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O Instituto Fala! promove a partir do próximo dia 21, em Recife (PE), a quarta edição gratuita do Fala! - Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas, que se estenderá até o dia 23 deste mês, com atividades realizadas no Centro Cultural Cais do Sertão.

As inscrições para participar presencialmente estão abertas no site do Sympla, onde pode ser acessada também toda a programação. As duas primeiras edições, em 2020 e 2021, ocorreram de forma remota na plataforma digital do Sesc São Paulo. A terceira, no ano passado, foi realizada presencialmente em Salvador (BA).

O cofundador e coorganizador do Fala! - Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas, Antômio Junião, disse, na última sexta-feira (15), à Agência Brasil que a expectativa é atingir mil inscritos. Quem não puder acompanhar diretamente as atividades poderá assistir aos conteúdos das mesas de debate e rodas de conversa, que serão gravados e disponibilizados posteriormente no canal do YouTube do Instituto Fala!. A estimativa é que, um mês após o encerramento do evento, as gravações estejam liberadas, segundo Junião.

Causas sociais

O objetivo desta edição é continuar a discussão iniciada em 2020 sobre trazer à tona o jornalismo que as mídias independentes, como Alma Preta (SP), Marco Zero Conteúdo (PE), 1 Papo Reto (SP) e Ponte Jornalismo (SP) iniciaram, que é o jornalismo ligado a causas, que englobam causas sociais, direitos humanos, equidade de direitos.

“O objetivo desse festival é continuar essa discussão e, também, abordar como as outras formas de expressão podem contribuir para o jornalismo que a gente faz. Como a cultura, a arte, a poesia podem contribuir”, disse Antônio Junião.

No jornalismo que o Instituto Fala! faz hoje em dia, há muito dialogo com movimentos sociais. “Porque a gente procura levar o microfone a todos os territórios. A gente fala não só com organizações e instituições, mas fala também com as pessoas que estão na franja da sociedade e que têm contribuições a dar também. Isso inclui os movimentos sociais e culturais que trabalham com comunicação, que estão nos territórios atuando e não têm espaço para mostrar a produção do conhecimento que eles podem trazer”, disse o coorganizador do festival. Daí, o Instituto levar uma gama variada de pessoas para dialogar no evento.

Fora do eixo

A escolha da capital pernambucana para sediar a quarta edição do Fala! - Festival, tal como ocorreu no ano passado, com Salvador, teve por objetivo sair do eixo Rio de Janeiro/São Paulo, onde ocorre a maioria dos encontros de jornalismo. “O Brasil é um país de dimensões continentais, e a gente precisa sair desse eixo, até para dar mais espaço para pessoas, culturas, rostos e vozes falarem. Por ser um festival preocupado em dar atenção a outras vozes, a gente resolveu diversificar as regiões. Por isso, a escolha de Salvador, cidade negra, e Recife”.

Antônio Junião informou que, embora ainda esteja em processo de discussão, a cidade de Belém (PA) deverá ser escolhida para sediar o próximo festival, em 2024. Alguns coletivos e organizações de Belém vão participar do encontro em Recife. “É uma construção que está bem encaminhada”. A intenção é descer também para outras regiões do país, além do Norte e Nordeste.

Mãe Beth de Oxum

Para abrigar mais ações além do festival, foi criado o Instituto Fala! Que, este ano, já lançou editais de jornalismo. Embora esteja baseado em São Paulo, a ideia é que o instituto seja itinerante, informou Junião.

Destaques

A programação inclui oficinas, performances artísticas, rodas de conversas e mesas de debate. Já confirmaram presença a comunicadora popular e patrimônio vivo de Pernambuco Mãe Beth de Oxum, o poeta Akins Kintê, as jornalistas Ana Maria Veloso, Flávia Lima e Karla Mendes, a educadora Ana Flor, a compositora Bell Puã e o cineasta indígena Takumã Kuikuro.

Karla Mendes.

Serão colocadas em discussão as diferentes linguagens do cotidiano, como slam (declamação de versos em espaço público), literatura, teatro, música, artes visuais e cinema, tendo a diversidade de territórios e de saberes como premissa central. Outros temas a serem trabalhados incluem sustentabilidade das organizações, mudanças climáticas, racismo estrutural e ambiental, direito à cidade, genocídio preto, indígena e periférico, e acessibilidade.

Também serão apresentados ao público os trabalhos de reportagem e produção audiovisual dos quatro coletivos de comunicação de Salvador e sua Região Metropolitana: A Voz do Axé, Entre Becos, Kalifa LXXI e Raízes BA, selecionados por edital anunciado no fim da última edição, em 2022, na capital baiana.

Homenagem

Na abertura oficial do festival, no dia 21, a partir das 18h30, será feita homenagem ao poeta e cronista da capital pernambucana Miró da Muribeca, falecido no ano passado.

“Muito popular no Recife, ele trazia uma produção que tinha muito a ver com literatura mas, também, com a crônica do dia a dia da cidade. A gente vai fazer um paralelo entre a produção de Miró e o que a gente constrói dentro desse tema de jornalismo de causas. As proximidades das coisas e como a arte e a cultura podem caminhar juntas do jornalismo”.

No segundo dia (22), os trabalhos começam às 10h. Haverá mesa-redonda sobre Comunicação e ancestralidade: memória e linguagem para a transformação, mediada por Rosenildo Ferreira, jornalista e fundador do portal de notícias 1 Papo Reto.

Os convidados abordarão o papel do jornalismo para conectar o passado ao presente e contarão como memória e subjetividades moldam as narrativas do agora, abordando temporalidades que compõem os textos noticiosos e ficcionais. À tarde, será realizada a oficina Jornalismo e outras formas de contar histórias, apresentando como o jornalismo pode se utilizar da literatura, poesia falada, teatro e do slam para inovar em narrativas.

No sábado (23), último dia do festival, iniciando as atividades, haverá apresentação do artista, bailarino, capoeirista, professor, pesquisador em dança e cultura afro do Recife, Orun Santana. A terceira mesa de debates, intitulada Território como meio e mensagem da comunicação posicionada, abordará os desafios colocados a comunicadores e pesquisadores que produzem conteúdos e narrativas a partir de seus próprios territórios.

À tarde, a oficina Grana e Afeto vai discutir as relações financeiras estabelecidas por indivíduos ou por coletivos, que podem ser determinantes na reprodução de um sistema desigual ou na luta contra esse mesmo sistema. O encerramento do evento está previsto para as 17h30, no Umbuzeiro, com a presença da diretoria do Instituto Fala!.

Em seguida, o local abrigará a última intervenção artística dessa quarta edição do festival, em um encontro entre o Som na Rural – veículo automotivo de comunicação urbana, a musicista Mãe Beth de Oxum e a cantora Rayssa Dias. 

(Fonte: Agência Brasil)

A 17ª Primavera dos Museus começa nesta segunda-feira (18) e segue até o próximo domingo (24), em todo o país. O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), tem como tema, este ano, Memórias e democracia: pessoas LGBT+, quilombolas e indígenas. A proposta é destacar o papel dos museus na promoção da inclusão social e da diversidade. 

programação inclui atividades presenciais e on-line como exposições, visitas guiadas, palestras, seminários, mesas-redondas, rodas de conversa, lançamentos, oficinas, saraus, performances e apresentações musicais e teatrais. No site do Ibram, é possível visualizar a programação por região, além de conferir as atividades programadas para cada Estado e município.  

“Nesta 17ª Primavera dos Museus, o Instituto Brasileiro de Museus sugere e convoca todas as instituições culturais a contribuírem na tarefa árdua, mas recompensadora, de tomar parte na construção de um país mais justo e igualitário; de um país cuja população sempre buscou resistir com criatividade, resiliência e astúcia aos violentos processos de exclusão, pacificação e aviltamento”. 

O evento

A Primavera dos Museus é uma ação anual com duração de uma semana que visa a mobilizar museus brasileiros a elaborarem programações especiais voltadas para um mesmo tema, escolhido pelo próprio Ibram. O evento ocorre na semana que se inicia a estação da primavera e busca estimular a participação do público, além de criar espaços de reflexão e diálogo. 

(Fonte: Agência Brasil)

A Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, organização não governamental (ONG) criada pela jornalista Claudia Werneck há 21 anos, dá início, no próximo dia 19, à estreia pública do ETA Festival de Teatro Acessível, levando ao público esquetes teatrais on-line, gratuitos e inclusivos em todas as suas etapas.

O ETA Festival vai estrear no Dia Nacional do Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos, idealizado pela jornalista, aprovado pelo Congresso Nacional, sancionado em 2017 como Lei 13.442.

Os espetáculos podem ser assistidos no canal do YouTube da Escola de Gente.

Claudia Werneck explicou à Agência Brasil que essa é a parte pública do festival, que já vem ocorrendo desde o ano passado, associado à formação e a um processo muito cuidadoso de seleção de esquetes e divulgação.

“Agora, estreia a parte pública, que todo mundo vai ver. Não é um festival comum. É um festival de ‘”INsquetes”, que são esquetes que falam de inclusão. Ele é o primeiro festival plenamente acessível de todo o Brasil”, disse a criadora do evento.

Para ter uma ideia do nível de acessibilidade do ETA Festival, seu edital foi lançado em 14 formatos acessíveis, o que Claudia acredita não ter ocorrido até então no país. “Ele foi feito desta forma para que quaisquer pessoas pudessem se inscrever, inclusive analfabetos, visando a democratização do acesso, como a Lei Rouanet de Incentivo à Cultura estabelece”. Foram recebidas mais de 130 inscrições de todas as regiões do país e uma de Portugal.

Formação

Após uma etapa de seleção, os autores dos 24 “INsquetes” vencedores fizeram curso de formação, inclusão e acessibilidade, conceituação sobre racismo, questões LGBTQIA+, deficiência, desenvolvimento inclusivo, legislação, acessibilidade on-line, teatro acessível e como fazer esquetes falando de inclusão.

Depois de passar pela formação, os 24 selecionados vão apresentar as cenas aprovadas nos dias 19, 20, 21 e 22, que foram aprimoradas durante o workshop. A coordenadora de Projetos da Escola de Gente, Natália Simonete, explicou à Agência Brasil o princípio do teatro acessível. “Todas as cenas vão ter Libras, audiodescrição, legendas descritivas e linguagem simples”. Serão apresentadas seis cenas por dia, durante os quatro dias do evento.

No dia 23, a comissão julgadora, na área de artes e inclusão, vai divulgar os cinco indicados em cada categoria. São oito categorias diferentes de premiação.

Uma das categorias é a do júri popular, em que um dos prêmios será dado à melhor cena votada pelo público. A votação popular será aberta no dia 24 deste mês e se encerrará em 1º de outubro. Ela poderá ser feita de maneira on-line no aplicativo Vem CA – Plataforma Cultura Acessível, Conhecimento e Conexão Acessíveis. Todos os esquetes vencedores ganharão prêmios em dinheiro, no valor total de R$ 50 mil, além de troféus. Os INsquetes vencedores serão conhecidos no dia 21 de outubro em cerimônia transmitida pelo YouTube da Escola de Gente (www.youtube.com/@EscoladeGenteOficial).

A programação dos “Insquetes” pode ser acessada aqui

Premiação

A Escola de Gente - Comunicação em Inclusão é referência nacional e internacional em cultura acessível. Seu primeiro espetáculo totalmente acessível foi realizado no Brasil, em 2007, e intitulava-se Ninguém mais vai ser bonzinho. A Escola tem mais de 100 reconhecimentos e premiações, entre os quais a Ordem do Mérito Cultural, da Presidência da República, por sua inovação em acessibilidades artísticas.

A Escola de Gente foi nomeada recentemente pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, para integrar a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) no mandato 2023-2025, como representante do tema acessibilidade.

“Eu estou superfeliz”, afirmou a criadora da organização. No próximo dia 14, será realizada, no formato virtual, a segunda reunião da comissão. O terceiro encontro deve ser realizado em Natal (RN). A primeira reunião ocorreu em Brasília. Claudia mostrou alegria em participar de um grupo interessado em fazer o melhor para reconstruir a própria CNIC, “que é um símbolo da gestão da Lei Rouanet e que define o que tem e o que não tem mérito”. Para ela, os integrantes da Comissão são pessoas muito interessadas e que vêm debatendo com muito afinco cada tema.

“É a primeira vez que a comissão tem uma cadeira de acessibilidade, o que mostra que há um compromisso efetivo de caminhar nesta direção. Mas há muito a fazer. Não é simples. Tenho percebido que há muita vontade, mas ainda pouco conhecimento por parte dos proponentes sobre a melhor acessibilidade. Me sinto com vontade de fazer o melhor, de ensinar. Temos ganho muitos prêmios pela coragem de fazer um teatro acessível”.

Para a Escola de Gente, acessível é o teatro onde a pessoa com deficiência, talento, competência pode estar onde quiser, seja na plateia, na direção, no palco. “Não é um teatro para pessoas com deficiência, nem um teatro de pessoas com deficiência. É um teatro no qual PCDs [pessoas com deficiência] são livres para participar com tudo que têm direito e com equiparação de oportunidades, o que só se consegue com plena acessibilidade”.

A Escola de Gente visa formar plateia, atores e atrizes para o teatro acessível. Seu lema é: “Sem acessibilidade, a arte não vive”. A ONG saiu na frente, lançando o primeiro espetáculo acessível, em 2007, com o grupo Os Inclusos e os Sisos, para expandir o conceito de democratização de acesso à cultura para pessoas com deficiência.

ONU

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a maioria da população com deficiência vive em regiões mais empobrecidas do planeta, como é o caso do Brasil. Na pandemia do novo coronavírus, as PCDs foram as pessoas mais excluídas do acesso às informações no mundo digital. Para enfrentar essa discriminação, a Escola de Gente criou uma solução tecnológica integrada, por meio da qual realizou o primeiro espetáculo teatral plenamente acessível da internet brasileira, em 19 de setembro de 2020, e que foi considerada uma das “400 Melhores Práticas do Mundo” pela ONU.

(Fonte: Agência Brasil)

A Rádio Nacional apresenta uma nova atração semanal a partir deste domingo (17), às 20h, com a estreia do programa Festa do Disco, dedicado a celebrar o melhor da produção fonográfica brasileira. O lançamento é resultado do pitching de produção interna realizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que teve 238 projetos de novos conteúdos inscritos por empregados de diversas áreas. Festa do Disco é o primeiro fruto desse esforço a entrar no ar.  

Produzido e apresentado pela jornalista Cibele Tenório, o programa aborda um disco brasileiro emblemático a cada edição. Com uma hora de duração, os episódios combinam o repertório do álbum com entrevistas sobre os bastidores e o processo criativo das obras. Festa do Disco tem sonoplastia de Messias Melo.  

“Nem sempre o ouvinte de rádio tem a chance de se aprofundar em um álbum ou refletir sobre sua proposta, sobre o conceito pensado pelo artista ou pelo produtor musical para aquela obra. Alguns podcasts musicais até discutem o álbum, mas quase sempre sem a chance de audição das faixas do disco na íntegra. Na Rádio Nacional, que é notadamente conhecida pela qualidade da sua programação musical e pela valorização da música popular brasileira, temos o espaço pra unir esses caminhos”, conta Cibele.

Durante a atração, artistas, produtores e pesquisadores musicais discutem grandes projetos da cena musical brasileira. A conversa intercalada pelas faixas do disco proporciona ao ouvinte tanto a audição das obras quanto o acesso a informações, curiosidades e análises sobre produções marcantes na discografia nacional. A ideia é valorizar, também, a pluralidade de gêneros musicais e de sotaques do país.  

A primeira temporada de Festa do Disco reúne 13 programas que destacam álbuns nacionais aclamados. A curadoria inclui clássicos atemporais como “Pérola Negra”, de Luiz Melodia, sucesso que comemora cinco décadas em 2023, até produções recentes como “No Tempo da Intolerância”, disco póstumo de Elza Soares, lançado um ano após a morte da cantora em 2022.  

Primeiro programa

Na edição de estreia, Cibele Tenório bate um papo com o historiador e pesquisador musical Lellison de Abreu Souza sobre os 45 anos do álbum “Axé - Gente Boa Do Samba”, do cantor e compositor Antônio Candeia Filho, mais conhecido como Candeia (1935-1978).  

Considerado um dos discos mais relevantes da história do gênero, o projeto foi o quinto e último álbum do sambista, que faleceu poucos dias antes do seu lançamento. O programa sobre a obra de Candeia conta, ainda, com a participação da cantora e compositora Teresa Cristina.  

Serviço

Festa do Disco – estreia – domingo, dia 17/9, às 20h, na Rádio Nacional  

Rádio Nacional na internet e nas redes sociais

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(Fonte: Agência brasil)

Na madrugada de 8 de julho de 1978, um incêndio atingiu o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e consumiu quase a totalidade de seu acervo. Mais de 580 obras, principalmente de pinturas, desapareceram com as chamas. Além disso, toda a sua biblioteca foi perdida.

Foi refletindo sobre esse incêndio e o risco para outras instituições culturais brasileiras que o pesquisador, ativista, jornalista e crítico de arte Mário Pedrosa surgiu com uma proposta inusitada para a época: criar o Museu das Origens. Sua ideia era reunir cinco museus que, mesmo organizados de forma independente, funcionariam de maneira orgânica e articulada.

“Em face da destruição total pelo incêndio do MAM, é imperativo que se tire uma conclusão lógica da catástrofe: o MAM acabou. A situação mudou. Os tempos são outros, ou mesmo a ideologia que inspirou os que o fizeram mais de vinte anos atrás, mudou. Daí, a necessidade de chamar outras forças e o Estado para criar outro estabelecimento congênere, com outras finalidades”, escreveu Pedrosa em artigo publicado na revista Arte Hoje, em 1978.

A proposta de Pedrosa reuniria o Museu de Arte Moderna, o Museu de Arte Virgem (formado a partir do Museu de Imagens do Inconsciente), o Museu do Índio, o Museu do Negro e o Museu de Artes Populares. Mas sua proposta jamais se concretizou.

Inspirados na ideia, o Itaú Cultural e o Instituto Tomie Ohtake, duas instituições culturais localizadas na capital paulista, se uniram para criar uma exposição conjunta, que foi chamada de Ensaios para o Museu das Origens. A mostra está em cartaz em cinco salas das duas instituições [três delas no Itaú Cultural e duas no Tomie Ohtake] e reúne mais de mil itens, entre pinturas, esculturas, documentos, fotografias e vídeos, entre outros.

“Quando o MAM pegou fogo, Pedrosa olhou para isso como uma possibilidade de integrar as artes que ele estava pesquisando. A exposição Ensaios para o Museu das Origens traz cinco eixos, que são inspirados nas propostas de eixos que o Mário Pedrosa fez”, explicou Juliano Ferreira, coordenador de Artes Visuais do Itaú Cultural, em entrevista à Agência Brasil.

Mário Pedrosa tinha recém-retornado do exílio ao Brasil quando o MAM foi consumido pelas chamas. “Quando ele voltou [do exílio] em 1978, o MAM do Rio de Janeiro pegou fogo. O incêndio havia sido causado por uma chama elétrica, e grande parte do acervo do museu foi perdida. A partir daí, o jornalista e muitos outros críticos do momento se reuniram para pensar o que deveria ser feito com aquele museu e sob quais bases um museu que foi destruído poderia ser reconstruído. E aí Pedrosa fez essa proposta de reconstrução do MAM a partir de cinco museus”, disse Ana Roman, curadora adjunta da exposição.

“Dois deles já existiam, como o Museu do Índio e o Museu do Inconsciente, e os demais seriam formados. Esses cinco museus orbitariam em torno de um centro de atividades comuns. Eles teriam seus próprios curadores, suas próprias estruturas institucionais mas, de alguma forma, tudo estaria em diálogo constante. A é uma proposta muito interessante de se pensar o museu e muito interdisciplinar e contemporânea”, acrescentou a curadora.

Integração

A exposição agora em cartaz é resultado de uma extensa pesquisa e tem curadoria geral de Izabela Pucu e Paulo Miyada, curadoria adjunta de Ana Roman e participação dos curadores convidados Daiara Tukano e Thiago de Paula Souza. Embora ocupe dois espaços expositivos, ela é uma só, podendo ser visitada em qualquer ordem. Seu objetivo é fazer um percurso pela história do Brasil, tomando a arte e a cultura como alicerces e passando pela memória de múltiplas ancestralidades.

Para a mostra, não houve divisões por temas ou por museus. Tudo se mistura e tudo se integra. “O Mário tinha essa proposta de borrar essas fronteiras das artes, de trazer as grandes artes para o mesmo nível, sem divisão do que era popular ou erudito. Mais do que uma proposta, ele quis nos fazer pensar quais são os limites, o que é arte, o que é essa produção”, disse Ferreira.

Somando os espaços expositivos, a exibição se estende por 1,5 mil metros, com obras de artistas, coletivos e mais de 20 instituições culturais e museus dedicadas à preservação e difusão da memória brasileira.

“Revisitamos essa história do Mário Pedrosa, temos como um ponto de partida para olharmos para as instituições e gestos que temos na atualidade para contar um pouco dessas histórias. Elas são instituições que, apesar do descaso das políticas públicas e das dificuldades muitas vezes encontradas, resistem, sobrevivem, trazem e contam parte da história do Brasil e de nós brasileiros”,  disse a curadora adjunta Ana Roman.

“Temos esses cinco museus como ponto de partida, mas eles vão se desdobrando em outras coisas. Por exemplo, a gente olha para essa pluralidade dos museus trazidas pelo Pedrosa, mas a gente sentia falta de falar de um mundo da natureza. Então, para essa exposição, trouxemos também instituições como a Serra da Capivara, o Museu Goeldi [Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém] e o Museu do Marajó”.

O público que for visitar a exposição vai se deparar com estrutura comum para cada uma das salas. No centro delas, há uma roda ou uma antessala, onde são apresentadas as histórias institucionais. Cada sala também apresenta obras de um artista convidado, que dialogam com o que está sendo apresentado. “Levamos artistas para as instituições e para os espaços institucionais, e os artistas trouxeram trabalhos que dialogassem com aqueles espaços”, disse a curadora.

Outro destaque é a instalação de uma mesa documental, com pastas e documentos complementares para consultas.

Memórias e resistência

A mostra Ensaios sobre o Museu das Origens pode fazer o público refletir sobre a importância da memória, dos legados e institucionalização cultural, disse o coordenador de Artes Visuais do Itaú Cultural. “Mais do que do apagamento, a mostra fala sobre a questão do acervo e a importância da institucionalização da arte e desses acervos que resistem, apesar do Brasil”.

“A exposição é quase um chamamento para a gente olhar para essas instituições, para esse legado e esse acervo e olhar também para a importância dessa memória. Ela trata sobre resistência e sobre essa questão da preservação do acervo, com a precariedade e o desafio que são postos a esses museus”, acrescentou.

Segundo a resistência institucional, reforçou Ana, é uma das bases da mostra. “A exposição traz casos que falam sobre uma resistência institucional. Não só do MAM, que se reconstruiu e se reconstituiu, mas o museu é um exemplo interessante. Continua mudando e se transformando. Aqui, nessa exposição, estamos diante de instituições que, apesar das dificuldades e dos processos - e apesar do Brasil - resistem e constituem lugares de memória”, ressaltou. “A exposição é sobre esse atualizar, sobre instituições que se dobram em si mesma e viram outra coisa. A atualidade da exposição está muito nesse lugar”.

Para Ana, a mostra apresenta um olhar de esperança sobre o que vem sendo preservado e produzido no país. “É uma exposição que traz um pouco desse lugar de esperança e de olhar para o que tem sido feito. Muitas vezes a gente esquece que as coisas acontecem e estão acontecendo agora. E isso ocorre a partir de uma resistência popular, de movimentos sociais não institucionalizados, mas que estão colocando práticas instituintes constantemente e tomando frente desses processos de ressignificação e de pensar sobre sua própria memória”, destacou.

A exposição Ensaios para o Museu das Origens é gratuita e acontece até o dia 28 de janeiro de 2024. A curadoria das duas instituições também pensa em promover rodas de conversa, visitas virtuais, o lançamento de um catálogo e outras atividades para além da exposição. Mais informações podem ser obtidas nos sites do Itaú Cultural e do Instituto Tomie Ohtake.

(Fonte: Agência Brasil)

Tradição em várias capitais brasileiras, as feiras de livros de editoras universitárias estão chegando a Brasília. De terça-feira (19) a quinta-feira (21), a Universidade de Brasília (UnB) promove a 1ª Festa do Livro. O evento, no mezanino do Minhocão Sul, estreia com foco em um núcleo produtor de conhecimento crítico: pensadoras e autoras negras.

“Esse tema é uma maneira de puxar o debate da participação das mulheres negras em todas as esferas de interesse. De forma que esse protagonismo da mulher negra pudesse se tornar uma pauta para reflexão, tanto dentro da universidade como na comunidade do Distrito Federal como um todo”, explica a diretora da Editora UnB, Germana Henriques.

Com 35 editoras participantes, a 1ª Festa do Livro terá quatro lançamentos, quatro palestras, uma mesa-redonda, um workshop e um minicurso. Também haverá a exibição de ilustrações escolhidas no concurso organizado pela Editora UnB e a divulgação do resultado do edital de ensaios. Além dos quatro livros a serem lançados, haverá o lançamento conjunto de obras do Núcleo de Escritoras Pretas Maria Firmina dos Reis, constituído por professoras universitárias.

Entre alguns temas de destaque nos debates, estão a análise da política de cotas raciais; do lema “vidas negras importam”; da relação entre corpos negros e homossexualidade; e uma análise do racismo como neurose cultural, inspirada no trabalho da antropóloga Lélia González.

Todas as editoras participantes venderão livros com desconto de, pelo menos, 30%. No caso da Editora UnB, os preços terão reduções maiores, de 40% a 50%.

Paralelamente à feira do livro, haverá a Feira da Viração, onde funcionários da UnB venderão artesanatos, bijuterias e itens usados. “É por isso que chamamos o evento de Festa do Livro, porque queremos que seja muito mais do que uma feira”, justifica Germana.

Adiamento

Segundo a diretora da Editora UnB, a ideia da Festa do Livro estava em gestação desde 2016. No entanto, uma reestruturação na universidade e na própria editora adiaram a iniciativa. A primeira edição chegou a ser planejada em 2019 e ocorreria em 2020, mas a pandemia de covid-19 postergou novamente o evento.

“Essa será a primeira edição. A ideia é que a Festa do Livro ocorra em todos os anos, sempre no segundo semestre. Como em editoras universitárias de diversas capitais”, explica Germana. “Queremos que esse evento, que será muito mais do que uma simples feira, vire uma tradição no Distrito Federal”.

A programação completa da 1ª Festa do Livro pode ser conferida na seguinte página: festadolivro.unb.br. Outras informações também podem ser obtidas nos perfis da Editora UnB no Facebook, no Instagram e no Tik Tok.

(Fonte: Agência Brasil)

A jornalista Olga Crispim Lobo Bardawil morreu na tarde dessa sexta-feira (15), em Brasília, aos 77 anos. Ex-funcionária da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Olga estava em tratamento de câncer, apresentou piora do quadro de saúde e teve como causas da morte um choque séptico, ou seja, uma infecção generalizada, e metástase no fígado.

Na EBC, Olga trabalhou em diversos meios de comunicação. A comunicadora participou da produção do programa A Voz do Brasil, um dos carros-chefes da empresa pública, e integrou a equipe de tradução da Agência Brasil.

Ela também foi assessora de comunicação na Presidência da República, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e assessorou o ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet, que criou, em 1991, a Lei Federal de Incentivo à Cultura, mais conhecida como Lei Rouanet. Olga ainda desempenhou a função de repórter esportiva na década de 1980, em São Paulo.

Olga foi casada com o também jornalista José Carlos Bardawil, que faleceu em 1997. Ela deixou três filhos: Bernardo, Carolina e Mário.

A jornalista e tradutora se desvinculou da EBC em fevereiro de 2018, após aderir a um plano de demissão voluntária (PDV). "Fui apresentado a Olga como a esposa do grande jornalista José Carlos Bardawil, mas logo ficou claro que a jornalista Olga Bardawil era jornalista com vida própria, muito talento, determinação e caráter. Parte de sua trajetória foi na EBC, e lamento muito seu falecimento”, afirmou o atual presidente da empresa pública de comunicação, Hélio Doyle.

Colegas de profissão prestaram condolências à família de Olga, nas redes sociais, e lembraram sua trajetória. “A imprensa nacional perde a veterana Olga Bardawil, figura importante na luta pela redemocratização do país”, escreveu a jornalista Maura Fraga, em sua conta no Facebook.

O velório da jornalista está sendo realizado nesta tarde, na Capela 1 do Cemitério Campo da Esperança, localizado na Asa Sul, em Brasília.

(Fonte: Agência Brasil)

Em 2000, Nivalda Amaral de Jesus, a Amotara, visitou, em São Paulo, a exposição Brasil +500, que celebrava os 500 anos do descobrimento do Brasil. Foi ali que ela entrou em contato pela primeira vez com o manto Tupinambá, uma indumentária confeccionada com penas vermelhas de pássaros guará sobre uma base de fibra natural, semelhante a uma rede de pesca. Remanescente do século XVII, a relíquia tem 1,80 metro de altura e havia sido emprestada ao Brasil pelo Museu Nacional da Dinamarca (Nationalmuseet), peça que lá chegou no ano de 1689.

Para Amotara, esse contato foi um reencontro com uma memória transcendental de seu povo Tupinambá de Olivença, na Bahia. Para este povo, o manto não é um objeto, mas uma representação de um ser vivo, “um ancião de mais de 300 anos”, que os conecta diretamente com seus ancestrais e sua cultura. Quando viu o manto ali exposto, Amotara decidiu que ele não poderia mais ficar na Europa.

Amotara, outros representantes tupinambás e a Embaixada do Brasil na Dinamarca negociaram com o museu da Dinamarca o retorno do manto ao país. E, agora, ele está pronto para voltar: o Museu Nacional da Dinamarca anunciou que vai doá-lo ao Museu Nacional do Rio de Janeiro e que ele chegará ao país em 2024.

“Ficamos sabendo da existência do manto quando conhecemos a antropóloga Susana Viegas, de Portugal. Ela veio a Olivença e conheceu Amotara. Conheceu, também, a família de dona Domingas e seu Pedro Brás. Ela [a antropóloga] dizia: ‘Vocês têm um marco. Vocês têm um manto na Dinamarca’. E minha mãe, Nivalda Amotara, quando era menor, já tinha ouvido a avó dela dizendo que existia um manto na Igreja Nossa Senhora da Escada e que vivia dentro de um baú. Ele era todo feito de pena de guará e tecido com linha de tucum. Ela já tinha ouvido falar sobre a presença desse manto”, contou Maria Valdelice Amaral de Jesus, ou Jamopoty, em entrevista à Agência Brasil. Jamopoty é a primeira cacica do povo Tupinambá de Olivença e da Bahia.

O primeiro contato com o manto, no entanto, só veio a ocorrer em São Paulo, durante a exposição. E foi emocionante. “Convidada pela Folha de S.Paulo, a Amotara e o Aloísio [Aloísio Cunha Silva, que também era um líder tupinambá] foram lá no [Parque] Ibirapuera. E quando ela chegou na porta do Ibirapuera, teve uma grande emoção, que foi [quando] os Encantados a conduziram até o manto. Os Encantados mostraram para ela o que ela foi lá ver”, contou Jamopoty.

Segundo a cacica, o manto precisa ser devolvido ao povo Tupinambá como instrumento de resistência e também de luta por seu território. “Fomos invadidos, tanto no nosso território quanto nas coisas que preservávamos de nossos ancestrais. Quantas peças temos fora do Brasil? São muitas. E isso precisa ser devolvido para seus povos de origem. Isso vai dar segurança para nosso povo, vai dar o nosso território demarcado e vai dar, principalmente, a estrutura e a conexão. O povo vai estar mais junto. O manto vem para a união. Toda peça que sai do seu território e vai para fora, quando retorna, retorna para a união dos povos”, afirmou.

A cacica lembrou ainda que o manto é um encantamento e que, por isso, trará mudanças para o Brasil. “Vamos receber esse ancião com muito orgulho. Ele vai trazer a força e a unidade de nossas memórias que não estão aqui, mas em espírito”.

Segundo Jamopoty, o manto ficará no Museu Nacional do Rio de Janeiro, e não na aldeia, porque esse território ainda não foi demarcado. “O manto tem uma força espiritual dos nossos ancestrais que é para a demarcação desse território. Não devemos esquecer que esse território foi demarcado em 1926. E, hoje, a gente precisa demarcá-lo de novo.”

Recepção

O manto que está na Dinamarca deverá chegar ao Brasil somente em janeiro. Mas, para antecipar essa chegada, o projeto Manto em Movimento tem promovido uma ação de ativação que pretende apresentar um manto Tupinambá de forma itinerante por vários museus de São Paulo.

Confeccionado por Glicéria Tupinambá, o manto ficará em exibição no Museu das Culturas Indígenas, na capital paulista até este domingo (17). Depois, seguirá para a Pinacoteca, para os museus do Ipiranga e de Arte Contemporânea e para a Ocupação 9 de Julho, retornando para a Casa do Povo.

A exposição Manto em Movimento é uma mostra documental que refaz o percurso da artista no reencontro com os mantos de seu povo. A mostra também se interconecta com a luta pela demarcação do território Tupinambá. O manto confeccionado por Glicéria tem percorrido vários museus, mas a Casa do Povo, especialmente, preparou uma mostra completa sobre esse trabalho da artista, apresentando mapas, iconografias, textos e painéis que pode ser visitada até o dia 9 de dezembro.

A artista e ativista Glicéria Jesus da Silva, a Glicéria Tupinambá, tem pesquisado sobre essa indumentária há algum tempo. Inspirada nesse reencontro de Amotara e Aloísio com o manto, Glicéria confeccionou outros quatro, com o objetivo de reencontrar aqueles que haviam sido levados para a Europa. Sua proposta não é de uma retomada material. Seu trabalho, explica a Casa do Povo, está conectado ao direito à memória e à ancestralidade, que permite exercer o direito de reaprender e reviver uma tradição, relembrando seu modo de feitura e dos rituais que a indumentária representa.

“O primeiro manto que eu fiz foi em 2006 para homenagear os Encantados e foi doado para o Museu Nacional na exposição Os primeiros brasileiros. Depois disso, os Encantados me pediram para que eu fizesse mais três mantos. Ele foi feito com base no manto que eu tinha visto de perto, na França, e também na minha pesquisa”, explicou a artista à Agência Brasil.

“Na França, foi a primeira vez que o manto falou comigo. Naquele momento, descobri que o manto era um ancestral, uma entidade e que estava se comunicando. E ele me trazia a mensagem de que os mantos eram bortados por mulheres e eram feitos por mulheres. E que eu deveria buscar isso. Então, voltei para a aldeia e fui confeccionar esse manto, encontrando esses pontos e fragmentos que estavam com minhas tias-avós. Elas tramavam com o ponto do jereré. Eu consegui resgatar esse ponto e desenvolvi uma outra técnica, mas cheguei no mesmo objetivo. E aí comecei a fazer a aplicação das penas, que são coletadas dentro do território. Toda a comunidade se envolveu na feitura desse manto, que é coletiva”, lembrou Glicéria.

Para confeccionar o manto, foram necessários quatro meses e penas de vários pássaros e aves como peru, frango, canário-da-mata, gavião e guiné. E essa indumentária, destacou Glicéria, é feminina. “Ele [o manto] reforça as majés, as mulheres que têm o poder de cura e de reza, que são as parteiras e benzedeiras.”

Além do manto que está na Dinamarca, a Casa do Povo informa que há mais dez espalhados por museus europeus. Esses artefatos, produzidos entre os séculos XVI e XVII, teriam sido trocados em negociações diplomáticas ou saqueados durante a colonização. No Brasil, fisicamente, não restou nenhum, mas eles resistiram na memória ancestral de seu povo.

Mais informações sobre a visitação ao projeto Manto em Movimento pode ser obtida no site da Casa do Povo ou no do Museu das Culturas Indígenas.

(Fonte: Agência Brasil)

Sete shows musicais marcam a retomada, nesta sexta-feira (15), do Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural. As apresentações ocorrem esta noite, nas sete unidades culturais que o banco mantém pelo país. De acordo com a própria instituição, o programa estava paralisado há quatro anos

Em Brasília, a partir das 19 horas, a cantora Mart´Nália vai mesclar as músicas de seu mais recente trabalho, Sou Assim Até Mudar (2021), a sucessos de sua bem-sucedida carreira. Na capital paranaense, Tetê Espíndola ocupa o palco da Caixa Cultural Curitiba das 20 horas de hoje a domingo (17).

A programação também conta com shows do grupo Franscisco, el Hombre, em Fortaleza (CE); de Amaro Freitas e Zé Manoel, em Recife (PE); da banda 14 Bis, no Rio de Janeiro; do multiartista Wado, em Salvador (BA) e da cantora Ceumar, em São Paulo.

Os shows de 14 Bis, Ceumar e Tetê Espíndola serão transmitidos neste sábado à noite, em sequência, pela Rádio Nacional, emissora gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Às 21 horas, os ouvintes poderão conferir parte do espetáculo 14 Bis Acústico ao Vivo, com o qual a banda de rock criada em Minas Gerais celebra 40 anos de atividade.

A partir das 22 horas, a Rádio Nacional transmite o show de Ceumar, que festeja, em São Paulo, seus 35 anos de carreira. A partir das 23 horas, a cantora Tetê Espíndola fecha as primeiras transmissões, frutos da parceria que a Caixa firmou com a tradicional rádio pública a fim de permitir que mais pessoas tenham acesso aos espetáculos.

Os três shows que a Rádio Nacional vai transmitir poderão ser acompanhados no site da emissora e nas seguintes frequências: Brasília (FM 96,1MHz e AM 980kHz); Rio de Janeiro (FM 87,1MHz e AM 1130kHz); São Paulo (FM 87,1MHz); Pernambuco (FM 87,1MHz); Maranhão (FM 93,7MHz); Amazônia (11.780kHz e 6.180kHz OC) e Alto Solimões/Tabatinga (FM 96,1MHz). Informações adicionais sobre os espetáculos musicais e outros eventos artísticos, como preços dos ingressos, podem ser consultadas no site da Caixa Cultural.

Retomada

A Caixa promete investir cerca de R$ 30 milhões na realização de 171 eventos culturais já selecionados no âmbito do Programa de Ocupação da Caixa Cultural. As atividades foram escolhidas entre 7.727 propostas ligadas ao teatro, dança, música, cinema, artes visuais e vivências artísticas inscritas.

Além de patrocinar a produção e a exibição artística, a Caixa também planeja expandir a oferta cultural, inaugurando dois espaços culturais nas cidades de Belém (PA) e São Luís (MA). Ao anunciar a iniciativa, em agosto, a presidenta do banco, Maria Rita Serrano, informou que a unidade paraense deve ser inaugurada até 2025, somando-se às iniciativas para preparar a cidade para sediar a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-30). A unidade de São Luís também deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2025, no centro histórico da capital maranhense.

Em nota divulgada hoje, Maria Rita sustenta que este “é um momento de celebração para a Caixa” e que a nova programação das unidades culturais do banco “levarão a riqueza e a diversidade das culturas brasileiras à sociedade, de forma gratuita ou a preços populares, promovendo mais acesso à cultura e gerando emprego e renda”.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta sexta-feira (15), a previsão de oferta de cerca de 60 mil vagas por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ainda este ano. São vagas remanescentes, ou seja, aquelas cujos financiamentos não foram contratados no processo de seleção regular. Os inscritos serão classificados com base nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).  

A convocação para ocupação de vagas remanescentes do Fies foi interrompida em 2021 e, agora, foi retomada.

Segundo o MEC, os prazos de inscrição e todos os critérios exigidos para participar do processo seletivo serão divulgados até outubro, por meio de edital.

Nas edições anteriores, a ocupação de vagas remanescentes se dava por ordem do registro da inscrição no sistema. Agora, os inscritos serão selecionados de acordo com a classificação de suas notas no Enem. Serão consideradas as edições do exame a partir de 2010.

Outra mudança para o preenchimento de vagas, de acordo com a pasta, é que todas as mantenedoras de instituições de ensino superior privadas poderão participar do próximo processo seletivo, independentemente de ter participado de edições do Fies já realizadas este ano, o que não era permitido nas seleções passadas. Os prazos e critérios para participação das instituições de ensino serão também definidos em edital previsto para ser publicado até o fim de setembro.

A retomada do processo seletivo havia sido antecipada pelo diretor de Políticas e Programas de Educação Superior do Ministério da Educação, Alexandre Fonseca, no seminário Diálogo sobre a reconstrução do Fies, promovido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes). Segundo Fonseca, os financiamentos serão para estudantes que estão matriculados em cursos de ensino superior em instituições privadas.

A retomada no preenchimento de vagas remanescentes é resultado das discussões que ocorrem no MEC, para a reconstrução do Fies. A intenção é retomar o caráter social do programa. A pasta deverá lançar, em breve, o Fies Social, que cobrirá 100% dos custos das mensalidades em instituições privadas de ensino superior.

O Fies foi criado em 1999 e oferece financiamento a estudantes em instituições particulares de ensino a condições mais favoráveis que as de mercado. O programa, que chegou a firmar, em 2014, mais de 732 mil contratos, sofreu, desde 2015, diversas mudanças e enxugamentos.

Um dos principais motivos para as mudanças nas regras do Fies, de acordo com gestões anteriores do MEC, foi a alta inadimplência, ou seja, estudantes que contratam o financiamento e não conseguem quitar as dívidas.

(Fonte: Agência Brasil)