximo de R$ 450 milhões.

“Até abril de 2026, esperamos abrir parte do museu para a visitação. Estamos lutando para isso e vamos apresentar, em breve, uma nova proposta em relação a isso. Enquanto isso, convocamos o público para participar dessa reconstrução e acompanhar, pelas mídias sociais, todo o trabalho que está sendo feito”, disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner.

(Fonte: Agência Brasil)

Os governos do Brasil e da Argentina assinaram, nesse sábado (3), uma declaração conjunta para fortalecer ações coletivas de apoio às economias culturais dos dois países. A declaração foi efetivada durante a realização da 7ª edição do Mercado de Indústrias Culturais Argentinas (Mica), em Buenos Aires, evento para o qual o Brasil é convidado de honra.

O texto afirma ainda a necessidade de se fortalecer a capacitação, formação e educação digital de trabalhadores da cultura – para que o avanço na digitalização não implique maiores níveis de exclusão –, e realça a centralidade do Mercosul Cultural para ambos os governos, assim como a necessidade de continuar trabalhando para fortalecer e aprofundar a integração regional no setor.

A declaração ocorre após o Brasil assumir, simbolicamente, a presidência pro tempore (provisória) do Mercosul Cultural. Com duração de seis meses, a gestão brasileira começa oficialmente em julho.

Inicialmente, estava prevista a assinatura de um Protocolo para o Fomento à Coprodução de Filmes de Longa-Metragem entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales, mas, conforme informou a assessoria do Ministério da Cultura (Minc), o documento ainda recebe ajustes finais em seus termos.

Agência

Principal foro multilateral de atuação do Ministério da Cultura no continente americano, o Mercosul Cultural reúne uma agenda temática do bloco voltada para o delineamento de programas conjuntos com ênfase na integração de políticas e planos nacionais de cultura, o desenvolvimento de estudos, a integração de sistemas de informação e estatísticas de cultura, a circulação de bens e serviços culturais, a promoção do intercâmbio técnico e artístico, universalização do acesso à cultura e gestão do patrimônio cultural e valorização da memória social e da diversidade cultural da região.

O grupo trabalha de forma ampliada com os quatro Estados Partes do bloco: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e sete Estados Associados (Chile, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname). As reuniões regulares são realizadas semestralmente.

“A liderança de Argentina e Brasil, junto com o esforço que realizam todos os Estados-Membros do bloco, é fundamental para estabelecer um Mercosul Cultural forte, que possa gerar acordos concretos a nível regional para enfrentar de maneira conjunta os desafios do setor cultural e contar com critérios comuns nos momentos de participação em outros foros, organismos e blocos multilaterais”, diz o texto da declaração.

O documento também aborda a importância de fortalecer as políticas culturais de base comunitária por meio do apoio a iniciativas artísticas e culturais que “promovam a inclusão social, a identidade local e a participação cidadã”, além de ressaltar a necessidade da promoção de ações coletivas de apoio às economias culturais, "que são motor de crescimento econômico, de geração de postos de trabalho e fontes de inovação".

A declaração representa uma sinalização dos dois países em fortalecer as cadeias de valor de todos os setores das indústrias culturais para a região de forma articulada. O entendimento é de que o segmento cultural tem papel fundamental para impulsionar o desenvolvimento dos países do continente e "sua capacidade de gerar mudanças sociais estruturais que promovam sociedades mais inclusivas, acessíveis, diversas e equitativas”, para garantir o desenvolvimento sustentável. O texto também reitera a necessidade de incorporar a cultura como um objetivo específico entre os próximos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

“Em um mundo interconectado no qual existem desafios globais, tanto as ações individuais como as políticas públicas implementadas por um país têm impacto sobre o conjunto. Sem perder a originalidade e conscientes da importância da diversidade cultural, é fundamental gerar acordos globais com vistas ao futuro”, diz a declaração.

O documento termina com o entendimento entre os dois países no sentido de atualizar o marco normativo da relação cultural, com base na proposta argentina de um memorando de entendimento sobre cooperação em matéria cultural entre os ministérios da Cultura do Brasil e da Argentina.

Mica

Maior evento de cultura no país vizinho, o Mica 2023 tem o Brasil como convidado de honra. Com seminários, palestras, shows, encontros entre produtores culturais, entre outras programações, o movimento tem por objetivo articular os setores das indústrias culturais, para potenciar os intercâmbios comerciais, artísticos e intelectuais entre os dois países.

A intenção é fortalecer os vínculos institucionais, comerciais e artísticos com o Brasil, para a divulgação da cultura dos dois países e a concretização de negócios.

(Fonte: Agência Brasil)

Enquanto manuseava carreteis, linhas e agulhas, a mente de Gabriela Sarmento vagava à procura de um tema para o trabalho de conclusão do curso de Belas Artes, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). E, aí, veio a ideia de juntar três elementos centrais na formação da própria identidade: a costura, o Carnaval e a cultura negra. O TCC entregue em 2021 tratou das roupas usadas pelas baianas nas escolas de samba do Rio de Janeiro, uma das alas mais tradicionais da Sapucaí. Além da parte teórica, ela apresentou uma boneca de pano com fantasia de baiana inspirada nos tempos mais remotos da folia.

O projeto foi além do diploma: hoje, ela confecciona e vende as bonecas na internet. Elas têm 30cm de altura, podem ser personalizadas nas cores de todas as escolas de samba e custam R$ 80. 

“Dentro da faculdade de Artes, eu sentia essa necessidade de falar sobre arte brasileira e indumentárias a partir de uma ótica que não fosse europeia. Eu não via nada sobre isso nas disciplinas que cursava. Então, decidi pelo tema para mergulhar um pouco mais nesse universo e fazer uma crítica com relação a essa ausência no curso”, recorda. “Quando eu comprei a minha primeira máquina de costura e passei a produzir um pouco mais, tive a ideia de fazer uma boneca de pano à mão. Eu não queria que fosse uma boneca de plástico, tipo uma Barbie, porque achava que ela não teria a estética que eu gostaria”.

A estética escolhida por Gabriela Sarmento, que hoje tem 27 anos e mora em Realengo, zona oeste da cidade, traz referências de uma cultura ancestral e diaspórica. As bonecas negras de pano com vestes tradicionais remetem às raízes africanas, aos costumes das mulheres que foram escravizadas e trazidas para a América portuguesa e, finalmente, aos trajes das “tias baianas”. Estas últimas eram recém-libertas e costumavam trabalhar como cozinheiras e vendedoras de quitutes pelas ruas do país no fim do século XIX e início do XX.

No Rio de Janeiro, as casas de muitas delas passaram a ser lugares de reunião, onde se realizavam cultos de religiões afro-brasileiras, rodas de capoeira e ensaios de música. O samba nasceu em ambientes como esses. Por isso, é comum dar a elas o título de “matriarcas do samba”. Esse reconhecimento veio a partir de alas específicas em blocos e ranchos carnavalescos e nas agremiações que começaram a desfilar na virada da década de 1920 para a de 1930. E continua até os dias atuais: as baianas compõem uma ala obrigatória do Carnaval carioca.

De lá para cá, as fantasias passaram por várias modificações. O processo de modernização começou na década de 1960. A partir da base tradicional, foram inseridos novos elementos de acordo com a criatividade do carnavalesco. Hoje, as fantasias podem pesar até 15kg. Bem diferente do que era no passado.

Para chegar a um resultado mais fiel do que eram as vestimentas tradicionais, Gabriela pesquisou referências bibliográficas e entrevistou baianas mais experientes. Uma delas foi a Tia Nilda, que estreou na função, em 1979, na Mocidade Independente de Padre Miguel. Ela lembrou que a fantasia tradicional incluía apenas turbante, pulseiras, uma bata leve e, por baixo, uma anágua com conduíte.

Para Gabriela, as bonecas são mais do que objetos decorativos. Funcionam como suporte material de uma cultura construída, historicamente, por mulheres negras que deve ser preservada. Ela defende que os carnavalescos deem maior protagonismo às baianas que desfilam na Sapucaí na hora de planejar as fantasias. Seria a melhor maneira de não descaracterizar completamente uma tradição de tantos anos, carregada de significados sociopolíticos.

“As bonecas contam parte dessa história das baianas, porque trazem um pouco de como eram as fantasias lá atrás quando as escolas de samba começaram. Então, são um símbolo daquela época e do papel das mulheres negras. E podem servir ainda como material educativo. Seja para as crianças, seja para os adultos, são uma forma de estudar e conhecer mais desse passado”.

Quilombo do Samba

O trabalho de Gabriela também está integrado ao grupo Quilombo do Samba, do qual faz parte, e que ajuda a divulgar as bonecas. Ele foi formado em 2019 com profissionais de diferentes áreas (artes, pedagogia, biologia e publicidade) com o propósito de estudar e divulgar a contribuição da população negra para o samba. O grupo se equilibra entre o meio acadêmico e as atividades do universo do Carnaval.

Guilherme Niegro, de 32 anos, é um dos integrantes. Pedagogo e especialista em relações étnico-raciais, ele pesquisa a influência bantu, grupo etnolinguístico que vive na África subsaariana, no Carnaval brasileiro. Além de pensar em artigos científicos e cursos de extensão, o Quilombo do Samba quer produzir conhecimento sobre o protagonismo negro atual nos desfiles.

“Começamos a organizar conversas pela internet com pessoas do mundo do samba, e elas tiveram um grande alcance. Percebemos o potencial disso. Entrevistamos pessoas como porta-bandeiras, intérpretes, presidente da Liga-RJ. Foram 52 entrevistas. Depois, fomos nas quadras, nos barracões da Série Especial e da Série Ouro. Com foco sempre em destacar o papel das pessoas pretas que constroem o Carnaval”.

(Fonte: Agência Brasil)

Alice passa por um transtorno alimentar. Em outra história, as pessoas estão contaminadas por um vírus que faz com que fiquem vidradas no que passa no celular. Esses dois temas tão sérios são abordados em curtas-metragens de ficção dirigidos por duas alunas de escolas públicas brasileiras.

Os trabalhos delas foram selecionados por um programa internacional e serão exibidos, da próxima segunda-feira (5) até quarta-feira (7), em um evento em Frankfurt, na Alemanha, com a presença do renomado diretor Wim Wenders.

Talita Santos, de 14 anos, diretora de Alice (10 minutos), mora em Camaçari (BA), e está no nono ano do ensino fundamental. Ela explica que o tema do transtorno alimentar abordado em seu trabalho foi inspirado no que ela acompanha na vida real. “A gente se aprofundou nessa história porque vemos vários casos mesmo em relação a tudo isso. Se você não procura uma ajuda, a pessoa acaba se maltratando”. 

A menina conta que o problema é influenciado por “pessoas tóxicas”. A filmagem demorou três dias, e os colegas de turma ajudaram na produção, roteiro e atuação. A jovem cineasta se surpreendeu com o que aprendeu, já que gostava mais das aulas de matemática.

O gosto pelo cinema ganhou força depois do que foi ensinado pela escola. Passou até a ver com outros olhos a janela para o mundo que tem na sala de casa, uma televisão e filmes de ação. Alice pensa no futuro que pode fazer uma faculdade de direito ou mesmo aprender mais sobre a Sétima Arte. 

Talita é a caçula de seis filhos de Eugênia Santos, de 46 anos, atualmente desempregada, e precisa do Bolsa-Família para sustentar a casa, na comunidade de Sítio Verde. A mãe ficou emocionada quando descobriu que o trabalho da menina havia sido selecionado e que a jovem até viajaria de avião para a Alemanha. “Ela falou pra mim que estava fazendo um curso e depois me falou que o filme tinha sido escolhido. Eu não acreditei”. Só acreditou depois que os funcionários da escola explicaram a história. 

Diretor famoso na plateia

Dona Eugênia ouviu que a filha apresentaria o trabalho no Encontro Internacional da rede Cinema, Cem anos de juventude, com a presença de estudantes, educadores e cineastas de organizações de 15 países, dedicadas ao ensino do cinema e do audiovisual na educação básica.

O renomado e premiado diretor alemão Wim Wenders é o padrinho deste evento e estará presente para a exibição e debate de filmes com os jovens presentes, com idades entre 10 e 18 anos.

Foram selecionados estudantes que participaram de oficinas de cinema oferecidas pelo Programa Imagens em Movimento (PIM) para apresentar os curtas na Europa. A iniciativa é uma parceria com a Rede Cinema, que tem 16 organizações internacionais ligadas ao ensino do cinema.

“Estamos reféns da tecnologia” 

A outra jovem cineasta encantada pela câmera que já está na Alemanha e pronta para apresentar o filme Vírus (10 minutos de duração) para o mundo é ainda mais jovem. Letícia da Silva tem 13 anos e está no oitavo ano do fundamental. Ela mora em Várzea Paulista.

“Eu sempre fui apaixonada por filmes. Eu comecei assistindo algumas franquias de filmes de ação. Até eu já tive também o sonho de ser atriz”.

A inspiração para o filme, sobre o uso exacerbado da tecnologia pelos jovens, também foi inspirado ao que ela via por onde passava.

"Nós estamos sendo reféns da tecnologia. Precisamos tomar cuidado”. A menina recorda que o filme foi produzido antes e depois das ameaças de ataques a escolas brasileiras. “Primeiro, com tudo o que víamos, tivemos receio. Mas depois a gravação foi muito incrível e divertida”.  A garota, mesmo tão jovem, já pensa no futuro, mas por enquanto, só quer se divertir. Letícia pretende estudar biologia marinha.

O pai da menina, Francisco Paulo Silva, de 36 anos, ficou entusiasmado e surpreso com a novidade da filha. “Eu não sou muito de cinema. Mas a minha filha gosta desde pequena”. Ele é ajudante de logística de uma empresa de refrigerante, e a mãe da menina ajuda nas despesas da casa com trabalho de confeiteira.

Mergulho

O programa Imagens em Movimento nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 2011, idealizado pela professora Ana Dillon, que é mestre em cinema pela Universidade de Sorbonne (França). O projeto tem o objetivo de oferecer gratuitamente oficinas de cinema a alunos do ensino médio e fundamental. Ana entende que as aulas promovem um mergulho de reflexões junto aos alunos.

“As crianças estão em contato com o mundo contemporâneo cada vez mais cedo. Quando a gente trabalha com cinema nas escolas, a gente está começando a conversar sobre uma espécie de alfabetização para uma linguagem com a qual elas já estão em contato”. 

Para Ana Dillon, as oficinas despertam conversas sobre emoções. “Às vezes, experiências difíceis, relações familiares problemáticas, questões da adolescência. A gente promove a capacidade de eles se expressarem e falarem sobre o que estão vivendo”. 

(Fonte: Agência Brasil)

O filme curta-metragem Desova, que fala sobre desaparecimentos forçados na Baixada Fluminense, venceu, nesta semana, o 12º Festival Internacional de Cine Político (Ficip), em Buenos Aires, na categoria Melhor Curta. Finalizado em 2022, foi a primeira exibição pública da produção. 

Dirigido e roteirizado por Laís Dantas e produzido pela Quiprocó Filmes, Desova retrata as consequências na vida de mães que perderam seus filhos nessa situação, ainda recorrente na região. A produção foi apresentada pelo Fórum Grita Baixada e viabilizada por uma emenda parlamentar de 2020, do então deputado federal Marcelo Freixo. 

O trabalho também incluiu a pesquisa Mapeamento Exploratório sobre Desaparecidos e Desaparecimentos Forçados em Municípios da Baixada Fluminense, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). 

Aos 28 anos, Laís é cria de Duque de Caxias, na Baixada, e já assinou a direção de projetos no Canal Brasil, Instagram, Porta dos Fundos, Quebrando o Tabu e Instituto Marielle Franco. Entre eles, a direção de fotografia do curta A Mulher do Fim do Mundo, dirigido por Geo Abreu; do mini-doc Respeita Nosso Sagrado, dirigido por Fernando Sousa e Gabriel Barbosa; e do longa Rio, Negro

Em conversa com a Agência Brasil, a jovem cineasta explica que Desova busca compreender as dinâmicas do desaparecimento forçado de pessoas, que incluem técnicas do Estado de desaparecer com corpos, bem como a tentativa de mães e parentes das vítimas em lidar com esse trauma, por meio da criação de grupos e coletivos de apoio. 

Agência Brasil:

Como tratar um tema tão difícil em uma produção artística audiovisual?

Laís Dantas: 

Desova é um filme sobre desaparecimentos forçados, mas ele é totalmente centrado nas mães que perderam os filhos. O Fórum Grita Baixada fez umas ações com arte terapia com essas mães e a gente acompanhou essas sessões, né? A gente tentou criar um filme todo baseado na visão das mães, é um filme mais delicado. A gente vai trazer um pouco da religião também, de como essas mães lidam com o seu luto. O que fica depois que acontece essa tragédia. A gente traz um pouco como elas lidam com isso, depois da perda. 

Agência Brasil

Uma das questões mais duras no desaparecimento forçado é que se trata de uma dor que não tem encerramento, em função da ausência do corpo.

Laís Dantas: 

O maior desafio de fazer esse filme é a ausência do corpo. Muitas vezes, ali durante o roteiro, eu me vi sem chão, como trazer para o filme de uma forma menos dura, que não deixa de ser duro, mas tem uma poesia ali na narrativa que eu criei. 

Agência Brasil

Como nasceu a ideia do filme?

Laís Dantas: 

Esse filme chega a convite da Quiprocó, que já tem uma parceria com o Fórum Grita Baixada. Eu já trabalho com a Quiprocó como diretora de fotografia e sou cria da Baixada Fluminense, cria de Duque Caxias. Então, eu começo a produzir imagens a partir do meu território e as pessoas sempre falaram que eu tenho um olhar muito sensível. Eles estavam atrás de uma diretora sensível, com outra perspectiva para contar essa história de uma forma menos dura. 

Agência Brasil

O desaparecimento forçado é uma questão violenta muito presente na Baixada Fluminense?

Laís Dantas: 

Acho que a gente, no filme, traz um pouco dos relatos da América Latina, mas falando da Baixada, é uma realidade da Baixada Fluminense, e falando a partir do meu conhecimento. A gente cresce ali, meio que dentro dessa realidade, meio que sem saber o que está acontecendo. A partir do filme, eu começo a entender quais são esses fatores, porque a gente vai ter o Estado e a gente vai ter o tráfico ao mesmo tempo. É uma realidade que está ali e que não tem política pública para isso. Fica muito assim: aconteceu. Quem resolve? Quem olha por essas mães? Como se lida com isso tudo, sabe? 

Agência Brasil

E como esse filme pode impactar a comunidade na Baixada para melhorar a vida dessas pessoas que sofrem com esse problema?

Laís Dantas: 

É muito louco, porque quando a gente começa a filmar, as mães olham para a gente com um olhar muito de “caramba, mais um filme, vai resolver meus problemas”. Eu espero que esse filme abra muitas portas para o diálogo sobre a importância de se criar política pública para esse enfrentamento, para a dinâmica do desaparecimento. Que as pessoas entendam o que é, que tudo muda quando alguém desaparece. Um desaparecido desapareceu, mas o que é isso? O que isso causa? Espero que abra mais portas para esse diálogo.

Agência Brasil

Desova estreou no 12º Festival Internacional de Cine Político e já foi premiado. Como foi essa experiência?

Laís Dantas: 

Foi um festival incrível, foi a primeira vez que eu saí do Brasil, inclusive. Primeiro festival como diretora. A gente participou da categoria de curtas-metragens internacional, concorremos com filmes de vários países, como Paquistão, México, Bolívia. Foi incrível, fiquei muito emocionada, não esperava ganhar. Porque, apesar de ser um filme que ficou pronto no ano passado, foi um processo muito louco, meio truncado. Se inscrever em festival, primeiro festival, ganhar fora do país. O tema é tão duro, eu não sabia nem se eu ficava feliz ou se eu ficava triste, foi um misto de emoções, sabe? Muita emoção de ganhar, feliz com tanta história, com tanta coisa, meu Deus. Mas foi incrível e o festival é de cinema político, então tinha muitos filmes com essa temática também, então ir lá assistir e aprender também foi muito incrível. 

Agência Brasil

O prêmio dá mais visibilidade para o tema. Você tem algum comparativo sobre a situação dos desaparecimentos forçados em outros lugares?

Laís Dantas: 

A gente tem registros na América Latina, na Argentina isso acontece, também no México. A gente consegue ter um panorama sobre o que as pessoas estão criando a partir dos seus territórios. Nem todos os filmes foram sobre desaparecimentos forçados, mas é um tema caro para eles, é algo que acontece. Veio até uma senhora me perguntar, “ah, mas não é uma técnica da ditadura e tal?” As pessoas veem muito os desaparecimentos que acontecem aqui no Brasil como uma técnica só da ditadura, parece que isso só aconteceu lá e não aconteceu no governo Lula, não aconteceu no governo Bolsonaro. 

Agência Brasil

Podemos citar, por exemplo, o caso Amarildo, de 2013, os três meninos de Belford Roxo, de 2021, os 43 estudantes do México de 2014...

Laís Dantas: 

Sim, não é uma prática exclusiva de um período político. Baixada Fluminense, periferia. As pessoas questionam, mas continua acontecendo.

(Fonte: Agência Brasil)

A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, participou nessa sexta-feira (2), em Buenos Aires, da passagem simbólica da presidência pro tempore (provisória) do Mercosul Cultural para o Brasil. Com duração de seis meses, a gestão brasileira terá início oficialmente em julho. A presidência do Mercosul Cultural segue a rotatividade semestral do Mercosul.  

Na capital argentina, Margareth Menezes participa da 54ª Reunião de Ministros da Cultura do Mercosul, com os representantes da Argentina, do Uruguai, Paraguai, Chile, da Colômbia e do Peru. A reunião de ministros da Cultura é considerada o órgão máximo para atuação e deliberação das autoridades nacionais do setor. 

No evento, a ministra Margareth Menezes comentou as diretrizes que vão nortear os trabalhos conjuntos de fortalecimento do setor, no próximo semestre. A ministra destacou a necessidade de união dos países, para que a humanidade tenha mais compreensão de sua diversidade natural e de ampliação das fronteiras entre eles para disseminação de livros e leitura, produção audiovisual e relações tecnológicas. Ela enfatizou a necessidade de uma relação mais potente no vetor da economia da cultura e de fortalecer a todos nessa estrutura.

Segundo a ministra, o Brasil se compromete, de maneira mais enfática, a dar a devida atenção para a continuidade das ações do Mercosul Cultural.

A presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, que integra a comitiva brasileira na viagem à Argentina, destacou o momento que o país vive atualmente. “É muito importante para o Brasil, na retomada democrática, a retomada das políticas públicas para a cultura e tratar nesse contexto as políticas para memória”.

Maria é filha do guerrilheiro comunista baiano e ex-deputado Carlos Marighella, morto em 1969, após aderir à luta armada contra a ditadura militar.

Programação 

Ontem, os participantes do encontro discutiram, também, o tema Aportes da Cultura para o Desenvolvimento Sustentável.

Neste sábado (3), os ministros da Cultura dos países do Mercosul assinarão, em Buenos Aires, o Protocolo para o Fomento à Coprodução de Filmes de Longa-Metragem entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales, da Argentina.

(Fonte: Agência Brasil)

Os ministros da Cultura do Mercosul reconheceram, nessa sexta-feira (2), o Museu Sítio de Memória Esma (Escuela de Mecánica de la Armada) como patrimônio cultural do Mercosul. A aprovação ocorreu durante a 54ª Reunião de Ministros da Cultura do Mercosul, em Buenos Aires, na Argentina. 

A instituição busca preservar a memória das vítimas e promover a conscientização sobre as violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983). 

Segundo o Ministério da Cultura, o reconhecimento da Esma como patrimônio do Mercosul contou com contribuição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A notícia era aguardada pelos argentinos. 

Repercussão

A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes (foto), esteve entre as autoridades que entregaram o certificado, em visita às instalações do Museu Sítio de Memória Esma. 

Ela disse que o Brasil também precisa ter um memorial sobre o período ditatorial vivido pelo país. “Também passamos, no Brasil, sobre essa questão da ditadura e da tortura e esta é uma memória muito cara ainda para nós, que também estamos na busca de ações com esta magnitude de ter um memorial. [O objetivo é] que se reflita nas próximas gerações e que até para que a nossa geração também reflita sobre o direito à vida, à liberdade e à democracia”, afirmou. 

Ela destacou que, na comitiva brasileira em viagem a Buenos Aires, está a presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, filha do guerrilheiro comunista baiano e ex-deputado, Carlos Marighella, morto em 1969 após aderir à luta armada contra a ditadura militar.   

“Essa ação do Mercosul fortalece a chamada de atenção de todos nós, da América Latina, e também do mundo. Porque não queremos mais nenhuma instalação de poder, onde a liberdade de expressão e a liberdade de ideias sejam condenadas, onde a tortura seja o cerceamento da palavra, o que é uma gravidade”, salientou.

A presidente da Funarte, Maria Marighella, disse estar emocionada com a aprovação do Esma como Patrimônio Cultural do Mercosul, por ser local de memória das vítimas argentinas da ditadura do país vizinho.

Memória

“É com muita emoção que chegamos nesse sítio de memória, nesse espaço que agora é um espaço cultural do Mercosul. Sabemos que a memória é direito de um povo, refunda sonhos e, com a força da cultura, fundaremos esse Brasil, essa América Latina de justiça e igualdade de amanhã”, acrescentou.

O ministro dos Direitos Humanos da Argentina, Horacio Pietragalla Corti, disse que este foi o primeiro prédio destinado à memória das vítimas da repressão argentina.

“Entendemos o Esma [como um lugar] emblemático do que foi a ditadura militar não somente para Argentina como para região. Quando começamos a pensar com as autoridades sobre o reconhecimento do museu, compreendemos que este é um prêmio à Argentina. É para toda a América Latina e para os mais de 300 mil presos e desaparecidos em toda a pátria grande. Então, é um prêmio à luta, à resistência, àquele familiar que ainda segue na luta pela justiça, pela memória e pela verdade”, explicou. 

O ministro da Cultura argentino, Tristán Bauer, agradeceu a presença da ministra da Cultura do Brasil e dos demais ministros da Cultura do Mercosul por terem votado a favor da concessão do certificado de patrimônio cultural do bloco dos países sul-americanos ao Museu Sítio de Memória. “Este é um ato humanitário e bom para a humanidade. E é importante para que essas histórias não se repitam nunca mais”, acentuou.  

Esma

A Esma foi uma instituição militar até 1983, quando a democracia retornou ao país. O local foi reconhecido como um dos principais centros clandestinos de detenção, tortura, desaparecimento e extermínio de perseguidos pelo regime militar argentino. Em 2004, o governo da ex-presidente Cristina Kirchner transformou o prédio em um espaço de memória e museu e o chamou de “Espacio para la Memoria y para la Promoción y Defensa de los Derechos Humanos” ou Museu Sítio de Memória Esma. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Projeto Craques do Amanhã, escolinha de futebol desenvolvida com os patrocínios do governo do Estado do Maranhão e do Grupo Audiolar via Lei de Incentivo ao Esporte, completa oito meses de atividades no Campo do Verona, no Bairro Vicente Fialho, em São Luís. O Craques do Amanhã, que está em sua primeira edição, atende, gratuitamente, 80 crianças e adolescentes entre 8 e 16 anos, do sexo masculino e feminino, com atividades de iniciação e treinamento de futebol.

O principal objetivo do Projeto Craques do Amanhã é contribuir para o processo formativo e de saúde das crianças, estimulando a conclusão das etapas do ensino escolar, o respeito às regras da sociedade, a reflexão sobre uso de drogas e a violência, além de democratizar o acesso ao esporte e lazer.

As atividades do Craques do Amanhã são realizadas às terças e quintas, nos turnos matutino e vespertino, com os 80 alunos sendo divididos em quatro turmas. A escolinha tem um núcleo de desenvolvimento com um gestor-coordenador, um monitor-administrativo, um auxiliar-administrativo, um treinador-professor e um auxiliar técnico para atender as crianças e os adolescentes nos 12 meses de duração do projeto. Na abertura do projeto, os alunos receberam uniformes completos, bolsas e squeezes para jogos e treinamentos.

“Estamos felizes com o andamento do Projeto Craques do Amanhã, que já está mudando a vida de várias famílias na região do Vicente Fialho. Entendemos que o esporte é fundamental para a sociedade, e ver o crescimento de nossos alunos, como atletas e cidadãos, é muito gratificante. Agradecemos mais uma vez ao governo do Estado e ao Grupo Audiolar por todo o apoio para as atividades da escolinha”, diz Antônio Maria Pereira, coordenador do projeto.

Tudo sobre o Projeto Craques do Amanhã está disponível no perfil oficial da escolinha no Instagram (@craquesdoamanhaslz). Vale destacar que a primeira etapa da iniciativa social conta com os patrocínios do governo do Estado do Maranhão e do Grupo Audiolar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começam na próxima segunda-feira (5). Interessados em participar do certame, que será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro, têm até o dia 16 de junho para fazer o cadastro na Página do Participante. A taxa de inscrição é R$ 85 e deve ser paga até 21 de junho. 

edital com o cronograma e as regras para o Enem 2023 foi publicado no início do mês. Além de apresentar as datas e os horários do exame, o texto detalha os documentos necessários e as obrigações do participante, incluindo situações em que o candidato pode ser eliminado.  

A publicação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) traz também critérios para correção das provas e procedimentos para pessoas que precisam de cuidados especiais durante o concurso. 

Os gabaritos das provas objetivas serão publicados no dia 24 de novembro no portal do Inep. Já os resultados individuais serão divulgados no dia 16 de janeiro de 2024 no mesmo site.

(Fonte: Agência Brasil)

Os estudantes de medicina beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) poderão financiar até R$ 60 mil por semestre, anunciou, nessa quinta-feira (1º/6), o ministro da Educação, Camilo Santana. O novo valor representa um reajuste de 39,6% em relação ao teto anterior, que estava em R$ 42,9 mil semestrais. 

Em vídeo postado nas redes sociais, Santana disse que a decisão foi tomada para evitar a desistência de estudantes que não conseguiam arcar com as mensalidades do curso de medicina. Segundo o ministro, a determinação partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O novo teto entrará em vigor no próximo dia 14 e será aplicado não apenas aos novos financiamentos, mas aos financiamentos a estudantes já matriculados. Responsável por gerir o Fies, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) informou que o novo teto valerá apenas para os cursos de medicina, que têm mensalidades mais caras. Para os demais cursos, está mantido o valor máximo de R$ 42.983,70. 

Com o teto atual, os estudantes de medicina beneficiários do Fies conseguiam financiar R$ 7,14 mil de mensalidades, valor obtido pela divisão do valor semestral por seis meses. Caberia aos próprios universitários pagarem a diferença aos cursos, isso porque as mensalidades dos cursos privados de medicina variam de R$ 8 mil a R$ 12 mil. O novo teto permitirá o financiamento de mensalidades de até R$ 10 mil. 

Por meio do Fies, as instituições privadas de ensino superior recebem o valor financiado diretamente do FNDE. Em troca, o estudante começa a pagar o financiamento após receber o diploma. 

(Fonte: Agência Brasil)