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Começou, nessa sexta-feira (1º), a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que comemora os seus 40 anos e vai até o dia 10, no Rio Centro, zona oeste da cidade. Espalhadas pela extensa programação, algumas atrações destacam a produção literária de escritoras negras na atualidade.

A jornalista e pesquisadora Carla Serqueira, que defendeu, recentemente, seu doutorado com a tese Racismos nas Trajetórias Escolares e profissionais de Jornalistas Negras, explica que o tema tem muita relação com a literatura, inclusive no apagamento sofrido por décadas por escritoras negras pioneiras.

Ela destaca que a literatura afro-brasileira feita por mulheres surgiu na década de 1850, com a publicação de Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, e consolidou-se como importante movimento de expressão e protesto, ao dar visibilidade a histórias, experiências e vozes marginalizadas.

“Esse livro foi encontrado por um pesquisador já na década de 60 do século XX. Ou seja, a partir disso é que se ouviu falar, que a crítica começou a conhecer o livro Úrsula. Então, é um século de desaparecimento. Enquanto a gente sabe que a literatura brasileira tem toda uma antologia, tem pesquisas muito antigas que escritoras como ela jamais seriam citadas”.

A pesquisadora lembra que, apenas na última década, o livro recebeu o devido reconhecimento por parte das editoras e foi relançado. “Tem as impressões, mostrando como havia uma demanda reprimida para consumir essa literatura. A história da Maria Firmina e do livro Úrsula mostram tanto o apagamento proposital das mulheres, das escritoras negras, como a demanda reprimida de consumo, num país em que mais da metade da população é negra. Foi negado às pessoas ter uma literatura na qual pudessem se ver”.

Duplamente pioneiro, o romance Úrsula, publicado em 1859, narra horrores da escravidão e inaugurou a literatura afro-brasileira com um romance abolicionista no Brasil, sendo um dos primeiros livros publicados por uma mulher.

A escritora maranhense Maria Firmina dos Reis também foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão, em 1847, se tornando professora. Importante voz de denúncia e indignação contra os maus-tratos sofridos pela população escravizada, suas palavras batem forte até hoje.

“Não é a vaidade de adquirir nome que me cega, nem o amor próprio de autor. Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e que corrigem; com uma instrução misérrima, apenas conhecendo a língua de seus pais, e pouco lida, o seu cabedal intelectual é quase nulo.” (Prólogo de Úrsula). 

Maria Firmina foi a autora homenageada na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) do ano passado.

Carolina Maria de Jesus

Carla Serqueira destaca, também, Carolina Maria de Jesus, que deixou seus relatos em forma de diários sobre a dura realidade na favela, no livro Quarto de Despejo, publicado em 1960. Sua história de vida, relatada no livro, é repleta de luta, desamparo e sofrimento. Segundo a pesquisadora, este foi o primeiro livro de uma escritora negra que ela própria leu, já no doutorado, quando, também, teve o primeiro contato com outras intelectuais negras, como Lélia Gonzáles e Beatriz Nascimento.

“Naquele momento, ela teve os holofotes. Ela, inclusive, vendeu o livro Quarto de Despejo, mas realmente não conseguiu viver da literatura. Inclusive, teve as condições de vida muito precárias, com os filhos. Talvez, tenha sido um momento em que a literatura branca achou interessante dar um destaque, naquele momento específico para ela, mas que não era exatamente uma abertura para que ela se consolidasse como uma escritora, com todo o reconhecimento que ela merecia”.

A autora foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que foi à favela do Canindé para fazer uma matéria e a ajudou a publicar seu primeiro e mais famoso livro. Carolina chegou a lançar seus livros fora do Brasil, tendo traduções em 14 línguas, relatando sua dura realidade:

“Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade”. (Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus).

Na atual cena literária, cresce significativamente a produção de escritoras negras que têm contribuído para ampliar o espaço dessas narrativas no Brasil.

Conheça algumas escritoras negras que marcarão presença na Bienal do Livro:

Conceição Evaristo

Uma das escritoras brasileiras mais celebradas da atualidade, Conceição Evaristo estará no Café Literário da Bienal no dia 5, às 18h. Serqueira detalha a alegria de ver o reconhecimento da escritora ainda em vida. Apesar de publicar livros desde a juventude, Evaristo só passou a ser conhecida depois dos 70 anos de idade.

“Tem livros clássicos da Conceição, já é uma mulher que realmente é clássica na literatura brasileira. Eu espero que ninguém, nem da academia, negue a importância que a Conceição Evaristo tem, não somente pelo fato de ser negra, isso é importante dizer, é pela qualidade do trabalho literário que ela oferece, autenticidade e, sem dúvida, a perspectiva né? Que é decolonial, contra hegemônica, em uma perspectiva que o Brasil era carente de ter como referência certo”.

Escritora, ficcionista e ensaísta, Evaristo é uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil. Com sete livros publicados, entre eles o vencedor do Prêmio Jabuti de 2015, Olhos D’água, suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe.

Ana Maria Gonçalves

Autora do monumental Um Defeito de Cor, atua também como roteirista, dramaturga e professora de escrita criativa. Gonçalves participou, no dia 1º, da mesa Palavra-Chave, com o painel As muitas cores de um defeito de cor, além de ter sido homenageada na abertura do evento, na manhã do mesmo dia.

“É um livro genial, que conta a história de uma mulher negra desde que chegou ao Brasil, na diáspora africana. É um livro que mereceria virar um seriado, outras formas, uma novela, quem sabe, que pudesse ganhar outros suportes para alcançar públicos além da literatura. É um livro que já tem assim anos que foi publicado e começa a ter também um holofote e um reconhecimento da importância dele existe”, ressalta a pesquisadora Carla Serqueira.

O painel debateu o romance de Gonçalves, que influenciou músicos, escritores e poetas, virou tema de uma exposição que reuniu diversos artistas contemporâneos e será levado à Marquês de Sapucaí como inspiração do enredo da Portela em 2024.

Ynaê Lopes dos Santos

Mestre e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), professora de História das Américas na Universidade Federal Fluminense (UFF). É autora dos livros Além da Senzala. Arranjos Escravos de Moradia no Rio de Janeiro, História da África e do Brasil AfrodescendenteJuliano Moreira: médico negro na fundação da psiquiatria do Brasil e Racismo Brasileiro: uma história da formação do país. A autora estará na Bienal, no dia 7, às 19h, na mesa Palavra-chave, com o painel Uma nova independência, que irá propor uma conversa sobre como a sociedade brasileira precisa entender suas origens para definir novos caminhos.

Cidinha da Silva

Escritora mineira com 17 livros publicados, Maria Aparecida da Silva é graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerauis (UFMG), presidiu o Geledés – Instituto da Mulher Negra e foi gestora de cultura na Fundação Cultural Palmares. Premiada pela Biblioteca Nacional em 2019 com o livro de contos Um Exu em Nova York. Na Bienal, participou, nessa sexta-feira, da mesa As muitas cores de um defeito de cor.

Eliana Alves Cruz

Nascida no Rio de Janeiro, é escritora e jornalista. Seu romance de estreia, Água de barrela, ganhou o prêmio Silveira Oliveira, da Fundação Palmares, em 2015. Também recebeu o Prêmio Jabuti em 2022, com o conto A Vestida. É autora, ainda, de O crime do cais do Valongo (2018) e Nada digo de ti, que em ti não veja (2020). Cruz participa do Café Literário no dia 3, às 16h, no painel Segredos de Família, que irá versar sobre as várias formas de narrar as relações familiares, e os procedimentos adotados na hora de contar as vidas e as histórias de pessoas que também são o retrato de uma sociedade.

Eliane Marques

Nascida na fronteira entre Brasil e Uruguai, é tradutora e coordena a editora Escola de Poesia Amefricana e o selo Orisun Oro. Filiada à Àpres Coup Psicanálise e Poesia, publicou Relicário (2009) e os premiados E se alguém o pano (2015) e O poço das marianas (2021). O primeiro romance, Louças de família, sai este ano. Estará na sessão Captura a fala do dia 3, ao meio-dia.

Stephanie Borges

Poeta e tradutora. Seu livro de estreia, Talvez precisemos de um nome para isso (2019), venceu o IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura. Participou da antologia As 29 poetas hoje, organizada por Heloisa Buarque de Hollanda, colabora com veículos como a Folha de S.Paulo e a Revista Quatro Cinco Um e é colunista do site da Livraria Megafauna. A poeta vai participar da Captura a fala no dia 3 e de duas mesas no dia 10: Diásporas e raízes, às 14h, e Páginas no palco – Macacos – Dramaturgia-denúncia com Clayton Nascimento, às 18h.

Natasha Felix

 Poeta e performer santista, investiga as interlocuções entre o corpo negro, a palavra falada e manifestações culturais como a dança, a literatura e a música. Já participou de projetos como o espetáculo Black Poetry e Instrumental Poesia, no Sesc Av. Paulista. Foi assistente curatorial no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) do Rio de Janeiro, onde trabalhou nas exposições Terra em tempos: fotografias do BrasilNakoada: estratégias para a arte moderna e Atos de revolta: outros imaginários sobre independência. Atualmente, é editora artística no Museu do Amanhã. Publicou o livro Use o Alicate Agora (2018) e integra as antologias Nossos poemas conjuram e gritam (2019) e As 29 poetas hoje (2021). Na Bienal, participa da atividade Mais que o poema, no dia 4, às 18h.

(Fonte: Agência Brasil)

Computadores, laptops, celulares, tablets, inteligência artificial, termos que estão cada vez mais no cotidiano. Como abordar a tecnologia nas salas de aula das escolas do país e como fazer dela uma aliada na educação? Isso é possível ou mesmo recomendado? O Brasil recentemente sancionou a Política Nacional de Educação Digital (Pned), assumindo a intenção de que as crianças e jovens tenham acesso a uma formação que os prepare para um mundo cada vez mais tecnológico.

Na ausência de uma trajetória única, as redes de ensino têm em curso diferentes iniciativas para incorporar ou mesmo restringir a tecnologia nas escolas. A Agência Brasil conversou com especialistas, professores e estudantes sobre os vários caminhos para lidar com o universo digital e sobre os desafios encontrados até aqui. 

As discussões sobre o uso de tecnologias na educação começaram ainda na década de 1980, segundo o professor da área de tecnologias da educação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Gilberto Santos. Nessa época, a internet estava apenas começando. “O surgimento de novas tecnologias educativas não foi acompanhado do surgimento de novas abordagens pedagógicas tão inovadoras como as tecnologias”, diz Santos, que é líder do Grupo de Pesquisas Interdisciplinares sobre Tecnologias e Educação (Abaco).

“Passados 30 anos, continuamos tateando, porque as tecnologias evoluíram, evoluem e nós, profissionais da educação, ainda não encontramos um norte, do ponto de vista pedagógico, que oriente novas práticas”, acrescenta.

Ele explica que novas tecnologias trazem uma cultura diferente que demanda uma mudança na forma de ensinar, para que elas sejam melhor aproveitadas. “Isso não é um problema só brasileiro, é mundial. Não encontramos fórmulas pedagógicas inovadoras para darem conta da tecnologia e darem conta da cultura que elas trazem”.

Somados aos desafios pedagógicos, há os de infraestrutura e de acesso. No fim de 2022, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 3,4 mil escolas no país, 2,5% do total de escolas, não tinham acesso sequer a rede de energia elétrica, 9,5 mil, ou 6,8%, não dispunham de acesso à internet e 46,1 mil, o equivalente a 33,2%, não possuíam laboratórios de informática. Os números foram disponibilizados no Painel Conectividade nas Escolas

O caminho, para os estudantes, que estão assistindo às aulas, é incorporar a tecnologia à educação, mas garantir que isso venha com o acesso universal. “Hoje, é impossível fazer qualquer coisa sem acesso à internet”, diz a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, e acrescenta: “A gente vive falando que a educação é a mesma de 50 anos atrás e que precisa se transformar para os estudantes terem vontade de ir para a escola e aprender, que não seja só ir para a escola, sentar na cadeira, assistir ao professor falando e ir embora. A gente acredita que a tecnologia é indispensável para que isso aconteça, mas isso deve ser feito com responsabilidade”.

No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.533/2023, que institui a Política Nacional de Educação Digital (Pned). A intenção é garantir o acesso, sobretudo das populações mais vulneráveis, a recursos, ferramentas e práticas digitais. Composta de quatro eixos de atuação (inclusão digital, educação digital escolar, capacitação e especialização digital e pesquisa e desenvolvimento em tecnologias da informação e comunicação), a Pned vai articular os programas, projetos e ações de municípios, Estados, Distrito Federal e União, de diferentes áreas e setores governamentais, para potencializar e melhorar os resultados dessas políticas públicas.

Entre as ações previstas, estão o treinamento de competências digitais, midiáticas e informacionais e a conscientização a respeito dos direitos sobre o uso e o tratamento de dados pessoais. Está prevista, também, a promoção da conectividade segura e da proteção dos dados da população mais vulnerável, em especial de crianças e adolescentes.

Segundo os entrevistados, nem no Brasil, nem no mundo, há um caminho único. Assim, as redes de ensino têm tomado diferentes medidas para incorporar ou mesmo restringir a tecnologia nas escolas.

São Paulo e os livros digitais

Em São Paulo, no fim de julho, o governador Tarcísio de Freitas anunciou que não iria aderir ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC), e que os alunos da rede estadual, a partir do 6º ano do ensino fundamental, teriam apenas livros digitais a partir de 2024. A medida provocou críticas e discussões. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) chegou a determinar que o governo estadual incorpore o PNLD.

O estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Odila Leite dos Santos em Itaquaquecetuba (SP) e diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas, Wendell de Paiva, diz que é a favor do uso de tecnologia, mas que isso deve ser feito com o devido cuidado e observando as várias desigualdades nas redes de ensino. “Tem escolas que têm matéria de tecnologia e tem computadores que não funcionam, que não tem acesso à computadores de qualidade, não têm wi-fi de qualidade ou às vezes não tem nem wi-fi”.

Ele conta que, na própria escola, há dificuldades para acessar a internet. “A minha escola tem dificuldade na questão do wi-fi. Ela fica na periferia e temos dificuldades com o acesso. O dispositivo não conecta no celular de todos os alunos e sofremos com computadores que não funcionam. Quando precisamos fazer uma atividade, responder à prova no computador, não tem para todo mundo, é bem difícil”. 

Em meados de agosto, o governo mudou de ideia e informou a adesão ao PNLD, que é o programa nacional voltado para compra e distribuição de livros didáticos para escolas públicas, mas sem abrir mão da produção própria. Os alunos terão à disposição tanto o material baseado no Currículo Paulista – que terão versão impressa – quanto os livros didáticos fornecidos pelo MEC. “A nossa principal meta é oferecer aos alunos um ambiente educacional inovador, com ferramentas e insumos pedagógicos que garantam um processo de aprendizagem mais completo e formem cidadãos preparados para o mundo e com condições de buscarem posições competitivas no mercado de trabalho”, diz, em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 

Paraná e as plataformas educacionais

No Paraná, o uso das plataformas na educação começou de forma mais intensa na pandemia, no governo de Ratinho Júnior, quando o então secretário Renato Feder, estava à frente da pasta da Educação. Feder agora é o atual secretário de Educação de São Paulo. A presidente do Sindicato dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola do Paraná (APP-Sindicato), Walkiria Mazeto, diz que as plataformas digitais começaram a ser usadas tanto nos registros básicos como lista de chamada e lançamento de notas dos alunos, quanto para acessar conteúdos contratados e aplicativos.  

O uso foi, segundo Mazeto, intensificado mesmo com o retorno das aulas presenciais. As escolas passaram a ter metas para cumprir nessas plataformas, que deixaram de ser um apoio e passaram a ser em si uma porcentagem das aulas e dos conteúdos dados nas escolas. “Todos os App têm meta para a escola. Tem quizz [testes], plataforma de exercícios, curso de inglês on-line, tem língua portuguesa, leitura, redação. Estamos com sete plataformas de interação obrigatória e todas elas têm meta e alguém que vigia a meta”, diz Mazeto.

A APP-Sindicato realizou, de forma pioneira no Estado, a pesquisa Plataformização da Educação com o Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) para medir os impactos do uso das plataformas para os educadores do Estado. Os dados divulgados mostram que quase a maioria, 91,3%, declaram estar sobrecarregados com a avalanche de novas plataformas, aplicativos e meios tecnológicos somados à cobrança pelo cumprimento de metas. Três a cada quatro, 74,3%, reconhecem impactos negativos do modelo na sua saúde física e/ou mental, enquanto uma parcela maior, 78,3% afirma ter colegas que adoeceram em decorrência das dificuldades impostas pelas novas tecnologias.

Nas disciplinas em que as plataformas foram incluídas, Mazeto diz que os professores relatam que não têm autonomia para dar aulas, mesmo tendo formação adequada para tal. “Isso gera frustração, uma sensação de perda de autonomia pedagógica”, diz.

A pesquisa mostra ainda que 90% dos respondentes concordam que as plataformas deveriam ser de uso opcional nas escolas, servindo como instrumentos de apoio pedagógico e não de uso obrigatório. “Uma coisa é ter um app ou disponibilizar à escola professores e estudantes a possibilidade de complementar, de usar na aula, de dispor disso como recurso didático e outra é a forma como está posta. Uma obrigatoriedade. Organiza-se a escola hoje a partir das plataformas”, diz Mazeto.  

Para os estudantes, o uso das plataformas não melhorou o ensino, de acordo com a diretora de relações institucionais da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Ana Ponce, que é estudante do 2º ano do Colégio Estadual Lysimaco Ferreira da Costa, em Curitiba.

“A gente vê a importância de usar a tecnologia na sala de aula porque o mundo roda em volta da tecnologia e ter um celular ou não define muita coisa na sua vida, infelizmente. Mas, no Paraná, tem escola que não tem estrutura nenhuma para suportar o uso da tecnologia, tem aluno que não tem suporte nenhum fora da escola para usar tablet, laptop, ou não tem internet”, diz a estudante.

Ela conta, também, que, nas plataformas, os estudantes resolvem testes, os chamados quizzes, que são de múltipla escolha e permitem várias tentativas. “Você pode escolher quantas vezes quiser, não tem como errar, o professor não vê seu desempenho real, você vai sempre acertar”, diz. Como estudante do ensino médio, ela se preocupa com a formação que está tendo, que não considera suficiente para que ela ingresse em uma universidade pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo.

Os professores compartilham dessa preocupação. A pesquisa conduzida pelo APP-Sindicato e Instituto IPO mostra que apenas 16,9% dos professores afirmam que as plataformas tecnológicas utilizadas em sala de aula melhoraram a aprendizagem dos estudantes. Para 40,3%, a aprendizagem piorou, e 42,7% dizem que os resultados não foram positivos nem negativos.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Educação do Paraná, mas não recebeu um posicionamento até a publicação da matéria.

O Rio e restrição do celular

 Na contramão dos dois Estados, o município do Rio de Janeiro busca formas de evitar o uso excessivo de celular na sala de aula. A prefeitura da capital publicou um decreto que regulamenta o uso dos aparelhos nas escolas públicas. Agora, o celular deverá ficar guardado e só poderá ser usado para atividades pedagógicas, com a autorização dos professores. O decreto soma-se a lei estadual que também proíbe o uso de aparelhos eletrônicos quando não autorizados por professores.

Os professores podem autorizar os estudantes a usarem o celular para pesquisas, leituras, ou mesmo acesso ao material Rioeduca, oferecido pela prefeitura, ou outro conteúdo ou serviço. Quando permitido, o aluno deverá utilizar os aparelhos de forma silenciosa e de acordo com as orientações do professor. Também está autorizado o uso dos celulares para os alunos com deficiência ou com problemas de saúde que necessitam desses dispositivos para monitoramento ou algum tipo de auxílio.

 A medida, de acordo com a Prefeitura do Rio, é baseada no Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023: a Tecnologia na Educação: uma Ferramenta a Serviço de Quem? da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que mostrou que o tempo prolongado de exposição à tela pode afetar, de forma negativa, o autocontrole e a estabilidade emocional, aumentando a ansiedade e a depressão. Além disso, o relatório diz que os governos “precisam garantir as condições certas para permitir o acesso igualitário à educação para todos, regulamentar o uso da tecnologia de modo a proteger os estudantes de suas influências negativas e preparar os professores”.

“Temos que ter novas regras para a nova realidade. Hoje, há um uso excessivo dos smartphones e vivemos uma epidemia de distrações. É necessário educar e apoiar as crianças para esse novo tempo. Nesse sentido, regras são fundamentais. Ficar demais no celular é comprovadamente prejudicial, e essa nossa medida busca educar os hábitos, com um uso mais consciente e responsável da tecnologia”, afirmou, na ocasião, o secretário de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.  

Tecnologia e convívio social

Desde que foi divulgado, em julho, o relatório da Unesco tem sido citado nas discussões sobre o uso de tecnologia nas escolas. “O relatório traz tanto o lado positivo da tecnologia em sala de aula, como traz algumas preocupações com relação a essa questão da tecnologia. Quando traz essa questão do lado mais negativo da tecnologia, ele aponta que, quando é utilizada em excesso e para fins não pedagógicos, pode realmente atrapalhar os estudantes no aprendizado. Mas, isso se tiver um uso excessivo e se tiver uso em sala de aula que não seja pedagógico. Por isso, é importante a tecnologia ser apropriada pelo setor educacional no sentido pedagógico e se beneficiar”, diz a coordenadora da área de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero.

Otero aponta que alguns dos benefícios trazidos pelas tecnologias são trazer mais informações, promover grupos de discussão, entre outros. Ela ressalta, no entanto, que esses equipamentos não substituem os professores ou o convívio social. “A tecnologia não substitui nem o professor, nem o ambiente social da escola. Não substitui outras tecnologias existentes na educação como a leitura de um livro. Claro que se pode ler um livro digital, mas é importante ter o hábito da leitura entre os estudantes, da leitura mais consistente e mais profunda que não seja uma leitura rápida de manchete de redes sociais ou algo assim. Importante manter esses aspectos da educação que sabemos que são muito bons e funcionam e complementá-los com tecnologia de forma apropriada, trazendo o máximo possível de uso pedagógico dessa tecnologia”, diz. 

O relatório também mostra que a desigualdade no acesso à tecnologia não é exclusiva no Brasil. Em todo o mundo, apenas 40% das escolas primárias, 50% das escolas de primeiro nível da educação secundária e 65% das escolas de segundo nível da educação secundária, ou seja, de ensino médio, estão conectadas à internet, e 85% dos países têm leis ou políticas para melhorar a conectividade nas escolas ou entre os estudantes.

Segundo Otero, não há uma resposta pronta sobre como é o uso ideal de tecnologia nas salas de aula, cada país está buscando soluções que mais se alinham com as próprias realidades. “Alguns estão indo para o lado de limitar um pouco a tecnologia e outros de serem mais abertos. Acho que cada país tem que olhar suas particularidades. O Brasil é um país que tem uma formação muito desigual”, diz. “Então, temos que trazer a tecnologia mais como aliada”.

(Fonte: Agência Brasil)

Cursinho USP

O Instituto Federal de São Paulo (IFSP) abriu processo seletivo para cursos técnicos integrados ao ensino médio que ocorrerão no primeiro semestre de 2024. Segundo o instituto, estão sendo oferecidas 6.485 vagas em 37 campi.

Do total de vagas, 3.840 serão destinadas para cursos técnicos integrados e 2.645 serão para cursos técnicos concomitantes ou subsequentes ao ensino médio. Estão sendo oferecidos cursos como técnico em informática, técnico em administração, técnico em mecânica e técnico em meio ambiente, entre outros.

No caso do processo seletivo para os cursos técnicos integrados ao ensino médio, os candidatos devem ter concluído o ensino fundamental. Já para os cursos técnicos concomitantes/subsequentes, o público-alvo são estudantes a partir do segundo ano do ensino médio ou que tenham concluído o ensino médio.

As inscrições para o processo seletivo devem ser realizadas pelo site até o dia 10 de setembro. Cada candidato deve optar por um único curso e campus onde pretende estudar. A taxa de inscrição varia entre R$ 20 e R$ 50.

Mais informações podem ser obtidas no site do IFSP.

(Fonte: Agência Brasil)

Estudantes habilitados para o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes 2023 (Enade) podem, a partir desta sexta-feira (1º), indicar a necessidade de atendimento especializado ou tratamento pelo nome social. O prazo continua até o próximo dia 8. O exame será aplicado no dia 26 de novembro.

De acordo com o Ministério da Educação, os interessados devem acessar o Sistema Enade e informar a condição que motiva a solicitação: baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, deficit de atenção, transtorno do espectro autista ou discalculia. Gestantes, lactantes, idosos e pessoas com outra condição específica também podem pedir o procedimento.

No sistema, o estudante deve inserir documento legível que comprove o que motiva a solicitação de atendimento, como o diagnóstico descrevendo sua condição, contendo o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10). O documento deve ter a assinatura e identificação do profissional competente, com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), no Ministério da Saúde ou em órgão competente.

Já o tratamento pelo nome social é destinado à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente em consonância com sua identidade de gênero. O estudante que deseja solicitar o tratamento pelo nome social também poderá confirmá-lo pelo Sistema Enade, caso apresente nome social cadastrado na Receita Federal.

Se o inscrito não tenha nome social cadastrado, ele deverá anexar, no sistema, uma foto atual, nítida, individual, colorida, com fundo branco, que enquadre desde a cabeça até os ombros, de rosto inteiro, sem o uso de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares); e cópia digitalizada, frente e verso, de um dos documentos de identificação oficiais com foto, válido, conforme edital.

Enade

Aplicado, desde 2004, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), composto, também, pela avaliação de cursos de graduação e pela avaliação institucional, um conjunto avaliativo que permite conhecer a qualidade dos cursos e das instituições de educação superior brasileiras.

O objetivo do exame, de acordo com o ministério, é avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do curso de graduação, além de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional dos estudantes.

(Fonte: Agência Brasil)

O 14º Festival de Música Rádio Nacional ampliou o período de inscrições. O novo prazo para os interessados cadastrarem suas obras originais vai até 15 de setembro. Cada artista poderá concorrer gratuitamente com até duas obras, com letras ou músicas instrumentais.

Clique aqui para preencher o formulário de inscrição.

O festival tem o objetivo de revelar e divulgar gravações de obras musicais inéditas e abrir espaço na programação da emissora pública para cantores, compositores, instrumentistas e arranjadores. A iniciativa busca valorizar a produção de artistas dos Estados que integram a rede da Rádio Nacional FM.

A edição deste ano abrange Distrito Federal, região do Entorno do DF, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Pernambuco. As inscrições dessas regiões deverão ser feitas exclusivamente pela internet.

As gravações devem ter identificação com o perfil musical da emissora, e as letras precisam ser obrigatoriamente em português.

Os inscritos podem anexar os arquivos das músicas e dos documentos por upload, diretamente na ficha de inscrição na internet. É importante que os candidatos leiam, atentamente, os regulamentos e, no caso de problemas relacionados às inscrições, dúvidas e informações complementares, o contato com a Coordenação do Festival deve ser feito pelo e-mail: [email protected].

Rádio Nacional Solimões

A iniciativa abrange, também, o trabalho de artistas de Tabatinga, no Amazonas, e da Tríplice Fronteira. As gravações devem ter identificação com o perfil musical da Rádio Nacional do Alto Solimões. As obras dessa seleção podem estar em português, espanhol ou em línguas indígenas. No caso dos candidatos da Amazônia, as inscrições ocorrem pela internet, Correios ou por meio da entrega do material diretamente na rádio.

Cada concorrente – compositor, intérprete, grupo vocal, instrumentista-solista ou grupo instrumental – só poderá ter uma música entre as obras selecionadas para a segunda fase.

Clique aqui para acessar o regulamento do Festival na Rádio Nacional em rede.

Clique aqui para acessar o regulamento do Festival na Rádio Nacional do Alto Solimões.

Categorias

O Festival de Música Rádio Nacional tem sete categorias de premiação para os vencedores. Os melhores concorrentes da rede disputam o reconhecimento nas categorias Música com Letra, Música Instrumental, Intérprete Vocal, Intérprete Instrumental, Letra, Arranjo e Mais Votada pela Internet.

As sete categorias de reconhecimento pleiteadas pelos participantes da seleção da Rádio Nacional do Alto Solimões são: Música em Português, Música Indígena, Música em Espanhol, Intérprete, Letra, Mais Votada pela Internet e Torcida Mais Animada.

Direitos autorais

Todos os autores e intérpretes participantes do Festival de Música Rádio Nacional autorizam a divulgação, edição, transmissão, retransmissão de imagens e sons de suas obras nos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da Rádio Nacional.

As produções podem ser utilizadas ainda em sites e em outras emissoras de rádio da EBC e da Rede Pública de Rádios, bem como na programação da TV Brasil. A autorização ainda atingr respectivas inclusões do conteúdo em quaisquer CDs do Festival a serem lançados.

As obras também ficam autorizadas para emprego em mídia ou peças de divulgação vinculadas ao festival e em perfis da Rádio Nacional e demais veículos da EBC em plataformas de streaming de áudio e de vídeo.

Cronograma do 14º Festival de Mpusica Rádio Nacional - Rede

12/7 a 15/9 – Período de inscrição

18/9 – Divulgação de até 50 músicas classificadas para a semifinal

18/9 a 31/10 – Período de veiculação na emissora e votação popular (internet)

6/11 – Divulgação das 12 músicas finalistas

6/11 a 17/11 – Período de veiculação na emissora e votação popular (internet)

18/11 – Show da Final do Festival em Brasília

Cronograma do 14º Festival de Música Rádio Nacional – Alto Solimões

12/7 a 15/9 – Período de inscrição

1º/10 – Divulgação das 12 músicas classificadas para a semifinal

1º/10 a 14/12 – Período de veiculação na emissora e votação popular (internet)

15/12 – Show da Final do Festival em Tabatinga

(Fonte: Agência Brasil)

A historiadora Anna Maria Martinez Corrêa, 90 anos, professora emérita da Universidade Estadual Paulista (Unesp), morreu nesta quinta-feira (31), em São Paulo. Ela era irmã do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, mais conhecido como Zé Celso, morto, aos 86 anos, em um incêndio que atingiu seu apartamento em julho deste ano.

Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) destacou o legado da pesquisadora, como a criação, em 1987, do Centro de Documentação e Memória da Unesp,  “tendo contribuído para a preservação da memória nacional – um tema fundamental para a defesa dos Direitos Humanos no Brasil”, diz o comunicado.

A historiadora presidiu a Comissão da Verdade da Unesp, criada em fevereiro de 2014. O título de professora emérita foi concedido no ano passado.

Nas redes sociais, o Teatro Oficina manifestou pesar pela morte de Anna Maria. “Amamos você. Todo amor do mundo pra toda família e amigos... Tamo junto!”, diz o texto.

(Fonte: Agência Brasil)

Termina, nesta quinta-feira (31), o período para Estados e municípios aderirem ao Programa Escola em Tempo Integral. Na prática, a adesão significa ter acesso à assistência financeira para a oferta de um projeto político-pedagógico que assegure o direito de crianças e jovens a uma formação integral de qualidade. “O objetivo é ampliar e diversificar oportunidades educativas, socioemocionais, culturais, artísticas, científicas, tecnológicas e esportivas”, informou o Ministério da Educação.

Dados da pasta mostram que, até a última terça-feira (29), 89% dos Estados e 71% dos municípios haviam aderido ao programa. Até a data, as regiões Centro-Oeste e Sul eram as únicas a alcançarem 100% de adesão, seguidas pelo Nordeste (89%), Norte (86%) e Sudeste (75%). Em relação aos municípios, o Nordeste é a região que mais teve adesão (92%), seguido pelo Norte (76%), Sul (63%), Sudeste (59%) e Centro-Oeste (48%).   

Adesão

A adesão ao programa é voluntária aos municípios, Estados e Distrito Federal e atinge toda a educação básica, da creche ao ensino médio, desde que sejam etapas prioritárias do ente federado. Para os municípios, essas etapas devem ser obrigatoriamente na educação infantil e no ensino fundamental. Já para os Estados, a prioridade será o ensino fundamental e médio. Serão consideradas matrículas criadas ou convertidas a partir de janeiro de 2023 e novas matrículas para 2024.  

Programa

O Programa Escola em Tempo Integral foi instituído pela Lei 14.640/2023, publicada no Diário Oficial da União em 1º de agosto. A estratégia é induzir a criação de matrículas em tempo integral em todas as etapas e modalidades da educação básica. Coordenado pela Secretaria de Educação Básica do ministério, o programa pretende ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral em escolas de educação básica de todo o país ainda em 2023. 

(Fonte: Agência Brasil)

Lá em 1958, quando a poeira subia, a esperança vinha lá do alto. Mais precisamente de alto-falantes, presos a postes de madeira das quatro vias principais da “Cidade Livre”, bairro criado para os trabalhadores da construção de Brasília. Foi o funcionário público Carlos Senna (1929-1995) que fez, por idealismo e paixão, desse sistema de som, a primeira rádio - “A Voz de Brasília” – daquele lugar que viria a ser a capital do Brasil. “As pessoas ficavam sabendo dos empregos na construção e também se ofereciam para trabalhar”, recorda Cleusa Menezes Senna, hoje aos 83 anos, companheira da vida inteira do radialista.

 Cleusa foi companheira de Senna inclusive no trabalho. Ela atuava de manhã na rádio, enquanto Carlos estava no serviço. À tarde, ele ocupava o estúdio improvisado. Histórias como essa de amor e de pioneirismo no rádio da capital protagonizam o filme documentário Brasília nas Ondas do Rádio, que foi lançado nesta quinta-feira (31), às 10h30, no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A projeção foi aberta ao público. O filme, com 42 minutos de duração, tem direção de Eduardo Monteiro e Diógenes Dias, com produção de Luciano Monteiro. 

Vozes marcantes

“As histórias são, realmente, sensacionais”, afirma Diógenes Dias. Ele explica que contou, por exemplo, com a colaboração da esposa e do filho de Carlos Senna para rememorar o sistema de alto-falante e o barracão de onde ecoam, pela memória da família e de quem viveu esse pioneirismo, músicas e informações sobre vagas de trabalho. O diretor explica que o filme começou a ser imaginado há dez anos, quando conheceu o radialista Clemente Drago (que morreu em outubro do ano passado).

“Eu era fã dele por aquela voz muito marcante. Foi o primeiro personagem que gravei. 

A ideia inicial era fazer um filme sobre ele. E ele falou muito sobre os primórdios. Ele fundou a Rádio Planalto”. Com as conversas com o lendário apresentador, a equipe resolveu fazer um documentário sobre a história das rádios de Brasília. A investigação chegou a profissionais que contam muito sobre a incrível história de pioneirismo, como João Cândido, Alvaro Calzá, Valter Lima, José Neri, Márcia Ferreira, Edelson Moura, Clayton Aguiar, Ricardo Penta, Roberto Cavalcante, Nelson Faria e Neville D’Almeida.

O diretor do filme conta que, na década de 50, a televisão já havia chegado ao Brasil, mas ainda estava longe de ser popularizada. O rádio era o veículo que mobilizava o público. “O Clemente Drago comentou que a Rádio Nacional promoveu um concurso em que o prêmio era conhecer a emissora. Quem ganhou foi um alemão que veio da Europa para conhecer a rádio brasileira”.

Mas, em Brasília, a rádio foi protagonista desde o primeiro dia, como o discurso de inauguração da cidade pelo presidente Juscelino. “A Nacional, parte do sistema público de comunicação, fez parte dos primórdios do rádio e da comunicação em Brasília”, diz o diretor do filme. Ele destaca que o documentário tem a proposta de garantir memória a episódios fundamentais da história. Ele foi viabilizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (FAC).

Memória

Para Cleusa, a esposa de Senna que virou radialista aos 17 anos, proteger a memória de fatos passados é fundamental para fazer justiça à trajetória do marido. O casal chegou a Brasília em 1957. Antes, Carlos Senna havia fundado até um cinema no interior de Minas Gerais. “Ele era um desbravador. Quando descobriu que havia alto-falantes na comunidade, teve a ideia de colocar no alto dos postes. Ele colocou nas quatro avenidas. A gente transmitia tudo, como eventos com o Luiz Gonzaga”.

O filho de Carlos Senna, o jornalista Carlos Sérgio Senna, que hoje é gerente da Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), afirma que a influência do pai na prestação de serviços foi fundamental para que ele, quando adolescente, escolhesse a profissão. Inclusive, aos 14 anos, viu que o pai não garantiria algum privilégio. Convicto de que queria seguir os mesmos passos, acabou descobrindo que o primeiro emprego não seria no estúdio, mas na portaria. 

“Recordo que, na época da inauguração da Rádio Nacional, o caminhão que trazia os discos teve um problema no caminho. A rádio foi inaugurada porque meu pai emprestou os discos para a transmissão”, orgulha-se. Para fazer companhia ao pai, lembra que, a infância e a adolescência foram dentro de estúdios e, também, em coberturas externas. Conheceu Gonzagão, Pelé e outras figuras célebres de perto. Ouviu as vozes deles se transformarem em ondas sonoras e a história acontecer ali do lado. Sabia que a voz mais transformadora para ele, o público não conhecia o rosto. Mas ele chamava de pai. 

(Fonte: Agência Brasil)

Comida servida em restaurante em Brasília.

As inscrições para o concurso O Quilo é Nosso, que vai escolher o melhor restaurante a quilo do Brasil, foram prorrogadas até a próxima quarta-feira (6 de setembro). Promovida pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria com o Mundo Mesa, a premiação visa valorizar um modelo de negócio considerado genuinamente brasileiro e que recebe milhares de clientes todos os dias.

A sétima edição do evento será realizada entre os dias 12 e 22 de setembro. O concurso tem três etapas, no total. Na primeira, os restaurantes participantes criam uma receita especial para compor o cardápio durante todo o período do evento. Serão avaliados cinco critérios, por voto popular e por um júri técnico local: limpeza, ambiente, atendimento, qualidade geral do buffet e receita participante do concurso.

Os três melhores restaurantes de cada cidade ou região participante são classificados para a etapa seguinte e disputam o título estadual. Nessa segunda fase, os pratos dos três estabelecimentos passam por avaliação do júri local, para escolha do campeão estadual.

Na última etapa, os campeões de cada Estado se apresentam e disputam o título nacional, em um evento realizado em São Paulo, nos dias 25 e 26 de outubro.

No ano passado, pela primeira vez, um estabelecimento de Belo Horizonte, cidade precursora dos negócios de comida a quilo, ficou com o título. O restaurante Beggiato preparou o prato nhoque de abóbora ao molho de cogumelos e sálvia. O concurso também já elegeu campeões em mais quatro cidades: Manaus (restaurantes Mercato Brazil Manauara e Gaúcho’s Gourmet), Fortaleza (Verdelima), Curitiba (Tomilho) e Franca, em São Paulo (Arroz com Feijão).

Este ano, todos os restaurantes participantes irão receber uma mentoria de marketing e atendimento realizada por parceiros da Abrasel. As inscrições podem ser feitas no site do concurso.

(Fonte: Agência Brasil)

Antônio Luís Junior sagrou-se campeão Sênior na Copa Brasil de Águas Abertas.

O Maranhão continua entre os melhores do Campeonato Brasileiro de Águas Abertas. No último fim de semana, os atletas maranhenses da equipe Nina/Atlef brilharam na etapa de Palmas (TO) da competição nacional e conquistaram resultados bastante expressivos. Nos 10km da categoria Absoluto Feminino, principal prova do evento, Carol Hertel levou a melhor e garantiu a medalha de ouro. 

Na prova dos 5km, Carol também subiu ao pódio terminando a disputa na 3ª colocação. Ela foi superada pela maranhense Vitória Alves, que ficou com a medalha de prata. Vitória também foi muito bem nos 10km, onde terminou em terceiro na categoria Absoluto Feminino. 

Ítalo Aguiar e Hugo Rodrigues vão ao pódio na Copa Brasil de Águas Abertas.

Quem também foi muito bem nessa etapa do Campeonato Brasileiro foi Milena Bordalo. A jovem colocou o Maranhão duas vezes no pódio na categoria Juvenil: ela foi a 2ª colocada na prova dos 10km e 3ª nos 5km.

Equipe Nina/Atlef comemora excelentes resultados nas competições nacionais.

Copa Brasil

A equipe Nina/Atlef também foi muito bem na disputa da Copa Brasil de Águas Abertas, evento realizado no fim de semana, em Palmas (TO). No total, os maranhense conquistaram pódios na prova dos 2,5km. Ítalo Aguiar terminou na segunda colocação no geral e foi campeão na categoria Infantil. Já Hugo Rodrigues, foi o terceiro colocado no geral e campeão da categoria Júnior. Quem também fez bonito foi Antônio Luís Júnior, campeão da categoria Sênior. 

Carol Hertel e Vitória Alves no pódio da prova dos 10km Absoluto Feminino.

“Os resultados dos atletas do Maranhão, tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Copa Brasil de Águas Abertas, mostram que estamos fazendo um trabalho sério e de qualidade. Nossos atletas estão em um bom momento e competindo de igual para igual com os melhores do país. Ficamos felizes com esses resultados, mas o trabalho continua para termos ainda mais conquistas”, afirmou Alexandre Nina, presidente da Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA).  

(Fonte: Assessoria de imprensa)