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Há 86 anos… BENEDITO BATISTA PEREIRA*

Ele nasceu no dia en 10 de outubro de 1934. Foi numa fazenda, de nome “Alegre”, no pequeno município paraibano de Princesa Isabel (368 quilômetros quadrados, 23 mil habitantes, R$ 212 milhões de Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos anualmente).

Acompanhando os pais, a família, o princesense Benedito Batista saiu da terra natal para Nova Olinda de Piancó, também na Paraíba. Depois vieram para o Maranhão, para Grajaú, velha cidade e matriz histórico-cultural do sul do Maranhão, para onde já vinham vindo os parentes de Benedito a partir de 1877, quando a grande seca esturricou solos e sonhos e expulsou gentes para lugares férteis, sobretudo, para o interior maranhense.

Benedito Batista permaneceu em Grajaú, de dezembro de 1949 até janeiro de 1960. Estudou. Fez, nas férias escolares, curso de Educação Física em Fortaleza. Na velha Chapada (Grajaú), Benedito Batista fundou e presidiu o Grêmio Lítero e Recreativo Gonçalves Dias, para o qual foi reeleito.

Depois, Benedito foi para Amarante do Maranhão e aí ensinou primeiras letras (mestre-escola) para crianças amarantinas. Também foi vereador no município. Três anos e três meses depois, Benedito Batista deu com os costados na terra de sua paixão – Imperatriz. Centenas, senão milhares, de estudantes puderam tê-lo como professor (1969/71) em escolas como Bernardo Sayão, Técnica de Comércio, Bandeirantes (atualmente, Nascimento de Moraes) e Ebenézer (onde também, por pouco tempo, dei aulas).

Além de professor, Benedito Batista foi secretário de escola e dirigiu, à época, o Departamento de Educação de Imperatriz, nos anos 1963/64. Trabalhou no Estado, nomeado, nas áreas Fiscal e de Coletoria (esta, em João Lisboa).

Seu talento, experiência, dedicação, prestação de serviços tornaram-no vereador da Câmara Municipal imperatrizense e, depois, secretário de Educação do município (1977/78) e diretor regional de Educação (1979/80).

Competente assessor também para assuntos partidários e políticos, tanto em Grajaú quanto em Amarante do Maranhão e, em Imperatriz, participou de fundação e administração de siglas político-partidárias, delas que secretariou ou presidiu.

Em 18 de outubro de 1983, recebeu o título de Cidadão João-lisboense.

Membro da Academia Imperatrizense de Letras, Benedito Batista foi o fundador da Cadeira 7. Benedito Batista escreveu em verso e prosa. Deixou livros, que precisam ser (re)descobertos pelos estudiosos (?) locais, pelos cursos de Letras, de História, de Comunicação Social, de...

Do farto material que certamente escreveu e do qual, certamente, restam muitos inéditos, Benedito Batista, em um intervalo de 24 anos, legou-nos, publicados: “Canto Ocasional” (de 1985); “Cultura Popular Maranhense: Do Grajaú ao Tocantins” (1996); “Zeca Leda e Sua Poesia” (1997); “Arpejos em Tom Menor” (1997); “Canto do Amanacy” (1998); “Melopeia Dual” (1998); “Vozes do Silêncio” (2002) e, no ano de sua morte, “Antologia Poética” (2009).

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No último 10 de outubro, Benedito Batista Pereira completaria 86 anos, e o sábado seria de festa. Uma pessoa de bondade, grande cantor, orador e declamador (voz forte), pertinaz na pesquisa do folclore e outros aspectos da Cultura. Poeta inspirado – e, na sua bonomia, dizia e, certa vez, escreveu: “Edmilson Sanches – Espírito lúcido e generoso. (...) Jornalista de primeira linha, poeta dos meus encantos”.

Era assim o Benedito Batista. Ele, sim, um “espírito lúcido e generoso”. Cavalheiro. Humilde. Quantas vezes lembro dele achegando-se a mim e, bem de perto, fechando os olhos, ele iniciava a cantar uma canção “daquelas”, dos tempos em que se faziam música e letra que faziam cantar e encantar...

Convenhamos, 86 anos já não é mais uma idade rara de se fazer, completar, aniversariar. Benedito Batista merecia – mas o que sabemos nós?... Ante o inefável, o impostergável, ele se foi há onze anos, em 11 de setembro de 2009, um mês antes de completar os 75 anos.

Honra e glória a Benedito Batista Pereira.

* EDMILSON SANCHES