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Cerca de 200 mil pessoas devem visitar Bienal do Livro em Brasília

Com grandes nomes da literatura contemporânea, a 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, pretende romper bolhas ideológicas virtuais e reais com a proposta de aproximar grupos com afinidades distintas. O evento começou no último sábado (18) e vai até o dia 26.

"Hoje, pela polarização política, fragmentação das famílias, incertezas do mercado de trabalho, as pessoas acabam se fechando em bolhas e acabam entendendo os outros por meio de estereótipos", diz um dos curadores da Bienal Sergio Leo. "As pessoas estão muito confusas e temerosas com o futuro. Acabam se reunindo não pela identidade, mas por um inimigo em comum, seja o homossexual, o imigrante, inventam espantalhos e brigam, cobrem de estereótipos e transformam grupos em verdadeiros vilões".

O evento irá trazer, pela primeira vez, ao Brasil autores como o premiado nigeriano Chigozie Obioma, autor do romance “Os Pescadores”. Também pretende propor reflexões sobre o tema “Os outros somos nós”, que faz um convite "a mergulhar nas experiências alheias para sentir suas dores e desejos", como descreve a organização.

O curador explica que a intenção foi buscar autores "que fugiam do estereótipo e que fossem capazes de fazer com que os leitores alcançassem uma identificação, que entendessem melhor determinado segmento da população, seja da população negra, feminina, indígena, LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros]".

Fazem parte da programação os autores Josélia Aguiar, curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que, segundo Sergio Leo, falará sobre o livro ainda não lançado sobre o escritor Jorge Amado; Miriam Alves, que participará da mesa “O racismo na cultura”; Ana Maria Gonçalves, na mesa “Distopias femininas”; Daniel Munduruku, que abordará o índio na literatura, entre outros.

Além dos encontros com os autores, haverá um mercado literário. Segundo a diretora-geral da Bienal, Suzzy Souza, parte dos expositores da feira de livros estão participando pela primeira vez da Bienal, "trazendo mais diversidade de títulos disponíveis à venda".

Homenageada

A homenageada deste ano é a professora brasiliense Gina Vieira Ponte, criadora do premiado projeto “Mulheres Inspiradoras”, que incentiva a leitura de grandes autoras da literatura mundial e brasileira e instiga as crianças e adolescentes a contarem a própria história.

"Os professores estão na ponta, criam leitores, estimulam o gosto pela leitura. Nem todos têm em casa pais que incentivam a ler. A escola é um espaço fundamental da criação desse gosto pela literatura", diz Sergio Leo.

Expectativa

A expectativa da organização do evento é receber, ao longo de nove dias, aproximadamente 200 mil pessoas, superando os 180 mil visitantes recebidos em 2016. Neste ano, o orçamento da Bienal é de R$ 2,5 milhões, redução de 30% em relação à última edição, realizada em 2016.

"O Distrito Federal vive um momento muito especial no que se refere à produção literária e cultural de um modo geral, isso também facilitou. Nosso orçamento para esse ano, apesar de menor não significou uma programação menor, ao contrário, cresceu", diz Suzzy.

Programação

A programação da Bienal conta com mais de 280 atividades: 18 mesas e mais de 40 autores convidados; mais de 25 lançamentos entre Café Bienal e Banca da Conceição, além de sarau e “performances” literárias, espetáculos teatrais e infantis e infantojuvenis e exibições diárias de filmes. Dezenas de outros lançamentos ocorrem, de forma autônoma, nos estandes das livrarias e editoras, distribuídos em nosso mercado literário.

Há, também, novidades. Nesta edição, a Bienal estreia o Espaço HQ, com a presença de nomes relevantes das histórias em quadrinhos brasileiras da atualidade; e o Espaço Z, com a participação de autores e “youtubers” que usam a “internet” como plataforma de divulgação de suas obras e compartilhamento de ideias e conteúdos.

A programação conta ainda com “shows”, com destaque para o Palco D’Elas, com cantoras e grupos com protagonismo feminino, além de DJs mulheres; e para o Café Bienal, com choro, jazz e música instrumental.

A 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura ocorre até o dia 26, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A entrada é gratuita mediante cadastro pelo “site” do evento. O cadastro vai criar um ingresso individual válido para todos os dias da Bienal, basta sempre levá-lo impresso ou no celular.

(Fonte: Agência Brasil)