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Neste primeiro domingo de julho/21, ainda falando sobre...

Concordância Verbal (6ª parte)

Caso 18 – Com o verbo HAVER:

O verbo HAVER, no sentido de “existir” ou de “acontecer”, é impessoal (= sem sujeito). Deve ser usado sempre no singular:

HÁ muitas pessoas na reunião.

Sempre HOUVE muitos acidentes nesta esquina.

Exercício 1

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

1. __________ (Existia OU existiam) muitos problemas para resolver.

2. __________ (Havia OU haviam) muitos problemas para resolver.

3. __________ (Deve OU devem) existir dúvidas.

4. __________ (Deve OU devem) haver dúvidas.

5. __________ (Aconteceu OU aconteceram) alguns incidentes.

6. __________ (Houve OU houveram) alguns incidentes.

7. No próximo concurso, __________ (haverá OU haverão) muitos inscritos.

8. No próximo concurso, __________ (vai OU vão) haver muitos inscritos.

9. Ninguém acreditava que __________ (houvesse OU houvessem) tantos inscritos.

10. Ninguém acreditava que __________ (pudesse OU pudessem) haver tantos inscritos.

11. Ninguém acreditava que __________ (houvesse OU houvessem) ocorrido tantos acidentes.

12. Ele não imaginava que __________ (tivesse OU tivessem) existido tantas dúvidas.

13. Eles disseram que __________ (havia OU haviam) feito o possível.

14. A verdade é que não __________ (há OU hão OU existe OU existem) mais dúvidas a respeito do caso.

15. O fato é que __________ (houve OU houveram OU aconteceu OU aconteceram) dois acidentes.

Caso 19 – Com os verbos HAVER e FAZER (= tempo decorrido):

Os verbos HAVER e FAZER, quando se referem a tempo decorrido, são impessoais (= sem sujeito). Devem ser usados sempre no singular:

Exercício 2

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

16. Só nos veremos daqui __________ (a OU há) duas semanas.

17. Não nos vemos __________ (a OU há OU hão) duas semanas.

18. Não nos vemos __________ (faz OU fazem) duas semanas.

19. Não nos víamos __________ (há OU havia OU haviam) duas semanas.

20. __________ (Faz OU fazia OU faziam) duas semanas que não nos víamos.

21. Já __________ (deve OU devem) haver duas horas que ela saiu.

22. __________ (Vai OU vão) fazer duas horas que ela saiu.

23. __________ (Está OU estão) fazendo dez anos que ele morreu.

24. O Flamengo não vence o São Paulo __________ (há OU havia OU fazia OU faziam) três anos.

25. O Flamengo não vencia o São Paulo __________ (há OU havia OU fazia OU faziam) três anos.

Respostas:

Exercício 1

1. EXISTIAM muitos problemas para resolver.

2. HAVIA muitos problemas para resolver.

3. DEVEM EXISTIR dúvidas.

4. DEVE HAVER dúvidas.

5. ACONTECERAM alguns incidentes.

6. HOUVE alguns incidentes.

7. No próximo concurso, HAVERÁ muitos inscritos.

8. No próximo concurso, VAI HAVER muitos inscritos.

9. Ninguém acreditava que HOUVESSE tantos inscritos.

10. Ninguém acreditava que PUDESSE HAVER tantos inscritos.

11. Ninguém acreditava que HOUVESSEM OCORRIDO tantos acidentes.

12. Ele não imaginava que TIVESSEM EXISTIDO tantas dúvidas.

13. Eles disseram que HAVIAM FEITO o possível.

14. A verdade é que não HÁ ou EXISTEM mais dúvidas a respeito do caso.

15. O fato é que HOUVE ou ACONTECERAM dois acidentes.

Exercício 2

16. Só nos veremos daqui A duas semanas.

17. Não nos vemos HÁ duas semanas.

18. Não nos vemos FAZ duas semanas.

19. Não nos víamos HAVIA duas semanas.

20. FAZIA duas semanas que não nos víamos.

21. Já DEVE HAVER duas horas que ela saiu.

22. VAI FAZER duas horas que ela saiu.

23. ESTÁ FAZENDO dez anos que ele morreu.

24. O Flamengo não vence o São Paulo HÁ três anos.

25. O Flamengo não vencia o São Paulo HAVIA ou FAZIA três anos.

Ela sempre vem. Ninguém a pode evitar. Às vezes, surge com a brutalidade das surpresas que afastam da gente, de momento, esta douda alegria de viver. Chega de chofre. Afasta a VIDA em instantes, em momentos. E há um “clássico” diagnóstico médico, confuso embora, perturbador, mas apresenta uma justificativa: – “MAL SÚBITO”.

E não há “junta médica” que esclareça, devidamente, a CAUSA MORTIS. Há, apenas, uma “trapalhada de indicações” que nada diz de certo, de positivo. E, diante de todos, apenas o inevitável – a MORTE. A vida escapole da gente pelos dedos, pelos poros, pelos olhos que ficam parados, olhando ao longe, muito ao longe, o que eles não estão mais vendo. O coração para neste instante. Já não há mais vida. Há um corpo imóvel. Um corpo sem vida.

É assim às vezes, muitas vezes. Doutras, ela vem de manso, vagarosa, encosta-se na gente e vai se apossando da gente aos poucos. Vem vestida de DOENÇA. Tem porções de identificações. Uma infinidade! O fato é que chega e vai atuando no organismo. Do primeiro contato passa para o estado permanente. E trava-se a luta, a batalha. Diante da gente, está o invencível adversário: a MORTE.

Uma luta terrível. Dura um tempo, uma eternidade! O organismo reage, investe, persiste, domina às vezes. Entretanto, todo esforço é inútil. Ela insiste sempre. E acaba vencendo! Uma variedade de diagnósticos aponta uma justificativa. “Foi isto ou foi aquilo!” O fato é que todos os recursos médicos esbarram ali, acabam ali, paralisam ali.

Tudo é uma questão de tempo. De momentos. O fato é que o corpo cansa. Gastam-se as últimas reservas. Uma realidade fica diante de todos: a MORTE. Uma vida que deixou de viver. Um coração que deixou de pulsar. É assim, terrivelmente assim. É a fatalidade da qual ninguém escapa.

Um dia, numa manhã de sol, de claridade, de luz ou numa noite iluminada de estrelas lá em cima, pregadas no AZUL, ou num dia de chuva, de água caindo, ou numa noite feia, medonha, mais escura, há sempre o acontecimento trágico. Há sempre um lar que se enluta, corações que se vestem de tristezas, de emoções. Olhos que ficam molhados de lágrimas. Sempre assim. E não sabemos onde lemos isto: “No momento em que nascemos, nós nos encaminhamos para o túmulo, para o caminho de volta”. É isto mesmo.

Ary Barroso, há meses que vinha lutando, querendo continuar, querendo viver, viver para a VIDA, para a família, para os filhos, para os netos, para o Brasil, para as suas composições, para seus dias felizes. Não se entregou de todo. Ia resistindo aos primeiros impactos. Deixou a residência e recolheu-se numa Casa de Saúde. E, junto dele, acabando com ele, consumindo as energias, o fortalecimento físico, ela, a MORTE. Com ele apenas, nesta luta, a grandiosidade da sua resistência. Não se deixou dominar de todo. O organismo reagia, teimava em vencer, em se afastar da FATALIDADE. Todos os recursos médicos foram utilizados.

Em Ary Barroso, estava uma das mais fortes expressões da música brasileira. O poeta e o compositor do Brasil, da sua geografia sentimental, romântica. Estava a alma do povo na exaltação dos seus costumes e das suas tradições. Mas, tudo isto, para a MORTE é um NADA. Uma “coisa alguma”. Ela estava cobrando caro o seu “imposto de consumo”!

Chegará a HORA ILUMINADA da sua verdadeira IMORTALIDADE. Todo o Brasil olhando para ele, acompanhando-o na Casa de Saúde. A MORTE rondava-lhe a cabeceira. Talvez, ele a tivesse visto tantas vezes e, talvez, sentisse, no seu mundo interior, a brutalidade que dela viria. Alguns dias vivendo assim, prisioneiro da Casa de Saúde. Vivendo longe da VIDA, vivendo tão perto da MORTE! Muitos dias passando mal, muitas horas passando mal. Tranquilo estava esperando a hora que sempre chega. E já havia, cá fora, lágrimas nos olhos dos amigos, dos boêmios; prantos nos olhos da esposa, dos filhos. Uma inocência sentida, profundamente sentida, nos olhos dos netos. E o Brasil olhando para ele. Ubá, onde nascera, seu chão, de Minas, sentindo a grande ausência, olhando para ele.

Ary Barroso resistia. Conseguiu sair de várias crises. E parecia que voltaria a VIVER e continuar vivendo a prolongar a VIDA. Restabelecia-se aos poucos. Deu sua última entrevista. Conversou com a IMPRENSA. Fez blaque... Sorriu para VIDA. Iluminou-se de novos sonhos. Alegrou corações e afugentou tristezas. Mas não deixou a Casa de Saúde.

Havia necessidade de mais repouso. Ficara. Mas estava escrito: não voltaria mais para a alegria da VIDA. Aquela entrevista fora a sua última página. E Ary piorou. O corpo cedeu. As energias cederam. A vida se lhe escapava de todo. E domingo, domingo de Carnaval, veio a notícia fatal: “Morreu Ary Barroso”.

No começo de um novo dia, morria o grande compositor mineiro. Morria o magistral autor de AQUARELAS DO BRASIL, o hino da alma sentimental do povo. A poesia das emoções, dos sonhos iluminados! A página VIVA do SAMBA brasileiro. Alma e corpo do Brasil. Vibração de um poema num murmúrio de prece!

Bem isto. E morreu quando o SAMBA estava nas ruas, nas praças da “Cidade Maravilhosa”, nas ruas e praças do Brasil. Ouviu a batucada de longe, marcando o ritmo da melodia. Fechava os olhos para a VIDA, abria os olhos para a glorificação de outra VIDA.

Nós o conhecemos no Rio, na redação de “O JORNAL”, quando chefiava à secção de esportes do grande matutino carioca das ASSOCIADAS. Era um espírito lúcido. Uma inteligência privilegiada, um criador de sucessos, de “imortalidades”. Uma centelha, uma vibração constante. Uma alma inquieta. Um espírito em constantes realizações. Um companheiro. Um amigo.

Hoje, temo-lo na lembrança, na saudade. Temo-lo na evocação da sua imortal “Aquarela do Brasil”, do seu “Risque” e de tantas outras melodias que ficaram como marcos indeléveis da sua presença na TERRA. Nesta página, a nossa homenagem, a saudade que está no coração de todos os maranhenses.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 16 de fevereiro de 1964 (domingo).

O Festival de Verão e Inverno de Campos do Jordão, reconhecido como o maior evento de música clássica da América Latina chega à sua 51ª edição em um formato especial, 100% on-line e com o anúncio de duas edições anuais a partir de 2022. O de Inverno ocorre de 3 de julho a 1º de agosto nas cidades de Campos do Jordão e São Paulo, e o de Verão será entre 15 de janeiro e 13 de fevereiro de 2022.

O evento é realizado pelo governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e pela Fundação Osesp e em parceria com a Prefeitura de Campos do Jordão.

A abertura oficial será realizada neste sábado, 3 de julho, às 20h, no Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, com um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob direção de Thierry Fischer, diretor musical e regente titular do grupo. O programa traz a Sinfonia nº 2, de Rachmaninov.

No domingo (4), o auditório será palco do recital do pianista Marcelo Bratke, às 11h, seguido de um concerto da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, com Cláudio Cruz, às 16h30. Na Sala São Paulo, também no domingo, a Jazz Sinfônica convida a cantora Roberta Sá para o primeiro de seus quatro concertos que unem a música orquestral a repertórios populares, às 20h.

Ao longo da primeira semana, as atrações em destaque são os concertos de câmara diários e gratuitos que ocorrem no Auditório Claudio Santoro, sempre às 19h. Quarteto Camargo Guarnieri (5 de julho), o pianista Lucas Thomazinho (6 de julho) e o duo formado por Cláudio Cruz (violino) e Olga Kopylova (piano), dia 7de julho, estão entre as atrações.

Confira a programação pelo site.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste texto, imprimo um conjunto confuso e inextricável de elementos e pensamentos, registro algumas passagens em cores vivas e traços surreais, mas verdadeiras, que existem neste mundo de meu, “porque é o mundo em que Deus dura”, como diz o nosso Guimarães Rosa.

Um certo dia, estava no Bar Funchal, em Brasília, a beber uma dose de genebra com underberg, meu amargo de sempre, e a folhear “O Processo” de Kafka, que tinha ido pegar na banca, minutos antes, para compor minha coleção de escritores universais, quando um homem portando um alforje às costas, não malroupido e nem andrajoso, como todo andarilho que se preza, achegou-se à mesa onde eu estava e nada pediu; limitou-se a parar seu olhar no livro que folheava. Depois de alguns segundos, o homem fulminou-me com essa sentença: “Gosto mais de ‘Metamorfose’ publicado por ele em 1916”. Juro que fiquei surpreso e envergonhado por ter pensado, minutos antes, na possibilidade daquele homem trocar pernas e proferir asneiras na quietude do Bar Funchal, de propriedade do Jaime, um simpático português da Ilha da Madeira. Sem titubear, pedi que ele sentasse, apontando-lhe uma cadeira, o que ele não aceitou, preferindo achegar-se a um batente entre o passeio de fundo e o toldo. Perguntei-lhe o nome e de onde vinha. Ele sorriu e me disse chamar-se “Sinfrônio, o heterônimo de um anjo torto que lhe guiava”. Fiquei mais surpreso, principalmente por aquela figura de estilo tão bendita. E, aí, o homem de olhar estendido ao longe me disse ser uma das almas mortas de Gogol a perguntar-me, em tom baixo, se eu já tinha lido “Casa de Boneca”, de Henri Ibsen. Respondi-lhe que já tinha lido há muito tempo; aí, então, ele concluiu com uma naturalidade impressionante: “As primeiras obras de Ibsen foram caracterizadas pelo extenso uso do simbolismo, mitos e questões religiosas, em histórias escritas mais com a finalidade de ser lidas do que representadas no palco”. Não, não era possível ser verdade o que estava ouvindo. O homem pediu-me um cigarro o qual acendeu com o meu. Naquela época, eu fumava. Perguntei-lhe, com ar de espanto e curiosidade, o que ele fazia ou tinha feito na vida. E, sorrindo, respondeu-me: “Eu sou o fantasma daquele homem que lutou a vida toda para comprar um capote que o roubaram; sem mais poder comprar outro, adoeci e morri. E virei um fantasma ladrão de capotes. Não sei por que fui buscar, novamente, a essência de Gogol. Ele me persegue!” E riu! Eu, simplesmente emocionado com o que via e ouvia, pedi para ele contar-me mais alguma coisa, o que, depois de alguns instantes, ele retrucou. Dessa vez, olhando-me dentro dos olhos: “Você não me acha parecido com Cyrano de Bergerac? Mas dele só tenho o nariz e a emoção, porque não sou soldado, nem espadachim e nem tenho também a língua ferina dele. Sei apenas que não tive, como queria, o afeto de Roxana que conquistei, a encenar o nome de um amigo que se aproveitou de minha timidez. Meu Deus, quanta coisa existe nesse mundo!” E continuou: “Você sabe que Emma, o belo disfarce de Madame Bovary, era, na verdade, Elisa, o grande amor de Flaubert? Sim, ele era um realista, o maior símbolo francês dessa escola, mas, por traz dessa condição, existia o homem com todos os seus sentidos, tanto que, quando escreveu a cena do envenenamento, sentiu, na boca, o gosto de arsênico, sentiu-se também envenenado, tanto que teve duas indigestões, duas indigestões reais. Quem terá sido mais real – Emma Bovary ou Gustave Flaubert? Que vida essa!” Concluiu. Confesso que cheguei a arrepiar-me! Ofereci-lhe alguma coisa para beber ou comer. Ele não quis. Recostando-se mais na coluna que saia da mureta ao toldo, quando começou a contar-me essa história:

 “Uma vez, sentado no cais de um porto qualquer, vi, de longe, uma garrafa boiando n’água aproximar-se com o impulso das ondas até a rampa onde eu estava. Peguei a garrafa que estava fechada contendo alguma coisa dentro. Pensei logo tratar-se de um pedido de socorro ou um passatempo de algum pirata, ou ainda de um apaixonado a jurar amor eterno à amada que fora deixá-lo a bordo. Abri a garrafa, retirei de dentro um amarelecido papel onde se lia, ou melhor, onde se ler... O papel é este”. Em seguida, mostrou-me um velho e amassado manuscrito que retirara do bolso da calça, pondo-se a lê-lo:

“Venho de longe, de uma terra que toca seu horizonte com a linha do Equador; venho de longe, de uma terra cujo mar é o mesmo que lambe as espumas das praias de África; venho de longe, de uma terra cheia de contradições e de emoções cheias, onde ‘Peter-Pan’ se torna mágico, prestidigita moedas do reino, monta uma pousada de alegria e pede emprestado um livro de contos de fadas; venho de uma terra de maranhas, onde as mentiras convivem com a harmonia e viram homilias sacras nas letras clássicas de Vieira; venho de longe, de uma terra há muitos quilômetros contados em traços tortos, ziguezagueantes; venho de uma terra que não tem esquadro e compasso, mas homens que sabem escrever versos e contar histórias; venho de uma terra, onde náufragos piratas, com ou sem mãos de gancho, quando salvos, ganham títulos de nobreza e se casam com as filhas dos nativos, a se tomarem  donos de seus quintais; venho de uma terra, onde um homem espantalho, dizendo chamar-se Ulisses, bebe todos os odres de vinho santo e os repõe com outros de inferiores castas; venho de uma terra que, por circunstâncias geográficas, Rainer Maria Rilke se autodefiniu como sendo Ilha; venho de uma terra de becos e vielas sem veredas e sem nomes de sagarana; venho de uma terra em que o ‘Gato de Botas’ é e será para todo o sempre, o ilustre e ‘poderoso ‘Marquês de Calabar’; venho de uma terra, onde não há espaço para minhas pernas, nem tempo para os meus braços e nem teto para meu cérebro”.  De repente, Sinfrônio parou a leitura e guardou, novamente, o manuscrito no bolso das calças. Com gestos calmos e mansa voz, não sei ao certo, se a dar ânimo ao texto que estava a ler, ou se a tomar fôlego para continuar: “Essa é a pública-forma do meu ser-andarilho, do meu ser-aventureiro. Eu sou natural dessa terra, a levar comigo pedaços de filosofia física para relacionar coisas suscetíveis de semelhante relação;  eu sou a essência do conteúdo que vive no continente dessa velha e mágica lâmpada de vidro; eu sou o resultado, ou a extensão, ou o complemento que, um dia, se encantou e passou a viver no ventre dessa garrafa, que naquele dia, no cais do porto, me chegou como se fosse uma brincadeira de pirata ou um pedido do alterego de Robson Crusoé, perdido nalgum lugar à beira-mar, sem nenhum outro ‘Sexta-feira’ para acudi-lo, mas que, na verdade, me conscientizou ser a minha própria identidade que pedia para ser guardada comigo...”

De repente, Sinfrônio abriu, para que eu visse, o que ele carregava dentro daquele alforje: Meu Deus! Estava ali, e não sei como cabia,  a subjetividade criadora e lírica de Camões – discurso pessoal – egocentrismo lírico – expressão explícita do eu – fusão do eu com o mundo exterior – identificação do elemento natural com os estados de alma – o amor, a natureza, a saudade, – temáticas de influência clássica, renascentista: o amor platônico, a saudade, o destino, a suprema beleza, a mudança, do desconcerto do mundo – as profecias do Bandarra, de Garret – Amor de Perdição, de Camillo – e os Cantos de Gonçalves Dias. Afinal de contas, tudo que existe nas Líricas do grande vate lusitano, e mais alguma coisa...

E pensei com rapidez: A Providência foi-lhe misericordiosa, e a Virgem lhe foi boa... Limitou-se ele a não contrariá-las quando declaravam suas intenções; simplesmente obedeceu; foi ele conduzido pelas chamadas “vias extraordinárias”; se alguém pode ter certeza do nada que seria sem a ajuda de Deus, esse alguém era ele, o afortunado Sinfrônio... Quanta emoção! Mas quem era ele?

Sinfrônio, depois de mostrar-me aquelas preciosidades contidas em seu alforje, me disse: “Você não acha que tudo isso, a despencar ribanceira abaixo, faz sentido com aqueles textos de Martin Essli, em seu ‘Teatro do Absurdo’? E de maneira similar, à que Albert Camus utilizara, vez que as peças dão articulação artística à filosofia, de que a vida é intrinsecamente sem significado, como ilustrado em ‘O Mito de Sísifo’?”

Confesso que aquela história embaraçosa, mas interessante, na qual eu me tinha entregado como se estivesse a ver uma fita de cinema, apesar de surpreso com as costuras daqueles contrapontos mais que literários, paranormais, talvez! O que estava a se passar? Quem era aquele homem?

Sinfrônio, de súbito, fez-se de silêncio e fechou os olhos, por alguns instantes, transido de emoção; dando-me a oportunidade para perguntar se a história tinha acabado, no que ele, de imediato, me disse: “Há homens que são uns pobres diabos, que se deixam iludir pelo maniqueísmo diabólico, estingados por outros piores e, enfatiotados e iludidos, mas que, no íntimo, são piores e mais tiranos do que Javret, aquele delegado abjeto, criado pelo imaginário de Victor Hugo, para perseguir miseráveis, mas que, na verdade, deveriam ter os miolos estourados pela pistola de Wherter que tanta paz de espírito trouxe para o coração e para os nervos de Goethe. Foi por isso que lhe disse, em vê-lo folhear esse livro, que gostava mais do outro, porque sou eu a própria metamorfose, não de um inseto que se apoderou do delírio de Kafka, mas de um homem que, na verdade, não me cabe; meu nome, Sinfrônio, vem do grego e diz que ‘penso como os outros’, mas isso não é verdade”.

Estava eu ali, desde manhã, envolvido com aquela figura singular. Passou-se o tempo e não pressenti, nada comera pela hora do almoço, e meu amargo tinha ficado na terceira dose, também esquecido, e o entardecer se aproximava...

Sinfrônio levantou-se e se pôs a andar lento por um dos lajedos ajardinados, que, em Brasília, separam os blocos residenciais dos comerciais, a segurar o alforje às costas, sem dar atenção à minha surpresa e ao meu eu-desentendido, bem como aos meus insistentes chamados, ou apelos, na ânsia de compreender alguma coisa, e descobri-lo...E ele, de passos cadenciados, sumia como um anjo torto à procura de um gueto, naquela virada da tarde pela Avenida L2-Sul...

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Ilustração: Foto que mais se assemelhou com o personagem, tirada do Google.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que institui a Política de Inovação Educação Conectada (Piec). A norma, publicada no Diário Oficial da União de hoje (2), visa difundir a universalização do acesso à internet em alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais na educação básica.

Entre outros pontos, segundo o texto, são princípios da Política de Inovação Educação Conectada a equidade das condições entre as escolas públicas da educação básica para uso pedagógico da tecnologia e a promoção do acesso à inovação e à tecnologia em escolas situadas em regiões de maior vulnerabilidade socioeconômica e de baixo desempenho em indicadores educacionais. 

Também são preconizados o estímulo ao protagonismo do aluno e o incentivo à formação de professores e gestores em práticas pedagógicas com tecnologia e para uso de tecnologia.

O novo texto não suspende ações já vigentes como a lei, de junho de 2021, que prevê a distribuição de modens e tablets para alunos e professores da rede pública.

Vetos

Entre os vetos ao texto, está o que previa o apoio financeiro às escolas e redes de educação básica por meio de repasse de recursos federais. “Embora se reconheça a boa intenção do legislador, a propositura legislativa contraria o interesse público, uma vez que haveria a ampliação de despesas obrigatórias e não foi apresentada a compensação permanente”, ressalta a justificativa do veto.

(Fonte: Agência Brasil)

A partir deste sábado (3), a segunda edição do Esporte na Minha Cidade, iniciativa patrocinada pelo Armazém Paraíba e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, será atração nos fins de semana, em São Luís, com disputas de torneios de futebol 7 nas categorias Sub-10, Sub-12 e Beach Adulto Feminino. Os jogos serão realizados na Arena Olynto, no Olho d’Água, e no Bar Ilha Mar, na Praia do Calhau.

A rodada de abertura contará com disputas das categorias Sub-10 e Sub-12 no sábado pela manhã. A partir das 7h45, a bola começa a rolar para os primeiros oito jogos dos torneios. A Arena Olynto será o palco das partidas.

A programação será iniciada com Craques da Veneza x Afasca e Projeto Paredão x Slacc/GPV. Na sequência, às 8h30, tem Escolinha Transformar x C.T.F.C. e Futuro do São Francisco x Alemanha. Os quatro jogos serão pelo Sub-10.

A partir das 9h, é a vez da garotada do Sub-12 entrar em campo: R13 x Craque na Escola, P10 x Palmeirão, Cefama/M11 x Centro Esportivo Dario e Escolinha Bom de Bola x Campinas.

Beach Adulto Feminino

No domingo (4) de manhã, é a vez das mulheres estrearem no Esporte na Minha Cidade. As disputas do Fut7 Beach Adulto Feminino serão realizadas nas quadras montadas nas proximidades do Bar Ilha Mar, na Praia do Calhau. Os jogos ocorrem a partir das 8h. A rodada de abertura contará com Juventude Maranhense x Brutos/Magnólia, Moto Club x Ponte Preta, Instituto José Carlos x Roma e AFC x Espias.

Esporte na Minha Cidade

Para esta segunda edição, houve um aumento na quantidade de equipes participantes: de 20 para 32. Isso significa que o Esporte na Minha Cidade vai beneficiar mais de 400 atletas.

As disputas do fut7 beach feminino, por exemplo, contarão com a participação de 16 times: AFC, Tutela, CT Sports, Ponte Preta, Moto Club, Academia Futebol Arte, Viana, Espias, Roma, Brutos/Magnólia, Aurora, Juventude Maranhense, Instituto José Carlos, RAF 07, Palmeirinha e Cruzeiro São Luís.

O Esporte na Minha Cidade também irá beneficiar a garotada das categorias de base. No Sub-10, estão confirmados os seguintes times: CTFC, Futuro do São Francisco, Craques da Veneza, Slacc/GPV, Afasca, Alemanha School Futsal, Escolinha Transformar e Projeto Paredão. Já as disputas do Sub-12 terão a participação do Campinas FC, R13, Palmeirão, Centro Esportivo Dario, Escolinha Bom de Bola, Instituto Craque na Escola, P10 e Cefama/M11.

Todas as 32 participantes desta edição receberam um kit esportivo com uniforme completo: camisa, calção e meião, este último item somente para os times Sub-10 e Sub-12. Os kits foram entregues no último fim de semana durante o lançamento do torneio de 2021.

Todas as informações sobre o Esporte na Minha Cidade e a programação completa de jogos estarão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@esportenaminhacidade).

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS

Sábado (3/7) // Arena Olynto (Campo 1)

7h45 – Craques da Veneza x Afasca (Sub-10)

8h30 – Escolinha Transformar X C.T.F.C (Sub-10)

9h – R13 x Craque na Escola (Sub-12)

9h30 – Cefama/M11 x Centro Esportivo Dario (Sub-12)

Sábado (3/7) // Arena Olynto (Campo 2)

7h45 – Projeto Paredão x Slacc/GPV (Sub-10)

8h30 – Futuro do São Francisco x Alemanha (Sub-10)

9h – P10 x Palmeirão (Sub-12)

9h30 – Escolinha Bom de Bola x Campinas (Sub-12)

Domingo (4/7) // Bar Ilha Mar (Campo 1)

8h – Juventude Maranhense x Brutos/Magnólia (Beach Feminino)

9h – Instituto José Carlos x Roma (Beach Feminino)

Domingo (4/7) // Bar Ilha Mar (Campo 2)

8h – Moto Club x Ponte Preta (Beach Feminino)

9h – AFC x Espias (Beach Feminino)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

As disputas da categoria Sub-16 Masculino do Campeonato Maranhense de Futsal – edição 2020, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma), entram em sua reta decisiva. Apenas oito times seguem com chances de título e, nesta sexta-feira (2), serão realizadas as partidas de quartas de final do torneio estadual a partir das 19h. Os jogos que definirão os semifinalistas da competição serão realizados nos ginásios Sabará (Cohab) e da Apcef (Calhau).

A rodada terá início no Ginásio do Sabará, no Bairro da Cohab. Às 19h, a bola rola para Instituto Iziane Castro x João Ribeiro Milênio (Codó). Na sequência, às 20h, tem CAD Escola Modelo (Codó) x Independente Juniors (Barreirinhas).

Mais tarde, às 20h45, estão marcadas as outras duas partidas das quartas de final do Maranhense Sub-16 de Futsal Masculino. O CAD Projeto Alvorada (Imperatriz) enfrenta o Ippon Cruzeiro e, logo em seguida, o Balsas Futsal encara o CAD Juventude do Coroado.

Os vencedores das partidas desta sexta-feira à noite se classificam para as semifinais, previstas para ocorrerem no sábado à tarde. A final da categoria Sub-16 Masculino do Campeonato Maranhense de Futsal – edição 2020 está marcada para ocorrer no domingo (4), às 11h, no Ginásio Costa Rodrigues.

Outros jogos

Além das disputas do Sub-16 Masculino, neste fim de semana também haverá jogos de outras categorias: Sub-10, Sub-12, Sub-14 e Sub-19. A programação completa de jogos está disponível nas redes sociais da Fefusma (@fefusma).

Vale destacar que o Campeonato Maranhense de Futsal – edição 2020 estava previsto para ocorrer no segundo semestre do ano passado. No entanto, não pôde ser realizado na época devido às restrições ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS

SEXTA-FEIRA (2.7) / Ginásio Sabará

19h – Iziane Castro x João Ribeiro Milênio (QF Sub-16)

20h – CAD Escola Modelo x Independente Juniors (QF Sub-16)

SEXTA-FEIRA (2.7) / Ginásio da Apcef

20h45 – CAD Projeto Alvorada x Ippon Cruzeiro (QF Sub-16)

21h45 – Balsas Futsal x CAD Juventude do Coroado (QF Sub-16)

SÁBADO (3.7) / Ginásio Costa Rodrigues

8h – Jeito Moleque x CT Sports (Sub-14)

9h10 – Bola de Ouro x Associação Palmeirinha (Sub-14)

10h – Nova Era x RAF 07 (Sub-10)

10h50 – C.D. Elite Maranhense x Túnel F.C. (Sub-10)

11h40 – Escola de Futebol Elite  Meninos de Ouro/AABB (Sub-10)

12h30 – R13 Sports x Estrelinha Bom de Bola (Sub-10)

13h20 – Juventus Academy x School de Futsal da Alemanha (Sub-10)

14h10 – Projeto Paredão x Ippon Cruzeiro (Sub-10)

15h – Estrelinha Bom de Bola x Juventus Academy Feminino (Sub-12)

15h50 – Juventus Academy x Afasca (Sub-12)

16h40 – RAF 07 x Juventude Fluminense A (Sub-12)

17h30 – SEMIFINAL 1 SUB-16

18h30 – SEMIFINAL 2 SUB-16

DOMINGO (4.7) / Ginásio Costa Rodrigues

8h – School de Futsal da Alemanha x Projeto Paredão (Sub-10)

9h10 – Juventude Fluminense B x Associação Magnólia Cruzeiro (Sub-10)

10h – Juventude Fluminense A x Associação Palmeirinha (Sub-10)

11h – FINAL SUB-16

12h – RAF 07 x R13 Sports (Sub-10)

12h50 – RAF 07 x Nova Era (Sub-12)

13h40 – Associação Palmeirinha B x R13 Sports (Sub-12)

14h30 – Juventus Academy Feminino x Afasca (Sub-12)

15h20 – Juventude Fluminense A x Associação Palmeirinha A (Sub-12)

16h10 – Juventus Academy x Estrelinha Bom de Bola (Sub-12)

17h – CT Sports x Juventude Fluminense B (Sub-12)

DOMINGO (4.7) / Ginásio da Apcef

12h45 – Imperial F.C. x Ecef UFMA (Sub-19)

14h15 – Atlético Operária Futsal x Campinense Futebol Clube (Sub-19)

15h30 – Associação Magnólia x Real MV Maiobão (Sub-19)

16h30 – Balsas Futsal x Liverpool (Sub-19)

SEGUNDA-FEIRA (5.7) / Ginásio Costa Rodrigues

19h15 – RAF 07 x Instituto Futebol P4 (Sub-10)

20h15 – Aurora Futsal x Juventus Academy Feminino (Sub-12)

21h – Real MV Maiobão x Juventus Academy (Sub-14)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Ministério da Educação (MEC) lançou, hoje (30), o Sistema On-line de Recursos para a Alfabetização, apelidado de Sora. A plataforma foi desenvolvida para apoiar professores e trabalhadores da educação no planejamento e execução de atividades de ensino para alunos que estão aprendendo a ler e a escrever.

O sistema traz estratégias de ensino ou como o conteúdo pode ser ensinado. Elenca, também, propostas de atividades a serem aplicadas em salas de aula, ferramentas que são utilizadas na consolidação da apreensão dos conteúdos.

A plataforma vai disponibilizar recursos adicionais diversos que auxiliam os professores. Podem ser acessadas, por exemplo, imagens que ajudam a fixar as letras do alfabeto. Será incluído, também, um módulo com sugestões de avaliações para verificar a aprendizagem do conteúdo.

Para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o sistema pode qualificar a alfabetização no país. “O Sora representa democratização de ganhos de qualidade, eficácia e agilidade para professores da alfabetização” disse, em evento on-line de lançamento da iniciativa.

Formação continuada

O MEC lançou, também, uma formação continuada para gestores da educação. Ela é focada nos gestores escolares, em especial os diretores de escolas. O curso foi elaborado em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

São seis cursos diferentes, de 12 horas cada um, que asseguram uma certificação. Os cursos trazem conteúdos sobre gestão organizacional, de pessoas, de recursos, de bens e serviços, da informação e pedagógica.

 A abordagem é voltada a aspectos práticos da gestão escolar. O ministério pretende realizar seminários na web sobre os temas dos cursos.

(Fonte: Agência Brasil)

O percentual de famílias brasileiras que considera muito importante manter as escolas fechadas como forma de prevenir a covid-19 caiu em um ano, de acordo com estudo divulgado hoje (30). No início da pandemia, em julho de 2020, 82% dos brasileiros afirmavam que era muito importante manter as escolas fechadas. Em novembro, essa porcentagem caiu para 71%. Agora, em maio de 2021, são 59%.

Os dados são da terceira etapa da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, realizada pelo Ipec - Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

A pesquisa mostra que, após mais de um ano de pandemia, as escolas começaram a retomar as atividades presenciais. Ao todo, 41% das pessoas que residem com crianças ou adolescentes disseram que as escolas voltaram a oferecer essas atividades. 

O estudo revela, também, que 93% das escolas mantiveram atividades remotas, mesmo que tenham voltado às salas de aula. Essa modalidade ainda apresenta várias dificuldades, apesar dos esforços para ampliar o acesso. Segundo a pesquisa, os principais canais de acesso dos estudantes às atividades são o WhatsApp (71%) e a distribuição de material impresso (69%). A falta de acesso à internet (35%) e a falta de equipamento adequado (31%) estão entre as principais dificuldades para realizar atividades escolares remotas, sobretudo entre as famílias mais pobres.

Retomada segura

Para a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, a retomada das aulas presenciais é importante, mas ela deve ser feita de forma segura. “É fundamental um diálogo para cada escola, em cada município, cada Estado e nos diversos níveis. Que aconteça esse diálogo entre a comunidade escolar, ou seja, todos os adultos que trabalham na escola, os professores, as famílias, as crianças, para definir o protocolo que é mais adequado naquele momento, naquela situação”, diz. 

Segundo Florence, a escola é um espaço importante para garantir não apenas o aprendizado, mas também a socialização e até mesmo a segurança alimentar das crianças e adolescentes do país, sobretudo aqueles em situação de vulnerabilidade. “O importante é que esse diálogo aconteça o quanto antes e que as escolas possam reabrir, mesmo se for com atividade presencial limitada no começo. Mas, é importante reafirmar e restabelecer a escola como espaço de referência para crianças e adolescentes”, defende. 

A pesquisa mostra ainda que as medidas individuais de prevenção à pandemia se mantiveram em alta. Entre os entrevistados, 81% afirmam que quarentena e isolamento social são medidas muito importantes para conter a covid-19. Em julho de 2020, eram 84% e em novembro, 81%. Além disso, 94% reforçam a importância do uso de máscaras, percentual que aumentou em relação a novembro, 91%.

Impactos

Mais da metade, 56% dos entrevistados, diz que a renda familiar diminuiu desde o início da pandemia, o que representa 89 milhões de brasileiros. As classes D e E foram as mais afetadas. Cerca de 40% dessa parcela da população teve uma redução da renda em mais da metade. Na classe A essa redução ocorreu para 12%. Entre os motivos, está a perda de emprego. No total, 18% disseram que estavam trabalhando antes e mesmo durante a pandemia e agora não estão mais.

A alimentação também foi impactada. A pesquisa mostra que, desde o início da pandemia, 17% dos entrevistados, o que equivale a 27 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, declaram que alguém no domicílio deixou de comer porque não havia dinheiro para comprar mais comida. Nas classes D e E, esse percentual chegou a 33%. 

A fome chegou também a crianças e adolescentes: 13% disseram que crianças e adolescentes que moram com eles deixaram de comer por falta de dinheiro. Nas classes D e E, esse percentual foi também 33%. Entre aqueles matriculados em escolas públicas, metade afirmou que recebeu alimentação da escola durante o período de fechamento por causa da pandemia. 

Diante desse cenário, 56% dos entrevistados disseram que o adolescente com quem moram apresentou algum sintoma relacionado a transtornos mentais durante a pandemia. Entre eles, 29% disseram que os jovens apresentam mudanças repentinas de humor e irritabilidade; 28% que tiveram alterações no sono como insônia ou excesso de sono. Também 28%, disseram que houve diminuição do interesse em atividades rotineiras. 

Segundo Florence, políticas públicas como o Auxílio Emergencial são importantes para mitigar esses efeitos da pandemia. Além disso, é necessária uma articulação entre diferentes áreas dos governos para que medidas de assistência, saúde e educação cheguem a toda a população.

Pesquisa

 A terceira etapa da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes fez 1.516 entrevistas, por telefone, entre 10 e 25 de maio de 2021. A primeira e a segunda rodada da pesquisa foram divulgadas em agosto e dezembro de 2020, respectivamente.

(Fonte: Agência Brasil)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) inicia, nesta quarta-feira (30), as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021.

Os interessados poderão se inscrever na Página do Participante, até 14 de julho. A taxa de inscrição é de R$ 85, e o pagamento deve ser feito por aqueles que não estão isentos, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança).

Os resultados finais das solicitações de isenção foram divulgados pelo Inep no dia 25 de junho e estão disponíveis na Página do Participante.

Os interessados em fazer o Enem 2021 deverão realizar a inscrição no exame, isentos ou não. O Inep preparou um passo a passo para ajudar na inscrição. Para isso, basta acessar a Página do Participante, no endereço eletrônico enem.inep.gov.br.

Provas

As provas do Enem 2021 serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, tanto a versão digital quanto a impressa. As duas versões também terão a mesma estrutura de prova: quatro cadernos de questões e a redação.

Cada prova terá 45 questões de múltipla escolha, que, no caso do Enem Digital, serão apresentadas na tela do computador. Já a redação será realizada em formato impresso, nos mesmos moldes de aplicação e correção da versão em papel. Os participantes receberão folhas de rascunho nos dois dias.

No primeiro dia, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, e ciências humanas e suas tecnologias, além da redação. A aplicação regular terá cinco horas e 30 minutos de duração.

No segundo dia, as provas serão de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias. Nesse caso, a aplicação regular terá cinco horas de duração.

(Fonte: Agência Brasil)