Skip to content

Sem deixar de lado o trabalho autoral, o rapper Rincon Sapiência tem se dedicado a apoiar jovens talentos da zona leste paulistana, onde nasceu e cresceu. “É uma oportunidade que eu não tive, de sair andando de casa e ir para um estúdio, no qual eu possa produzir, gravar, passar minhas vozes. Isso aí eu não tinha condição”, conta o artista sobre a estrutura que busca fornecer aos novos MCs.

Essa forma de construção, com ajuda mútua, esforço e criatividade, apesar das situações nem sempre favoráveis, é também, segundo Rincon, parte do hip hop.

“Se você pegar as minúcias da história da cultura, sempre tem alguém agindo, empreendendo, fazendo acontecer. Então, a ideia hip hop é muito importante para o jovem de periferia”, enfatizou durante a gravação do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil.

Rincon conta que ainda trabalhava no setor de telemarketing, quando lançou, em 2009, o single Elegância. Com o sucesso, decidiu abandonar os trabalhos formais e focar na carreira musical. A canção, que saiu acompanhada de um videoclipe, explora a importância da moda e do estilo para a cultura hip hop e para os jovens de periferia. “É sobre autoestima também, é sobre estética também”, defende a respeito do papel que esses elementos têm na formação da autoestima da juventude.

Conexão que acontece, na visão do artista, porque são as periferias que acessam cada vez mais os recursos de produção, que têm determinado os rumos do hip hop. “Quem indica as tendências, o estilo de produção, a gira do momento, o que está sendo feito, são os artistas da quebrada”, enfatiza.

O contexto atual também pede novas formas de comunicação, na opinião do artista, especialmente para tratar de temas historicamente pelo rap, como a denúncia das condições sociais. “Há espaço, sim, à crítica social, a trazer informação para as pessoas, mas desde que essa informação seja levada de fato às pessoas, que não seja algo que pareça que você quer impor algo que você quer, que soe moralista”, avalia.

Confira os principais trechos da entrevista com Rincon Sapiência.

Agência Brasil: 

Na música Ponta de Lança, você canta: “A depender de mim, a cultura MC ainda vive”. Eu queria saber como é que você entrou nessa cultura, que MCs te influenciaram para ser um mestre de cerimônia?

Rincon Sapiência: 

Eu me conectei com a cultura hip hop desde criança, por conta do meu irmão mais velho, que sempre ouvia rap, a cultura que tem os quatro elementos, e eu me apaixonei pelos quatro elementos. O DJ era um pouco mais difícil, por conta de equipamentos e esse tipo de coisa. Mas, eu fazia grafite, tentava dançar break e principalmente gostava de compor, de escrever. Foi a parte que eu mais consegui me desenvolver também.

O rapper que me influenciou inclusive a dar carreira de MC foi o Xis, isso [em] meados de 99, por conta do disco dele Seja como For. Ele tinha lançado a música De Esquina, que já tinha feito minha cabeça. Eu amava essa música, amo. Quando saiu o disco, eu adorei mais ainda, aí saiu o videoclipe com imagens na minha quebrada, na Cohab – 1 [conjunto habitacional construído pelo governo estadual], aí eu gostei muito. Os Racionais também, obviamente, formaram muito o nosso caráter, a gente que é de quebrada. Mas, quando eu vi os Racionais eu senti uma certa distância do que eles falavam, da profundidade, com a minha idade, que eu tinha 15 anos e tudo mais. Então, o Xis foi o cara que eu consegui visualizar que eu poderia fazer rap, falar de outras coisas, de outras formas diferentes e por aí foi.

Quando eu falo da cultura do MC, é de valorizar o mestre de cerimônia, aquele que tenta dar seu melhor, apresentar técnicas de rima, que quer botar pra quebrar em cima do palco, que gosta de interagir com o público, que se movimenta, que chama atenção exercendo a função de MC.

Agência Brasil: 

Qual papel você acha que a batalha de rima tem na formação do MC?

Rincon Sapiência: 

Eu peguei muito o freestyle, mas não necessariamente batalhas, era um momento onde a gente fazia sessões de freestyle, principalmente no centro de São Paulo, meados... Nossa, vou ser ruim com a data, talvez 2003, 2004, quando tinha, na Galeria Olido, a banda Central Acústica, era uma banda de três integrantes, bateria, guitarra, baixo. O MC era o Kamal e ele, aleatoriamente, convidava pessoas pra cantar um trecho de alguma rima. Era livre, na verdade. Eu estava sempre lá, as quintas-feiras, e eu me destacava fazendo freestyle.

A partir disso eu me conectei com muita gente, eu lembro quando o KL Jay apertou a minha mão e falou que eu mandava bem. Eu lembro os detalhes mínimos, eu construindo tijolinho por tijolinho. Lógico que eu já cantava antes disso, mas essa época foi uma época que eu consegui aparecer. A gente não tinha condição de gravar, então fazer freestyle era uma forma de a gente aparecer, porque você não precisava ter uma gravação, era uma forma de a gente performar, cantar e conseguir mostrar o trabalho.

Com a crescente das batalhas, logo em seguida veio o período da [Estação] Santa Cruz, o [rapper] Emicida, que se destacou muito, entre outros rappers também. Essa fase talvez seja o momento em que estava mais efervescente essa ideia de batalhas. Eu apoio muito, porque imagino que, para muita gente dessa época, foi uma forma de ter o seu primeiro contato com o rap, de poder cantar e também de poder assistir. Porque é algo na rua, é algo que é na voz ali, é só você colar, trombar, rapaziada, aquela coisa toda assim. Eu sou um cara que, por mais que não tenha o hábito de frequentar, apoia muito essa ideia das batalhas e acho que é muito necessário pra cultura.

Agência Brasil: 

Você trocou em dois pontos interessantes. Você falou dessa importância dessa cena do centro, você estava ali na Galeria Olido, perto de outros pontos, como a 24 de Maio, São Bento, que são pontos que têm importância histórica na cultura hip hop da cidade de São Paulo. Mas você também falou que você sentia importância de falar da quebrada, de ver a quebrada representada na música. Como é que a quebrada está no seu trabalho, está nas suas canções?

Rincon Sapiência: 

São períodos. Esse período do início dos anos 2000 foi um período onde os grandes expoentes do rap que a gente conhece acabaram dando um tempo, os grupos ficaram um tempo sem lançar músicas. Então aqueles nomes de referência, que eram extremamente influentes nos anos 1990, nos anos 2000, tiveram essa virada. Então, o rap também se reformulou no que diz sentido à estética, ao discurso, e acabou mudando também a área de atuação, se tornou um movimento um pouco menor e acabou se concentrando no centro durante um período.

Mas, com toda essa virada, o rap acabou ganhando uma proporção que está desde o underground na rua até o grande mercado da música. Vide os artistas aí que alcançam números incríveis nesse processo. Já faz alguns anos que a quebrada está muito conectada, está muito informada, acessando internet. Está tendo recursos também de produção musical, de poder gravar e fazer as coisas. O momento do rap é a quebrada, por mais que você possa falar: “Mas eu fui para tal evento, tinha o pessoal de uma outra classe social.” Ok, mas a base, quem indica as tendências, o estilo de produção, a gira do momento, o que está sendo feito, são os artistas da quebrada.

O fato de eu estar próximo da quebrada, onde eu sou nascido e criado, e, naturalmente, já é minha natureza. Também próximo de outros artistas, tem feito eu conseguir me renovar muito, eu conseguir me manter conectado com o que está acontecendo. É o que está me fazendo continuar produtivo também. Eu diria que meu trabalho não funciona se eu não estiver conectado com a quebrada.

Agora, a gente tem uma cena de rap indígena, tem gente produzindo a partir da temática LGBT, da sua própria realidade. Como é que você vê aí o rap e o hip hop nessa questão da pluralidade de vozes? Qualquer movimento cultural começa de uma forma, mas ele muda de acordo com a sociedade. E a ideia principal, imagino eu, do início da cultura hip hop foi essa pluralidade. Ele começa com os pretos, com a música preta, com a influência do sound system da Jamaica. O DJ Kool Herc fez uma festa, que eles chamam de block party, uma festa na rua. É uma cultura preta, mas, pelo fato de estar na quebrada, acabou contemplando os latinos também, acabou contemplando que a vida do imigrante fora do seu país sempre é uma luta também, de alguma forma.

Ele [o hip hop] sempre contemplou aqueles menos ouvidos, menos representados. E eu acho que nos dias de hoje esse recorte tá também dentro do LGBT, dos indígenas. Eu acho que o hip hop precisa ser um suporte também pra essas pessoas. Eu acho necessário.

Agência Brasil: 

Em Elegância, que, junto com o videoclipe, foi o primeiro trabalho seu a ganhar grande repercussão, você fala que “preto formado, sempre perigoso, paga um pouco nos panos, mas é vaidoso”. Trazer autoestima para a juventude preta e periférica também é uma forma de enfrentar o racismo?

Rincon Sapiência: 

Com certeza, porque o hip hop no início aqui no Brasil pegou muito nessa veia, que foi muito importante, inclusive, ele pegou muito essa veia social. Muita influência dos movimentos pretos de fora do Brasil, do Black Panther [Panteras Negras, ativistas contra o racismo nos EUA]. Tinha as bandas também que cantavam isso, Public Enemy [grupo de rap norte-americano] e tudo mais.

Mas parte dos signos do hip hop também envolve o comportamento, a atitude e a autoestima também. Tanto é que você vai ver uma foto antiga dos anos 1990, 1980, eles estão sempre posando, sempre aquela marra, sempre aquele estilo de roupa. É sobre autoestima também, é sobre estética também. Não é somente isso, mas é sobre as correntes, o ouro, a postura, o jeito que dança, a marra, o jeito que posa, que anda, que se comporta. Então, trazer autoestima, fazendo hip hop, é você fazer hip hop.

Agência Brasil: 

Você acha que o hip hop também tem um lugar de abrir possibilidades para essa juventude periférica, abrir horizontes?

Rincon Sapiência: 

É uma forma de abrir possibilidades, sim. Porque é isso, o hip hop tem os quatro elementos - DJ, MC, o break, o grafite - mas eu acredito muito que o hip hop é uma ideia. Essa ideia do faça você mesmo, de você não depender. Eles [pioneiros da cultura] não tinham, por exemplo, condição de montar uma banda com bateria, tudo. Eles pegavam trechos livres de alguma música, faziam esse trecho se repetir, usavam isso pra dançar, pra cantar em cima. Não tinha um lugar pra expor seus quadros, sua arte, uma galeria. Eles iam pra rua, para o trem, grafitavam e tal, dançavam na rua.

A ideia de fazer acontecer por você mesmo é hip hop. De você crescer e trazer alguém pra perto de você, isso é hip hop também. Para além do que é determinado como quatro elementos, ser hip hop é você empreender, você ajudar seu parceiro, você fazer alguma coisa pelo seu parceiro, você fazer alguma coisa pela sua quebrada, você trazer a autoestima, é você se empoderar de alguma forma. Se você pegar desde o início, sempre tem alguém que puxou a primeira festa, tem alguém que levou o material de tal artista para uma determinada gravadora e conseguiram lançar. Se você pegar as minúcias da história da cultura, sempre tem alguém agindo, empreendendo, fazendo acontecer. Então, a ideia hip hop é muito importante para o jovem de periferia.

Agência Brasil: 

A crítica social estava ali na origem do rap, do hip hop, mas depois a gente vai se expandindo, abrindo esse leque de possibilidades. Mas, hoje, a crítica social ainda tem lugar no rap contemporâneo?

Rincon Sapiência: 

Eu acho que a sociedade contemporânea em si se dispõe menos a falar sobre. Talvez a ideia social, hoje em dia, ela é aplicada de uma forma diferente do que era aplicada antes. Eu acredito que tenha espaço, sim, desde que você consiga estabelecer um contato, um diálogo com as pessoas. O que eu penso é que alguns discursos, da forma que era feita anos atrás, para se comunicar com os jovens hoje em dia, são um pouco diferente. Então, acho que achando essa veia de falar com os jovens, de estabelecer um contato, uma comunicação com eles, acho que é possível.

Acho que também essa manifestação social talvez ela já esteja acontecendo, mas com outros discursos, com uma outra forma de ser, de rebeldia, vamos dizer assim, de outras maneiras. Mas eu acredito que há espaço, sim, à crítica social, a trazer informação para as pessoas, mas desde que essa informação seja levada de fato às pessoas, que não seja algo que pareça que você quer impor algo que você quer, que soe moralista. Às vezes, quando a gente não toma cuidado, parece que você é o pai chato, aquele cara, não, isso aí não, não sei o que e tal. Tem que saber conversar com os jovens e com as pessoas no geral. Acertando isso, essa comunicação, nos dias de hoje, é possível, sim, trazer esse discurso.

Agência Brasil: 

Hoje, o que te interessa aí no rap e no hip hop? No que você tá trabalhando hoje?

Rincon Sapiência: 

Eu continuo fazendo minhas coisas, produzindo. Me sinto ainda inspirado a produzir, a compor, a falar, a gravar e tudo. Tenho feito meus trabalhos, tenho tido uma experiência nova, que é de agência artista. A gente está trabalhando com três artistas aqui da quebrada, são dois MCs, o Brenove e o França e um produtor musical que se chama Hiroshi. Todos eles aqui da região, da quebrada e todos eles muito talentosos, todos eles jovens.

Quando eu digo jovens, a gente já tem uma forma jovem de se portar, de se comunicar, de fazer a música, de falar. Então, não seria uma extensão do Rincon e sim novos artistas. Eu acho que a gente precisa dar oportunidade a novos artistas e isso está sendo bem legal, sim. Na verdade, se eu tivesse ainda mais recursos, eu estaria agregando muito mais artistas além deles três. Porque conheço muita gente talentosa aqui na região. Eu acho que eu me inspiro, continuo inspirado a dizer coisas por conta das minhas experiências pessoais mesmo, mas essa energia jovem também que eu vejo neles, musicalmente também, me inspira muito também.

Agência Brasil: 

Quando você decide apoiar esses jovens, você pensa em apoios que você teve no passado? Você acha que teve figuras que foram importantes pra você no passado pra você chegar onde você chegou hoje?

Rincon Sapiência: 

Eu tive figuras inspiradoras. Desde pessoas que eu não conheço, como Xis , Racionais, Consciência Humana, o De Menos Crime, o Sistema Negro, que me inspiravam muito, até grupos da região, o Raciocínio Negro, o De Olho no Crime, Contra Sistema, o Mentes Criminais, o Código 44, o Facção X, muito grupo aqui da região. Eu muito novo, eles já mais velhos, fazendo as coisas me inspiraram muito.

Mas, de toda forma, para eu ter acesso a computadores, produção musical e várias coisas, eu sempre tinha que sair da quebrada, ir até um amigo na zona norte, no centro ou em outra região, que não fosse a Cohab 1. Quando eu vejo vários artistas da Cohab 1, muito bons, talentosos, o que eu penso? Que eu posso dar oportunidade para eles terem o melhor deles, mas sem precisar sair e ir lá para não sei aonde para fazer a parada deles. Acho que a gente pode concentrar por aqui mesmo e continuar fazendo as coisas. Isso é uma oportunidade que eu não tive. De sair andando de casa e ir para um estúdio do qual eu possa produzir, gravar, passar minhas vozes, isso aí eu não tinha condição.

A gente tem o nosso QG, que é aqui próximo também, e os moleques ficam lá direto, produzindo, gravando e estão com a mente fresca. O ritmo deles de produção é incrível, de fazer música toda semana. Toda hora mandando no WhatsApp escuta essa, escuta essa. Toda hora sai coisa nova e eu fico feliz por isso. Lógico que é um trabalho de formiguinha, ainda não somos aquela produtora com um aporte enorme, mas a gente se vê com o recurso de poder proporcionar a parte artística, pelo menos, que é de eles gravarem, rodarem o videoclipe, colocarem as paradas na rua. Então, muito em breve, a gente vai estar colocando na rua e apresentando o trabalho deles por aí.

Agência Brasil: 

O que você vê hoje como marcos na sua carreira?

Rincon Sapiência: 

Tiveram dois fortes. O primeiro é o Elegância [lançamento da música e videoclipe], que é quando eu saio do telemarketing e vejo um caminho na música. Falo: “Ó, tem caminho, música tem caminho”. Eu paro de trampar formalmente e começo a investir, trabalhar com arte, ganhar o dinheiro, mesmo pouco, com música. O [single] Ponta de Lança é quando esse projeto meio que dá certo, quando firma. É quando eu começo a fazer shows de fato, ter agenda, ter equipe, ter um trabalho mais estruturado.

Agência Brasil: 

Você usa diversos símbolos de religião afro-brasileira, qual papel a espiritualidade tem no seu trabalho?

Rincon Sapiência: 

Tem um papel forte, porque eu me adentro na religião de fato, como um filho, muito recentemente. É de dois anos pra cá, na pandemia, me torno filho mesmo. Antes eu era um estudante de livros, simpatizante. Mas, [hoje], entendendo algumas coisas, ela já agia desde antes na minha vida. A minha cabeça, o meu orixá de cabeça, tudo isso já atuava na minha vida, na parte artística também. Eu que desconhecia. Conforme eu fui me adentrando, fui vendo a influência que tinha.

(Fonte: Agência Brasil)

Termina, nesta sexta-feira (17), o prazo para apresentação de pedidos de reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio 2023 (Enem), por candidatos que tiveram problemas de logística ou de saúde – doenças infectocontagiosas. A solicitação deve ser apresentada via Página do Participante.

Podem também fazer a solicitação pessoas que não compareceram ao exame porque foram alocadas a uma distância superior a 30 quilômetros da residência informada. A reaplicação das provas será nos dias 12 e 13 de dezembro.

De acordo com o Ministério da Educação, entre os problemas logísticos que possibilitam a reaplicação das provas, estão alguns ligados a comprometimento da infraestrutura (como desastres naturais); falta de energia elétrica no local (caso comprometa a visibilidade da prova); falha no dispositivo eletrônico fornecido ao participante e erro no procedimento de aplicação da prova, caso incorra em comprovado prejuízo ao candidato.

As doenças infectocontagiosas que possibilitam a reaplicação da prova são covid-19, tuberculose, coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola; influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem sarampo rubéola e varicela.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) explica que, “nos casos de doenças infectocontagiosas, os pedidos de reaplicação devem ser acompanhados por documentos comprobatórios, que serão analisados pelo Inep individualmente”.

Nos casos de ausência devido a problemas logísticos, o Inep avaliará as solicitações, de acordo com as intercorrências registradas.

Para solicitar a reaplicação do exame, o candidato deve acessar Página do Participante e apresentar documento que comprove a necessidade. Os dados inseridos no pedido não podem ser alterados após o envio.

(Fonte: Agência Brasil)

O Dia Nacional da Umbanda será comemorado neste 15 de novembro, mas existe uma questão forte a enfrentar. A intolerância religiosa é uma preocupação entre seus seguidores. O pai Fernando d’Oxum, da Tenda Espírita São Lázaro, do Bairro Pita, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, disse que, nos anos 1980, houve uma expansão da religião no Brasil, mas, a partir daí, ocorreu um “grande processo negativo por parte de integrantes de algumas igrejas pentecostais, que começaram a demonizar esta religião”.

Pai Fernando d'Oxum

Segundo o babalorixá, dos anos 2000 para cá, a religião afro-brasileira vem ressurgindo. “Até por causa de uma escola muito poderosa, que é a escola paulista que nos ajudou muito na divulgação do culto no Brasil e, hoje, está espalhada no país todo, com grande força em São Paulo, Rio de Janeiro e não posso tirar a grande força também que é a do Rio Grande do Sul”, afirmou.

A preocupação é dividida com o pai Wilker Jorge Leite Filho, do Templo Umbandista Estrela do Amanhã (Tueda), de Bangu, na zona oeste do Rio, para quem a intolerância atualmente não ocorre mais de uma forma velada. “Isso existe, e acho que vai existir sempre. Se estamos em um planeta de prova e expiação, se estamos ainda crescendo aqui no planeta Terra, ainda tem uma mistura muito grande de espíritos com entendimento, espíritos sem entendimento, então, essa ignorância ainda vai existir por muito tempo”, ressaltou.

Ocorrências

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro indicam que, em 2021, houve 33 ocorrências de ultraje a culto religioso em todo o Estado do Rio de Janeiro. Em relação a 2020, representa um aumento de 10 casos.

Naquele ano, as delegacias da Secretaria de Estado de Polícia Civil fizeram 1.564 registros de ocorrência de crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa, o que significa mais de quatro casos por dia. No total, estão incluídos os casos de injúria por preconceito (1.365 vítimas); e preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional (166).

De acordo com o instituto, a injúria por preconceito “é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana”.

“A tipificação criminal é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa”, destacou o ISP, que tem o objetivo de mostrar para a sociedade que intolerância religiosa é crime e tem que ser denunciada.

Tendas

Outra dificuldade desta religião é saber quantas tendas e casas de santo existem no Brasil. Pai Fernando d’Oxum disse que não tem a informação de quantas estão instaladas no país, mas atualmente, em São Gonçalo, são cerca de 400. O líder espiritual defendeu a realização de uma pesquisa que possa identificar a localização das casas de santo e qual é a população de povos de terreiros de umbanda no país

“Seria maravilhoso se a gente conseguisse mapear, mas por conta da violência, alguns terreiros escolhem ficar absolutamente escondidos, porque têm medo de que, uma vez expostos, esses grupos neopentecostais agressivos possam ir lá e depredar o patrimônio. Tem uma discussão sobre violência a ser feita ainda”, ressaltou.

Pai Fernando d'Oxum e Samuel da Costa

Segundo Fernando d’Oxum, é difícil verificar o número de umbandistas no Brasil. “As pessoas, em um censo, por exemplo, não dizem que são umbandistas, elas se dizem espíritas, e aí já começa uma grande confusão. Esta tem sido uma batalha nossa para que o umbandista se reconheça como umbandista e não como espírita. Fora os que no censo se dizem católicos, porque têm um acesso mais facilitado.

Para o pai Fernando d’Oxum, a Umbanda é uma religião que nasceu na cidade de São Gonçalo e foi anunciada pelo médium Zélio Fernandino de Moraes, no dia 16 de novembro de 1908, embora, na véspera, o médium tenha feito uma manifestação na cidade vizinha Niterói, data que acabou sendo marcada como Dia da Umbanda.

“É uma religião brasileira que a gente entende como 100% brasileira, com influências do povo indígena, dos hindus e de várias vertentes da religiosidade brasileira e, logicamente, do catolicismo. É uma religião que se predispõe à caridade, à prática de ajuda ao outro e que hoje está presente em quase todos os continentes. Uma religião que avançou mundo à fora”, disse pai Fernando.

Sincretismo

Na visão do babalorixá, a umbanda toma um pouco a vertente da matriz africana do candomblé quando começa a reconhecer e adaptar os orixás, que são os guias, e que chegaram com os negros do povo da áfrica no Brasil.

Além disso, tem o sincretismo, que surgiu da necessidade das pessoas escravizadas associarem um orixá a um santo da igreja católica. Foi assim que São Sebastião é Oxossi, São Jorge é Ogum, Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, Nossa Senhora da Conceição é Oxum e Santa Bárbara é Iansã, entre outros. Assim, os escravizados podiam professar a sua fé nas fazendas onde viviam.

De acordo com pai Fernando, o sincretismo vem se modificando ao longo dos anos e, atualmente, algumas casas não fazem mais altares com santos católicos. “Algumas casas de Umbanda não fazem mais sincretismo nos altares, ou seja, os santos católicos em algumas casas já não estão mais presentes nos altares.”

Por considerar São Gonçalo como o berço da umbanda, que é muito poderosa na cidade, diante dos desafios desta religião, o babalorixá propõe a criação de uma lei municipal que determine a inclusão dela no calendário oficial da cidade.

Preservação

Pensando em preservar o patrimônio histórico, a tenda espírita criou o projeto do Museu da Umbanda, que ainda não tem uma sede física, mas vem avançando desde 2009. Pai Fernando destacou que uma peça importante desse patrimônio foi perdida com a demolição da casa do médium Zélio Fernandino de Moraes, em Neves, bairro de São Gonçalo, onde a Umbanda foi anunciada em 1908. A prefeitura da época não realizou a desapropriação do imóvel.

Renovação

A Tenda Espírita São Lázaro não faz iniciação de crianças e adolescentes. Lá, somente aos 18 anos podem ser iniciados, mas antes disso, a partir dos 13 anos podem participar do grupo jovem Bala e Pimenta onde recebem informações sobre a Umbanda e a doutrina espírita.

“A missão do grupo é sempre difundir a nossa doutrina. O que a Umbanda é realmente com seus preceitos tudo que realmente prega até mesmo para nós, jovens, espalharmos no nosso meio o que é a Umbanda realmente e tirar um pouco do preconceito. O grupo é para expandir a nossa doutrina entre os jovens do nosso terreiro”, afirmou o estudante Samuel Salustiano da Costa, 17 anos, o coordenador do grupo.

“Nesse momento, de descobrir o que eu quero ser, qual o caminho que vou seguir na minha vida, a umbanda me ajuda muito nessa fase de jovem, O que a religião passa e mais me representa é a inclusão, o estender a mão a todos, o amor incondicional e a caridade”, revelou Samuel.

O contato do pai Wilker com a umbanda foi com a própria família que seguia esta religião. Com 16 anos ele começou a desenvolver a mediunidade e com 19 anos fez a coroação para babalorixá. “Sempre foi permitido a mim olhar, ter contato com outras crenças religiosas, mas eu já nasci umbandista. Sempre gostei desde pequenininho. Não me lembro com interesse em outras. Pela minha criação e o que meus pais me passaram sempre respeitei, visitei Igreja Católica, protestante por convite, mas a minha convicção sempre foi umbandista”.

Celebrações

A umbanda tem também muito a celebrar pelos seus 115 anos. Para isso, foi elaborada uma longa programação para comemorar sua participação entre as representações religiosas no Brasil.

Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a prefeitura, por meio da Comissão da Semana da Umbanda, criada para organizar as celebrações, preparou uma agenda que começou na segunda-feira (13) com o debate Legalização e Justiça – um caminho possível para o fim das violências contra os povos de terreiro. O evento foi realizado na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), naquele município.

A programação tem, ainda, a exposição Pelos Caminhos da Umbanda, no hall principal da Câmara Municipal de São Gonçalo, promovida pelo Instituto Carta Magna da Umbanda. A ideia da mostra, que vai até amanhã (16), foi apresentar a construção da religião brasileira de matrizes africanas e indígenas, a partir de suas práticas, ritos, territórios e historicidade.

Também amanhã, às 17h, durante uma sessão solene em homenagem às lideranças da umbanda na Câmara Municipal de São Gonçalo, os homenageados receberão a medalha Zélio Fernandino de Moraes.

Na sexta-feira (17), haverá um show do cantor e compositor gonçalense Altay Veloso, no Teatro Municipal de São Gonçalo, às 19h. A apresentação vai terminar com a bateria da escola de samba Porto da Pedra. Os shows serão gratuitos e sujeitos à lotação.

Encerrando a programação da semana, no sábado (25), será o momento do Encontro dos Povos de Terreiros de São Gonçalo, das 14h às 20h, na Praça Zélio Fernandino de Moraes, Marco Zero da Umbanda, no Bairro de Neves. Lá, as homenagens serão dirigidas a lideranças religiosas, com o Banda com Banda, cerimônia de hasteamento da bandeira da umbanda e uma feira de artesanato e gastronomia.

(Fonte: Agência Brasil)

A Academia Brasileira de Cultura (ABC) realizou nessa terça-feira (14), no campus da Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro, a cerimônia de posse dos 13 novos integrantes da instituição. No evento, os destaques foram as ministras Sonia Guajajara e Margareth Menezes, dos Povos Indígenas e da Cultura, respectivamente, e a artista Liniker, a primeira mulher trans a assumir um lugar na ABC.

Os outros nomes que fazem parte desse novo grupo são: Alcione, Daniela Mercury, Glória Pires, Conceição Evaristo, Viviane Mosé, Juma Xipaia, José Luiz Ribeiro, Vanessa Giácomo, Antenor Neto e Luana Xavier. Eles se juntam aos outros integrantes mais antigos, como Ana Botafogo, Zeca Pagodinho, Fátima Bernardes, Elisa Lucinda, Christiane Torloni, Lilia Cabral, Ney Latorraca, Beth Goulart, Rosamaria Murtinho, Gabriel Chalita e o maestro Isaac Karabtchevsky.

A ministra Margareth Menezes ganhou assento na Cadeira 28, que tem como patrono a cantora Emilinha Borba. A Cadeira pertencia antes à cantora Elza Soares, que morreu em janeiro do ano passado.

“Essa academia traz representatividade, cultura mais ampla e se torna um símbolo do povo brasileiro”, disse Margareth.

A Cadeira de número 16 vai ser ocupada pela ministra Sonia Guajajara e tem como patrono um integrante do mesmo povo, Paulo Paulino Guajajara, assassinado em 2019, no Maranhão.

“É muito significativo eu estar aqui. Para nós, cultura significa vida”, disse a ministra.

A Academia Brasileira de Cultura foi criada em 2021 para fortalecer o setor cultural do país. Ela é presidida pelo educador Carlos Alberto Serpa. O número total de integrantes é de 56. A missão da instituição é reunir personalidades de diferentes setores artísticos e promover a valorização da memória cultural brasileira.

“Estamos imensamente felizes por ter congregado personalidades tão diversas de nossa cultura. Acreditamos que nossos ideais não apenas sobreviverão, mas florescerão. Com nossas mãos entrelaçadas e beneficiados por nossa rica experiência em diversas esferas culturais, trabalharemos incessantemente para tornar a cultura uma presença eterna na vida de nossos compatriotas. Nosso compromisso é proteger e incentivar a todos que, como nós, dedicam suas vidas à cultura em suas múltiplas formas. Unidos, nascemos com um ideal sólido e coeso”, disse Carlos Alberto Serpa, presidente da Academia Brasileira de Cultura.

(Fonte: Agência Brasil)

Os candidatos que fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano já podem consultar o gabarito oficial e os cadernos de questões. As informações estão disponíveis no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).  

Já o resultado final do Enem, com as notas de cada candidato, será divulgado no dia 16 de janeiro de 2024, conforme o edital do exame, na Página do Participante.  

Quem quiser solicitar a reaplicação do Enem deverá fazer o pedido na Página do Participante até a próxima sexta-feira (17). As pessoas que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas, como prevê o edital, podem pedir para fazer as provas nos dias 12 e 13 de dezembro. O mesmo vale para quem foi alocado em locais de prova com distância superior a 30 quilômetros da residência informada na inscrição.

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e é considerado a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados também são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)

Quando recebeu o convite para gravar um disco, MC Who pensou que estava diante da realização de um sonho. Mas a importância do projeto que viria tornar-se o vinil Hip Hop Cultura de Rua ultrapassou as projeções daquele jovem periférico, que trabalhava de office boy. As oito faixas que vieram a público em 1988 são hoje lembradas como a primeira gravação da cultura hip hop no Brasil.

A coletânea, que reuniu integrantes dos diferentes grupos que, à época, dançavam e cantavam na Estação São Bento do Metrô, no centro paulistano, foi pensada inicialmente com um disco da banda de MC Who, O Credo. “A gente teve a sorte de ser protagonista de uma foto de capa na época do Jornal da Tarde”, conta Who sobre como surgiu o convite.

A banda, no entanto, não tinha ainda composições próprias suficientes para fechar sozinha um disco. Foi assim que surgiu a ideia de convidar músicos que estavam na cena que ganhava força com artistas de diversas partes da cidade. “Dialogando muito com o punk, que era um pouquinho mais velho que a gente, a gente disse: ‘Uma coletânea contempla todo mundo, e aí todas as gangues vão aparecer’”, lembra. Segundo ele, o disco deverá ser relançado em breve, com as faixas remasterizadas.

O processo de aproximação com a cultura hip hop trouxe, para o MC, muitas reflexões sobre a identidade negra e a forma como a cultura, que atravessa periferias de todo o mundo, dialoga com essa formação. “A grande origem do hip hop é uma mãe, que é a mãe África, que é o processo diaspórico”, enfatiza.

Mais tarde, Who participou de outro momento importante da história do hip hop em São Paulo, que foi a expansão das batalhas de MCs para a Praça Roosevelt, também no centro da cidade. Ali, ele esteve ao lado de figuras centrais da cultura no país, como Mano Brown, dos Racionais MC’s. “Aqui é um dos grandes berços do rap nacional, talvez o maior, mas a gente ainda tem muito a pesquisar”, destaca.

Desde então, a cultura nunca mais saiu daquele espaço. Até hoje, acontecem batalhas de rimas e de slam na praça, também conhecida pela cena do teatro independente. “O slam, na nossa percepção, é uma manifestação inspirada pela cultura hip hop também. E também tem a batalha de rima aqui, já foi, já voltou, mas ela está sempre aqui, dialogando com o skate, que também é algo que complementa a semiótica da nossa ocupação da rua”, diz.

Para o MC, recuperar essa história ajuda também a lembrar nomes que acabaram apagados nas narrativas construídas sobre o hip hop no Brasil ao longo dos anos. “Às vezes, eu brinco que o Sabotage [rapper paulistano] está dando bronca em todo mundo, dizendo: 'Eu não quero ficar sentado sozinho aqui nesse Abu Simbel [templo egípcio da antiguidade], nesse panteão. Cadê o J.R. Brown? Cadê o Uzi? Cadê todo mundo?'”, comentou em entrevista ao programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil.

Confira os principais trechos da entrevista com MC Who.

Agência Brasil

Hip Hop Cultura de Rua, a primeira coletânea do gênero feita aqui no Brasil. MC Who, conta um pouco pra gente como é que foi essa história. Era pra ser antes um disco da sua banda, do Credo, era isso?

MC Who: 

É isso mesmo. A gente teve a sorte de ser protagonista de uma foto de capa na época do Jornal da Tarde. E, nas andanças nas gravadoras, o Wagner Garcia, diretor da [gravadora] Eldorado na época, recém-chegado, viu e perguntou: “Você é poeta da rua?”. Eu achei engraçado, né? Eu falei: “É, a gente faz poesia na rua”. E começou a conversar comigo, pediu dois dias, perguntou se tinha letra, o que a gente tinha pronto e disse: “Me dá uns dois dias que eu vou falar com o chefe”.

Foram os dois dias mais longos da minha vida, esperando essa resposta. Até que veio a resposta positiva. Imagine, um cara que era office boy, de periferia, pais migrantes, operários, e falar: “Vou gravar um disco”. Sendo que a gente não era cantor, não era nada disso. E assim começa a história. Ele [o disco] se transforma numa coletânea, numa perspectiva muito da cultura hip hop, já está se constituindo um movimento hip hop.

Tem esse paradoxo, essa discussão desse binômio e sempre que eu tenho oportunidade eu esclareço. O hip hop é uma cultura. Uma cultura gigantesca, produtiva, criativa e dinâmica. E o movimento é organização política, quer dizer, isso já veio de lá, o mito de origem da cultura hip hop está em 11 de agosto de 1973, com a festa que a Cindy Campbell junto com o seu irmão Kool Herc desenvolveu. E, um ano depois, o Africa Bambaataa pega e inaugura a Zulu Nation, que é para organizar isso de uma maneira sistemática, ter uma proposta de acolhimento daquelas manifestações que aconteciam na rua, e também de se posicionar politicamente, na efervescência na década de 1970. Nós temos ali já naquele momento pós-ações afirmativas: Black Panthers, Black Explotation, quer dizer, todas as manifestações culturais apontando para essa autonomia, esse protagonismo do corpo preto.

A gente já tinha essa carga, essa provocação transgressora da cultura. Então, dialogando muito com o punk, que era um pouquinho mais velho que a gente, a gente disse: "Uma coletânea contempla todo mundo, e aí todas as gangues vão aparecer". E veio outro desafio: como escolher? A gente parte das gangues de break, que é a Back Spin, com o Thaíde, o MC Jack e eu e Código 13, da Nação Zulu. Isso era uma coisa que transforma o Cultura de Rua na primeira coletânea, porque ele é o que contempla todos os elementos do hip hop, porque o hip hop não pode ser percebido por um elemento só, o elemento só tem o nome dele: breaking, na época break, sem ser anacrônico, mas revisitando esse momento, break, depois breaking, depois a pesquisa nos trouxe a riqueza de informações, a internet nos trouxe toda essa gama do que era praticado lá.

A gente enfrentou muito também: "Ah, vocês estão imitando os americanos." Depois, com essa trajetória que eu tive de pesquisa, vi que aconteceu na cena black do Rio, onde tinha discussão da turma do Tony Tornado e Gérson King Combo com os sambistas, aquela matéria de 76, histórica, dizendo o que está acontecendo. A gente também passou por um processo parecido. E, depois, com essa possibilidade de se organizar, principalmente intelectualmente, eu, com toda essa possibilidade de troca de informações com outros praticantes do hip hop, chego à conclusão de que não existe essa questão, porque nós somos o mesmo povo diaspórico.

Nós passamos pelas mesmas trajetórias de opressão. Quer dizer, o hip hop, a gente não pode esquecer que ele tem uma mãe. A grande origem do hip hop é uma mãe, que é a mãe África, que é o processo diaspórico. Que eu não gosto, eu sou mais para o lado do Joel Rufino, eu falo que é o deslocamento do corpo preto escravizado. Porque a diáspora é uma questão heroica, da travessia de um deserto e tal, diásporos, espalhar semeando. Não, nós viemos pra cá trancados, nossos antepassados. Então, a gente tem que entender que isso marca essas questões todas, dos apagamentos históricos e tudo.

O que o hip hop precisa e tem compromisso tanto de quando se originou há 50 anos, há quase 40 no Brasil, a gente caminha para 40 anos no ano que vem, na minha percepção, porque a questão histórica precisa de um mito, ela precisa de marcos para poder se fundamentar, ficar consolidado e você dizer para as novas gerações. Esse compromisso com a matriz africana precisa estar sempre sendo renovado e reafirmado dentro da construção da nossa cultura, que é dinâmica.

Agência Brasil: 

Muito se fala da Estação São Bento, aqui, no centro de São Paulo, da importância que aquele espaço tem para o hip hop, da Rua 24 de Maio, mas e a Praça Roosevelt também tem um papel nessa história, não é verdade? Queria que você contasse um pouco como é que essa praça se insere na história do hip hop e como é que o hip hop ainda está aqui.

MC Who: 

Essa pergunta é importante porque ela dá espaço para a gente lembrar grandes figuras que não estão mais com a gente, como o J.R. Brown. O J.R. Brown, o DJ Uzi, o Marcos Tadeu Telésforo, o grande letrista DJ Uzi, autodidata na língua inglesa, ele traduzia tudo para a gente entender o que estava acontecendo. E o J.R. Brown era um visionário, era um cara que estava à frente do tempo. Nós éramos amigos, andávamos juntos, dividindo tudo da potência. A gente não ficava só nas equipes de baile, apesar de a gente gostar também, a gente andava nas outras casas, lidava com outras tribos. E a gente entendia que o hip hop estava num caminho que era crescente, que ia ficar muito grande. A gente entendia que estava crescendo demais, que a São Bento já não suportava mais. E ali tudo adolescente, tudo muito, os hormônios, aquela coisa, tinha as questões de protagonismo.

break, que era a grande atração, começa a dividir essa atenção, e por uma característica muito simples, porque o break precisa do corpo para se expressar, e o rapper, ele fala. Você vê, aqui, nessa entrevista, como a gente fala. Acabou que esse protagonismo das lentes também levou muito a essas discussões. E, principalmente, enquanto tinha a roda de break, os rappers ficavam batendo na lata do lixo, que era a nossa bateria eletrônica, e cantando as suas novas letras, às vezes, até improvisando ali, e isso teoricamente atrapalhava.

Muita gente fala que é uma briga, não é. Foi uma tensão de espaço. Aí o J.R. falou assim: “Who, pega os meninos, vamos subir para a Roosevelt, que lá a praça é só nossa, só do rap, e a gente vai tocar isso lá". E aqui é um dos grandes berços do rap nacional, talvez o maior, mas a gente ainda tem muito a pesquisar, os outros territórios, 26 Estados mais o DF. Mas aqui, na Roosevelt já passou [de tudo] aqui: começando com Racionais, que eram esses mais novos que estavam com a gente. O [Mano] Brown, inclusive, fala isso no livro do TR, que é o antigo DJ do MV Bill, ele escreveu um livro, chama Acorda Hip Hop, onde numa entrevista o Brown fala isso: "Subimos eu, o MC Who, o J.R. Brown e a gente foi pra Roosevelt e ocupou a Roosevelt com o rap".

Agência Brasil: 

E continua essa cultura viva aqui?

MC Who: 

Continua, e é muito legal. Na época, a Roosevelt tinha dois andares. Depois, ela sofreu uma reforma forte, e hoje ela é essa praça mais plana aqui. Lá na outra ponta da Roosevelt, que dá pra ver o caminho pra Radial Leste, ali acontece o Slam Resistência. O slam, na nossa percepção, é uma manifestação inspirada pela cultura hip hop também. E também tem a batalha de rima aqui, já foi, já voltou, mas ela está sempre aqui, dialogando com o skate, que também é algo que complementa a semiótica da nossa ocupação da rua. É importante que a gente não esqueça a Roosevelt dentro das nossas narrativas, porque trazendo a Roosevelt, trazendo o território, trazendo o cenário, a gente traz os personagens.

Às vezes eu brinco que o Sabotage está dando bronca em todo mundo, dizendo: "Eu não quero ficar sentado sozinho aqui nesse Abu Simbel [templo egípcio da antiguidade], nesse panteão. Cadê o J.R. Brown? Cadê o Uzi? Cadê todo mundo? Porque passa por essa coisa da validação, do establishment. Quando a mídia, ou alguém famoso, no caso do [sambista] Cartola, no caso do Donga, eles precisaram ser validados pelo jornalista branco, ou burguês, ou culturalmente mais avançado. Esses precisam estar sendo trazidos, porque eles foram muito importantes. O J.R. dizia: "Toda praça e toda rua é hip hop". E a gente perdeu ele, um cara que faz muita falta. O DJ Uzi faz muita falta. E o Marcos Tadeu, que também trocou muita letra, que é um dos grandes, talvez o maior letrista da nossa geração e é esquecido. É importante a gente relembrar isso.

Agência Brasil: 

MC Who, conta pra gente um pouco como foi sua chegada ao hip hop. De que parte aqui de São Paulo você é?

MC Who: 

Eu nasci e fui criado no Real Parque, perto da Ponte do Morumbi, na época era um bairro operário. Eu passei por outros bairros, Aeroporto, depois eu fui pra Parque Araribá, Vila das Belezas e fomos criados ali na periferia de São Paulo, zona sul e extremo sul sempre. Eu tenho vários irmãos mais velhos e tenho meus tios, que tinham muito disco, até hoje eu tenho esse hábito de manipular os discos. Desde pequeno eu tive disco em casa, tive disco desde Luiz Gonzaga, ou Saraiva, esses instrumentais que o meu pai ouvia, até as coisas mais contemporâneas pra época dos meus irmãos, como Caetano Veloso, Gal Costa, todos esses e vários outros que foram chegando, mais alternativos.

Aí eu entendi que a música era muito além do que aparecia na televisão ou nos jornais ou nas revistas. Tinha coisas alternativas ali. Assim que eu tomei contato. Depois chega a black music tanto no colégio quanto dentro de casa também. Eu fui entender que o Tim Maia era black music e tal. Entender tudo aquilo era também da nossa identidade. Apesar de a gente ser mestiço, a gente queria se identificar com a questão cultural e a música me fez entender que eu era um homem preto. Muita gente desestimulava isso. “Você não é tão preto”. Hoje a gente sabe que é o tal do colorismo, mas na época... Não, tudo que eu faço é coisa de preto. Quando no começo dos anos 80 começam a chegar as primeiras referências da cultura hip hop, cultura de rua, que estava acontecendo nos Estados Unidos. Tem, por exemplo, desde um vídeo da banda [norte-americana] Chic, Hangin' Out, que mostra o garoto quebrando no breaking, no break, no pop e o boombox ali. Tinha um cenário de falar: "Quero fazer isso".

Como todo adolescente quer ter isso, quer ter essas identidades. Depois tem um monte de artistas pop que foram usando elementos da cultura de rua como break, como Lionel Richie. Mas eu penso e proponho que o Beat Street, que foi lançado no Brasil como Loucuras do Ritmo, ele seja o grande, apesar de ser uma alegoria bobinha, num caso de romance e tal, mas ele já mostra ali como que funcionava a cultura pra nós. A gente discutindo hoje sabe que, para os Estados Unidos, o Beat Street não é tão importante ou quase nenhum importante, a não ser uma coisa alegórica mesmo, do cinema, da indústria. Eles valorizam o Myron Wad Style, de 1983, que só foi chegar aqui ao Brasil pra gente entender e assistir a ele na década de 1990. Mas ele foi lançado no Brasil também, mas passou num circuito acadêmico, a gente foi descobrir isso depois. O contato com a cultura foi isso: uma identidade imediata.

Existia um desafio muito grande de dizer: "Ó, eles conseguem cantar falado assim porque é inglês. Inglês tem uma série de contrações e tal". Foi o primeiro desafio para um garoto de 12 anos. Aos poucos, a gente foi conhecendo poesia. E a gente começou a cantar poesia. Seja ela Fernando Pessoa ou Manuel Bandeira. Isso é uma coisa singular minha, cada um teve o seu processo. Mas eu e o Cássio, o DJ Uzi, do Credo, a gente pegou esse caminho. Nós pegamos as métricas das poesias e entendemos que a gente tinha que escrever daquela forma para que a gente tivesse a levada, que hoje chama flow. E é lógico que isso vai se sofisticando, vai ficando cada vez mais sofisticado. Mas era essa necessidade de se expressar, que a gente lia e queria dizer o que estava entendendo daquilo. A história conta o resto, mas eu comecei assim.

Agência Brasil: 

Queria falar um pouco também sobre O Credo, que era sua banda no início. Queria saber um pouco sobre o que vocês trouxeram para o disco Hip Hop Cultura de Rua.


MC Who: 

O Credo na época tinha uma preocupação de provocar isso, que as pessoas pensassem nelas, que trouxesse uma reflexão da sua existência. A gente ficava provocando porque tinha a questão da religião, tinha a questão da sua origem, então nós fizemos essas provocações, tanto teóricas dentro das letras, que nós, pela formação familiar, minha mãe influenciou, meu pai influenciou muito a mim ler. O Cassius Franco, o DJ Uzi, também lia muito e pesquisava muito sobre música, quanto à origem dele com o pai, que era DJ também de jazz. As letras tinham essa pegada pra provocar mesmo. E aí também a questão estética de que a gente era influenciado muito, tanto pelo jazz, quanto à música instrumental brasileira, e por essa questão da transgressão, do Malcolm X [líder e pensador negro norte-americano]. A gente ouvia muito Public Enemy na época.

O [grupo de rap norte-americano] Public Enemy provocou a gente também a dialogar com essas influências. A gente foi buscar os guitarristas de metal, que nem eles gravaram com Slayer, Tantrax [bandas de heavy metal] e tal. E a gente foi atrás do Hélcio Aguirra, finado Hélcio, saudoso, que era do Golpe de Estado, a maior banda metal na época, muito amigo do nosso produtor e músico Akira S, que também já vinha de outro setor, dos Garotas que Erraram, que era uma música eletrônica alternativa da época.

Teve uma ideia do Gilson Fernandes, que era o produtor do disco, e falou que o Boccato, o instrumentista Boccato, tinha feito as demos com a gente, mas que o disco tinha que ter o Raul de Souza, que era internacionalmente conhecido. O grande Raul de Souza vem de maneira muito generosa e participa das faixas do Credo, o que muita pouca gente sabe. O maior trombonista do mundo na época, pela Down Beat, que era uma revista especializada, o Raul de Souza gravou com o Credo, que eram os garotos da periferia.

Aproveitando isso, as nossas faixas vão ser remasterizadas porque vai ser lançada uma reprensagem do Cultura de Rua através da Vinil Brasil, onde o Michel fez um trabalho muito especial de recuperação dessa mixagem, dessa qualidade técnica que vai valorizar esses instrumentistas que O Credo teve a honra de receber em suas faixas.

(Fonte: Agência Brasil)

Quarta-feira (15) de disputas pela segunda edição do Praia do Futebol, competição patrocinada pelo governo do Estado, pelo Grupo Audiolar e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. A partir das 10h, a bola começa a rolar pelos torneios Sub-17 Masculino e Adulto Feminino. Ao todo, oito partidas movimentam a Praia do Calhau, em São Luís. 

Pelo torneio da categoria Adulto Feminino, os jogos serão válidos pela segunda rodada. Às 10h, o CT Sports encara o Boa Esperança. Na sequência, tem Fênix x Atlético Cohab, Jeito Moleque x Brutos e Espias x IJC. 

Já pelo Sub-17 Masculino, esta será a rodada de abertura da competição. Os duelos também terão início às 10h com a Escolinha Jaime enfrentando o Colégio Militar. Às 10h40, tem Geração Jovem x Craques na Escola. Logo em seguida, a rodada será concluída com Transformar x CCB e FL7 x Boleiros. 

Siga as redes sociais oficiais do Praia do Futebol no Instagram e no Facebook (@praiadofutebol) e fique por dentro de todos os detalhes da competição. 

JOGOS ADULTO FEMININO / PRAIA DO CALHAU (CAMPO 1)

10h – CT Sports x Boa Esperança

10h40 – Fênix x Atlético Cohab

11h20 – Jeito Moleque x Brutos

12h – Espias x IJC 

JOGOS ADULTO FEMININO / PRAIA DO CALHAU (CAMPO 2)

10h – Escolinha Jaime x Colégio Militar

10h40 – Geração Jovem x Craques na Escola

11h20 – Transformar x CCB

12h – FL7 x Boleiros

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Tudo pronto para a segunda edição da Copinha Show de Bola 5x5, evento esportivo idealizado para fomentar a prática do futebol em São Luís. Nesta quarta-feira (15), ocorrerão as disputas dos torneios Sub-14 e Adulto Feminino a partir das 15h, na Arena Olynto, em São Luís. Ao todo, 16 equipes vão participar do campeonato.

Nesta edição, a Copinha conta com os patrocínios do governo do Estado e das empresas Friobom, Noroeste, Aço Bom Preço e Potiguar. Como forma de incentivar e difundir o esporte, a Copinha Show de Bola 5x5 distribuiu conjuntos de uniformes para todas os times participantes. A entrega do material ocorreu durante a solenidade de lançamento da competição.

Durante o lançamento, foram realizados, ainda, os congressos técnicos dos torneios Sub-14 e Adulto Feminino, onde foram definidos os grupos e o formato de disputa. Dessa maneira, os grupos do Sub-14 ficaram da seguinte maneira: no A, tem Palmeirinha, Geração Alpha, Flamengo e Jeito Moleque; já o B será formado por Audaz, P12, GM Sports e Juventude. Já pelo torneio feminino, os grupos são os seguintes: Tutela, Trivela, RB Sports e Nosso Futebol formam o Grupo A; já Fut Girls, Cruzeiro, AFA e Roma compõem o B.

“Vai ser um evento bem legal, bem dinâmico e muito divertido. O torneio é uma grande novidade aqui em São Luís devido ao seu formato de disputa. É sempre positivo eventos que fomentem a prática do futebol e é por isso que agradecemos aos patrocínios do governo do Estado e das empresas Friobom, Noroeste, Aço Bom Preço e Potiguar, por acreditarem, cada vez mais, no esporte”, afirmou Waldemir Rosa, diretor-técnico do evento.

Na primeira fase, os times jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo avançam às semifinais. Os vencedores das semis decidirão o título da segunda edição da Copinha Show de Bola 5x5.

Regras

Vale destacar o formato da competição, que terá os mesmos moldes e regras do famoso torneio de futebol 5x5 Neymar Jr’s Five, desenvolvido pelo craque Neymar Júnior. Assim, cada time conta com cinco jogadores (e até dois reservas). Inspirado no futebol de rua, o conceito é simples. Os times entram em campo com cinco jogadores e, a cada gol, o oponente perde um jogador. Vence a equipe que fizer cinco gols primeiro ou aquela que tiver melhor resultado após dez minutos. As dimensões do campo são menores e não se pode pisar na área delimitada próxima ao gol.

Em cada uma das categorias da Copinha Show de Bola 5x5, será formado dois grupos com quatro times em cada um. Na primeira fase, os times jogam entre si, dentre de suas respectivas chaves. Na fase seguinte, as quatro equipes classificadas disputam as semifinais e, os vencedores, decidem o título e recebem medalhas e troféus.

Todos os detalhes da Copinha Show de Bola 5x5 estão disponíveis no Instagram oficial da competição (@copinhashowdebola5x5). O projeto conta com os patrocínios do governo do Estado e das empresas Friobom, Noroeste, Aço Bom Preço e Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte.

TABELA DE JOGOS SUB-14 (FASE DE GRUPOS)

Rodada 1
Palmeirinha‎ x‎ Jeito‎ Moleque
Audaz‎ x‎ Juventude
Geração‎ Alpha‎ x‎ Flamengo
P12‎ x‎ GM‎ Sports

Rodada 2
Palmeirinha‎ x‎ Flamengo
Audaz‎ x‎ GM‎ Sports
Jeito‎ Moleque‎ x‎ Geração‎ Alpha‎
Juventude‎ x‎ P12

Rodada 3
Palmeirinha‎ x‎ Geração‎ Alpha‎
Audaz‎ x‎ P12
Flamengo‎ x‎ Jeito‎ Moleque
GM‎ Sports‎ x‎ Juventude

TABELA DE JOGOS ADULTO FEMININO (FASE DE GRUPOS)
Rodada 1
Tutela‎ x‎ Nosso‎ Futebol‎
Cruzeiro‎ x‎ AFA
Trivela‎ X‎ RB‎ Sports‎
Roma‎ x‎ Fut‎ Girls‎

Rodada 2
Tutela‎ x‎ RB‎ Sports‎
Cruzeiro‎ x‎ Fut‎ Girls‎
Nosso‎ Futebol‎ x‎ Trivela
AFA‎ x‎ Roma

Rodada 3
Tutela‎ x‎ Trivela
Cruzeiro‎ x‎ Roma
RB‎ Sports‎ x‎ Nosso‎ Futebol‎
Fut‎ Girls‎ x‎ AFA‎

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) reajustou os valores das bolsas de desenvolvimento tecnológico e de iniciação tecnológica, destinadas à implementação dos Programas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Os novos valores foram publicanos no Diário Oficial da União desta terça-feira (14).

As bolsas são financiadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e direcionadas a diferentes níveis de formação para a execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, capacitação e formação de recursos na área de TIC

Os projetos beneficiados são de longa duração e pagam valores que variam de acordo com a modalidade e o nível de formação do bolsista.

Para os bolsistas de iniciação tecnológica, que abrange estudantes de graduação, ensino médio e de cursos técnicos, as bolsas passam a variar de R$ 465 a R$ 875, quando antes eram de R$ 250 a R$ 500. Já os bolsistas pós-graduados, graduados, especialistas e técnicos em atividades de aperfeiçoamento, reciclagem ou treinamento passam a receber valores mensais de R$ 3.250 a R$ 10.400, quando antes era de R$ 2.500 a R$ 8 mil.

Os Programas de Tecnologia da Informação e Comunicação foram criados em 2013 e abrangem  outras modalidades de bolsas de longa duração como para desenvolvimento tecnológico e inovação no exterior júnior e sênior, além de bolsas para especialistas visitantes, que não estão beneficiadas pelo reajuste por serem reguladas por outras normas.

Políticas públicas

O CNPq é uma instituição ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações que promove a formação de pessoas para pesquisa científica, tecnológica e de inovação, além de criar políticas públicas voltadas para o setor e para a comunidade científica dentro e fora do país. Um dos principais instrumentos de fomento nessa área é a concessão de bolsas em universidades, institutos de pesquisa, centros tecnológicos e de formação de profissional. (Fonte: Agência Brasil)

O juiz Raimundo Nonato Neris Ferreira (titular da 9ª Vara da Fazenda Pública de São Luís), exercendo o cargo de desembargador substituto, reuniu seus assessores jurídicos para tratar da organização dos trabalhos no atendimento à demanda em seu gabinete no Tribunal de Justiça do Maranhão e recomendou o uso da Linguagem Simples na redação de atos pela equipe.

Além de discutir sobre a rotina de gestão dos processos, o juiz recomendou aos assessores utilizarem a Linguagem Simples na redação dos votos, decisões e despachos do gabinete, de acordo com a Recomendação nº 144/2023, do Conselho Nacional de Justiça, que orientou os tribunais a utilizarem a linguagem simples em atos judiciais e administrativos.

“Incentivamos o uso de uma linguagem simples e acessível para todas aquelas pessoas para quem a decisão se destina. Não só para advogados, mas também às partes, na maioria pessoas sem conhecimento jurídico, que possam compreender, de forma clara e objetiva, o resultado de um julgamento e os termos usados. Essa proposta foi imediatamente aceita por todos e tentaremos, daqui para frente, usá-la em todas as decisões e atos judiciais do gabinete”, declarou o juiz.

Recomendação do Conselho Nacional de Justiça

Na Recomendação que disciplina o uso da Linguagem Simples no Judiciário nacional, o Conselho Nacional de Justiça considera a linguagem como meio para a redução das desigualdades (ODS 10, da Agenda 2030 da ONU) e para a promoção da transparência, da participação, do controle social e do acesso aos serviços públicos;

A convite do juiz, a analista judiciária Helena Barbosa (Assessoria de Comunicação da Corregedoria Geral da Justiça) falou à equipe sobre o Projeto “Simplificar é Legal”, de iniciativa da Corregedoria do Judiciário maranhense, que foi criado em 22 de setembro deste ano, com o objetivo de tornar a comunicação da Justiça mais clara e acessível ao cidadão, com o uso da Linguagem Simples e do Direito Visual.

A servidora, idealizadora do projeto, destacou que a adoção dessa política se deu por meio da assinatura da Portaria-Conjunta nº 42/2023, pelo presidente do Tribunal de Justiça e pelo corregedor-geral, com o objetivo de regulamentar e levar para a prática o uso dessas técnicas nos atos produzidos pelas unidades judiciais. Também informou que uma página do projeto foi criada no Portal do Poder Judiciário, com informações sobre a legislação e exemplos de peças já simplificadas, para consulta pelo público em geral.

A assessora Andressa Fontinele trabalha há onze anos com o juiz Neris e disse ser de costume dele usar a linguagem acessível, sem ser empobrecida. “Com o surgimento dessa recomendação do uso de linguagem simples, ele reforçou na equipe essa prática. Particularmente, considero importantíssimo que as decisões judiciais sejam de compreensão não apenas aos juristas, mas às partes diretamente interessadas”, disse a servidora.

(Fonte: TJ-MA)