Skip to content

Brasília (DF), 03/05/2024 - Ministro de  Comunicação social, Paulo Pimenta durante entrevista após participar do programa, Bom dia, Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse, nesta sexta-feira (3), que a decisão sobre um possível adiamento das provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) no Estado do Rio Grande do Sul deve sair nas próximas horas. “No mais tardar, até o início da tarde de hoje, a gente precisa ter uma orientação definitiva sobre a realização do concurso”.

Boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado na manhã desta sexta-feira contabiliza 31 mortes em decorrência das chuvas em todo o Estado. Há, ainda, 74 pessoas desaparecidas e 56 feridos. Até o momento, 235 municípios foram afetados pelos temporais, totalizando 351.639 pessoas afetadas. Dessas, 17.087 estão desalojadas e 7.165, em abrigos. Os números, de acordo com o governador Eduardo Leite, devem subir ao longo dos próximos dias.

Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Paulo Pimenta disse ter participado de uma reunião, na noite dessa quinta-feira (2), com a Casa Civil e a própria ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, para tratar da aplicação do concurso no Rio Grande do Sul. O encontro envolveu, ainda, a Advocacia Geral da União (AGU).  

“A possibilidade de adiamento do concurso tem um custo de R$ 50 milhões. São mais de 2,5 milhões de inscritos em todo o país. A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, é muito questionável. Outra hipótese que existiria é a suspensão total do concurso. A não ser que haja alguma decisão judicial nesse sentido”.

“O que estou afirmando é que nós vamos buscar segurança jurídica porque alguém poderia me perguntar: deve ser judicializado para que não ocorra prova no Rio Grande do Sul? É muito provável [que aconteça]. Como é provável que seja judicializado em outros estados para garantir que a prova ocorra. Não podemos levar o concurso para uma insegurança jurídica. Vamos tomar uma decisão consolidada no decorrer das próximas horas para garantir a tranquilidade e a segurança jurídica necessária para todas as pessoas que vão participar desse certame”.

Na noite dessa quinta-feira o governo chegou a confirmar a realização das provas em todo o país conforme o previsto. Em nota, afirmou que faria todos os esforços para garantir a participação dos candidatos do Rio Grande do Sul. A questão, no entanto, ainda está em debate.

De acordo com o ministro, 86 mil inscritos no Concurso Unificado são do Rio Grande do Sul. Ao todo, 10 cidades gaúchas vão ofertar as provas. “Algumas dessas cidades não estão em áreas em situação de emergência e não estão com impedimento de acesso”, disse. Ainda segundo ele, dos 86 mil inscritos no Estado, 21 mil estão fora de cidades onde vai ocorrer a prova e 6 mil estão em municípios em situação de emergência ou sem acesso a cidades onde ocorrerá a prova.

“No decorrer da manhã, vamos nos debruçar sobre isso. O compromisso do governo é que ninguém seja prejudicado. Ninguém pode deixar de participar do concurso porque está numa cidade em situação de emergência ou está numa cidade onde o bloqueio impede o acesso ao local da prova. No decorrer do dia de hoje, vamos tratar do assunto, ver do ponto de vista jurídico toda a segurança necessária para não comprometer a situação também das demais 2,6 milhões de pessoas”.

“Muitas delas já se deslocaram, já estão na cidade onde vai acontecer a prova. As provas já estão nos Estados. Existe toda uma logística de distribuição. Portanto, é uma decisão que envolve vários aspectos. Mas a garantia é que ninguém no Estado do Rio Grande do Sul será prejudicado ou impedido de participar do concurso. Se não puder fazer a prova no domingo, vamos ter que construir uma alternativa”.

Para Pimenta, a situação é “bastante delicada e de difícil solução”. “Por um lado, temos 2,6 milhões de pessoas e, desse total, 2,5 milhões prontos para fazer a prova no domingo. Eles já estão na cidade onde a prova vai ocorrer. As provas já estão nas cidades. Diferentemente do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], que tem um banco de perguntas e que prevê a possibilidade de fazer uma espécie de segunda chamada, esse é um outro formato. Você não tem banco de perguntas. Não temos uma solução pronta”.

“Vejo com muita dificuldade uma operação de transporte de 6 mil pessoas, à medida em que estamos trabalhando no resgate de famílias que estão, muitas delas, entre a vida e a morte neste momento. Então, o que estamos buscando, neste momento, é também uma segurança jurídica. Na medida em que nós encontrarmos essa solução, que garanta que essas pessoas que, por ventura, estão em cidades em situação de emergência ou em cidades em que o acesso ao local da prova está bloqueado possam realizar a prova numa outra data. Essa pode ser uma solução”.

“É muito delicado. Como são vários concursos, você imagina o seguinte: as provas já estão nos Estados, vão para o local de prova. Você já sabe, em cada sala de aula, quem são as pessoas que vão fazer a prova e para qual concurso elas vão fazer. Então, numa sala de aula, tem diversas provas diferentes. Esse pacote já sai pronto de Brasília. Ele vai chegar lá na sala de aula. Você imagina mexer numa logística dessa dimensão, com dificuldade de acesso como estamos, é muito difícil”.

(Fonte: Agência Brasil)

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

O governo federal confirmou, nessa quinta-feira (2), a aplicação das provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, em todo o país, no próximo domingo (5).

Em razão das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, o governo passou a monitorar a logística para a realização do certame no Estado. Nas redes sociais, a realização do concurso foi questionada por candidatos que farão as provas no Rio Grande do Sul, Estado que está em situação de calamidade. Em entrevista a jornalistas esta semana, o governador do Estado, Eduardo Leite, chegou a propor um adiamento da aplicação das provas no Estado. A mesma solicitação foi feita por parlamentares gaúchos.    

Em nota, além de confirmar a aplicação das provas, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos afirmou que serão adotados esforços para garantir a participação dos candidatos do Estado.

“O governo federal envidará todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos, em diálogo com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes”, afirmou a pasta.

No Rio Grande do Sul, são pouco mais de 80 mil candidatos inscritos, que farão provas em dez cidades, incluindo Santa Maria e Santa Cruz do Sul, que estão entre os municípios mais afetados.

Segundo o MGI, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das Forças Armadas vão atuar para garantir a normalidade na aplicação das provas para os candidatos, incluindo eventual desimpedimento das rotas de acesso. Mais cedo, o próprio governo federal informou que há 141 pontos de bloqueio em rodovias federais e estaduais que cortam o Estado.

O CPNU é o concurso com o maior número de candidatos já realizado no país. Em todo o Brasil, serão 3.665 locais de aplicação e 75.730 salas. Ao todo, 2,144 milhões de candidatos inscritos no Concurso Público Nacional Unificado disputarão 6.640 vagas em cargos públicos oferecidas por 21 órgãos públicos federais.

Chuvas

O Rio Grande do Sul já registra 29 mortes em decorrência das chuvas que atingem o Estado nos últimos dias. Também há 60 pessoas desaparecidas no Estado.

O total de pessoas em abrigos é de 4.645 e outras 10.242 estão desalojadas. O número de municípios afetados chegou a 154

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 10/04/2023 - Fachada do ministério da Educação.
Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O Ministério da Educação (MEC) vai apresentar protocolos de prevenção e resposta ao racismo nas escolas. Os editais com as propostas serão publicados nos próximos meses e poderão ser aplicados em todas as instituições de ensino do país – públicas e privadas. A medida faz parte do desenho da Política Nacional de Educação para as Relações Étnico-Raciais, que deve ser anunciada no próximo dia 14.

Ao todo, a política possui sete eixos, sendo um deles o diagnóstico de monitoramento da implementação da Lei 10.639/2003, que determinou a inclusão obrigatória do ensino de história e cultura afro-brasileira em todas as etapas da educação básica.

O anúncio foi feito em meio a casos recentes de racismo em unidades de ensino. Um deles aconteceu no dia 3 de abril, em Brasília, quando alunos da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima foram hostilizados com xingamentos racistas por alunos do Colégio Galois, durante uma partida de futsal válida pelo torneio Liga das Escolas. Por causa do episódio, o Colégio Galois – escola privada da capital federal - expulsou alguns dos envolvidos identificados, sendo que outros pediram desligamento da instituição.

Outro caso que teve ampla repercussão foi denunciado pela atriz Samara Felippo, que registrou boletim de ocorrência eletrônico após sua filha, de 14 anos, ter sido vítima de racismo em uma escola de alto padrão em São Paulo.

Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), no registro da ocorrência, a atriz mencionou que ofensas racistas foram escritas em um dos cadernos da filha. O caso foi registrado como “preconceito de raça ou de cor” e está sendo analisado pelo 14º Distrito Policial de Pinheiros, na capital paulista. O episódio aconteceu na Escola Vera Cruz, no Bairro de Pinheiros, e duas alunas envolvidas foram suspensas pelo colégio.

Uma pesquisa divulgada no ano passado mostrou que 71% das secretarias municipais de Educação não têm ações consistentes para atender à legislação.  Outro estudo divulgado este ano indica que cerca de 90% das turmas de educação de creche e pré-escola ignoram temas raciais.

Para acelerar a implementação da Lei 10.639/2003, o MEC deve anunciar um trabalho de fortalecimento das redes educacionais por meio de um regime de colaboração e coordenação federativa. Estão previstos incentivos financeiros, técnicos e simbólicos na implementação da política nacional de educação das relações étnico-raciais.

Livros didáticos

Segundo o MEC, uma comissão – formada pela Secretaria de Educação Básica (SEB), Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – tem produzido análises para aperfeiçoar editais do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).

Esse programa avalia e disponibiliza obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros itens de apoio à prática educativa, de forma sistemática, regular e gratuita, às escolas públicas de educação básica das redes federal, estaduais, municipais e distrital e também às instituições de educação infantil comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público.

Além dos livros didáticos, a política nacional a ser lançada pelo MEC este mês deve dar destaque à publicação de livros literários direcionados à temática étnico-racial.  

“Uma outra preocupação do MEC em relação ao tema é a formação docente. Entende-se que é necessário que se formem professores, mas, também gestores e técnicos, afinal, os tomadores de decisão no âmbito das escolas são atores importantes neste processo. Neste sentido, o desenho de formação contempla todas estas dimensões”, informou o Ministério da Educação à Agência Brasil.

(Fonte: Agência Brasil)

Espetáculo parte da poesia grega para criticar violência atual - Também guardamos pedras aqui. Foto: Vic Von Poser/Divulgação

Inspirado no próprio livro, ganhador do Prêmio Jabuti de 2022, a atriz e poeta Luiza Romão sobe ao palco com Também Guardamos Pedras Aqui. O espetáculo, em cartaz no Sesc Vila Mariana, zona sul paulistana, aprofunda discussões sobre violência e opressão.

Ao propor uma releitura da Ilíada, o ponto de partida de Luiza é o entendimento que a obra fundadora da literatura e do teatro ocidentais faz o relato de um massacre como um feito heroico.

“A guerra é quando, minimamente, existe pé de igualdade, quando há possibilidades reais de os dois lados ganharem. É algo que vai ser disputado na batalha. E, quando se lê a Ilíada,  vê-se que os troianos nunca tiveram chance de ganhar, porque os deuses eram gregos. Acho que foi a maior indignação para mim, porque isso eu não sabia antes de ler”, disse a poeta para explicar a diferença entre a guerra e o massacre em entrevista à Agência Brasil sobre o livro.

O poema épico grego Ilíada, de autoria atribuída a Homero, relata a conquista de Troia. Luiza Romão discute como o fato de atribuir heroísmo a esses feitos se reflete até hoje em diversas formas de violência, como as ações policiais, e atravessa outras dimensões da vida contemporânea, como o lugar ocupado pela mulher.

Durante a encenação, Luiza tem oportunidade de entrar em um diálogo mais direto com o público, apresentando o contexto em que os versos foram criados. Em uma das intervenções, ela fala sobre o momento em que leu o poema, em uma viagem à Bolívia. “Eu estava lendo nessa viagem e passei pelo local onde Che Guevara [guerrilheiro argentino que participou da revolução cubana] foi assassinado, no interior da Bolívia”, disse a artista em entrevista.

“Eles [guerrilheiros] tentavam articular uma revolução comunista no coração da América Latina. A ideia era sair do coração da Bolívia e se espalhar pelo continente inteiro. Eles foram delatados, passaram por uma emboscada e foram assassinados. Che Guevara morre. A cabeça dele fica exposta em uma dessas vilas, e o corpo fica desaparecido, por medo de que o local em que estivesse enterrado virasse um mausoléu de peregrinação comunista, um lugar de memória”, explicou a poeta sobre o processo de recriação do poema Homero.

No livro, a maior parte dos versos do poema está escondida com uma tarja preta, como se tivessem sido censurados. É uma lista de atrocidades de que os gregos foram capazes ao longo da guerra para, em seguida, dizer que, apesar desses horrores, eles, ao menos devolveram o corpo de Heitor, príncipe de Troia, ao contrário do que aconteceu com Guevara, conta a autora. A lista, que não pode ser vista no livro, é explorada no espetáculo de diversas formas e tamanhos.

Música e Karaokê

Outra dimensão que os textos ganham ao chegar ao palco é a música. A direção geral e musical do espetáculo é de Eugênio Lima, um dos fundadores do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, que une a estética do hip-hop ao teatro épico. Em entrevista à Agência Brasil para o especial sobre 50 anos da cultura hip-hop, Lima explicou que a base para esse “casamento estético” é a autorrepresentação. “A ideia de que eu preciso ter a possibilidade de narrar a minha própria história”, disse, na ocasião.

“A ideia do ator e da atriz MC, a ideia do DJ narrador, a ideia de que todos os elementos cênicos são necessários para se contar uma história – então, a gente chamou isso de dramaturgia cênica”, acrescentou para explicar a proposta, em que defende autonomia das diferentes linguagens. “O texto não serve à música, a música não serve ao texto, a atuação não está a serviço [de outra linguagem]. Todos estão em condições horizontais e são elementos necessários para contar a narrativa”, explicou Lima.

A diversidade de elementos no espetáculo chega até o uso da estética do karaokê, em que Luiza declama alguns poemas como se cantasse músicas bregas. A comicidade, apesar de uma certa ironia, é um diálogo direto com a tradição do teatro grego, que intercalava as apresentações das peças de tragédia com as comédias. Há, ainda, um diálogo com um dos temas mais explorados universalmente pelas artes: o sofrimento por amor.

O espetáculo pode ser visto às sextas-feiras e sábados, até o dia 18 deste mês, às 20h. Mais informações podem ser obtidas na página do Sesc.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 01/05/2024 - A Polícia Federal recuperou nesta quarta-feira (1/5) em Londres, no Reino Unido, uma das obras literárias furtadas do Museu Emílio Goeldi, em Belém/PA, em 2008.
O livro

Uma obra literária furtada em 2008 do Museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará, foi recuperada, nessa quarta-feira (1º), pela Polícia Federal. O livro “Simiarum et vespertilionum Brasiliensium species novae”, de 1823, do zoólogo alemão Johann Baptist von Spix, estava em Londres, no Reino Unido. De acordo com nota da PF, a investigação sobre o furto contou com trabalho de cooperação policial internacional e colaboração da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard), por intermédio de sua Unidade de Artes e Antiguidades.

A obra de Johann Baptist von Spix é um dos exemplares de uma coletânea produzida pelo autor sobre a fauna e a flora brasileiras, com foco predominante em macacos. Três servidores do Museu Emílio Goeldi foram denunciados por peculato culposo em 2011, em decorrência das investigações.

Em dezembro de 2023, a obra “Reise in Chile und auf dem Amazonstrome”, do naturalista suíço Eduard Friedrich Poeppig, foi recuperada na Argentina, em ação de cooperação jurídica com o país vizinho. Em março deste ano, a obra holandesa intitulada “De India utriusque re naturali et medica”, de Guilherme Piso, também foi recuperada em Londres. Ambas também foram furtadas do Museu Emílio Goeldi.

"A repatriação das obras literárias representa um marco fundamental para o Brasil, demonstrando um compromisso renovado com a preservação do patrimônio cultural e estabelecendo um precedente essencial para a recuperação de elementos históricos", ressaltou, em nota, a Polícia Federal.

Johann Baptist von Spix

Expedição

Nascido em 1781, na cidade de Höchstadt an der Aisch, território do Reino da Baviera entre 1805 e 1918, Johann Baptist von Spix ingressou na Escola Episcopal de Bamberg, aos 11 anos, e logo no ano seguinte foi transferido para o Seminário Episcopal da cidade. Aos 19, já era doutor em filosofia e logo um famoso filósofo da natureza. Também se formou doutor em medicina, no ano de 1807, e, em 1810, foi contratado pela Academia Real de Ciências para organizar o museu de zoologia, em Munique.

Johann Baptist von Spix
Johann Baptist von Spix

A experiência e o renome definiram a escolha de Spix para coordenar as pesquisas que integrariam a comitiva da arquiduquesa austríaca Leopoldina, em viagem ao Brasil. A missão, conhecida por Austro-Bávara, buscava uma integração dos países da região europeia da futura esposa do príncipe herdeiro D. Pedro I, com a então colônia portuguesa.

Foram três anos (1817-1820) de viagem desde o Rio de Janeiro até a fronteira do Amazonas com a Colômbia, 10 mil quilômetros percorridos por sete Estados, 3.381 espécies de animais brasileiros catalogadas, documentação de línguas indígenas, formação de coleções para estudos. Além disso, Spix coordenou uma equipe de cientistas que produziram muitos outros estudos etnológicos, sobre a fauna e a flora brasileira.

(Fonte: Agência Brasil)

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será realizado neste domingo (5), em dois turnos, em 228 municípios de todos os Estados brasileiros, mais o Distrito Federal. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), organizador do certame, em colaboração com a Fundação Cesgranrio, contratada para realização do concurso unificado, tem supervisionado as diferentes etapas para garantir o sucesso na aplicação das provas e na seleção dos candidatos mais qualificados para ocupar uma das 640 vagas ofertadas pelos 21 órgãos federais nesta primeira edição.

Brasília, (DF) – 16/02/2024 –  Alexandre Retamal, coordenador-geral de logística do CPNU, participa do programa A Voz do Brasil. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador-geral de Logística do CPNU no MGI, Alexandre Retamal, destacou aspectos prioritários da organização nos dias que antecedem o concurso: segurança para garantir integridade e sigilo; infraestrutura acessível a todos; logística eficiente de distribuição e retorno dos cadernos de provas; comunicação clara; transparência para garantir imparcialidade e equidade no processo; uso de tecnologia para agilizar processos e reprimir fraudes e vazamentos.

Entre eles, a segurança é destacada como a principal, para garantir a integridade, lisura e sigilo das provas e, igualmente, evitar vazamentos e fraudes no concurso unificado.

Segurança x fraudes

O MGI tem destacado que, desde o planejamento até a divulgação dos resultados, conta com a experiência de 25 anos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC), na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que inspirou o CNPU.

Em relação à segurança e à inteligência, o MGI ampliou os protocolos de segurança que já existiam da aplicação do Enem, com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Força Nacional de Segurança Pública (MJSP) e dos Correios.

“Todos esses órgãos, em conjunto, atuam para a gente garantir, desde a vigilância nos locais de elaboração das questões de prova do concurso, impressão e a distribuição das provas fazendo a escolta e a vigilância junto com os Correios. Além disso, está sendo feita a vigilância nos armazéns onde as provas estarão até o dia da prova e a escolta nos Estados até os locais de aplicação”, destaca o coordenador-geral.

“Tudo que a gente puder fazer para garantir a segurança e a lisura do certame nós já estamos fazendo para que os candidatos possam chegar, no dia de prova, e fazer o seu melhor sem ficar preocupado se outras pessoas serão beneficiadas por esquemas fraudulentos”, reiterou Alexandre Retamal.

No dia da prova

No domingo, serão mais de 75,7 mil salas de aplicação das provas, distribuídas em 3.665 locais de aplicação, como escolas e universidades, localizados em 228 municípios. O coordenador do CPNU destaca que todos os locais de aplicação contarão com vigilância e rondas para garantir a segurança. O MGI planeja instalar, em pontos indicados pela Polícia Federal, detectores de metal e de pontos eletrônicos, principalmente, próximos aos banheiros dos locais das provas. O objetivo é impedir o uso fraudulento da tecnologia para contato externo e repasse ilegal de respostas das questões do concurso. “Justamente, para impedir a atuação de quadrilhas e organizações criminosas que usam deste artifício dos pontos eletrônicos com os candidatos na tentativa de burlar o concurso”.

Alexandre Retamal orienta o candidato que, ao entrar no local de prova, entre as 7h30 e as 8h30 de domingo, deve portar apenas o cartão de confirmação, um documento de identidade com foto, caneta preta de material transparente. Além disso, pode levar água em garrafa transparente e alimentação em embalagens fechadas.

>> Veja dicas na reta final para o Concurso Público Nacional Unificado.

No momento da aplicação das provas objetivas e dissertativas, nos dois turnos de domingo, todos os candidatos serão orientados a desligarem e guardarem, dentro de um envelope lacrado, os equipamentos com qualquer componente eletrônico, como celulares, chaves com alarme, calculadoras e relógios. Também estão proibidos os portes de relógios de qualquer natureza, pen-drives, mp3 player, fones de ouvido agendas eletrônicas, gravadores, e microcomputadores portáteis e outros sob pena de eliminação do candidato.

“É importante que os candidatos atendam às orientações dos fiscais de sala e evitem levar qualquer tipo de anotação, qualquer tipo de material que possa ser identificado como cola ou algum item escuso para que não haja surpresas”, adverte Retamal. A tentativa de fraude em um concurso público configura crime, conforme o Código Penal Brasileiro, e pode resultar em pena de um a cinco anos de prisão.

Pós-prova

Outras medidas de segurança que serão adotadas pelos fiscais de sala, durante a aplicação das provas, consistem na coleta de digitais de todos os participantes e no exame grafológico, quando o candidato terá que reescrever uma frase impressa no próprio cartão-resposta por recomendação da Polícia Federal. “Também fizemos uma parceria com a Polícia Federal para depois, quando os candidatos forem aprovados no concurso, os agentes verificarem se aquele candidato que fez a prova é o mesmo que fez a inscrição, por meio daquela coleta de digitais e do exame grafológico”, aponta o coordenador do CNPU.

Um acordo com o MEC possibilitará a confirmação da veracidade e da validade de diplomas de graduação e documentos apresentados pelos aprovados no concurso no momento da prova de títulos e da efetiva posse da vaga.

Desde essa terça-feira (30), uma força-tarefa da Advocacia Geral da União (AGU) também tem trabalhado em regime de plantão judicial para dar segurança jurídica à realização do CPNU. De acordo com o MGI, os 121 integrantes da AGU trabalharão de forma estratégica em eventuais ações judiciais para que não causem instabilidades no processo seletivo, sobretudo no domingo. O plantão judicial será mantido até 9 de maio.

Colaboradores

O Concurso Nacional Unificado envolverá cerca de 215 mil funcionários na segurança, transporte e aplicação das diferentes provas do certame. O número representa, em média, 10% do total de inscritos no Enem dos Concursos, que tem mais de 2,1 milhões de candidatos inscritos. 

“Este é o contingente de pessoas [215 mil] que nós estamos organizando para participar da aplicação, desde o planejamento até toda a parte da elaboração de provas, distribuição de provas, aplicação, depois a logística de reversa e correção”, diz o coordenador de Logística do concurso.

Em um concurso público, a logística de reversa controla o fluxo de retorno das provas, que não poderão ser levadas pelos candidatos, e dos cartões-resposta dos candidatos aos locais de correção.

O MGI explica que, para todo o ciclo de planejamento e realização deste que é o maior concurso público realizado no Brasil para preenchimento de vagas no Executivo federal, foi necessária a contratação de colaboradores para atender à demanda de candidatos. 

Dúvidas

Até sábado (4), véspera da aplicação das provas, a Fundação Cesgranrio mantém canais de comunicação para tirar dúvidas, por exemplo, sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado. O contato pode ser feito pelo telefone 0800 701 2028, das 9h às 17h, de segunda a domingo, ou pelo e-mail [email protected]

Serviço

Provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU)

Data: 

domingo, 5 de maio de 2024

Horários: 

manhã – portões abrem às 7h30 e fecham às 8h30

Início da prova: às 9h

 tarde – portões abrem às 13h e fecham às 14h

Início da prova: às 14h30

Os candidatos não poderão sair dos locais de prova com o caderno de questões por medida de segurança.

(Fonte: Agência Brasil)

Dos Brasis é a maior exposição de artistas negros já feita no país. - Maria Auxiliadora. A Prearação das Meninas, 1972 -  Foto: Diogo Barros/Div Sesc

A mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros, reúne obras de 240 artistas. Depois de passar sete meses em São Paulo, com mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada no Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, na região serrana. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro.

Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo artistas de todos os Estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. A exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI.

A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha. As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que, em 2024, completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.

Dos Brasis é a maior exposição de artistas negros já feita no país. - Ayrson Heráclito - Agué com Folha de Prata no Peito e Avivi, 2022 - Foto: Divulgação/Sesc

Segundo o curador Igor Simões, um dos principais pontos que essa exposição discute é a necessidade de se levar em consideração que qualquer debate sobre arte brasileira terá de passar pela arte produzida por 57% da população do país.

“O fato de nós lidarmos que essa exposição esteja acontecendo em 2024 é, ao mesmo tempo, motivo de celebração e de consternação. Estabelecer a centralidade do debate da arte afro-brasileira para qualquer discussão que seja feita dentro de uma ideia de arte no Brasil é um dos grandes objetivos dessa exposição. É inegável que as pessoas que formam a maioria do Brasil querem se ver, querem ver o que elas têm entregado ao mundo em termos de pensamento artístico, estético, de diferentes linguagens”, disse o curador.

Para se chegar a esse expressivo número de artistas negros, presentes em todo o território nacional, foram abertas duas frentes. Na primeira, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil com a participação do Sesc em cada Estado, com o objetivo de trazer a público vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros. Esse processo teve uma atenção especial para que não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior e comunidades quilombolas.

A segunda frente foi a realização de um programa de residência artística on-line intitulado Pemba: Residência Preta, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A Residência, que reuniu artistas, educadores e curadores/críticos, contou ainda com várias aulas públicas.

(Fonte: Agência Brasil)

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

No próximo domingo (5), será realizado o Concurso Unificado, o maior certame já feito no país. Pela manhã, os candidatos irão fazer a prova objetiva de conhecimentos gerais e a redação. No período da tarde, será a vez das provas de conhecimentos específicos para os cargos de nível superior e uma nova rodada de conhecimentos gerais para os de nível médio. Os portões dos locais de prova irão abrir às 7h30 e às 13h, respectivamente. 

E o que fazer nos últimos dias antes das provas? Estudar mais? Descansar? Não existe uma fórmula padrão, mas o professor Jorge Alonso, especialista em cursos preparatórios para concursos públicos, dá algumas dicas para os candidatos. 

O que o candidato pode levar ou não no dia prova

PODE levar:

- Cartão de confirmação de inscrição, que pode ser impresso na Página do Candidato.

- Documento de identidade original com foto. Não serão aceitas cópias – mesmo que autenticadas. No caso dos documentos digitais, o candidato deverá acessar o aplicativo no momento da identificação, na entrada da sala. O aplicativo deve ser baixado no celular previamente e pode ser acessado mesmo sem internet.

- Caneta preta de material transparente. Recomendação é levar mais de uma caneta.

-  Pode levar alimentos em embalagens lacradas e garrafas de água transparentes.

NÃO PODE levar:

- Relógio de qualquer natureza, óculos escuros, chapéu, boné, gorro e protetores auriculares.

- Será fornecido envelopes para os candidatos que precisem guardar itens, como telefones celulares. O aparelho e eventuais alarmes deverão ficar desligados durante toda a prova. O candidato só poderá abrir o envelope com seus pertences e ligar o aparelho celular após finalizar a prova e quando já estiver do lado de fora dos locais de exame.

- Não é permitido uso de aparelhos eletrônicos. O candidato será eliminado se for constatado, durante as provas, o porte e/ou o uso de aparelhos sonoros, fonográficos, de comunicação ou de registro, eletrônicos ou não, tais como: agendas eletrônicas, gravadores, pen-drive, mp3 player, fones de ouvido, chaves com alarme ou com qualquer outro componente eletrônico, relógios de qualquer natureza, telefones celulares e microcomputadores portáteis.

- Os candidatos não poderão levar o caderno de provas ao término do concurso – em nenhum dos turnos.

(Fonte: Agência Brasil)

Ao longo de 15 anos, muitas histórias foram contadas - por várias vozes, em muitos espaços, em cantos diversos do país. E, após uma trajetória de sucesso de público em São Luís e em Belém, o grupo maranhense Xama Teatro apresentará em Fortaleza, no Ceará, a programação especial de comemoração aos 15 anos de atividade do premiado coletivo, por meio do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”. As ações – entre elas, atividades formativas, espetáculos e narração de histórias –, contam com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal.

Com início no próximo dia 9 de maio (quinta-feira), a temporada em Fortaleza será realizada até o dia 17 de maio, com uma programação totalmente gratuita e aberta a todos os públicos, em dois locais da capital cearense: no Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160, na Praia de Iracema; e no Teatro Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81, na Praia de Iracema.

Coordenado por atrizes maranhenses e com uma trajetória de sucesso no território nacional, desde 2008, o grupo Xama Teatro já circulou por todos os Estados do Brasil, foi premiado nos principais editais culturais do país e é conhecido e respeitado pela arte de narrar histórias a partir da construção conjunta de texto e cena.

Em 2024, o projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias” foi iniciado no último mês de março, em São Luís – no mês seguinte, a programação especial encantou o público de Belém, no Pará. Para a atriz e professora Gisele Vasconcelos, integrante do grupo, a expectativa é de grandes momentos de trocas artísticas com o público de Fortaleza.

“Em Fortaleza, onde há um fluxo maior de festivais, a gente pretende trocar figurinhas com o público, para que possam sentir a essência do [grupo] Xama Teatro. Ir para o Ceará é uma maneira de estarmos em locais onde possamos convidar pessoas para reconhecer a nossa arte. Nossa expectativa é de realmente trazer nossa produção para o maior público possível, repetindo o sucesso que conseguimos em São Luís e Belém”, analisou – o projeto pretende alcançar um público de, aproximadamente, 3 mil pessoas nos três Estados.

O retorno das produções de iniciativas de incentivo à cultura brasileira em 2023 abriu possibilidades para que pudessem circular em regiões brasileiras apresentando a versatilidade e inventividade características do grupo maranhense, pontua a dramaturga, atriz e diretora do Xama Teatro, Nicolle Machado.

“Este projeto [O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias] visa notabilizar a cultura Norte-Nordeste do país. É preciso difundir as práticas das artes cênicas produzidas no Maranhão e destacar as ações e projetos do Xama Teatro que se torna uma importante medida de democratização, descentralização e regionalização de saberes e práticas de grupos historicamente vulnerabilizados”, analisou a diretora.

Programação

A programação em Fortaleza será iniciada a partir do dia 9 de maio, com a oficina “Residência Experimentos Arcanos”, ministrada por Renata Figueiredo, das 9h às 12h, no Porto Iracema das Artes, até o dia 11/5. Também na quinta-feira (9), uma sessão especial do espetáculo “As Três Fiandeiras” ocorrerá às 19h, no Teatro Dragão do Mar.

No dia 10/5 (sexta-feira), também às 19h, o projeto apresenta o espetáculo “A Vagabunda - Revista de Uma Mulher Só”, no Teatro Dragão do Mar – no mesmo local, no dia 12/5 (domingo), o público poderá conferir uma “Narração de Histórias”, a partir das 17h.

Na segunda semana de programação, serão duas ações formativas entre os dias 13 e 15 de maio, no Porto Iracema das Artes: a oficina “Criação + Produção = Autogestão”, por Nádia Ethel, das 9h às 12h; e a oficina “A Construção da Cena”, por Nicolle Machado, das 15h às 18h.

Já nos dias 16 e 17 de maio, serão realizados, respectivamente, os espetáculos “A Besta Fera – Biografia Cênica de Maria Aragão” e “A Carroça É Nossa”. Ambos às 19h, no Teatro Dragão do Mar.

Os ingressos de toda a programação podem ser retirados por meio do Sympla, no endereço: https://www.sympla.com.br/produtor/xamateatro.

Serviço

O QUÊ: edição Fortaleza do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, do grupo maranhense Xama Teatro;

QUANDO: entre os dias 9 e 17 de maio, com ações formativas, espetáculos e narração de histórias;

ONDE: ações no Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160, na Praia de Iracema; e no Teatro Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81, na Praia de Iracema;

Contatos: AP Assessoria de Imprensa – (98) 99613-6521 – Aidê Rocha; (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.

Ingressos

Redes do Grupo Xama Teatro:

(Fonte: Assessoria de imprensa)

MULHERES E ESTRELAS

– Uma palavra de carinho, gratidão e reconhecimento para as mulheres... e alguns números indignos e revoltantes provocados pelos homens.

* * *

Qual o poema que falta ser feito

de um homem para uma mulher?

Que palavras, que modo, que... que jeito

de bem dizer aquilo que se quer?

O melhor poema para a mulher,

quem sabe, talvez nunca seja escrito

– porque o melhor poema para ela

seja, sim, aquilo que lhe seja dito...

... dito com ternura, verdade, carinho,

como quem acaricia flor e ramo,

esse poema, bem pequenininho,

é o mais simples, e o maior: “Eu te amo!”

* * *

MULHERES E ESTRELAS

*

Há algo de diferente, muito diferente, no espírito feminino.

As mulheres têm uma capacidade de suportação, de resignação e resistência que transcende a imaginação e a perplexidade do homem.

As mulheres merecem mais, muito mais: mais poder, mais participação, mais reconhecimento. As mulheres são melhores.

Tem algo de múltiplo e vário na singeleza da mulher,

de arrebatador em sua beleza,

de premonitório em seu olhar,

de indecifrável no seu ser,

de irresistível em sua sedução.

Talvez porque não haja um homem que, no íntimo, não se quede ante esse poder invisível, invejável, de que foi dotada, às escondidas, a mulher.

O poder e a resistência, a sedução e o encantamento femininos – ante os quais impérios ruíram e também se alevantaram,

vidas se ergueram e igualmente tombaram,

fracos se fortaleceram e heróis se acovardaram...

Sim... Seja à frente de reinados ou nos bastidores de residências,

sentadas em tronos como rainhas reais ou em pé em casa como rainhas domésticas,

as mulheres têm, escondido ou explícito, um poder diferente,

uma força indescrita,

um segredo não revelado,

um mistério indecifrado.

Mulher. Mar pouco navegado.

Território pouco desbravado.

Alma quase nunca compreendida.

Sentimentos quase sempre pouco correspondidos.

Desejos simples contrafeitos.

Vontades abissais insatisfeitas.

Uma mulher não é só um corpo, embora, mesmo quando acompanhada, seja uma alma só.

Sozinha.

Solitária.

Mulher – usada e ousada.

Mulher – cifrada e indecifrada.

Mulher – que acomoda e incomoda.

Mulher – citação e excitação.

Se o homem veio do barro, as mulheres vieram do pó.

Pó de estrelas.

Por isso brilham.

Por isso luzem.

Por isso ofuscam.

Por isso reinam.

Por isso voam.

... E também por isso nós homens as amamos.

****

(*) O Dia Nacional da Mulher foi criado pela Lei nº 6.791/80, sancionada pelo presidente João Figueiredo, em homenagem a Jerônima Mesquita, nascida em Leopoldina (MG), em 30 de abril de 1880, e falecida no Rio de Janeiro (RJ), em 1972.

No início do século XX, Jerônima Mesquita estudava na Europa e, ao retornar ao Brasil, trouxe consigo a coragem de enfrentar as situações contrárias às mulheres. Uniu-se a um grupo de senhoras combativas e tornou-se feminista e defensora do direito do voto para a mulher.

A violência contra a mulher brasileira está longe de terminar, e o Brasil já é o quinto país do mundo que mais mata mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Em 2020, pelo menos, cinco mulheres foram mortas todo dia, por crime de feminicídio.

 Em 2018, foram três mulheres vítimas de feminicídio por dia.

A cada dois minutos uma mulher sofre violência no Brasil, chamada lesão corporal dolosa – é a mulher que apanha, que é espancada. Foram mais de 260 mil casos registrados em 2018, só os registros feitos sob a Lei Maria da Penha.

Dos mais de 66 mil casos de estupros registrados oficialmente no Brasil em 2018, 81,8% foram contra mulheres. São 148 mulheres estupradas todo dia, seis a cada hora, uma a cada 10 minutos.

Uma menina de, no máximo, 13 anos é estuprada a cada 15 minutos – e 75,9% dos agressores são pais, tios, primos, vizinhos, amigos da família e outras pessoas conhecidas das vítimas.

E notícias informam que, não havendo mudança no histórico e no cenário, o Brasil caminha para a triste liderança mundial de violência contra a mulher.

*

Viva a mulher!

Vida à mulher.

Elas, mulheres, só querem ajudar a tornar o mundo melhor, de preferência ao lado da maior obra que elas criaram – os homens.

* EDMILSON SANCHES