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Começou, hoje (6), o período de pré-inscrições para a 3ª Chamada Pública do Lab Procel, com o lançamento virtual, pelo YouTube, da jornada que vai selecionar projetos adequados à participação na fase de pré-aceleração de soluções inovadoras em eficiência energética do Lab Procel. Os interessados têm até as 23h59, pelo horário de Brasília, do dia 18 de julho para fazer as pré-inscrições.

Na próxima terça-feira (13), haverá um encontro para os participantes se conhecerem e entenderem melhor a temática e os desafios propostos. A seleção será feita por meio do Hackathon Lab Procel, que é uma competição on-line entre as equipes participantes.  

Cada equipe deverá desenvolver projetos inovadores de eficiência energética. A competição será entre os dias 24 de julho e 1º de agosto, e serão selecionadas quatro equipes de até cinco pessoas. A divulgação dos resultados está prevista para o dia 3 de agosto.

Para participar é preciso ter mais de 18 anos, ter graduação há até cinco anos, ou alunos matriculados ou egressos há até cinco anos de cursos de pós-graduação nos níveis de mestrado e doutorado (stricto sensu) e especialização (lato sensu) de todo o Brasil. As equipes podem ser compostas por pessoas com diferentes níveis de formação.

O Lab Procel é um programa para o desenvolvimento de processos de aceleração e pré-aceleração em inovação tecnológica e de negócios em eficiência energética. É uma parceria entre a Eletrobras/Procel e o Senai-Rio de Janeiro.

(Fonte: Agência Brasil)

A Justiça Federal em São Paulo decidiu manter a regra do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 que veta a isenção de taxa de inscrição a participantes que não justificaram ausência na edição anterior da prova. Em decisão proferida no último dia 2 de julho, a juíza federal Ana Lúcia Petri Betto, da 17ª Vara Federal, negou pedido de liminar formulado pela Defensoria Pública da União (DPU), que pretendia derrubar a exigência de justificativa de falta para a concessão do benefício de quem havia sido beneficiado com a isenção no ano passado. O argumento da DPU é de que o medo da pandemia fez com que parte dos alunos pobres faltasse ao certame.

Pelas regras em vigor, têm direito ao benefício candidatos que se enquadram em critérios de renda e são alunos de escolas públicas ou bolsistas em instituições privadas. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC) que organiza o Enem, aceitava apenas motivos como emergência médica, acidente de trânsito no dia da prova, assaltos e morte na família entre as justificativas aceitas para ausência, desde que comprovadas com documentos, tais como boletins de ocorrência e atestados de saúde. O temor pela pandemia não estava listado entre os motivos aceitos pelo Inep para justificar a falta. 

A taxa do Enem 2021 é de R$ 85. O prazo para se inscrever segue aberto até 14 de julho. Já o período para pedir isenção da taxa do Enem ocorreu entre 17 e 28 de maio.

Na decisão, a juíza Petri Betto avaliou que, apesar da boa intenção da DPU, não ficou demonstrado que o edital estabelecia regras que inviabilizassem a participação de candidatos de baixa renda. 

“A despeito das ponderosas colocações da Defensoria Pública da União, no combativo exercício de sua função constitucional, não há como concluir que as exigências do edital seriam desproporcionais ou que revelam o intuito de inviabilizar o acesso de candidatos pobres ao Enem”, afirmou a magistrada. Ela também destacou que a isenção de taxa no Enem 2021 beneficiou um “grande número de candidatos”, com reduzido número de recursos.

Por outro lado, argumentou a juíza, “o deferimento da liminar para que fosse acrescentada uma nova justificativa no edital, após o esgotamento do prazo para a apresentação dessas justificativas e interposição de recursos, implicaria em notável periculum in mora (perigo da demora) reverso, apto a causar prejuízos ao erário e atrasos injustificados no exame de 2021”.

Provas

As provas do Enem 2021 serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, tanto a versão digital quanto a impressa. As duas versões também terão a mesma estrutura de prova: quatro cadernos de questões e a redação.

Cada prova terá 45 questões de múltipla escolha, que, no caso do Enem Digital, serão apresentadas na tela do computador. Já a redação será realizada em formato impresso, nos mesmos moldes de aplicação e correção da versão em papel. Os participantes receberão folhas de rascunho nos dois dias.

No primeiro dia, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, e ciências humanas e suas tecnologias, além da redação. A aplicação regular terá cinco horas e 30 minutos de duração.

No segundo dia, as provas serão de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias. Nesse caso, a aplicação regular terá cinco horas de duração.

(Fonte: Agência Brasil)

O fim de semana foi marcado pelo começo das disputas dos torneios de futebol 7 das categorias Sub-10, Sub-12 e Beach Adulto Feminino da segunda edição do Esporte na Minha Cidade, iniciativa patrocinada pelo Armazém Paraíba e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ao todo, a bola rolou para 12 partidas, realizadas na Arena Olynto, no Olho d’Água, e na Praia do Calhau. E, na rodada de abertura da competição, jogos emocionantes e muitos gols.

Nesse domingo (4), a Praia do Calhau recebeu os primeiros duelos do Beach Adulto Feminino. Quatro jogos agitaram o torneio, com destaque para a expressiva goleada das meninas do Brutos/Magnólia, que fizeram 12 a 0 sobre o Juventude Maranhense com grande atuação de Fernanda Cupim, autora de cinco gols.

As equipes do Moto Club e do Espias também golearam na rodada: 6 a 0 sobre a Ponte Preta e 4 a 1 sobre o AFC, respectivamente. No outro jogo do dia, o Instituto José Carlos fez 3 a 1 em cima do Roma e estreou muito bem no torneio feminino.

Sub-10 e Sub-12

No sábado (3), a Arena Olynto recebeu as partidas da primeira rodada dos torneios de Futebol 7 nas categorias Sub-10 e Sub-12. A garotada fez bonito dentro de campo e proporcionou jogos bastante equilibrados e emocionantes. No Sub-10, o destaque foi o Futuro do São Francisco, que venceu a Alemanha por 4 a 2. Outros resultados: Craques da Veneza 1 (1) x 1 (3) Afasca, Escolinha Transformar 3 X 0 C.T.F.C e Projeto Paredão 2 x 1 Slacc/GPV (Sub-10).

Já no Sub-12, os meninos do Palmeirão conseguiram a vitória mais expressiva da rodada: 5 a 1 sobre o P10. Quem também venceu bem foi o Craque na Escola, que derrotou o R13 por 3 a 0. Nos outros duelos, o Centro Esportivo Dario bateu o Cefama/M11 por 2 a 1, enquanto o Campinas fez 1 a 0 sobre a Escolinha Bom de Bola no shoot-out após empate por 1 a 1 no tempo normal.

Esporte na Minha Cidade

Para esta segunda edição, houve um aumento na quantidade de equipes participantes: de 20 para 32. Isso significa que o Esporte na Minha Cidade vai beneficiar mais de 400 atletas. As disputas do fut7 beach feminino, por exemplo, contarão com a participação de 16 times: AFC, Tutela, CT Sports, Ponte Preta, Moto Club, Academia Futebol Arte, Viana, Espias, Roma, Brutos/Magnólia, Aurora, Juventude Maranhense, Instituto José Carlos, RAF 07, Palmeirinha e Cruzeiro São Luís.

O Esporte na Minha Cidade também irá beneficiar a garotada das categorias de base. No Sub-10, estão confirmados os seguintes times: CTFC, Futuro do São Francisco, Craques da Veneza, Slacc/GPV, Afasca, Alemanha School Futsal, Escolinha Transformar e Projeto Paredão. Já as disputas do Sub-12 terão a participação do Campinas FC, R13, Palmeirão, Centro Esportivo Dario, Escolinha Bom de Bola, Instituto Craque na Escola, P10 e Cefama/M11.

As 32 participantes desta edição receberam um kit esportivo com uniforme completo: camisa, calção e meião, este último item somente para os times Sub-10 e Sub-12. Os kits foram entregues no último fim de semana durante o lançamento do torneio de 2021.

Todas as informações sobre o Esporte na Minha Cidade e a programação completa de jogos estarão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@esportenaminhacidade).

RESULTADOS

Sábado (3/7) // Arena Olynto (Campo 1)

Craques da Veneza 1 (1) x 1 (3) Afasca (Sub-10)

Escolinha Transformar 3 X 0 C.T.F.C (Sub-10)

R13 0 x 3 Craque na Escola (Sub-12)

Cefama/M11 1 x 2 Centro Esportivo Dario (Sub-12)

Projeto Paredão 2 x 1 Slacc/GPV (Sub-10)

Futuro do São Francisco 4 x 2 Alemanha (Sub-10)

P10 1 x 5 Palmeirão (Sub-12)

Escolinha Bom de Bola 1 (0) x 1 (1) Campinas (Sub-12)

Domingo (4/7)

Juventude Maranhense 0 x 12 Brutos/Magnólia (Beach Feminino)

Instituto José Carlos 3 x 1 Roma (Beach Feminino)

Moto Club 6 x 0 Ponte Preta (Beach Feminino)

AFC 1 x 4 Espias (Beach Feminino)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Escolas públicas de todo o país têm até o próximo dia 11 para se inscreverem no Projeto Cecília em Casa, um programa de extensão científica oferecido a distância pelos três departamentos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). O projeto, que nasceu em 2019, leva a ciência de fronteira até as escolas de forma a atingir a parcela de estudantes que talvez nunca tivesse a oportunidade de ouvir falar ou se aprofundar sobre o assunto.

De acordo com a coordenadora do Cecília em Casa, astrônoma Elysandra Figueredo Cypriano, as escolas sorteadas deverão organizar turmas com o mínimo de 20 e o máximo de 40 alunos. Cada turma deverá ser acompanhada por até dois professores, que ficarão responsáveis pela organização e por fomentar a participação ativa dos estudantes.

“O Projeto Cecília é uma proposta de ensino não formal, no qual normalmente vamos às escolas nas periferias, em áreas de vulnerabilidade social e locais com mais dificuldade de acesso aos temas que envolvem as três áreas do departamento, pensando na questão da sustentabilidade do planeta. Com a pandemia, interrompemos as atividades presenciais e passamos a fazer o #CecíliaEmCasa, que está dando certo e deve se manter”, explicou Elysandra Figueredo.

O material fica disponível ao longo das duas semanas de duração do curso, com os conteúdos acessados por senha e exclusivos para as escolas durante a evolução do programa. Depois da conclusão do projeto, todos receberão certificado de participação. Os estudantes e professores são orientados por alunos de graduação e pós-graduação, além de monitores que ficam disponíveis durante todo o dia para dialogar com os participantes.

“Apesar de os tópicos trabalhados no Cecília serem associados à Base Nacional Comum Curricular, também há um perfil que normalmente não é atingindo nas escolas, que é a ciência de fronteira, a ciência atual. Levamos esse viés mais moderno e motivador da ciência não só para atrair jovens cientistas, mas mostrar a ciência e como ela é feita, valorizando o processo científico para essa garotada que está em estágio de formação, ajudando também no desenvolvimento da cidadania”, disse Elysandra.

De acordo com o cronograma do #CeciliaEmCasa para o segundo semestre, após o término das inscrições, no dia 11 de julho, no dia 13 serão sorteadas as vagas e as escolas devem confirmar sua participação até as 23h59 do dia 18. No dia 19, será publicada a convocação da lista de espera, se houver desistência. Os interessados em ocupar as vagas remanescentes devem confirmar até as 23h59 do dia 23. No dia 9 de agosto, as atividades serão iniciadas e, no dia 26, encerra-se essa etapa do projeto.

Para mais informações e acesso ao formulário de inscrição basta acessar o site da USP.

(Fonte: Agência Brasil)

Começa, hoje (5), o prazo de adesão das instituições de educação superior públicas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em sua segunda edição de 2021. O edital com cronograma e procedimentos, que valem tanto para federais como estaduais ou municipais, foi publicado no Diário Oficial da União pelo Ministério da Educação. As inscrições podem ser feitas até o dia 9 de julho.

A adesão das instituições de educação superior públicas à segunda edição de 2021 do Sisu deve ser feita por meio de assinatura eletrônica.

A portaria estabelece que todos os procedimentos operacionais referentes ao Sisu serão efetuados, exclusivamente, por meio do sistema. O acesso ao Sisu é feito no portal do governo federal.

O Sisu é o programa do Ministério da Educação para acesso de brasileiros a cursos de graduação em universidades públicas do país. As vagas são abertas semestralmente, por meio de um sistema informatizado.

Candidatos

A seleção dos candidatos às vagas disponibilizadas por meio do Sisu será efetuada com base nos resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) referente ao ano de 2020.

O processo seletivo do Sisu para o segundo semestre de 2021 está previsto para ocorrer em agosto.

(Fonte: Agência Brasil)

A 11ª edição do Serra Wine Week, em Petrópolis, maior evento de vinhos do Estado do Rio de Janeiro, começa no dia 8 e vai até dia 18, no município da região serrana fluminense. A gerente-executiva do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Márcia de Paula, disse, hoje (4), à Agência Brasil que o evento fortalece a cidade imperial como destino de inverno da alta temporada, com gastronomia de excelência. “O incremento da economia acontece naturalmente”, disse.

Márcia assegurou que o Serra Wine Week é superpositivo para o município, confirmando, além da cerveja, a tendência de inverno pelo consumo de vinho. Segundo a gerente-executiva, o festival tem a característica de unir toda a região serrana “que está superaquecida, apesar da pandemia do novo coronavírus”. No ano passado, em razão da pandemia, o evento não foi realizado.

O idealizador do festival, Rogério Elmor, disse que o evento injeta recursos na economia local. “Traz gente de fora que vem para o evento”, disse. Segundo a organização, o Serra Wine Week representa aumento de até 15% nas reservas dos hotéis e pousadas e um incremento de até 20% na venda de vinhos nos estabelecimentos participantes.

Fórmula

O Serra Wine Week foi criado por Elmor em 2009, visando solidificar o destino de Petrópolis como referência gastronômica nacional e destino do vinho. Segundo ele, o Serra Wine Week tem uma fórmula que garante o sucesso, porque é comercial. Participam do evento 21 estabelecimentos, entre restaurantes, bistrôs, delicatessens, hotéis e pousadas, inclusive lojas virtuais, ofertando vinhos selecionados com descontos de até 37%.

Os restaurantes se juntaram para fazer uma grande promoção. Fizeram uma compra coletiva e, com isso, conseguiram preços razoáveis e atrativos para o público. A compra total envolveu 3 mil garrafas, com destaque para rótulos nacionais. A carta única de vinhos que será oferecida pelos estabelecimentos participantes tem nove rótulos de vinhos com preços especiais de R$ 49,90 até R$ 219,90.

Elmor informou que o Casa Salvador Merlot, por exemplo, que é um vinho nacional que deve agradar principalmente quem está se iniciando no mundo do vinho, baixará o preço de R$ 80 para R$ 49,90. Já o Petite Fleur Malbec, um argentino Gran Reserva, que fora do evento custa, em média, R$ 340, será vendido aos visitantes por R$ 219,90 no festival.

Além desses, mais sete rótulos poderão ser consumidos a valores promocionais nas casas participantes: o Casa Salvador, Chardonnay (Brasil), Casas Del Maipo, um Gran Reserva oferecido em três tipos de uvas diferentes (Chile), Viña Marty, Merlot (Chile), Karta Tinto Douro DOC, uvas variadas (Portugal), Kauzo, Malbec/Malbec (Argentina), Toscanini Classic, Tannat (Uruguai) e Sol fa Soul, Malbec (Argentina). Em média, por ano, são comprados pelos estabelecimentos entre mil e 1,5 mil garrafas. Este ano, o resultado surpreendeu. “Já chegou a 3 mil garrafas”, disse Elmor. O aumento alcança perto de 50%. O impacto direto na economia petropolitana supera R$ 600 mil durante o evento, informou.

Ganhos

O organizador do evento, Felipe Bento, disse que a fórmula de sucesso do festival está na estratégia adotada, onde todos saem ganhando. “Ganha o importador, que este ano é a Del Maipo/ Adega W, pois consegue vender de uma só vez para vários restaurantes; ganha o 'restauranteur', que adquire vinhos a preços reduzidos exclusivos para o evento; e ganha o consumidor, pois, durante o período do festival, os vinhos são oferecidos praticamente ao preço de custo que o restaurante normalmente compraria”, disse.

A organização do festival informou que a adoção dos protocolos de segurança sanitária garante a eleição de Petrópolis como um dos 22 destinos mais seguros do país. Os cuidados com clientes e colaboradores incluem distanciamento entre as mesas, capacidade de ocupação reduzida, uso correto de máscaras por toda a equipe dos estabelecimentos, disponibilização de álcool em gel nas mesas e boas práticas de higiene alimentar na cozinha, fiscalizadas pelos órgãos competentes.

Maiores informações podem ser obtidas nas redes sociais do festival (@serrawineweek no Instagram e Facebook).

(Fonte: Agência Brasil)

Neste primeiro domingo de julho/21, ainda falando sobre...

Concordância Verbal (6ª parte)

Caso 18 – Com o verbo HAVER:

O verbo HAVER, no sentido de “existir” ou de “acontecer”, é impessoal (= sem sujeito). Deve ser usado sempre no singular:

HÁ muitas pessoas na reunião.

Sempre HOUVE muitos acidentes nesta esquina.

Exercício 1

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

1. __________ (Existia OU existiam) muitos problemas para resolver.

2. __________ (Havia OU haviam) muitos problemas para resolver.

3. __________ (Deve OU devem) existir dúvidas.

4. __________ (Deve OU devem) haver dúvidas.

5. __________ (Aconteceu OU aconteceram) alguns incidentes.

6. __________ (Houve OU houveram) alguns incidentes.

7. No próximo concurso, __________ (haverá OU haverão) muitos inscritos.

8. No próximo concurso, __________ (vai OU vão) haver muitos inscritos.

9. Ninguém acreditava que __________ (houvesse OU houvessem) tantos inscritos.

10. Ninguém acreditava que __________ (pudesse OU pudessem) haver tantos inscritos.

11. Ninguém acreditava que __________ (houvesse OU houvessem) ocorrido tantos acidentes.

12. Ele não imaginava que __________ (tivesse OU tivessem) existido tantas dúvidas.

13. Eles disseram que __________ (havia OU haviam) feito o possível.

14. A verdade é que não __________ (há OU hão OU existe OU existem) mais dúvidas a respeito do caso.

15. O fato é que __________ (houve OU houveram OU aconteceu OU aconteceram) dois acidentes.

Caso 19 – Com os verbos HAVER e FAZER (= tempo decorrido):

Os verbos HAVER e FAZER, quando se referem a tempo decorrido, são impessoais (= sem sujeito). Devem ser usados sempre no singular:

Exercício 2

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

16. Só nos veremos daqui __________ (a OU há) duas semanas.

17. Não nos vemos __________ (a OU há OU hão) duas semanas.

18. Não nos vemos __________ (faz OU fazem) duas semanas.

19. Não nos víamos __________ (há OU havia OU haviam) duas semanas.

20. __________ (Faz OU fazia OU faziam) duas semanas que não nos víamos.

21. Já __________ (deve OU devem) haver duas horas que ela saiu.

22. __________ (Vai OU vão) fazer duas horas que ela saiu.

23. __________ (Está OU estão) fazendo dez anos que ele morreu.

24. O Flamengo não vence o São Paulo __________ (há OU havia OU fazia OU faziam) três anos.

25. O Flamengo não vencia o São Paulo __________ (há OU havia OU fazia OU faziam) três anos.

Respostas:

Exercício 1

1. EXISTIAM muitos problemas para resolver.

2. HAVIA muitos problemas para resolver.

3. DEVEM EXISTIR dúvidas.

4. DEVE HAVER dúvidas.

5. ACONTECERAM alguns incidentes.

6. HOUVE alguns incidentes.

7. No próximo concurso, HAVERÁ muitos inscritos.

8. No próximo concurso, VAI HAVER muitos inscritos.

9. Ninguém acreditava que HOUVESSE tantos inscritos.

10. Ninguém acreditava que PUDESSE HAVER tantos inscritos.

11. Ninguém acreditava que HOUVESSEM OCORRIDO tantos acidentes.

12. Ele não imaginava que TIVESSEM EXISTIDO tantas dúvidas.

13. Eles disseram que HAVIAM FEITO o possível.

14. A verdade é que não HÁ ou EXISTEM mais dúvidas a respeito do caso.

15. O fato é que HOUVE ou ACONTECERAM dois acidentes.

Exercício 2

16. Só nos veremos daqui A duas semanas.

17. Não nos vemos HÁ duas semanas.

18. Não nos vemos FAZ duas semanas.

19. Não nos víamos HAVIA duas semanas.

20. FAZIA duas semanas que não nos víamos.

21. Já DEVE HAVER duas horas que ela saiu.

22. VAI FAZER duas horas que ela saiu.

23. ESTÁ FAZENDO dez anos que ele morreu.

24. O Flamengo não vence o São Paulo HÁ três anos.

25. O Flamengo não vencia o São Paulo HAVIA ou FAZIA três anos.

Ela sempre vem. Ninguém a pode evitar. Às vezes, surge com a brutalidade das surpresas que afastam da gente, de momento, esta douda alegria de viver. Chega de chofre. Afasta a VIDA em instantes, em momentos. E há um “clássico” diagnóstico médico, confuso embora, perturbador, mas apresenta uma justificativa: – “MAL SÚBITO”.

E não há “junta médica” que esclareça, devidamente, a CAUSA MORTIS. Há, apenas, uma “trapalhada de indicações” que nada diz de certo, de positivo. E, diante de todos, apenas o inevitável – a MORTE. A vida escapole da gente pelos dedos, pelos poros, pelos olhos que ficam parados, olhando ao longe, muito ao longe, o que eles não estão mais vendo. O coração para neste instante. Já não há mais vida. Há um corpo imóvel. Um corpo sem vida.

É assim às vezes, muitas vezes. Doutras, ela vem de manso, vagarosa, encosta-se na gente e vai se apossando da gente aos poucos. Vem vestida de DOENÇA. Tem porções de identificações. Uma infinidade! O fato é que chega e vai atuando no organismo. Do primeiro contato passa para o estado permanente. E trava-se a luta, a batalha. Diante da gente, está o invencível adversário: a MORTE.

Uma luta terrível. Dura um tempo, uma eternidade! O organismo reage, investe, persiste, domina às vezes. Entretanto, todo esforço é inútil. Ela insiste sempre. E acaba vencendo! Uma variedade de diagnósticos aponta uma justificativa. “Foi isto ou foi aquilo!” O fato é que todos os recursos médicos esbarram ali, acabam ali, paralisam ali.

Tudo é uma questão de tempo. De momentos. O fato é que o corpo cansa. Gastam-se as últimas reservas. Uma realidade fica diante de todos: a MORTE. Uma vida que deixou de viver. Um coração que deixou de pulsar. É assim, terrivelmente assim. É a fatalidade da qual ninguém escapa.

Um dia, numa manhã de sol, de claridade, de luz ou numa noite iluminada de estrelas lá em cima, pregadas no AZUL, ou num dia de chuva, de água caindo, ou numa noite feia, medonha, mais escura, há sempre o acontecimento trágico. Há sempre um lar que se enluta, corações que se vestem de tristezas, de emoções. Olhos que ficam molhados de lágrimas. Sempre assim. E não sabemos onde lemos isto: “No momento em que nascemos, nós nos encaminhamos para o túmulo, para o caminho de volta”. É isto mesmo.

Ary Barroso, há meses que vinha lutando, querendo continuar, querendo viver, viver para a VIDA, para a família, para os filhos, para os netos, para o Brasil, para as suas composições, para seus dias felizes. Não se entregou de todo. Ia resistindo aos primeiros impactos. Deixou a residência e recolheu-se numa Casa de Saúde. E, junto dele, acabando com ele, consumindo as energias, o fortalecimento físico, ela, a MORTE. Com ele apenas, nesta luta, a grandiosidade da sua resistência. Não se deixou dominar de todo. O organismo reagia, teimava em vencer, em se afastar da FATALIDADE. Todos os recursos médicos foram utilizados.

Em Ary Barroso, estava uma das mais fortes expressões da música brasileira. O poeta e o compositor do Brasil, da sua geografia sentimental, romântica. Estava a alma do povo na exaltação dos seus costumes e das suas tradições. Mas, tudo isto, para a MORTE é um NADA. Uma “coisa alguma”. Ela estava cobrando caro o seu “imposto de consumo”!

Chegará a HORA ILUMINADA da sua verdadeira IMORTALIDADE. Todo o Brasil olhando para ele, acompanhando-o na Casa de Saúde. A MORTE rondava-lhe a cabeceira. Talvez, ele a tivesse visto tantas vezes e, talvez, sentisse, no seu mundo interior, a brutalidade que dela viria. Alguns dias vivendo assim, prisioneiro da Casa de Saúde. Vivendo longe da VIDA, vivendo tão perto da MORTE! Muitos dias passando mal, muitas horas passando mal. Tranquilo estava esperando a hora que sempre chega. E já havia, cá fora, lágrimas nos olhos dos amigos, dos boêmios; prantos nos olhos da esposa, dos filhos. Uma inocência sentida, profundamente sentida, nos olhos dos netos. E o Brasil olhando para ele. Ubá, onde nascera, seu chão, de Minas, sentindo a grande ausência, olhando para ele.

Ary Barroso resistia. Conseguiu sair de várias crises. E parecia que voltaria a VIVER e continuar vivendo a prolongar a VIDA. Restabelecia-se aos poucos. Deu sua última entrevista. Conversou com a IMPRENSA. Fez blaque... Sorriu para VIDA. Iluminou-se de novos sonhos. Alegrou corações e afugentou tristezas. Mas não deixou a Casa de Saúde.

Havia necessidade de mais repouso. Ficara. Mas estava escrito: não voltaria mais para a alegria da VIDA. Aquela entrevista fora a sua última página. E Ary piorou. O corpo cedeu. As energias cederam. A vida se lhe escapava de todo. E domingo, domingo de Carnaval, veio a notícia fatal: “Morreu Ary Barroso”.

No começo de um novo dia, morria o grande compositor mineiro. Morria o magistral autor de AQUARELAS DO BRASIL, o hino da alma sentimental do povo. A poesia das emoções, dos sonhos iluminados! A página VIVA do SAMBA brasileiro. Alma e corpo do Brasil. Vibração de um poema num murmúrio de prece!

Bem isto. E morreu quando o SAMBA estava nas ruas, nas praças da “Cidade Maravilhosa”, nas ruas e praças do Brasil. Ouviu a batucada de longe, marcando o ritmo da melodia. Fechava os olhos para a VIDA, abria os olhos para a glorificação de outra VIDA.

Nós o conhecemos no Rio, na redação de “O JORNAL”, quando chefiava à secção de esportes do grande matutino carioca das ASSOCIADAS. Era um espírito lúcido. Uma inteligência privilegiada, um criador de sucessos, de “imortalidades”. Uma centelha, uma vibração constante. Uma alma inquieta. Um espírito em constantes realizações. Um companheiro. Um amigo.

Hoje, temo-lo na lembrança, na saudade. Temo-lo na evocação da sua imortal “Aquarela do Brasil”, do seu “Risque” e de tantas outras melodias que ficaram como marcos indeléveis da sua presença na TERRA. Nesta página, a nossa homenagem, a saudade que está no coração de todos os maranhenses.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 16 de fevereiro de 1964 (domingo).

O Festival de Verão e Inverno de Campos do Jordão, reconhecido como o maior evento de música clássica da América Latina chega à sua 51ª edição em um formato especial, 100% on-line e com o anúncio de duas edições anuais a partir de 2022. O de Inverno ocorre de 3 de julho a 1º de agosto nas cidades de Campos do Jordão e São Paulo, e o de Verão será entre 15 de janeiro e 13 de fevereiro de 2022.

O evento é realizado pelo governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e pela Fundação Osesp e em parceria com a Prefeitura de Campos do Jordão.

A abertura oficial será realizada neste sábado, 3 de julho, às 20h, no Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, com um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob direção de Thierry Fischer, diretor musical e regente titular do grupo. O programa traz a Sinfonia nº 2, de Rachmaninov.

No domingo (4), o auditório será palco do recital do pianista Marcelo Bratke, às 11h, seguido de um concerto da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, com Cláudio Cruz, às 16h30. Na Sala São Paulo, também no domingo, a Jazz Sinfônica convida a cantora Roberta Sá para o primeiro de seus quatro concertos que unem a música orquestral a repertórios populares, às 20h.

Ao longo da primeira semana, as atrações em destaque são os concertos de câmara diários e gratuitos que ocorrem no Auditório Claudio Santoro, sempre às 19h. Quarteto Camargo Guarnieri (5 de julho), o pianista Lucas Thomazinho (6 de julho) e o duo formado por Cláudio Cruz (violino) e Olga Kopylova (piano), dia 7de julho, estão entre as atrações.

Confira a programação pelo site.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste texto, imprimo um conjunto confuso e inextricável de elementos e pensamentos, registro algumas passagens em cores vivas e traços surreais, mas verdadeiras, que existem neste mundo de meu, “porque é o mundo em que Deus dura”, como diz o nosso Guimarães Rosa.

Um certo dia, estava no Bar Funchal, em Brasília, a beber uma dose de genebra com underberg, meu amargo de sempre, e a folhear “O Processo” de Kafka, que tinha ido pegar na banca, minutos antes, para compor minha coleção de escritores universais, quando um homem portando um alforje às costas, não malroupido e nem andrajoso, como todo andarilho que se preza, achegou-se à mesa onde eu estava e nada pediu; limitou-se a parar seu olhar no livro que folheava. Depois de alguns segundos, o homem fulminou-me com essa sentença: “Gosto mais de ‘Metamorfose’ publicado por ele em 1916”. Juro que fiquei surpreso e envergonhado por ter pensado, minutos antes, na possibilidade daquele homem trocar pernas e proferir asneiras na quietude do Bar Funchal, de propriedade do Jaime, um simpático português da Ilha da Madeira. Sem titubear, pedi que ele sentasse, apontando-lhe uma cadeira, o que ele não aceitou, preferindo achegar-se a um batente entre o passeio de fundo e o toldo. Perguntei-lhe o nome e de onde vinha. Ele sorriu e me disse chamar-se “Sinfrônio, o heterônimo de um anjo torto que lhe guiava”. Fiquei mais surpreso, principalmente por aquela figura de estilo tão bendita. E, aí, o homem de olhar estendido ao longe me disse ser uma das almas mortas de Gogol a perguntar-me, em tom baixo, se eu já tinha lido “Casa de Boneca”, de Henri Ibsen. Respondi-lhe que já tinha lido há muito tempo; aí, então, ele concluiu com uma naturalidade impressionante: “As primeiras obras de Ibsen foram caracterizadas pelo extenso uso do simbolismo, mitos e questões religiosas, em histórias escritas mais com a finalidade de ser lidas do que representadas no palco”. Não, não era possível ser verdade o que estava ouvindo. O homem pediu-me um cigarro o qual acendeu com o meu. Naquela época, eu fumava. Perguntei-lhe, com ar de espanto e curiosidade, o que ele fazia ou tinha feito na vida. E, sorrindo, respondeu-me: “Eu sou o fantasma daquele homem que lutou a vida toda para comprar um capote que o roubaram; sem mais poder comprar outro, adoeci e morri. E virei um fantasma ladrão de capotes. Não sei por que fui buscar, novamente, a essência de Gogol. Ele me persegue!” E riu! Eu, simplesmente emocionado com o que via e ouvia, pedi para ele contar-me mais alguma coisa, o que, depois de alguns instantes, ele retrucou. Dessa vez, olhando-me dentro dos olhos: “Você não me acha parecido com Cyrano de Bergerac? Mas dele só tenho o nariz e a emoção, porque não sou soldado, nem espadachim e nem tenho também a língua ferina dele. Sei apenas que não tive, como queria, o afeto de Roxana que conquistei, a encenar o nome de um amigo que se aproveitou de minha timidez. Meu Deus, quanta coisa existe nesse mundo!” E continuou: “Você sabe que Emma, o belo disfarce de Madame Bovary, era, na verdade, Elisa, o grande amor de Flaubert? Sim, ele era um realista, o maior símbolo francês dessa escola, mas, por traz dessa condição, existia o homem com todos os seus sentidos, tanto que, quando escreveu a cena do envenenamento, sentiu, na boca, o gosto de arsênico, sentiu-se também envenenado, tanto que teve duas indigestões, duas indigestões reais. Quem terá sido mais real – Emma Bovary ou Gustave Flaubert? Que vida essa!” Concluiu. Confesso que cheguei a arrepiar-me! Ofereci-lhe alguma coisa para beber ou comer. Ele não quis. Recostando-se mais na coluna que saia da mureta ao toldo, quando começou a contar-me essa história:

 “Uma vez, sentado no cais de um porto qualquer, vi, de longe, uma garrafa boiando n’água aproximar-se com o impulso das ondas até a rampa onde eu estava. Peguei a garrafa que estava fechada contendo alguma coisa dentro. Pensei logo tratar-se de um pedido de socorro ou um passatempo de algum pirata, ou ainda de um apaixonado a jurar amor eterno à amada que fora deixá-lo a bordo. Abri a garrafa, retirei de dentro um amarelecido papel onde se lia, ou melhor, onde se ler... O papel é este”. Em seguida, mostrou-me um velho e amassado manuscrito que retirara do bolso da calça, pondo-se a lê-lo:

“Venho de longe, de uma terra que toca seu horizonte com a linha do Equador; venho de longe, de uma terra cujo mar é o mesmo que lambe as espumas das praias de África; venho de longe, de uma terra cheia de contradições e de emoções cheias, onde ‘Peter-Pan’ se torna mágico, prestidigita moedas do reino, monta uma pousada de alegria e pede emprestado um livro de contos de fadas; venho de uma terra de maranhas, onde as mentiras convivem com a harmonia e viram homilias sacras nas letras clássicas de Vieira; venho de longe, de uma terra há muitos quilômetros contados em traços tortos, ziguezagueantes; venho de uma terra que não tem esquadro e compasso, mas homens que sabem escrever versos e contar histórias; venho de uma terra, onde náufragos piratas, com ou sem mãos de gancho, quando salvos, ganham títulos de nobreza e se casam com as filhas dos nativos, a se tomarem  donos de seus quintais; venho de uma terra, onde um homem espantalho, dizendo chamar-se Ulisses, bebe todos os odres de vinho santo e os repõe com outros de inferiores castas; venho de uma terra que, por circunstâncias geográficas, Rainer Maria Rilke se autodefiniu como sendo Ilha; venho de uma terra de becos e vielas sem veredas e sem nomes de sagarana; venho de uma terra em que o ‘Gato de Botas’ é e será para todo o sempre, o ilustre e ‘poderoso ‘Marquês de Calabar’; venho de uma terra, onde não há espaço para minhas pernas, nem tempo para os meus braços e nem teto para meu cérebro”.  De repente, Sinfrônio parou a leitura e guardou, novamente, o manuscrito no bolso das calças. Com gestos calmos e mansa voz, não sei ao certo, se a dar ânimo ao texto que estava a ler, ou se a tomar fôlego para continuar: “Essa é a pública-forma do meu ser-andarilho, do meu ser-aventureiro. Eu sou natural dessa terra, a levar comigo pedaços de filosofia física para relacionar coisas suscetíveis de semelhante relação;  eu sou a essência do conteúdo que vive no continente dessa velha e mágica lâmpada de vidro; eu sou o resultado, ou a extensão, ou o complemento que, um dia, se encantou e passou a viver no ventre dessa garrafa, que naquele dia, no cais do porto, me chegou como se fosse uma brincadeira de pirata ou um pedido do alterego de Robson Crusoé, perdido nalgum lugar à beira-mar, sem nenhum outro ‘Sexta-feira’ para acudi-lo, mas que, na verdade, me conscientizou ser a minha própria identidade que pedia para ser guardada comigo...”

De repente, Sinfrônio abriu, para que eu visse, o que ele carregava dentro daquele alforje: Meu Deus! Estava ali, e não sei como cabia,  a subjetividade criadora e lírica de Camões – discurso pessoal – egocentrismo lírico – expressão explícita do eu – fusão do eu com o mundo exterior – identificação do elemento natural com os estados de alma – o amor, a natureza, a saudade, – temáticas de influência clássica, renascentista: o amor platônico, a saudade, o destino, a suprema beleza, a mudança, do desconcerto do mundo – as profecias do Bandarra, de Garret – Amor de Perdição, de Camillo – e os Cantos de Gonçalves Dias. Afinal de contas, tudo que existe nas Líricas do grande vate lusitano, e mais alguma coisa...

E pensei com rapidez: A Providência foi-lhe misericordiosa, e a Virgem lhe foi boa... Limitou-se ele a não contrariá-las quando declaravam suas intenções; simplesmente obedeceu; foi ele conduzido pelas chamadas “vias extraordinárias”; se alguém pode ter certeza do nada que seria sem a ajuda de Deus, esse alguém era ele, o afortunado Sinfrônio... Quanta emoção! Mas quem era ele?

Sinfrônio, depois de mostrar-me aquelas preciosidades contidas em seu alforje, me disse: “Você não acha que tudo isso, a despencar ribanceira abaixo, faz sentido com aqueles textos de Martin Essli, em seu ‘Teatro do Absurdo’? E de maneira similar, à que Albert Camus utilizara, vez que as peças dão articulação artística à filosofia, de que a vida é intrinsecamente sem significado, como ilustrado em ‘O Mito de Sísifo’?”

Confesso que aquela história embaraçosa, mas interessante, na qual eu me tinha entregado como se estivesse a ver uma fita de cinema, apesar de surpreso com as costuras daqueles contrapontos mais que literários, paranormais, talvez! O que estava a se passar? Quem era aquele homem?

Sinfrônio, de súbito, fez-se de silêncio e fechou os olhos, por alguns instantes, transido de emoção; dando-me a oportunidade para perguntar se a história tinha acabado, no que ele, de imediato, me disse: “Há homens que são uns pobres diabos, que se deixam iludir pelo maniqueísmo diabólico, estingados por outros piores e, enfatiotados e iludidos, mas que, no íntimo, são piores e mais tiranos do que Javret, aquele delegado abjeto, criado pelo imaginário de Victor Hugo, para perseguir miseráveis, mas que, na verdade, deveriam ter os miolos estourados pela pistola de Wherter que tanta paz de espírito trouxe para o coração e para os nervos de Goethe. Foi por isso que lhe disse, em vê-lo folhear esse livro, que gostava mais do outro, porque sou eu a própria metamorfose, não de um inseto que se apoderou do delírio de Kafka, mas de um homem que, na verdade, não me cabe; meu nome, Sinfrônio, vem do grego e diz que ‘penso como os outros’, mas isso não é verdade”.

Estava eu ali, desde manhã, envolvido com aquela figura singular. Passou-se o tempo e não pressenti, nada comera pela hora do almoço, e meu amargo tinha ficado na terceira dose, também esquecido, e o entardecer se aproximava...

Sinfrônio levantou-se e se pôs a andar lento por um dos lajedos ajardinados, que, em Brasília, separam os blocos residenciais dos comerciais, a segurar o alforje às costas, sem dar atenção à minha surpresa e ao meu eu-desentendido, bem como aos meus insistentes chamados, ou apelos, na ânsia de compreender alguma coisa, e descobri-lo...E ele, de passos cadenciados, sumia como um anjo torto à procura de um gueto, naquela virada da tarde pela Avenida L2-Sul...

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Ilustração: Foto que mais se assemelhou com o personagem, tirada do Google.