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LITERATURA MARANHENSE: Vou te contar…*

O projeto LITERATURA MARANHENSE abrindo espaço no BLOG DO PAUTAR... Esse projeto tem o objetivo de despertar o interesse pela leitura de textos que representam a produção literária de nosso Estado. Com essa iniciativa, acreditamos que estamos contribuindo para a divulgação e valorização de nossa cultura. Aproveite! Boa leitura!

(Texto da quarta capa do livro “A Moça de Pele Marrom e Outros Contos”, de Humberto Barcelos, Editora Marco Zero, 2020)

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“Seu Colega” era uma figura folclórica de Oeiras, a velha e saudosa ex-capital do Piauí. Praticava um Português escorreito e incursionava por outros idiomas. Certa vez, estando a escrever, perguntaram-lhe o que fazia. “Seu Colega” respondeu:

– Estou transformando este lápis em letras.

Um pouco mais adiante no tempo, as letras não brotam mais da grafite envolta de celulose e lignina. Humberto Barcelos transforma não o lápis mas teclas e toques em palavras, palavras que, cumprindo as leis literárias, mantêm entre si o obrigatório distanciamento, com o que, assim reunidas mas não unidas, dão sentido às ideias – e histórias – do Autor e faz a compreensão – e delícias – do Leitor.

Se quem conta um conto aumenta um ponto, quantos pontos conta Barcelos com seus contos? No mínimo quatorze, que é o total de narrativas curtas deste livro, “A Moça de Pele Marrom e Outros Contos”.

Portanto, não irei além de quatorze contando sobre os contos desta obra. Afinal, sou só contabilista; Humberto Barcelos é que é contista. E o que ele nos conta – bem – está nas palavras, períodos e parágrafos que este livro contém. Pelo menos nos títulos das histórias têm “mar”, “cavalo amarelo”, “reino”, “princesa”, “vida”... Seriam contos de fadas? Da carochinha? Sei que não são contos de réis, que são moedas, nem contos do vigário, que são um delito...

O conto é mais velho do que a palavra que o nomeia. Sem sacrilégio ou profanação (e de mim longe a excomunhão...), pode ser que, no princípio, não fosse o verbo, mas, sim, a imagem (ou imaginação), pois com um grupo delas nossos ancestrais escreviam/inscreviam nas paredes de suas cavernas o seu dia a dia. Eram contos contados com desenhos. A vantagem das letras é que, lendo-as, a mente vai criando as imagens, processo que, por sua vez, nutre e fortalece a mente. Retroalimentação. Ler faz bem, faz viver mais – o povo conta... e a Ciência confirma.

Humberto Barcelos, caridoso, quer que tenhamos bons momentos – literários – com “A Moça de Pele Marrom e Outros Contos”.

O Autor quer porque quer. Pois sabe que quem ganha pontos não é só quem conta, mas sobretudo quem lê, contos.

Estes contos.

Deste livro.

Leia-os...

... e, depois, venha me contar.

* EDMILSON SANCHES