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Empresas, sociedade civil, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançaram, nesta quarta-feira (28), uma iniciativa chamada Um Milhão de Oportunidades. O foco reúne adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, em especial os que estão em situação de vulnerabilidade – como negros e pardos, indígenas, moradores de periferias urbanas e áreas rurais e pessoas com deficiência.

A meta, segundo os idealizadores, é criar, nos próximos dois anos, um milhão de oportunidades em quatro pilares: acesso à educação de qualidade; inclusão digital e conectividade; fomento ao empreendedorismo e protagonismo de adolescentes e jovens; e acesso ao mundo do trabalho em oportunidades de estágio, aprendiz e emprego formal.

Plataforma

Por meio de uma plataforma digital, a iniciativa pretende auxiliar adolescentes e jovens a buscar informações, por regiões, de qualidade sobre oportunidades e formação para o mundo do trabalho.

Todas as oportunidades poderão ser acessadas no “site” e no aplicativo, que terão um monitoramento sobre o preenchimento efetivo de cada oportunidade pelas empresas participantes por meio de um acordo de adesão.

“ Devemos cuidar, incentivar e apoiar o ensino de todos os jovens, principalmente os que se encontram em situação de vulnerabilidade, pois neles creditamos a esperança de um Brasil mais justo e igualitário. Temos que trabalhar para garantir mais oportunidades para todos”, disse Juliana Azevedo, executiva da P&G Brasil.

Adolescentes e jovens

Com uma população de 48 milhões de pessoas entre 10 e 24 anos, o Brasil tem hoje a maior geração de adolescentes e jovens de sua história, segundo o Unicef. Um dado preocupante é que um em cada quatro adolescentes e jovens não estuda, nem trabalha. O ensino médio é a etapa com maiores índices de evasão escolar. Em 2018, mais de 458 mil adolescentes deixaram a escola.

“Diante da pandemia da covid-19, esses números podem aumentar ainda mais. É essencial investir agora nos adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, criando oportunidades para que se mantenham aprendendo e consigam ingressar no mundo de trabalho. Só assim será possível quebrar o ciclo de pobreza que afeta tantas famílias”, explicou Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.

Ainda na avaliação dos especialistas, a velocidade dos avanços tecnológicos pode aumentar ainda mais as desigualdades no Brasil, excluindo adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade e sem formação profissional.

“Um dos efeitos da crise é que o futuro do trabalho está chegando com uma rapidez maior do que antecipado. Isso oferece riscos e oportunidades para a inserção no mercado de trabalho formal de jovens que estão se formando e começando a trajetória profissional, em especial para aqueles em situação de vulnerabilidade. Como a procura das empresas por novas competências e qualificações vai crescer, é preciso preparar a juventude para esse cenário com ações inovadoras”, disse Martin Hahn, diretor do escritório da OIT no Brasil.

(Fonte: Agência Brasil)

A kitesurfista maranhense do Time Fribal, Socorro Reis, está pronta para mais um desafio. Neste fim de semana, a atleta estará em Santa Catarina, para a disputa do Floripa Foil Festival, competição que ocorrerá na Praia de Canajurê, a partir deste sábado (31). Considerada uma das principais kitesurfistas do país, a maranhense, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, chega à capital catarinense com boas chances de conquistar mais um troféu para sua carreira.

Realizado pelo Jurerê Vela Clube, em parceria com a Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a Federação Náutica Catarinense, a IQFoil Brasil e a Associação Brasileira de Kitesurf, o Floripa Foil Festival tem grande importância na preparação dos atletas para a disputa do Campeonato Brasileiro e da etapa do Campeonato Mundial (Hydrofoil Pro Tour), dois eventos que serão realizados, simultaneamente, a partir do dia 3 de novembro, em Itajaí (SC).

“O Floripa Foil Festival é um campeonato local, mas que vai reunir atletas do Brasil inteiro. Esse é um evento importante porque vai servir de treino para o Campeonato Brasileiro, que será realizado entre os dias 3 e 6 de novembro, em Itajaí (SC). E, junto com o Brasileiro, vai ocorrer uma etapa do Mundial (Hydrofoil Pro Tour), que contará com atletas do mundo todo”, explicou a maranhense do Time Fribal.

Vivendo grande fase na carreira, Socorro Reis é um dos nomes mais importantes da modalidade no país. No fim de agosto, ela brilhou na disputa da Fórmula Kite Ceará, competição realizada na Praia de Iracema. Na categoria feminina, a maranhense não deu chances às adversárias e ficou com o primeiro lugar. Já na classificação geral, que contabiliza resultados de homens e mulheres, a kitsurfista do Time Fribal terminou na terceira posição.

Vale destacar que a atleta do Maranhão é a atual tricampeã brasileira de hydrofoil e, na semana que vem, entrará no mar em busca do tetracampeonato. Além disso, Socorro Reis venceu o Campeonato Centro e Sul-Americano do ano passado e representou o Brasil nos Jogos Mundiais de Praia.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

– O babaçu é o boi das matas. O boi é o babaçu dos pastos

“A ÁGUA DESTE LIVRO É BOA; É DA MELHOR. ENTRETANTO, PARA BEBÊ-LA, NÃO BASTA TER SEDE”.

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A Botânica até pode nos dizer que poesia não é árvore. Mas tem raiz. Tem origem. Filiação. “Pedigree”.

O melhor da interpretação, da declamação, da poesia e Cultura regional foi visto, ouvido e aplaudido em uma noite, há cerca de três anos, no Teatro Ferreira Gullar. Era Lília Diniz, atriz, poeta, artista, da Academia Imperatrizense de Letras, mulher que prende por sua Arte e empreende em toda parte.

Lília é a ponte entre a capital do país e seu interiorzão. Vive em Brasília e revive e convive em Imperatriz e região.

Além dos muitos conteúdos que traz, Lília traz Cora Coralina dentro de si. E a bota para fora, em poesia, canto e encanto – no espetáculo. “Cora Dentro de Mim”, que Lilia interpreta, declama, produz e o levou para diversos Estados brasileiros.

Em uma dessas apresentações, durante um daqueles lapsos de 15 segundos, Lília Diniz convidou-me – com carinho e dengo, do jeito que só ela sabe convidar – para fazer o texto de apresentação da nova edição de seu livro “Miolo de Pote”, cujo lançamento aconteceu naqueles dias e noites de bom gosto, Arte e Cultura.

Sobre Lilia, escrevi:

Varinha de marmelo, de condão,
faça essa mistura em um caldeirão:

um pouco daquela (e)terna menina
(o nome dela: Cora Coralina);

o canto de um pássaro de fé
– cante lá, Patativa do Assaré –;

mais Catulo da Paixão Cearense
(apesar do nome, é maranhense)

– dessa química ou mágica feliz,
distinto público: Lília Diniz!

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Reproduzo a apresentação que vai no livro.

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APRESENTAÇÃO

O babaçu é o boi das matas. Dele, sabe-se, nada se perde. Artesanato, alimento, combustível, medicamento. E mais: entre os muitos aproveitamentos e utilidades do babaçu também está a celulose, o papel. Vale dizer, assim, que de babaçu também se faz um livro. Este, por exemplo.

E se do boi – o babaçu dos pastos – o cantor nordestino Ednardo aproveitou até o berro, Lília Diniz empresta voz à mudez do fruto e movimento à imobilidade da palmeira. Voz e movimento, denúncia e sentimento pendem aqui em cachos de letras.

É com muita razão e sensibilidade que a escritora, “bicho do mato”, traz o babaçu para as primeiras páginas desta obra. Lília, cabocla, sabe das brenhas onde se embrenha, dos matos das matas que se desmata. É íntima das palmeiras e das conversas delas com o vento, quando farfalham e gargalham. Lília sabe da essência do babaçu, do âmago das amêndoas. É um gongo que fala – sobretudo, alerta.

O líquido batismal de Lília deve ter sido azeite, que lhe marcou a fronte e a vida – vida povoada de sonoridades, cheiros, sabores e histórias que vêm a partir dos palmeirais, dos cocos que se desprendem, das mãos que os (a)colhem.

Mas uma vida rica de vivências, sofrências, persistências, ardências, consciência e coerência até pode ter um batismo de babaçu... porém há outras plantas e plantações na selva da existência. Daí “MIOLO DE POTE DA CACIMBA DE BEBER” ir além das lembranças e essências da terra e das palmeiras. Lília sabe que há outros “elementos”, como dizem as xilogravuras que anunciam cada uma das quatro “partes” do livro: “Terra”, “Fogo”, “Água” e “Ar”, as quatro substâncias que sábios pré-socráticos diziam formar tudo e que, neste livro, compõem um quadrifólio poético – quatro pétalas, mesma flor.

Se “Terra” é “essência”, que identifica, e “estrume”, que fertiliza, “Fogo” é luz e calor, energia e amor, que ilumina desejos e paixões e incendeia corpos e corações: é a mulher ardente em brasa, “acesa” em casa, “com tanto desejo a queimar”... até que, ao final, “as verrugas do tempo” tragam um certo “enfado” e uma (in)certa esperança de rever o ser objeto de tanto sentimento, tanta chama e incandescência.

“Água” é a parte líquida e certa deste “miolo de pote”. Dela, dos últimos versos do poema “Alimento”, a autora tirou, com concha de comprido cabo, o título do livro. Neste segmento, a água soletra um “abc”, pois está presente, real e metaforicamente, na cheia dos açudes, no molhado dos beijos e no chocalho cuja água as faladeiras parece que tomaram. Águas e mais águas que lembram as lavadeiras, rios e ribanceiras, poços e pororocas, mares e amares – águas onde corpos são lavados, roupas enxaguadas, sonhos banhados e sentimentos, quarados.

Em “Ar”, quarta e última parte, Lília Diniz, com a autoridade natural de quem é dona e maior conhecedora de si mesma, traceja traços (auto)biográficos desde a nascença, pois que ela, deverbal, é sujeita derivada de “alicezear”, verbo formado pela união da cearense Alice com o carpinteiro Zé, dos quais é filha.

Sem necessidade de esclarecimentos sobre manhas e artimanhas, mumunhas e mungangos de exercícios poéticos, somos levados a, sem reparos, reparar no poema “Buchuda” a solução visual com que a autora tratou a disposição dos versos, uma mulher grávida. Este recurso formal, de ascendência concretista, foi inicialmente utilizado na parte primeira do livro, em “Tanta terra”, onde os conceitos intelectuais são visualizados nas palavras postas em cruz.

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O “miolo” deste livro não é do pote. É da poeta. Verdadeira e visceral como é, Lília, em linhas, sublinhas e entrelinhas, revela muito de amor e dor. Muito de dignidade e indignações. Muito de talento e Arte. Muito de sua Vida.

A água deste livro é boa; é da melhor.

Entretanto, para bebê-la, não basta ter sede.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
1 – O livro "Miolo de Pote", já em 5ª edição, em sua caixa-embalagem artesanal;
2 – O cartaz do espetáculo de Lília Diniz em Imperatriz;
3 e 4 – A artista Jô Santos Maria, Edmilson Sanches, a aniversariante Lília Diniz e o multi-instrumentista, produtor musical e ativista cultural Chiquinho França.

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Não posso negar: de todos os viventes que tiveram contato com meus livros, os cupins foram os que mais gostaram deles...

Gostaram tanto que os comeram.

Não queira ter uma experiência com esses bichinhos – você sempre sairá perdendo...

Não é sem razão que, quando foram dar a eles um nome, os índios tupis-guaranis buscaram uma palavra ou expressão de sua fala que lembrasse o resultado da ação daninha do inseto. Assim, esse serzinho foi chamado de “cupim”, pois o tupi-guarani “kupi’i” significa “aquilo que é roçado”. E, aqui, “roçar” tem nada a ver com dar uma esfregada de leve..., uma passada de mão boba..., uma fricçãozinha numa encoxada e coisa e tal.

Esse “roçado” tem a ver com o significado mais antigo do verbo “roçar”, que é “cortar”, “corroer”, “desgastar”, originado do sentido mais ancestral do termo: “limpar um campo de matos e ervas”, do latim vulgar “ruptiare”, com visível descendência do verbo (no passado) “ruptus”, por sua vez provindo do verbo “rumpere”, que significa “romper”.

Os latinos deram-lhe o nome de “térmitas” ou “térmites”, proveniente de “termes”, “termitis”, conexo com o grego “téredon” ou “téredonos” -- em todos os casos com o significado de “verme que rói a madeira”.

Só os termos e sentidos das palavras nos quatro idiomas (tupi-guarani, latim, grego e português) já provoca calafrios a quem tenha como vizinhos ou hóspedes esses mocinhos.

Como disse no início, tive uma devastadora experiência com essa turminha de insetos. Em uma das casas em que residi, depois que retornei de Brasília, havia – e só fui saber após desastre – as pequenas galerias ou microtúneis subterrâneos por onde transitavam e a partir de onde os cupins detectavam a presença de comida, na superfície. Ardilosos, astutos, manhosos, os cupins comem só até determinado ponto, deixando uma “parede” externa, que dá a ilusão (ao proprietário) de que está tudo bem... Na verdade, os cupins fazem isso por autopreservação: eles não resistem à luz solar.

Cupins podem passar anos e anos dentro da madeira de móveis e estruturas de imóveis. Eles me lembram os “sleepers”, pessoas que permanecem dentro de uma sociedade por anos para, no momento certo, atacarem.

Concorrentes das traças, cupins também gostam, e muito, de livros – na verdade, da celulose que neles há. Assim, onde tem celulose tem – ou pode vir a ter – chance de aparecer cupim.

Mas se engana quem acha que cupins só comem “coisas” de madeira e de celulose em geral. Praticamente omnívoros, eles roçam, capinam, fazem o pente-fino: madeira (assoalhos, esquadrias, forros, madeiramentos, móveis, parquetes e outros artefatos de madeira), gesso (que recebe reforço com fibras de celulose; gesso acartonado, “drywall”), livros e outros itens de celulose (papel, cartão, papelão...), os discos de vinil e o vinil de outros objetos, cereais (arroz, milho, feijão...) e até culturas agrícolas e florestas implantadas.

Os cupins fazem moradia, se precisar, em couro e em tecidos, concreto e alvenaria, fundações e “radier”, paredes e lajes, cabos de eletricidade e de telefone, alumínio, chumbo e plástico... E tudo isso, se não comerem, eles estragam, corroem, destroem... Passam o rodo em quase tudo.

Há registros de até ferro e aço serem pacientemente corroídos pelos cupins, se esses elementos estiverem interpondo-se entre aqueles insetos e a comida que eles detectaram.

São quase três mil espécies de cupins; no Brasil, estão perto de trezentas delas. Em uma colônia, são mais ou menos um milhão de cupins. São postos de dois mil a três mil ovos... por dia.

Indígenas da Amazônia comem cupins, assados ou cozidos e ainda os usam como condimento, pois teriam gosto de sal. Como os grupamentos humanos não índios não adotam esse saudável hábito, os bichinhos vão prosperando em nossas comunidades, urbanas, suburbanas e rurais. Além de fazerem o mal para nós, esses bichinhos ainda nos fazem inveja:

a) para começar, têm a propriedade da neotenia, isto é, ao se tornarem adultos, retêm suas características de jovens;

b) estão no topo da chamada eussocialidade, ou seja, o mais alto grau de organização social complexa dos animais, comparados às formigas e às abelhas; portanto, têm seu reino, são praticamente majestades...;

c) podem desenvolver a capacidade de voar (tanto que tem o termo “asa” em grego no nome científico: “isóptero”, do grego “iso-”, ‘igual, e “-ptero”, ‘asa’. Ou seja: que tem asas iguais);

d) e, só para finalizar, desde novinhos têm órgãos sexuais e reprodutores de adultos bem formados, prontos para “atuarem”...

Com algo de xenófobo, pelas redes sociais veem-se mensagens do tipo “C” de “coronavírus”, “C” de “covid”, “C” de “China”... Imagine se soubessem de onde vêm os cupins – da Ásia...

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Todo tempo é tempo de cupim. Se o os dias são de chuva ou se faz calor gostoso, ele diz: “Está pra mim”, pois todo tempo é tempo de cupim...

Nesta toada, se gostassem dos clássicos, os cupins adorariam Vivaldi e “As Quatro Estações”...

* EDMILSON SANCHES

A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou nesta segunda-feira (26), em seu portal, o projeto Novas Palavras, que oferece ao público curiosidades sobre palavras e termos da língua portuguesa, revelando seus significados, derivações e categorias gramaticais.

“O projeto consiste no aprofundamento do que vem sendo produzido pelo setor de lexicografia e lexicologia, o cuidado com as palavras, e na divulgação do trabalho”, disse à Agência Brasil o presidente da ABL, Marco Lucchesi. Segundo o professor, a academia tem um setor importante, dirigido pelo acadêmico Evanildo Bechara, que tem, entre suas atribuições, o arcabouço ortográfico da língua portuguesa, com base nas instruções de Bechara a um corpo seleto de filólogos.

Lucchesi informou que, agora, a ABL teve a ideia de dar maior visibilidade a essas novas palavras por meio de seu “site”, que se tornou, com a pandemia do novo coronavírus, “uma grande janela de sociabilidade e de comunicação, enquanto não se encontram meios de conter e mitigar a pandemia”.

Antena sensível

Palavras como “covid”, que não faziam parte do vocabulário do brasileiro antes da pandemia, estarão explicadas no projeto. De acordo com Lucchesi, o que se pretende é manter uma espécie de antena sensível, que capte alguma relevância específica, porque são palavras novas que, não necessariamente, foram criadas do nada e estavam ou pertenciam a alguma família, situação ou franja semântica.

“A academia vai trazer à tona um pouco da história dessas palavras e dar um determinado contorno e precisão para os meios de comunicação, as escolas que se interessem, sobre a melhor forma de se pronunciar aquela palavra e significação de que a palavra é portadora”, afirmou Lucchesi.

Ele disse que isso se aplica também a palavras que ganharam um novo sentido e lembrou que a vida das palavras é marcada por um sentimento de tempo, que é a diacronia, e um sentimento de permanência, que é a sincronia. “Mas, na verdade, tudo tem o seu movimento. Às vezes, pequenas diferenças que estão em franjas semânticas ou neologismos, a academia colocará um pouco essa história no site.

A instituição já tem o serviço ABL Responde, que tira dúvidas sobre expressões e questões ortográficas, de modo geral. No momento, a Comissão de Lexicografia e Lexicologia está elaborando o Dicionário Machado de Assis, que deverá ficar pronto em um ano. “A academia está empenhada em cuidar do que os seus estatutos dizem, que é o cultivo da língua e da literatura nacionais”, concluiu Lucchesi.

Acesso

O projeto poderá ser acessado por meio de um “link” próprio, que será definido e alimentado toda semana. Os termos escolhidos são palavras ou expressões que passaram a ter uso corrente na língua portuguesa.

Segundo a assessoria de imprensa da ABL, na página, será possível encontrar informações sobre a categoria gramatical da palavra, as palavras derivadas, definição, abonações, informações complementares e referências bibliográficas. O interessado poderá ainda pesquisar sobre as palavras anteriores disponibilizadas no portal.

(Fonte: Agência Brasil)

Eclipse parcial da Lua

O Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (Sofia, na sigla em inglês) da Nasa, a agência aeroespacial norte-americana, anunciou, nesta segunda-feira (26), a descoberta de água na superfície iluminada da Lua.

Moléculas de H²O foram achadas na cratera Clavius, localizada no hemisfério sul lunar, uma das maiores crateras visíveis do satélite natural. Observações anteriores já haviam mostrado a presença de hidrogênio no local, mas essa é a primeira vez que água é detectada na Lua.

A quantidade de água observada é o equivalente a 354,9 mililitros, um pouco mais da metade de uma garrafinha de água mineral. O líquido está contido em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar.

“Tínhamos indicação de possibilidade da presença de H²O no lado iluminado pelo Sol da Lua”, afirmou Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa, durante o evento de divulgação da descoberta. “Agora, sabemos onde está. Essa descoberta desafia nossa compreensão da superfície lunar e levanta questões intrigantes sobre recursos na exploração do espaço profundo”, concluiu.

Recurso escasso

Apesar da importância da descoberta, a quantidade de água achada em solo lunar serve para confirmar novamente uma afirmação antiga da ciência: a água é um recurso extremamente escasso e raro na natureza. Segundo dados da Nasa, em comparação, o Deserto do Saara tem 100 vezes a quantidade de água detectada em solo lunar.

“A água é um recurso precioso, tanto para propósitos científicos quanto para os nossos exploradores”, disse Jacob Bleacher, chefe de Exploração Científica da Nasa. “Se pudermos usar o recurso na Lua, podemos levar menor quantidade [de água] e mais equipamento para ajudar em novas descobertas científicas”, salientou.

(Fonte: Agência Brasil)

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Na efervescência daquele decênio de luz [lê-se 1960], apareceu o movimento literário Academia Maranhense dos Novos (Amano), composta por Carlos Cunha, Fernando Sá Vale, Américo Azevedo Neto, José Maria Nascimento, Marconi Caldas, Murilo Sarney, Edson Vidigal e Fernando Braga....

Discutíamos nossos projetos editoriais para o futuro, declamávamos poemas nossos e dos outros, a trocar ideias sobre os últimos livros lidos ou ainda em leitura. A exemplo do Cenáculo Graça Aranha fundado pela juventude maranhense de 30, pelo Grupo Ilha e pelo Centro Cultural Gonçalves Dias, já submetidos a um estudo socioliterário pelo nosso ensaísta Rossini Corrêa, em seu fantástico livro “O Modernismo no Maranhão”, São Luís, UFMA, 1982. 108 p.

Nesse meio tempo, acontecia, em São Luís, a “Exposição Eleuteriana”, nome em homenagem ao mecenas português Eleutério da Silva Valério, fundador do Teatro União, depois São Luís e hoje Artur Azevedo. Essa exposição foi uma criação imortal do professor, poeta, historiador e grande animador cultural Carlos Cunha, um movimento sem precedentes na História Literária do Maranhão.

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A seguir... Artigo de José Chagas – “Vá à Exposição”, “Jornal do Dia”, 15/7/67.

Quero hoje pedir aos meus leitores que façam uma visita ao “hall” do Teatro Artur Azevedo, onde foi, anteontem, inaugurada uma exposição de arte e que, sem dúvida nenhuma, constitui um dos fatos mais importantes para nossa vida cultural. Começa por ser algo diferente de tudo quanto já se fez aqui no Maranhão nestes últimos anos. Qualquer coisa que vale a pena ver, não apenas por curiosidade, mas para sentir de perto a verdade clara de que uma nova mentalidade congraça todos os intelectuais da terra, para um movimento digno de situar-se no plano de nossas melhores tradições.

A exposição que já agora tomou o nome de “eleuteriana”, o que, no caso, significa conciliação, harmonia, uma homenagem ao fundador do Teatro União, que hoje se chama Teatro Artur Azevedo. O português Eleutério da Silva Varela é o homenageado. Evocando a figura quase nunca lembrada desse luso empreendedor, e, ao mesmo tempo, o velho nome do teatro que ele fundou, os nossos artistas procuram, assim, buscar, no passado, inspiração e estimulo para as suas manifestações atuais. E por isso, pondo de parte escolas e pontos de vista diferentes, deixando de lado as divergências improdutivas, uniram-se agora, naquele mesmo teatro, velhos e novos, passadistas e modernistas, acadêmicos e não acadêmicos, todos sob o empenho de corporificar o espírito de nossa gente, dando forma definida ao conjunto de nossas atividades tão dispersas antes.

Que ninguém deixe de visitar a exposição onde poetas de todas as escolas, pintores de correntes diversas, escultores em madeira e em gesso, estão ao alcance do povo, que tem, agora, feliz oportunidade de contemplar, de uma só vez, os nossos principais artistas e ter uma ideia bem aproximada do que se está fazendo em São Luis, dentro do setor cultural.

Lá, você terá poesias de Assis Garrido, de Fernando Viana, de Paulo Nascimento Moraes, de Bernardo Coelho de Almeida, de Nascimento Moraes Filho, de Arlete Nogueira da Cruz, de Antônio Almeida, de Nauro Machado, de Jomar Moraes, de José Maria Nascimento, de Carlos Cunha, o idealizador da exposição, de Bandeira Tribuzi, de Jamerson Lemos, de Fernando Braga, de Américo Azevedo Neto e muitos outros entre os quais também estou.

Lá, você verá as esculturas em gesso do garoto Santos Neto, uma revelação, e as esculturas em madeira do nosso já conhecido Luís Carlos Santos, que, desta vez, se apresenta com esplêndidos trabalhos.

Lá, você verá a pintura de Garcês, surpreendentemente evoluída, numa prova de que o moço reafirma o seu talento já demonstrado numa exposição outra realizada neste ano, e também verá a pintura de Virgínia Eftimie, artista romena, que se acha em São Luís, há mais de seis anos, e só agora encontrou ambiente para chegar ao conhecimento de todos nós. Ela está prestigiando, com seu talento, a exposição e é uma descoberta de Maia Ramos, que, desta vez, expõe trabalhos em raízes, diante dos quais você terá ensejo de deleitar-se com verdadeiros achados, autênticas maravilhas de formas a que a sensibilidade do artista soube tão bem dar vida. E, coroando a exposição, você encontrará o talento maior de Antônio Almeida, apresentando, ali, alguns desenhos cuja expressividade artística e verdade estético-formal revelam, mais uma vez, a consciência absoluta do pintor mais seguro que São Luís tem atualmente. Os desenhos são esboço de um painel que Almeida está pintando em um dos nossos bancos.

Todos esses artistas estão à sua espera. Vá. Não custa nada. O teatro está aberto para você até quinta-feira.

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Nesses apontamentos, o poeta Bandeira Tribuzi, em sua Coluna “Assim é, se lhe Parece!”, no “Jornal do Dia”, de 16 de julho de 1967, fala sobre os jovens talentos do Maranhão que expunham seus trabalhos na chamada “Exposição Eleuteriana”. Leia...

Note-se: não estou aqui comentando os artistas consagrados. Note-se: não estou, com isso, querendo dizer que os artistas consagrados não estejam bem representados. Penso, porém, que, quem já está consagrado menos precisa de encômios. E mesmo que iria eu aqui acrescentar a um José Chagas, um Nauro Machado, um Antônio Almeida?

Falo dos “novos” assim entendendo os que, há menos tempo, estão participando da vida intelectual e artística. Maia Ramos, por exemplo, que já se constituíra excelente surpresa na recente mostra coletiva, revelando um mundo de alegre cor em mistura sutil de inocência e malícia, volta agora e sobretudo com suas raízes-esculturas e consegue coisa de grande beleza e vigor.

Os escultores Luís Carlos e Santos Neto expõem trabalhos que merecem observação demorada, sobretudo o primeiro que está aprimorando rapidamente sua capacidade e já chegou a algumas formas bem modernas e puras. São aristas de inquestionável vocação, jovens ainda e com um extraordinário futuro.

Dois poetas, igualmente jovens, comparecem com boa poesia a revelar não apenas sensibilidade aguçada, mas até mesmo bom domínio do artesanato poético: Fernando Braga e Azevedo Neto.

Mas é, sobretudo para o exuberante talento de Antônio Garcez que desejo chamar a atenção. Participou ele, recentemente, da mostra coletiva de pintura e ali misturara, ao lado de exercícios bastante acadêmicos, experiências novas e pessoais que indicavam a abertura para o pintor, de um novo caminho. Chegou a ele já como se vê agora: perspicácia no uso da cor, coragem na modelação das formas, dando a seus trabalhos marcante plasticidade. É, sem dúvida, extraordinária vocação.

Estou certo de que todos estes nomes darão muito que falar no futuro.

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Ainda sobre a “Exposição Eleuteriana”, Paulo Nascimento Moraes, no “Jornal do Dia”, de 23 de julho de 1967, voltava ao assunto. Leia...

Carlos Cunha leva, para o “hall” do Artur Azevedo (fato inédito na vida artística da cidade), uma admirável exposição de arte que honra e dignifica as nossas tradições de cultura e inteligência. O demolidor do histórico milagre teve como pretensão: demolir, por alguns instantes, as igrejinhas e unir os intelectuais e crucificá-los em painéis e paredes da nossa tradicionalíssima casa de espetáculos. E a exposição que já conquistou o nome de eleuteriana, pois ela significa uma homenagem ao fundador do Teatro União, hoje Artur Azevedo, o português Eleutério da Silva Varela, motivo e causa da realização da referida amostra de arte. A exposição marcou um acontecimento importante na vida artística e social da cidade.

E é preciso agora que o povo e que a sociedade prestigie a Exposição com suas presenças, visitando-a, tonando conhecimento da presença dos intelectuais e dos artistas maranhenses que lá estão com seus quadros e com suas produções poéticas. Sim. Isto é preciso. Que o povo vá ao Teatro Artur Azevedo e, lá, encontrará as poesias de José Nascimento Moraes Filho, de Arlete Nogueira da Cruz, de Nauro Machado, de José Maria Nascimento, de Lauro Leite Filho, de Carlos Cunha, de Fernando Braga e de tantos outros. Lá, encontrarão os artistas do pincel, trabalhos admiráveis, todos numa exaltação do que há em nossa terra, da grandeza intelectual, como Antônio Almeida, Ambrósio Amorim, Newton Pavão e tantos... Um grupo de valores mentais no cultivo da inteligência. E, diante de todos, estão ainda Garcês, com uma nova técnica, com uma nova expressão de arte. E, depois, entrará em contato com este fabuloso Maia Ramos, o poeta dos Noturnos, das cores, apresentando outro aspecto de sua capacidade artística, de criar, de produzir belezas. Com Maia Ramos, agora, os seus trabalhos em raízes. Aí, fica mais a descoberto a sensibilidade do artista português. (...) E a exposição foi uma consagração da vida artística de nossa terra.

* Fernando Braga, in “Travessia” [“Memórias de um aprendiz de poeta e outras mentiras”], livro em construção.

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– Enroladas ou desfraldadas, as bandeiras eleitoreiras, mais que mostrar candidatos, revelam a situação dos seres humanos que as carregam e o modo como permanecerão: ENROLADOS pelos políticos e DEFRAUDADOS pela ação deles.

– É o lenhador sendo forçado a fazer as pontas da estaca que o empalará.
É o afiador afiando o machado que o decapitará.
É o cordoeiro fazendo a corda que o enforcará.
São eleitores carentes contribuindo para eleger os que vão mantê-los no estado de carência.

– Um sanduíche de enganações é periodicamente servido aos eleitores.

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Uma história que se repete.

O sol na cidade está de rachar. Sob ele, pedestres caminham apressados e, como mariposas que buscam a luz, as pessoas procuram uma réstia de sombra próximo a paredes e muros de edificações e terrenos.

Estamos em época de campanha eleitoral. Eleições. No meio da paisagem humana, um grupo de mulheres – sobretudo mulheres – e homens mantém-se estático, parado, por força de um emprego sazonal, estacional, bianual, quadrienal, eleitoral: agitadores de bandeira de candidatos.

Mas aqueles homens e mulheres ali, expostos ao sol como carne seca, não são agitadores de bandeiras. No máximo, são portadores de bandeira. Porque a bandeira de material sintético muitas das vezes está sendo utilizada é para encobrir a cabeça. Ainda assim, o estandarte é instrumento sólido e incerto para substituir a ação de um protetor solar certo e líquido.

Quem tem olhos de ver e sentimentos de sentir poderá perceber o que há de triste, trágico e desolador naquelas pessoas expostas ao sol: mais do que uma bandeira, o que está sendo exposto explicitamente ou subliminarmente é uma realidade social, a carência econômica de uma farta porção da população.

A inclemência do clima não faz acordos com a malandragem desse espécime danoso à natureza humana: o político safado, malandro, egoísta e egocentrista, que, malbaratador de desculpas, equilibrista de justificativas, contorcionista de palavras, é desapossado de sensibilidade social verdadeira, profunda, carnal-mental – essa sensibilidade é só recheio retórico, para formar o sanduíche de enganações que periodicamente é servido a eleitores.

As bandeiras são desfraldadas por pessoas que foram defraudadas...

Um dos significados do substantivo "defraudação" é “tirar algo de alguém”. Outro significado: “subterfúgio para enganar”.

Quem tem olhos de enxergar e sentimentos de sentir estenderá a visão do pelotão de porta-bandeiras eleitorais para além das calçadas superensoladas das ruas e avenidas e praças e esquinas da grande cidade.

Com visão de raios-X, sem precisar ser super-herói de histórias em quadrinhos, o que se revela ali, após as camadas de superficialidades, são pessoas vitimizadas pela pouca ação, inação, omissão, enganação e esculhambação dos detentores de mandatos que os próprios portadores de bandeira ajudaram a visibilizar e eleger.

São eleitores carentes contribuindo para eleger os que vão mantê-los no estado de carência.

É o lenhador sendo forçado a fazer as pontas da estaca que o empalará.

É o afiador afiando o machado que o decapitará.

É o cordoeiro fazendo a corda que o enforcará.

Como certa vez, em minha residência, disse, à época, o juiz Márlon Reis, um dos responsáveis pela Lei da Ficha Limpa: candidato cujas bandeiras só são agitadas pelo pagamento de dinheiro e não pelo convencimento das propostas, esse deveria sair da política.

Mas, como se sabe, esses políticos malandros não são, nunca foram e jamais serão altruístas a ponto de fazerem esse benefício à humanidade, humanidade que seria melhor se pudesse ver-se livre deles no exercício do cargo público e na administração da coisa pública.

Como corvos humanos, assumem cores diversas e deixam sua cor original – preta – para a situação social que encontra, que os realimenta e que se negrita ainda mais com a eleição, manutenção, permanência desses malas,... desses malandros...

A miséria que pagam a essas pessoas, prevalecendo-se da falta de condições econômicas e, às vezes, de escolaridade e consciência crítica, é um ato de subjugação dos fracos pelos fortes.

Enroladas ou desfraldadas, as bandeiras eleitoreiras, mais que mostrarem candidatos, revelam a situação dos seres humanos que as carregam e o modo como permanecerão:...

... ENROLADOS pelos políticos...

... e DEFRAUDADOS pela ação deles.

* EDMILSON SANCHES

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Foto meramente ilustrativa (em Santa Catarina, 2018).

Uma mostra de cinema promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) vai exibir 44 filmes de terror brasileiros contemporâneos, a partir desta quarta-feira (28), pela “internet”. A mostra “MacaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo” apresentará ao público longas e curtas realizados por cineastas nacionais nos últimos cinco anos.

Devido à pandemia de covid-19, a mostra será feita de forma “on-line”, até o dia 23, e os filmes serão exibidos gratuitamente na plataforma Darkflix. Além dos filmes, serão realizadas palestras, debates e cursos também virtuais.

Os longas-metragens ficarão disponíveis por 24 horas, com um limite de visualizações (saindo do ar assim que atingir esse limite). Já os curtas ficarão no ar por uma semana.

Entre os longas que serão exibidos na mostra, estão “Morto Não Fala”, de Dennison Ramalho, “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida, “Sem Seu Sangue”, de Alice Furtado (que estreou no Festival de Cannes), “Quando Eu Era Vivo”, de Marco Dutra, “Terminal Praia Grande”, de Mavi Simão, “O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, “Condado Macabro”, de André de Campos Mello e Marcos DeBrito, e “Mal Nosso”, de Samuel Galli.

Os dois últimos longas de Rodrigo Aragão, “O Cemitério das Almas Perdidas” e “A Mata Negra”, também estão na programação da mostra, que ainda contará com debates com o diretor.

“Percebi que as pessoas não conhecem mesmo, quase sempre nunca ouviram falar que existia horror sendo feito no cinema brasileiro contemporâneo. Eles até estão disponíveis em plataformas digitais, em canais a cabo, mas você tem que procurar um a um, assinar esses serviços ou ter o canal disponível na sua TV a cabo. Com essa mostra, disponibilizando ‘on-line’, gratuitamente, a gente acredita que muita gente vai preencher essa lacuna de não poder conhecer o cinema de horror brasileiro”, disse Carlos Primati, que faz a curadoria da mostra com Breno Lira Gomes.

A mostra também homenageará José Mojica Marins, considerado o pai do cinema nacional de horror e criador do personagem Zé do Caixão, que faleceu no início deste ano. Serão exibidos os curtas “Saci”, dirigido por ele, e “Lasanha Assassina”, animação que tem a dublagem de Zé do Caixão.

Veja a programação:
Quarta-feira (28)
18h – “O Hóspede” (curta-metragem)
19h – “Live” com os diretores Ramon Porto Mota e Ian Abé da produtora homenageada Vermelho Profundo
20h – “A Noite Amarela” (Acessível: Legenda descritiva e interpretação em Libras)

29 de outubro, quinta-feira
16h – “Cova Aberta” (curta-metragem)
18h – “O Nó do Diabo” – Episódio 1
20h – “Canto dos Ossos”

Sexta-feira (30)
18h – “O Nó do Diabo” – Episódio 2
19h – “Live” com Mariah Benaglia e Jhésus Tribuzi da produtora Vermelho Profundo
20h – “Os Mortos” (curta-metragem)

Sábado (31)
15h – “O Nó do Diabo” – Episódio 3
16h – Curso com o curador Carlos Primati – Módulo 1
18h – “O Desejo do Morto” (curta-metragem)
19h – Debate: “O Terror e o Cinema Brasileiro”, com a cineasta Gabriela Amaral Almeida, o cineasta Rodrigo Aragão, a crítica de cinema Flávia Guerra. Mediação do curador Carlos Primati.
20h – “A Mata Negra”

Domingo (1º/11)
16h – “O Nó do Diabo” – Episódio 4
18h – “Mais Denso que o Sangue” (curta-metragem)
20h – “Não tão Longe” (curta-metragem)

Segunda-feira (2/11)
16h – “O Nó do Diabo” – Episódio 5
18h – “Sem seu Sangue” (Acessível: Legenda descritiva e interpretação em Libras)
19h – “Live” com o curador Carlos Primati e a diretora de “Sem seu Sangue” Alice Furtado
20h – “As Núpcias de Drácula”

Terça-feira (3/11)
18h – “A Noite Amarela” (Acessível: Legenda descritiva e interpretação em Libras)
20h – “Os Jovens Baumann” (Acessível: Legenda descritiva e interpretação em Libras)

Quarta-feira (4/11)
18h – “Christabel”
19h – “Live” com a pesquisadora Laura Loguercio Cánepa e a diretora homenageada Gabriela Amaral Almeida
20h – “O Animal Cordial”

Quinta-feira (5/11)
18h – “Uma Primavera” (curta-metragem)
20h – “#ninfabebê”

Sexta-feira (6/11)
18h – “Estátua!” (curta-metragem)
19h – “Live” com o curador Breno Lira Gomes e o ator de “Quando eu era vivo” Antônio Fagundes
20h – “Quando eu era Vivo”

Sábado (7/11)
14h – “O Segredo dos Diamantes”
15h – “A Mão que Afaga” (curta-metragem)
16h – Curso com o curador Carlos Primati – Módulo 2
18h – “O Caseiro”
19h – Palestra com a cineasta Gabriela Amaral Almeida com o tema “Escrevendo histórias de terror para o cinema”
20h – “A sombra do pai”

Domingo (8/11)
16h – “O Animal Cordial”
18h – “O Clube dos Canibais”
20h – “Condado macabro”

Segunda-feira (9/11)
18h – “Quando eu era vivo”
19h – “Live” com o curador Carlos Primati e o diretor de “Quando eu era vivo” e montador dos curtas da homenageada, Marco Dutra
20h – “Terminal Praia Grande”

Terça-feira (10/11)
18h – “A sombra do pai”
20h – “Terra e luz”

Quarta-feira (11/11)
18h – “A capital dos mortos 2: Mundo morto”
20h – “Nocturnu” (curta-metragem)
21h30 – “Live” com o crítico Marcelo Miranda e o cineasta homenageado Dennison Ramalho

Quinta-feira (12/11)
16h – “Canto dos ossos”
18h – “Amor só de mãe” (curta-metragem)
20h – “Quando o galo cantar pela terceira vez renegarás tua mãe”

Sexta-feira (13/11)
18h – “O diabo mora aqui”
19h – “Live” com o curador Breno Lira Gomes e a atriz de “Morto não fala” Bianca Comparato
20h – “Morto não fala”

Sábado (14/11)
16h – Curso com o curador Carlos Primati – Módulo 3
18h – “As núpcias de Drácula”
19h – Debate: “A atuação no cinema de terror”, com a atriz Luciana Paes, a crítica de cinema Cecília Barroso. Mediação do curador Breno Lira Gomes
20h – “Christabel”

Domingo (15/11)
16h – “Ninjas” (curta-metragem)
18h – “Condado macabro”
20h – “Mal nosso”

Segunda-feira (16/11)
16h – “A casa de Cecília”
18h – “O caseiro”
19h – “Live” com o curador Breno Lira Gomes e a atriz e produtora de “Através da sombra” Virginia Cavendish
20h – “Através da sombra”

Terça-feira (17/11)
16h – “Morto não fala”
18h – “Terra e luz”
20h – “A capital dos mortos 2: Mundo morto”

Quarta-feira (18/11)
18h – “O clube dos canibais”
20h – “O saci” (curta-metragem)

Quinta-feira (19/11)
16h – “A lasanha assassina” (curta-metragem)
18h – “#ninfabebê”
20h – “Mal nosso”

Sexta-feira (20/11)
18h – “O segredo de Davi” (Acessível: Legenda descritiva)
20h – “Tirarei as medidas do seu caixão” (curta-metragem)

Sábado (21/11)
14h – “O segredo dos diamantes”
16h – Curso com o curador Carlos Primati – Módulo 4
18h – “Os jovens Baumann”
19h – Palestra com a pesquisadora e crítica de cinema Beatriz Saldanha com o tema “Diretoras e o terror”
20h – “A casa de Cecília”

Domingo (22/11)
16h – “Através da sombra”
18h – “Coração das trevas” (“Coffin Joe’s Heart of Darkness” – curta-metragem)
20h – “Quando o galo cantar pela terceira vez renegarás tua mãe”

Segunda-feira (23/11)
18h – “O cemitério das almas perdidas”
19h – “Live” com o curador Carlos Primati e o diretor de “O cemitério das almas perdidas” e “A mata negra”, Rodrigo Aragão
20h – “A mata negra”

(Fonte: Agência Brasil)

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Está o Maranhão submetido a um novo tipo de governo. Governo evoluído. Governo progressista. Governo democrático. Governo povo. Governo independente. Governo político como afirmou José Sarney. E explicou: “e que terá a função de executar uma grande e alta política para mostrar ao Maranhão que a política não é arte de servir a pequenos interesses pessoais ou de grupos, mas a grande arte de promover realizações que, na realidade, o Povo e até mesmo a destinação histórica estão a exigir”.

Muito bem, governador Sarney. Política construtiva. Política de saneamento. Política positiva. Política restauradora. Política de amplitude. Política “destinada a ser um meio de coordenação de forças sociais”. Noutras palavras: política de reformas totais. E o povo não espera outra coisa. O momento não comporta outra orientação. É preciso haver mesmo mudanças profundas. E outro não foi o pensamento do povo na campanha eleitoral. E outro não foi o objetivo da luta do povo: sair do amadorismo, sair da estagnação, sair do aprisionamento duma política de conveniências perniciosas. Com Sarney, está, agora, a execução de um programa de governo altamente evoluído e desenvolvimentista.

E fazendo a proclamação do seu secretariado o governador José Sarney falou: “a nossa função será a de limpar o Maranhão daqueles vinte anos de primarismo político e do atraso, dando ao Povo, a todos, indistintamente, os mesmos direitos e os mesmos deveres para que possamos todos pensar em progresso definitivo e duradouro”. E mais adiante: “Todos os secretários que irão formar a nossa equipe de governo sabem que a nossa função é aquela de limpar o Maranhão daqueles vinte anos de primarismo político e de atraso, dando ao Povo maranhense, a todos, indistintamente, os mesmos deveres para que nós possamos realmente pensar em progresso definitivo e duradouro”. Aí está a reafirmação. Aí está o pensamento firme. A atitude inflexível. Aí está o pensamento duma orientação política administrativa que assegura, para o povo, a execução de um governo austero, um governo equilibrado, um governo sério, um governo “ordem e progresso”.

E veio a identificação do secretariado. Elementos novos na composição político-administrativa do governo oposicionista. Uma “galeria” de títulos e honrarias impressionantes. Gente capacitada. Gente inteligente. Gente sem a marca do protecionismo da política partidária. Gente independente. Gente limpa. Gente que poderá realizar, nos seus setores de trabalho, uma grande administração. Com José Murad, há o exemplo edificante. Com Pedro Neiva, a segurança duma administração séria, a força dum pensamento evoluído. Com Cícero Neiva, há a prudência, há a compreensão, há a atitude independente. Com os demais, há uma sequência de informativos positivos. Há referências destacadas. Há, com cada um, uma documentação fortíssima de capacidade intelectual. E a impressão geral é que Sarney soube escolher os seus auxiliares. E agora é esperar os resultados. É esperar, “corrente cálamo”, o funcionamento da máquina administrativa do novo governo, o governo do povo, o governo saído da luta popular, da luta de libertação da terra privilegiada.

No momento, há a expectativa. No momento, todos na cooperação. Todos com a disposição de ajudar Sarney. De ajudar a recuperação total do Maranhão. Deve mesmo haver, de verdade, a limpeza. Mas tudo feito dentro da ordem sem que haja a rebentação dos revides perigosos. O Maranhão precisa de trabalhos, de realizações. Precisa recuperar, quanto antes, o tempo perdido. E é esta agora a esperança do povo.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 1º de fevereiro de 1966, terça-feira.