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O Constelado*

A repensar em Fernando Pessoa

Sentado à mesa, exausto e psíquico,
óculos de aro fino e lentes grossas,
o poeta de rosto breve, sóbrio e frio,
escrevia defronte de um calendário,
que tão só não lhe roubava o tempo,
mas toda a sua fantástica paisagem.
O poeta sereno debaixo do chapéu,
era um facho transido e constelado.

* Fernando Braga. In “O Sétimo Dia”, São Luis, 1997.