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Mais de 16 mil vagas de estágio e de aprendizagem em todo o país serão oferecidas a partir de amanhã (12) em mais uma edição da Expo CIEE Virtual. Por meio da plataforma do CIEE, os estudantes vão poder acompanhar palestras, concorrer a bolsas de cursos de idiomas e conquistar uma vaga de estágio ou de aprendizagem. O evento é gratuito.

Será a terceira vez que a edição se realiza de forma on-line, e as inscrições devem ser feitas por meio da plataforma do CIEE.

Para se inscrever a uma das 12 mil vagas de estágio ou das 4 mil vagas de aprendizagem oferecidas, os estudantes devem acessar o estande virtual Universo CIEE a partir de amanhã (12). Nesse espaço, será possível tirar dúvidas, realizar o cadastro no banco de dados do CIEE e conhecer outras iniciativas da instituição. Para concorrer a uma vaga de estágio, é necessário ter vínculo com uma instituição de ensino e idade mínima de 16 anos.

Já aqueles que desejam entrar no programa de aprendizagem, é necessário ter entre 14 e 24 anos incompletos e cursar o ensino fundamental, o médio ou já ter concluído os estudos.

Além das vagas de estágio e de aprendizagem, o CIEE vai oferecer palestras sobre saúde mental, empreendedorismo e finanças pessoais, além de oferecer dicas para se destacar no processo seletivo. Segundo o CIEE, todas as palestras vão oferecer certificado de participação, que serão enviados automaticamente para os estudantes que acompanharem, ao menos, 60% do bate-papo.

(Fonte: Agência Brasil)

Até o dia 15 de novembro, o Palácio Itamaraty, em Brasília, apresenta a exposição Brasil 200 anos — Percursos da Diplomacia Brasileira, em homenagem ao Bicentenário da Independência do país. 

Por meio de 54 painéis com 4,4 m², além de fotos de documentos raros, incluindo mapas antigos e publicações do acervo do conjunto do Itamaraty no Rio de Janeiro, a mostra conta a história do país pela diplomacia durante 200 anos desde a proclamação da Independência por Dom Pedro I.

Organizada pela Fundação Alexandre Gusmão (Fenag), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), outro destaque da exposição são as imagens inéditas, de momentos e personagens marcantes nessa trajetória.

A exposição está aberta todos os dias, das 9h às 18h. 

Quem não puder visitar a mostra em Brasília pode conhecer a exposição virtualmente

(Fonte: Agência Brasil)

O deputado federal Juscelino Filho segue mostrando força nas agendas de sua campanha à reeleição pelo interior do Maranhão. São caminhadas, arrastões, motocarreatas e comícios que, a cada dia, atraem mais apoiadores do 4410. Depois do histórico evento em Vitorino Freire, no dia 3, Juscelino Filho já participou de grandes compromissos em São Mateus, Timon, Trizidela do Vale e Sucupira do Riachão.

“É gratificante e estimulante ver mais e mais maranhenses abraçando o 4410. Como costumo dizer, é a prova de que nosso trabalho em prol da população está no caminho certo. Temos atuado fortemente para levar recursos, obras e benefícios para os municípios, e o resultado já é concreto na vida das pessoas, que é o mais importante. É por isso que vamos em busca de mais um mandato para representar a nossa gente”, afirmou Juscelino Filho.

Em São Mateus, no dia 6, o Mega-Arrastão da Vitória foi puxado por Juscelino, pelo prefeito Ivo Rezende e pelo candidato a deputado estadual Miltinho Aragão. Dias antes, em um ‘esquenta’, outro arrastão já havia movimentado o município. “O povo de São Mateus já escolheu nossos dois candidatos: Juscelino Filho para federal e Miltinho para estadual. Ambos têm trabalhdo prestado e o compromisso de fazer ainda mais”, disse o prefeito Ivo.

Timon

Já no feriado de 7 de setembro, foi a vez de Timon mostrar, mais uma vez, que está fechada com o 4410 de Juscelino e com o 12600 de Luciano Leitoa. A tradicional Caminhada do 12, que contou também com a presença do candidato a governador Weverton, está sendo considerada um dos maiores eventos políticos já realizados na cidade. A estimativa é que mais de 30 mil pessoas percorreram os cerca de sete quilômetros do trajeto até o local do comício.

“Com um grupo unido e forte, muito trabalho e fé em Deus, teremos uma votação expressiva. Quero continuar sendo o deputado de Timon”, avaliou Juscelino Filho. “O povo dessa cidade é soberano e quer o melhor para todo o Maranhão”, disse a prefeita Dinair Veloso. “Juntos vamos trabalhar muito para que Timon siga prosperando”, prometeu Luciano Leitoa. Weverton acrescentou: “Saio daqui, após essa imensa caminhada cheia de alegria, com a certeza de que estamos no caminho certo e no lado certo, que é o lado do povo”.

Trizidela e Sucupira

Na quinta e na sexta-feira, Trizidela do Vale e Sucupira do Riachão foram sacudidas por arrastões e comícios organizados pelos prefeitos Deibson Balé e Walter Azevedo, respectivamente. “Sou um grande parceiro dos municípios, e é assim que temos conquistado tanto para melhorar a vida dos maranhenses. Juntos, vamos construir essa vitória para seguirmos nesse objetivo de fazer cada vez mais”, destacou Juscelino Filho.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Criado pela psiquiatra Nise da Silveira, em 1952, para ser um centro de estudo e pesquisa, o Museu de Imagens do Inconsciente (MII) comemora 70 anos de existência com a inauguração, neste sábado (10), de duas novas exposições simultâneas e gratuitas, que marcam o retorno das atividades do equipamento.

Às 11h, será aberta a exposição Ocupação Nise da Silveira, parceria com o Itaú Cultural, que estava em São Paulo e chega, agora, ao Rio de Janeiro. A mostra presta homenagem à trajetória da psiquiatra que enxergou novas formas de tratamento da saúde mental no Brasil, apresentando os métodos, as referências e os principais conceitos adotados por ela.

A outra mostra, denominada Do asilo ao parque: 70 anos de história, reúne pinturas, desenhos e esculturas produzidos pelos usuários de saúde mental em toda a história do Museu de Imagens do Inconsciente, desde a década de 40 até os dias atuais. As obras foram selecionadas pela curadoria a partir da temática de transformação do espaço do instituto no Parque Urbano Nise da Silveira. A visitação pode ser feita de terça a sábado, das 10h às 16h.

Desconstrução

A diretora do Instituto Municipal Nise da Silveira, Érika Pontes, afirmou que as duas exposições são importantes, principalmente por trazerem arte e cultura à zona norte do Rio de Janeiro, região que tem carência de acesso a esses bens. “O Instituto Municipal Nise da Silveira está se tornando um polo cultural, ligado à saúde mental”.

Segundo Érika, o instituto mantém as portas abertas, mesmo depois do fim dos leitos de internação psiquiátrica. “No dia 26 de outubro de 2021, o último paciente internado em longa permanência no Instituto voltou para a cidade. Foi morar em uma residência terapêutica, um serviço residencial terapêutico”.

Nesses locais, há cuidadores e equipe permanente de assistência. Nos últimos dez anos, 310 pacientes saíram da internação psiquiátrica e retornaram ao convívio social. Para cada um deles, foi feito um trabalho individual de adaptação. Os ex-internos fazem tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), que têm psiquiatra, assistente social, psicólogo.

“Com isso, a gente conseguiu concretizar a desconstrução do hospital psiquiátrico. O instituto deixa de ser um hospital psiquiátrico e passa a ser um instituto em que a arte, cultura, lazer, esporte passam a ser os nossos instrumentos de tratamento e de cuidado”.

O atendimento ambulatorial permanece sendo feito e inclui oficinas de arte, criação de renda, esporte, dança, um ginásio de lutas marciais, um trabalho com animais que assumem um papel terapêutico no tratamento.

Acervo

O acervo do Museu de Imagens do Inconsciente (MII) é considerado patrimônio pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ele reúne 400 mil obras catalogadas e arquivadas. Suas coleções são tombadas como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os ateliês terapêuticos permanecem em funcionamento, de forma que a coleção do museu é diariamente acrescida de novos itens. O MII costuma receber pesquisadores, estudantes, artistas do mundo inteiro para conhecer suas obras.

“E a gente espera que a população em geral possa ter acesso a isso. Os muros do antigo hospício foram derrubados. A gente abriu o instituto para a população”, indicou a diretora.

Érika comentou que, apesar de batizar o instituto, o nome de Nise da Silveira tem mais visibilidade no exterior. A médica natural de Alagoas é responsável por uma transformação da psiquiatria no Brasil e foi considerada, recentemente, uma heroína da Pátria pelo trabalho que desenvolveu com os doentes mentais e pelo legado que deixou. Nise da Silveira é considerada pioneira na utilização de tratamentos humanizados para pacientes com transtornos mentais.

Outras atividades

O Espaço Travessia, que também faz parte do Instituto Municipal Nise da Silveira, apresenta, até o próximo dia 20, a ocupação artística “Brasil Delivery [a gente só não precariza o sonho]”, que reúne obras de cerca de 90 artistas convidados do subúrbio, da Baixada Fluminense e da América Latina, além de usuários e profissionais da saúde mental. A exposição ocorre nos antigos quartos de enfermarias e está aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.

No Ponto de Cultura Loucura Suburbana: Engenho, Arte e Folia, que também é a sede do Bloco Carnavalesco Loucura Suburbana, há a exposição permanente de fotos: Fissura no Real, com imagens de desfile da agremiação e dos Bonecos do Germano, que são bonecos gigantes de um bloco típico do Engenho de Dentro que existiu durante décadas e que mobilizava moradores da região. A mostra funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

O Memorial da Loucura do Engenho de Dentro foi inaugurado em 2021, somando-se aos demais espaços de produção e preservação da memória do Instituto Nise da Silveira. O local possui uma exposição permanente cujo acervo revela as práticas da psiquiatria até a chegada das mudanças que começaram a ser criadas por Nise da Silveira, com peças, documentos e instrumentos sobre a história do Instituto. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Instituto

O Instituto Municipal Nise da Silveira faz parte da rede municipal de saúde do Rio de Janeiro. A instituição segue os preceitos da reforma psiquiátrica brasileira. Nas últimas três décadas, o trabalho esteve focado na desconstrução do aparato manicomial, tendo como base as ações de desinstitucionalização e o incremento e incentivo às atividades culturais.

(Fonte: Agência Brasil)

Mesmo após diversas revoluções tecnológicas, como a televisão, as transmissões via satélite e a internet, o rádio segue sendo o meio de comunicação de maior presença e simplicidade de uso. Exatamente pela facilidade, o aparelhinho de rádio está presente na grande maioria dos lares brasileiros.

Com mais de 10 mil emissoras estabelecidas no país, o rádio é essencial na comunicação de notícias, cultura, cidadania e na educação de jovens e adultos, afirmou nessa sexta-feira (9) em entrevista ao programa A Voz do Brasil o secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão.

Segundo Martinhão anunciou durante o programa, que celebrou a primeira transmissão de rádio em território brasileiro, em 1922, o Ministério das Comunicações pretende juntar diversas regras, normas e legislações sobre radiodifusão em uma única portaria – medida que, de acordo com a pasta, facilitará a compreensão e o cumprimento das normas, além de incentivar a proliferação de rádios no país.

“Hoje, um radiodifusor quando vai solicitar [concessão pública], ele tem que manipular um conjunto enorme de portarias e regras de diferentes anos. Isso é muito difícil. Faremos uma consolidação em uma única norma do Ministério das Comunicações”, anunciou.

Atualmente, o Brasil com cerca de 10 mil emissoras de rádio com concessão pública. Dessas, cerca de 4 mil transmitem em FM; 1,7 mil transmitem em AM; outras 4 mil são rádios comunitárias, explicou Martinhão.

“Isso [a simplificação de normas] será um ganho assustador para o setor de radiodifusão”, concluiu o secretário de Radiodifusão.

(Fonte: Agência Brasil)

Museu do Ipiranga

Após a abertura oficial do Museu do Ipiranga, ocorrida nessa quarta-feira (7), em São Paulo, hoje (8) foi a vez do público conhecer o museu restaurado, que ficou fechado por 9 anos. O museu recebeu primeiro a visitação de estudantes de escolas públicas, trabalhadores das obras e seus parentes ontem.

O Museu do Ipiranga promete ser um dos mais completos e modernos da América Latina. A instituição passou por profundas transformações para a celebração do Bicentenário da Independência do Brasil.

Museu do Ipiranga

O casal Loreta e Salvatore foi um dos primeiros a visitar o Museu do Ipiranga nesta quinta-feira. “Adorei. Está muito lindo. São Paulo mereceu mesmo um museu desse. Estava na hora. Está nota 10. O Salvatore e eu adoramos. Visitamos todas as exposições com o nosso amigo Gabriel”, disse a dona de casa Loreta Rita Malandrino, de 62 anos de idade, que morou 40 anos na Itália e há cerca de 2 anos mora com o marido italiano Bo bairro do Ipiranga, região onde está o museu.

Salvatore também se disse impressionado com o museu. É a primeira vez dele no local. “Está lindíssimo. E fiquei muito feliz em saber que teve a colaboração de dois engenheiros italianos. Chamou a atenção o trabalho das restaurações”, disse Salvatore Marchisella, de 66 anos de idade.

Na entrada da exposição, o casal conheceu o estudante Gabriel Major de Deus Lima, de 26 anos, e juntos visitaram as exposições. “Gostei de toda a restauração e vi que tem vários dispositivos de segurança, e os vidros, que são térmicos. Gosteim também, das exposições, está tudo bem bonito”, disse o morador da Penha, zona norte de São Paulo.

O Museu do Ipiranga reabriu com o dobro do tamanho, mais uma área subterrânea e capacidade para receber até 11 exposições simultâneas. A expectativa é que 900 mil a 1 milhão de pessoas visitem o museu todos os anos. Como parte das comemorações de abertura, a visitação é gratuita até o dia 6 de novembro. Mas os ingressos devem ser agendados pelo site do museu.

O custo total da obra foi de R$ 235 milhões. Além dos recursos captados da iniciativa privada, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, foram feitos aportes pelo governo do Estado de São Paulo e parte por empresas, sem incentivo fiscal. O governo estadual investiu R$ 34 milhões na obra de restauração, dos quais R$ 15 milhões foram no Edifício Monumento e R$ 19 milhões no Jardim Francês.

Exposições

Museu do Ipiranga

Estão abertas ao público 11 novas exposições, abrangendo cerca de 3,5 mil itens do acervo, que, no total, tem 450 mil itens e documentos. Pela primeira vez na história do museu, a instituição também estará apta a receber acervos de outras instituições, inclusive internacionais, graças à instalação de ar condicionado.

O prédio ganhou, ainda, a instalação de vidros de baixa transmitância, que retêm o calor do raio solar, garantindo conforto térmico do prédio e melhor conservação do acervo. A iluminação é controlada ponto a ponto via sistema de automação, com lâmpadas LED, que gastam menos energia e emitem menos calor. Outra ação ecológica foi um sistema híbrido para a circulação de ar, que inclui aparelhos de ar condicionado apenas na expansão do edifício – o que também preserva a integridade da construção histórica.

Obras

Museu do Ipiranga

As obras foram executadas em duas frentes: restauro do Edifício Monumento e a ampliação do edifício. Com o novo espaço criado, de 6,8 mil m², o museu ganha entrada integrada ao Jardim Francês, além de bilheteria, café, loja, auditório para 200 pessoas, espaços e salas para atendimento educativo, e uma grande sala de exposições temporárias, com 900m².

No Edifício Monumento, foram realizados reparos em todos os detalhes da refinada arquitetura, incluindo os 7,6 mil m² das fachadas, que, pela primeira vez, passaram por limpeza, decapagem, recuperação dos ornamentos, aplicação de argamassa, tratamento de trincas e, por fim, a pintura.

O Museu do Ipiranga também teve restaurado o Jardim Francês, localizado em frente ao Edifício Monumento. A obra incluiu restauração de toda a área construída e do paisagismo, reforma do espaço da antiga administração para instalação de um restaurante, criação de infraestrutura para food bikes, restauro e modernização da iluminação pública, requalificação das vias de acesso, inclusive com equipamentos de acessibilidade, reativação da fonte central e recuperação de duas fontes presentes no projeto original do jardim, destruídas na década de 1970.

O casal de estudantes Beatriz e Eduardo passearam pelo jardim. O que mais a impressionou foram os chafarizes. “Com certeza, os chafarizes. É muito bonitinho. De noite, deve ser mais bonito ainda, porque eu notei que tem luzes. Mas de dia também é incrível, o jardim é fresco. Traz uma frescura, e hoje está tão quente, é bem lindo, é muito legal”, disse Beatriz Cristina Tenreira Pimentel, de 18 anos de idade.

Eduardo também curtiu o chafariz. “Antes da interdição, o chafariz não funcionava e é o que mais me impressiona, ele é bem lindo. E o jardim inteiro está muito mais bonito”, disse o estudante, que estava com seu skate no passeio, acrescentando, que já quer ver como ficou a parte de baixo do parque, bem frequentada por quem anda de skate e patinete. “Moro na região, eu já andei bastante aqui no parque, e eu também estou curioso para ver lá embaixo, faz muito tempo que não ando lá”, disse Eduardo Oliveira da Silva, de 20 anos.

Patrimônio histórico

Tombado pelo Patrimônio Histórico municipal, estadual e federal, o edifício foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Foi concebido originalmente como um monumento à Independência e tornou-se, em 1895, a sede do Museu do Estado, criado 2 anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país.

(Fonte: Agência Brasil)

No século XIX, em vista da amplitude das possessões do Império Britânico pelo mundo, dizia-se que os ingleses possuíam um “Império no qual o sol nunca se põe”. Várias ilhas e territórios ultramar deram à Inglaterra recursos suficientes para ampliar seu poderio industrial, aposentando as máquinas a vapor e investindo na energia elétrica, na expansão das ferrovias e melhorando sua frota naval. Estávamos no esplendor da chamada “Era Vitoriana”, em homenagem à Rainha Vitória que, de tão longeva, viveu entre 1819 até o alvorecer do século XX, em 1901.

Em 21 de abril de 1926, nasceu, em Londres, a tataraneta da Rainha Vitória, a pequena Elizabeth Alexandra Mary Windsor, primogênita do futuro Rei George VI e da Rainha Elizabeth. Seu pai subiu ao trono da monarquia britânica em 1936, transformando a menina de dez anos em princesa e herdeira do trono do Reino Unido. Educada dentro dos muros do palácio, vivendo uma juventude enclausurada no Castelo de Windsor, a jovem princesa adquiriu os conhecimentos necessários a uma futura monarca.

No início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, Elizabeth era ainda uma garota de 13 anos e, mesmo assim, resolveu ajudar o seu país. Sua função era participar de transmissões da Rádio BBC, mandando mensagens com o objetivo de tranquilizar outras crianças britânicas. A princesinha também usava o microfone para falar diretamente aos homens e mulheres que serviam nas Forças Armadas do Reino Unido, como forma de fortalecer o moral do seu povo.

No fim da guerra, em 1945, já com 19 anos, Elizabeth tinha se alistado no Exército. Após concluir um curso de mecânica de automóveis, a futura rainha estava apta a dirigir caminhões, ambulâncias e jipes e a fazer reparos nos veículos e trocar pneus. O filme “A Rainha”, de 2006, mostra a monarca (interpretada pela atriz Helen Mirren) dirigindo um jipe por estradas acidentadas nas propriedades da família.

Aos 21 anos, em 1947, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, casou-se com um primo de segundo grau, o príncipe grego Philip Mountbatten, na Abadia de Westminster. Tiveram quatro filhos: o herdeiro do trono,  príncipe Charles, a princesa Anne e os príncipes Andrew e Edward.

Em 1948, grávida do futuro príncipe Charles, Elizabeth estava na tribuna de honra do estádio de Wembley, quando seu pai fez a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Londres. Certamente não imaginaria que, 64 anos depois, fosse ela quem declararia aberta outra edição das Olimpíadas na capital britânica, em 2012.

Com a morte do Rei George VI em fevereiro de 1952, Elizabeth, aos 25 anos, tornou-se a Rainha do Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, País de Gales e Escócia), Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Paquistão e Ceilão (uma colônia asiática que deu origem ao atual Sri Lanka), embora a coroação só ocorresse mesmo em junho de 1953.

Visita ao Brasil

Entre 1º e 11 de novembro de 1968, a Rainha Elizabeth II e seu marido, ordenado Duque de Edimburgo, visitaram seis cidades brasileiras: Recife, Salvador, Brasília, São Paulo, Campinas (SP) e Rio de Janeiro. Por aqui, inaugurou o Museu de Arte de São Paulo, ao lado do seu idealizador Assis Chateaubriand, presenciou o início das obras da ponte Rio-Niterói e foi ao Maracanã ver em ação o “nosso Rei”. Pelé brindou a Rainha com uma de suas costumeiras exibições de gala, marcando um gol na vitória dos paulistas sobre os cariocas por 3 a 2. Ao término da partida, ocorreu o encontro entre as “realezas”:

- Majestade, este é o jogador Pelé, famoso mundialmente, disse o chefe do cerimonial.

- Ah, eu sei! Já o conheço de nome. E me sinto muito feliz em cumprimentá-lo, disse a Rainha.

Longevidade

Desde sua coroação, a Rainha Elizabeth II já presenciou o governo de 15 primeiros-ministros britânicos (de Winston Churchill até Liz Truss) e sete papas já passaram pelo Vaticano enquanto a monarca se manteve no poder. Em 2014, foi recebida pelo Papa Francisco na sede do governo pontifício.

Em 1997, a morte da princesa Diana, ex-esposa do príncipe Charles, em um acidente de carro em Paris, desencadeou uma onda de críticas pelo silêncio da família real ante o ocorrido. Muitos ataques foram dirigidos contra a rainha pessoalmente, já que grandes setores da sociedade britânica exigiam que ela se juntasse à dor que assolava o país. A monarca ficou em sua residência em Balmoral, na Escócia, onde tradicionalmente passava o verão. Elizabeth II ignorou os telefonemas do então primeiro-ministro Tony Blair, para que ela se dirigisse ao país. Somente seis dias após a morte da princesa de Gales, ela voltou a Londres e falou ao vivo para a nação, vestida de preto fúnebre.

Em abril de 2021, aos 99 anos, a Rainha Elizabeth ficou viúva. Seu marido de toda a vida, o príncipe Philip de Edimburgo, faleceu no Palácio de Windsor, de causas naturais.

Em junho de 2022, ao completar 70 anos no poder, os ingleses comemoraram por quatro dias o Jubileu de Platina da Rainha, com desfile militar, sobrevoo da Força Aérea Britânica, missa em ação de graças e um show no Palácio de Buckingham com a participação de grandes nomes da música inglesa.

O falecimento da Rainha Elizabeth II, no Palácio de Balmoral, na Escócia, em 8 de setembro de 2022, aos 96 anos, ocorre um dia depois de ela felicitar o Brasil pelos 200 anos de independência. A mensagem real foi veiculada por meio da embaixadora do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins, em publicação no Twitter. Elizabeth II dizia que se lembrava “com carinho da minha visita ao país, em 1968” e vislumbrava o futuro: “que continuemos trabalhando com esperança e determinação para superar os desafios globais juntos”. O trabalho ficará para o seu filho, Charles, o príncipe de Gales, de 74 anos, que se tornará o novo rei da comunidade britânica.

(Fonte: Agência Brasil)

A Rainha Elizabeth II, monarca do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, morreu hoje (8), aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia. A informação foi divulgada no perfil oficial da família real britânica no Twitter.

A mensagem publicada no Twitter diz que “a Rainha morreu tranquilamente em Balmoral nesta tarde. O Rei e a Rainha Consorte permanecerão em Balmoral nesta noite e retornarão a Londres amanhã”.

(Fonte: Agência Brasil)

Leopoldina

!“Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1822

Pedro,

O Brasil está um vulcão”.

Mais direta, impossível. Era mais do que uma correspondência de amor. O início da carta de Maria Leopoldina da Áustria, então com 25 anos de idade, para o marido, o imperador D. Pedro I, manifestava angústia e um chamado para uma transformação do Brasil. Na verdade, uma separação (de Portugal).

“Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças se partirmos agora para Lisboa. (...) O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com vosso apoio ou sem vosso apoio, ele fará sua separação”

Para ela, o fruto (a independência) estava maduro.

“O pomo está maduro, colheio-o já, senão apodrecerá. Já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei, pois”.

Para três biógrafos e pesquisadores da vida de Leopoldina, consultados pela Agência Brasil,  a princesa atuou de diferentes formas que foram primordiais para que ocorresse a Independência do Brasil.

Os historiadores Mary Del Priore, Clóvis Bulcão e Paulo Rezzutti entendem que ações de bastidores, com autoridade intelectual diferenciada, e sentimento de preservação do trono, resultaram para que o dia 7 de setembro tivesse entrado para a história.

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Para a professora Mary Del Priore, a princesa regente foi certamente uma das personagens "mais cativantes desse grande momento”, afirma a autora do livro A Carne e o Sangue: A Imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos.

Para o escritor Clóvis Bulcão, autor de Leopoldina: a Princesa do Brasil, o "Sete de Setembro" ocorre por conta das cartas que vêm do Rio de Janeiro, tanto encaminhadas por José Bonifácio como pela princesa. Davam sinal verde para o que parecia inimaginável naquele reino: uma independência.

Constrangimentos e sagacidade

A pesquisadora Mary Del Priore entende que há influência das relações pessoais e familiares de Leopoldina no contexto político. A esposa do imperador foi constrangida pela exposição frequente pública da amante, Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, em compromissos da família que governava o Brasil.

“A Leopoldina, que está no papel, representou uma criatura muito sofredora e extremamente vilipendiada e humilhada pelo marido. Mas teve uma atuação muito importante em todo o processo ”, afirma Mary Del Priore. 

A pesquisadora contextualiza que, até a  Revolução Francesa (1789), a sexualidade dos príncipes e dos reis era algo associado à virilidade de quem ocuparia o trono. “O rei seria considerado poderoso se ele tivesse muitas amantes e filhos  Depois, no fim do século XVIII, e no início do século XIX, com todos os ideais iluministas e republicanos, ter uma amante significaria que o homem era fraco”. 

O escritor Clóvis Bulcão entende que as relações extraconjugais do marido vão ser o caminho da “desgraça” dela.

Leopoldina

No Poder

O escritor e pesquisador Paulo Rezzuti explica que as cartas são as pistas que tornam possível decifrar os pensamentos da regente, tanto o seu olhar político como os sentimentos conflituosos para a família. Segundo o pesquisador, é possível verificar que Leopoldina encontra, nas cartas, uma forma de se abrir com pessoas que ela confiava. “Então, percebe-se uma mulher que estava acostumada a governar e a reinar. Ela foi criada pra isso”, esclarece o autor de D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a Independência do Brasil.​

Pedro, segundo os biógrafos, compreende que Leopoldina é uma aliada. “Se não entendesse que ela era uma aliada, jamais o imperador teria colocado ela como regente do Brasil enquanto ele fazia a viagem para São Paulo”, aponta o pesquisador. 

“No dia 13 de agosto, Pedro saiu do Rio de Janeiro e colocou ela como princesa no Brasil. Ele chegou em São Paulo no dia 25 de agosto e voltaria ao Rio de Janeiro um mês depois, no dia 14 de setembro”, explica Rezzutti. Quando o Brasil ficou Independente, a regente era a esposa. Tornava-se, então, a primeira mulher que ocupou o mais alto cargo no Brasil. E em um período de extrema tensão. Havia conflitos na Bahia desde fevereiro.

Um dos aspectos da força de Leopoldina estava ligado ao momento do Conselho dos Ministros, quando Dom Pedro estava em São Paulo, e foi ela, na situação de princesa regente, que estava reunida com José Bonifácio de Andrada e Silva (presidente da Junta Governativa de São Paulo e assessor de Dom Pedro) quando recebeu a correspondência do reino com uma série de imposições ao Brasil. Ela, então, ajudou a articular o desenrolar dos acontecimentos que culminaram com a Independência. 

Independência do Brasil,Maria Leopoldina

Leopoldina, então, sinalizou de forma enfática para a tomada de decisão do marido sobre a separação de Portugal.  A carta com a metáfora de que o “fruto (da Independência)” estaria “maduro” era a indicação de que Pedro precisaria. Mary Del Priore explica que o fato de a princesa ter se tornado regente era fato comum da época. Apesar das humilhações no cenário de foro íntimo, Leopoldina tinha a confiança do marido para as decisões políticas.

Poliglota

Os pesquisadores enfatizam que ela percebeu que os filhos iriam ficar sem trono. Por isso, pensou em resguardar o caminho para os herdeiros. “É espetacular o devotamento da Leopoldina ao Brasil e ao projeto dela de uma coroa (pensando no país) para os filhos”, afirma Mary Del Priore.

Como o imperador não era fluente em outros idiomas, Leopoldina incumbiu-se da tarefa de receber marinheiros mercenários  para compor as forças de resistência brasileiras. Segundo os estudiosos, ela falava inglês, francês, alemão e recebeu os militares. 

Leopoldina escreveu para as lideranças na Europa pedindo reconhecimento do Brasil e de Dom Pedro, como alguém aclamado pelo povo. “Ela foi uma presença muito proativa”, diz Del Priore. 

Um exemplo disso é que, mesmo depois da dor de perder o filho (no dia 2 de fevereiro de 1822), João Carlos (que ela esperava que seria o futuro imperador do Brasil,), essa mulher vence essa dor e todas as dificuldades. “Ela estava grávida novamente e foi de barrigão no Arsenal da Marinha falar com os militares”.

Não seria a primeira vez que Leopoldina usava a sagacidade para resolver dúvidas importantes para o país, em uma mistura de questões familiares e políticas. Em janeiro de 1822, por exemplo, quando ocorre o Dia do Fico (marco, em 9 de janeiro, também para a Independência do Brasil que ocorreria naquele ano), Leopoldina, grávida, usa como pretexto a gestação para não voltar a Portugal.


Os historiadores analisam que Leopoldina percebeu que a ausência do imperador poderia enfrentar revoltas que provocassem divisões do território. “Ainda não se tinha essa ideia de sentimento de nacionalidade. Isso vai ser o processo da independência que vai trazer essa ideia de unidade nacional”, afirma o escritor Paulo Rezzutti.

Segundo outro biógrafo de dona Leopoldina, o escritor Clóvis Bulcão, a princesa foi lentamente sendo envolvida por aquele ambiente de disputa, de radicalização entre brasileiros e portugueses. “Ela vai tomando claramente o lado do Brasil". “É importante lembrar que o pai dela, o imperador da Áustria, quando fez o casamento com a família Bragança deixa bem claro que não era pra se meter em aventura revolucionária”, contextualiza Bulcão.

Essa desobediência rompeu com a tradição do império austríaco. Bulcão avalia que, no fim, ela vai ter um papel importante naqueles últimos dias que antecedem o 7 de Setembro. O clima vai ficando cada vez mais tumultuado e tenso. Dom Pedro, quando foi pra São Paulo e proclamou a Independência, deixa Leopoldina como regente no Rio . “Então, na verdade, o Brasil, quando nasce em 7 de setembro, tem uma mulher como a governante”.

A aliada

“Após a Independência, ela também mostra o seu valor”, afirma Mary Del Priore. Em vez de ficar  no Palácio, recolhida e humilhada, para chorar o filho morto ou cuidar das filhas, ela assume esse lugar de negociadora diplomática entre Brasil e Áustria. As correspondências dela para o pai (o monarca Francisco Carlos) pedem que o Brasil seja reconhecido como Império”, afirma a pesquisadora.

Os pesquisadores explicam que as cartas deixadas por dona Leopoldina são fundamentais para entender aquele momento. “A maioria das cartas encontradas foram as que ela deixou para a irmã [Maria Luiza, esposa de Napoleão, ídolo de Dom Pedro]."

O comportamento de Dom Pedro, com várias amantes e filhos das relações extraconjugais, tem relevância política porque as histórias da família passam a se tornar públicas, e são julgadas pelos que leem os panfletos. “É na casa da Marquesa de Santos que Dom Pedro reúne também a corte brasileira”. Por outro lado, na casa de Leopoldina, também ocorriam encontros políticos. Nesse momento, folhetos passam a circular para criticar o autoritarismo de Dom Pedro e seu comportamento que atentaria contra a imagem das famílias brasileiras. 

“Esses folhetos vão ficando cada vez mais ácidos e isso desembocaria, depois, na decadência da figura política de Dom Pedro. Uma decadência que vai resultar em 1831 na volta dele pra Portugal onde ele está realmente muito desmoralizado”.

Admiração pelo Brasil

A viagem da comitiva de Leopoldina, da Europa até o Brasil, demorou 84 dias. Era o caminho para o casamento de conveniência, como era costumeiro na época. Em carta escrita em 1817, ela revelou-se encantada pela visão da Baía de Guanabara.

 A princesa austríaca teve sólida formação científica e estudou detalhes sobre o Brasil antes de se mudar. Depois da chegada, se apaixonou.  Ela tinha especial atenção por assuntos de botânica, de mineralogia e pelo meio ambiente brasileiro.

Johann Baptist von Spix

“É um país magnífico e ameno, terra abençoada que tem habitantes honestos e bondosos; além disso louvasse toda a família, têm muito senso e nobres qualidades. Logo a Europa estará insuportável e daqui dois anos posso viver aqui novamente, mas esteja convicta de que meu maior empenho será corresponder à confiança que toda a família e meu futuro esposo em mim depositam, através de meu amor por ele e meu comportamento”, escreveu à irmã.

Mãe e morte

Em nove anos, Leopoldina teve nove gestações. Sete filhos sobreviveram, entre eles Pedro, que iria se tornar o herdeiro do trono. Mesmo com a vida de mãe e os trabalhos políticos, Leopoldina enfrentou depressão. Ela passou a engordar muito.

Um momento de tensão no país ocorreu com a morte dela, com apenas 29 anos de idade, em novembro de 1826. “A Marquesa de Santos teve que fugir pelos fundos da casa dela porque a  população a acusava de ter envenenado a imperatriz”, diz a professora. Os pesquisadores entendem que a fragilidade física dela causou obesidade mórbida. 

Mercenários estrangeiros também se revoltam com a morte de Leopoldina. Na Europa, há também perplexidade. Nos jornais, os relatos médicos nos jornais da época. “Ela pode ter tido uma febre resultante de uma infecção do último aborto. Ela estava já bastante enferma por causa dos partos”, afirma Mary Del Priore.  A pesquisadora explica que ela se despediu dos filhos e dos funcionários antes de morrer. A morte causou comoção nacional. 

Invisibilidade

O escritor Paulo Rezzutti entende que a personagem foi apagada da história de forma injusta e por machismo, já que ela age nos bastidores políticos, além do que se esperaria dela. Uma mudança de olhar da história ocorre só no século seguinte. Clóvis Bulcão considera uma ação de machismo em relação a historiadores que  diminuíram o papel de Leopoldina.

Para Mary Del Priore, até o fim do século XX, era incomum que as histórias de mulheres ganhassem maior repercussão. “A historiografia vem descobrindo protagonistas femininos. Está se fazendo justiça a uma mulher que trabalhou pela independência do Brasil com todas as forças e com muito amor”.

(Fonte: Agência Brasil)

Pesquisadores resgataram a localização do ponto exato onde Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Segundo o professor do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP) Jorge Pimentel Cintra, o local chegou a ser marcado fisicamente “com bastante precisão” no início do século XX, mas, ao longo das décadas, várias confusões e mal-entendidos fizeram com que a informação acabasse se perdendo.

Cintra conta que o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo determinou, em 1902, o lugar, dentro do perímetro de onde atualmente fica o Parque da Independência, na zona sul paulistana. “Nesse local, foram colocados um mastro e uma pedra, como se pode ver em fotos da época. E aí permaneceram até 1921 ou 1922 quando os jardins foram remodelados, com grandes escavações”, relata.

A partir da retirada desse marco, começaram a ser atribuídos outros pontos, como o local onde foi instalado o Monumento à Independência, de autoria do artista Ettore Ximenes, inaugurado em 1922, nas comemorações do centenário da Independência. Há, ainda, o famoso quadro de Pedro Américo, que ajudou a formar o imaginário sobre o momento, mesmo não sendo preciso do ponto de vista histórico.

Havia, também, uma pedra fundamental que foi colocada anteriormente, segundo o pesquisador, no lugar errado. “O local que prevaleceu situa-se no jardim acima da Rua dos Patriotas, junto à primeira fonte, para quem sobe”, diz sobre a primeira tentativa de demarcação que, equivocada, ajudou a aumentar a confusão sobre o tema.

De acordo com o pesquisador, não se sabe porque essa marcação foi colocada fora do lugar, uma vez que o ponto foi medido com precisão à época (1825), quando se pretendia erguer um monumento no local.

Mapas e GPs

Há três anos, Cintra vem pesquisando o assunto como parte de um estudo sobre o caminho de Dom Pedro no dia 7 de setembro. Para precisar o ponto exato do grito, o professor analisou relatos de quatro testemunhas que estavam presentes no momento do fato histórico. Além disso, ele recorreu à ata de setembro de 1825 da Câmara Municipal de São Paulo. “Ela dá uma informação precisa do local: 184 braças [104,8 metros] da cabeceira sul da ponte sobre o riacho do Ipiranga. Estiveram presentes nessa demarcação engenheiros, agrimensores e pessoas que presenciaram o fato e moravam na região”, detalha.

Apesar da precisão dessas indicações, Cintra diz que as mudanças do espaço ao longo do tempo dificultam a localização. “A dificuldade maior foi determinar a posição da cabeceira da ponte em 1822, pois o rio foi retificado e a ponte foi destruída. Para isso, recorri a mapas antigos em que figuravam o rio e a ponte antes da retificação”, conta.

Os mapas antigos foram sobrepostos com um programa de cartografia digital. Com essas informações, foi possível fazer a marcação no parque usando sistema de localização por satélite (GPS). O ponto correto fica em um bosque, na parte esquerda do parque, se o observador estiver de frente para o Museu Paulista. O trabalho foi detalhado em artigo assinado com o pesquisador Alexandre Cintra.

Para o pesquisador, ter o ponto exato, apesar de não mudar a essência do entendimento do fato histórico, permite examinar detalhes da situação, como a movimentação dos mensageiros e da guarda de honra do então príncipe regente.

(Fonte: Agência Brasil)