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“Um dia eu simplesmente apareci!”. Esta era a frase dita por Arthur Bispo do Rosário a quem perguntava sobre seu nascimento. A data em que ele nasceu é cercada de mistérios: não se sabe se foi em 1909 ou em 1911. Mas foi na cidade de Japaratuba, interior do Sergipe, que ele “apareceu” para seus pais e para a vida.

Em 1936, já vivendo no Rio de Janeiro, Bispo do Rosário sofreu um acidente de trabalho. Dois anos depois, apresentou-se em uma igreja no centro da cidade dizendo que estava ali por ser um enviado de Deus que iria “julgar os vivos e os mortos”. Daquela igreja, foi levado para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde recebeu o diagnóstico de esquizofrenia paranoide e ficou internado pela primeira vez. Entre idas e voltas, Bispo do Rosário permaneceu em casas psiquiátricas durante cerca de 50 anos. Ele morreu na Colônia Juliano Moreira em 1989.

Foi nessa colônia que Bispo concebeu vasta obra artística, usando o material encontrado no local: canecas, pentes, garrafas, calçados, papelão. Durante sua vida, produziu mais de mil peças que só ficaram conhecidas quando uma reportagem para a televisão foi feita em uma clínica de tratamento de problemas mentais, e ele foi apresentado com seu trabalho. Além de miniaturas e justaposição de objetos, Bispo do Rosário encontrou um jeito de fazer arte com bordados que, mais tarde, inspirou artistas como Leonilson, por exemplo.

Seu trabalho único, todo interligado, é uma espécie de inventário para o Juízo Final e será exposto, a partir desta quarta-feira (18), Dia da Luta Antimanicomial, no Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo.

A mostra Bispo do Rosário – Eu vim: Aparição, Impregnação e Impacto é uma parceria com o Museu Arthur Bispo do Rosário – Arte Contemporânea (mBRAC) e tem curadoria de Ricardo Resende e cocuradoria de Diana Kolker, respectivamente, curador e curadora-pedagoga do museu.

Toda a obra de Bispo é relacionada às memórias que ele traz da infância, de seu trabalho na Marinha e na Light, da vida na cidade e da vida no manicômio. “É como se fosse um registro de passagem pela Terra. Ele foi diagnosticado como esquizofrênico e ouvia vozes. Essas vozes o conduziram a criar sua obra. Em uma entrevista, ele diz que as vozes o obrigavam a criar a obra para apresentá-la a Deus no Juízo Final. Este era o objetivo de sua criação: ele juntava, guardava e acondicionava objetos da vida terrena”, disse Ricardo Resende à Agência Brasil.

“A exposição faz uma amostragem dessa obra, do que é possível apresentar, já que parte dela está hoje em condições bastante precárias. Estamos ainda no processo de restauração”, ressaltou Resende. Segundo o curador, as peças foram dispostas no local da exposição sem hierarquia ou distinções. “Não existia isso para Bispo do Rosário. Ele não dava títulos ou datas [para suas obras]”, acrescentou.

Exposição

A exposição, que ocupará três andares da casa cultural, apresentará mais de 400 obras de Bispo do Rosário, além de trabalhos de artistas que se inspiraram nele ou passaram por ateliês de instituições psiquiátricas brasileiras.

As criações de Bispo do Rosário reverberam na produção cultural brasileira até hoje e estão em diálogo com 49 artistas. “Foi um desafio para a curadoria fazer esse diálogo”, disse o coordenador de Artes Visuais do Itaú Cultural, Juliano Ferreira. “Para Bispo, toda sua produção era uma coisa só. Então, a exposição traz essa expografia com o Bispo no centro. Você vai observar, na expografia, que a produção do Bispo é algo central dentro dos pisos”, explicou.

No primeiro andar do Itaú Cultural, a referência será uma cela onde o artista viveu. “Foi uma escolha curatorial e expográfica trazer a ambiência dp lugar em que Bispo viveu a maior parte de sua vida. O visitante entra e pode observar os cobogós [uma espécie de item decorativo que serve para separar ambientes], que é uma analogia direta à estrutura e ao prédio onde Bispo viveu. Eles trocavam bilhetinhos pelos buraquinhos dos cobogós. Era uma forma de ligação com o mundo exterior. A expografia tem essa proposta labiríntica e é proposital para que o visitante tenha um pouco dessa vivência”, disse Ferreira.

“Bispo recebia visitas em sua cela, e é interessante porque os relatos que temos são de que ele conduzia, de alguma maneira, a visita. A gente traz isso aqui: é um conjunto de peças, de objetos, de partes da obra, trabalhos que se sobrepunham um ao outro, e tenta recriar um pouco dessa ambiência”, explicou Resende. “A ideia é causar um deslumbramento no público quando ele se deparar com essa instalação que estamos criando.”

Bispo do Rosário

Ainda no primeiro andar, estarão retratos de Bispo feitos pelo fotógrafo Jean Manzon e publicados em ensaio na revista O Cruzeiro, de 1942. Haverá também fotografias do artista feitas em 1982 por Hugo Denizart, autor do filme Prisioneiro da Passagem, que será exibido na mostra. Ali, também, estão suas séries feitas com sapatos, pentes e canecas. “São objetos do cotidiano que ele transforma em uma instalação”, destacou Ferreira, em entrevista à Agência Brasil. O primeiro andar apresenta, ainda, uma coleção de faixas de misses.

O primeiro subsolo tratará das instituições, mostrando, além das obras de Bispo, cerca de 300 trabalhos de outros artistas influenciados por sua produção. O impacto e a impregnação na arte contemporânea permeia o segundo subsolo. É ali que se encontra uma cama criada por Bispo. “A cama é interessante porque ele se apaixonou pela terapeuta. E aí fez a cama com uma indumentária toda bordada. Acho que era um amor muito menos sexual e muito mais essa coisa da idolatria. Era algo ali para que ela [a terapeuta] se deitasse, como se fosse uma grande deusa”, disse Ferreira.

Luta Antimanicomial

A escolha pelo dia de inauguração foi proposital e pretende discutir as internações e o fim da violência contra as pessoas em sofrimento mental. “A ideia de abrir essa exposição é uma grande celebração da grande obra de Bispo do Rosário e de um dia muito importante, o da Luta Antimanicomial. [E lembra] a violência que as pessoas sofreram em situação de internação. Também é uma agradável coincidência que o dia 18 de maio seja o Dia dos Museus. Será uma grande celebração”, disse Ferreira.

Negro, pobre, “louco” e vivendo em um manicômio, Arthur Bispo do Rosario disse, certa vez, que “os doentes mentais são como beija-flores, nunca pousam, ficam a dois metros do chão”. Assim como sua obra.

(Fonte: Agência Brasil)

Um belo e raro fenômeno enfeitará o céu entre a noite deste domingo (15), a partir das 23h27, e o início da madrugada de segunda-feira (16). Será uma Lua de Sangue “triplamente especial para o Brasil”, afirmou a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional. A melhor notícia é que o evento celeste será bem visível de todas as partes do Brasil.

O evento durará pouco mais de três horas, encerrando-se às 2h55. “Mas o ponto máximo, quando a Lua estará completamente coberta pela sombra da Terra será exatamente à 1h11, no horário de Brasília”, disse Josina à Agência Brasil.

“A grande vantagem desse eclipse, que chamo de triplo total, é que, além de ser um eclipse total da Lua, será totalmente visível em todo o Brasil, de Norte a Sul; de Leste a Oeste. O Brasil inteiro verá o eclipse do início ao fim, em todas suas fases, na sequência penumbral, parcial, total, e depois retornando à parcial e à penumbral”, explicou Josina.

“Outra vantagem é que a Lua estará bem alta no céu, longe do horizonte, bem fácil de ser vista. Agora é torcer para que o tempo fique bom e não atrapalhe o espetáculo”, acrescentou.

Segundo Josina, o próximo eclipse desse tipo, em que todas as etapas podem ser apreciadas de qualquer região, só ocorrerá em junho de 2029, entre os dias 25 e 26. “Até lá, teremos vários eclipses parciais”, tranquilizou a astrônoma.

Além do Brasil, terão o privilégio de observar a Lua de Sangue triplamente especial os demais países da América do Sul e da América Central. O fenômeno também será visível em parte da América do Norte, da Europa e da África.

Os eclipses lunares ocorrem quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham. “Quando um corpo extenso, como o Sol, ilumina outro corpo extenso – no caso, a Terra –, ocorrem duas regiões de sombra: a penumbra e a umbra. Quando totalmente escura, sem nenhuma luminosidade, essa sombra é a umbra; quando recebe luz em alguns pontos, a sombra, um pouco mais clara, é a penumbra.

“Quando a Lua entra na sombra da penumbra, começa o eclipse penumbral; quando está totalmente na penumbra, é o eclipse penumbral. Quando começa a entrar na umbra, é o eclipse parcial. Quando a lua está totalmente mergulhada na umbra, é o eclipse total, e ela toma uma cor avermelhada belíssima. Por isso é chamada de Lua de Sangue”, detalhou a astrônoma do Observatório Nacional.

(Fonte: Agência Brasil)

Museu da Imprensa Oficial. Impressora Rotativa.

O ano era 1808. Data em que a família real portuguesa decidiu se mudar para o Brasil. Foi a Nau Medusa que enfrentou os mares para trazer dois prelos e 28 caixas de tipos (as letras da impressão). O objetivo era montar um jornal para publicar todos os atos oficiais no Brasil. Assim foi criada a Imprensa Nacional (IN), diz o diretor do Museu da Imprensa, Rubens Cavalcanti Júnior.

De lá pra cá foram 214 anos, celebrados nesta sexta-feira (13). Muitos jornais foram impressos pela IN: Gazeta do Rio de Janeiro, Diário do Governo, Correio do Império, Gazeta do Império. E, a partir de 1º de outubro de 1862, começa a ser impresso o Diário Oficial do Império, que é conhecido hoje como o Diário Oficial da União (DOU). Dividido em três seções, ele dá publicidade a todos os atos do governo como atos normativos do presidente da República, nomeações e concursos públicos.

Com a era digital, o DOU deixou de ser impresso e agora só existe na versão on-line. A publicação tem mais de 18 milhões de acessos por ano. “A Imprensa Nacional está também nas redes sociais como Instagram, Facebook, Twitter e YouTube, onde são divulgados os destaques diários do DOU”, disse o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Celso Farias Júnior.

Durante a celebração, 14 pessoas foram homenageadas como Amigos da Imprensa Nacional, entre eles o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário; o ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria e o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Glen Valente. “Estou representando os mais de 1.800 funcionários que a EBC tem”. Segundo ele, a EBC busca contribuir com o trabalho da instituição. Valente destacou a importância da IN para a trajetória do nosso país. “A Imprensa Nacional participa e participou do desenvolvimento do Brasil”, disse.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) fez o pré-lançamento do aplicativo SouTec, que pretende estimular estudantes brasileiros a escolherem um curso técnico de acordo com cada perfil de interesse. O anúncio foi feito na feira Bett Brasil em São Paulo (SP), nessa quinta-feira (12). A previsão de lançamento é para o primeiro semestre de 2022.

De acordo com informações da pasta, por meio da ferramenta, o estudante deverá responder questões que avaliam suas preferências relacionadas a atividades de trabalho. Quando terminar, terá acesso a um resumo e a um relatório completo explicando qual é o perfil vocacional. O foco são os quase 12 milhões de estudantes que estão nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano).

“Essa demanda surgiu da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica [Setec] do Ministério da Educação, que identificou a necessidade de os alunos brasileiros conhecerem os cursos profissionalizantes oferecidos pela rede federal de ensino. A ferramenta também pode ser utilizada por profissionais que desejam reposicionar-se na carreira profissional, contribuindo para estimular a aprendizagem ao longo da vida”, divulgou o MEC.

No evento, foi apresentado outro aplicativo Jornada do Estudante, que pretende unificar informações da trajetória dos estudantes. A ideia é que os estudantes possam consultar os seus registros educacionais e documentos pertinentes à sua trajetória, desde o primeiro ingresso em estabelecimento de ensino, público ou privado, até o nível superior e de especializações.

Segundo o MEC, o aplicativo servirá também como mecanismo de comunicação, de modo que os estudantes recebam as novidades do governo federal voltadas à educação. O lançamento deve ocorrer também neste primeiro semestre.

Os aplicativos serão disponibilizados gratuitamente na loja do gov.br para as plataformas Android e IOS.

(Fonte: Agência Brasil)

O fim da escravidão legalizada no Brasil foi um processo construído por pessoas negras, um ponto que especialistas consideram fundamental ser lembrado no dia 13 de maio, data da abolição da escravidão.

“Ao longo das últimas décadas, têm aumentado as percepções sobre a ação política dos escravizados, inclusive o próprio 13 de maio”, enfatiza o psicólogo Márcio Farias, que coordena a coleção Clóvis Moura na Editora Dandara.

O 13 de maio é alvo de disputas por ser uma data oficial usada como uma espécie de “ação redentora de uma elite, dos setores dominantes, frente ao que foi o horror da escravidão”, diz Farias. Segundo o pesquisador, por isso, os movimentos negros precisaram contestar a celebração no sentido em que a abolição estava sendo apresentada como uma benesse concedida pela monarquia à população negra.

“Talvez seja uma data das mais emblemáticas naquilo que são as disputas de projetos de país colocados, de um lado, por setores das elites dominantes, classes possuidoras de riquezas e poder, e por outro lado também reflete como os setores da classe trabalhadora, ao longo do século XX, foram se posicionando frente a essa data, como uma plataforma de disputa de projeto de sociedade”, comenta.

O historiador Rafael Domingos Oliveira, que faz parte do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Afro-América, destaca que a promulgação da Lei 3.353, em 13 de maio de 1888, acontece em um contexto histórico amplo, que envolve séculos de luta das pessoas escravizadas. “O percurso histórico até ela [Lei Áurea] foi muito mais longo e, se quisermos ser rigorosos, começou com a primeira pessoa a ser escravizada e que, certamente, tentou resistir de todas as formas à nova condição a que estava sendo submetida. Desde então, foram muitas as estratégias de resistência -- individual e coletiva – de que as populações escravizadas lançaram mão para conquistar sua liberdade”.

Primeiro movimento social

De acordo com o historiador, a pressão para o fim da escravidão veio de diversas formas, desde a resistência direta até os movimentos que lutavam a partir da imprensa, da política e do Judiciário. “A contribuição dos movimentos abolicionistas foi, sem dúvida, fundamental para isso. Outro fator foi a tensão constante causada pela violência da escravidão, tensão geralmente resumida no medo que a classe senhorial cultivava de que revoltas e rebeliões pudessem eclodir a qualquer momento”, lembra.

“Há uma pesquisa feita pela professora [da Universidade de São Paulo] Angela Alonso que mostra que o primeiro movimento social brasileiro foi o movimento abolicionista. Ela percorre, no livro dele, o período de 1868 a 1888 mostrando as diferentes estratégias e táticas do movimento social abolicionista para que se chegasse em 1888 com a abolição”, acrescenta o sociólogo e curador de conhecimento na Inesplorato, Túlio Custódio.

No entanto, em relação à luta contra a escravidão e pelos direitos da população negra, o sociólogo considera mais importante o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. “Nós temos o 20 de novembro como uma data mais fundamental, porque é uma data que conecta com a grande luta, ou com uma perspectiva mais ampla da luta contra a escravidão, contra o racismo, contra a situação das pessoas negras em um contexto colonial e racista do Brasil”, enfatiza.

Porém, é preciso, segundo Custódio, lembrar que promulgação da lei que encerrou o período escravista no país não foi uma iniciativa da princesa Isabel, responsável pela assinatura do documento oficial, mas, sim uma luta de muitos anos de figuras negras importantes, como José do Patrocínio, Luiz Gama e André Rebouças.

Sem direitos

Apesar dos esforços dos abolicionistas, o processo de abolição, no entanto, acabou promovendo a desigualdade racial no Brasil pelas décadas seguintes até os dias atuais, diz Domingos Oliveira. “O projeto de redistribuição de terras, defendido por André Rebouças e Joaquim Nabuco, que poderia perfeitamente ser entendido hoje como reforma agrária, estaria associado à emancipação da população escravizada. O projeto, como sabemos, nunca foi para a frente e, até hoje, o Brasil é um dos únicos países de formação agroexportadora que nunca realizou a reforma agrária”, exemplifica Oliveira sobre as propostas que chegaram a ser discutidas à época.

A forma como a abolição foi feita não garantiu, segundo Farias, dignidade e direitos, muito menos reparação às pessoas que sofreram com a escravidão. “Esse projeto foi o vitorioso. Um projeto em que as cidadanias foram mutiladas para que uma nova forma de exploração do trabalho do ponto de vista formal se instaurasse, mas mantendo formas arcaicas de relações sociais”, ressalta.

“É só pensar na [Rua] 25 de Março”, exemplifica Farias, ao falar da região de comércio popular no centro da capital paulista. “Você tem lá toda uma tecnologia disponível para compra, consumo, mas as pessoas que vendem, em geral, estão em condições de trabalho bem precárias. Em uma ponta, o mais alto nível da produção, e em outra, as relações mais arcaicas de trabalho. Essa é uma imagem que retrata quais são os reflexos do 13 de maio ainda hoje. Um projeto que a relação de superexploração da força de trabalho está muito relacionada com o racismo”, ressalta.

Mesmo considerando o contexto adverso, o pesquisador destaca a capacidade de organização dos movimentos negros que mantiveram a luta por direitos no século XX e continuam nestas primeiras décadas do XXI. “A população negra, mesmo colocada em posição de informalidade, perene de superexploração enquanto classe trabalhadora pós-13 de maio, ela se organizou, se associou. Teve espaços de associação que permitiram a ela não só se reconstituir como grupo social, enquanto classe, mas, acima de tudo, reelaborar projetos”, acrescenta Farias.

(Fonte: Agência Brasil)

No terceiro dia da Bett Brasil, maior congresso de educação da América Latina, o eixo Inclusão e Diversidade apresentou os desafios para a inclusão e o respeito às diferenças. No painel Educação para a diversidade na prática, Sara York e Alexsandro Santos mostraram o quanto ainda é necessário a escola avançar para que seja um espaço de equidade, respeitando as diferenças. 

“A cultura que pede para escola trabalhar na homogeneidade e na padronização impede a escola de ser um espaço de equidade. É na equidade que eu reconheço as diferenças. Precisamos fazer esse deslocamento de padronização para uma cultura das diferenças e da equidade”, afirmou o educador e doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP) Alexsandro Santos. 

O especialista disse que as famílias também precisam entender as diferenças, com práticas contrárias ao racismo e ao machismo, além de práticas capacitistas. Santos explica que, neste momento, há dois caminhos: “As escolas precisam desenhar processos formativos também para as famílias. É preciso ter uma trilha de formação com o tema da escola inclusiva, da escola da equidade, para explicar às nossas famílias. Uma parte importante das famílias vai se acalmar, vai nos apoiar quando fazemos esse processo formativo. Haverá uma outra parte que não quer fazer essa conversa”, lamenta o educador. 

Para ele, três aspectos ainda estão frágeis na construção da escola inclusiva para todos os gêneros, as raças, as deficiências e as identidades. “[O primeiro é] A formação do professo. Mas uma formação no campo da didática, para ensinar em escolas nas quais os estudantes são diferentes e as diferenças são a potência da escola. O segundo ponto é preparar as escolas de ponto de vista da infraestrutura pedagógica. Faltam materiais didáticos, faltam ainda recursos para que os professores possam fazer esse trabalho”, elencou. 

“E o terceiro campo é pensar como é que a gente reorganiza esses espaços educativos para que eles valorizem a diversidade, valorizem as diferenças de modo que as crianças se sintam bem, porque ninguém consegue aprender numa escola que nega a sua identidade”, disse. “Então, a gente precisa reorganizar os espaços educativos para que eles sejam ambientes inclusivos”, defendeu.

A pedagoga Sara York, mulher transexual, ativista LGBTQIA+ e doutoranda em educação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, disse que é necessário formação continuada dos professores para acolher a diversidade dos estudantes. “Precisa de capacitação técnica, formação continuada, mas não a formação continuada como nós conhecíamos no passado. A partir de 2018,  quando a gente tem a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.275, que permite a retificação documental de qualquer brasileiro que se entenda dentro do espectro nome e gênero, a gente precisa entender que os processos de formação continuada gerarão políticas públicas diferenciadas daquelas que nós conhecíamos”. 

A ADI 4.275 definiu que pessoas transexuais e transgêneros têm o direito de alterar nomes e sexo no registro civil sem a necessidade de realizar cirurgia de redesignação sexual e apresentar laudo médico pericial. Na opinião da educadora, um dos problemas centrais na educação hoje, é inserir, na escola, todos os sujeitos. “Se, na sua escola, falta indígena, há algum problema. Se, na sua escola, faltam pessoas negras em posições de poder, há algum problema”, lamenta a educadora. 

Respeito às diferenças

No mesmo eixo, o escritor Mauricio Moniz e a professora Doani Emanuela Bertan, conversaram sobre suas experiências na escola: ele, como pai de uma jovem com Atrofia Muscular Espinhal e ela, como professora de Libras, além de idealizadora e responsável pelo Canal Sala8!, que dá suporte para aulas de Matemática e Língua Portuguesa a estudantes surdos. 

Para a educadora, pessoas com deficiência precisam de representatividade e escuta, principalmente na elaboração de leis e projetos que possam influenciar diretamente em suas vidas. 

“Acredito que o primeiro passo é a representatividade, é dar voz a essas pessoas que são pessoas com deficiência e que realmente sabem o que elas passam e vivenciam. Não dá mais para uma pessoa sem deficiência se colocar no lugar do outro e decidir por eles. Espero que eles possam ter voz e decidam por si também”, defende Doana. 

O escritor Mauricio Moniz detalhou a experiência positiva de acolhimento que teve na escola em que a filha, hoje com 22 anos, estudou em Rio das Ostras (RJ). “Ela era cadeirante, e eles não tinham nenhuma experiência, mas aceitaram o desafio. Essa foi a primeira iniciativa e, depois, eles continuaram nesse processo de incluí-la no dia a dia das atividades com a participação dos pais. Então, acredito que é fundamental acolher, envolver os pais, que são quem conhece melhor os seus filhos. Esse foi o caminho principal que trilhamos e aí todas as diferenças ficaram pequenas quando a gente teve esse acolhimento e iniciativa”.

A Bett Educar continua até sexta-feira (13), com uma grade também de palestras gratuitas e feira com produtos e serviços voltados à educação no Transamérica Expo Center, na capital paulista.

(Fonte: Agência Brasil)

As alunas da Escolinha Meninas do Futebol, iniciativa patrocinada pelo governo do Estado e pela Construnorte Materiais de Construção por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, terão um sábado (14) de muita diversão e esporte na cidade de Bacabal. A partir das 8h, as jovens atletas participam da primeira edição do Torneio Interno, que será realizado na Associação Atlética Boa Vida, no Bairro Areal.

O Torneio Interno faz parte das atividades da primeira edição da Escolinha Meninas de Futebol, projeto que atende 60 meninas carentes em Bacabal. As jovens atletas participam de aulas teóricas e práticas, voltadas para iniciação e treinamento do futebol, contam com acompanhamento escolar e pedagógico duas vezes por semana e têm alimentação nos dias de treinos. Para as alunas do projeto, essa será a primeira competição em que elas poderão colocar em prática os fundamentos que vêm sendo trabalhados nos treinamentos.

Todas as atletas participantes do Torneio Interno da Escolinha Meninas do Futebol serão premiadas com medalhas, e as equipes campeãs da competição receberão troféus. Haverá, ainda, premiações individuais de Melhor Jogadora, Melhor Goleira e Artilheira. Após o torneio, será oferecido um coffee break para as meninas e suas famílias.

Vale destacar que todas as crianças e adolescentes beneficiadas pela Escolinha Meninas do Futebol receberam um kit com todo o material esportivo necessário (uniforme, chuteiras, caneleiras e bolsas esportivas) para participar dos treinos. Além disso, elas também ganharam cadernos e garrafinhas de água individuais.

“Estamos muito animados com a realização do primeiro Torneio Interno na Escolinha Meninas do Futebol. Além de valorizar o esforço das alunas nos treinamentos de futebol e na escola, a competição tem o objetivo de proporcionar um momento de confraternização entre as meninas e suas famílias. Mais uma vez, agradecemos ao governo do Estado e à Construnorte por todo o apoio para a escolinha, que visa a melhor formação das meninas e a construção de uma sociedade melhor para todos”, afirma Kléber Muniz, coordenador do projeto.

Todas as informações sobre a primeira edição da Escolinha Meninas do Futebol estão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@projetomeninasdofutebol) no Instagram e no Facebook.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Os arraiais estão de volta. Após dois anos sem festas oficiais por causa da pandemia, o São João maranhense já tem data para começar. A abertura será no fim do mês, dia 27. O local? São Luís. Os festejos são “juninos”, mas os arraiais continuarão durante todo o mês de junho e vão até o último dia de julho, na capital e em várias cidades do interior maranhense. 

Mais de 800 atrações estão programadas e a previsão é de cerca de 450 mil visitantes no período de festas. Além dos grupos de bumba-boi, como são chamados aqui no Maranhão, grupos de dança, quadrilhas e atrações já esperadas, haverá, também, um “Arraial do povo de Deus”, voltado especialmente para o público evangélico. O secretário estadual de Cultura, Paulo Victor, disse que o diferencial da festança deste ano será também a reativação da economia local. É que em vez de apresentações mais caras vindas de outros Estados, a prioridade será para os artistas maranhenses.

E o dinheiro para a festança já está garantido. Ao todo, serão liberados R$ 25 milhões com as festas, mas a previsão é compensar esse valor com a receita da movimentação econômica e turística no Maranhão.

(Fonte: Agência Brasil)

Uma novidade que certamente caiu nas graças dos esportistas maranhenses. Com disputas empolgantes, jogadas de efeito e muita descontração, a primeira edição da Copinha Show de Bola 5x5 foi um verdadeiro sucesso. A iniciativa, patrocinada pelo governo do Estado e pela Indústria de Água Aguafina por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, consagrou os times do AFA, do Corinthians do Bequimão e do Jeito Moleque como os grandes campeões desta edição nas categorias Adulto Feminino, Sub-17 e Sub-14, respectivamente. As disputas foram realizadas na Arena Olynto, onde foi montada uma bela estrutura para receber todos os jogos.

A Copinha Show de Bola 5x5 ocorreu durante três dias consecutivos. No primeiro dia, houve as disputas do torneio Sub-17. A garotada do Corinthians do Bequimão foi mais eficiente, venceu quatro dos cinco jogos e conquistou o título. Na final, vitória por 5 a 0 sobre o GM Sports.

No torneio da categoria Adulto Feminino, AFA e Trivela chegaram à final com grandes atuações ao longo do torneio. Na decisão, as duas equipes fizeram um duelo tão equilibrado que terminou empatado em 1 a 1 e foi para os pênaltis, onde as meninas do AFA levaram a melhor: 3 a 2.

Já no último dia da Copinha Show de Bola 5x5, o Jeito Moleque conquistou o título da categoria Sub-14 de maneira invicta. Na final, vitória por 4 a 0 sobre o Cruzeiro.    

“Foi um evento inovador aqui no Estado que agradou a todos. Foi bem legal, bem dinâmico e muito divertido. É sempre positivo eventos que fomentem a prática do futebol e é por isso que agradecemos os patrocínios do governo do Estado e da Indústria de Água Aguafina, por acreditarem, cada vez mais, no esporte”, afirmou Waldemir Rosa, diretor-técnico do evento.

Copinha Show de Bola 5x5

Ao todo, a Copinha Show de Bola 5x5 contou com a participação de 24 equipes e reuniu mais de 160 atletas distribuídos nas três categorias. O formato da competição seguiu os mesmos moldes e regras do famoso torneio de futebol 5x5 Neymar Jr’s Five, desenvolvido pelo craque Neymar Júnior. Assim, cada time conta com cinco jogadores (e até dois reservas). Inspirado no futebol de rua, o conceito é simples. Os times entram em campo com cinco jogadores e, a cada gol, o oponente perde um jogador. Vence a equipe que fizer cinco gols primeiro ou aquela que tiver melhor resultado após dez minutos. As dimensões do campo são menores e não se pode pisar na área delimitada próxima ao gol.

Como forma de incentivar e difundir o esporte, a primeira edição da Copinha Show de Bola 5x5 distribuiu conjuntos de uniformes para todas as 24 equipes participantes. Todos os detalhes da competição estão disponíveis no Instagram oficial da competição (@copinhashowdebola5x5). O projeto conta com os patrocínios do governo do Estado e da Indústria de Água Aguafina por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A Copa Interbairros de Futsal Adulto, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) e patrocinada pelo governo do Estado e pela Glacial por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, está em sua fase eliminatória. Ao longo desta semana, estão sendo disputadas as partidas válidas pelas oitavas de final do torneio masculino pelas quartas de final da competição feminina. Todos os duelos ocorrem no Ginásio Costa Rodrigues, no Centro de São Luís, sempre a partir das 19h.

Nesta quinta-feira (12), a bola rola para três jogos. A rodada tripla será aberta com o duelo entre CT Sports e Athenas, partida pela categoria Adulto Feminino. Nessa fase, não existe vantagem para nenhuma das equipes. Em caso de empate no tempo normal, o classificado para as semifinais será conhecido nos pênaltis.

Na sequência, a partir das 20h, haverá duas partidas pela categoria Adulto Masculino. O Juventus encara o Atlef e, logo em seguida, tem Juventude do Coroado x Alemanha. Os vencedores desses jogos avançam na Copa Interbairros, onde se enfrentarão nas quartas de final.

Na sexta-feira (13) à noite, mais três partidas movimentam o Interbairros de Futsal Adulto a partir das 19h. De acordo com a programação, haverá Magnólia/Brutos x Moto Club (Feminino), Palmeirinha x Foguinho (Masculino) e Túnel x Aurora (Masculino).

Classificados

Meninas do Arena São Francisco/Bet

Até o momento, duas equipes já conseguiram avançar às quartas de final do Interbairros Adulto Masculino. Nessa terça-feira (10), o R13 superou o RAF 07 por 3 a 1 e segue em busca do título. Agora, o R13 terá pela frente a equipe do 2 de Julho que, após empate por 2 a 2 com o Atlético Operária, venceu o rival nos pênaltis por 6 a 5.

Pelo torneio feminino, quem já está nas semifinais é o time do Arena São Francisco/Bet que derrotou o Trivela/RAF 07 por 4 a 2 e, agora, aguarda o vencedor do confronto entre AFC e Uninassau para conhecer seu próximo adversário na competição.   

RESULTADOS E PRÓXIMOS JOGOS

TERÇA-FEIRA (10) / COSTA RODRIGUES

Arena São Francisco/Bet 4 x 2 Trivela/RAF 07 (QF Feminino)

2 de Julho 2 (6 pen.) x (5 pen.) 2 Atlético Operária (OF Masculino)

RAF 07  1 x 3 R13 (OF Masculino)  

QUARTA-FEIRA (11) / COSTA RODRIGUES

19h – AFC x Uninassau (QF Feminino)

20h – Projeto Paredão x Inovar (OF Masculino)

21h – Aerca x AFC (OF Masculino)

QUINTA-FEIRA (12) / COSTA RODRIGUES

19h – CT Sports x Athenas (QF Feminino)

20h – Juventus x Atlef (OF Masculino)

21h – Juventude do Coroado x Alemanha (OF Masculino)

SEXTA-FEIRA (13) / COSTA RODRIGUES

19h – Magnólia/Brutos x Moto Club (QF Feminino)

20h – Palmeirinha x Foguinho (OF Masculino)

21h – Túnel x Aurora (OF Masculino)

(Fonte: Assessoria de imprensa)