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As principais orientações para a elaboração da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano já estão disponíveis para os candidatos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou o documento A Redação do Enem 2023 – Cartilha do Participante, com informações sobre a Matriz de Referência da prova, além de apresentar amostras comentadas de redações que receberam pontuação máxima (1.000 pontos) no Enem do ano passado.

A prova de redação, que neste ano será aplicada no dia 5 de novembro, exige a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. O candidato deverá defender um ponto de vista apoiado em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual. Também deve elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto. Essa proposta deve respeitar os direitos humanos.

Os aspectos avaliados relacionam-se às competências que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de escolaridade. Ao elaborar a redação, os participantes devem ficar atentos às cinco competências que serão exigidas do texto:

* Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;

* Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;

* Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;

* Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;

* Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Entre os critérios que podem conferir nota zero à redação estão a fuga ao tema, texto com até sete linhas, trecho deliberadamente desconectado do tema, desobediência à estrutura dissertativo-argumentativa e desrespeito à seriedade do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

Para aprofundar a discussão sobre a formação da cidade de São Paulo, o artista Jaime Lauriano criou imagens que se desmancham à medida que se desce pelas escadarias do Beco do Pinto, no centro histórico paulistano. O espaço fica entre dois casarões do século XIX - o Solar da Marquesa e a Casa nº 1, que fazem parte do Museu da Cidade. O trabalho será aberto à visitação neste sábado (7).

Os três painéis instalados no local trazem reproduções do Panorama da Cidade de São Paulo, pintado por Arnaud Julien Pallière, em 1821, com intervenções propostas pelo artista. O quadro mostra a paisagem da região da antiga Rua do Carmo, onde fica o Beco do Pinto, à época. “Nada mais é que uma vista do outro lado do Rio Tamanduateí, no século XIX, olhando para cá”, diz Lauriano, ao apontar para uma caixa-d’água no horizonte, onde antes era a margem do rio, atualmente canalizado e coberto por concreto e asfalto.

“Então, você tem a várzea do Carmo, você tem o Convento do Carmo, você tem todo um landscape [paisagem] dessa parte do centro de São Paulo, vista de lá, que era periferia à época”, detalha o artista sobre o que é possível ver no afresco original.

Militares e bandeirantes

Para os trabalhos, Lauriano removeu as figuras humanas que também faziam parte da composição e inseriu, em uma montagem, personagens de diversos momentos da história do país. Aparecem montados em cavalos, Dom Pedro I, o general João Figueiredo, o ex-governador paulista João Doria, policiais militares e bandeirantes. “Eu vou adicionando também alguns elementos que fazem parte da minha gramática visual, que são desenhos feitos com pemba, que é esse giz usado nos rituais afro-brasileiros”, explica Lauriano “Aqui, eu desenhei três caças da FAB [Força Aérea Brasileira]e adicionei palavras, como genocídio e invasão”, completa sobre as intervenções em um dos painéis.

Imagens que se desmancham

As imagens, no entanto, foram construídas com uma estratégia usada para outdoors, dividida verticalmente em prismas, de modo que, ao olhar o painel em outro ângulo, há outra figura no lado inverso. Essa montagem também faz com que a imagem mude à medida que a pessoa se movimenta pelo espaço. “A partir do momento que você vai andando, ela [imagem] vai se destruindo e vão se revelando os tridentes de Exu desenhados com pemba. Então, se você vir nesse outro ponto de vista, você já não vê mais nenhuma imagem colonial”, mostra.

Para quem sobe as escadarias, são visíveis inicialmente os símbolos que remetem a Exu, orixá cultuado pela umbanda e candomblé. “Ele é o primeiro orixá, porque o criou vazio. Dentro da cosmologia iorubana, se você não criar o vazio, você não consegue criar nada”, explica o artista sobre a escolha. “A gente não vai apagar e não vai esquecer essa história, só que nesse movimento decolonial [de enfrentar o pensamento colonial], a gente vai criar um vazio para a possibilidade de criação de outra história”, acrescenta.

Apagamento

A proposta surgiu a partir de um incômodo do artista com o apagamento da história da cidade anterior a década de 1920. “A gente anda pelo centro de São Paulo e não vê quase nenhuma referência ao período de colonização, de escravização e ao período de independência também, antes de 1920. E, aqui, é um lugar desses que a gente tem a memória do período colonial brasileiro”, comenta Lauriano, que fez o trabalho a pedido do museu municipal que funciona no espaço.

O local, que fica ao lado do Pateo do Collégio e próximo a Praça da Sé, marcos de origem da capital paulista, é também por onde passava a rota usada por povos indígenas antes da invasão, chamado de Caminho do Peabiru. “O Beco do Pinto fazia parte do Caminho do Peabiru e a gente esquece. Isso não é um dado conversado em museu nenhum, centro cultural nenhum”, enfatiza.

Samba e hip hop

Os painéis devem ocupar o beco até julho de 2024. Para que a obra suporte a exposição ao Sol e à chuva, Laureano se baseou nas estratégias de construção popular e optou por estruturas metálicas. “É o mesmo zinco usado em barracão de escola de samba e banca de jornal. Usar esse tipo de material informa também essa ideia de ostentação, de uma arquitetura colonial, que está nas imagens, em contraste com a popular”, diz.

A inauguração do trabalho será feita por um cortejo, performado pelo Coletivo Legítima Defesa, com saída da Praça da Sé, às 15h. Ao longo do período de exposição, serão realizados ainda eventos com grupos de pagode, samba e hip hop.

(Fonte: Agência Brasil´)

A imensa variedade de materiais necessários para montar fantasias, adereços e outros elementos que encantam o público nos sambódromos do país movimenta um mercado que hoje depende frequentemente de importações, muitas vezes atreladas ao dólar. Para o presidente da Federação Nacional das Escolas de Samba  (Fenasamba),, Kaxitu Ricardo Campos, a solução pode estar no fomento a um parque industrial voltado a atender a essa enorme, permanente e colorida demanda. 

De acordo com Campos, esse é um dos temas em que será preciso avançar durante a Assembleia Geral Anual da Fenasamba, que será realizada neste fim de semana, na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro.  A proposta de garantir a criação de um parque industrial para produção dos materiais usados na preparação do Carnaval das agremiações foi lançada desde a criação da Fenasamba, em 2017. “Às vezes, tem que comprar na China, porque não tem no Brasil. Se compra em dólar, fica mais caro. Fica uma roda-gigante que vai girando, e a gente com cada vez mais dificuldades”.

A filiação nacional de escolas de samba e blocos carnavalescos tradicionais do Brasil em uma entidade se propõe a contribuir com o avanço de políticas públicas para o setor. Fundada em 15 de julho de 2017, a Fenassamba reúne 87 ligas e agremiações carnavalescas de todo o país, representando mais de 1.000 blocos temáticos e escolas de samba. Atualmente, a federação representa escolas de samba e blocos em 18 Estados. 

“Na verdade, nós somos uma confederação, e a gente recebe a filiação das ligas basicamente municipais, porque o Carnaval é organizado nas cidades. A gente representa do ponto de vista político o segmento carnavalesco e faz um diálogo com as instâncias federais para a criação de políticas públicas para o Carnaval”, explica Campos.

Segundo Campos, a ideia de união, organização e de um pensamento nacional sobre as escolas de samba surgiu em 2013. Naquele momento, houve uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a economia do Carnaval.

“A maioria das ações que a gente tem conseguido andou por causa do Congresso, desde a criação da Fenasamba. A Câmara dos Deputados provocou o governo federal, que participou e montou um grupo de trabalho, e em 2016, o governo caiu [impeachment da presidente Dilma Rousseff] e a gente perdeu completamente a relação com o Executivo. A partir daí, foi só a relação com o Parlamento. Em 2023, a gente voltou a se relacionar com o governo federal”, lembra Campos.

Um exemplo de política pública de impacto positivo para o setor apontado por Campos foi a sanção, em maio deste ano, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da lei que reconheceu desfiles, música, práticas e tradições das escolas de samba como manifestação da cultura nacional. De acordo com a legislação, o Poder Público tem que garantir a livre atividade das escolas e a realização dos desfiles.

Na visão do presidente da Fenasamba, a sanção da lei foi uma conquista com apoio político da federação. O dirigente lembrou ainda que nas leis emergenciais Paulo Gustavo e Aldir Blanc, criadas para reduzir os efeitos econômicos e sociais decorrentes da pandemia da covid-19 no setor cultural, inicialmente deixaram de fora as escolas de samba.

“Não eram pensadas para o segmento do Carnaval. Em 2021, não teve desfile, mas as escolas de samba têm atividades e precisavam viver. A gente fez uma interlocução para que tivesse um parágrafo [na lei] que pudesse contemplar as escolas de samba. Na época, foi incluído. As escolas conseguiram, a Liesa inclusive fez lives com aportes da [Lei] Aldir Blanc e outras ligas como aqui de São Paulo”, lembra o presidente da Fenasamba, acrescentando que a federação também participou da regulamentação da Lei Paulo Gustavo, para que as escolas de samba pudessem ser beneficiadas como qualquer outra manifestação cultural do país.

“Uma coisa é o desfile da escola de samba, que normalmente são ações que têm recursos porque o Carnaval impacta nas cidades. Mas as escolas de samba têm uma série de outros trabalhos que precisam de apoio. Na cabeça das pessoas, parece que as escolas funcionam só para os desfiles, mas também são um organismo cultural e social vivo, que faz atividades”.

O presidente da Fenasamba disse que, como a capilaridade do Carnaval é muito grande, tem buscado entendimentos com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para a transmissão de eventos do setor.

“Um dos maiores carnavais do Brasil é em Corumbá, na fronteira com a Bolívia. A gente tem dialogado, e a EBC tem aberto um canal de conversa com a gente. [Já] Transmitiu vários desfiles este ano. Da nossa parte, as pessoas têm acompanhado muito”.

Temas

Na Assembleia Geral Anual deste ano serão discutidos temas como mercado e oportunidades para o profissional do Carnaval 365 dias; experiências carnavalescas na gestão pública e desfiles das escolas de samba e o turismo.

Além de carnavalescos e jornalistas, participam dos debates parlamentares e representantes do governo federal. Estão previstas as presenças do assessor da Secretaria Executiva do Ministério da Cultura, Yuri Soares; do diretor de Políticas para os Trabalhadores da Cultura do Ministério da Cultura, Derek Santana; e do coordenador de atenção à população negra do Ministério da Saúde, Marcos Moreira da Costa.

No primeiro dia da Assembleia Geral Anual da Fenasamba, às 16h30 vai ocorrer a eleição para a renovação da diretoria executiva da entidade para o triênio 2023-2025. No dia seguinte, será feita a entrega do Grande Prêmio do Carnaval Brasileiro 2023, nas categorias Benemérita da Folia, Musa Cidadã, Social Nota 10, Mestre da Administração, Bambas do Samba (M), Bambas do Samba (F), Resistência Carnavalesca, às 16h. A Portela será uma das homenageadas com o Prêmio Resistência Carnavalesca pelo seu centenário.

(Fonte: Agência Brasil)

Foi inaugurada nessa sexta-feira (6), no Espaço de Artes Márcia Sandes, na Procuradoria Geral de Justiça, em São Luís, a exposição Retratos, com 20 desenhos de servidores do Ministério Público do Maranhão feitos pelo artista Nuna Neto.

Produzidos em prancha digital, a partir de fotos enviadas pelos servidores, os desenhos ficam em cartaz até 30 de outubro.

Nuna Neto nasceu em São Luís, em uma família de artistas. Ele é jornalista, chargista, caricaturista, desenhista e músico. Trabalha como caricaturista há 33 anos.

Após sofrer um infarto, há três anos, Nuna Neto buscou novos instrumentos para sua criação artística, e um deles é a mesa digital. “Tive que me reiventar. Em vez de usar tela, uso uma mesa digital”.

O procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, agradeceu o expositor e sua dedicação à produção das imagens expostas no Espaço Márcia Sandes. “Fico feliz por ter prestigiado nossos funcionários, e seu trabalho só engrandece nosso espaço”.

No mesmo sentido, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Danilo Castro Ferreira, destacou a qualidade artística do trabalho. “Ser artista é um dom de Deus e aqui temos um belo trabalho”.

Também presente na abertura, o promotor de Justiça e coordenador da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Ednarg Fernandes Marques, contou que a exposição surgiu da ideia de homenagear os servidores, considerados por ele como parte indissolúvel do MP.  “Parabéns, Nuna. Servidores, sintam-se homenageados”.

(Fonte: MP-MA)

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aborda, a cada ano, temas de ordem social, científica, cultural ou política. A prova de redação é a única parte discursiva do exame, que é composto basicamente por questões objetivas múltipla escolha. Na reta final para as provas, que serão aplicadas em todo o país, nos dias 5 e 12 de novembro, a Agência Brasil reuniu todos os temas cobrados nas edições anteriores do Enem.

Na prova de redação, os estudantes precisam escrever um texto dissertativo-argumentativo. No texto, devem defender um ponto de vista – uma opinião a respeito do tema proposto –, apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual. Além disso, os candidatos precisam elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto que respeite os direitos humanos.

O texto produzido é avaliado por, pelo menos, dois professores graduados em letras ou linguística, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. Essa é a única prova que tem uma nota de zero a mil, Caso tire zero, o candidato é eliminado.

A cada ano, ao longo da história do Enem, o exame teve, pelo menos, dois temas de redação, um cobrado na aplicação regular e outro no Enem voltado para adultos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade, o chamado Enem PPL, aplicado em data posterior ao exame regular. Também fazem essa prova os estudantes que foram prejudicados por questões logísticas no dia do Enem regular.

Em alguns anos, no entanto, houve exceções. Em 2020, houve um terceiro tema. Era a primeira aplicação do Enem Digital, que teve uma prova diferente do Enem impresso. Em 2016, houve duas aplicações regulares devido a um amplo movimento de ocupação de escolas por estudantes em várias cidades do país. Entre os motivos do protesto, estava o Novo Ensino Médio, que, na época, acabava de ser proposto por meio de medida provisória. As ocupações de alguns locais de prova impediram a realização das provas na data regular.

Em 2014, houve também três aplicações. Nesse ano, 31 candidatos de Pernambuco não conseguiram fazer o Enem regular por causa, principalmente, de falta de energia ekétrica no local de prova. Eles fariam a reaplicação com o Enem PPL, mas o caminhão dos Correios que transportava os cartões de resposta e as provas de redação para correção foi roubado na cidade do Rio de Janeiro, o que levou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a realizar uma terceira aplicação das provas, para eles.

Já em 2009, na primeira aplicação do chamado novo Enem, quando o exame passou a ter o formato atual e a servir de porta de entrada para o ensino superior, o Enem teve, apenas, um tema de redação, o da aplicação regular. Isso porque o Enem PPL começou a ser aplicado apenas em 2010.

Todas as provas e os gabaritos do Enem estão disponíveis na página no Inep.

Veja os temas de redalçao cobrados em todas as edições do Enem:

Enem 2009: 

O indivíduo frente à ética nacional (Enem regular)

Enem 2010: 

O trabalho na construção da dignidade humana (Enem regular) e Ajuda humanitária (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2011:  

Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado (Enem regular) e Cultura e mudança social (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2012: 

O movimento imigratório para o Brasil no século XXI (Enem regular) e O grupo fortalece o indivíduo? (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2013:  

Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil (Enem regular) e Cooperativismo como alternativa social (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2014: 

Publicidade infantil em questão no Brasil (Enem regular), O que o fenômeno social dos “rolezinhos” representa? (Enem PPL e reaplicação), Alternativas para a escassez de água no Brasil” (Terceira aplicação)

Enem 2015: 

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira (Enem regular) e O histórico desafio de se valorizar o professor (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2016: 

Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (Enem regular primeira aplicação), Caminhos para combater o racismo no Brasil (Enem regular segunda aplicação) e Alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2017: 

Desafios para formação educacional de surdos no Brasil (Enem regular) e Consequências da busca de padrões de beleza idealizados (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2018: 

Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet (Enem regular) e Formas de organização da sociedade para o enfrentamento de problemas econômicos no Brasil (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2019: 

Democratização do acesso ao cinema no Brasil (Enem regular) e Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2020: 

O Estigma Associado às Doenças Mentais na Sociedade Brasileira (Enem impresso), O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil (Enem digital) e A falta de empatia nas relações sociais no Brasil (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2021: 

Invisibilidade e Registro Civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil (Enem regular) e Reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil (Enem PPL e reaplicação)

Enem 2022: 

Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil (Enem regular) e Medidas para o enfrentamento da recorrência da insegurança alimentar no Brasil (Enem PPL e reaplicação)

(Fonte: Agência Brasil)

Chegou ao fim a primeira edição do Projeto Craques do Amanhã, escolinha de futebol desenvolvida com os patrocínios do governo do Estado do Maranhão e do Grupo Audiolar via Lei de Incentivo ao Esporte, que teve suas atividades realizadas no Campo do Verona, no Bairro Vicente Fialho, em São Luís. Durante 12 meses, a iniciativa atendeu, gratuitamente, 80 crianças e adolescentes entre 8 e 16 anos, do sexo masculino e feminino, com treinos de iniciação e fundamentos do futebol.

A primeira edição do Projeto Craques do Amanhã foi criada com o objetivo de contribuir para o processo formativo e de saúde das crianças, estimulando a conclusão das etapas do ensino escolar, o respeito às regras da sociedade, a reflexão sobre uso de drogas e a violência, além de democratizar o acesso ao esporte e lazer.

Para melhor execução das atividades do Projeto Craques do Amanhã, foi criado um núcleo de desenvolvimento, com um gestor-coordenador, um monitor-administrativo, um auxiliar-administrativo, um treinador-professor e um auxiliar técnico para atender as crianças e os adolescentes nos 12 meses de duração do projeto. Na abertura do projeto, os 80 alunos receberam uniformes completos, bolsas e squeezes para jogos e treinamentos.

"O Projeto Craques do Amanhã foi um grande sucesso. Estamos muito satisfeitos com o resultado desses 12 meses de atividades. Além de contar com uma participação excelente dos alunos e de suas famílias, também tivemos todo o apoio da comunidade do Vicente Fialho, que abraçou esse projeto tão importante para a construção de uma sociedade melhor, com os jovens aprendendo valores para toda a vida por meio do esporte e da educação. Fica o nosso agradecimento ao governo do Estado e ao Grupo Audiolar, que deram todo o suporte para todas as ações e o desenvolvimento da escolinha”, destaca Antônio Maria Pereira, coordenador do projeto.

Tudo sobre o Projeto Craques do Amanhã está disponível no perfil oficial da escolinha no Instagram (@craquesdoamanhaslz). Vale destacar que a primeira etapa da iniciativa social contou com os patrocínios do governo do Estado do Maranhão e do Grupo Audiolar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Vem aí a segunda edição do Praia do Futebol, competição que promete agitar a cidade de São Luís a partir deste mês. A iniciativa, que conta com os patrocínios do governo do Estado, do Grupo Audiolar e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, envolverá três modalidades: futebol de travinha Sub-15, futebol 7 beach Sub-17 e futebol de areia Adulto Feminino. Mas, antes do início das disputas, nesta sexta-feira (6) à noite, haverá o lançamento oficial dos torneios em solenidade marcada para as 19h30, na Arena Olynto, no Bairro do Olho d’Água. O evento contará com representantes das 32 equipes participantes.

Durante o lançamento desta edição do Praia do Futebol, todos os times irão receber kits com uniforme completo com camisas, calções e coletes (exclusivos para as equipes do futebol de travinha). O material será utilizado pelas equipes ao longo de toda a competição. 

Além da entrega de todo o material esportivo, haverá, ainda, os congressos técnicos das três modalidades em disputa no Praia do Futebol. Os congressos vão definir os grupos e confrontos dos torneios. 

Das três modalidades, apenas o torneio de futebol de travinha, que contará com 16 times, terá formato eliminatório desde o início com disputas de oitavas, quartas, semifinais e final. Já os torneios de futebol 7 beach Sub-17 e futebol de areia Adulto Feminino terão uma fase de grupos e, posteriormente, os mata-matas. 

“O Praia do Futebol é uma competição que chega para promover a prática do esporte na capital maranhense. Temos certeza do sucesso deste evento que promete fazer parte do calendário esportivo de São Luís por muito tempo. Ficamos muito felizes pela confiança depositada pelo governo do Estado, pelo Grupo Audiolar e pela Potiguar ao nosso projeto”, afirmou Waldemir Rosa, diretor-técnico da competição. 

Siga as redes sociais oficiais do Praia do Futebol no Instagram e no Facebook (@praiadofutebol) e fique por dentro de todos os detalhes da competição. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a nova temporada do programa Trilha de Letras, da TV Brasil. A partir de novembro, ela irá conduzir conversas com autores, editores, críticos e com quem faz parte do mundo do livro. O programa debaterá temas atuais por meio da literatura, sempre com convidados diferentes.

Eliana é autora dos romances Água de Barrela (2016), O Crime do Cais do Valongo (2018), Nada Digo de Ti, que em Ti não Veja (2020) e Solitária (2022). Com o romance de estreia, venceu a primeira edição do Prêmio Literário Oliveira Silveira, oferecido pela Fundação Cultural Palmares em 2015. Pelo primeiro livro de contos, A Vestida, recebeu o Prêmio Jabuti 2022.

Na carreira como jornalista, ela tem uma extensa experiência em relações públicas e em grandes eventos, trabalhando com comunicação e esportes olímpicos. Cobriu mais de 20 campeonatos mundiais, três Olimpíadas e organizou a área de imprensa de mais de 20 eventos internacionais no Brasil.

Em 2010, em busca da história da própria família, Eliana mergulhou em cinco anos de estudo, que resultaram em Água de Barrela, romance que marca a entrada dela no mundo da literatura como escritora – já que como leitora, ela já fazia parte desse mundo desde criança. Eliana conta que a carreira como escritora começou com uma simples e instigante pergunta: “Por que não?”, que, segundo ela, é algo que todos precisam se perguntar algum dia na vida.

“Eu acho que a literatura sempre fez parte da minha vida, mas eu não me enxergava como produtora de literatura, como alguém que estivesse ali por trás da caneta, como escritora. Isso aconteceu para mim em um momento de necessidade, de me entender como ser humano, de me entender como mulher negra nessa sociedade tão complicada e tão violenta conosco. Eu vi que eu tinha uma história dentro da minha casa que não existia nos nossos livros. Eu resolvi escrever essa história. Por que não? Essa pergunta do 'por que não?' a gente tem que fazer um dia na vida”, conta.

Eliana Alves Cruz, que já foi entrevistada pelo Trilha de Letras, agora chega ao programa como apresentadora, afinal, por que não?  “É um programa que é muito necessário porque ele é único. É o único programa da TV aberta sobre literatura”, diz e acrescenta: “Eu estou realmente muito feliz de fazer parte da história do Trilha de Letras e estar apresentando o programa em um momento tão especial e histórico do Brasil, de retomada de tantas coisas.”

Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. O Trilha foi criado em 2016 por Emília Ferraz, atual diretora do programa. O primeiro episódio foi ao ar em abril de 2017.

A TV Brasil já exibiu três temporadas do programa e recebeu mais de 200 convidados nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas foram apresentadas pelo escritor Raphael Montes. A terceira, pela jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) Katy Navarro. Eliana assume a quarta temporada. Uma das novidades é o quadro de indicações de leitura que será feito por booktubers, ou seja, produtores de vídeos com conteúdo literário na internet.

“A expectativa para esta temporada é que o Trilha de Letras continue abrindo os caminhos da literatura para os espectadores da TV Brasil. Acreditamos que a função da TV pública é estimular a cultura, o pensamento e formar leitores”, diz Emília Ferraz. A diretora antecipa que Eliana Alves Cruz trará “conversas informais e íntimas com os entrevistados, para o deleite dos espectadores”.

A jornalista diz estar gostando da experiência: “Está sendo muito lindo ouvir as pessoas, ver o que elas têm para dizer, conhecer o processo delas. A gente aprende, é um acréscimo de energia, de energia vital. Quem está ganhando sou eu”.

A apresentadora conversou com a Agência Brasil após a gravação de um dos episódios do Trilha de Letras. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:  

Agência Brasil: 

O que podemos esperar da nova temporada do Trilha de Letras e como está sendo assumir a apresentação do programa?

Eliane Alves Cruz: 

O Trilha de Letras é um programa que eu acompanhava antes de ter sido interrompido. Eu mesma já fui entrevistada por ele. É um programa que é muito necessário porque ele é único. É o único programa da TV aberta sobre literatura. Ele é realmente necessário. Nesta temporada, a ideia é trazer a maior diversidade possível de autores e de pessoas do universo do livro, não necessariamente sejam autores, mas editores, críticos. À medida que o programa for caminhando, a gente quer fazer um painel do que é literatura brasileira contemporânea, tanto na forma quanto no conteúdo. Eu estou realmente muito feliz de fazer parte da história do Trilha de Letras e estar apresentando o programa em um momento tão especial e histórico do Brasil, de retomada de tantas coisas.

Agência Brasil: 

Agora, você faz parte da TV Brasil. Como é estar nesse espaço da comunicação pública?

Eliane Alves Cruz: 

Eu, como escritora, sou fruto de uma política pública de cultura. Eu ganhei o concurso da Fundação Cultural Palmares em 2015 e foi graças a esse concurso que hoje sou escritora. Então, eu acho que é uma forma de retribuir o tanto que uma política publica pode fazer por alguém. Eu acho que me descobriu como autora e descobriu muitos talentos em outras áreas. Mas não é a única coisa que a esfera pública pode fazer pelo cidadão, pela cidadã brasileira. Eu acho que é uma obrigação do Estado, sim, fomentar, incentivar, divulgar, porque isso traz vida. Isso é, na verdade, a nossa impressão digital. A cultura é a impressão digital de um povo, é o que nos coloca no mundo como povo brasileiro.

Agência Brasil: 

Eliana, você é jornalista de formação, com uma grande atuação na área. Como você entra na literatura e quando o lado de escritora começa a ganhar espaço?

Eliane Alves Cruz: 

Eu acho que a literatura sempre esteve na minha vida. A minha mãe era professora do ensino fundamental, e ela me alfabetizou e muito lendo os livros para mim e comigo. Então, eu acho que desde aí é o começo da paixão pelos livros. Meu pai sempre gostou muito de ler e incentivou que a gente cultivasse esse hábito. Eu acho que a literatura sempre fez parte da minha vida, mas eu não me enxergava como produtora de literatura, como alguém que estivesse ali por trás da caneta, como escritora. Isso aconteceu para mim em um momento de necessidade, de me entender como ser humano, de me entender como mulher negra nessa sociedade tão complicada e tão violenta conosco. Eu vi que eu tinha uma história dentro da minha casa que não existia nos nossos livros. Eu resolvi escrever essa história, por que não? Essa pergunta do “por que não?” a gente tem que fazer um dia na vida. Desde 2010, eu comecei a pesquisar sobre a minha própria história e a ficcionalizei no livro Água de Barrela. Com esse livro, que terminei em 2015, ganhei o concurso da Fundação Palmares e aí comecei realmente, de fato, minha carreira de escritora. Mas, eu tenho um texto que publiquei no ano passado, um texto infantil, que existe desde os meus 18 anos. É isso, a gente não é escritor, não se faz assim do dia para a noite. Na verdade, é a coroação de uma vida, de uma trajetória e de uma história.

Agência Brasil: 

Uma das coisas que o Trilha de Letras traz é o bastidor da escrita. Como é o seu bastidor? Como é o seu processo de criação, esse passo a passo até chegar a um livro pronto?

Eliane Alves Cruz: 

Cada livro é um processo diferente. Então, eu tenho vários processos diferentes. Esses livros históricos demandam muita pesquisa porque tratam de realidades nas quais a gente não está mais inserida. O mundo andou, a história andou, é preciso voltar para o banco escolar e estudar um pouco. Eu estudei muito. Pesquisei o século XIX, estudei uma série de coisas para poder criar a ambientação dessas histórias que são Água de BarrelaO Crime do Cais do Valongo e Nada Digo de Ti que em Ti não Veja. São histórias que se passam em séculos passados. Solitária é um livro contemporâneo, bem contemporâneo, e aí traz outra dificuldade porque a gente está inserido ali dentro daquela temática e não tem o distanciamento para olhar para aquilo. Mas também é outro desafio interessante, escrever no olho do furacão. Foi muito intenso. Muito intenso mesmo. Cada livro é um processo diferente. Eu sou uma pessoa que gosta de escrever com música, a música me inspira, eu organizo as informações. Eu procuro personagens da vida real que se pareçam com meus personagens da ficção, para eu observar como andam, como falam, o que dizem. Por exemplo, para escrever o Água de Barrela, eu li os autores do século XIX, para ver um pouco da língua. Não que eu vá exatamente usar o português da época. Às vezes, você traz uma palavra que era dita e que não está no nosso usual, e isso já leva o leitor para outro século. O fato de eu usar vosmecê já leva a pessoa para outro lugar, outro tempo, outro lugar do tempo. Para mim, isso tudo é muito fascinante. Eu gosto de ler, gosto de pesquisar e cada vez eu sinto que vou refinando esse processo.

Agência Brasil: 

Quais são suas referências?

Eliane Alves Cruz:

Ih, tanta gente. É uma pergunta muito difícil. Esses autores todos de séculos passados como Machado de Assis e Lima Barreto. Tanta gente que nos formou. Maria Firmina dos Reis, embora a gente a tenha descoberto como essa primeira autora [negra brasileira] apenas mais tarde. A gente não lê Maria Firmina nos bancos escolares, mas é uma autora muito interessante porque ela fala de um lugar e é muito corajosa. Tenho hoje muitas autoras negras que me inspiram, tanto no Brasil como fora: Conceição Evaristo, Miriam Alves, Geni Guimarães, e minhas contemporâneas, como Ana Maria Gonçalves. De fora, Teresa Cárdenas, que é uma autora cubana que eu gosto muito, Toni Morrison, Alice Walker, bell hooks, são referências. É um montão de gente. É até complicado a gente dar nome. Sabe que eu gosto de ler contos russos? Esses caras, esses contistas todos, eles fazem do nada, de alguma coisa absolutamente banal, uma história genial. Eu acho que é muito bacana a gente aprender essa técnica, essa forma de falar sobre o aparentemente banal, isso me atrai. Os meus personagens, na maioria dos meus livros, todos são pessoas comuns que estão fazendo a história e são testemunhas da história.

Agência Brasil: 

Eu pude acompanhar a gravação de um dos episódios e foi muito interessante observar alguém que entende muito de literatura e que está inserida nesse universo fazendo perguntas a outros autores. Conta um pouquinho dos bastidores para nós, como é esse preparo?

Eliane Alves Cruz: 

A equipe é maravilhosa. A equipe faz um roteiro ótimo, e eu contribuo com o que eu sei do autor. É um diálogo interessante porque a gente faz as perguntas e tem vontade de responder. É muito interessante isso. Mas é também um exercício. O exercício da escuta é muito necessário. A gente tem muita tendência de querer falar o tempo todo, então, está sendo muito lindo ouvir as pessoas, ver o que elas têm para dizer, conhecer o processo delas. A gente aprende, é um acréscimo de energia, de energia vital. Quem está ganhando sou eu.

 (Fonte: Agência Brasil)

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou, nessa quinta-feira (5), que pretende usar os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano para finalizar, até 2026, 138 projetos ou obras de recuperação de patrimônios históricos tombados. O Iphan ainda prevê edital para elaboração de 100 novos projetos.  

O novo PAC, lançado neste ano, destinou R$ 1,3 bilhão para ações do Ministério da Cultura. Desse total, 737 milhões foram destinados ao Iphan para ações de recuperação ou promoção do patrimônio cultural do país.  

O patrimônio cultural de um país é formado por monumentos, sítios arqueológicos ou manifestações culturais que representam a identidade e memória de um povo, podendo ser material, como igrejas e outras construções com valor cultural, ou imaterial, como as manifestações religiosas e festivas do povo. 

Ao todo, 17 Estados serão beneficiados pelos 138 projetos. O Estado com o maior número de projetos é Minas Gerais com 54, seguido por Pernambuco (12), pelo Maranhão (11), Rio Grande do Sul (9), pela Paraíba (9), por Sergipe (8) e pelo Rio de Janeiro (7). Parte dessas obras tem origem no PAC Cidades Históricas, lançado em 2013 e que não foi concluído por falta de recursos. 

Em Santo Amaro (BA), por exemplo, deve ser restaurado o local que abriga o Bembé do Mercado, onde ocorre tradicional candomblé de rua, uma das mais importantes manifestações religiosas de matriz africana do país. Na cidade histórica de Ouro Preto (MG) estão previstas as restaurações de cinco igrejas e quatro capelas, entre elas, a Igreja de Bom Jesus de Matozinhos e a de São Francisco de Assis.  

No Rio de Janeiro (RJ), estão previstas as restaurações do Palácio Gustavo Capanema, que hospedou o primeiro Ministério da Educação e Cultura (MEC) do Brasil, e do Museu da República e de seu Jardim Histórico. Em Olinda (PE), outra cidade tombada como patrimônio histórico e cultural, o PAC deve restaurar a Igreja de São Pedro e o Mosteiro de São Bento, entre outros prédios tombados.  

Na avaliação do diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização Andrey Schlee, o PAC permite incluir o patrimônio na pauta do desenvolvimento da nação. “Isso para o Iphan, além de uma responsabilidade, é o reconhecimento de fato de que o patrimônio constrói o país e gera emprego e desenvolvimento”, destacou.  

Novos projetos

Além desses 138 projetos definidos, o Iphan vai lançar, no dia 9 de outubro, edital com R$ 37 milhões de recursos do PAC para seleção de 100 projetos de recuperação de bens materiais tombados ou para o fortalecimento de bens imateriais registrados como patrimônio federal.  

O edital ficará aberto até 10 de novembro para que governos estaduais e municipais, além de instituições públicas locais de preservação do patrimônio, possam propor projetos de recuperação de bens materiais ou promoção de patrimônios imateriais federais reconhecidos pelo Iphan.  

O presidente do instituto, Leandro Grass, afirmou que a intenção é priorizar projetos com repercussão social e de construções com situação mais crítica.  

“Que sejam obras com função social e cultural. Ou seja, com impacto social para esses territórios e essas comunidades. Além disso, serão considerados projetos com boas ideias de manutenção e conservação desses patrimônios. O estado do bem também será avaliado, priorizando aqueles em siatuação crítica de conservação”, destacou.  

Os R$ 37 milhões são suficientes apenas para elaboração dos projetos. Segundo Grass, o Iphan terá que captar recursos para a execução desses projetos por meio do orçamento da União, de emendas parlamentares, da Lei Rouanet ou em parceria com Estados e municípios. 

Assistência técnica

Outra iniciativa liderada pelo Iphan e que já está em andamento em 20 cidades históricas do país é o programa de assistência técnica gratuita para moradores de centros históricos. O objetivo é auxiliar na preservação de casas localizadas em sítios históricos. O instituto destinou R$ 30 milhões para esse projeto. 

“Em parceria com institutos e universidades federais definimos, junto aos moradores, os imóveis que precisam de assistência técnica para recuperação de fachadas, telhado, sistema hidráulico ou elétrico. A gente está apostando nisso como instrumento de popularização do patrimônio cultural”, afirmou Grass.

(Fonte: Agência Brasil)

Fruto do processo de redemocratização que pôs fim a 21 anos de ditadura (1964/1985), a Constituição Federal brasileira completa 35 anos nesta quinta-feira (5). Em vigor desde 5 de outubro de 1988, a atual Carta Magna é o sétimo texto constitucional promulgado desde 1824, quando o imperador D. Pedro I impôs ao país seu primeiro conjunto de leis, normas e regras gerais.

Ainda que o texto aprovado pelos constituintes já tenha sofrido 143 modificações (131 delas por meio de emendas regulares; seis por emendas aprovadas na revisão constitucional de 1994 e outras seis por força da adesão do Brasil a tratados internacionais sobre direitos humanos), a atual Constituição já é a segunda mais longeva desde a proclamação da República, em 1889, perdendo apenas para a segunda Carta, que vigorou por 43 anos, de 1891 a 1934. 

Por ter ampliado as liberdades civis e os direitos individuais, estabelecendo o dever do Estado de garanti-los a todos os cidadãos e definir o Brasil como um Estado Democrático de Direito fundado na soberania nacional, cidadania, dignidade humana, pluralismo político e nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o texto passou a ser chamado de A Constituição Cidadã.

Em seu discurso na sessão de promulgação da nova Constituição, o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, advertiu que a recém-promulgada Carta não era “perfeita”. “Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca”, declarou. “Traidor da Constituição é traidor da pátria. (…) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações. Principalmente na América Latina”.

“A Constituição de 1988 é fruto da redemocratização e da instituição da ordem democrática do país”, comentou a então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, pouco antes de se aposentar e deixar a magistratura, no fim de setembro.

Popular

Outra razão para que, após três décadas e meia de profundas mudanças sociais e culturais, o texto de 1988 continue sendo chamado de A Constituição Cidadã é o fato de segmentos populares terem, de forma inédita, participado de sua elaboração.

No regimento que regulamentava o funcionamento da Assembleia Constituinte, os parlamentares fizeram constar, entre outras coisas, a determinação de que os constituintes deveriam acolher e analisar as sugestões de órgãos legislativos estaduais e municipais, bem como de entidades associativas e tribunais. E, principalmente, apreciar emendas populares com mais de 30 mil assinaturas de eleitores e respaldadas por três entidades.

Cento e vinte e duas emendas populares que, juntas, receberam cerca de 13 milhões de subscrições, foram apresentadas à Comissão de Sistematização. Oitenta e três delas cumpriram todos os requisitos regimentais, mas apenas 19 receberam parecer favorável e chegaram a integrar a Constituição, resultando na aprovação de importantes mecanismos legais, como o que prevê a possibilidade da sociedade organizada propor à Câmara dos Deputados um projeto de lei. 

Outro canal de participação popular foi criado pelo Senado ainda em 1986. Ou seja, meses após o então presidente da República José Sarney propor ao Congresso Nacional a convocação de uma Assembleia Constituinte e antes mesmo desta ser instalada, em fevereiro de 1987. Em uma época em que o Brasil ainda não estava conectado às primeiras redes que interligavam apenas computadores de institutos de educação e pesquisa e em que a internet ainda parecia coisa de ficção científica, o Senado decidiu disponibilizar, nas agências dos Correios de todo o país, formulários para que os interessados enviassem sugestões, comentários e críticas aos 512 deputados federais e 82 senadores encarregados de redigir a Carta Magna – incluídos os suplentes.

“Foi um marco histórico e acho minha atitude louvável, pois, na época, tudo era uma dificuldade. Principalmente nas regiões mais distantes, carentes, os direitos sociais da população eram negados”, lembrou o aposentado Afonso Marques de Sousa, autor de uma das mais de 72 mil mensagens que cidadãos enviaram ao Congresso Nacional durante os 20 meses de funcionamento da Assembleia Constituinte.

Na época, Afonso tinha 27 anos de idade, o ensino médio completo e morava em Sousa, no interior da Paraíba. Filho de um ex-dirigente partidário municipal, já compreendia um pouco dos meandros da política, embora só após a redemocratização tenha decidido ingressar na vida pública, elegendo-se vereador em 1989. “Até então, não existia essa coisa de SUS [Sistema Único de Saúde], de remédio gratuito, de atenção às gestantes e à infância. Tudo era pago, comprado. É a Constituição que, hoje, garante isso a todo cidadão que precisa”, destacou.

Ao ser entrevistado pela Agência Brasilàs vésperas de a Constituição completar 35 anos, Sousa não recordava o teor da mensagem que enviou ao Congresso Nacional. Lembrado de que, no texto, ele lamentou a morte do presidente Tancredo Neves (que foi substituído por seu vice, Sarney, a quem coube convocar a Assembleia Constituinte); manifestava o desejo de que o texto constitucional trouxesse “tudo de bom e felicidade para a sociedade brasileira” e identificava o trabalho dos constituintes como a base para que os brasileiros pudessem viver “uma vida melhor”, o aposentado avaliou que muitas de suas expectativas foram atingidas.

“Houve uma participação popular e a democracia garantiu que indivíduos, grupos e associações tivessem direito não só à representação política, mas a participar e defender seus direitos. Muita coisa ficou [por] complementar [no texto constitucional]. Muitas brechas ficaram abertas e ainda há muito o que fazer, mas a Constituição deu muitas oportunidades [direitos], principalmente aos mais pobres. Até a censura acabou, para que a imprensa tivesse voz”, destacou Afonso, lembrando que a Carta Magna veda “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística” e qualquer mecanismo legal que “possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social”. “Os constituintes reestruturaram até o Poder Judiciário, que ganhou mais autonomia administrativa e financeira”.

Princípios

Mencionada por Sousa em sua mensagem, a palavra felicidade foi citada por outros cidadãos em suas contribuições aos constituintes – que, priorizando a objetividade, não a incluíram no texto constitucional, optando por estabelecer que o Estado Democrático e a ordem social buscam assegurar o bem-estar social. A preocupação com o bem-estar aparece oito vezes na redação atualmente em vigor. 

A engenheira química e empresária Ivonice Aires Campos Dias foi uma das pessoas que destacaram a importância da felicidade. Em sua mensagem, ela apontou a educação como prioridade e elencou valores como liberdade, confiança, estabilidade, eficiência e justiça como metas a serem perseguidas.

“Não me lembrava mais das palavras, mas, hoje, eu escreveria igualzinho”, afirmou Ivonice após a reportagem lembrá-la do teor da mensagem escrita em novembro de 1986, quando ela, casada, mãe de três filhos e experiente profissional de dois setores até hoje caracterizado pela pouca presença feminina (mineração e energia), decidiu dar sua "modesta, mas generosa contribuição".

“Eu hoje presido o Conselho da Mulher Empresária, da Associação Comercial do Distrito Federal, e temos esses mesmos valores como princípios. É muito bom rever [a mensagem] e verificar que isso faz parte da minha trajetória. E que muito daquilo que desejávamos vem se realizando”, comentou a empresária que, ao longo dos anos, ocupou importantes cargos na iniciativa privada e no setor público, incluindo a Secretaria de Articulação e Parcerias do extinto Ministério da Cidadania.

“O momento da Constituinte foi de muita alegria, euforia e esperança. O texto aprovado não só permitiu a condução do Brasil para o processo democrático, como contribuiu para as melhorias em termos de qualidade de vida e segue nos orientando e inspirando até hoje”, disse Ivonice antes de comentar as mudanças que o texto original sofreu ao longo dos anos e o processo de regulamentação de vários artigos constitucionais. “Há um espaço importante que integra o processo de aperfeiçoamento e adaptação de um país. E muito o que ser feito, mas considero que nossa população, nosso país, vem evoluindo de maneira muito bonita. E com as oportunidades que as novas tecnologias nos oferecem, creio que estamos prontos para evoluir ainda mais e a Constituição segue sendo um norte”, concluiu Ivonice.

(Fonte: Agência Brasil)