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As provas da primeira fase da 16ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) serão aplicadas até o próximo dia 3 de agosto pelas escolas, que deverão enviar para o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) a relação dos estudantes classificados para a segunda etapa do certame, pelos Correios ou por aplicativo, até o dia 11 de agosto. A aplicação das provas começou ontem (28). Os testes são elaborados e fornecidos pelo Impa.

O coordenador-geral da OBMEP e diretor adjunto do Impa, Claudio Landim, lembrou hoje (29), em entrevista à Agência Brasil, que uma das mudanças introduzidas na olimpíada, em razão da pandemia do novo coronavírus, foi dar às escolas mais tempo para aplicarem os exames.

“A ideia é garantir a presença de um maior número de alunos na segunda fase. Como muitas escolas estavam fechadas e, de fato, algumas ainda não voltaram às aulas presenciais, nós permitimos que as escolas aplicassem as provas no período de um pouco mais de um mês, com a única ideia de a escola poder escolher o dia mais conveniente para aplicar a prova. E dando liberdade às escolas que ainda estão em modo virtual de aplicar o exame nesse formato”, explicou Landim.

Seleção

O coordenador salientou, no entanto, que as provas da primeira fase servem exclusivamente para a escola selecionar, internamente, 5% dos alunos inscritos em cada nível que vão participar da segunda fase e concorrerão às medalhas e prêmios.

A OBMEP ocorre em duas fases. A primeira é composta por uma prova de múltipla escolha com 20 questões, e a segunda por uma prova discursiva com seis questões. Os exames são divididos por grau de escolaridade: Nível 1 (6º e 7º anos do ensino fundamental), Nível 2 (8º e 9º anos) e Nível 3 (ensino médio).

No dia 9 de setembro, a organização divulgará os classificados para a segunda fase, prevista para ocorrer de forma presencial, em 6 de novembro. “Nós vamos respeitar as medidas sanitárias, com distanciamento social, vamos entregar máscaras para os alunos que tiverem esquecido de levar, para aplicar (a prova) com toda a segurança possível, mas será uma prova presencial, como de hábito, tradicionalmente”, informou Claudio Landim. Nove mil centros escolares espalhados pelo Brasil serão locais de prova da segunda fase da OBMEP, além de institutos federais e universidades.

Universitários

Outra novidade importante causada pela pandemia é o atendimento a uma solicitação dos alunos que, no ano passado, estavam no terceiro ano do ensino médio, saíram da educação básica e não tiveram a chance de participar da olimpíada, cuja edição não ocorreu em 2020. “Muitos alunos que participavam tradicionalmente da olimpíada ficaram frustrados por não terem participado no ano passado. Este ano, nós estamos admitindo esses alunos, que já estão na universidade e vão concorrer a medalhas, sem prejudicar os estudantes que estão no ensino médio. Vai ter uma premiação especial para esses alunos que já estão na universidade”.

Serão distribuídas aos alunos participantes dos três níveis de ensino 575 medalhas de ouro, 1.725 medalhas de prata e 5.175 medalhas de bronze, além de 51.900 menções honrosas. Todos os medalhistas serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), como incentivo e promoção do desenvolvimento acadêmico dos estudantes. Será distribuído um número extra de medalhas para premiar os alunos universitários.

Os resultados da segunda fase da 16ª OBMEP serão divulgados em dezembro. A premiação será em 2022, porém, ainda não tem dada definida, disse Claudio Landim. O diretor adjunto do Impa informou ainda que não há definição também quanto à premiação da OBMEP de 2019, que deveria ter ocorrido em 2020. “Ela está prevista para acontecer em outubro deste ano, mas nós vamos aguardar mais um pouco para confirmar, porque não sabemos como estará a situação do país em outubro”, comentou.

Criada pelo Impa em 2005, a OBMEP é realizada com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), com recursos dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações e da Educação. Além de estimular o estudo da matemática no país, a competição visa identificar jovens talentosos e promover inclusão social por meio da difusão do conhecimento.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação publicou, nessa segunda-feira (28), os editais com os prazos e critérios de inscrição nos processos seletivos do Programa Universidade para Todos (Prouni), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As regras são referentes à seleção do segundo semestre deste ano.

Os critérios foram publicados na edição de ontem no Diário Oficial da União.

As inscrições para bolsas do Prouni  começam no dia 13 de julho e vão até 16 de julho na página do programa. Para realizar a inscrição, o candidato precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2020 e ter tirado, no mínimo, 450 pontos de média em cinco provas do exame.

As inscrições para o Fies começam em 27 de julho e vão até 30 de julho e estarão disponíveis na página do programa na internet. Para se inscrever, a exigência é a de que o candidato tenha participado do Enem, a partir da edição de 2010, e tenha obtido média aritmética das notas nas cinco provas do exame igual ou superior a 450 pontos e nota superior a zero na redação. Também é necessário possuir renda familiar mensal bruta, por pessoa, de até 3 salários mínimos. 

As inscrições para o processo seletivo do Sisu serão realizadas entre 3 e 6 de agosto. É preciso ter feito o Enem de 2020 e ter obtido nota superior a zero na prova de redação, desde que não tenha participado como treineiro.

Mais informações podem ser encontradas na página do Ministério da Educação. 

(Fonte: Agência Brasil)

A última rodada da fase de grupos da segunda edição da Copa Papai Bom de Bola – categoria +30, competição promovida pela Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7), foi bastante emocionante. Seis partidas movimentaram o fim de semana na Arena Olynto e definiram as oito equipes classificadas para as quartas de final do torneio: Meninos de Ouro/Santa Rita, Craques da Veneza, Eurofoot, Aurora, Cruzeiro, Juventude Maranhense, Olímpica e Meninos de Ouro/AABB.

O time dos Meninos de Ouro/Santa Rita goleou o Flamengo por 9 a 1 e terminou a primeira fase com a melhor campanha no geral. Com uma vitória por 6 a 4 sobre o Juventus Academy São Luís, o Craques da Veneza avançou ao mata-mata como o segundo melhor time do torneio.

Quem também venceu no fim de semana foi o Meninos de Ouro/AABB: 6 a 4 sobre o Eurofoot e classificação garantida à próxima fase. A equipe do Cruzeiro sofreu, mas passou pela Ponte Preta Ludovicense por 5 a 4. A rodada ainda teve Olímpica 1 x 4 Juventude Maranhense e Aurora 1 x 0 Grêmio Ribamarense.

Com esses resultados, os confrontos das quartas de final ficaram da seguinte maneira: Meninos de Ouro/Santa Rita x Meninos de Ouro/AABB, Craques da Veneza x Olímpica, Eurofoot x Juventude Maranhense e Aurora x Cruzeiro. A FMF7 ainda vai definir as datas dos confrontos que são eliminatórios.

Tudo sobre a Copa Papai Bom de Bola de Futebol 7 está disponível no site (www.fut7ma.com.br) e nas redes sociais oficiais da federação (@fmf7ma).

RESULTADOS

Meninos de Ouro 6 x 4 Eurofoot (+30)

Juventus Academy 4 x 6 Craques da Veneza (+30)

Cruzeiro 5 x 4 Ponte Preta (+30)

Olímpica 1 x 4 Juventude (+30)

Aurora 1 x 0 Grêmio Ribamarense (+30)

Meninos de Ouro/SRT 9 x 1 Flamengo (+30)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

As 32 equipes participantes da segunda edição do Esporte na Minha Cidade, iniciativa patrocinada pelo Armazém Paraíba e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, receberam, no último sábado (26), um kit esportivo contendo uniforme completo (camisas, calções e meiões). O material será utilizado por atletas e integrantes das comissões técnicas das equipes durante a realização de todos os jogos da competição que, em 2021, será disputada em três categorias da modalidade futebol 7: Sub-10, Sub-12 e Beach Adulto Feminino.

A entrega dos kits esportivos ocorreu durante a solenidade de lançamento desta edição do Esporte na Minha Cidade, realizada no auditório da Federação Maranhense de Futebol (FMF), no Palácio dos Esportes. O evento, que contou com a presença do secretário-adjunto da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), Neto Azevedo, foi restrito a representantes das equipes participantes.

Antes da entrega dos uniformes para os times das categorias Sub-10, Sub-12 e Beach Adulto Feminino, o diretor-técnico do Esporte na Minha Cidade, Waldemir Rosa, falou sobre a competição de 2021, que contará com mais equipes participantes.

“Em 2021, o torneio foi ampliado significativamente para contemplar ainda mais equipes. Na edição passada, tivemos 20 times participando e, agora, teremos 32. O mais legal é que todos estão recebendo equipagem de qualidade para competir da melhor maneira possível. Nosso objetivo é contribuir para o fortalecimento do esporte em São Luís e ficamos felizes de estarmos conseguindo por meio dos patrocínios do Armazém Paraíba e do governo do Estado, que acreditam no Esporte na Minha Cidade”, explicou Waldemir Rosa.

Com o aumento de equipes participantes, esta edição do Esporte na Minha Cidade reunirá mais de 400 atletas. Para o secretário-adjunto da Sedel, os organizadores dessa iniciativa estão de parabéns.

“Temos de parabenizar o Esporte na Minha Cidade por trabalhar com crianças da base e com a categoria feminina, fazendo com que o esporte se desenvolva ainda mais dentro do Estado. Projetos como esse são uma vitória para o governo, para a Sedel e para o esporte de um modo geral. Muito feliz em poder contribuir com essa iniciativa tão importante”, afirmou Neto Azevedo.

Congresso técnico

Após a solenidade de lançamento do Esporte na Minha Cidade, o diretor-técnico da competição, Waldemir Rosa conduziu a realização do congresso técnico, onde explicou sobre o formato dos torneios e definiu, por meio de sorteio, os grupos de cada uma das três categorias em disputa. Os jogos do Fut7 Sub-10 e Fut7 Sub-12 ocorrerão na Arena Olynto, no Olho d’Água. Já os duelos do Fut7 Beach Adulto Feminino serão na Praia do Calhau. A bola começa a rolar a partir do próximo fim de semana (3 e 4 de julho).

Todas as informações sobre o Esporte na Minha Cidade e a programação completa de jogos estarão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@esportenaminhacidade).

Equipes participantes

Fut7 Sub-10: CTFC, Futuro do São Francisco, Craques da Veneza, Slacc, Afasca, Alemanha School Futsal, Escolinha Transformar e Projeto Paredão.

Fut7 Sub-12: Campinas FC, R13, Palmeirão, Centro Esportivo Dario, Escolinha Bom de Bola, Instituto Craque na Escola, P10 e Cefama/M11.

Fut7 Beach Adulto Feminino: AFC, Tutela, CT Sports, Ponte Preta, Moto Club, Academia Futebol Arte, Viana, Espias, Roma, Brutos/Magnólia, Aurora, Juventude Maranhense, Instituto José Carlos, RAF 07/Trivela, Palmeirinha e Cruzeiro São Luís.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A caatinga é um bioma totalmente nacional que representa cerca de 11% do território brasileiro e está presente no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Em uma das plantas nativas desse bioma, um grupo de cientistas identificou substâncias medicinais que podem ser boas para a memória.

O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Kirley Canuto, que coordena os estudos, conta que foi selecionada uma variedade de açucena [planta herbácea] encontrada em solo cearense, benéfica para várias doenças crônicas. 

O nome científico dessa espécie de planta com flor é Hippeastrum elegans. Na linguagem popular, além de açucena, também é conhecida como lírio, cebola-do-mato, cebola-berrante e flor-da-imperatriz. As mudas de açucena foram colhidas nas cidades de Pacatuba, que faz parte da Grande Fortaleza, e em Moraújo, a cerca de trezentos quilômetros da capital cearense.

Depois disso, foram cultivadas em canteiros da Embrapa. O pesquisador Kirley Canuto disse que estão sendo realizados testes farmacológicos e testes pré-clínicos.

O grupo pretende seguir com as análises para avaliar o desenvolvimento de novos fármacos que podem custar menos para o consumidor.

A pesquisa teve início em 2016 e contou com uma equipe multidisciplinar de 20 profissionais da Embrapa Agroindústria Tropical e das universidades Estadual e Federal do Ceará, além de estudantes universitários. 

Kirley Canuto disse, ainda, que “mudas de açucena estão sendo analisadas em testes pré-clínicos em roedores para avaliar os efeitos sobre a perda de memória”.

(Fonte: Agência Brasil)

Numa bela noite, no sobradinho de azulejos brancos, [o de mirante e à esquerda da foto, marcado por uma seta], residência do doutor Fernando Viana, na Rua do Egito, quase defronte do Colégio Santa Teresa, em São Luis, ele, o poeta e médico dono da casa ditava para que sua filha Maria Zélia anotasse, aliás, com uma letra muito bonita, num simples papel pautado de carta, que tinha às mãos naquele momento, esta beleza de texto que, à primeira vista, nos dá a impressão de ser apenas uma bela prosa musical, mas que, na verdade, é um belíssimo soneto, fácil de ser achado nas suas quatorze linhas clássicas.

Dentre os presentes naquele sarau, como de costume, estavam o anfitrião, sua mulher, dona Lourdes, escritora de fina estirpe, o médico e sacerdote, João Mohana, o jornalista e ensaísta José Erasmo Dias, o jornalista e poeta Emílio Azevedo, sobrinho dos irmãos Artur e Aluísio Azevedo e pai dos brilhantes filhos Maria Thereza Azevedo Neves e Américo Azevedo Neto; e mais o jornalista e poeta Amaral Raposo, considerado “prata de casa”, vez que acompanhou Fernando Viana, à Bahia, quando este foi estudar Medicina; foram seis anos de intenso labor; enquanto Fernando Viana se debruçava sobre os grossos volumes da ciência de Hipócrates, Amaral, para ajudá-lo a superar a saudade da província distante, logo arranjou um lugar na redação do jornal “A Tarde”, como meio de sobrevivência e, nos momentos de folga, o Zeca, [era este o abrandamento de afeto do afiado jornalista], se abraçava ao velho violão e a uma garrafa de pinga “da boa”... Em vez de a saudade ser espantada, era atraída...

Ainda, dentre os presentes, os filhos  de dr. Fernando Viana, Alfredo Luís, o belo poeta de “A Rosa” e do “Canto a Inês”, funcionário do Banco do Brasil e estudante de Medicina, que viria ser, mais tarde, um renomado psiquiatra e professor da Universidade Federal do Maranhão e seu irmão Waldemiro Viana, o Nena,  como era carinhosamente chamado pelos íntimos, que já estudava Direito às vésperas de construir sua linda e querida família, ao lado de sua amada Yara, mulher e companheira pela vida toda,  como também, às vésperas de construir sua circunspeta obra, composta de “Graúna em roça de arroz”; “A questionável amoralidade de Apolônio Proeza”; “O Mau Samaritano”; “Passarela do Centenário”,  [sonetos/perfis] e “A tara e a toga”, romances estes do mesmo naipe dos de Josué Montello, José Sarney e Odylo Costa, filho, segundo o senso crítico do nosso Manoel Lopes, textos criados “pari passu” com o Naturalismo de Aluísio Azevedo e, ainda,  segundo Câmara Cascudo, “um grande e soberbo romancista [ “pedes in terra, ad sidera visus”] ,  com os pés na terra e os olhos nas estrelas.

Os que estavam ali, naquela noite... Os mesmos que se reuniam semanalmente, no sobradinho, já estão com Deus... Até o nosso benjamim, Waldemiro Antônio Bacelar Viana, Deus o chamou há pouco... Maria Zélia, Maria Thereza, Américo e o autor destas linhas, todos na época, na casa dos vinte anos, naturalmente, como simples espartanos, mesmo nascidos em Atenas, no convívio intelectual de tantos Péricles, envelhecemos... Mas a produção intelectiva de todos, não, porque essa gama espiritual a juntar-se com a saudade, enquanto esta se aconchegar em um peito, não morrerá nunca, pela meiguice do enternecimento e pela magia do encanto, essências que ficam...       

Depois que Maria Zélia concluiu a redação ditada pelo seu pai, foi lida por ele aos presentes, em voz alta, mas embargada por aquela natural emoção que a nossa “Ilha do Amor” é costumeira e viseira a nos deixar na alma... É este o texto de Fernando Viana que, depois de lido, me foi presenteado:

“São Luís velha catita, minha cidade bonita, que imita as irmãs de Portugal, foste a cidade marcada para ser um dia a sonhada capital ambicionada da França Equinocial. / Cidade que amo tanto, São Luís do meu encanto, eu derramo em cada canto minha ternura por ti, tu és meu filão sem ganga, minha cidade miçanga, que o rio Anil e o Bacanga te cingem como uma tanga de caboclinha tupi. / São Luís de mil ladeiras, de lindas moças brejeiras e viridentes palmeiras, onde canta o sabiá, da procissão do bendito, meu ‘sinhô’ São Bendito, do gostoso peixe frito e do arroz de cuxá. / São Luís das marés baixas que expõem cr’oas que são faixas onde habita o camarão, das belas e extensas praias, rendadas como cambraias em perene exposição, na graciosa cadeia que abrange Ponta da Areia, Olho d’Água e Araçagi, e, do outro lado, a da Guia, que é por onde principia a do porto do Itaqui. / Os teus ocasos grandiosos, portentosos, majestosos, têm tanto fulgor de luz que a gente fica pensando que o sol rubro, agonizando, parece mesmo ir tombando na baía de São Marcos, cheia de velas de barcos, brancas, vermelhas, azuis, de velas triangulares, elegantes, singulares, garbosas cortando os mares ao vento bom que as conduz! / São Luís velha catita, minha cidade bonita, debruçada sobre o Anil, podem julgar-te mendiga, desairosa rapariga, mas para mim, minha amiga não há ninguém que consiga conter-me ou impedir que eu diga que és a melhor do Brasil!”

Esse texto e mais alguns de Fernando Viana, endossei-os a Waldemiro, um pouco antes de ele adoecer e os enviei para sua guarda definitiva, como estou a fazer com outras preciosidades literárias, doando a bibliotecas e a instituições afins, já que se aproxima dos jovens daquele tempo a “última volta”, de que fala Paulo a Timóteo, e eu sou um deles...

Nesse soneto/canção, Fernando Viana, o nosso queridíssimo Feliciano Ventura [era este o seu pseudônimo literário], exprime o nosso sentimento a São Luis... Por que, segundo Jacques Prévert, “há momentos na vida em que se deveria calar e deixar que o silêncio falasse ao coração, pois há emoções que as palavras não sabem traduzir”, o que vai ao encontro de velho axioma quando ratifica que “a vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre”.

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias”, antologia de textos do autor, a ser brevemente publicada.

Ilustração: Foto do sobradinho branco da Rua do Egito, marcado por uma seta, solar de dr. Fernando Viana e sua família.

Uma equipe de 12 cientistas liderados pelo professor Qiang Ji, da Hebei GEO University, na China, identificou uma nova espécie humana que viveu na Ásia entre 138 mil e 309 mil anos atrás. O crânio de Harbin, capital da província de Heilongjiang, no nordeste da China, foi datado em 146 mil anos e recebeu o nome de Homo longi ou homem dragão, em homenagem ao local onde foi descoberto, Long Jiang, ou Dragon River (Rio Dragão, em português).

De acordo com o Museu de História Natural de Londres, instituição a que está vinculado um dos pesquisadores da equipe, Chris Stringer, o fóssil pertence a uma das diferentes espécies humanas que coexistiram na Ásia, Europa e África há 100 mil anos, como os homens de Dali, Jinniushan e Hualongdong.

Todas elas podem ser consideradas formas de transição entre a espécie Homo erectus, a primeira identificada do gênero Homo, que surgiu há 1,9 milhão de anos e que se destacou pela fabricação de instrumentos e utensílios de pedra, madeira, pele e ossos, e a atual Homo sapiens, surgida na África há cerca de 200 mil anos. A espécie de transição mais conhecida é a Homo neanderthalensis, os neandertais, extintos há 40 mil anos.

O crânio de Harbin foi encontrado por um operário que trabalhava na construção de uma ponte sobre o Rio Songhua, em 1933, mas somente foi levado aos cientistas em 2018, por um camponês neto do operário. Como o local do achado foi desfigurado ao longo do tempo, as condições do entorno do fóssil não puderam ser reconstituídas, e os cientistas utilizaram técnicas de análises geoquímicas sofisticadas para fazer a datação.

Chris Stringer explica que o crânio de Harbin é “enorme”, com volume cerebral semelhante ao do humano atual, indicando que ele tinha características do Homo sapiens. “É o maior ou o segundo maior valor para muitas medições em nosso banco de dados fóssil comparativo e seu volume cerebral de 1.420ml corresponde ao dos humanos modernos. Ele também mostra outras características semelhantes à nossa espécie. Tem maçãs do rosto planas e baixas com uma fossa canina rasa, e o rosto parece reduzido e enfiado sob a caixa craniana”.

Análise do crânio

Os detalhes da descoberta foram publicados na última sexta-feira (25), em artigo no periódico The Innovation , com o nome de Provação Geoquímica e datação direta do crânio humano arcaico de Harbin, em tradução livre.

Foram feitas análises geoquímicas que incluíram fluorescência de raios X não destrutiva, elementos de terras raras e de isótopos Sr. Os resultados da datação indicam semelhanças com os mamíferos do Pleistoceno Médio-Holoceno e de outros fósseis humanos recuperados da área de Harbin.

“O crânio humano de Harbin é um dos mais bem preservados de todos os fósseis humanos arcaicos encontrados e tem grande importância para a compreensão da diversificação do gênero Homo e da origem do Homo sapiens. Ele representa uma nova linhagem humana, evoluindo no Leste Asiático, e é colocada como grupo irmão do Homo sapiens. Uma combinação de características primitivas e derivadas no crânio de Harbin estabelece um bom conjunto de características diagnósticas que foram usadas para definir uma nova espécie de Homo”, diz o artigo.

De acordo com os pesquisadores, o homem dragão pode ser contemporâneo de outros humanos arcaicos do Pleistoceno Médio da China, como Xiahe (160 mil anos), Jinniushan (200 mil anos), Dali (327 mil a 240 mil anos) e Hualongdong (345 mil a 265 mil anos). Essa datação também se sobrepõe à do Homo sapiens inicial da África e do Oriente Médio. A espécie Homo longi pode ter sido tão bem-sucedida quanto as primeiras populações de Homo sapiens, distribuindo-se por uma grande área na Ásia, incluindo ambientes extremos em altitude e frio.

(Fonte: Agência Brasil)

A décima edição da Mostra Internacional de Contadores de Histórias Cada Qual no Seu Recanto, que ocorre on-line neste domingo (27), traz dez contadores de histórias de diversas partes do Brasil e do mundo para homenagear a escritora Marina Colasanti. A iniciativa é dirigida pelo ator e escritor José Mauro Brant.

Segundo os organizadores, a escritora é uma das autoras mais contadas e lidas entre os contadores de histórias de todo o Brasil e também no mundo. Segundo José Mauro Brant, os contos da autora “apresentam muitas lições e símbolos”.

“Todas as pessoas que estão vindo já conhecem Marina, já encontraram com ela ou têm alguma relação afetiva com a obra dela. Vai ser realmente um abraço”, comentou Brant.

O evento conta com participação especial de Eliane Yunes, presidente do Conselho de Desenvolvimento do iiLer e criadora do Proler. Também estarão presentes contadores de histórias da Espanha, de Portugal, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Ceará e do Rio Grande do Sul.

Destinado para toda a família e crianças de todas as idades, o evento apresentará duas histórias de cada convidado, intercaladas entre canções, depoimentos, poemas e interação com o público.

A transmissão do evento será pela plataforma Zoom e também pelo canal Biblioteca Paraíso.

Informações e descontos para professores e grupos e alunos da rede pública podem ser solicitadas via e-mail.

(Fonte: Agência Brasil)

Nesta semana, entre os dias 27 de junho e 3 de julho, fatos marcantes da história nacional e internacional completam datas redondas desde o acontecimento. O pau-brasil é a árvore nacional há 60 anos, a apresentadora e culinarista Palmirinha Onofre completa 90 anos o empreendedor da SpaceX, Elon Musk, 50. Também faz meio século do acidente que levou à morte a tripulação russa da espaçonave Soyuz.

Em 3 de julho, completam-se 70 anos da Lei Afonso Arinos (nº 1.390/1951), que tornou a discriminação racial um crime no país. A data também marca o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, criado em decorrência da sanção da lei. Afonso Arinos foi um político e diplomata, que morreu em 2020, aos 89 anos. Foi ele o autor da lei, em 1951, quando deputado federal.

Em maio deste ano, o governo brasileiro ratificou a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Os países que ratificam a convenção se responsabilizam a prevenir, eliminar, proibir e punir legalmente todos os atos e manifestações de racismo, discriminação racial e intolerância.

Pau-brasil, árvore nacional

Em tupi-guarani, Ibirapitanga significa árvore vermelha. Derivado do latim “brasilia”, Brasil significa cor de brasa. A importância comercial da madeira do pau-brasil (Guillandina echinata) movimentou o início do processo de colonização do país que ganharia parte de seu nome.

Hoje, ameaçada de extinção depois da exploração predatória, completa-se 60 anos desde que o pau-brasil foi declarado como a Árvore Nacional. O título surgiu do projeto do então presidente Jânio Quadros, datado em 27 de junho de 1961. Ao lado do pau-brasil, está o ipê-amarelo (Caryocar brasiliense), que foi considerada a Flor Nacional pela mesma lei.

Ao programa Natureza Viva, o doutor em Geografia pelo Instituto de Geociência e Ciências Exatas da Unesp, Thiago José Berg, defendeu que a árvore deveria fazer parte do brasão brasileiro, como um dos símbolos do país.

Sonoridade do saxofone

O Jazz Livre!, programa da Rádio MEC, valoriza especialmente músicas tocadas por um instrumento de sopro de timbre agudo: o saxofone.

O equipamento foi patenteado em 28 de julho de 1846, há 175 anos. Quem o criou foi o fabricante de instrumentos musicais Adolphe Sax.

Orgulho LGBTI

Nesta segunda-feira (28), também se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTI. A data marca a reação histórica dos frequentadores do bar Stonewall Inn em Greenwich Village, em Nova Iorque (EUA). Em 28 de junho de 1969, os clientes reagiram pela primeira vez contra as constantes ações policiais ali ocorridas para prender travestis e todos os que vestissem mais de três peças do sexo oposto.

Nesse dia, em diferentes partes do mundo, ocorrem paradas pelos direitos da população LGBTI. Devido à pandemia, em 2020, o evento teve que ser virtual no Brasil. Em 2018, o Repórter Brasil fez uma matéria especial para relembrar o ocorrido no Bar Stonewall e como a comunidade LGBTI no Brasil ainda é uma das grandes vítimas de assassinato por preconceito sexual e de gênero.

Tragédia no espaço

Em 30 de junho, a tripulação da espaçonave soviética Soyuz morreu após um problema em uma válvula, que deixou o ar escapar do módulo onde estavam. A tragédia repercutiu em todo  o mundo e a tecnologia tem se desenvolvido, cada vez mais, para evitar acidentes como esse.

Mas há 50 anos também nascia o bilionário Elon Reeve Musk, que investe sua fortuna em pesquisa espacial e é fundador da SpaceX, que pretende levar o ser humano a lugares mais distantes do espaço. Além disso, ele é presidente da Tesla Motors, entre outras empresas.

Aniversários

Existe uma apresentadora e cozinheira de mão cheia que marca gerações brasileiras. Palmirinha Onofre completa 90 anos no dia 29. Nesse mesmo dia, é dia de São Pedro, santo venerado pela religião católica.

Entre as personalidades que fariam aniversário no dia 1º de julho, estão Diana Spencer, a princesa de Gales. Falecida em 1997, Lady Di completaria 60 anos se fosse viva. No mesmo dia, a escritora Zélia Gattai, que morreu em 2008, completaria 105 anos, e o cantor Alceu Valença faz 75 anos.

No dia 2 de julho, a morte do escritor norte-americano Ernest Hemingway faz 60 anos. Ele recebeu o Nobel de Literatura em 1954 e é o autor das obras Por Quem os Sinos Dobram e O Velho e o Mar. Publicado em 1952, O Velho e o Mar tornou-se seu romance mais famoso.

Lista semanal com datas, fatos históricos e feriados

27 de junho a 3 de julho de 2021

27

- Voo 139 da Air France (Tel Aviv-Atenas-Paris) é sequestrado a caminho de Paris pela OLP e desviado para Entebbe, Uganda (45 anos)

- Presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a Árvore Nacional e o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional (60 anos)

- São Paulo Futebol Clube sagra-se campeão paulista pela primeira vez no Estádio do Morumbi, após vencer o Palmeiras por 1 a 0 (50 anos)

- Dia do Mestiço nos Estados Amazonas, Roraima e Paraíba

28

- Nascimento do empreendedor e filantropo sul-africano-canadense-americano Elon Reeve Musk (50 anos) – fundador, CEO e CTO da SpaceX; CEO da Tesla Motors; vice-presidente da OpenAI; fundador e CEO da Neuralink; e cofundador e presidente da SolarCity

- O belga Adolphe Sax recebia a patente do saxofone (175 anos)

- Dia Internacional do Orgulho LGBTI – comemoração para marcar a data do Incidente de Stonewall, de 28 de junho de 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn, na cidade norte-americana de Nova Iorque, reagiram pela primeira vez contra as constantes ações policiais ali ocorridas para prender travestis e todos os que vestissem mais de três peças do sexo oposto

29

- Nascimento da culinarista e apresentadora paulista Palmirinha Onofre (90 anos)

- Dia de São Pedro

- Dia do Colono Alemão em Petrópolis – feriado municipal

- Lançamento do programa Garimpo, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro (11 anos)

30

- Nascimento do ex-pugilista norte-americano Mike Tyson (55 anos)

- A tripulação da espaçonave soviética Soyuz morre após suprimento de ar escapar por válvula defeituosa (50 anos)

- Dia Nacional do Bumba meu Boi

- Nascimento da filantropa britânica Diana Spencer, a princesa de Gales (60 anos)

- Nascimento do cantor, compositor, instrumentista e advogado pernambucano Alceu Valença (75 anos)

- Morte do mesatenista paulista Claudio Kano (25 anos)

- Nascimento do ex-atleta norte-americano Carl Lewis (60 anos) – ganhou 10 medalhas olímpicas, sendo nove de ouro

- Morte do jornalista, escritor e poeta mineiro Paulo Mendes Campos (30 anos)

- Guerra Fria: o Pacto de Varsóvia é oficialmente dissolvido em uma reunião em Praga (30 anos)

- Dia Internacional do Reggae – o dia foi inspirado por Winnie Mandela durante sua visita oficial à Jamaica, em julho de 1991, com o marido Nelson Mandela, logo após a libertação dele da prisão

- Dia Mundial das Bibliotecas – é o resultado do manifesto da Unesco sobre bibliotecas públicas, cujo documento foi aprovado em Paris, França, no dia 29 de novembro de 1994. Desse modo, a Unesco proclamou, oficialmente, a crença da entidade nas bibliotecas públicas como fomentadoras da promoção da paz e do bem-estar da sociedade

- Estreia do programa Sem Censura na TVE Brasil, atual TV Brasil (36 anos)

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- Nascimento da escritora, fotógrafa e memorialista paulista Zélia Gattai (105 anos) – foi expoente da militância política nacional

- Morte do político e ex-presidente mineiro Itamar Franco (10 anos)

- Morte do escritor estadunidense Ernest Hemingway (60 anos) – agraciado com o Nobel de Literatura em 1954 e autor das obras Por Quem os Sinos Dobram e O Velho e o Mar

- Dia do Bombeiro – o evento faz alusão ao 2 de julho de 1856, quando dom Pedro II assinou o Decreto 1.775, que criava o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte

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- Nascimento do ator e diretor paulista Carlos Alberto Riccelli (75 anos)

- Morte do cantor, compositor e poeta estadunidense James "Jim" Douglas Morrison (50 anos) – conhecido como o vocalista da banda de rock The Doors

- Promulgação da Lei Afonso Arinos, que proíbe a discriminação racial no Brasil (70 anos)

- Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial – celebra a aprovação da Lei nº 1.390, a Lei Afonso Arinos, de 1951

(Fonte: Agência Brasil)

Com a sua morte, perdemos um amigo e o Maranhão um dos seus mais ilustres filhos, uma vida útil, uma vibração constante de inteligência, de amor à terra, este Maranhão que ele amava, este Maranhão que vivia nele, que estava dentro de suas lembranças, de sua vida de homem público.

E a notícia pegou-nos desguardado de qualquer pressentimento que marcasse, em nós, a presença dos maus presságios. E sabemos que ele estava na vida, na tranquilidade de seu lar, junto da esposa, dos filhos. Um lar cheio de alegria. Iluminado pela sua velhice tranquila. Nela, a expressão magnífica do homem digno, honesto, consciente de ter cumprido com as suas obrigações e com seus deveres: no lar e na vida pública. Inatacável. Tudo nele ordem, respeito, emoção, serenidade, honra, responsabilidade. Tudo nele certo.

E sabíamos que estava na vida. Na sua residência, na Urca. Esta certeza revigorada pela presença de uma de suas filhas, que aqui se encontra. Viera para conhecer São Luís, para visitar parentes e amigos de seus pais. Sim, estava aqui, há dias, a senhorita Glória Maria, filha do inesquecível amigo Paulo Martins de Souza Ramos e de sua digna esposa, sra. Maria de Nazareth Chaves. Sim, Paulo Ramos estava no encantamento de sua residência, estava vivendo os seus 72 anos.

Tudo nele uma mensagem de resistência. Tudo nele a grandeza do homem que lutou, que venceu, que conquistou honrarias, que, um dia, abandonou a Guanabara, o Ministério da Fazenda integrado numa comissão de trabalho, para atender a um chamado de Vargas para apresentá-lo como candidato ao governo do Estado.

Sim, Paulo Ramos estava vivendo. E, longe de nós, os maus agouros. Não. Mas a notícia foi chocante. Chegou-nos sem o “aviso prévio”. E, por instantes, ficamos olhando a professora Nadir Adelaide do Nascimento Moraes, amiga da família Paulo Ramos: “Paulo Ramos morreu”.

Ficamos no silêncio. Dentro de nós, as reflexões. A dor chorando sem a presença das lágrimas. Os olhos parados, perdidos nas distâncias. E, nas distâncias, ele, Paulo Ramos, o amigo, o maranhense ilustre. O ex-governador do Estado numa fase de agitações políticas regionais. Ele que chegava sem que dele se lembrassem os políticos da época, os deputados, os senadores.

Seu nome surgiu das listas que apresentaram para Vargas escolher o candidato que iria substituir, no Executivo maranhense, o dr. Aquiles Lisboa, o médico não menos ilustre. A fulguração intelectual por excelência. O cientista de Cururupu. Não. Foi Vargas quem deu golpe contra as preferências locais, afastou as cartas marcadas do baralho político de então, cancelou ambições de muitos, desbaratou planos, acabava de vez com os atritos e, sorrindo, o homem do Estado Novo apresentava para os maranhenses: “o dr. Paulo Martins de Souza Ramos”. Era Vargas encontrando a resposta válida para impedir a desordem política que parecia ameaçar mais, expandir-se mais.

E Paulo Ramos entrou em luta contra um processo político defeituoso. Enfrentou os adversários do progresso do Maranhão. Do desenvolvimento do Maranhão. Um governo duro, democrático, austero, honesto, realizador. Imprimiu um novo programa administrativo no Estado. Fez pressão contra os corruptos, os “subversivos”, os políticos retrógrados. Um governo realizando milagres. Construindo, plantando a boa semente. Um governo sério.

Com ele, a marca do Maranhão progressista. Nele, a valorização duma inteligência privilegiada. Nele, o orador fluente, culto. Nele, a autoridade inflexível. Nele, o homem de bem, a alma boa, o companheiro, o amigo. Era assim Paulo Martins de Souza Ramos.

Depois, veio a Interventoria. A mesma atitude. A mesma resistência. Com ele, o seu idealismo. E realizou. Suas obras ficaram marcando a sua presença no governo do Estado. O povo as conhece. E, ainda hoje, ouve-se do povo, da gente humilde, o povo que, tempos depois, assegurava, para ela, a representação federal, sim, do povo: “foi um grande governo”. Foi ele que instalou no Estado, na administração pública, uma fase de moralização administrativa. Ninguém poderá desmentir isto. Ninguém.

Mas ficamos olhando o vazio em torno de nós. Sim, Paulo Ramos deixara de viver. Um momento e seus olhos se fecharam para a vida, a sua vida, a vida de sua família, de seus filhos, de seus amigos. Um instante e não mais dele a palavra inteligente, o espírito alegre, a graça de seus humorismos, a conversa íntima, repleta de recordações, das lembranças da cidade, desta São Luís que sempre amou.

Um instante e ei-lo no caixão de pinho. Na iluminação das rosas, vestido de saudade. Sim, Paulo Ramos. O Maranhão perdeu mais um de seus filhos ilustres. Nós perdemos um amigo. E daqui em prantos, em desespero, a filha de volta para chorar no túmulo do pai amantíssimo, do pai amor, do pai desvelo, do pai amigo, o irmão mais velho da família, a sua família.

Paulo Ramos: esta é a homenagem da cidade, do povo, da intelectualidade maranhense. Não há lágrimas. Há a lembrança que ficará sempre na ronda das recordações.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 22 de fevereiro de 1969 (sábado).