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Neste domingo (1º/11), Dia d e Todos os Santos, continuamos falando sobre...

Palavras homônimas e parônimas

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76. RECREAR ou RECRIAR
Recrear = divertir:
Ele recreava crianças em festas infantis.

Recriar = criar de novo:
Ele recriou toda a obra do mestre.

77. RETIFICAR ou RATIFICAR
Retificar = corrigir:
Ele precisa retificar os seus erros.

Ratificar = confirmar:
Na verdade, ele só ratificou o que eu já dissera.

78. REVEZAR ou REVISAR
Revezar = trocar, fazer revezamento:
Os médicos vão revezar-se no plantão.

Revisar = rever, fazer revisão:
Os professores vão revisar as notas.

79. RUÇO ou RUSSO
Ruço = meio pardo, gasto ou cerração:
As calças já estavam meio ruças.

Russo = relativo à Rússia:
É um problema entre russos e norte-americanos.

80. SENSO ou CENSO
Senso = juízo, de sentir:
Não teve senso crítico nem de humor.
Faltou bom senso.

Censo = recenseamento:
No próximo ano, será feito novo censo escolar.

81. SERRAÇÃO ou CERRAÇÃO
Serração = ato de serrar:
A serração das árvores começou cedo.

Cerração = nevoeiro denso:
Na serra, a cerração estava grande.

82. SESSÃO ou SEÇÃO ou CESSÃO
Sessão = reunião durante um período:
Não houve sessão na Câmara.

Seção (ou Secção) = departamento, repartição:
Trabalha na seção de brinquedos.

Cessão = ato de ceder:
Ele fez a cessão de seus bens.

83. SESTA ou SEXTA ou CESTA
Sesta = descanso após o almoço:
Gosta de uma sesta aos sábados.

Sexta = numeral ordinal de seis:
Ela foi a sexta colocada.

Cesta = objeto para guarda ou transporte:
Jogou o lixo na cesta.

84. SOBRESCREVER ou SUBSCREVER
Sobrescrever = escrever sobre, endereçar:
É necessário sobrescrever no envelope.

Subscrever = escrever embaixo, assinar:
Ele se esqueceu de subscrever a carta.

85. SORTIR ou SURTIR
Sortir = prover-se, variar:
É necessário um sortimento maior de mercadorias.

Surtir = produzir resultado:
A propaganda já surtiu efeito.

Teste da semana
Que opção completa, corretamente, a frase a seguir?
“__________ duas semanas que não se __________ as reuniões habituais nem se ___________ os principais problemas da empresa”.
(a) Faz / fazem / discutem;
(b) Faz / faz / discute;
(c) Fazem / fazem / discutem;
(d) Fazem / faz / discute;
(e) Fazem / fazem / discute.

Resposta do teste: letra (a).
O verbo FAZER, quando usado para indicar “tempo decorrido”, é impessoal (= sem sujeito), por isso deve ficar sempre no singular: “Faz duas semanas”. Em “não se fazem as reuniões habituais nem se discutem os principais problemas da empresa”, encontramos a partícula apassivadora “se”. O sujeito do verbo FAZER é “as reuniões habituais” (= “as reuniões habituais não são feitas”) e do verbo DISCUTIR é “os principais problemas da empresa” (= “os principais problemas da empresa nem são discutidos”).

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“Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor de cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos. Infelizmente, exige-se pouco do nosso poeta; menos do que se reclama ao pintor, ao músico, ao romancista...” (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, em seu artigo “Autobiografia para uma revista”, no livro “Confissões de Minas” (1944).

Li rapazote toda a obra drummondiana em 1977/78: a poética, até esse tempo, 15 livros, de “Alguma Poesia”, obra inaugural de 1930, a “Viola de Bolso”; a contística, os “Contos de Minas”; a prosaica, sete livros, de “Confissões de Minas” a “O Poder Ultrajovem”.

O trecho da “Autobiografia” acima é do livro “Confissões de Minas”, de 1944. “Autobiografia para uma revista” é a nona crônica das 22 que fazem o livro confessional. Drummond a escreveu a pedido de uma publicação, a “Revista Acadêmica”. Ele nem desejava escrever esse texto, mas reconsiderou: “[...] sendo inevitável a biografia, era preferível que eu próprio a fizesse, e não outro”. E justifica: “Primeiro, pela autoridade natural que me advém de ter vivido a minha vida. Segundo, porque, praticando aparentemente um ato de vaidade, no fundo castigo o meu ego, contando sem ênfase os pobres e miúdos acontecimentos que assinalam a minha passagem pelo mundo, e evitando assim qualquer adjetivo ou palavra generosa, com que o redator da revista quisesse, sincero ou não, gratificar-me”.

Talvez eu não corrobore todas as considerações de Drummond sobre o fazer poético. Produto humano, a poesia assume, reproduz, espelha as nossas grandezas e deficiências. Assim, nem todo poema tem ou terá a “carga” poética que mentes mais perquiridoras buscam e com que nos brindam.

Poemas, uns, são e serão simples, muitas das vezes simplórios. Outros, considerar-se-ão afinados, refinados, segundo uma dada prevalência da “ars poética” que cultive, autoimposta pelo poeta ou por este buscada ou a ela perfilado ou à qual, ao sabor e saber das eras, se alie, se afilie.

Uns poemas são lineares, cartesianos, “fáceis”; outros, são trabalhados como ouro em mãos de paciente ourives, diamante sob cuidados de exigente lapidador. Uns são que nem Manoel de Barros; outros, J. G. de Araújo Jorge. Aqueloutros, têm um tanto disso e daquilo. Mas todos com pá lavrando, sulcando o solo da mente, donde saem pomos poéticos maduros, de vez ou verdes, viçosos ou mirrados – mas tudo fruto.

De todo modo, melhor o frágil fruto que árvore nenhuma, plantio nenhum, semeadura nenhuma. Melhor a “má” poesia que a boa guerra.

Os poemas ditos “menores” não fazem mal nenhum à Poesia, embora se possa fazer mal com ela – para leitores, autores e sentimentos de outro paladar.

Poesia não sofre. Faz sofrer e, quase sempre, resulta de um sofrimento, uma angústia, uma tortura, uma busca, um querer, uma (im)potência ante a imensidão do Tudo e a pequenez de nós todos.

Poesia não sofre. Porque a Poesia não é Entidade: ela é, sim, instrumento, recurso, um – nosso – “modus dicendi”. Assim, o “mal” feito à ou com a Poesia é mal feito a nós mesmos, conosco mesmos. Mas... melhor padecer de um mal poético do que desnecessitar de poesia.

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Poesia é ato criativo, mas não criatura.

E nós, como se a olhássemos sobranceiros, somos seu criador.

Minúsculo criador,
de imperfeições bem feito
– reproduzidas no poema,
cada um a seu tempo, e jeito.

* EDMILSON SANCHES

31 de outubro – Dia Nacional da Poesia. Nessa data, em 1902, nasceu em Minas Gerais o poeta Carlos Drummond de Andrade, falecido no Rio de Janeiro, em 17/8/1987. O Dia Nacional da Poesia foi instituído pela Lei federal nº 13.131, de 3/6/2015. Antes, a data “não oficial” do Dia Nacional da Poesia era 14 de março, dia de nascimento do poeta baiano Castro Alves, em 1847 (falecido em 6/7/1871).
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Ilustrações:
O mineiro Carlos Drummond, da “fotografia na parede” (“Mas como dói!”) a estátua à beira-mar. E o gaúcho Mário Quintana e sua precisão cirúrgico-vocabular.

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O livro é um diamante de papel. Um livro é para sempre.

O indivíduo passa. O autor, não. O autor fica, ao mesmo tempo preso e liberto nas páginas do livro.

Quem escreve não morre. Existem escritores esquecidos ou desconhecidos – mortos, não. Quem escreve reaparece em cada publicação. Retorna em cada (re)edição. Ressurge em cada leitura. Reacende-se em cada debate.

No princípio era o verbo. E o verbo se fez livro. E o livro fez o verbo livre.

Lembra-te, ó escritor, que tu és pó. Pó e pigmento. Pó e palavra. Palavra, papel e tinta.

Em cada livro, um pouco de eternidade.

* EDMILSON SANCHES

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Gostaria agora de estar contigo,
sem lembranças e sem saudades,
mas só contigo, no silêncio puro
como o ar que se evola lá fora,

na quietude da aldeia que dorme...
Gostaria agora de estar contigo,
a ouvir o estalido de o fogo arder
a lenha, bem-disposta na lareira,

e beber um vinho de boa safra
para dizer-te um poema breve
e fazer-te um dengo nos cabelos...

Gostaria agora de estar contigo
a conversar sobre coisas antigas
até cair a chuva sobre a noite...

* Fernando Braga, “Magma”, Goiânia, 2014.

O Instituto Moreira Salles promove hoje (31), em São Paulo, mais uma edição do Dia D – Dia de Drummond, em celebração ao aniversário do escritor Carlos Drummond de Andrade, que completaria 118 anos. Pela primeira vez, a programação será inteiramente “on-line”, em razão da pandemia de covid-19. Todas as atividades serão gratuitas e disponibilizadas em um “site” criado especificamente para o projeto.

Uma das atividades é conduzida pelo professor e músico José Miguel Wisnik e se fundamenta na forma como a mineração foi uma constante na obra de Drummond. Como referência para as três aulas que serão ministradas, Wisnik utiliza o ensaio “A maquinação do mundo”, no qual abordou o assunto.

O objetivo do curso é transcender a identificação do tema nos escritos, levando os participantes a refletir sobre a atuação de mineradoras na atualidade, já que suas operações podem resultar em graves violações de direitos.

Como exemplos ocorridos no Brasil, ou seja, realidade bastante próxima, podem ser citados os episódios que prejudicaram as populações de Mariana e Brumadinho (MG), que, devido à sua magnitude, ganharam repercussão internacional. No caso de Drummond, o foco era a chegada da Vale, então Companhia Vale do Rio Doce, a Itabira, sua cidade natal, que fica a cerca de 110 quilômetros de Belo Horizonte.

Também serão exibidos dois filmes sobre o poeta moderno, por meio do “site” do evento. Com roteiro e direção de Eucanaã Ferraz e fotografia de Walter Carvalho, “Vida e verso de Carlos Drummond de Andrade” reconta sua trajetória, processo entremeado por leituras de poemas, trechos de cartas, crônicas, diários e ensaios elaborados por ele.

Já o filme “Consideração do Poema” reúne leituras de poemas de Drummond, feitas por intelectuais e artistas como Fernanda Torres, Jorge Mautner, Milton Hatoum, Laerte, Drica Moraes, Caetano Veloso, Nuno Ramos e Chico Buarque. A direção é de Eucanaã Ferraz, Flávio Moura e Gustavo Rosa de Moura e a fotografia, de Alexandre Wahrhaftig.

(Fonte: Agência Brasil)

O ator Sean Connery, de 90 anos, morreu neste sábado (31/10) nas Bahamas. Ele ficou mundialmente conhecido nos cinemas desempenhando o papel de James Bond. Morreu dormindo, revelaram parentes.

Nascido na Escócia, ele foi o primeiro a dar vida a 007-James Bond nas telas e protagonizou esse papel durante sete filmes do famoso espião britânico. Desempenhou 94 papéis ao longo de mais de 50 anos de carreira.

A carreira de ator ficou marcada por vários outros papéis, onde até foi pai de Indiana Jones. Outros filmes de Sean Connery foram “A Caçada ao Outubro Vermelho”, “Indiana Jones” e a “Última Cruzada”, “O Rochedo” e “O Nome da Rosa”.

Connery ganhou um Oscar, dois prêmios Bafta e três Globos de Ouro.

Segundo o seu filho, Connery morreu durante o sono "com muitos familiares por perto", depois de “estar mal há algum tempo”.

“Estamos todos tentando compreender este enorme acontecimento [a morte], visto que aconteceu tão recentemente, apesar de o meu pai já estar mal há algum tempo”, declarou Jason Connery.

“É um dia triste para todos os que conheciam e amavam o meu pai e é uma triste perda para todas as pessoas pelo mundo afora que apreciaram o maravilhoso dom que ele tinha como ator”, acrescentou.

Há muito tempo apoiador da independência da Escócia, Sean Connery disse, durante um referendo de 2014, que consideraria sair da sua casa nas Bahamas para viver na Escócia caso esta se separasse do Reino Unido.

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, reagiu à morte do ator. “Fiquei de coração partido ao saber, esta manhã, da morte de Sir Sean Connery. A nossa nação está em luto por um dos seus mais amados filhos”, disse.

(Fonte: Agência Brasil)

Ex-chefe (anos 1970) da Biblioteca Pública Municipal de Caxias, Inocêncio Gomes.

– Naquela Biblioteca, eu menino não apenas lia livros – eu construía um homem, um ser humano melhor, que não titubeasse em responder “sim” à pergunta: “Se eu não tivesse nascido, faria falta?”

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A MENSAGEM

Em junho de 2016, recebi, inesperadamente, esta mensagem:

“Boa noite, Edmilson Sanches, me lembro bastante de você, quando fui chefe da Biblioteca Municipal de Caxias, e acompanhava sempre você fazendo pesquisas e estudando, tendo um comportamento exemplar, como também era um aluno estudioso.

Nesta oportunidade quero me congratular com você e renovar a nossa amizade, de quando morou em Caxias (MA)”.
(Inocêncio Gomes, Teresina/PI, 4/6/2016)

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AS LEMBRANÇAS E REFLEXÕES

Quando eu era aluno do ensino fundamental, em Caxias (MA), costumava, “motu proprio”, quase que diariamente, ir à Biblioteca Pública Municipal, na época instalada em um prédio de dois pavimentos, na Rua Aarão Reis, ao lado da quadra de esportes do Clube Cassino, um estabelecimento da elite caxiense de outrora, hoje desabando e se desfazendo ante a omissão, a conveniência e outros “interesses” não muito claros, bem no centro da cidade.

Ali na Biblioteca Pública, no primeiro ou no segundo pavimento, eu menino me “internava” em livros que eu não via na escola. E lia... Lia... Lia... Lia... Lia... Lia...

Lia as três enciclopédias “Delta”: a “Delta Júnior”, de cor avermelhada, de linguagem mais simples, própria para o público de minha idade; a “Delta Larousse” de capa marrom, mais antiga, “clássica”; e a de capa esverdeada, uma espécie de segunda edição (reorganizada) de sua “mãe” de capa marrom.

Lia “Os Irmãos Corsos” e “Os Três Mosqueteiros”, livros dos meados do século XIX, escritos pelo francês Alexandre Dumas. Lia “Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Miguel Strogoff”, “Viagem ao Cento da Terra”, “Os Filhos do Capitão Grant”, “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, “A Jangada”, do também francês Júlio Verne.

E lia quase tudo de Monteiro Lobato e seu Sítio do Pica-pau Amarelo.

Curioso, com uma vontade de leitura que não era herdada, pelo menos não dos ascendentes diretos, eu ia estudando na escola e lendo e me informando na Biblioteca Pública.

Com 13 anos, passei em um seletivo do Banco do Brasil, fui eleito diretor da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e já comecei a comprar meus próprios livros. Tinha zelo pela biblioteca da Associação e passei a ser o redator e diretor de seu jornalzinho, “O Sabiá”.

Menino, lia de tudo: das histórias em quadrinhos às revistas ditas “femininas” (“Capricho”, “Grande Hotel”, “Noturno”, “Sétimo Céu”, “Lucky Martin”, “Jacques Douglas”);...

... de livrinhos de bolso (bangue-bangue, guerra, amor) a livros enormes e bulas de remédios;...

... dos livros sagrados (Bíblia, Corão etc.) aos livros seculares;...

... dos grandes romances aos livros do oculto, dos mistérios, da biologia e, na época, livros “impróprios”, como os livros de São Cipriano (capa preta e outras cores) e o “Seja Feliz na Sua Vida Sexual”, de um Dr. Sha Kokken, um “best-seller” naqueles comecinhos dos anos 1970, com imagens de bonecos representando pudicamente as posições e disposições para o intercurso carnal.

O gosto pelos livros, pela leitura, continua, com mais variedade de temas e, paradoxalmente, com mais especificidade também, dependendo dos estudos superiores que faço, das consultorias que presto, das palestras que sou convidado a fazer – pois a preparação é o segredo dos improvisos...

Mas, tanto quanto gostar de ler, passei, desde criança, a gostar de escrever, em diversos casos ganhando prêmios e destaques na adolescência, na juventude, na adultez.

Assim, foi um pulo passar de leitor de livros a autor deles, mais de cinquenta livros até agora e uma ruma dentro da cachola (isto é, na mente), quase prontos para ir saindo um a um ou, como também acontece, vários deles saindo aos poucos.

A palavra “escrever” bem que poderia ser escrita com “x”: “excrever”. “Ex”, em latim, significa, entre outros, “para fora” (por exemplo, “educar” é formado de “ex” + “ducere”, que quer dizer “conduzir para fora”).

Assim, “escrever” é “botar para fora”, em forma de palavras, aquilo que vai na mente de um ser humano. Mas só se pode expor (isto é, pôr para fora) se algo existir “dentro”. Só posso soprar se, antes, eu tiver inalado ar, colocado ar dentro de mim.

Desse modo, o que escrevo hoje tem, de algum modo, a ver com o muito que fui colocando para dentro ao longo dos anos, conteúdos que são permanentemente elaborados e reelaborados, em constante processo de realimentação, aperfeiçoamento.

Nenhum texto é cem por cento inédito ou de todo novo: ele traz a “marca”, a digital, as pegadas dos diversos, muitos, infindáveis caminhos que seu autor caminhou ao longo dos tempos. A leitura de um texto é a leitura de uma vida, (de)cifrada em letras, sílabas, palavras, orações, períodos, parágrafos...

Essa mensagem do grande chefe da Biblioteca Pública Municipal, o Inocêncio Gomes, mostra que se, por dever de ofício, ele não podia dedicar-se a ficar de cabeça baixa lendo, ele, atento, zeloso, observador, “lia” os frequentadores da Biblioteca, como eu. Sua função na Biblioteca não era ler livros, mas pessoas.

O Inocêncio é um dos que sabem de mim, do menino de presença (c)ativa na Biblioteca, por cujas fornidas estantes eu fluía com o olhar de radiografia, perscrutando, intentando antecipar conteúdos por títulos, capas ou lombadas.

Naquela Biblioteca (hoje inexistente, por omissão, incompetência e sacrilégio de governantes), eu menino não apenas lia livros – eu construía um homem, um ser humano melhor, que não titubeasse em responder “sim” à pergunta: “Se eu não tivesse nascido, faria falta?”

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A RESPOSTA

Em resposta, escrevi o seguinte bilhete ao Inocêncio Gomes:

“Inocêncio, que bom saber de você!

Que boa coincidência o seu contato (que somente agora vi e li).

Digo ‘coincidência’ porque há pouco tempo, em diversas das muitas palestras que ministro para estudantes e outros grupos, estava mencionando seu nome e reproduzindo lembranças do tempo em que, quase diariamente, eu frequentava a Biblioteca Pública Municipal, ali perto da quadra do Cassino. Lembro da lojinha da Fename, onde se compravam material escolar e livros por preços mais em conta.

Lembro do seu zelo, do seu cuidado profissional. Você mora em Teresina. Como está você? A saúde vai bem? O que anda fazendo?

Vou escrever um texto sobre este seu contato e registrar as boas memórias daqueles velhos – e bons – tempos.

Abraço do conterrâneo”.

* EDMILSON SANCHES.
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Fotos:
As enciclopédias, de meu acervo, “Delta-Larousse” em três edições (júnior; em ordem alfabética; e temática).

Excepcionalmente, a edição de 2020 dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) está sendo realizada inteiramente de maneira “on-line”. Paralelamente às disputas esportivas de nove modalidades (basquete, capoeira, futsal, ginástica rítmica, judô, caratê, surfe, tae-kwon-do e xadrez), os JELs deste ano contam com uma vasta programação de cursos de capacitação gratuitos na área do desporto escolar destinados a professores, gestores e acadêmicos de Educação Física. Na abertura dessas atividades, foi realizado o curso “Metodologia do Ensino dos Esportes de Invasão”, ministrado pelo professor Chicão Castelo Branco, instrutor da Conmebol de futebol de areia e futsal e atual técnico da seleção peruana de futebol de areia e futsal.

Os cursos de capacitação integram a programação dos JELs 2020, que é um evento promovido pela Prefeitura de São Luís por meio da Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel), cuja execução é de responsabilidade da Federação Maranhense do Desporto Escolar (Femade). O principal objetivo dessas atividades é qualificar quem trabalha diretamente com o desporto escolar no Estado.

“Quando idealizamos os JELs deste ano, queríamos que o evento fosse além das competições e, por isso, decidimos fazer algo que alcançasse, além dos atletas, todos os profissionais envolvidos no dia a dia do desporto escolar. Com estes cursos, pretendemos levar conhecimento a quem está diretamente ligado ao esporte. Levando como base o primeiro curso que desenvolvemos com o professor Chicão, tenho certeza de que essa iniciativa será um sucesso absoluto”, disse o secretário municipal de Desportos e Lazer, Jasson Lago Junior.

Considerado um dos principais e mais vitoriosos técnicos de futebol de areia e futsal da América do Sul, o maranhense Chicão Castelo Branco levou para o curso realizado nesta semana um pouco de sua experiência adquirida fora do país, priorizando os modelos de metodologia de ensino adotados mundo a fora.

“Quis levar um pouco da minha experiência e vivência fora do país como instrutor da Conmebol e levar essa realidade para os professores de São Luís, mostrar, para eles, o que está acontecendo na América do Sul e no mundo à nível de metodologia de ensino. Por ser um curso ‘on-line’, facilita muito porque estou em outro país, minimiza custos e ainda consegue nos aproximar por meio da ‘web’. A gente conseguiu desenvolver uma forma, uma metodologia boa para esses cursos ‘on-line’, que não ficam desgastantes. Conseguimos dinamizar um pouco o processo e fazer com que todos participem das aulas de forma bem efetiva”, explicou Chicão.

 

Próximos cursos

Após a realização deste curso “Metodologia do Ensino dos Esportes de Invasão”, outros nove cursos e três oficinas estão programados para ocorrer até o mês de dezembro. De acordo com o cronograma da organização dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs), estão abertas as inscrições para o curso “Metodologia do Ensino dos Esportes de Marca”, que será ministrado pelo professor Dr. Alex Fabiano a partir da próxima terça-feira (3 de novembro).

A atividade é destinada a professores, gestores e acadêmicos de Educação Física. Informações sobre os cursos e oficinas estão disponíveis no “site” http://femade.cbde.org.br/ e no aplicativo da Femade, disponibilizado nas lojas de aplicativos Google Play (Android) e Apple Store (iOS).

Informações sobre os Jogos Escolares Ludovicenses, assim como os detalhes de como serão realizadas as competições esportivas de forma “on-line”, estão disponíveis no “site” oficial do evento (http://femade.cbde.org.br/) e nas redes sociais (@femadeoficial). Quem preferir, pode entrar em contato com a organização dos JELs pelos telefones (98) 98895-8474 ou (98)98329-2709.

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(Fonte: Assessoria de comunicação)

“Nenhuma bancada federal do Brasil ajudou tanto o Ministério da Infraestrutura como a do Maranhão. Foi a bancada que mais aportou recursos no ano passado. E são essas emendas que estão permitindo que a gente recupere a malha rodoviária do Maranhão, abandonada anos e anos”. Foi com essas palavras que o ministro Tarcísio Gomes de Freitas destacou, nessa quinta-feira (29), a atuação dos deputados federais e senadores do Estado.

O elogio foi feito durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Maranhão durante a solenidade em que foi liberado um trecho da duplicação da BR-135. “Como disse o Tarcísio, a bancada do Maranhão é aquela que, proporcionalmente, mais tem dispensado recursos de suas emendas, quer seja de bancada, quer seja individual, para o bem do Estado”, disse Bolsonaro. As obras na rodovia, que estão em execução pelo Exército, também foram vistoriadas.

O deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA), que participou das agendas do presidente no Estado, lembrou que a situação destacada por Bolsonaro e Tarcísio foi construída com muito empenho. “Isso ocorreu em 2019, ano em que coordenei nossa bancada pela segunda vez. E fico muito feliz em ter contribuído com esses e outros avanços em prol dos maranhenses e, mais especificamente, para a necessária melhoria da nossa infraestrutura”, afirmou.

Os trabalhos de recuperação e duplicação da BR-135 integram um plano de ação, apresentado, em março deste ano, pelo ministro Tarcísio de Freitas. Ele promove obras em outras estradas importantes, como as BRs 010, 222, 226 e 316. Em fevereiro, um mês antes da apresentação do plano e ainda sob a coordenação de Juscelino Filho, a bancada divulgou uma nota de repúdio contra o descaso com as estradas federais maranhenses.

Panelódromo de Imperatriz

Após a vistoria às obras da BR-135 e a entrega do segmento já duplicado, a comitiva presidencial e os parlamentares se dirigiram a Imperatriz, onde visitaram o Panelódromo. O local, entregue recentemente pelo prefeito Assis Ramos, foi construído por meio de parceria entre prefeitura, Ministério do Desenvolvimento Regional e Codevasf. “A cidade tem recebido recursos para melhorias em várias áreas, graças às emendas nossas. Vamos seguir trabalhando para transformar a vida das pessoas de Imperatriz”, garantiu Juscelino Filho.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Sala de aula vazia

Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) defenderam, hoje (30), a reabertura das escolas no Estado. Em nota técnica emitida nesta sexta-feira, os participantes do Grupo de Trabalho (GT) Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 afirmam que a volta às aulas presenciais é necessária e imprescindível.

No comunicado, eles reforçam, porém, que o retorno às aulas deve ocorrer de forma a diminuir os riscos de exposição, tanto das crianças e adolescentes quanto dos professores e funcionários, aos riscos de contágio do novo coronavírus. A informação foi divulgada pela assessoria da universidade, em nota publicada na página da instituição na “internet”.

“Precisamos agir para que o retorno às aulas aconteça o mais breve e da maneira mais segura possível para alunos e profissionais envolvidos. Conclamamos as autoridades federal, estadual e municipais a efetuar os procedimentos necessários para o retorno presencial no menor prazo possível, asseguradas as condições de segurança à saúde necessárias a todos os envolvidos. A dinâmica do dia a dia da comunidade escolar precisa ser resgatada, sob pena de termos efeitos mais danosos e irreversíveis sobre as perspectivas de vida de toda uma geração, principalmente os mais vulneráveis”, destacou o grupo de pesquisadores.

Na defesa do retorno às aulas, após examinar dados existentes até o momento, os cientistas da UFRJ avaliaram que as escolas não parecem desempenhar importante papel na transmissão do novo coronavírus.

“Estudos realizados em fevereiro e março, ainda antes das medidas de isolamento social serem implementadas (portanto sem isolamento) já sinalizavam algumas lições: existem poucos relatos de transmissão a partir de crianças, levando a grandes surtos, especialmente no cenário escolar, e a transmissão na comunidade de crianças mais velhas é maior”, afirmam.

Transmissão

Os participantes do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 destacaram ainda estudos segundo os quais o papel do adulto na cadeia de transmissão na escola é significativamente mais expressivo, como em Singapura, onde foram avaliados três casos que se apresentaram sintomáticos dentro da escola: duas crianças de 5 e 8 anos adoeceram sem transmissão secundária, enquanto um adulto adoeceu, transmitindo para mais 16 adultos dentro da escola, que levaram o vírus, em seguida, para 11 parentes.

“A experiência internacional nos ensina que existe um caminho para a reabertura de escolas, através da implementação de medidas para minimizar o risco de transmissão viral. Embora a faixa etária pediátrica seja menos suscetível às formas graves da Covid-19, existe risco de a criança ser infectada em qualquer idade, por isso, as medidas de mitigação não podem ser negligenciadas sob nenhuma hipótese”, salientaram os integrantes do GT.

Segundo os pesquisadores, após sete meses com as escolas fechadas, é preciso reavaliar os benefícios e os efeitos colaterais da medida, como o fato de que a evasão escolar corre o risco de aumentar de forma irreversível.

Coordenado pelo pesquisador Roberto Medronho, o GT destacou que cabe aos professores, pais e responsáveis dar o exemplo sobre o uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento, além de enfatizar que "ninguém deve ir à escola ao menor sinal de doença”.

De acordo com a nota técnica, existem três níveis de proteção da comunidade escolar contra a entrada e disseminação do vírus que precisam ser considerados: minimizar a importação do vírus para dentro da escola; diminuirr a transmissão do vírus dentro da escola, e minimizar o número de contatantes de um caso positivo dentro da escola.

(Fonte: Agência Brasil)