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Referência na natação paralímpica brasileira, Davi Hermes integrou a equipe Maranhão Master na disputa do 71º Campeonato Brasileiro Masters de Natação, que foi organizado  pela Associação Brasileira de Masters de Natação (ABMN) e realizado entre os dias 18 e 21 de abril, no Parque Aquático da Universidade do Estado do Pará, em Belém. Davi, que é atleta da Viva Água e conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, competiu em classe única, já que o evento não tem classe para paratletas, e conquistou resultados expressivos em quatro provas, com destaque para o vice-campeonato nacional da categoria pré-master nos 200m borboleta.

Além de levar a medalha de prata em uma de suas melhores provas, Davi Hermes também figurou em posições de destaque nas demais disputas pelo Brasileiro Masters de Natação, garantindo o Top 5 nos 100m borboleta e nos 400m livre, além de faturar a sexta colocação nos 50m borboleta, resultados que ajudaram o Maranhão Master a ficar com o terceiro lugar na classificação geral por equipes.

“Estou muito feliz por representar o Maranhão no Brasileiro Masters, sigo sempre grato a Deus por tudo. Agradeço à minha família, aos meus técnicos, a toda a equipe de musculação e de fisioterapia, além dos meus amigos de treinamento por todo o apoio. Também fica o agradecimento ao patrocínio da Potiguar e do governo do Maranhão, que é fundamental para que eu possa representar o Maranhão e minha classe de natação paradesportiva da melhor maneira possível”, destaca Davi Hermes.

Antes de participar do Brasileiro Masters, Davi Hermes teve um desepmenho de superação no Troféu Viva Água - Anibal Dias, evento que foi realizado no dia 13 de abril e válido como primeira etapa do Circuito Maranhense Master de Natação 2024. Mesmo em recuperação de uma virose, Davi mostrou sua força ao vencer a prova dos 50m borboleta.

Outros resultados

Também neste início de temporada, Davi Hermes representou o Brasil no Trisome Games 2024, que ocorreu em março, em Antalya, na Turquia. O atleta da Viva Água foi um dos grandes nomes da delegação da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), após garantir o Top 10 mundial da categoria Sênior (17 a 24 anos) nos 50m borboleta e 100m borboleta, além de melhorar a sua marca pessoal em algumas provas realizadas no evento internacional.

As brilhantes campanhas nos primeiros eventos do ano aumentam a confiança e a expectativa de Davi Hermes para a sequência de competições que terá pela frente. Nos próximos meses, Davi vai disputar o Campeonato Brasileiro de Natação CBDI, a Copa Brasil de Natação Paradesportiva, o Meeting Brasileiro de Natação CBDI e os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), além dos torneios locais da Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA) e da Associação Maranhense Master de Natação (AMMN).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

UM GÊNIO QUE CONHECI (1)

*

Você já deve ter ouvido essa música ou estes versos:

“De noite eu rondo a cidade

a lhe procurar, sem encontrar

(...)

E nesse dia então

vai dar na primeira edição:

‘Cenas de sangue num bar da avenida São João’”. (*)

Ou pode ter ouvido estes:

“Reconhece a queda e não desanima

Levanta, sacode a poeira

E dá a volta por cima”.

Os primeiros são versos da música “Ronda” e, os demais, da música “Volta por Cima”. Ambos são de Paulo Emílio Vanzolini, um dos maiores cientistas brasileiros, de reconhecimento internacional.

Vanzolini formou-se em Medicina e fez doutorado nos Estados Unidos em Zoologia, especializando-se em Herpetologia, o estudo dos répteis. Também foi cantor e escritor (poesia, crônicas, textos científicos). E foi boêmio, muuuuuito boêmio... Sobre Paulo Vanzolini há livros, artigos, filmes (documentários).

Paulo Emílio Vanzolini nasceu em 25 de abril de 1924, em São Paulo (SP). Faleceu em razão de pneumonia, na capital paulista, em 2013, três dias após completar 89 anos (aliás, foi internado exatamente no dia de seu aniversário).

Vanzolini, jeitão bonachão, simples, esteve em Imperatriz, no Maranhão, pelo menos uma vez –  e eu estive com ele. Tenho várias de suas obras, literárias e científicas, e também videodocumentários.

Zoólogo, Paulo Vanzolini foi a Imperatriz estudar impactos de uma obra de Engenharia Civil na vida animal da região. Queria conversar com alguém que tivesse uma boa conversa. Aí me convidaram.

E conversamos por horas e horas – Paulo Vanzolini, eu e Magdalena Klos, uma estudante de pós-graduação que acompanhava Vanzolini e realizava estudos para sua tese de doutorado.

Mais ouvi e perguntei do que respondi e falei. E perguntei muito. E ali, na Cantina Don Vito, na Rua Coronel Manoel Bandeira, na segunda maior cidade do Maranhão, Paulo Vanzolini, sem notas musicais, compôs para eu ouvir a melhor de suas músicas: a canção de sua própria vida. Uma história que o Brasil deixou de ouvir de seu próprio autor há onze anos.

Paulo Vanzolini contou-me – lembro-me bem – que, menino ainda, gostava de ir ver cobras e outros répteis em área própria da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Tempos depois, decidido a estudar os animais, ouviu de um amigo: “– Quer conhecer melhor os animais? Estude o homem. Forme-se primeiro em Medicina”.

Em outro texto relembrarei e direi mais de Paulo Vanzolini.

Neste 25 de abril, a música brasileira deveria entoar um hino de saudades e cantar um réquiem pela memória de Paulo Vanzolini, cientista, médico, doutor de animais e poeta, cantor e compositor de (e)ternas obras musicais.

No “link” abaixo e em outros do YouTube/Internet, ouça um pouco de “Ronda”, que completa 73 anos neste 2024. Aqui, Paulo Vanzolini está no ambiente que adorava: o bar, a bebida, os amigos, a música – a sua música, “Ronda”, cantada (voz & violão) pelo igualmente paulista e paulistano Carlinhos Vergueiro, 72 anos em março deste 2024.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=BmdB2W6ZLJ4

E aqui – no “link” https://www.youtube.com/watch?v=KX4s_IufYK4  – você escuta o próprio Vanzolini interpretando treze de suas músicas, que compõem o álbum “Paulo Vanzolini por Ele Mesmo”, lançado em 1981, o único disco em que o compositor interpreta suas próprias canções. Curiosidade: Paulo Vanzolini cantou “a cappella”, isto é, sem nenhum instrumento ou acompanhamento; somente a voz foi gravada. Depois foi gravado o acompanhamento instrumental (violão, percussão etc.).  Entre outras, preste-se atenção na perícia de Vanzolini na letra de seu “Samba Erudito”, onde cita, pelo menos, seis nomes da História brasileira e mundial e, de quebra, rimou “Bilac” com “Cadillac”. Também vejamos e ouçamos as formidáveis aliterações e assonâncias do samba “O Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma”, em que versos são escritos com palavras iniciadas pelas letras “r”, “s”, “t” e “v”, além da preponderância de sons (fonemas) em “-ato”, “-orro”, “-into” e “-ent-“. Um mestre!

(*) A propósito de manchete ou notícia de jornal, como está na letra de “Ronda”, Paulo Vanzolini valeu-se de semelhante recurso em outra composição sua. Foi no “Samba do Suicídio”, onde os versos 50 e 51 trazem: “[...] / Vejam a notícia no jornal: / Pavoroso descarrilhamento na Central / [...]”.

*

UM GÊNIO QUE CONHECI (2)

No dia 1º de novembro de 1989, o jornal "O Estado do Maranhão", de São Luís, registrou, na coluna de Maria Leônia:

"Quem passou por Imperatriz na semana passada foi o famoso compositor e zoólogo Paulo Vanzolini, autor de ‘Ronda’, música interpretada por Maria Bethânia e muito tocada nas noites de fossa. Este encontrava-se realizando estudo e pesquisa sobre ecologia, como autoridade de Zoologia na USP [Universidade de São Paulo]. Aqui, ele contou com o apoio de Edmilson Sanches (jornalista), que também é um estudioso do assunto."

*

Em um início de noite de um dia qualquer da última semana de outubro de 1989 entrei mais uma vez na Cantina Don Vito. A Cantina era um local em que eu tinha ponto cativo, mesa reservada pelo proprietário, o empresário e “gentleman” Aruanã Cortez de Lucena (“in memoriam”), que, depois de exitosa atividade como gestor de grandes empresas em São Paulo, voltara para sua região (ele era filho de Carolina/MA) e criava empreendimentos de bom gosto e sofisticação, como a Cantina Don Vito e a Som Bom, esta uma pioneira empresa de equipamentos de som customizados, em um tempo em que a palavra “customizado” nem existia como sinônimo de “personalizado”, “ao gosto do freguês”.

Minha mesa na Cantina Don Vito ficava próximo ao caixa, no “design” da época. Logo que eu chegava, o Aruanã já vinha com a edição do dia da “Folha de S. Paulo” e, entre cubas-libres e doses de “Cointreau”, assuntos e amigos se juntavam, até o repasto noturno.

Nesse dia de outubro nem deu tempo de olhar para a mesa. Logo à esquerda, quase na entrada, vi Paulo Vanzolini e uma mulher loura, alta. Já fui direto até ele, chamando-o pelo nome e, como se fôssemos velhos amigos, fui falando alguns traços biográficos vanzolinianos pouco comuns a que eu tivera acesso, numa época em que não existia “internet” (que só chegou ao Brasil para o grande público a partir de 1995). Ali estava Paulo Emílio Vanzolini, médico, zoólogo, compositor, cantor, escritor..

Após ouvir sobre si mesmo em minha entrada triunfal, Paulo Vanzolini riu, com aquele jeito de bom amigo, sem “stress”, boêmio (ele não gostava de ser chamado assim).

Numa “homenagem” à minha curiosidade, pelos dados biográficos com que, no momento certo, eu ilustrava as minhas perguntas sobre ele, Paulo Vanzolini começou a contar sua vida: era taurino como eu (ele, nascido dia 25 de abril); o pai, engenheiro, que lhe deu a bicicleta, sobre a qual, criança ainda (dez anos), foi ao zoológico e ficou impressionado (positivamente) com os répteis, cobras especialmente. Falou de um amigo, o cientista, médico, biólogo e geneticista pioneiro gaúcho André Dreyfuss (1897-1952), que lhe disse que, se quisesse ser um grande zoólogo, deveria começar estudando Medicina.

Foi o que Vanzolini fez: formou-se em Medicina e foi para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, fazer pós-graduação em Zoologia. Ressaltando que essa informação era de conhecimento de poucos – pelo menos na época –, Vanzolini disse-me que foi um dos que recebeu o título de doutor em menos tempo na respeitada universidade norte-americana, por causa exatamente de sua formação acadêmica médica.

Claro que Vanzolini, Magdalena Klos e eu falamos sobre Imperatriz e sobre a região (dias antes dessa conversa, um engenheiro e gestor da empresa construtora que contratara a consultoria “faunística” de Vanzolini falara comigo para promover um encontro entre mim e o renomado cientista e músico). Mas a história, a música, a cultura, a vida, em termos amplos, gerais, foram os itens principais no cardápio de conversas que (man)tivemos.

Mostrando seu à-vontade no ambiente, o grande cientista e compositor, ao me apresentar Magdalena Klos, fez questão de dizer que o sobrenome “Klos” significava “alce” e que a doutoranda estudava zoologia dos invertebrados, especialidade dele também. (Pesquisei em vários idiomas a palavra “klos”, mas ainda não localizei a língua que dê como tradução o nome do maior dos animais cervídeos, parente das renas e dos veados).

Mas o que mais importa é que a noite foi pouca para tanto estar bem, com boas conversas, bom humor, curiosidades musicais e científicas, coisas e loisas da vida. As músicas “Ronda” e “Volta por Cima” foram cantadas e tamboriladas em parte, discretamente (não se queria dar “show”...). Em 2021, “Ronda” completou 70 anos de composição: ela é de 1951 e sua primeira gravação foi em 1953. “Volta Por Cima” é de 1962 – completou 60 anos em 2022.

Com a morte de Paulo Vanzolini naquele domingo, há onze anos, 28/4/2013, três dias depois de completar 89 anos, a Música e a Ciência brasileiras perdem um raro caso de talento em ambas as atividades.

Parece que o jeito bonachão de Vanzolini não era só o da foto: em vida doou sua biblioteca de 25 mil livros e outros itens para a universidade. Também utilizava na ampliação do número de espécimes animais o dinheiro que ganhava com a música, inclusive um valor pago por um político paulista que teria usado, em época de campanha, diversos compassos de uma música de Vanzolini.

Paulo Emílio Vanzolini ganhou prêmios científicos e reconhecimento de governos. Escreveu livros – de poesia, inclusive. Foi alvo de documentários sobre sua vida, obra e atividade, inclusive “No Rio das Amazonas”, filme que tenho. Seu sobrenome dá nome a, pelo menos, 15 répteis, insetos e outros invertebrados.

À parte o material biobiblioiconográfico que tenho, o que mais dura em mim são as lembranças das agradáveis, alegres e ricas horas de bate-papo. Aquele foi um encontro de, trocadilho à parte, um “cobra” paulista da Ciência e da Música com um “cabra” da peste nordestino em Imperatriz, cidade líder da região que marca outro grande encontro, o do Nordeste com o Norte, a Pré-Amazônia maranhense.

Brindemos em homenagem ao grande gênio brasileiro. Tim-tim.

Paulo Vanzolini agora faz ronda nos céus...

*

Escutemos de Paulo Vanzolini outro grande sucesso seu: “Volta por cima”, com o cantor, compositor e violonista mineiro Mário de Souza Marques Filho, mais conhecido como Noite Ilustrada, primeiro a gravar essa música, em 1963.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=5xW370kc6-g&list=RDBmdB2W6ZLJ4&index=13

* EDMILSON SANCHES

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) disponibiliza, nesta quinta-feira (25), o Cartão de Confirmação de Inscrição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O documento traz, entre outras informações, local de prova, número de inscrição, data, hora das provas em 5 de maio e se a pessoa inscrita terá direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, caso solicitado previamente.

O Cartão de Confirmação de Inscrição estará disponível na Área do Candidato, no mesmo site em que a pessoa fez a inscrição. Para acessar, é preciso fazer login com os dados da conta do portal do governo federal, o Gov.br .

Apesar de não ser obrigatório, o Ministério da Gestão recomenda levar o cartão impresso no dia das provas do chamado Enem dos Concursos, com o documento de identidade original com foto, conforme mencionado no edital. Não serão aceitas cópias – mesmo que autenticadas.

>> Clique aqui e saiba o que o candidato pode e não pode levar no dia do exame.

Os portões serão abertos aos candidatos às 7h30 (horário de Brasília), para as provas do período matutino. Já no período vespertino, os portões abrirão às 13h (horário de Brasília).

>> Clique aqui e confira mais informações sobre os horários e tempo de duração das provas.

Verificação

O candidato deve verificar se todas as informações sobre a inscrição estão corretas, como município indicado pelo candidato no ato de inscrição do certame.

O Ministério da Gestão avisa que, se houver qualquer tipo de erro ou se o local de aplicação da prova for muito distante da residência do candidato, é preciso entrar em contato com a Fundação Cesgranrio (telefone: 0800 701 2028), organizadora do concurso, com brevidade, e pedir a correção do que for necessário.

 “É possível o candidato solicitar a correção do cartão de confirmação, de acordo com o que ele fez no ato da inscrição, mas não é possível pedir para mudar de cidade agora. O que vale é o que foi declarado no ato da inscrição”, esclarece o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal.

Entre os dias 25 de abril e 4 de maio, véspera do concurso, a Cesgranrio prestará atendimento aos candidatos com dúvidas sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado durante a aplicação das avaliações, entre outras situações.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 24/04/ 2024 Reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)  para deliberar o projeto que prorroga por 10 anos a cota para a população negra de 20% das vagas em concursos públicos da União. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (24), por 16 votos a 10, o projeto de lei (PL) que prorroga por dez anos a política de cotas raciais para concursos públicos e processos seletivos para a administração pública federal, direta e indireta, incluindo fundações públicas e autarquias.

Além disso, o texto aumenta dos atuais 20% para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais, incluindo, ainda, os grupos dos indígenas e quilombolas. Atualmente, as cotas raciais para concursos alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos. A lei de cotas para concursos, que é de 2014, vence dia 9 de junho deste ano.

O projeto deve passar por uma votação suplementar na CCJ do Senado, ainda sem data marcada. Como tem caráter terminativo, se novamente aprovado, o texto segue direto para Câmara dos Deputados, sem precisar passar pelo plenário do Senado. A exceção é se nove senadores apresentarem recursos contra a matéria, o que pode levar o tema ao plenário.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), defendeu a necessidade de prorrogar a política de cotas raciais em concursos públicos argumentando que o racismo segue vivo na sociedade brasileira e mundial. Ele destacou ainda que, apesar de ter aumentado, a representação de negros na administração pública ainda é baixa.

“Um negro no serviço público, um negro no Ministério das Relações Exteriores é mais do que simplesmente um funcionário, é uma voz viva de que é possível se superar o racismo, a discriminação e promover um desenho do Brasil no serviço público que retrate o desenho do Brasil na realidade”, argumentou.

Embora pretos e pardos somem 56% da população, eles compõem 40% da administração pública federal. Nas carreiras de nível superior, só há 27,5% de negros. Entre juízes, apenas 14,5%, segundo dados do Observatório do Pessoal do governo federal sistematizados pelo Coletivo Maria Firmina de Servidores(as) Públicos Negros(as).

O projeto foi criticado por senadores da oposição. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), argumentou que as cotas deveriam ser apenas sociais, para pessoas de baixa renda.

“Nós estamos abrindo mão do mérito. Nós estamos abrindo mão da proficiência. Nós estamos abrindo mão da produtividade. Nós precisamos melhorar o nosso sistema educacional”, comentou.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) também criticou o projeto, argumentando que as cotas raciais deveriam se limitar às universidades e que devem ser provisórias.

“Melhorar a sociedade passa por meritocracia. Se várias pessoas tentaram e se prepararam para um concurso público, e se elas estavam em igualdade de condições, a cor não justifica o privilégio a mais. Porque as cotas têm que ser antes [do concurso]”, disse.

O relator Humberto Costa tentou rebater as críticas ao projeto. Ele lembrou que a questão racial vai além do social. “Quando um jogador de futebol bem-sucedido, rico, um ídolo, é chamado de macaco num jogo de futebol, num país que se pretende desenvolvido cultural e socialmente, esse discurso de que o problema é meramente social, ele cai por terra”, destacou.

Já o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) reforçou que a qualidade do serviço público está resguardada com o projeto porque a cota só vale para quem for aprovado no concurso.

“Ele pode não estar em primeiro do ranking, em segundo, em terceiro. Mas ele passou pelo crivo do concurso público. E não terá o risco, para não ter mal compreendido, de que se está impondo a um cidadão atendimento de segunda categoria”, destacou.

Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) argumentou que o projeto divide a sociedade. “As cotas raciais, para mim, elas criam o pior cenário possível. Porque ela admite a discriminação racial para atingir um objetivo político, o que leva a uma situação onde as pessoas não são julgadas pelo que são ou pelo que fazem, mas pela cor de sua pele ou por sua origem étnica”, argumentou.

Modificações

Na semana passada, o relator Humberto Costa acatou uma série de emendas da oposição para aumentar o apoio ao projeto, reduzindo, por exemplo, de 25 para dez ano o prazo de validade da política.

Costa ainda acatou o pedido para excluir o artigo que previa metas de representatividade étnico-racial nos quadros do serviço público, a exemplo da ocupação dos cargos de chefia, que deveria respeitar a proporção populacional dos grupos raciais calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Outras emendas acatadas pelo relator criaram novas regras para verificação da raça do participante do concurso, como a exigência de normas padronizadas nacionalmente, e também mais diretrizes para o combate às fraudes.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 24/04/2024 – A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministra, nos estúdios da EBC.  Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou, nesta quarta-feira (24), que a Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) destinará, até 2027, R$ 15 bilhões para investimento em ações e projetos culturais em todo o país e, consequentemente, apoiar os trabalhadores do setor. A lei federal de 2020, criada para reduzir o impacto da pandemia de covid-19 no setor cultural, possibilita a transmissão direta de valores a 100% dos Estados e 97% dos municípios que aderiram ao programa. Também houve 100% de adesão entre as capitais.

 “O fomento direto do governo federal para as cidades e Estados será para o setor cultural elaborar projetos, fazer festivais, construir equipamentos culturais. Temos a perspectiva de transformação real com o fomento cultural. As pessoas vão entender a força da cultura. Na hora que você injeta um fomento dessa magnitude, há a resposta porque gera a economia criativa de cada cidade, de cada Estado de uma maneira mais perene”.

A declaração de Margareth Menezes foi dada nesta quarta-feira (24) em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A ministra celebrou os 20 anos da política nacional Cultura Viva, que promove a diversidade cultural do país por meio do financiamento dos Pontos de Cultura espalhados pelo país, e idealiza que a cultura vire política de Estado. “Essas políticas são criadas para promover a segurança para o setor cultural e, também, para o povo brasileiro, como forma de garantir seus direitos culturais que estão na Constituição. Nosso objetivo é que a gente consiga que o Ministério da Cultura e a cultura brasileira sejam uma política de Estado”.

Durante a entrevista, a ministra enfatizou o tamanho do setor cultural brasileiro que, em 2021, empregou a 5,5 milhões de pessoas (5,6% do total dos ocupados do país) e da economia produzida pela cultura e indústrias criativas do Brasil em 2020: equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, a ministra lamentou que, a cada R$ 100, somente R$ 0,57 é investido na cultura nacional.

G20

A ministra Margareth Menezes foi questionada por jornalistas participantes do Bom dia, Ministra sobre como os integrantes do G20, sob a presidência rotativa do Brasil neste ano, têm tratado a criação de conteúdo artístico pela inteligência artificial (I.A) a partir de obras que detém direitos autorais. A ministra defendeu a propriedade intelectual e a devida remuneração de artistas.

“O ambiente digital gera dinheiro a alguém. São verdadeiras grandes fortunas para quem tem o domínio dele [...]. Estamos falando de uma indústria que gera dinheiro para alguns e que precisamos regular para trazer direitos aos produtores e à produção nacional”.

Sobre a disseminação de notícias falsas e crimes de ódio, a ministra confirma que os países estão unidos para combatê-los. “O que se propõe é que precisa haver uma regulação das fake news que prejudicam, tiram a normalidade das pessoas e criam um ambiente de ilusão".

Brasília (DF) 24/04/2024 – A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministra, nos estúdios da EBC.  Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

A ministra da Cultura do Brasil conta que a cultura tem bastante importância dentro do G20 como ferramenta para impulsionar a economia criativa e a sustentabilidade, com poder real de transformação, combate à fome e à intolerância, graças a diversidade cultural dentro do bloco que reúne as 19 economias mais influentes do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Sobre a agenda do G20 que preserva a memória e os patrimônios material e imaterial dos países, a ministra apontou que é necessário ter consciência sobre a importância dos tombamentos e da preservação do Patrimônio Cultural do Brasil, como é feito em outras localidades do mundo.

“É importante que as cidades, os Estados e os cidadãos tenham consciência do valor da memória da sua cidade, dos patrimônios. Porque, nesses patrimônios, estão registradas as evoluções sociais da nossa cidade, do nosso Estado, do Brasil como um todo, principalmente, aquelas cidades que têm centros urbanos, de memória e tombados. Nós encontramos ali uma desconstrução muito grande. Estamos perdendo muito patrimônio”, avaliou a ministra.

Patrimônio

No Bom dia, Ministra, Margareth Menezes explicou as iniciativas para recuperação e preservação do patrimônio cultural brasileiro, com ênfase para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções, que destinará R$ 700 milhões do Novo PAC, a 139 obras e 100 novos projetos para restauração e recuperação de espaços públicos e melhoria da qualidade de vida, promoção do turismo e desenvolvimento local, como a restauração da Praça dos Três Poderes, anunciada nesta semana.

“Através desse programa, poderemos resgatar algumas ações importantes para o nosso patrimônio nacional material e imaterial [...]. Temos que cuidar dos nossos patrimônios, de nossas memórias. A partir do momento que há o reconhecimento internacional – e o Brasil tem vários – significa que estamos registrando a nossa história e qualidade”.

Ela citou a nova política pública Canteiro-Modelo de Conservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que conserva de bens tombados de propriedade de famílias de baixa renda. “Quem recebe a reforma, terá que mantê-la, fazer a preservação. Quando a gente vai à Europa e vê aqueles monumentos, houve cada geração que teve o trabalho de mantê-los”.

Nessa linha, a ministra ainda comentou que o Choro foi declarado patrimônio cultural pelo Iphan em fevereiro.

Lei Rouanet

A ministra Margareth Menezes também falou da importância da Lei Rouanet [Lei 8.313/1991] para a democratização de acesso a recursos para financiar projetos culturais. A legislação permite que pessoas físicas e jurídicas patrocinem iniciativas culturais e abatam o investimento no Imposto de Renda. Ela enumerou as versões do Programa Rouanet: a Norte, linha de financiamento específica para a região, e o Programa Rouanet nas Favelas, que apoia projetos nos territórios de favela.

Diante das críticas à lei no que diz respeito à captação e à distribuição de recursos, a ministra rebateu e garantiu que a fiscalização dos repasses é rigorosa. “A fiscalização [da Lei Rouanet] é muito dura na questão da execução, da entrega. O Ministério da Cultura não dá dinheiro, o ministério analisa projetos. Tudo é com transparência, tudo é divulgado, tudo é acompanhado”, explicou.

Democracia

Por fim, a ministra enfatizou que a cultura tem a função de educar também, respeitando a diversidade. E condenou a censura a livros e a eventos LGBTs, sigla de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e outras autodenominações.

“Dentro da arte, temos o estado democrático. Arte dá a liberdade ao artista de criar para haver uma cultura real. A função do Estado é garantir que todos tenham acesso, também, a produzir e se expressar. Então, é isso que estamos promovendo em nossas políticas”.

(Fonte: Agência Brasil)

Cursinho preparatório para o vestibular da Universidade de São Paulo - USP Leste.

Medidas de proteção reforçarão a segurança durante a aplicação das provas do Concurso Nacional Unificado, o chamado Enem dos concursos, previsto para o dia 5 de maio. São regras que proíbem a saída dos candidatos com o caderno de questões ou com anotações do gabarito, além da coleta de digitais e exame grafológico antes da aplicação do exame.

Com a adoção das medidas, o próprio cartão de respostas conterá a identificação do candidato, onde, além das seleções marcadas durante o exame, também ficará registrada uma frase copiada pelo concorrente com a própria letra e a sua digital.

Detectores de metal e de equipamentos eletrônicos também serão instalados nos acessos aos locais de aplicação da prova e os celulares serão desligados e lacrados durante o exame. Uma força-tarefa também atuará, com a participação da Secretaria Nacional de Segurança Pública, das polícias Federal e Rodoviária, da Agência Brasileira de Inteligência, Força Nacional e das secretarias de Segurança Pública estaduais.

“O processo envolve um forte esquema de segurança, desde a produção e entrega das provas até a checagem da identidade do candidato”, explica o coordenador-geral de logística do processo seletivo, Alexandre Retamal.

De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o objetivo é evitar fraudes no processo seletivo, principalmente por meio do uso de pontos eletrônicos. Esse seria o principal método usado por organizações criminosas que atuam em processos seletivos.

As provas objetivas de conhecimentos gerais serão aplicas pela manhã, com abertura dos portões às 7h30, quando, também, haverá uma questão dissertativa para os blocos de nível superior e redação para o de nível médio. Já no período da tarde, os portões serão abertos às 13h para as provas de conhecimentos específicos para os blocos de nível superior e uma nova rodada de conhecimentos gerais para o bloco de nível médio.

No mesmo dia da prova, após o encerramento dos dois períodos de exame, os cadernos de provas serão divulgados no site do Ministério da Gestão.

(Fonte: Agência Brasil)

O surfista maranhense Kadu Pakinha, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, iniciou a sua trajetória em um dos eventos mais importantes da temporada: o Circuito Brasileiro de Surf de Base, organizado pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Na primeira etapa do Circuito Brasileiro, realizada entre quinta-feira (18) e domingo (21), em Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca (PE), Kadu teve um bom desempenho na categoria Sub-18, chegando até à segunda fase, e também competiu na categoria Sub-16.

"Estou muito feliz por representar o Maranhão no Circuito Brasileiro. O resultado poderia ter sido melhor, mas valeu pela experiência e pelo aprendizado. Vou voltar para casa motivado a treinar forte para corrigir os erros, com o objetivo de subir na classificação das próximas etapas. Agradeço ao governo do Estado e à Potiguar por todo o suporte para que eu possa defender o Estado no cenário nacional do surf", afirma Kadu.

Após o evento em Porto de Galinhas, Kadu Pakinha terá alguns dias de treinos até os próximos desafios no ano. Antes de disputar a segunda etapa do Circuito Brasileiro de Surf de Base, que ocorrerá entre os dias 1º e 4 de agosto, em Matinhos (PR), o surfista maranhense vai participar do Circuito Carioca, um dos mais competitivos do país.

Kadu Pakinha inicia a temporada motivado pelos ótimos resultados que conquistou durante o ano de 2023. O surfista maranhense ficou entre os quatro melhores colocados nas três etapas do Circuito ASN Puro Suco Nova Geração, em Niterói, e foi semifinalista das categorias Sub-16 e Sub-18 da 2ª etapa do Circuito de Surf Cyclone, no Rio de Janeiro.

Além disso, Kadu Pakinha chegou às semifinais do Canto Open, garantiu a quarta posição na categoria Sub-16 Masculino do Grumari Masters, disputou o Saquarema Surf Pro Am e esteve em duas etapas do Circuito Brasileiro de Surf de Base, onde obteve experiência para os eventos de 2024.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A segunda etapa da Fórmula 4 Brasil realizada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, foi de muito aprendizado para o piloto maranhense Ciro Sobral, da equipe TMG Racing. No “templo do automobilismo brasileiro”, Ciro foi bem nos treinos, mas teve altos e baixos nas corridas do fim de semana. Mesmo assim, o jovem maranhense encerrou sua participação em Interlagos com um bom 4º lugar na corrida 3, conseguindo pontos importantes para se manter firme na briga pelo campeonato. 

Em sua primeira temporada na F4 Brasil, principal categoria-escola em monopostos do automobilismo nacional, Ciro Sobral tem demonstrado bastante talento nas pistas. Nessa etapa de Interlagos, o maranhense esteve sempre entre os mais rápidos da semana. No entanto, Ciro teve dificuldades para manter um bom ritmo de corrida, especialmente nas duas provas de sábado (20). 

Além da 4ª posição na corrida 3, Ciro Sobral terminou as primeiras duas corridas na 8ª e 7ª colocações, respectivamente. Com o desempenho, o piloto da TMG Racing assumiu a 6ª posição na classificação geral. 

“Foi um fim de semana de altos e baixos, com um treino classificatório bom, as corridas de sábado sendo ruins e a de domingo boa. Foi um fim de semana abaixo das minhas expectativas, mas o mais importante é que eu consegui extrair bastante experiência dele. Queria resultados melhores, mas estou satisfeito com as experiências novas. Agora, é foco total na próxima etapa em Velocitta (SP)”, comentou o piloto maranhense. 

Calendário da Fórnula 4 Brasil

A Fórmula 4 Brasil de 2024 é a maior edição da história. Pela primeira vez, o campeonato contará com oito etapas do calendário, com previsão de passar por seis circuitos diferentes, fato inédito na categoria-escola. Vale destacar que, em cada etapa, serão realizadas três corridas. 

A maior novidade da temporada 2024 da Fórmula 4 Brasil será a inclusão da etapa que será disputada na Argentina, nos dias 5 e 6 de outubro, enquanto o principal palco será o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, que receberá três etapas do calendário, uma delas como preliminar da Fórmula 1. 

A Fórmula 4 Brasil também vai passar pelo Planalto Central: Goiânia receberá novamente a competição nos dias 27 e 28 de julho, na semana de comemoração do aniversário de 50 anos do Autódromo Internacional Ayrton Senna, enquanto Brasília será o cenário da F4 Brasil nos dias 23 e 24 de novembro. 

CALENDÁRIO (Etapa / Data / Local)

1ª - 24/03 – Velocitta (SP) / já realizada

2ª - 21/04 – Interlagos (SP) / já realizada

3ª - 30/06 – Velocitta (SP)

4ª - 28/07 – Goiânia (GO)

5ª - 06/10 – Argentina

6ª - 03/11 – Interlagos (SP)

7ª - 24/11 – Brasília (DF)

8ª - 15/12 – Interlagos (SP)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ) -   Trem do Choro. Foto: Divulgação

Declarado patrimônio cultural imaterial do Brasil em fevereiro deste ano, o choro tem seu dia nacional celebrado nesta terça-feira (23). Para comemorar a data, é tradição a realização de uma roda musical inusitada no Rio de Janeiro.

Músicos e fãs do choro se reúnem na icônica Central do Brasil e embarcam em um trem com destino a Olaria, bairro da zona norte da cidade, que era reduto de Pixinguinha, um dos maiores representantes do gênero musical.

Dentro das composições, chorões (músicos que executam o choro) tocam canções do gênero surgido no Rio e tocado por várias gerações, como Carinhoso, de Pixinguinha e Braguinha.

Músicos mais novos

Organizador do Trem do Choro, que está em sua 11ª edição, Luiz Carlos Nunuka destaca que o estilo musical continua atraindo a atenção dos músicos mais jovens.

“Existe o interesse principalmente dos jovens [pelo choro]. O choro tem uma complexidade que a pessoa que aprende a tocá-lo realmente toca qualquer tipo de gênero musical”, explica Nunuka.

(Fonte: Agência Brasil)

UM CANTO DE AMOR, REFLEXÃO E DOR PARA A HUMANIDADE

–  Leia. Encante-se. Impressione-se. Reflita.

* * * *

– Cientificamente, não há como negar: somos todos irmãos. E mais: você, que me lê neste instante, tem, em seu corpo, parte do universo. Tem partículas que eram do corpo de Cristo – e também do solado dos pés de Judas. Seu corpo tem um algo de Teresa de Calcutá – e também de Adolf Hitler.

 * * *

Há, na “internet”, um vídeo – de conteúdo ou inspiração nazista – que é um entre aqueles que mais me tocam. Me dilaceram. Um desses que me deixam atarantado, sem alternativa sobre o que fazer – e, assim, torno-me um ser líquido e incerto. E choro...

O vídeo(*) mostra pessoas inteiramente nuas, inclusive diversos idosos e crianças, todos colocados em uma espécie de carro-forte. Depois de trancadas aquelas pessoas, um homem acopla uma mangueira que vai do cano de escapamento a um buraco na parte traseira do veículo. Com o carro andando em círculo, a fumaça inunda e preenche toda a carroceria, sufocando e, enfim, matando as pessoas. Antes, ouvem-se gritos desesperados, terríveis, lancinantes, dolorosos... até o silêncio final. Horror dos horrores. O carro é um campo de concentração ambulante.

*

Desde 1970, existe uma data chamada Dia da Terra, ou, oficialmente, Dia Internacional da Mãe Terra, uma data mundial (22 de abril) reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Dezenas de anos depois da criação desse dia simbólico, o que estamos fazendo com o único (até agora) planeta que nos oferece as mais perfeitas (ou as menos imperfeitas) condições de sobrevivência? Também, o que estamos fazendo-nos a nós mesmos, uns COM os outros e uns CONTRA os outros?

No geral, vivemos uma vida sem maiores – e melhores – reflexões. Vivemos para comer, beber, dormir, trabalhar, divertir-se e copular – e, no mais das vezes, fazemos mal tudo isso...

Para fazer só isso, Deus não precisava criar os seres humanos. Bastaria parar a Criação nos porcos.

Ora, se entre todos os elementos da Natureza, o Ser Humano é o único que tem ciência de si mesmo, que sabe de sua finitude e do fim de tudo (vem aí o Big Crunch, que destruirá a Terra), se, com toda essa sabença, o Ser Humano comporta-se tão autodestrutivamente, qual a razão de ele existir?

Essa e algumas outras são das principais das questões até hoje não respondidas pela Humanidade. Nem cientistas, nem filósofos, nem religiosos... – ninguém tem a resposta “completa”, conciliadora, atenuadora, pacificadora das dúvidas e inquietudes que ainda assolam os que se dão ao “luxo” de pensar(-se) criticamente.

O Dia da Terra só faz sentido para o Ser Humano, que o criou e que da Terra deve(ria) fazer o melhor uso. Pensar nos rumos que estamos tomando. Nas coisas ruins que estamos fazendo. No bem que deixamos de fazer.

É claro, não se está querendo ou sugerindo aqui que passemos, todos nós, a ser uma multidão de ascetas, um magote de exegetas, uma ruma de eremitas, uma turma de ermitões, de sábios, de pensadores. Uns 15 minutos diários – ou UM POR CENTO dos 1.440 minutos por dia que temos –, se fossem dedicados à reflexão, meditação, leitura, conversa “séria”, talvez bastassem para nós e nosso mundo melhorarmos, a partir da melhoria de nossas reflexões e ações. Se toda ação gera uma consequência, toda inação também...

Há tantos universos no universo de nosso planeta... Veja o ponto sobre a letra “i” nesta frase. Pois nesse pingo, e apenas nele, quando impresso, estão contidos uns 500 BILHÕES – repita-se: QUINHENTOS BILHÕES – de prótons, que é uma das partículas essenciais na constituição da matéria (nosso corpo, por exemplo). Apesar de nossa mania de grandeza, nós seres humanos somos feitos de miudezas, de miuçalhas. Não é de estranhar que, embora as grandes e boas emoções, ações e realizações, sejamos tão aptos a cometer as mais minúsculas das decisões, os mais gigantescos dos absurdos.

Vivemos permanentemente sobre o fio – amolado – da navalha...

Nossa vida, nosso planeta dependem de milésimos percentuais. Asseguram os cientistas: se parte do hidrogênio, exatamente 0,007% (SETE MILÉSIMOS percentuais), não se convertesse no elemento químico hélio, nem a vida, nem nós, nem a Terra, nem o Universo existiriam.

Se essa conversão de hidrogênio em hélio fosse da ordem de 0,006% (SEIS MILÉSIMOS percentuais) não ocorreria qualquer transformação e o Cosmos seria só hidrogênio e mais nada. Se, alternativamente, fossem convertidos 0,008% (OITO MILÉSIMOS percentuais) do hidrogênio em hélio, já o hidrogênio teria se acabado.

QUEM e COMO se fez essa “dosagem” exata de 0,007%?

Dependemos do que é infinitamente pequeno. Somos pequenos.

Apesar de sua área de 510 MILHÕES E 100 MIL quilômetros quadrados e de seu peso (massa) de 5,9 SEXTILHÕES de toneladas (ou 5.972.000.000.000.000.000.000), nosso planeta Terra é quase um nada, um cisco, um grão de poeira, um “pálido ponto azul” (Carl Sagan) na imensidão do Universo conhecido – que tem o tamanho, por enquanto, de astronômicos 1,6 SEPTILHÃO de quilômetros de diâmetro. Em algarismos: 1.600.000.000.000.000.000.000.000.

Nesse meio é que viceja nosso planeta e nossa galáxia, a Via Láctea, que é uma entre, estimativamente, outros 140 BILHÕES de sistemas estelares isolados, que podem conter uns 400 BILHÕES de estrelas como o nosso Sol, sem falar em um número infindável de planetas. (Vale lembrar que “estrela”, cientificamente, não é aquele ponto brilhante que, em geral, vemos à noite; “estrela” é aquele corpo celeste que produz e que emite energia – como o faz, a 149 MILHÕES E 600 MIL quilômetros de distância, o nosso Sol, sem o qual a vida não existiria na Terra, pelo menos não do jeito que a conhecemos...).

As estrelas têm muitos mistérios... Só podemos, a olho nu, ver, no máximo, SEIS MIL delas. Precisaríamos de um binóculo para ampliar o campo de visão para algo em torno de 50 MIL. E telescópios maiores e melhores para vermos, maior e melhormente, mais estrelas, astros, planetas, cometas, asteroides...

As estrelas e seus mistérios... Nossa lógica comum quase sempre rejeita ou não aceita o que a Ciência já tem como certo.

Por exemplo, no caso da estrela de nêutrons (que é outra das partículas do núcleo atômico), se você pudesse tirar apenas uma colher da matéria que está no centro dessa estrela, essa simples colherada teria o peso de 90 MILHÕES de toneladas, ou 90 BILHÕES de quilogramas!

Quase nada sabemos do que aconteceu há 4 BILHÕES E 600 MILHÕES de anos, quando se formaram uns 24 BILHÕES de quilômetros de diâmetros de gás e poeira (vindos de onde? feitos de quê, por quê e por quem?). Desse e das “coisas” que aconteceram com esse “material” viemos nós...

Nós... Somos feitos dos mesmos átomos que estão e um dia estiveram no espaço infinito, no Cosmos, no Universo, nos Céus... Mais de 100 BILHÕES (100.000.000.000) de seres humanos já existiram/viveram na Terra. Para cada um de nós que ainda estamos vivos, outros 16 morreram.

Nosso corpo é constituído de 10 QUATRILHÕES de células (10.000.000.000.000.000), resultado de 47 duplicações a partir da primeira, quando a célula inicial se dividiu em duas e, com as novas duplicações, terminaram sendo o que você é, o que nós somos. E em praticamente todas as células que formam nosso corpo, em cada uma delas, tem DOIS METROS de DNA, o ácido que armazena e transmite as informações genéticas.

Em cada ser humano, bem embrulhadinho, existem mais ou menos 20 MILHÕES de quilômetros de DNA, extensão correspondente a 26 viagens ida e volta da Terra à Lua. Os 3 BILHÕES E 200 MILHÕES de letras de codificação de apenas uma extensão de DNA permitem tantas combinações que, para escrevermos em números, este teria de ter o algarismo 1 acompanhado de mais de TRÊS BILHÕES de zeros...

Que maravilha de maravilha é um corpo humano!...

Além dos nossos 10 QUATRILHÕES de células, um corpo humano tem outros 100 QUATRILHÕES de células, pertencentes a outros seres vivos, microscópicos, que carregamos juntos, para onde quer que vamos. Nós, os seres inteligentes, somos meros dependentes e hospedeiros das bactérias; não podemos viver sem elas... (Pasme: sozinha, uma célula bacteriana gera quase TREZENTOS BILHÕES de outras... em apenas um dia...).

Nosso corpo é feito de SETE OCTILHÕES (ou 7.000.000.000.000.000.000.000.000.000) de átomos. Cientificamente, matematicamente, fisicamente, quimicamente, biologicamente, geneticamente, não há como negar: somos todos irmãos – no mínimo, parentes. Uma família só.

E mais: você, que me lê neste instante, tem em seu corpo parte do Universo, o brilho das estrelas. Tem partículas que eram do corpo de Cristo – e também do solado dos pés de Judas. Seu corpo tem um algo químico-físico de Teresa de Calcutá – e também de Adolf Hitler...

No instante em que você se coça, que rola pela cama ou rede ou tapete, no momento em que beija apaixonadamente ou quando chora solitariamente, no instante em que aspira com fervor ou espirra com ardor, algo em você é ou deixou de ser santo e pecador, sonso ou safado; algo veio para ou algo saiu de você, algo que já esteve em um grande homem ou uma grande mulher da História ou em uma pessoa anônima, invisível, que ajudou a construir ou destruir, a tornar melhor ou pior o espaço em que vive e o que vive no Espaço.

Tudo que é ou está, tudo o que neste instante faz você (pele, pelo, carne, ossos, músculos, nervos etc.), é algo que já foi parte de galáxias, estrelas, algo que já foi ou esteve em outro ser humano, é algo que o será em um novo corpo... Inútil negar.

“Não há nada de novo sob o Sol” – diziam os latinos, repetindo o Eclesiastes bíblico. Não há nada de novo sob o Sol... nem sobre, nem dentro, nem ao redor dele.

Sem nenhuma novidade, continuamos arrasando nosso planeta. Poluímos a água, empesteamos o ar, contaminamos a terra, infectamos nosso corpo.

No nosso Planeta, temos à nossa disposição menos de um por cento (1%) de água potável do total de UM SEXTILHÃO E DUZENTOS E SESSENTA QUINTILHÕES (1.260.000.000.000.000.000.000) de litros de água existente no planeta – e o que estamos fazendo?

Temos CINCO QUATRILHÕES E DUZENTOS TRILHÕES (5.200.000.000.000.000) de toneladas de ar – e o que fazemos?

E há uma santíssima trindade de três 3:

sem ar, não passamos dos TRÊS MINUTOS;

sem água, dificilmente duramos TRÊS DIAS;

e sem alimento, não resistimos TRÊS SEMANAS.

Portanto, os dois elementos mais urgentes e essenciais – ar e água, nesta ordem – foram naturalmente (e divinamente) nos dado DE GRAÇA... e não sabemos valorizar, conservar, proteger o que de graça nos foi dado e sem o que não podemos existir – exceto como pó, como átomos, mortos...

Dos QUATRO BILHÕES E SEISCENTOS MILHÕES de anos de existência da Terra, segundo a Ciência, existe vida (vegetal / animal / fúngica) há TRÊS BILHÕES E SETECENTOS MILHÕES de anos.

As espécies vivas, vegetais e animais sobretudo, chegam a bilhões (TRINTA BILHÕES) ou a trilhões (QUATRO TRILHÕES).

Dos seres unicelulares ou multicelulares, cada forma de vida tinha/tem um papel, uma função. Mas a imensa maioria já foi extinta e 99,9% dela ainda não tiveram descoberto um registro de sua passagem por aqui.

*

A vida é um milagre – a do planeta Terra e a nossa. Se você acha que viver é uma aventura, se você acha que viver é uma luta, pare um pouco pra pensar: viver pode não ser tão fácil, mas nascer, ser gerado e expulso do ventre materno, é que são elas.

Para começo de conversa, viver é praticamente uma impossibilidade matemática – tal é a chance de VOCÊ estar vivo, isto é, ser você o ser que nasceu.

Afinal, a Ciência estima que havia, pelo menos, outros TREZENTOS A QUATROCENTOS MILHÕES de seres humanos potenciais, prontos para se tornarem gente (estudos científicos dão um número de 40 milhões a 400 milhões de espermatozoides ou microgametas em uma ejaculação). Qualquer uma dessas células reprodutoras masculinas – e até mais de uma, no caso de gêmeos – poderia ter chegado ao óvulo e, nove meses depois, ter nascido já bebê feito. Poderia ser outra criança, outro recém-nascido... mas nasceu você.

Ante tantas possibilidades de 40 MILHÕES a 400 MILHÕES, logo eu ou você termos nascidos é quase uma irracionalidade, é quase impossível.

E como celebramos essa “impossibilidade”, a vida... a NOSSA vida?

Não há moral, não há ética na Natureza. Isso tem de ser criado por seres humanos – nós. Quanto “melhor” for essa “ética”, quando mais “respeitosa”, tolerante, não predadora for essa “moral”, tanto melhor para nós, para nosso planeta – que, vamos estimar, completou em 22 de abril de 2024, uma segunda-feira, QUATRO BILHÕES, SEISCENTOS MILHÕES E SETE ANOS.

Dê um bom presente para o seu, o nosso planeta. Aliás, SEJA um bom presente para ele.

Lembre-se: você precisa da Terra. A Terra, sob qualquer hipótese, não precisa de nós.

Nós...

Na vastidão do Universo, nós, humanos...

... – arrogantes – e, ao mesmo tempo, maravilhosos...

... – sociais – e, ao mesmo tempo, solitários seres...

Nós.

Sós.

Pós.

* EDMILSON SANCHES

OBS.: A maior parte dos números deste texto está em “Breve História de Quase Tudo”, de Bill Bryson (Companhia das Letras, 541 páginas, 2005). Alguns cálculos foram feitos por Edmilson Sanches.

(*) O vídeo mencionado no início deste texto é o curta-metragem “The World of Glory” (Mundo de Glória), do diretor sueco Roy Andersson, lançado em 1991. Não é mera coincidência qualquer semelhança com os 2 milhões e 700 mil judeus que foram mortos por gás venenoso e fuzilamento pela Alemanha nazista. Sob a alegação de que deveriam tomar banho e que receberiam roupas limpas, os judeus eram aprisionados nus em grandes galpões, após o que se ligava o gás venenoso e matavam-se por asfixia centenas e centenas de milhares de homens, mulheres e crianças absolutamente indefesos.