Skip to content

Estudantes de baixa renda que estão no ensino médio terão acesso à bolsa de permanência na escola, além de uma poupança que poderá sacar ao concluir esta etapa da educação formal. O formato do novo programa, que está em fase final de elaboração, foi anunciado, nessa terça-feira (26), pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Ainda não foram divulgados valores da bolsa e da poupança.

“Nós estamos finalizando o desenho, dentro das possibilidades de recursos orçamentários que existem, tanto no MEC quanto no Ministério de Desenvolvimento Social. Vamos utilizar o CadÚnico [Cadastro Único de inscritos em Programas Sociais] e o programa Bolsa-Família, juntamente, integrando com o Censo Escolar do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], para que a gente possa atingir”, afirmou Santana durante uma coletiva de imprensa para detalhar o decreto que cria a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. Segundo o ministro, cerca de 7% dos estudantes do ensino médio abandonam a escola, número que o governo pretende mudar com a medida.

“A ideia é que a gente possa garantir um apoio porque quando um aluno chega no ensino médio, idade de 14 ou 15 anos, geralmente é aquela fase que, diante da dificuldade da família, ele precisa trabalhar. Então, muitas vezes, o aluno abandona a escola, falta demais, é reprovado. A ideia é dar um auxílio que será mensal e uma poupança para que ele possa receber ao final do ensino médio, por ano”, acrescentou o ministro da Educação. O objetivo da bolsa é ajudar em despesas do dia a dia. Já a poupança poderá ser resgatada pelo aluno para projetos individuais dele, como abrir o negócio ou pagar estudos em uma faculdade. Nos dois casos, segundo Camilo Santana, serão exigidas contrapartidas dos beneficiários, como frequência escolar e aprovação.

Escolas conectadas

Durante evento no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, cuja meta é expandir a conexão em banda larga para todas as 138,4 mil escolas públicas de todo o país até 2026. Serão investidos cerca de R$ 6,5 bilhões em recursos do Novo PAC para financiar a infraestrutura, por meio de convênios com Estados e prefeituras.

Ao todo, segundo dados do MEC, cerca de 40,1 mil escolas não têm disponibilidade de tecnologia para acesso à banda larga e outras 42,7 mil não têm acesso à internet em velocidade ou disponibilidade adequadas. Em pelo menos 4,6 mil escolas, nem sequer há rede de energia elétrica. O programa pretende levar energia para essas unidades de ensino a partir de placas solares, em parceria com o Ministério de Minas e Energia. O governo estima que 4,1 milhões de alunos no país não têm acesso adequado à internet nas escolas. E quase 80% das escolas sem infraestrutura estão concentradas no Norte e Nordeste.

Segundo o ministro da Educação, a estratégia pretende não apenas levar conexão e distribuir equipamentos, como tablets e computadores, mas alinhar à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para promover o ensino da cidadania digital e adaptar a conectividade para melhorar os recursos educacionais e a qualidade da aprendizagem, além da gestão da escola. Outro anúncio é o de que, além de levar conectividade às escolas, o programa vai oferecer acesso à internet também em unidades básicas de saúde que ficam nas proximidades.  

(Fonte: Agência Brasil)

Nota prévia:

O professor, gestor escolar, escritor e ativista cultural Carvalho Jr., de Caxias (MA), pediu-me este posfácio em junho de 2015. Originalmente, escrevi-o nesse mês, dia 12. Daí a 114 dias, em 4 de outubro de 2015, o escritor completaria 30 anos e, para marcar a nova fase etária e, quiçá, literária, planejava lançar sua Trintologia Poética. Jovem, forte, casado, duas filhas, de bem com sua existência, tinha pela frente todo um futuro de vidas (pessoal, poética, na Educação, nos movimentos literários…)  –  como se deseja e se expressa na linha última do Posfácio. Nada na terra poderia prever que cinco anos depois, em 30 de março de 2021, sua vida física teria ponto final, pelo vírus da tal covid-19. Pouco tempo antes, estivemos juntos  –  como costumávamos fazer – ele, eu e o arquiteto, professor universitário e pesquisador Ezíquio Barros Neto, presidente da Academia Caxiense de Letras. Nós três, atulhados de ideias, ideais e inquietações sadias e apaixonados por nossa cidade natal, Caxias, andávamos a pé, vespertinos ou noctívagos, por diversas ruas da cidade, parávamos o mais das vezes no bar do Fiapu (Paulo Sérgio Barros Assunção), em frente à antiga e ancestral Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José, ou no bar do Excelsior Hotel, e falávamos nossos pensares e pesares em relação a Caxias e ao mundo.

A história literária registra que os três mosqueteiros eram quatro  –  nunca dois… (E. S.).

***

Posfácio

Todos cantam sua terra. Alguns contam sua idade.

Carvalho Jr. faz os dois. Poeta e professor, canta e conta.

Ele agora conta trinta anos e, nesta sua Trintologia Poética, faz um retrospecto literário pessoal, espécie de anamnese textual de sua produção publicada até agora.

O autor não quis esperar a formação de um conjunto maior de títulos, não quis “ficar velho” para se dar ao luxo ou ao direito de organizar sua própria e primeira antologia.

Existiria um tempo certo para se proceder a uma autoantologia, uma colheita de flores poéticas no próprio horto literário, jardim de palavras?

Adrede e alhures, escrevi que, para alguns, haveria um marco etário, um mínimo cronológico, para alguém ser algo  por exemplo, ser autor de obras poéticas e constituir-se ator na cena literária.

Esquecem que  sem desprezar a importância/influência da vivência  literatura tem a ver mais com intensidade que com idade. Lembrem-se dos exemplos  muitos de escritores e artistas (deles adolescentes) que, décadas, séculos e milênios depois, continuam sendo motivo de citação e excitação. Rimbaud, francês que traficava e transgredia, poeta de rotas roupas e retos versos, escreveu obras-primas dos 15 aos 18 anos.

Castro Alves conheceu triunfo e glória literária aos 19 anos.

Mozart já compunha aos cinco anos e, aos 17, era contratado pela realeza austríaca.

Mary Shelley, britânica, nascida em 1797, tinha 18 anos quando começou a escrever Frankenstein, antropônimo que, mais que título de romance (terminado um ano depois), tornou-se sinônimo de “monstro” em todo o mundo  e é mais difícil criar pro mundo todo uma palavra do que, com palavras, criar uma história pra todo mundo.

Aos 19 anos, Clarice Lispector escrevia seu Perto do Coração Selvagem, romance de 1944.

Nesta entressafra de séculos e milênios, há muitos casos, como os do alemão Benjamin Lebert (nascido em 1982), que faz sucesso como autor de romance publicado quando tinha 16 anos.

Também o californiano Christopher Paolini, nascido em 1983, que nunca foi à escola e, aos 15 anos, escreveu Eragon, história que virou filme e que é parte de uma quadrilogia de mais de 15 milhões de livros vendidos em todo o mundo.

O americano Nick McDonell tinha 17 anos (2001) quando escreveu Doze, seu muitíssimo aclamado romance de estreia.

Raquel de Queiroz, brasileira e nordestina, tinha 18 anos quando escreveu o famosíssimo O Quinze.

***

Escrevi, subsequentemente, que, em literatura, o novo não é estabelecido por certidões de nascimento (menos ainda cruz credo! por atestados de óbito). O novo é descoberto ou sentido no acento diferenciado com que um conteúdo (o sentimento) é revelado como forma.

***

Já li em algum lugar: Toda idade tem seu encanto, e não foi à toa que Balzac escreveu A Mulher de Trinta Anos.

Sendo homem e não tendo à disposição um competente escritor francês, resolveu Carvalho Jr. ele mesmo fazer sua Trintologia Poética, uma antologia  ou, como define o autor, “um álbum comemorativo”  de seus contados trinta anos.

Assegura Carvalho Jr. que sua Trintologia  “encerrará um ciclo de publicações” até ele “voltar a publicar novamente só depois de um bom tempo”.

Sei o que é essa comichão de ver os próprios textos em letra de fôrma e enfeixados em livro. Quando na década de 1970 estava com meus dois primeiros livros (Larva e Ninfa) impressos na Folha de Caxias Artes Gráficas, já com notícias do lançamento produzidas e publicadas pelo Vítor Gonçalves Neto em O Pioneiro, com direito à ilustração (tempo de clichês feitos em São Luís, no Jornal Pequeno, ou em Teresina, na Companhia Editora do Piauí (Comepi), já com isso e mais o Gentil Menezes e o Raimundo Mário Rocha prometendo-me um diploma de homenagem (eu ainda na minoridade) em festa no seleto clube social Cassino Caxiense, com tudo isso e algo mais, de repente me bateu uma repentina desvontade de lançar (os) livros… e autorizei o operador de guilhotina e hoje excepcional encadernador Aldenor Pereira de Almeida a cortar, fragmentar todos os exemplares impressos… E, para o tonel de resíduos de papel, foram as tiragens impressas dos dois livros, para incredulidade do gerente da Folha de Caxias, Pedro Sousa (o Pedro Avião), e frustração de expectativas do dono da gráfica, o industrial Alderico Silva (cuja esposa, Dinir Silva, colega na Academia Caxiense de Letras). Bem antes de minha decisão de retalhar os livros, Seu Dá (como também era chamado Alderico Silva) costumava me convidar para conversar com ele, na sua espetacular residência, na Rua 1º de Agosto, no Centro de Caxias. Além de bater bom papo e trocar ideias, Seu Alderico me cumprimentava pelos trabalhos que seriam (seriam!…) lançados. (Mesmo sem eu ter lançado os livros, fui convidado pela direção do Cassino Caxiense para receber o tal diploma, das mãos do presidente Raimundo Mário Rocha, presidente do clube, em noite de gala e destaques que contou com outros homenageados e presença do cantor Dave MacClean, sucesso à época…).

Embora prometendo a si mesmo dar-se “um bom tempo” enquanto publicador de livros, não é o caso do Carvalho Jr. mandar estraçalhar obras inteiras, como fiz em meu citado (mau?) exemplo. Porém, isto não eximiu o trintenário escritor de, para os efeitos desta antologia, assumir o ingrato ofício de verdugo de seus próprios textos, pois que, (de)limitado pelo número, ele teve de executar a pena de isolar textos do contexto físico (o livro) que os unia uns aos outros: a Trintologia, como diz o título, compõe-se de trinta textos poéticos publicados em livros até agora em sua carreira indiminuta. É um mister dorido o ser juiz e algoz das próprias crias textuais, tanto que, na hora quase derradeira, o autor teve de informar ao prefaciador e ao posfaciador que fizera troca de textos. Sei que não foi fácil para ele, nem o é para nenhum autor que verdadeiramente estime os versos e textos que comete. Por que uns e não outros? Por questão de gosto pessoal? Por que são “melhores” ou mais “representativos”? Não são respostas fáceis.

De qualquer modo, nas palavras do autor, “quem não teve a oportunidade de conhecer minhas publicações anteriores”, agora a terá, com uma seleção em um só volume, constituindo-se, os textos selecionados, o crème de la crème ou as desejadas cerejas poéticas que se colhem de sobre a massa adiposa de bolos textuais.

Parar de publicar não é parar de escrever, muito menos deixar de ser a todo instante submetido às “tentações” sem-fim, endógenas e exógenas, dos mundos extra e intracorpóreos – tentações que, com o cardápio de conteúdos e a competência (e)laboradora do autor, podem se transformar em linhas diversas, de versos.

Esta Trintologia carvalhiana, no aniversário do autor, é o seleto presente que o escritor dá a si mesmo e irmãmente o abre e o reparte com outros.

Carvalho Jr., trinta anos. E cantando…

Carvalho Jr., trinta anos. E contando… 31… 40… 50…

* Edmilson Sanches

Uma das principais revelações do esporte maranhense, a nadadora Sofia Duailibe, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, está confirmada no Norte/Nordeste de Natação – Troféu Walter Figueiredo Silva, que será realizado entre quinta-feira (28) e sábado (30), em Fortaleza (CE). Determinada a ampliar sua coleção de títulos, a atleta da DM Aquatic vai competir nas provas dos 50m costas, 100m costas, 200m costas, 100m livre, 200m livre, 400m livre, 800m livre e 1.500m livre.

Sofia Duailibe viaja para Fortaleza com a confiança renovada pelo excelente desempenho nos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) 2023, realizados em agosto, na piscina da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal – Maranhão (Apcef-MA), em São Luís. Representando o Colégio Literato, a atleta da DM Aquatic conquistou quatro medalhas de ouro e registrou o melhor tempo da carreira em três provas da categoria Infantil Feminino (12 a 14 anos) da natação nos JEMs.

Sofia Duailibe acumula conquistas nas piscinas durante todo o ano. Em junho, a atleta da DM Aquatic faturou duas medalhas de ouro nas provas dos 100m costas e 400m livre do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno – Troféu João Vitor Caldas, realizado na piscina do Nina Natação, em São Luís.

Antes dos dois ouros no Maranhense de Inverno, Sofia Duailibe representou o Colégio Literato na categoria infantil feminino dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs), no início de junho, faturando três medalhas de ouro nas provas dos 50m costas, 100m costas e 400m livre.

Sofia também brilhou na Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, que foi realizada em abril, em São Luís. A nadadora maranhense conquistou 10 medalhas na categoria Infantil 1 da competição regional: foram cinco ouros nas disputas dos 200m costas, 400m livre, 800m livre, 1.500m livre e 2,5km (águas abertas), quatro pratas nos 50m costas, 100m costas, 200m livre e 200m medley, e um bronze no revezamento 4x50m livre misto.

Águas Abertas

Em meio aos resultados expressivos nas piscinas, Sofia Duailibe se destaca ainda nas competições de águas abertas. No fim de julho, a nadadora maranhense subiu quatro vezes ao pódio na 11ª etapa da Copa Brasil de Águas Abertas, competição organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e realizada em Brasília (DF), sendo campeã Infantil I e terceira colocada Geral Feminina nas provas de 1,5km e 2,5km.

Com a atuação de alto nível em Brasília, Sofia Duailibe aumentou a sua coleção de conquistas na Copa Brasil e se consolida como uma das maiores revelações das águas abertas no país. Nas últimas seis etapas do evento nacional, a nadadora maranhense faturou 10 títulos, além de quatro vice-campeonatos e duas terceiras colocações, disputando provas de 1,5km, 2,5km e 5km nas categorias Infantil I e Geral Feminino.

Em julho, Sofia Duailibe também foi campeã geral da prova dos 1.650m feminino e garantiu a primeira colocação do Aquathlon feminino na 10ª edição do Desafio do Cassó, um dos eventos mais tradicionais de águas abertas do Maranhão, que foi disputado em Primeira Cruz, a 215km de São Luís.

Já no fim de abril, Sofia Duailibe sagrou-se campeã na prova dos 5km da categoria Infantil I Feminino no Campeonato Brasileiro de Águas Abertas e venceu a disputa geral dos 2,5km na Copa São Luís.

A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com os apoios da DM Aquatic e do Colégio Literato.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

As escolas brasileiras estão mais conectadas após a pandemia, mas ainda faltam dispositivos para acessar a internet. É o que mostra a pesquisa TIC Educação 2022, lançada, nesta segunda-feira (25), pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo mostra que 94% das escolas têm internet, no entanto, pouco mais da metade, 58%, têm equipamentos como computadores, notebook, desktop e tablet e conectividade à rede para uso dos alunos.

A educação foi um dos setores mais afetados pela pandemia. No Brasil, as escolas ficaram fechadas por cerca de 1 ano e, nesse período, buscaram formas de chegar aos estudantes com atividades remotas com e sem o uso de tecnologia.

O estudo mostra que a porcentagem de escolas conectadas aumentou em relação a 2020, no início da pandemia. Nesse ano, 98% das escolas de ensino fundamental e médio localizadas em áreas urbanas tinham conexão de internet. Em 2022, essa porcentagem aumentou para 99%. Entre as escolas em áreas rurais, essa porcentagem passou de 52% em 2020 para 85%, em 2022. Consideradas apenas as escolas públicas, essa porcentagem passou de 78% para 93%. Entre as particulares, de 98% para 99%.

A disponibilidade da internet não é, no entanto, suficiente. É preciso que haja equipamentos nas escolas para acessar a rede. De acordo com a pesquisa, 86% das escolas públicas estaduais contam com notebook, desktop ou tablet para uso dos alunos, o que significa que 14% não possuem esses equipamentos. Por outro lado, nas instituições municipais essa porcentagem chega a menos da metade, 49%. Nas áreas rurais, essa porcentagem é menor ainda, 38%. Nas áreas urbanas, 78%. Entre as escolas particulares, 80% possuem equipamento para uso dos alunos.

Qualidade da internet

A pesquisa mostra que, assim como a conexão, a velocidade da internet também aumentou nas escolas. No início da pandemia, entre as escolas públicas, 22% das estaduais e 11% das municipais tinham velocidade da principal conexão à internet igual ou superior a 51 megabits por segundo (Mbps). Uma a cada três escolas particulares (32%) tinham essa velocidade. Agora, 52% das escolas estaduais, 29% das escolas municipais, e 46% das particulares declararam ter 51 Mbps ou mais de velocidade da principal conexão da instituição.

Segundo o NIC.br, a velocidade e qualidade da internet são importantes para que a escola possa realizar as atividades. No ano passado, o Grupo Interinstitucional de Conectividade na Educação (Gice), formado por mais de 20 instituições, entre órgãos governamentais, operadoras, associação de provedores, empresas de tecnologia e organizações do terceiro setor, elaborou a nota técnica Qual a velocidade de Internet ideal para minha escola?

Para se ter uma ideia, o documento define que 1 Mbps por aluno é capaz de viabilizar a maior parte das atividades escolares, como aquelas que envolvem áudio, vídeo, download, jogos e uso geral. Como, de acordo com a nota, metade das escolas públicas têm até 118 estudantes no maior turno, isso significa que elas precisariam contratar um plano de 100 Mbps, para atender ao parâmetro de 1 Mbps por estudante no maior turno. 

Desafios

Na edição de 2022, a TIC Educação realizou, presencialmente, entre outubro de 2022 e maio de 2023, 10.448 entrevistas em 1.394 escolas públicas municipais, estaduais e federais e em escolas particulares. Ao todo, os pesquisadores ouviram 959 gestores escolares, 873 coordenadores, 1.424 professores e 7.192 alunos.

Entre os fatores que afetam a conexão foram apontadas, em escolas públicas estaduais, situações como o sinal de internet não chegar às salas que ficam mais distantes do roteador (55%); a internet não suportar muitos acessos ao mesmo tempo (50%) e a qualidade da internet ficar ruim (41%). Nas instituições particulares, esses aspectos são também citados, mas com porcentagens inferiores: 21%, 15% e 14%, respectivamente.

Nas escolas municipais, o principal obstáculo apontado foi o fato de a internet não suportar muitos acessos ao mesmo tempo (45%), seguido de o sinal de internet não chegar às salas que ficam mais distantes do roteador (38%) e de a qualidade da internet ficar ruim (35%).

Os estudantes destacam outras dificuldades no uso da internet, como o fato de os professores não utilizarem a rede em atividades educacionais (64%). Além disso, apontam como motivo, a escola proibir o uso do telefone celular (61%) ou proibir o acesso à internet para os alunos (46%).

Formação de professores

Para a maior parte dos professores, 75%, falta um curso específico voltado para a adoção de tecnologias digitais nas atividades educacionais com os alunos. Além disso, 50% dizem que os alunos ficam dispersos quando há uso de tecnologias durante as aulas. Metade dos professores diz, ainda, utilizar aplicativos de mensagem instantânea para tirar dúvidas dos alunos.

A pesquisa constatou que pouco mais da metade, 56%, dos professores disse ter participado de formação continuada sobre o uso de tecnologias digitais em atividades de ensino e de aprendizagem nos 12 meses anteriores à realização da pesquisa. O uso de tecnologias na disciplina de atuação (53%) ou na avaliação dos alunos (53%) estão entre os temas mais abordados nas formações continuadas das quais participaram.

O uso da internet traz também situações sensíveis, que os professores precisaram lidar nas escolas. A maioria dos professores, 61%, afirmou ter apoiado alunos no enfrentamento de situações sensíveis vivenciadas na internet. Essa porcentagem aumentou em relação a 2021, quando 49% disseram ter apoiado os estudantes nessas questões. Entre os motivos estão o uso excessivo de jogos e tecnologias digitais (46%); cyberbullying (34%); discriminação (30%); disseminação ou vazamento de imagens sem consentimento (26%); e assédio (20%).

A pesquisa TIC Educação é realizada desde 2010 e tem o objetivo de investigar a disponibilidade de tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas escolas brasileiras de ensino fundamental e médio e o uso e apropriação por estudantes e educadores. A pesquisa está disponível na internet.

(Fonte: Agência Btrasil)

Seis a cada dez professores precisaram apoiar os alunos no enfrentamento de situações sensíveis vivenciadas na internet. Entre essas situações, está o uso excessivo de jogos e tecnologias digitais, cyberbullying, discriminação, disseminação  ou vazamento de imagens sem consentimento e assédio.

As informações são da pesquisa TIC Educação 2022, lançada, nesta segunda-feira (25), pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). 

Os dados mostram ainda que os estudantes, ainda os mais velhos, buscam os professores para pedir ajuda e se informar sobre o uso de tecnologias digitais. Por outro lado, ainda há lacunas tanto na formação de professores quanto na oferta de aulas e cursos nas escolas para os estudantes, para os responsáveis e para a comunidade escolar voltados para essas questões.  

A pesquisa mostra que maioria dos professores, 61%, afirmou ter apoiado alunos no enfrentamento de situações sensíveis vivenciadas na internet. Essa porcentagem aumentou em relação a 2021, quando 49% disseram ter apoiado os estudantes nessas questões. Entre os motivos, estão o uso excessivo de jogos e de tecnologias digitais (46%); cyberbullying (34%); discriminação (30%); disseminação ou vazamento de imagens sem consentimento (26%); e assédio (20%).

De acordo com o estudo, quanto mais novos, os alunos buscam mais ou pais ou responsáveis para obter informações sobre o uso de tecnologias digitais, essa porcentagem chega a 80% entre aqueles com idade de 9 a 10 anos.

À medida que vão ficando mais velhos, essa porcentagem cai, chegando a 34% entre aqueles com 18 anos ou mais. Já a busca pelos professores permanece praticamente constante, em torno dos 43% até os 17 anos. Nas áreas rurais, a busca por professores é ainda maior, chega a 56%, considerada a média de todas as idades.  

“A proporção de alunos que buscam pais e responsáveis e familiares vai diminuindo de acordo com a faixa etária. Então, aqueles alunos de 15, 16 17 anos vão se tornando mais independentes. Surgem os amigos, os vídeos e tutoriais na internet ou até mesmo aprender sozinho se torna mais relevante que buscar informações com pais e responsáveis. Mas, os professores são uma fonte de referência mais estável no desenvolvimento dos estudantes”, diz a coordenadora da pesquisa TIC Educação, Daniela Costa.  

A proporção daqueles que aprendem com vídeos e tutoriais da internet variam entre 63% e 90% conforme os estudantes vão crescendo. A proporção daqueles que aprendem sozinhos passam de 76% entre aqueles com 9 e 10 anos e chegam a 97% entre aqueles de 18 anos ou mais. 

De acordo com os estudantes, eles recebem mais orientações de professores à medida que vão ficando mais velhos. No 4º e 5º do ensino fundamental, menos da metade dos alunos diz ter recebido alguma informação. No ensino médio, essa proporção chega a até 67%. Entre os assuntos tratados, estão como usar a internet de forma segura, o que fazer quando alguma coisa incomoda na internet, como verificar se uma notícia ou informação é falsa e indicações para trabalhos escolares.  

Cursos e disciplinas

Diante da demanda por informações, os professores dizem precisar de formação. Para a maior parte dos docentes, 75%, falta um curso específico voltado para a adoção de tecnologias digitais nas atividades educacionais com os alunos.  

Na hora de incorporar a tecnologia na sala de aula, os professores também enfrentam desafios: 50% dizem que os alunos ficam dispersos quando há uso de tecnologias durante as aulas. De acordo com Costa, as escolas devem cuidado na hora de proibir o uso de equipamentos tecnológicos e que isso deve ser incorporado a uma proposta pedagógica.  

“Muitas vezes quando há essa restrição ao uso ou mesmo a proibição, corremos o risco de, novamente, inviabilizar oportunidades de uso para estudantes que já enfrentam desigualdades de oportunidades em outros âmbitos”, diz a coordenadora da pesquisa.

“Verificamos que professores e alunos fazem o uso desse dispositivo. Então, há necessidade, nas escolas, de haver uma maior conversa e debate do uso de tecnologia e como ela pode ser melhor aproveitada por estudantes e professores, para usufruírem de oportunidades e uso crítico, seguro e responsável dessas tecnologias”.  

Em relação a como esses assuntos são trabalhados de maneira formal nas salas de aulas, segundo a pesquisa, 47% dos coordenadores das escolas dizem que as atividades fazem parte do conteúdo de um ou mais disciplinas do currículo comum da escola. Outros 27% afirmam que são oferecidas em disciplinas ou atividades extracurriculares e 17% dizem que essas atividades são realizadas apenas quando os alunos enfrentam algum problema no uso da internet ou das tecnologias.  

Quando se trata de envolver a comunidade escolar, cerca da metade das escolas oferece atividades apenas uma vez por ano ou mesmo não oferece atividades voltadas a pais e responsáveis e a outros funcionários da escola sobre o uso de tecnologia. 

Mais acesso

O estudo mostra, ainda, que as escolas brasileiras estão mais conectadas após a pandemia, mas ainda faltam tanto dispositivos para acessar a internet quanto uma maior qualificação do uso.  

“Quando a gente pensa de uma conectividade significativa para a escola, não estamos falando só da conectividade em si, do acesso à internet ou aos dispositivos, estamos falando de uma educação significativa mediada por tecnologias digitais. Essa conectividade significativa e educação significativa englobam a educação digital, a educação para o uso e a inclusão desse tema também no currículo das escolas”, diz Costa.  

A pesquisa TIC Educação é realizada desde 2010 e tem o objetivo de investigar a disponibilidade de tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas escolas brasileiras de ensino fundamental e médio e o uso e apropriação por estudantes e educadores. Na edição de 2022, a TIC Educação realizou, presencialmente, entre outubro de 2022 e maio de 2023, 10.448 entrevistas em 1.394 escolas públicas municipais, estaduais e federais e em escolas particulares. Ao todo, os pesquisadores ouviram 959 gestores escolares, 873 coordenadores, 1.424 professores e 7.192 alunos. A pesquisa está disponível na internet.  

(Fonte: Agência Brasil)

Instituições de ensino superior interessadas em participar do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade) já podem enviar suas propostas. As inscrições vão até 30 de novembro.  

Podem participar instituições de ensino superior públicas ou privadas sem fins lucrativos. Todas devem ter experiência na área e cada uma vai ofertar de 30 a 200 vagas. As propostas devem ser apresentadas pelo sistema Integrado Capes.

A meta é formar professores em licenciaturas específicas e pedagogos, a fim de atender redes públicas e comunitárias que ofertam educação escolar indígena, quilombola e do campo, educação especial inclusiva e educação bilíngue de surdos. 

Vagas

Serão selecionadas propostas para duas mil vagas de formação de professores em cursos de pedagogia intercultural indígena; licenciatura intercultural indígena; licenciatura em educação do campo; licenciatura em educação escolar quilombola; licenciatura em educação especial inclusiva; e licenciatura em educação bilíngue de surdos.  

O resultado final da seleção deve ser publicado no dia 15 de março de 2024, e o início do curso está previsto para junho do ano que vem. 

Bolsas

Matriculados que forem pretos, pardos, indígenas, quilombolas, do campo, surdos ou com deficiência vão receber uma bolsa mensal de R$ 700. Para coordenadores, professores-formadores e formadores convidados, serão pagas bolsas com valores que variam de R$ 1.550 a R$ 2.100. O recurso de custeio destinado às instituições será de R$ 1.200 semestrais por aluno, no limite de R$ 25 mil por curso.    

Programa

O Parfor Equidade foi lançado na semana passada e será executado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão, do Ministério da Educação, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A iniciativa integra o Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento. 

(Fonte: Agência Brasil)

As mensalidades das escolas particulares deverão aumentar, em média, 9% em 2024, de acordo com levantamento feito pelo Melhor Escola, site buscador de escolas no Brasil. Ao todo, 979 escolas de praticamente todos os Estados, com exceção de Roraima e Tocantins, responderam ao questionário. Há instituições que manterão o mesmo valor praticado este ano e há, também, reajustes que chegam a 35% em relação ao cobrado este ano.

Não existe, por lei, um limite máximo para o aumento do custo das escolas particulares, de acordo com a Lei 9.870/1999, mas as escolas devem justificar os aumentos aos pais e responsáveis em planilha de custo, mesmo quando essa variação resulte da introdução de aprimoramentos no processo didático-pedagógico.

“Apesar de causar estranheza o reajuste ser maior que a inflação, isso é natural, por conta da lógica do reajuste, que prevê tanto o reajuste inflacionário quanto o nível de investimento que escola fez ao longo do ano”, explica o sócio-fundador do Melhor Escola, Sergio Andrade.

Segundo Andrade, o país entra agora em uma fase de maior normalidade, após o período de pandemia, que refletiu nos custos. “Estamos saindo de um evento disruptivo, que foi a pandemia. É natural que o nível de investimento varie mais do que em um contexto mais estável de mercado”, disse.

No reajuste das mensalidades escolares, são levados em consideração índices inflacionários como o Índice de Preços no Consumidor (IPCA) e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Além disso, considera-se os acordos salariais firmados com os sindicatos e os reajustes salariais tanto para os professores quanto para os demais funcionários, além dos investimentos feitos nas instituições de ensino.

Com base nesses e em outros dados, como a expectativa de estudantes matriculados, estabelece-se o valor da anuidade, que não pode ser alterado ao longo de todo o ano letivo.

Diferentes custos

De acordo com o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Antônio Eugênio Cunha, os reajustes são diferentes e variam de escola para escola porque os contextos são diferentes. “Importante esclarecer ao público que não tem nenhum número mágico. Cada escola tem identidade própria, cada uma tem estrutura funcionando de maneira diferente da outra. Algumas ocupam espaços físicos alugados, outras, próprios. Espaços maiores ou menores. O número de salas de aula e de alunos são diferentes, os equipamentos são diferentes, portanto, os custos operacionais são diferentes”, explica.

Cunha lembra que as escolas devem estar prontas para explicar às famílias os custos que serão entregues e que há flexibilidade e diferentes formas de cobrança. “Cada escola tem um plano, porque a gente sempre trabalha olhando a sustentabilidade do negócio e o atendimento às famílias. As escolas oferecem planos diferentes, tem escola que divide em 13 parcelas, tem escola que, se tem mais de um familiar matriculado, dá desconto, tem a que dá desconto para grupo de famílias, cada uma tem estratégia. É natural que o pai do aluno vá à escola, converse com os diretores para que possam entender o processo e como podem alcançar algum benefício”.

Defesa do consumidor

Segundo orientações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o fato de não existir um valor máximo para o reajuste da mensalidade não impede de se contestar o aumento. A orientação é para que os consumidores contestem caso considerem os reajustes abusivos.

“As escolas particulares e as faculdades têm que justificar o reajuste, têm que apresentar publicamente para o aluno e para a comunidade escolar uma planilha com o aumento da despesa. Não pode reajustar para ter mais lucro, tem que mostrar que teve aumento proporcional à despesa”, alerta o diretor de Relações Institucionais do Idec, Igor Britto.

O Idec aconselha que os responsáveis tentem uma resolução amigável. Podem, também, procurar entidades de defesa do consumidor, como o Procon, autarquia de proteção e defesa do consumidor. “Caso sejam lesados, podem procurar o Procon. Já há, no Brasil, toda uma rotina de notificar a escola ou faculdade a apresentar sua planilha que, por lei, são obrigadas a apresentar”.

(Fonte: Agência Brasil)

Morreu, neste domingo (24), o carnavalesco Max Lopes, conhecido como o Mago das Cores, aos 74 anos de idade. A morte foi confirmada na rede social de Max Lopes. Entre os diversos trabalhos realizados, o carnavalesco é autor do desfile que consagrou o samba-enredo Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós, em 1989, que rendeu o título de campeã à escola Imperatriz Leopoldinense.

Max Lopes também assinou desfiles da Estação Primeira de Mangueira, onde levou o título de supercampeão em 1984, com o enredo Yes, Nós Temos Braguinha. O supercampeonato foi realizado no ano de 1984, na inauguração do Sambódromo. Foi ainda campeão pela Mangueira em 2002, com Brasil com “Z” é pra cabra da peste, Brasil com "S" é nação do Nordeste”.

Em 2006, Max Lopes tomou posse como imortal da Academia Brasileira de Belas Artes, instituição voltada para o desenvolvimento, a promoção e o intercâmbio ligados às áreas afins das Belas Artes.

A morte de Max Lopes teve repercussão nas redes sociais. Escolas de samba do Rio de Janeiro prestaram homenagens. “O único carnavalesco SuperCampeão. A Estação Primeira de Mangueira, em nome da presidenta Guanayra Firmino, lamenta o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Obrigada, Mago. Sua história será reverenciada e lembrada pra sempre, a Mangueira jamais te esquecerá!”, publicou no X a Mangueira.

“Anunciamos, com muita tristeza, o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Max iniciou sua trajetória na Imperatriz, em 1977, com o enredo Viagem Fantástica às Terras de Ibirapitanga e foi campeão, em 1989, com o enredo Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós. Todos os leopoldinenses lhe agradecem por toda dedicação ao nosso pavilhão. A Diretoria da Rainha de Ramos deseja muita força aos familiares e amigos. Que seja feita uma passagem de muita luz”, publicou na mesma rede social a Imperatriz Leopoldinense.

(Fonte: Agência Brasil)

O grupo baiano Os Tincoãs marcou um momento pioneiro na música nacional, a incorporação das canções e ritmos religiosos afro-brasileiros. Uma história que está sendo revivida neste ano, com o lançamento de Canto Coral Afro-brasileiro, álbum gravado em 1983.

“É difícil até mensurar o tamanho da importância do relançamento do álbum”, enfatiza o professor da Universidade Federal da Bahia Iuri Passos, que também é alagbê (chefe dos tocadores de atabaque) do Terreiro do Gantois e um dos autores do livro Nós, Os Tincoãs.

“Esta é uma oportunidade para as novas gerações conhecerem a história dos Tincoãs, que influenciou toda a música brasileira. A forma das melodias, com os cantos, os ritmos, o violão, as vozes, que são tão marcantes no trabalho, que é o marco de uma transição, quando a música começa a sair dos terreiros e ir para os palcos e, dali, para o mundo”, diz Passos.

Para o especialista, demarcar o espaço e a influência das religiões de matriz africana na cultura brasileira é especialmente relevante em um momento em que se multiplicam casos de intolerância religiosa.

“Ele vem em um momento crucial com esse relançamento, que é um ato de resistência, a prova de que ainda estamos aqui, lutando todos os dias pela representatividade de ser negro, negra, do candomblé. Ter a certeza de que você vai sair com as suas roupas do candomblé e voltar em paz para casa”, afirma.

Trajetória não linear

A história do Canto Coral Afro-brasileiro, que chega a público 40 anos após as gravações, reflete a própria trajetória dos Tincoãs, trio fundado na década de 1960, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Apesar de, nas décadas seguintes, ter tido boa parte do repertório regravada por grandes artistas e ser influência decisiva para inúmeros outros, o grupo não conseguiu estabilizar a carreira à época.

Dois dos integrantes do grupo, Mateus Aleluia e Grinaldo Salustiano dos Santos, o Dadinho, decidiram, em 1983, permanecer em Angola depois de uma turnê pelo país africano, o que levou ao rompimento com o terceiro parceiro, Getúlio Souza, o Badu. No início dos anos 2000, Aleluia retorna ao Brasil em carreira solo. Enquanto isso, o disco, gravado com cantores do coral dos Correios, permaneceu engavetado.

Pela fé

Essa trajetória não linear é enxergada com naturalidade por Aleluia, que completa 80 anos na próxima segunda-feira (25). “Todos nós vivemos pela fé. A gente diz que não, mas todos nós vivemos pela fé. Então, a gente faz um trabalho e pode ser que, agora, esse trabalho não seja entendido. Mas nós vivemos pela fé e achamos que ele está sendo entendido, sim”, diz em entrevista à jornalista Cibele Tenório, no programa Festa do Disco, que vai ao ar às 20h deste domingo (24), na Rádio Nacional.

Tal visão de mundo, em que os acontecimentos têm curso próprio, parece também permear a explicação de Aleluia para a opção do trio pela música religiosa afro-brasileira. “Essa, basicamente, foi a nossa formação: candomblé à noite, para a gente dormir. Sino da igreja católica e o órgão da igreja católica invadindo os lares, durante o dia. Então, dessa base aí, ninguém fugia”, lembra o músico sobre a vida no Recôncavo, quando sequer havia liberdade para os cultos de matriz africana.

“Na minha época, ele [culto] era marginal. Então, não se batia candomblé à vontade como hoje. Não se cultuava o candomblé como se cultua hoje. Era tudo na marginalidade”, afirma Aleluia.

Referência

A sonoridade dos Tincoãs permanece viva e atual, sendo cultuada por bandas contemporâneas, como a paulistana Bixiga 70. “Apesar do Bixiga 70 carregar a influência de diversos estilos não propriamente brasileiros, sempre existiu uma preocupação muito grande nossa em soar brasileiro e buscar influências de raiz da música brasileira. E o Tincoãs era para gente uma sonoridade muito refinada, ao mesmo tempo que muito brasileira e ancestral”, enfatiza Daniel Verano, trompetista do grupo.

A força da música do trio baiano é tão grande que Verano lembra até hoje como as canções entraram no repertório. “É inesquecível o dia que a gente levantou essa música [Deixa a gira girar], foi no final de 2011, foi o último ensaio do ano. Foi tão legal, que a gente saiu de lá e foi festejar. A gente sentiu um portal abrindo”, relembra.

Foi apenas em 2017 que o Bixiga pôde tocar no mesmo palco que Mateus Aleluia, em um evento na Universidade da Califórnia, ocasião que o trompetista também lembra com carinho. “Tincoãs é uma referência máxima para a gente”, afirma.

(Fonte: Agência Brasil)

Considerado o grande salão internacional do queijo na França, o Mundial de Queijos e Produtos Lácteos de Tours deu ao Brasil 81 medalhas na edição deste ano, encerrada no último dia 12. Foram 17 medalhas de ouro, 23 de prata e 41 de bronze. Na edição anterior, realizada em 2021, o Brasil conquistou 57 medalhas. O concurso ocorre a cada dois anos em Tours, no Vale do Loire.

Ao todo, foram 1.640 queijos avaliados de vários países, dos quais 288 foram apresentados por 91 produtores brasileiros dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pará, Ceará, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Das 17 medalhas de ouro, dez foram para produtores de Minas Gerais.

Dentre os queijos medalhistas ouro, o concurso selecionou ainda os 12 melhores do mundo na categoria Super Ouro. Destaque para o único produto não europeu, que ficou em sétimo lugar: o Caprinus do Lago, produzido por Fabrício Le Draper Vieira, no Capril do Lago, em Valença, município da região sul do Estado do Rio de Janeiro. A França ficou com 10 dessas medalhas e a Suíça com uma.

Em entrevista à Agência Brasil, o produtor fluminense revelou que essa foi a primeira vez que ganhou ouro em um concurso mundial de queijo fora do país. Os produtos dele ganharam também uma medalha de bronze para o queijo de vaca com páprica na capa chamado Destino – nome do vilarejo onde seu pai nasceu.

Fila de espera

O Caprinus do Lago é um queijo de massa prensada, semicozida, feito com leite cru de cabra.

“Leva um ano para ficar pronto. E todos os dias, a gente tem que virar e escovar ele. São necessários 17 litros de leite para fazer um quilo de queijo. A produção desse queijo é feita duas vezes por semana, embora ele leve um ano para ficar pronto. A gente faz um queijo de cinco quilos”.

Vieira conta que a fila de espera para comprar o produto tem mais de mil pessoas e que o prazo de espera costuma chegar a um ano. “A gente não esperava tamanha repercussão”.

Mesmo com tanta procura, ele não pretende aumentar a produção, mas sim manter a qualidade do produto. “Quero que seja um produto exclusivo, do tipo prêmio, que a pessoa vai ter que esperar para poder provar”. Outro detalhe é que ele não vende o queijo inteiro de cinco quilos para uma pessoa só. “Eu prefiro mandar um pedaço para 20 pessoas do que um inteiro para uma pessoa só”.

Fabrício Le Draper Vieira tem feito degustação do queijo Super Ouro no bistrô que mantém no Capril. “Se a pessoa for lá almoçar ou jantar com a gente, eu permito uma degustação do queijo. Mas só lá. É uma forma também de monetizar um pouco e viabilizar o projeto que ainda não é autossustentável. É um projeto de investimento, porque eu faço queijo da pandemia (da covid-19) para cá. Tem pouco tempo. Eu vivo da odontologia. Sou dentista”.

Paixão

Nascido em uma família com 38 dentistas, Fabrício tem uma carreira sólida na odontologia. No ano passado, ele foi incluído entre os 100 melhores dentistas em uma lista promovida por uma associação internacional da categoria. Para ele, o segredo de seu sucesso tanto na produção de queijos quanto na odontologia é a paixão. Para ele, tudo que é feito com paixão prospera.

“Agora, coloquei tanta paixão no queijo que, em pouco tempo, consegui botar o queijo também entre os melhores do mundo. Acho que a paixão é o grande diferencial de tudo que eu faço. Faço tudo com muito amor, com muita paixão e tem dado certo”.

O gosto pelos queijos e pelas cabras surgiu ainda na infância, quando tinha 12 anos. Pediu ao pai uma vaca, mas viu que não conseguiria tirar leite do animal tão alto. Então, em uma exposição agropecuária, conheceu e se encantou com uma cabra leiteira. “Foi paixão à primeira vista. Eram lindas [as cabras] e de um tamanho que eu podia lidar”.

Melhor quejista

Outro destaque em Tours foi a brasileira Marina Cavechia, empreendedora e dona de um bar especializado em queijos na capital federal. Após ser eleita melhor queijista do país em 2022, ela foi selecionada para representar o país e concorrer na etapa mundial da competição. O título de melhor queijista do mundo, no entanto, ficou para o francês Vincent Philippe.

Apesar do resultado, Marina disse à Agência Brasil que a experiência foi muito rica. Ela competiu com outras 15 pessoas do mundo inteiro e se preparou durante seis meses no Brasil e um mês antes do concurso, na França, onde trabalhou com pessoas que ganharam a competição há alguns anos.

“Foi a coisa mais difícil que eu já fiz até hoje. Foram as nove horas mais difíceis da minha vida em termos de trabalho. Mais difícil que o primeiro emprego, mais difícil que o vestibular”.

Para Marina, a disputa não é vencida somente pela técnica e, assim como Fabrício Vieira, ela conta que a paixão pela atividade tem grande peso. “De alguma forma, eles vão pesando isso, a paixão e o respeito por esse universo e pelo produto”.

Essa foi a primeira vez que o Brasil participou do concurso de melhor queijista do mundo, em Tours. “Eu não podia fazer feio. Tinha que fazer bonito e representar o país”. Pelo fato ainda de ser mulher, a experiência foi duplamente importante para ela. “Foi um processo de aprendizado muito grande”.

Marina voltou da França sem o troféu, mas com muita experiência na bagagem. Para ela, competições como essa demonstram a importância de se valorizar o setor queijeiro no país.

“É inegável que traz uma consciência para o consumidor, para o governo, para o nosso país de que a gente está cada vez mais se especializando e querendo oferecer um serviço que não é qualquer pessoa que pode oferecer. Tem que estudar”, finaliza Marina, que já retomou aulas de francês e está decidida a concorrer novamente no mundial de 2025.

(Fonte: Agência Brasil)