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Há quatro anos, confirmando a História e fortalecendo sua tradição de terra das Letras, o Maranhão entrou 2020 com duas novas academias literárias: dia 4 de janeiro daquele ano, foi criada a academia de Rosário e, um dia antes, a Academia de Letras de Buriticupu, município maranhense a 413km da capital do Estado, São Luís.

A criação da Academia de Letras de Buriticupu (ALB) deu-se em reunião de assembleia geral realizada em uma sexta-feira, 3 de janeiro de 2020, às 19h30, na Rua da Liberdade, nº 20, em imóvel com salão e outras dependências, o qual, por cessão sem ônus, passou a ser a sede da entidade.

Escritores, na maioria professores e servidores públicos, com a presença de convidados, além da fundação da ALB, aprovaram o Estatuto da Academia, de conformidade com o Código Civil (lei federal que regulamenta a criação e existência de entidades do gênero), e elegeram a primeira diretoria, em chapa de consenso, imediatamente empossada, com mandato de dois anos, até 3 de janeiro de 2022. A assembleia geral foi presidida por Isaías Neres Aguiar e, na secretaria, a professora Aldeane Mello Cavalcante Oliveira Leite, graduada em Letras.

A primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente – Isaías Neres Cardoso Aguiar, professor, servidor público, escritor, à época com 13 livros publicados, inclusive sobre a história de Buriticupu; Vice-presidente – Ariel Costa Primo, professor, escritor, empresário do segmento de Educação Superior, autor de livros publicados, também sobre a história buriticupuense; Diretor-administrativo – Jaílson Soares Teixeira, na época secretário municipal de Administração, escritor, que estava com livro pronto para lançamento, inicialmente previsto para 8 de março de 2020; Diretora Financeira – Betel Santana Rodrigues, professora, ex-secretária municipal de Educação e, na época, secretária municipal de Assistência Social; e Diretor-adjunto – Lourival de Oliveira Santos, professor e escritor.

A criação da Academia de Letras de Buriticupu (ALB) era assunto recorrente, que vinha sendo tratado há anos pelo professor e escritor Isaías Neres Cardoso Aguiar e o jornalista, escritor e consultor Edmilson Sanches, que fundou e presidiu a Academia Imperatrizense de Letras e colaborou para a fundação e instalação de diversas entidades culturais e classistas maranhenses, entre elas as academias de letras de Açailândia, Caxias, João Lisboa, Santa Inês, Aldeias Altas e São João do Sóter. Sanches é membro da Academia Maranhense de Ciências, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, da Academia Pan-americana de Letras e Artes (Rio de Janeiro), do Conselho Regional de Administração, do Conselho Regional de Contabilidade, da União Brasileira de Escritores e membro de academias de letras e outras Instituições no Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Estados Unidos.

Antes da assembleia de criação da Academia de Buriticupu, Isaías Aguiar e Edmilson Sanches visitaram o Cartório do Ofício Único do município, onde foram recebidos, apresentaram a minuta dos documentos de criação (edital, estatuto, ata) e obtiveram a confirmação de que a documentação estava correta. Na reunião de fundação da ALB, Edmilson Sanches foi presenteado pelo escritor Miguel Alves Pereira com um exemplar autografado de seu livro de memórias “O Peregrino que Venceu”. 

Segundo Edmilson Sanches, o município de Buriticupu é um dos que mais crescem no Estado, mesmo em tempos de crise. Os números da época, divulgados em dezembro de 2020 pelo IBGE, mostravam que a economia buriticupuense crescera mais de 13% (exatamente 13,07%) e ultrapassara  o meio bilhão de reais, atingindo R$ 561,0 milhões em 2018, contra R$ 496,1 milhões no ano de 2017. Buriticupu era distrito de Santa Luzia até ser oficialmente criado pela Lei Estadual nº 6.162, de 10/11/1994, e instalado a partir de 1º de janeiro de 1997. Tem 2.544 quilômetros quadrados e mais de 55 mil habitantes (2022).

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Sobre a colaboração de Edmilson Sanches, o presidente da Academia de Letras de Buriticupu, Isaías Aguiar, escreveu o seguinte comentário: “Edmilson Sanches: Quero parabenizar pelo seu profissionalismo e pela dedicação que você manifesta dia após dia em todas as tarefas que realiza. Sua postura é um exemplo digno de ser imitado por todos nós. Não só da ALB, mas por toda a sociedade buriticupuense. // Continue demonstrando essa capacidade única que lhe tem trazido excelentes resultados. Você merece todo sucesso do mundo e eu tenho certeza de que seu caminho será recheado de vitórias! // Abraços de todos nós da Academia de Letras de Buriticupu”.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

A cidade de Buriticupu e a primeira diretoria da Academia de Letras: da esquerda para a direita, Lourival Santos (diretor-adjunto), Isaías Aguiar (presidente), Jaílson Teixeira (diretor-administrativo), Betel Rodrigues (diretora-administrativa) e Ariel Primo (vice-presidente). Na outra foto, a diretoria da ALB e a professora Aldeane Mello (primeira à esquerda), secretária da Assembleia Geral, o escritor Miguel Alves Pereira (primeiro à direita) e, agachados, Edmilson Sanches e Isaias Neres Aguiar, presidente.

A quarta edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Datafolha, mostra que a cultura é fonte de bem-estar para os brasileiros e ajuda no enfrentamento e prevenção de questões de saúde mental. Entre as atividades apontadas, a leitura aparece em último lugar, atrás de cinema, shows de música e teatro.

De acordo com a pesquisa, divulgada em dezembro e que agora apresenta seus novos recortes, a cultura é apontada por 54% dos indivíduos como a atividade que mais proporciona bem-estar, seguida por outras atividades de lazer (parques, igrejas, praia, passeios) e de atividades físicas e esportivas, ambas com 19% das respostas. 3% mencionaram séries e novelas, e 9% não souberam informar.

Dos 54% que veem bem-estar na cultura, 18% dizem que o cinema é a atividade preferida para se sentir bem, seguida por assistir a shows e festivais de música (15%) e ir ao teatro (12%). Ouvir música e dançar ficaram com 9% das menções, e ir a museus somou 4% das menções, mesmo índice para atividades genéricas de cultura. A leitura foi apontada por 3%.

Segundo a pesquisa Fundação Itaú/Datafolha, 61% concordaram plenamente que programas culturais reduzem o estresse, 58% dizem que melhoram o relacionamento em casa, 61% apontam que diminui a sensação de tristeza. Já 57% informam que atividades culturais melhoram a qualidade de vida, 61% indicam diminuição da solidão e 50% dizem ajudar na melhora do relacionamento no trabalho.

O levantamento ouviu 2.405 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país, por meio de entrevistas presenciais e telefônicas, entre os dias 1º e 28 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O índice de confiança da pesquisa é de 95%. Cada ponto percentual representa 1,4 milhão de indivíduos.

Saúde mental

De acordo com o levantamento, 42% dos entrevistados declararam ter tido algum problema de saúde mental nos últimos 12 meses e que, destes, 63% procuraram algum tipo de tratamento.

Ainda segundo a pesquisa, as mulheres (53%) foram mais afetadas pelas questões de saúde metal e emocional que os homens (30%). A incidência foi maior, também, entre os indivíduos das Classes D e E (51%) do que entre os entrevistados das Classes A e B (33%).

A ocorrência também foi maior entre os indivíduos de 25 a 34 anos (53%), seguida pelos grupos de 16 a 24 anos e 45 a 65 anos, ambos com 42%. O grupo de 35 a 44 anos apresentou 34% de incidência. Do total dos afetados, 55% estão sem trabalho.

No recorte geográfico, 45% dos afetados vivem na Região Metropolitana do Rio de Janeiro; e 37% na RM de São Paulo. Considerando por região, 50% são do Nordeste; 44% do Centro-Oeste – mesma porcentagem dos que vivem no Sul – e 40% no Sudeste. Apenas 24% dos indivíduos que vivem na Região Norte apontaram o problema.

(Fonte: Publishnews)

O 6º Prêmio Literário Afeigraf 2024 tem por objetivo prestigiar a literatura brasileira e revelar novos talentos. Cada autor participante poderá enviar para o concurso apenas uma poesia, de sua autoria, inédita – não publicada em livro individual ou antologia, em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto.

Cada inscrição deverá ter apenas um autor. Não serão aceitos trabalhos coletivos. O tema para participar do prêmio é livre e o gênero é poesia.

As Inscrições estão abertas até o dia 31 de maio de 2024. Poderão participar escritores brasileiros, residentes ou não no Brasil, maiores de 16 anos.

Serão selecionados pela Comissão Julgadora 50 trabalhos poéticos, a serem publicados em antologia, organizados em ordem alfabética, sem colocação. O prêmio não tem taxa de inscrição. Todas as despesas serão custeadas pelo patrocinador do prêmio, cabendo à Scortecci Editora, organizadora do concurso, a edição e impressão da antologia.

A edição da antologia será de 500 exemplares, sendo: 250 exemplares para os autores premiados, 50 exemplares para divulgação e promoção da obra na midia especializada e 200 exemplares para a Afeigraf.

Confira o cronograma:

  • Inscrições: até 31 de maio de 2024, somente por meio deste formulário do site da Scortecci;
  • Seleção dos trabalhos: de 1º de junho a 30 de junho  de 2024;
  • Resultados: até 15 de julho de 2024;
  • Produção editorial e impressão: até 20 de agosto de 2024;
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  • Lançamento: de 6 a 15 de setembro de 2024, no estande da Scortecci, durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2024, no Distrito Anhembi.

(Fonte: Publishnews)

Prêmio de Não ficção Latinoamérica Independiente está com as inscrições abertas para a sua próxima edição, até o dia 31 de maio de 2024. A obra vencedora será anunciada na Feira do Livro de Guadalajara, em dezembro. Veja abaixo como se inscrever.

Organizado por nove editoras independentes da América Latina, entre elas a Fósforo no Brasil, o prêmio, que abre inscrições a cada dois anos e recebe apoio da Open Society, promoverá a edição da obra vencedora no país de cada uma das editoras participantes, além de levar a autora ou o autor para lançar o livro em alguns desses países.

A aliança de editoras independentes é formada por El Cuervo (Bolívia), Godot (Argentina), Libros del Fuego (Venezuela), Luna Libros (Colômbia), Elefanta (México), El Fakir (Equador), Trabalis (Porto Rico) e Criatura (Uruguai), além da Fósforo.

Segundo o regulamento, a obra deverá ser inédita, escrita em espanhol ou português e não pode ter sido enviada para deliberação a nenhuma editora ou prêmio que leve à publicação durante o período de candidatura. O autor ou a autora não podem ter sido publicados por nenhuma das editoras participantes. A obra deverá ter entre 28 mil e 75 mil palavras, e deve ser de não ficção, de gêneros como (mas não exclusivamente) ensaios, ensaios literários, textos jornalísticos, biografias, diários, aforismos, correspondências e formatos experimentais ou híbridos.

O título que venceu o prêmio ano passado será publicado no Brasil, em janeiro de 2024: Sumário de plantas oficiosas (Fósforo), do colombiano Efrén Giraldo, foi escolhido por unanimidade por um júri composto de três críticos latino-americanos, entre eles Schneider Carpeggiani, que assina a orelha da edição brasileira. Segundo ele, o livro "é, na superfície, um tratado sobre plantas, as reais e as imaginárias, e o fascínio que elas exercem. Mas é ainda uma obra a relatar a importância capital da ficção, sobretudo nos ciclos em que violência e política parecem indissociáveis”.

Uma pré-seleção que durará dois meses e será realizada pelos representantes das editoras, e os selecionados serão apreciados pelo júri. O júri deste ano é composto por Efrén Giraldo (Medellín, Colombia, 1975), escritor, curador de arte, crítico, professor e pesquisador da Universidade Eafit; Rosario Lázaro Igoa, tradutora, pesquisadora e escritora uruguaia, com doutorado sobre os escritos da imprensa na Ibero-América durante o século XIX e início do século XX pela Universidade Federal de Santa Catarina; e Álex Ayala Ugarte (1979), espanhol de nascimento, boliviano de coração; ex-diretor do suplemento dominical do jornal boliviano La Razón, editor do semanário Pulso e fundador da Pie Izquierdo.

Interessados em participar da nova edição do Prêmio Latinoamérica Independiente podem conferir o regulamento em espanhol e português no link https://www.premiodenoficcion.com/br/index.html.

(Fonte: Publishnews)

O selo EditoRia, da Ria Livraria, está com inscrições abertas para um concurso literário. A intenção é de publicar as obras dos três primeiros colocados e premiar em dinheiro o primeiro colocado com R$ 10 mil; o segundo com R$ 6 mil; e o terceiro com R$ 4 mil.

As inscrições para o concurso ocorrem entre os dias 15 e 30 de janeiro, e as obras devem ser inéditas e finalizadas. Serão aceitos os gêneros poesia, contos, romance, biografia e infantil. O texto terá que ser em português, e os autores precisam ser residentes no Brasil. Só será aceita a obra enviada para o endereço de e-mail [email protected].

São necessários os seguintes trechos para envio: poesia (cinco poemas); contos (cinco contos); romance (dez laudas); biografia (dez laudas); infantil (dez laudas e cinco ilustrações). O edital também pede para os proponentes enviarem, no mesmo documento: biografia, sinopse da obra, cidade e Estado em que reside, idade e motivo de querer publicar a obra.

A fase seguinte fica a cargo de análise da equipe editorial do selo, encabeçada pelo escritor Jorge Ialanji Filholini. Deste filtro, a Ria Livraria divulgará os 20 projetos finalistas que passarão por uma comissão julgadora final com três consagrados escritores que escolherão os três vencedores – a comissão final de julgadores será anunciada durante o processo do concurso.

Regras do concurso:

Participação

  • A obra enviada para o concurso precisa ser inédita e já finalizada – não serão aceitas coautorias, apenas em literatura infantil poderá ter autor e ilustrador distintos;
  • Gêneros aceitos para o concurso: poesia, contos, romance, biografia, literatura infantil;
  • As obras precisam ser escritas em português;
  • O concurso só vale para autores residentes no Brasil;
  • Para envio da obra para o concurso, são necessários os seguintes trechos: poesia (cinco poemas); contos (cinco contos); romance (dez laudas); biografia (dez laudas); literatura infantil (dez laudas com cinco ilustrações – não precisa ser do proponente) – Documento: PDF; Fonte: Times New Roman; Tamanho: 12.
  • No documento, o proponente precisa enviar: biografia, sinopse da obra, cidade e Estado em que reside, idade e motivo de querer publicar a obra;
  • Será aceito o envio da obra e material a partir da 0h1min do dia 15 de janeiro de 2024 até as 23h59 do dia 30 de janeiro de 2024.

Processo do concurso

  • Primeira fase: análise feita pela equipe de editores da EditoRia;
  • Segunda fase: divulgação das quinze obras finalistas;
  • Terceira fase: análise feita pela comissão julgadora final realizada por três autores convidados;
  • Quarta fase: divulgação dos três autores vencedores.

Prêmio

  • Primeiro lugar: publicação do livro pela EditoRia e R$ 10 mil;
  • Segundo lugar: publicação do livro pela EditoRia e R$ 6 mil;
  • Terceiro lugar: publicação do livro pela EditoRia e R$ 4 mil.

Critérios de avaliação

  • Coerência;
  • Coesão;
  • Estilo;
  • Fluidez;
  • Tema;
  • Conteúdo;
  • Originalidade;
  • Forma de escrita.

(Fonte: Publishnews)

O Dia de Reis, celebrado neste sábado (6), marca uma tradição centenária na cultura popular brasileira, que é a passagem das folias pelas ruas, reunindo grupos de cantadores e instrumentistas que entoam versos em homenagem aos três reis magos: Baltazar, Belchior e Gaspar. Em diversas cidades do país, eles passam de casa em casa vestindo fardas e máscaras e performando danças e cantorias com múltiplos instrumentos de corda, sanfonas e percussão. Alguns grupos contam com personagens – reis, palhaços e bastiões – que chegam a visitar as casas de devotos.

Belchior, Gaspar e Baltazar, convertidos em santos pela Igreja Católica, teriam saído do Oriente se guiando por uma estrela e levavam três presentes: ouro, incenso e mirra, simbolizando realeza, imortalidade e espiritualidade. Para os devotos, a data da chegada dos reis magos ao destino é quando se encerram os festejos natalinos, que começam quatro domingos antes do 25 de dezembro, dia atribuído ao nascimento de Jesus Cristo.

Dessa forma, o dia 6 de janeiro marca o momento em que esses três reis magos foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, em Belém, cidade milenar localizada atualmente na Palestina. Neste dia, também são desarmados os presépios, as árvores e os demais enfeites natalinos.

De origem portuguesa, a Folia de Reis ou Reisado foi trazida para o Brasil durante o período colonial, manifestando-se a partir de diversos títulos: Terno de Reis, Tiração de Reis, Rancho de Reis, Guerreiros e Reisado. Elas consistem na presença de cantadores, tocadores de instrumento, que saem pelas ruas, de casa em casa, cantando louvores a um santo de devoção e recolhendo donativos para ofertar aos mais necessitados ou cumprindo promessas que as pessoas fazem aos seus santos.

Atualmente a tradição continua presente em diversos Estados do país, especialmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, a exemplo do Espírito Santo, de Minas Gerais, São Paulo, do Rio de Janeiro, de Alagoas, da Bahia, do Ceará, Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí e de Goiás.

Em Minas Gerais, onde a tradição é bastante presente, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) já cadastrou mais 1,6 mil grupos em cerca de 400 municípios de todas as regiões, consideradas, desde 2017, patrimônio cultural de natureza imaterial. Além dos Reis Magos, são cultuados o Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora da Conceição, em períodos que não são necessariamente o de Natal.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existem três pedidos de reconhecimento abertos no Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI): Reisados de Pernambuco; Folias de Reis Fluminenses; e Folias de Reis do Estado de São Paulo.

Em Pernambuco, o mapeamento realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) abrangeu os municípios do Recife, de Garanhuns, Povoado de Maniçoba (Capoeiras), Paranatama, Águas Belas, Arcoverde, Sertânia, Pedra, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande e Tacaratu, contemplando o agreste pernambucano e a região metropolitana do Recife.

No Rio de Janeiro, o Iphan, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), identificou Folias de Reis nos municípios de Angra dos Reis, Cabo Frio, Cassimiro de Abreu, Duas Barras, Itaboraí, Mangaratiba, Paraty, Petrópolis, Quatis, Quissamã, Rio Claro, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena e São Pedro da Aldeia.

Pesquisa

Para atualizar as informações sobre as Folias de Reis, o instituto abriu, em novembro do ano passado, um edital para selecionar organizações para realizar pesquisa e documentação que vão subsidiar o processo de registro dos Reisados e das Folias de Reis.

O Centro de Estudos da Cultura Popular, organização selecionada, deverá promover pesquisa de campo e estudos transdisciplinares sobre os Reisados e a Folia de Reis, reunindo profissionais de diversas áreas do conhecimento, como antropologia, etnomusicologia, história, geografia e artes.

A pesquisa deverá ter a participação das comunidades detentoras das manifestações. Além disso, a organização vai sistematizar e consolidar informações sobre referências bibliográficas, instituições, acervos públicos e particulares.

De acordo com o Iphan, o trabalho deverá trazer uma proposta de reconhecimento dessas manifestações como um único bem cultural ou se seria o caso de indicar o reconhecimento de dois bens culturais: um que abarque os Reisados e suas variações no Nordeste e outro que englobe as Folias de Reis de outras localidades, a serem definidas a partir do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A pesquisa também deverá apresentar produção de material escrito, audiovisual, mapa de base cartográfica com coordenadas georreferenciadas (localizando as comunidades detentoras dos Reisados e das Folias de Reis e os principais locais identificados como lugares de referência para essa manifestação cultural), além de fazer um levantamento histórico sobre transformações e descontinuidades pelos quais esse bem cultural passou, especialmente sobre últimas décadas.

“Com essa pesquisa, que está no horizonte próximo, será possível obter levantamentos quantitativos e qualitativos dos grupos atuantes e suas diversidades atuais e históricas”, informou o Iphan.

(Fonte: Agência Brasil)

"Brasil campeão tem 13 letras". Escutar essa frase é lembrar de Mário Jorge Lobo Zagallo. Uma das razões é o apego dele ao número 13, que surgiu com a esposa Alcina, devota de Santo Antônio (cuja data é comemorada em um dia 13). A outra é a história vitoriosa, de mais de meio século, dedicada à seleção brasileira – dentro ou fora de campo.

Simplesmente quatro dos cinco títulos mundiais da seleção amarelinha tiveram participação do Velho Lobo: dois como atleta, um como técnico e um como coordenador técnico.

Mário Jorge Lobo Zagallo morreu às 23h41 desta sexta-feira (5). O velho Lobo, tetracampeão mundial como jogador, técnico e auxiliar técnico com a Seleção Brasileira, tinha 92 anos. O Hospital Barra D'Or, onde o ídolo estava internado desde o fim do ano passado, comunicou que ele não resistiu a uma falência múltipla de órgãos resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes.

 A Confederação Brasileira de Futebol decretou também luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão. Em nota, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lamentou a morte da “lenda”.

“A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo.  A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol”.

O velório será na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a partir das 9h30 deste domingo. A solenidade será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá às 16h do mesmo domingo, no Cemitério São João Batista.

Trajetória

Zagallo era alagoano de Atalaia, nascido em 8 de agosto de 1931. Antes de completar um ano, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. O talento com a bola nos pés chamou atenção na peneira em que foi aprovado para o time infantil do América-RJ, na Tijuca, bairro da zona norte carioca onde morava. Pelo Mecão, foi campeão carioca de Amadores em 1949, como juvenil, antes de se transferir para o Flamengo.

Antes de brilhar no Rubro-Negro, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955), ele foi recrutado pelo Exército. Em 1950, trabalhando como segurança no Maracanã, viu de perto o uruguaio Alcides Ghiggia silenciar o Maior do Mundo e adiar o sonho do então inédito título mundial brasileiro. História que o então soldado Zagallo ajudaria a mudar anos depois.

A conquista da Taça Oswaldo Cruz (disputada pelas seleções de Brasil e Paraguai) em 1958 foi o começo da trajetória de Zagallo na seleção. Ele vestiu a amarelinha em 36 ocasiões e marcou seis gols. Um na final da Copa do Mundo daquele ano, na vitória por 5 a 2 sobre a anfitriã Suécia, estampando a primeira estrela no peito brasileiro. E o ponta-esquerda deixou clara a importância tática – defensiva e ofensiva – que lhe rendeu o apelido "formiguinha".

Foi também em 1958 que a passagem de Zagallo pelo Flamengo chegou ao fim, com a mudança para o Botafogo. Foram sete anos na Estrela Solitária, ao lado de Nilton Santos, Didi e Garrincha, com dois títulos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi também vestindo a camisa alvinegra que o ponta-esquerda ajudou o Brasil a erguer a taça Jules Rimet pela segunda vez, em 1962, no Chile.

Treinador

Zagallo deixou os gramados aos 34 anos, iniciando a carreira como treinador. Em 1966, assumiu justamente o Botafogo, sendo bicampeão carioca (1967 e 1968) e conduzindo o Glorioso ao primeiro título brasileiro, em 1968.

Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, o Velho Lobo foi chamado para comandar o Brasil no México. Ele teria menos de cem dias para trabalhar. Ainda assim, decidiu mexer no time que era de João Saldanha. Uma das alterações mais marcantes foi a escolha dos cinco jogadores mais avançados. Com Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho, todos camisas 10 nos respectivos clubes, a seleção conquistou o tri.

Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, Zagallo passou por diferentes clubes e países (Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), até retornar à seleção em 1991, como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira, fez parte da comissão do tetracampeonato mundial, sendo escolhido para suceder o treinador campeão.

A nova passagem à frente da amarelinha teve momentos amargos, como a eliminação na semifinal da Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos) para a Nigéria, mas também de conquistas, como a da Copa das Confederações e da Copa América, ambos em 1997. Esta última foi especial, por ser a primeira do Brasil longe de casa. Após derrotar a anfitriã Bolívia na final, por 3 a 1, na altitude de La Paz, o Velho Lobo disparou contra os críticos a famosa frase: "Vocês vão ter que me engolir!".

O vice-campeonato mundial na França, em 1998, deu fim à segunda passagem de Zagallo no comando da seleção brasileira.

Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo (onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001) antes de, depois do penta, em 2002, reeditar a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.

Foram 135 partidas à frente do Brasil, com 79,7% de aproveitamento, sendo o treinador com mais jogos no comando da seleção. Como coordenador, ele participou de outros 72 jogos (65,7% de aproveitamento). Pois é, "Zagallo craque" não tem 13 letras à toa.

(Fonte: Agência Brasil)

De repente, um grupo de músicos tocando mariachi entra no MIS Experience, na região da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. Com churros nas mãos, que foram distribuídos no início do evento, os convidados se emocionam com a música cantada: “Que bonita sua roupa. Que roupinha mutcho louca...”

Os versos invadem o espaço e o coração de uma legião de fãs brasileiros que assistiram ao seriado mexicano Chaves, que foi exibido por muitos anos na TV aberta. Série que agora é celebrada pelo MIS Experience com uma grandiosa exposição, aberta ao público na tarde dessa sexta-feira (5).

A mostra Chaves: A Exposição comemora os 40 anos de estreia do seriado no Brasil. Apesar de Chaves (El Chavo del Ocho, como era chamado no México) ter sido criado, em 1971, por Roberto Bolaños (que também era seu intérprete), sua exibição em solo brasileiro só teve início em agosto de 1984. Depois disso, foram 36 anos de exibição ininterrupta, atraindo gerações de aficionados.

Quem se lembra dessa primeira exibição do seriado no Brasil é José Maria Pereira Lopes, 74 anos, que é relações públicas do MIS, em São Paulo. Ele, que já trabalhou em diversas emissoras brasileiras, era contratado do SBT quando o seriado começou a ser exibido.

“O Chaves foi um sucesso maravilhoso, como vai ser essa exposição. Foi um sucesso porque não havia nada como ele na televisão. Todo mundo assistia ao Chaves, tanto adultos quanto crianças”, disse ele à Agência Brasil, durante visita à mostra. “A exposição está linda. Todo mundo tem que aproveitar essa oportunidade que o MIS está dando”, disse.

Lopes guarda, em VHS, um dos episódios do Chaves. “Tem um episódio guardado comigo há quase 40 anos. Está guardado na minha casa, em uma caixinha azul”, contou. “Não vejo nada hoje como foi o Chaves. Ninguém faz nada igual a isso. Hoje, a TV não tem mais esse tipo de humorista”.

Outra pessoa que se recorda do início dessa exibição no Brasil é Cecília Lemes, dubladora da personagem Chiquinha. “Nenhum de nós [dubladores] tinha essa ideia do sucesso que o Chaves iria fazer [no Brasil]. Logo, fomos percebendo a geniosidade do Roberto Gómez Bolaños. Isso foi tomando corpo e foi um sucesso”, disse ela, ao visitar a exposição nessa sexta-feira. “Hoje, aqui na exposição, foi um grito após o outro de tanta emoção ao entrar em cada uma dessas salas”.

Pois é, pois é, pois é

Chaves: A Exposição é a maior mostra em homenagem ao seriado já feita no mundo. Ela reconstrói mais de 20 cenários emblemáticos que fizeram parte da vida de milhões de espectadores e apresenta a vida e a obra de seu criador, o escritor Roberto Gómez Bolaños, conhecido como Chespirito.

Além da tradicional Vila do Chaves e das casas do seu Madruga e da dona Florinda, o visitante poderá se surpreender com um cenário que recria a sala da casa da Bruxa do 71, ambiente que apareceu em um único episódio da série, dentro do imaginário de Chaves.

Também não foi deixado de lado um dos episódios mais conhecidos e preferidos dos fãs: o de Acapulco. O restaurante de dona Florinda também conta com uma sala especial.

“[A sala da Bruxa do 71] era a mente da criança, do Chaves, imaginando como seria a casa dela se ela fosse uma bruxa mesmo. Recriamos o cenário igualzinho ao episódio da época, de 1975”, destacou João Victor Trascastro, um dos curadores e consultores da exposição e integrante do Fórum Chaves. “É a maior exposição do Chaves já realizada no mundo, totalmente original, com mais de mil metros quadrados, 26 ambientes e ‘tudo friamente calculado’, como diria o Chapolin Colorado”, brincou.

A exposição apresenta, ainda, figurinos originais utilizados no seriado, como a famosa bermuda de Chaves, acompanhada por uma frase escrita em caneta. “Este es el primer pantalon que usó el Chavo del Ocho. Testimonhos: Chapolin Colorado, Chavo, El Profesor Jirafales”, e outros.

Há, também, roteiros e itens originais trazidos do México exclusivamente para a mostra. A curadoria, explicou Trascastro, levou dois anos de planejamento. “Felizmente, tivemos o apoio do Grupo Chespirito, que é a família detentora dos direitos da marca Chaves e Chapolin. Eles nos cederam os itens originais”.

“Sigam-me os bons”

Além de Chaves, a exposição traz, ainda, objetos e cenários de outra série produzida por Bolaños e que também tem uma legião de fãs brasileiros: Chapolin Colorado.

Entre os objetos originais que são apresentados na exposição, estão a marreta biônica, as anteninhas de vinil, a corneta paralisadora e as pílulas de nanicolina, que eram utilizadas por Chapolin.

Nem mesmo a cena de abertura da série no Brasil, com os corações coloridos, ficou de fora da mostra. “Também criamos outros ambientes, como o Chapolin no velho oeste e a parte espacial”, disse João Victor Trascastro.

Tudo isso acompanhado, ao fundo, por vozes dos personagens e músicas que tocavam nos seriados.

Segundo o curador, a exposição busca mostrar por que os dois seriados conquistaram tantos brasileiros. “Acredito que a genialidade do texto do Chespirito seja o ponto mais alto. Ele conseguiu fazer, na década de 70, um roteiro que fosse atemporal. A gente consegue absorvê-lo hoje sem ficar limitado a datas ou personalidades da época”, disse ele.

Exibição

Hoje, o seriado não está mais disponível nem na TV aberta nem no streaming. Mas há uma possibilidade de que ele volte a ser exibido no Brasil. Quem afirma isso é Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños. “Para mim, uma das tarefas mais importantes é fazer com que a série original regresse. Isso é algo que tenho como tarefa presente nos meus dias e espero que, em breve, isso seja solucionado”.

Fernández esteve na manhã dessa sexta-feira, no Brasil, para acompanhar a abertura da exposição e se declarou emocionado. “Este é um dia muito especial para mim e para a minha família. A verdade é que essa é a manifestação do legado de Roberto Bolaños mais importante que já foi feita”, disse ele. “Realmente, ela [a exposição] superou minhas expectativas”, acrescentou.

Quem acompanhou a visita de Fernández à exposição foi a secretária estadual da Cultura, Economia e Indústrias Criativas de São Paulo, Marilia Marton. “Acho que o Chaves perpassa gerações. A minha geração vivenciou demais o Chaves. Ele chegou na década de 80, mas temos ele ainda muito presente no nosso imaginário. Eu realmente acompanhei Chaves e Chapolin durante toda a minha infância e juventude. Brincamos que temos até trejeitos do Chaves: é isso, isso, isso… Pi, pi, pi,pi”, brincou ela, em entrevista à Agência Brasil.

Para a secretária, a expectativa é que a exposição atraia um grande público ao MIS Experience, principalmente por ter sido aberta em período de férias e por contar com uma rede de transporte especial: há um ônibus gratuito, todo enfeitado com imagens da exposição, que sai do Terminal Turístico da Barra Funda a cada meia hora.

Os ingressos para Chaves: A Exposição já estão à venda no site www.expochaves.com.br. Às terças-feiras, a entrada é gratuita, e o ingresso deve ser retirado, exclusivamente, na bilheteria física do MIS Experience, no dia da visita (sujeito à lotação).

(Fonte: Agência Brasil)

Quem vê a Bandeira do Brasil, está vendo Teixeira Mendes.

O Estado separou-se da Igreja? Foi Teixeira Mendes.

Há liberdade de crença e culto? Teixeira Mendes.

Primeiras leis de proteção à Mulher trabalhadora? Foram redigidas por Teixeira Mendes.

Leis de proteção ao doente mental? Aos índios? Ao menor trabalhador? Teixeira Mendes...

(...)

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Às vésperas de se completarem 170 anos de nascimento de um dos nomes mais sólidos nas lutas pelas coisas e causas do Brasil, a cidade e o Estado de nascimento desse clínico geral da Cidadania pouco se tocam ou sequer se lembram, em nível oficial e de realizações, de quem foi e do que fez Teixeira Mendes por este país.

O livro que escrevi traz o mínimo dos mínimos acerca desse caxiense/maranhense. O homem era um portento. Um grande talento. Um prodígio. Um quase milagre. Escreveu mais de quinhentos livros, na forma grandes e pequenos, entre milhares de outros escritos e publicações.

O texto a seguir é a Apresentação que escrevi e que consta da obra “Teixeira Mendes – Esse Nome é uma Bandeira”, já em segunda edição. Interessados no livro, solicitem: [email protected] (E. SANCHES)

* * *

Vem-me à mente a imagem da cebola: tira-se a primeira camada de seu bulbo e uma nova camada se apresenta. Tira-se esta, e a próxima, e a seguinte... até perceber-se que a cebola, toda ela, é um saudável constructo de camadas.

Ao ir observando e absorvendo o volumoso material histórico, informativo, bibliográfico que coligi acerca de Raimundo Teixeira Mendes, o filósofo e matemático (na família dele há dois homônimos – um, militar; o outro, engenheiro), a sensação que tive foi a de que eu estava diante de um brasileiro maranhense e caxiense formado de camadas.

Explico: Teixeira Mendes assumiu tantas causas, lutou por e contra tantas coisas e com tanto empenho que ele próprio parece ser constituído de camadas e camadas de causas, de lutas, de posições e oposições. Após a camada mais epidérmica, uma outra se lhe segue, depois outra, e outra, e outra... Teixeira Mendes parece interminável.

A bandeira brasileira... A separação Igreja-Estado... A defesa da mulher... A luta em favor dos índios... A causa dos trabalhadores, sejam os operários adultos, sejam os direitos do jovem trabalhador... A espiritualidade... E tudo isto ainda não esvazia o caudal de causas que o combativo caxiense assumiu e levou adiante quando morava na cidade do Rio de Janeiro, onde faleceu em plena atividade. Teixeira Mendes era um workaholic das causas coletivas e pelos interesses maiores da Nacionalidade.

Leia neste livro o que tanta gente boa e inteligente, o que tanta gente agradecida escreveu sobre esse maranhense-caxiense. Saiba que corajosa atitude tomou no momento de receber seu título de Bacharel. Teixeira Mendes foi um bom e grande homem, e permanece um bom e grande exemplo para aqueles que souberem dele.

É difícil disfarçar o salutar orgulho por ser conterrâneo desse competente clínico geral da Cidadania Brasileira.

Este livro é um pequeno retrato 3x4 de uma personalidade impossível de caber em única moldura. É uma palestra que proferi em 5 de janeiro de 2015, a convite da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (Asleama), sediada em Caxias e que tem como patrono esse ilustre caxiense, tanto que a entidade também é conhecida e assume-se como a “Casa de Teixeira Mendes”.

Exatamente naquela data completavam-se 160 anos de nascimento do polígrafo caxiense. A palestra foi no auditório do Memorial da Balaiada, localizado no histórico Morro do Alecrim, em Caxias, cidade maranhense que é berço de outras grandes figuras das Letras, da Música, das Ciências, da política, do Direito etc., dadas ao Maranhão, ao Brasil e ao mundo, como, por exemplo, Gonçalves Dias, Coelho Netto, Teófilo Dias, Vespasiano Ramos (escritores, poetas), César Augusto Marques (historiador), João Mendes de Almeida (advogado, jornalista, escritor, autor da Lei do Ventre Livre), Ubirajara Fidalgo da Silva (primeiro dramaturgo negro do Brasil), Armando Maranhão (a “Pedra Angular do teatro Paranaense”), Elpídio Pereira (maestro e músico internacional), Mãe Andresa (sacerdotisa de culto afro-brasileira de renome internacional), Aderson Ferro (“Glória da Odontologia Nacional”, jornalista combativo), Sinval Odorico de Moura (presidente de quatro províncias brasileiras), Cândido Ribeiro (“maior industrial do Maranhão dos séculos XIX e XX”), João Christino Cruz (criador do Ministério da Agricultura), João Lopes de Carvalho (pintor e desenhista que, ainda jovem, impressionou na Europa), Joaquim Antônio Cruz (médico, militar e político), Celso Antônio Silveira de Menezes (um dos maiores escultores do Brasil)... e por aí vão os nomes, os feitos.

São tantos e é tanto o que cada um fez... – a maioria dos nomes com trabalhos de repercussão nacional e, até, internacional.

Só mesmo a curiosidade benfazeja para fazer o leitor ir a fontes de pesquisas e saber mais sobre cada um, as coisas que fizeram, o legado que deixaram para um país, um Estado e uma cidade – entes federativos que parecem não se importar com quem investiu talento, tempo e saúde para fortalecer as bases das estruturas sociais, políticas, históricas e culturais sobre as quais nós comodamente pousamos e repousamos. Dormimos sobre o esforço de nossos antepassados, e é uma pena que muitos, senão a maioria, de nós fechemos os olhos para esses homens e mulheres.

Ao contrário do lugar-comum que diz que “o passado condena”, neste caso é ele, o passado, que liberta e fortalece, e é sobre suas fundações que se alevanta o presente – um presente que, ele sim, com seu desinteresse, sua desvontade, sentencia e condena o passado ou partes dele ao degredo, à desimportância, ao esquecimento.

Pelo menos em relação a Teixeira Mendes, este pequeno livro reaviva um mínimo de sua vida, um pouco de sua obra, algo de seus feitos.

Sejam também estas páginas um gesto de reconhecimento, um preito de gratidão.

* EDMILSON SANCHES

O piloto maranhense Marcelo Medeiros, da Tag Racing e tetracampeão do Sertões, deu o pontapé inicial na sua sexta participação no Rally Dakar, em sua 46ª edição, e conquistou a sétima posição entre os Quadriciclos, nesta sexta-feira (5), disputada em Al’Ula, na Arábia Saudita. Com isso, o maranhense e seu Yamaha Raptor #177 podem traçar estratégias para sua participação na principal competição off-road do planeta, que larga para a primeira de suas 12 etapas, neste sábado (6), e tem chegada prevista em Yanbu em 19 de janeiro.

Em forma de anel, em torno de Al’Ulaentre rochas, areia e paisagens deslumbrantes, o prólogo com especial de 27 quilômetros serviu de aquecimento dos motores antes de enfrentar o percurso anunciado como exigente desde os primeiros dias de prova. Nesta sexta-feira, os deslocamentos tiveram total de 133 quilômetros, sendo 71 de inicial e 62 de final, totalizando um desafio de 160 quilômetros.

O roteiro terá, aproximadamente, 8 mil quilômetros, dos quais 4,7 mil são de trechos cronometrados. Este ano, o percurso do Dakar terá até 60% de trechos inéditos e, em quase todas as etapas, passam por dunas.

“Hoje, larguei bem e acabei passando os dois primeiros logo no começo. Eu estava abrindo a pista, mas, no Km 22, não peguei o way point. Optei por voltar, para não ser penalizado por uma punição maior, de 30 minutos, e isso fez com que eu perdesse muito tempo na procura da referência indicada na planilha”, contou Medeiros. “É só um aquecimento, está tudo bem. Foi uma etapa boa, bem rápida, muita areia. Amanhã, na primeira etapa, vamos buscar evolução desde a largada para chegar mais à frente”, prometeu o piloto de São Luís (MA).

A primeira etapa será neste sábado (6), com largada em Al’Ula e chegada em Al Henakiyah, é considerada difícil e cheia de ação e dará o tom da edição 2024 do Dakar. O percurso, traçado do zero, terá características geológicas nunca vistas antes na história do rali e serpenteará ao redor de vulcões, em uma paleta de tons minerais com todos os tons de cinza. O desafio de 414 quilômetros promete já no início de corrida ser difícil suficiente para abrir grande lacunas entre os competidores.

O rali ainda contará com uma etapa de 48 horas, a sexta da edição, partindo de Shubaytah e chegando ao mesmo local, na região desértica chamada de “Quarteirão Vazio” (Empty Quarter), no deserto Rub’Al Khali, que cobre 650.000km², sendo a maior área contínua coberta de areia no mundo.

Dentro do Dakar, Marcelo Medeiros computou, no ano passado, quatro vitórias consecutivas e concluiu na nona posição entre os quadriciclos. Em 2022, o piloto de São Luís (MA) completou em sexto, em estreia na Arábia Saudita. O competidor da TAG Racing conta com outras três participações, quando a competição ocorreu na América do Sul. Em sua estreia, em 2016, e no ano seguinte, o maranhense não finalizou a prova. Em 2018, ficou em quarto lugar entre os quadriciclos.

O Dakar 2024 conta pontos para o Mundial de Rally Cross Country (FIA e FIM).

Mais informações: www.dakar.com e App Dakar Rally 2024.

No Dakar 2024, Marcelo Medeiros conta com patrocínio da Mardisa Mercedes-Benz, da Taguatur Fiat e da empresa Centro Elétrico.

Resultado do prólogo – Quadriciclos:

1) #173 (ARG) Francisco Moreno Flores, Dragon, 00h21' 31''

2) #174 (ARG) Manuel Andujar, 7240 Team / Dragon Rally Service, 00h21' 59''

3) #172 (FRA) Alexandre Giroud, Yamaha Racing - Smx - Drag'on, 00h22' 46''

4) #170 (LTU) Laisvydas Kancius, Story Racing, 00h23' 38''

5) #176 (ESP) Toni Vingut, Visit Sant Antoni – Ibiza, 00h24' 34''

6) #171 (SVK) Juraj Varga, Varga Motorsport Team, 00h25' 05''

7) #177 (BRA) Marcelo Medeiros, Taguatur Racing Team, 00h25' 09''

8) #178 (FRA) Samuel Desbuisson, Drag'on Rally Team, 00h27' 26''

9) #175 (LTU) Antanas Kanopkinas, Cfmoto Thunder Racing, Team, 00h29' 23''

10) #179 (SAU) Alnoumesi Hani, Hani Alnoumesi, 00h33' 05''

ROTEIRO DAKAR 2024 (ARÁBIA SAUDITA)

PRÓLOGO — Sexta-feira, 05/01

Al’Ula > Al’Ula | Especial: 28km | Deslocamento total: 130km

ETAPA 1 — Sábado, 06/01

Al’Ula > Al Henakiyah | Especial: 405km | Deslocamento total: 127km

ETAPA 2 — Domingo, 07/01

Al Henakiyah > Al Duwadimi | Especial: 470km | Deslocamento total: 192km

ETAPA 3 — Segunda-feira, 08/01

Al Duwadimi > Al Salamiya | Especial: 440km | Deslocamento total: 293km

ETAPA 4 — Terça-feira, 09/01

Al Salamiya > Al-Hofuf | Especial: 299km | Deslocamento total: 332km

ETAPA 5 — Quarta-feira, 10/01

Al-Hofuf > Shubaytah | Especial: 118km | Deslocamento total: 609km

ETAPA 6 (SUPER ETAPA) – 48 horas

Quinta-feira e Sexta-feira, 11 e 12/01

Shubaytah > Shubaytah | Especial: 584km | Deslocamento total: 234km

DESCANSO - Sábado, 13/01 - Riad   

ETAPA 7 — Domingo, 14/01

Riade > Al Duwadimi | Especial: 390km | Deslocamento total: 483km

ETAPA 8 — Segunda-feira, 15/01

Duwadimi > Saudar | Especial: 458km | Deslocamento total: 220km

ETAPA 9 — Terça-feira, 16/01

Hail > Al Ula | Especial: 417km |Deslocamento total: 222km

ETAPA 10 — Quarta-feira, 17/01

Al Ula > Al Ula | Especial: 371km | Deslocamento total: 238km

ETAPA 11 — Quinta-feira, 18/01

Al Ula > Yanbu | Especial: 480km | Deslocamento total: 107km

ETAPA 12 — Sexta-feira, 19/01

Yanbu > Yanbu | Especial: 175km | Deslocamento total: 153km

PERCURSO: 7.891km totais | 4.727km de especiais

Mais informações da equipe:

Instagram: @marcelomedeiros10

(Fonte: Assessoria de imprensa)