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Candidatos não matriculados em instituição de educação superior podem se inscrever até as 23h59 da próxima terça-feira (3/11), a cerca de 50 mil vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre de 2020. Já para estudantes que estão matriculados em curso, turno e instituição para o qual desejam inscrever-se, o prazo termina às 23h59 do dia 27 de novembro. As inscrições são realizadas pela “internet”, exclusivamente, na página do Fies: http://fies.mec.gov.br/ . Todos os candidatos devem ficar atentos aos prazos e lembrar que a ocupação de vagas ocorre por ordem de conclusão de inscrição.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), nesse processo de ocupação de vagas remanescentes do Fies, a oferta está distribuída em 4.213 cursos de 881 instituições privadas de educação superior do país. “Desde o início das inscrições, no dia 26 de outubro, até as 15h dessa quinta-feira (29), o sistema eletrônico de inscrição do Fies já registrava mais de 13 mil inscrições concluídas. As vagas remanescentes são aquelas não preenchidas durante os processos seletivos regulares do Fies de 2020”, informou a pasta.

Bolsistas Prouni

As vagas remanescentes do Fies, também, podem ser ocupadas por quem já estuda com bolsa parcial (50%) do Prouni e deseja financiar a outra metade da mensalidade do seu curso com subsídios do governo. Eles também terão até as 23h59 do dia 27 de novembro para disputar a vaga desejada.

Validação da inscrição

Ao ter a inscrição concluída, o candidato terá dois dias úteis para validar as informações declaradas no ato da inscrição, diretamente na Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição escolhida. A documentação pode ser apresentada em formato digital, desde que a instituição ofereça essa forma de atendimento.

Cada instituição tem uma CPSA, que é responsável pelo recebimento e pela análise da documentação exigida para a emissão do Documento de Regularidade de Inscrição (DRI), necessário para formalizar a contratação do financiamento. Após a emissão do DRI, o estudante terá dez dias, contados a partir do terceiro dia útil, imediatamente, subsequente ao da emissão do referido documento, para entregar a documentação exigida para fins de contratação e validar as informações dele no banco.

(Fonte: Agência Brasil)

– 29 de outubro, Dia do Livro

Dia 29 de outubro, em 1810, marca a fundação da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

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O livro é o mais simbólico dos elementos manuseados pelo Bibliotecário. Hoje, entretanto, esse profissional não lida propriamente com livros, mas com pessoas. É a evolução da função socioprofissional do Bibliotecário, que sai do bibliocentrismo (isto é, voltado apenas para os livros) e vai para o antropocentrismo (o ser humano como finalidade do conhecimento e do trabalho de outrem).

Para chegarmos ao livro como superproduto humano, passamos, antes, pela LITOSFERA, que é a parte da terra (a crosta terrestre) onde está a BIOSFERA, o conjunto dos seres vivos (animais, vegetais).

Na biosfera, encontra-se a ZOOSFERA, o sistema onde se desenvolve o reino animal. Neste reino, reina a ANTROPOSFERA, a parte da Terra em que o ser humano vive, também chamada IDEOSFERA.

É na antroposfera que se desenvolve a NOOSFERA, o sistema mental, cujos fenômenos, documentados de forma escrita, formam a GRAFOSFERA.

Portanto, o livro é parte da GRAFOSFERA. Para cuidar do livro – e de outros suportes de informação – existem grupos de conhecimentos próprios: as Ciências das Ciências.

Como se sabe, existem as Ciências da Natureza, como as Ciências Exatas ou Descritivas (Matemática, Física, Química, Biologia) e as Ciências Aplicadas (Medicina, Agronomia, Engenharia).

Existem as Ciências da Cultura, como as Ciências Sociais (Linguística, Antropologia Cultural, Sociologia, Economia, História, Educação, Administração) e Humanidades (Filosofia, Teologia, Psicologia, Letras, Artes Plásticas, Música).

E, por fim, existem as Ciências das Ciências, que tratam de organizar, preservar e colocar à disposição os conteúdos das demais Ciências.

As Ciências das Ciências dividem-se em Teóricas (Teoria da Informação, Teoria Geral dos Sistemas, Metodologia) e Documentológicas (Bibliografia, Bibliometria, Bibliologia, Biblioteconomia, Arquivologia ou Arquivística, Museologia, Documentação).

A evolução do conhecimento trouxe a evolução do conceito (ou seria o contrário?): seja encapsulada em disquetes, CDs, CDs-ROM, fitas e discos de cinema e vídeo (DVDs, Blu-rays, HD-DVDs); seja encasulada em livros, revistas, jornais; seja incrustada em outros suportes físicos ou fluindo no éter do mundo virtual da Informática e das Comunicações, a informação tem de ser colocada à disposição daquele que a gerou: o ser humano.

Assim é que a Biblioteca deixou de ser uma coleção de livros e outros documentos, classificados e catalogados, para ser uma assembleia de usuários da informação.

O Bibliotecário não é um alfarrabista, que só tem olhos para os livros (função bibliocêntrica), mas um profissional academicamente preparado para uma função verdadeiramente “antropobibliocêntrica”, onde ser humano e livro (i. e., documento) interagem sob sua mediação.

Existem vários tipos de biblioteca. Frances Henne, bibliotecária norte-americana (1906-1985), considerava a Biblioteca Infantil como a “mais importante de todas”. Têm ainda as Bibliotecas Escolares, com material didático para professores e alunos. As Universitárias, as Especializadas (que se voltam para um tipo de usuários ou por tipo de documentos). As Bibliotecas Nacionais reúnem a produção bibliográfica e audiovisual do próprio país e de outros. As Bibliotecas Públicas são as dos governos estaduais e municipais.

No Brasil, as primeiras bibliotecas chegaram com os jesuítas, em meados do século XVI, na Bahia. Nesse Estado, também surgiu a primeira biblioteca de um mosteiro beneditino, em 1511, e a primeira biblioteca pública, em 1811.

Em 1915, surgiu, no Brasil, o primeiro curso de Biblioteconomia da América Latina. Hoje, existem dezenas de cursos de graduação e pós-graduação.

A profissão de Bibliotecário, no Brasil, surgiu com a Lei 4.084, de 30/6/1962, regulamentada pelo Decreto 56.725, de 16/8/1965.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro (RJ): frente e andares de estantes de livros.

As disputas da edição “on-line” dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) já tiveram início nas redes sociais da Federação Maranhense do Desporto Escolar (Femade). A ginástica rítmica foi a modalidade que deu o pontapé inicial no evento. E, neste sábado (31), serão conhecidas as campeãs das categorias Fadinha, Mirim, Pré-Infantil, Infantil e Infanto. As apresentações oficiais valendo medalhas estão marcadas para começar a partir das 9h e poderão ser acompanhadas ao vivo pelo Facebook da Femade (Femadeoficial).

Neste formato “on-line”, as disputas da ginástica rítmica tiveram início na última segunda-feira (26), com a etapa de engajamento, onde as atletas participantes são apresentadas oficialmente no Instagram oficial da Femade (@femadeoficial) e é aberta uma espécie de “votação” popular para que sejam premiadas as competidoras que obtiverem a maior quantidade de comentários em suas respectivas postagens.

No sábado, será o dia das apresentações individuais de cada atleta, em que demonstrarão suas habilidades técnicas aos jurados de acordo com as especificações de cada categoria, conforme consta no Regulamento Específico da modalidade. O documento está disponível no “site” oficial do evento (http://femade.cbde.org.br/).

Ao todo, a modalidade de ginastica rítmica conta com a participação de oito instituições de ensino. São elas: Colégio Upaon-Açu, Colégio COC São Luís, Centro de Ensino Dom Orioni, U.E.B. Drª Maria Alice Coutinho, Colégio Educallis, Escola Municipal São Francisco de Assis, Colégio Chave do Saber e Colégio São Marcos.

A competição é promovida pela Prefeitura de São Luís por meio da Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel), enquanto a execução é de responsabilidade da Federação Maranhense do Desporto Escolar (Femade). Neste ano, excepcionalmente, o evento esportivo será virtual e contará com disputas de nove modalidades: basquete, capoeira, futsal, ginástica rítmica, judô, caratê, surfe, tae-kwon-do e xadrez.

Informações sobre os Jogos Escolares Ludovicenses, assim como os detalhes de como serão realizadas as competições esportivas de forma “on-line”, estão disponíveis no “site” oficial do evento (http://femade.cbde.org.br/) e nas redes sociais (@femadeoficial). Quem preferir, pode entrar em contato com a organização dos JELs pelos telefones (98) 98895-8474 ou (98)98329-2709.

Capacitação

Para este ano, a Federação Maranhense do Desporto Escolar (Femade) inovou e confirmou a realização de cursos e oficinas de capacitação na área do desporto escolar. As atividades são destinadas a professores, gestores e acadêmicos de Educação Física. Informações sobre os cursos e oficinas estão disponíveis no “site” http://femade.cbde.org.br/ e no aplicativo da Femade, disponibilizado as lojas de aplicativos Google Play (Android) e Apple Store (iOS).

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(Fonte: Assessoria de comunicação)

(Fundação da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, em 29/10/1810)

DO ESTÍMULO DE ESCREVER AO ESTILO DE IMPRIMIR

“O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado”.
(MÁRIO QUINTANA, poeta brasileiro)

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O mundo ainda vai demorar bastante tempo para descobrir outro suporte tão mágico e encantador quanto o livro. Se descobrir.

Falam em livro eletrônico (“e-book”) – mas ele não substitui o prazer do toque, do tato, contato. Observe no leitor, nas livrarias e bibliotecas, bancos de praça ou escolares, os gestos comedidos ou relaxados, soltos ou estudados, ao pegar, ao abrir, ao folhear o livro. Repare o declinar dos olhos, o menear da cabeça... Bosquejo de ritual. Rascunho de rito. Esboço de liturgia.

Falam em livros na “internet”, mas isso não é o mesmo que um livro na rede – na rede de embalar, de balançar e balouçar, estirada na varanda da fazenda, pendurada próxima à janela no apartamento.

Na soleira do casebre, no jardim da mansão, uma pessoa com um livro é quase igual àquela outra pessoa com um livro: ambos frequentam o mesmo mundo – o mundo da leitura, onde se dá a leitura do mundo e, quem sabe, sua (re)construção. Literária/mente e, vezes muitas, literal/mente.

Todos escrevem. Se não com a pena no papel, com os olhos, com o coração, imprimindo na infinita tela da mente o que foi gravado no imensurável da imaginação.

Todos escrevemos. O estudante que escreve é também um escritor – ou escrevente – que estuda.

Parabéns a todos que, do estímulo de escrever ao estilo de imprimir, pilotam voos de imaginação e andam pelos caminhos da realização.

* EDMILSON SANCHES

Do Bairro Alto Fernando Pessoa tantas vezes saía do “Cortiço da Ritinha”, em rumo de “A Brasileira”, ali pertinho, no Chiado, separado apenas pela estátua de Camões, o maior dos lusíadas, para com os amigos Mário de Sá-Carneiro e José Almada Negreiros, vivificarem a alma com aquele café da manhã, acompanhado da prosa do velho Adriano, proprietário da cafeteria.

Fora ali também, no Bairro Alto, na clássica “Severa”, requintada e querida “Casa de fado”, onde nascera “murmúrios cantados / dentre estreitas mesas / à luz de guitarras portuguesas [...] Cantigas das promessas / de um amor perdido / entre as ruas de Lisboa...” Solfas divagadas pelo poeta Daniel Blume neste seu livro “Delações”, cujo enfeixe, dizem os editores da “Helvetia”, serem “versos calibrados, curtos e contundentes, que não apenas delata, mas surpreende, a cada página, quando nos faz naturalmente refletir, sorrir, viajar e trançar com a poesia”.

Se não soubesse tratar-se de um livro de poemas do mais fino apuro semântico e da mais bem trabalhada ourivesaria poética, que me chegou oferecido com uma letra de bem-criado calígrafo, pensaria, de logo, tratar-se de algum volume contendo aquele mecanismo judicial, pelo qual um acusado colabora com as investigações, revelando detalhes de crimes ou minúcias que ajudam a recuperar o que a Justiça procura. Felizmente, as “Delações” aqui contidas não são do advogado, mas do poeta, e são outras, bem outras, a conter alimentos do espírito dimanados dos parreirais dos anjos.

A folhear “Delações”, encontrei expandidos, por muitas páginas, poemas sobre coisas e costumes portugueses, o que me levou ater-me a este ângulo poético de Blume, já que lá ele concluiu, na Universidade Autônoma de Lisboa, estudos acadêmicos relativos à sua formação, o que justifica a naturalidade de seu apego e de seu direcionamento àquela vivência, o que tocou, profundamente, o meu lado ibérico provindo da velha Talábriga lusitana, sob o timbre de minha dupla nacionalidade que se aviva todas as vezes que atravesso as pesadas e distantes águas que nos separam, mesmo sob as bênçãos de outra ode marítima, ressonantes das cantigas de Portugal e das toadas do Maranhão...

Antes, comentei dois dos livros do poeta Daniel Blume: “Penal” e “Resposta ao terno”. Sobre o primeiro, disse que “de cujo labor jurídico remanejou, para seu intimismo poético, as nuances práticas e imagísticas, a nos revelar, como se num tríptico, a misteriosa ciência plena e pânica do Conde de Beccaria”. E sobre o segundo, dizia que “os poemas deste livro são curtos, como se fossem haicais, mas extensos pelo foco semântico que irradiam, a guardarem, em seus núcleos, uma força explosiva muito forte...”

Poderia reacender tais anotações agora, já que a forma poética do haicai, cuja estrutura poemática é feita por versos de cinco e sete sílabas em estrofes diminutas, curtas e breves, continuam aqui nestas “Delações”, com aquela mesma força que impulsionava o paranaense Paulo Leminski, um mestre entre nós nessa arte, a dizer ainda que “as ideias que exaltam uma tendência atual ou uma atitude emocional chegassem mais longe... e outras seriam destorcidas a fim de se adaptarem ao que já é aceito”, a repetir “Notas para uma definição de Cultura”, como escrevera T.S. Eliot, o genial autor de “Terra Desolada”, imbicado no chão londrino para testemunhar, nestas anotações, as chalaças ibéricas do poeta Daniel Blume...

Vejamos o poeta neste haicai “Portuguesa”, a cantar o famosíssimo pastelzinho mundialmente conhecido: “Ao nosso fado, / pedra salgada / depois do pastel / com a nata de Belém, / antes do Porto de seus lábios”.

Ou ainda numa fugida a “Évora”, a culta e medieval capital do Alentejo: “Fria noite entre muros, / onde a capela de ossos grita / a efeméride da carne quente”.

Ou quem sabe, mais adiante, em “Belmonte”, uma pitoresca vila portuguesa do Distrito de Castelo Branco, na Província da Beira Baixa: “Um templo lento / divaga na aldeia / do vale sem pressa / das trutas d’águas nevadas / dos abrigos rochosos, / com o vinho branco dos chãos de Cabral”.

E “Sob a ponte”, o poeta canta: “O Tejo risca negro à esquerda / na maré incandescente / dos sons da ribeira”. Se em vez do Tejo fosse o Douro, diria que Daniel teria se amesendado à Ribeira do Porto, a “comer uma francesa” [sanduíche com queijo e ovo] e a degustar um fino “Dão”, colhido dos vinhedos estendidos em arroios pertinho desse cenário...

De aqui, ele vai ao “Algarve”, no extremo sul de Portugal, entre Lagos e Faro, onde se estende uma pintura de praias, cheias de casas caiadas em despenhadeiros baixos, a revelar todo o azul da Península Ibérica. Ouçamo-lo: “Quando extensos dias / comprimem exíguas noites, / a Lua espelha águas mediterrâneas / na Rua da Bateria, / quando o Sol grita / pelo mar das falésias / da praia de São Rafael, / é verão em Portugal”.

E volta, e vê-se “insone” em Lisboa, em cuja “Revelação”, pleno no Terreiro dos Paços, nos diz: “No Sol das vinte horas, / as marolas do Tejo / tem o dom de ler almas / na Praça do Comércio, / através do arco da Rua Augusta”.

E no veio de tudo oculta-se um poema, de onde dele se retira o pão e o vinho para a sagrada comunhão da vida; e quase sempre, o subjetivismo da dor que nos faz sofrer, o mais que suficiente para que o poeta trabalhe a palavra e esprema o verbo. E é neste “Oculto” que Blume nos diz: “Há um poema que nunca se deu. / Um poema intocado quase impossível. / Há um poema que jamais escrevi. / Um poema sem página como pintura sem tela. /Talvez haja um rosto / na nuvem do poema oculto”.

E em “Distância”, o poeta nos brinda com mais este haicai: “Com taças de ilusão / brindemos a um amor mirífico”.

Eis aí o poeta Daniel Blume a aportar os umbrais do nosso Panteão com mais estas “Delações”, seu quarto livro de poemas, a nos trazer uma poesia de corte moderno e participativa, a nos cantar tudo que sabe, sem, no entanto, nos mostrar quem é, como na magia deste poema, no qual, como um prestidigitador, retira uma “Carta na manga” para nos dizer por fim: “Sabem tudo o que revelei / não tudo o que sou”.

Um poeta, com certeza, digo eu sem titubear!

* Fernando Braga, in "Conversas Vadias", antologia de textos do autor.

Biblioteca do Trinity College, em Dublin, Irlanda.

(Inauguração da Biblioteca Nacional, em 29/10/1810, no Rio de Janeiro)

VOCÊ QUE LÊ LIVROS, JÁ HAVIA LIDO ESTAS PALAVRAS SOBRE ELES?
QUAL A QUE LHE PARECEU MAIS ESTRANHA OU MAIS LHE CHAMOU A ATENÇÃO?

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“BIBLIOTERMOS”
(alguns termos relacionados ao livro)

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ARISTOBIBLIOFILIA – sentimento de amor aos livros de luxo.

BIBLIOCIMELIOFILIA – sentimento de amor aos livros raros.

BIBLIOCIRURGIA – técnica que salva do deterioramento a parte ainda sã do livro.

BIBLIOCLEPTOMANIA – subtração de livros, por furto, roubo ou não restituição.

BIBLIOFILIA – atribuição de valor ao livro, pela mensagem, pelo material, pela importância histórica.

BIBLIOFOBIA – indevida incompreensão do valor dos livros.

BIBLIOFOTOGRAFIA – técnica da reprodução fotográfica de livros, preservando-o em seu feiçoamento original.

BIBLIOGNOSIA – conhecimento dos livros.

BIBLIOGRAFIA – disciplina que agrupa os livros segundo critérios sistemáticos vários.

BIBLIO-HISTORIOGRAFIA – história do livro.

BIBLIOLATRIA – adoração ao livro, sem excluir seu uso, gozo e proveito.

BIBLIOLOGIA – examina o livro do ponto de vista de sua sistematização.

BIBLIOMANIA – preocupação obsessiva com os livros e a vontade de possuí-los.

BIBLIOMÁTICA – aplicação de processos informatizados na produção e difusão dos livros.

BIBLIOMETRIA – aplicação da análise estatística à bibliografia geral (MACROBIBLIOGRAFIA) e específica (MICROBIBLIOGRAFIA).

BIBLIOPATOLOGIA – disciplina aplicada (química / física / parasitologia) que estuda o deperecimento (desaparecimento gradativo) material do livro sob a influência do meio, do tempo, de ações parasitárias.

BIBLIOPROFILAXIA – técnica de proteção do livro contra as influências/ações de deterioração.

BIBLIOSOFIA – conjunto dos saberes relacionados ao livro.

BIBLIOTAFIA – amor exagerado aos próprios livros (lidos ou apenas possuídos), a ponto de ocultá-los ou torná-los inacessíveis para outrem.

BIBLIOTECNIA ou BIBLIOTÉCNICA – corpo de técnicas relacionadas à produção do livro, do ponto de vista de seus elementos materiais.

BIBLIOTECNOGRAFIA – exposição sistemática dos princípios e normas de bibliotecnologia.

BIBLIOTECNOLOGIA – sistematiza o corpo de técnicas da bibliotecnia.

BIBLIOTECOCIRURGIA – técnica que salva do deterioramento progressivo coleções e bibliotecas.

BIBLIOTECOGRAFIA – cuida da disposição sistemática das coleções de livros.

BIBLIOTECOLOGIA – disciplina dos livros como coleções agrupadas.

BIBLIOTECONOMIA – armazenagem, acesso e circulação dos livros.

BIBLIOTECOPATOLOGIA – disciplina aplicada (arquitetura / administração) que estuda o deperecimento e a deterioração das coleções e bibliotecas.

BIBLIOTECOPROFILAXIA – técnica de proteção às coleções e bibliotecas.

BIBLIOTECOTECNIA ou BIBLIOTECOTÉCNICA – técnicas relacionadas à criação de bibliotecas.

BIBLIOTECOTECNOGRAFIA – exposição sistemática dos princípios da Bibliotecotecnologia.

BIBLIOTECOTECNOLOGIA – sistematiza técnicas / conhecimentos da Bibliotecotecnografia.

BIBLIOTECOTERAPIA – técnica de restaurar coleções e bibliotecas.

BIBLIOTERAPIA – técnica de recuperação/restauração de livros materialmente deteriorados.

ECDÓTICA – arte de descobrir e corrigir erros de um texto e, a partir daí, estabelecer uma edição o mais perfeita possível (“edição crítica” ou “edição exegética”).

EDITORAÇÃO – preparação técnica de originais de um livro para publicação, envolvendo revisão de forma e de conteúdo e, em outra fase, a organização para a edição impressa.

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Se já não bastassem essas "palavronas", que são próprias da Biblioteconomia / Bibliologia, criei algumas palavras relacionadas aos livros. Consultei o Google e o “Dicionário Houaiss” e não há menção aos termos nem a seus significados, com essa formação léxica / lexical:

BIBLIOSMIOFILIA – Gosto do cheiro de livros.

BIBLIOSMIÓFILO – Aquele que gosta do cheiro de livros.

NEOBIBLIOSMIOFILIA - Gosto do cheiro de livros novos.

NEOBIBLIOSMIÓFILO - Aquele que gosta do cheiro de livros novos.

As palavras são formadas a partir dos elementos de composição para “novo” (NÉOS-), “livro” (BIBLION), “cheiro” / “odor” (OSMÓS) e “amigo”, aquele que deseja, quer ou gosta (-PHILOS).

* EDMILSON SANCHES

O deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) enalteceu a criação da Frente Parlamentar Mista pelo Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele foi um dos mais de 190 deputados e 20 senadores que apoiaram a criação do colegiado. Entre os objetivos, estão o de ampliar os recursos orçamentários e garantir a qualidade dos serviços prestados à população, sobretudo no período pós-pandemia.

“O nosso SUS tem reforçado, durante a luta contra a Covid-19, toda a sua importância para os brasileiros. Sem ele, teríamos milhares de mortes a mais pelo coronavírus. Por isso, é muito importante discutirmos formas de garantir mais verbas, aprimorar a gestão, ampliar e melhorar o atendimento. Apoiei a criação da Frente e participarei dos trabalhos, pois garantir uma saúde de qualidade para todos é prioridade”, afirma Juscelino Filho.

Criado pelos constituintes de 1988, o Sistema Único de Saúde proporciona a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e gratuito aos serviços. É considerado um dos maiores e melhores sistemas públicos do mundo. Segundo a Fiocruz, o SUS beneficia cerca de 180 milhões de brasileiros e realiza cerca de 2,8 bilhões de atendimentos por ano, desde procedimentos ambulatoriais simples a atendimentos de alta complexidade

“O SUS é atenção primária nos bairros, pré-natal, Samu, vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, remédio de graça, tratamento contra o câncer, transplante de órgãos. É tanta coisa que, conforme apontam as pesquisas, muita gente nem imagina que usa o sistema público. Claro que existem gargalos, problemas, mas vamos atuar para resolvê-los, com modernização e mais recursos, para contemplar mais brasileiros”, diz Juscelino.

O texto de instalação da Frente Parlamentar destaca: “A bandeira do SUS precisa ganhar uma nova dimensão e muito maior espaço na agenda do Congresso Nacional e da sociedade para que seja fortalecido com impacto imediato nos Estados e municípios”. O grupo será presidido pelo deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) e terá como vice-presidente o senador Weverton Rocha (PDT-MA).

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Empresas, sociedade civil, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançaram, nesta quarta-feira (28), uma iniciativa chamada Um Milhão de Oportunidades. O foco reúne adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, em especial os que estão em situação de vulnerabilidade – como negros e pardos, indígenas, moradores de periferias urbanas e áreas rurais e pessoas com deficiência.

A meta, segundo os idealizadores, é criar, nos próximos dois anos, um milhão de oportunidades em quatro pilares: acesso à educação de qualidade; inclusão digital e conectividade; fomento ao empreendedorismo e protagonismo de adolescentes e jovens; e acesso ao mundo do trabalho em oportunidades de estágio, aprendiz e emprego formal.

Plataforma

Por meio de uma plataforma digital, a iniciativa pretende auxiliar adolescentes e jovens a buscar informações, por regiões, de qualidade sobre oportunidades e formação para o mundo do trabalho.

Todas as oportunidades poderão ser acessadas no “site” e no aplicativo, que terão um monitoramento sobre o preenchimento efetivo de cada oportunidade pelas empresas participantes por meio de um acordo de adesão.

“ Devemos cuidar, incentivar e apoiar o ensino de todos os jovens, principalmente os que se encontram em situação de vulnerabilidade, pois neles creditamos a esperança de um Brasil mais justo e igualitário. Temos que trabalhar para garantir mais oportunidades para todos”, disse Juliana Azevedo, executiva da P&G Brasil.

Adolescentes e jovens

Com uma população de 48 milhões de pessoas entre 10 e 24 anos, o Brasil tem hoje a maior geração de adolescentes e jovens de sua história, segundo o Unicef. Um dado preocupante é que um em cada quatro adolescentes e jovens não estuda, nem trabalha. O ensino médio é a etapa com maiores índices de evasão escolar. Em 2018, mais de 458 mil adolescentes deixaram a escola.

“Diante da pandemia da covid-19, esses números podem aumentar ainda mais. É essencial investir agora nos adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, criando oportunidades para que se mantenham aprendendo e consigam ingressar no mundo de trabalho. Só assim será possível quebrar o ciclo de pobreza que afeta tantas famílias”, explicou Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.

Ainda na avaliação dos especialistas, a velocidade dos avanços tecnológicos pode aumentar ainda mais as desigualdades no Brasil, excluindo adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade e sem formação profissional.

“Um dos efeitos da crise é que o futuro do trabalho está chegando com uma rapidez maior do que antecipado. Isso oferece riscos e oportunidades para a inserção no mercado de trabalho formal de jovens que estão se formando e começando a trajetória profissional, em especial para aqueles em situação de vulnerabilidade. Como a procura das empresas por novas competências e qualificações vai crescer, é preciso preparar a juventude para esse cenário com ações inovadoras”, disse Martin Hahn, diretor do escritório da OIT no Brasil.

(Fonte: Agência Brasil)

A kitesurfista maranhense do Time Fribal, Socorro Reis, está pronta para mais um desafio. Neste fim de semana, a atleta estará em Santa Catarina, para a disputa do Floripa Foil Festival, competição que ocorrerá na Praia de Canajurê, a partir deste sábado (31). Considerada uma das principais kitesurfistas do país, a maranhense, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, chega à capital catarinense com boas chances de conquistar mais um troféu para sua carreira.

Realizado pelo Jurerê Vela Clube, em parceria com a Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a Federação Náutica Catarinense, a IQFoil Brasil e a Associação Brasileira de Kitesurf, o Floripa Foil Festival tem grande importância na preparação dos atletas para a disputa do Campeonato Brasileiro e da etapa do Campeonato Mundial (Hydrofoil Pro Tour), dois eventos que serão realizados, simultaneamente, a partir do dia 3 de novembro, em Itajaí (SC).

“O Floripa Foil Festival é um campeonato local, mas que vai reunir atletas do Brasil inteiro. Esse é um evento importante porque vai servir de treino para o Campeonato Brasileiro, que será realizado entre os dias 3 e 6 de novembro, em Itajaí (SC). E, junto com o Brasileiro, vai ocorrer uma etapa do Mundial (Hydrofoil Pro Tour), que contará com atletas do mundo todo”, explicou a maranhense do Time Fribal.

Vivendo grande fase na carreira, Socorro Reis é um dos nomes mais importantes da modalidade no país. No fim de agosto, ela brilhou na disputa da Fórmula Kite Ceará, competição realizada na Praia de Iracema. Na categoria feminina, a maranhense não deu chances às adversárias e ficou com o primeiro lugar. Já na classificação geral, que contabiliza resultados de homens e mulheres, a kitsurfista do Time Fribal terminou na terceira posição.

Vale destacar que a atleta do Maranhão é a atual tricampeã brasileira de hydrofoil e, na semana que vem, entrará no mar em busca do tetracampeonato. Além disso, Socorro Reis venceu o Campeonato Centro e Sul-Americano do ano passado e representou o Brasil nos Jogos Mundiais de Praia.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

– O babaçu é o boi das matas. O boi é o babaçu dos pastos

“A ÁGUA DESTE LIVRO É BOA; É DA MELHOR. ENTRETANTO, PARA BEBÊ-LA, NÃO BASTA TER SEDE”.

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A Botânica até pode nos dizer que poesia não é árvore. Mas tem raiz. Tem origem. Filiação. “Pedigree”.

O melhor da interpretação, da declamação, da poesia e Cultura regional foi visto, ouvido e aplaudido em uma noite, há cerca de três anos, no Teatro Ferreira Gullar. Era Lília Diniz, atriz, poeta, artista, da Academia Imperatrizense de Letras, mulher que prende por sua Arte e empreende em toda parte.

Lília é a ponte entre a capital do país e seu interiorzão. Vive em Brasília e revive e convive em Imperatriz e região.

Além dos muitos conteúdos que traz, Lília traz Cora Coralina dentro de si. E a bota para fora, em poesia, canto e encanto – no espetáculo. “Cora Dentro de Mim”, que Lilia interpreta, declama, produz e o levou para diversos Estados brasileiros.

Em uma dessas apresentações, durante um daqueles lapsos de 15 segundos, Lília Diniz convidou-me – com carinho e dengo, do jeito que só ela sabe convidar – para fazer o texto de apresentação da nova edição de seu livro “Miolo de Pote”, cujo lançamento aconteceu naqueles dias e noites de bom gosto, Arte e Cultura.

Sobre Lilia, escrevi:

Varinha de marmelo, de condão,
faça essa mistura em um caldeirão:

um pouco daquela (e)terna menina
(o nome dela: Cora Coralina);

o canto de um pássaro de fé
– cante lá, Patativa do Assaré –;

mais Catulo da Paixão Cearense
(apesar do nome, é maranhense)

– dessa química ou mágica feliz,
distinto público: Lília Diniz!

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Reproduzo a apresentação que vai no livro.

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APRESENTAÇÃO

O babaçu é o boi das matas. Dele, sabe-se, nada se perde. Artesanato, alimento, combustível, medicamento. E mais: entre os muitos aproveitamentos e utilidades do babaçu também está a celulose, o papel. Vale dizer, assim, que de babaçu também se faz um livro. Este, por exemplo.

E se do boi – o babaçu dos pastos – o cantor nordestino Ednardo aproveitou até o berro, Lília Diniz empresta voz à mudez do fruto e movimento à imobilidade da palmeira. Voz e movimento, denúncia e sentimento pendem aqui em cachos de letras.

É com muita razão e sensibilidade que a escritora, “bicho do mato”, traz o babaçu para as primeiras páginas desta obra. Lília, cabocla, sabe das brenhas onde se embrenha, dos matos das matas que se desmata. É íntima das palmeiras e das conversas delas com o vento, quando farfalham e gargalham. Lília sabe da essência do babaçu, do âmago das amêndoas. É um gongo que fala – sobretudo, alerta.

O líquido batismal de Lília deve ter sido azeite, que lhe marcou a fronte e a vida – vida povoada de sonoridades, cheiros, sabores e histórias que vêm a partir dos palmeirais, dos cocos que se desprendem, das mãos que os (a)colhem.

Mas uma vida rica de vivências, sofrências, persistências, ardências, consciência e coerência até pode ter um batismo de babaçu... porém há outras plantas e plantações na selva da existência. Daí “MIOLO DE POTE DA CACIMBA DE BEBER” ir além das lembranças e essências da terra e das palmeiras. Lília sabe que há outros “elementos”, como dizem as xilogravuras que anunciam cada uma das quatro “partes” do livro: “Terra”, “Fogo”, “Água” e “Ar”, as quatro substâncias que sábios pré-socráticos diziam formar tudo e que, neste livro, compõem um quadrifólio poético – quatro pétalas, mesma flor.

Se “Terra” é “essência”, que identifica, e “estrume”, que fertiliza, “Fogo” é luz e calor, energia e amor, que ilumina desejos e paixões e incendeia corpos e corações: é a mulher ardente em brasa, “acesa” em casa, “com tanto desejo a queimar”... até que, ao final, “as verrugas do tempo” tragam um certo “enfado” e uma (in)certa esperança de rever o ser objeto de tanto sentimento, tanta chama e incandescência.

“Água” é a parte líquida e certa deste “miolo de pote”. Dela, dos últimos versos do poema “Alimento”, a autora tirou, com concha de comprido cabo, o título do livro. Neste segmento, a água soletra um “abc”, pois está presente, real e metaforicamente, na cheia dos açudes, no molhado dos beijos e no chocalho cuja água as faladeiras parece que tomaram. Águas e mais águas que lembram as lavadeiras, rios e ribanceiras, poços e pororocas, mares e amares – águas onde corpos são lavados, roupas enxaguadas, sonhos banhados e sentimentos, quarados.

Em “Ar”, quarta e última parte, Lília Diniz, com a autoridade natural de quem é dona e maior conhecedora de si mesma, traceja traços (auto)biográficos desde a nascença, pois que ela, deverbal, é sujeita derivada de “alicezear”, verbo formado pela união da cearense Alice com o carpinteiro Zé, dos quais é filha.

Sem necessidade de esclarecimentos sobre manhas e artimanhas, mumunhas e mungangos de exercícios poéticos, somos levados a, sem reparos, reparar no poema “Buchuda” a solução visual com que a autora tratou a disposição dos versos, uma mulher grávida. Este recurso formal, de ascendência concretista, foi inicialmente utilizado na parte primeira do livro, em “Tanta terra”, onde os conceitos intelectuais são visualizados nas palavras postas em cruz.

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O “miolo” deste livro não é do pote. É da poeta. Verdadeira e visceral como é, Lília, em linhas, sublinhas e entrelinhas, revela muito de amor e dor. Muito de dignidade e indignações. Muito de talento e Arte. Muito de sua Vida.

A água deste livro é boa; é da melhor.

Entretanto, para bebê-la, não basta ter sede.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
1 – O livro "Miolo de Pote", já em 5ª edição, em sua caixa-embalagem artesanal;
2 – O cartaz do espetáculo de Lília Diniz em Imperatriz;
3 e 4 – A artista Jô Santos Maria, Edmilson Sanches, a aniversariante Lília Diniz e o multi-instrumentista, produtor musical e ativista cultural Chiquinho França.