Sou feito de sangue e vísceras,
como o porto é feito de choro e pedras;
Sou feito de tronco e membros,
como o navio é feito de ferro e esperas;
Sou feito de carne e ossos,
como o mar é feito de sal e abismos;
Sou feito de razão e sentidos,
como o rio é feito de margens e mangues;
Somos todos poetas de espaços contidos,
feitos de sonhos e ajustes...
* Fernando Braga, in “O Puro Longe”, Caldas Novas, 2012.