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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nessa segunda-feira (15), duas leis aprovadas no Congresso Nacional para o setor de audiovisual do país. Uma delas recria a cota de tela para a exibição de filmes brasileiros no cinema e a outra restabelece o prazo de exibição obrigatória de obras audiovisuais nacionais na programação dos pacotes de TV por assinatura.

Cinema

No caso da cota de tela no cinema para filmes brasileiros, o prazo foi estendido até 2033, conforme o Projeto de Lei (PL) 5.497/19, aprovado, em dezembro do ano passado, pelo Senado, após ter passado pela Câmara dos Deputados. Não houve vetos na sanção. Caberá à Agência Nacional do Cinema (Ancine) definir, anualmente, a quantidade mínima de sessões e obras a serem exibidas, levando em conta diversidade, cultura nacional e universalização de acesso. O descumprimento da medida pode acarretar em advertência e pagamento de multas às exibidoras.

A cota de tela tinha terminado em 2021, após ficar em vigor por 20 anos, como previa a Medida Provisória (MP) 2.228-1/2001, editada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Embora tenha sido oficializada pela MP de 2001, a cota de tela tem origem em iniciativas adotadas ainda nos anos 1930, quando o governo brasileiro publicou um primeiro decreto de proteção do cinema brasileiro – tomando como exemplo iniciativas semelhantes de outros países.

Televisão

Já cota de programação nacional nos canais de TV por assinatura havia perdido a validade no ano passado, mas foi renovada até 2038. De acordo com o PL 3.696/2023, aprovado pelos parlamentares e sancionado sem vetos pelo presidente, os canais estrangeiros são obrigados a exibir, no mínimo, 3 horas e 30 minutos por semana de produções brasileiras em seu horário nobre, faixa de horário que vai das 18h à 0h. Desse total, pelo menos, 1 hora e 15 minutos deve ser de conteúdo produzido por produtora independente. Já para canais brasileiros, a lei determina a exibição de 12 horas diárias de conteúdo nacional, feito por alguma produtora local. Dessas 12 horas, três devem, obrigatoriamente, ser veiculadas no horário nobre.

Cotas no streaming

O governo também informou que a próxima ação será a aprovação de uma cota de produção nacional nas plataformas de streaming, que já dominam o mercado de audiovisual no país, além da cobrança da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre essas plataformas.

“Essa é uma das pautas prioritárias do audiovisual brasileiro, e um das pautas prioritárias deste ano. Ao contrário do que acontece no mundo, no Brasil ainda não está regulado. É o futuro do cinema, do audiovisual. E, no Brasil, existe essa relação predatória, não existe arrecadação de Condecine. Tem dois PLs tramitando, e o Ministério da Cultura tem trabalhado para garantir uma regulação que atenda a indústria brasileira”, defendeu Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), em anúncio da sanção à imprensa.

(Fonte: Agência Brasil)

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CAXIAS – ÚNICA, ÍMPAR, SINGULAR, EXCLUSIVA, SIMPLESMENTE CAXIAS

– Se a forma correta é “tresidela”, por que o nome de um município é escrito “Trizidela”?

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PARTE 1

– O que estes dados econômicos têm a ver? Em volume de riqueza econômica (posição de 2021), Caxias do Sul, com R$ 31,6 bilhões, é o segundo maior município de seu Estado (Rio Grande do Sul) e o quadragésimo-primeiro (41º) maior do Brasil. Duque de Caxias é o quarto maior município do Rio de Janeiro, com R$ 53,1 bilhões em sua economia, e o vigésimo (20º) maior do Brasil. No Maranhão, Caxias, gigante na História e na Cultura, foi apequenada em sua Economia por uma série de fatores – o principal deles vontade e competência política: em 2021, sua Economia registra apenas R$ 2,1 bilhões – é o décimo município do Maranhão (era o oitavo em 2018) e o de número 571 no Brasil (era o de número 503 em 2018; caiu 68 posições). Nosso país tem 5.570 cidades.

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Há quatro anos, em 10 de janeiro de 2020, um caxiense por adoção, nascido em Parnaíba (PI), escreveu-me:

“Edmilson, você que já deve ter lido muito, adquirido muito conhecimento, tira uma dúvida de um curioso-teimoso, que não concorda com o Mílson Coutinho [desembargador e historiador maranhense, nascido em Coelho Neto], quando ele fala que a origem da palavra ‘Trizidela’ [sic] é de 03 aldeias, que ficavam do outro lado do rio aqui em Caxias. Aí eu pergunto: Será que em Pedreiras, Codó, Coroatá, na Maioba, tinham 03 aldeias também? Aí já vi também que falam: ‘O que fica do outro lado do rio’. Mas como pode ser, se Caxias começou pela Trizidela? Aí outros falam: ‘A parte menos importante da cidade, a terça parte’; e eu pergunto: Índio sabia fazer cálculo matemático? Só não vejo uma Trizidela ficar do lado direito do rio, só do esquerdo. Há poucos dias eu estava em Pedreiras e discutíamos sobre isso. O que você sabe sobre?”

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O fato de Codó, Coroatá, Pedreiras e até municípios brasileiros fora do Maranhão terem bairros, distritos, povoados ou outros lugares com o nome “Tresidela” apenas confirma a influência de Caxias na região, no Estado, no país.

A fundação oficial de Codó é de 1896, embora com registros de povoamento a partir de 1780.

A fundação de Coroatá é de 1920, mas desde 1843 que fora desmembrada do território de Caxias.

Pedreiras também foi fundada em 1920, mas há registros como vila desde 1889.

Portanto, o ano mais antigo entre os seis acima é o de 1780, início da chegada a Codó de portugueses, fazendeiros maranhenses, africanos escravizados, índios e imigrantes da Síria e do Líbano.

Por sua vez, a palavra “tresidela”, como atesta o “Dicionário Houaiss”, tem primeiro registro documentado a partir de 1757 – pelo menos 23 anos antes de 1780 e dezenas (senão centenas) de anos antes de uma localidade codoense, coroataense e pedreirense ser batizada com o nome “Tresidela”.

“Tresidela”, afirmo (até provas em contrário), é nome, é palavra genuinamente caxiense, pois Caxias tem história cujo início vem da segunda década do século XVII, ano de 1612.

Como havia três aldeias na área da hoje Tresidela, o caxiense Gonçalves Dias, grande estudioso de etnografia, tupinólogo, pesquisador, autor de dicionário de língua indígena, foi o primeiro a afirmar e registrar que a palavra “tresidela” é corruptela da expressão “três aldeias”. Grandes dicionários, como o brasileiro “Houaiss” (o maior da Língua Portuguesa), também creditam essa etimologia à palavra “tresidela”, cujo significado é sempre relacionado a uma posição geográfica, um aspecto topográfico, ou seja, uma localidade, povoação, bairro, situado em um dos lados de um rio e próximos a um lugar maior, geralmente uma cidade, a sede de um município. O “Houaiss” define o substantivo comum “tresidela” como “localidade ribeirinha vizinha à cidade mais importante, na margem oposta do rio”.

Desconheço qualquer registro que ligue a palavra “tresidela” à expressão fracionária “terça parte”, ainda que, epidermicamente, uma ou outra pessoa queira relacionar a uma fração as letras iniciais (“tres-“) ou a sílaba equivocadamente grafada “tri-“. Nesse campo da imaginação e da superficialidade nem é bom entrar...

Também, a palavra “tresidela”, como denominadora de bairro ou povoação (e, no Maranhão, nome até de município – Tresidela do Vale), nada tem a ver com a localização de uma ou da outra margem de um rio, se direita ou esquerda. Como está nas definições, “tresidela”, além de um localismo (vocábulo próprio de um lugar), é palavra de indicação geográfica, geoterritorial.

Nascido em Caxias, o termo "tresidela", até pela baita influência econômica e sociocultural – mas sobretudo econômica – da cidade, migrou para outros municípios e territórios, onde também deu nome, por identidade geográfica, à região na outra margem de um rio e contígua, fronteiriça ao local sede do município, assemelhado ao que era/é na terra caxiense onde teve origem a palavra.

Assim, e finalmente, até provas em contrário:

a) “tresidela” (substantivo comum) ou "Tresidela" (nome próprio – topônimo e politônimo) é palavra com, pelo menos, 267 anos de existência documentada, pois há registro de uso dela desde 1757;

b) a etimologia da palavra “tresidela”, segundo registrou Gonçalves Dias, vem da aglutinação e corruptela da expressão “três aldeias”, que identificava uma região de aldeias próxima ao rio Itapecuru, no início de Caxias – “início" conforme a história contada e escrita por nós, os “brancos”, embora saibamos que naquele território bem há mais tempo viviam populações autóctones, indígenas. Ressalve-se que há quem discorde do processo de formação da palavra "tresidela" como oriunda de "três aldeias", mas também não se propôs nenhuma alternativa etimológica;

c) para quem respeita a própria Língua que utiliza, a grafia da palavra deve ser, sempre, "tresidela" ou “Tresidela”, onde remanescem as letras do predecessor numeral “três”, da primitiva expressão com função toponímica “três aldeias”. A ideia da expressão "três aldeias" esteve em parte presente  – sem o numeral – nos diversos topônimos e politônimos que nomearam Caxias ao longo de sua história: São José das Aldeias Altas, Freguesia das Aldeias Altas, Arraial das Aldeias Altas, Distrito de Caxias das Aldeias Altas (criado antes de 1735), Vila de Caxias das Aldeias Altas (criada por alvará de 31 de outubro de 1811) e, por força da Lei Provincial nº 24, de 5 de julho de 1836, apenas Caxias, cujo topônimo, pela importância histórica, cultural, social e econômica do município, foi escolhido para dar nome a títulos de nobreza (como o de Duque de Caxias) e a grandes cidades das regiões Sul e Sudeste: Caxias do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

A propósito, historie-se que a hoje gaúcha Caxias do Sul, que tanto quis ser só “Caxias”, chamava-se, inicialmente, “Campo dos Bugres”, nome que perdurou até 1877. A partir de 11 de abril de 1877, em homenagem ao militar Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, passou a chamar-se “Colônia de Caxias”, assim permanecendo até 1884. Neste ano, foi denominada “Santa Teresa de Caxias”, topônimo que ficou até 20 de junho de 1890, quando, na condição de vila, passou a chamar-se “Caxias”, nome que manteve em sua elevação à categoria de cidade pela Lei Estadual nº 1.607, de 1º de junho de 1910. Trinta e quatro anos depois, com o Decreto-Lei Estadual nº 720, de 29 de dezembro de 1944, a cidade foi redenominada, passando oficialmente a chamar-se  “Caxias do Sul”, não sem antes ter feito persistentes e infrutíferas tentativas para obrigar nossa Caxias, do Maranhão, a mudar de nome, pois, na época, lei federal proibia um mesmo nome para duas cidades. As tentativas, como se sabe, não tiveram êxito – o que, como também se sabe, seria um desrespeito a tantas lutas e conquistas históricas, culturais, políticas, econômicas etc. da cidade maranhense e seus filhos.

Por outro lado, fundada em 1943, a fluminense cidade de Duque de Caxias era um local de estação ferroviária conhecido até 1931 como “Meriti”, que integrava o 8º distrito do município de Nova Iguaçu. O governo do Rio de Janeiro, pelo Decreto nº 2.559, de 14 de março de 1931, criou, na antiga região de Meriti, o distrito a que se denominou “Caxias”. Doze anos depois, em 31 de dezembro de 1943, o Decreto-Lei nº 1.055 elevava o distrito de Caxias à categoria de município, com o nome de “Duque de Caxias”.

Relembre-se que à época havia norma legal no país que proibia que dois municípios tivessem o mesmo nome. Daí que tanto Caxias do Sul (RS) quanto Duque de Caxias (RJ), que originariamente chegaram a se chamar apenas “Caxias”, tiveram, eles, de mudar de denominação...

... pois, no Brasil, assim como a caxiensidade da denominação “Tresidela”, a única, ímpar, singular, exclusiva, só e simplesmente Caxias é a nossa cidade-mãe, cujo início de formação histórica remonta a mais de quatro séculos...

Como se dizia n’outros tempos: antiguidade é posto... (EDMILSON SANCHES - [email protected])

***

PARTE 2

SE A FORMA CORRETA É “TRESIDELA”, POR QUE O NOME DE UM MUNICÍPIO É ESCRITO “TRIZIDELA”?

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Leitor me escreveu em 10 de janeiro de 2021 acerca de um texto meu, em que se aborda a origem da palavra “tresidela” (localidade ao lado de um rio). O artigo foi republicado em redes sociais e mal o texto se acomodava entre os “bits” e “bytes” digitais e já o leitor comentava, publicamente:

“Sanches, gostei do artigo. Parabéns!

Mas o IBGE e o próprio ‘site’ da prefeitura de Trizidela do Vale registram o nome da cidade maranhense com ‘iz’.

Até copiei... Veja:

‘História // Trizidela do Vale Maranhão (MA)

Histórico – Fica criado, pela Lei nº 6.164, de 10 de novembro de 1994, o município de Trizidela do Vale, com sede no Povoado Trizidela, a ser desmembrado do município de Pedreiras, subordinado à Comarca de Pedreiras.

*

Em resposta, escrevi:

O IBGE não é autoridade linguística. Ele registra o que vem dos Órgãos oficiais  prefeituras, câmaras municipais e outros governos e parlamentos, estaduais ou federais.

Por questões de tradição, de costume, de História, vão-se conservando e admitindo grafias que fogem à Lei (a Língua é lei, norma). Como exemplo, sabe-se que, em termos de Língua Portuguesa, escrever “Bahia” é antigramatical – tanto que o adjetivo pátrio (naturalidade) não é “baiano”, com “h”, é “baiano”, sem o “h”, que é a forma normativa correta.

Nessa linha, entre os 5.570 municípios brasileiros, há diversos casos equivocados de topônimos e politônimos (nomes de lugares, de cidades, a exemplo da duas vezes equivocada grafia “Trizidela”) e seus adjetivos gentílicos (nome de quem nasce ou habita esses locais, a exemplo de “trizidelense”, grafia igualmente equivocada, corolário da anterior).

Quem é autoridade legal/oficial em termos de Língua, no Brasil, é a Academia Brasileira de Letras, que, há muito tempo, consigna uma única grafia: “tresidela”. E o lugar formal onde estão as palavras e forma correta de escrevê-las é o “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”. Está lá na página 735. E o meu exemplar é de 1981, TREZE ANOS ANTES da fundação de Tresidela do Vale, em 1994. E dizendo novamente que a palavra “tresidela” tem registro escrito, no mínimo, a partir do ano 1757.

Em que lugar se soca a regra geral (não impositiva nem exclusiva) que diz que entre duas vogais escreve-se “s”?

Em que lugar se mete a observação e observância à práxis linguística, filológica, de respeito à origem, descendência, etimologia da palavra? Pelo menos neste caso – ou também neste caso –, a palavra “tresidela” assim é escrita porque vem de "três" (pois três eram as ancestrais aldeias do outro lado do Rio Itapecuru, em Caxias).

Estaríamos muito bem, nós brasileiros, se em nosso país a única lei, o único desrespeito histórico e cultural, linguístico e legal que vereadores e prefeitos descumprissem fossem à Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) e o tratado internacional de 1990 conhecido como novo Acordo Ortográfico.

Se quiser sair de, pelo menos, uma de suas pobrezas oficiais (a linguística, de que o município não é exclusivo detentor), Trizidela do Vale poderia, por meio de sua Câmara e Prefeitura, aprovar e sancionar uma lei com um pequeno artigo, onde se diria, mais ou menos:

“Fica adotada a grafia Tresidela do Vale e tresidelense para nome do município e seu adjetivo gentílico, na forma das normas gramaticais brasileiras e do Acordo Ortográfico internacional de 1990, vigentes”.

Na justificativa, no projeto de lei, seriam elencadas razões/informações que dariam mais lastro histórico, cultural e linguístico para a nova lei ou decreto-lei.

Agora, quem dentre os leitores deste texto acha que existe REALMENTE algum mandatário ou parlamentar preocupado com a Língua Portuguesa? Nossa Língua, tão maltratada desde seu nascimento a ponto de Olavo Bilac, em verso inicial de famoso soneto, a ela referir-se como a "Última Flor do Lácio, inculta e bela".

Ora, ora... Prefeitos e vereadores, deputados e governadores, presidente e senadores preocupados com a Ortografia...

O “negócio” da grandíssima maioria dos políticos não são propriamente LETRAS, mas NÚMEROS  --  muitos número$$$$$...

Bandidos...

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

1) Imagem aérea do Google, com o Bairro Tresidela à esquerda, o Rio Itapecuru e parte da região central de Caxias. 2) “print screen” da página da palavra “tresidela” no “Dicionário Houaiss”, o maior de toda a Língua Portuguesa, edição eletrônica. 3) Aspecto da cidade de Tresidela do Vale. 4) Antônio Gonçalves Dias. 5) Edmilson Sanches.

Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 aplicado nos dias 5 e 12 de novembro de 2023 serão divulgados nesta terça-feira (16). O acesso às notas deverá ser feito por meio da Página do Participante, com o login único da plataforma gov.br.

Segundo o Ministério d Educação (MEC), as notas dos chamados “treineiros” – pessoas que participaram do exame na busca por autoavaliação, sem concorrer para as vagas – serão divulgadas em março. Ao todo, mais de 3,9 milhões de pessoas participaram do certame.

O espelho com a avaliação das redações será disponibilizado em 90 dias, após a divulgação dos resultados. O MEC reitera que os textos são avaliados de acordo com as cinco competências apresentadas na matriz de referência; e que a nota pode chegar a 1.000 pontos, mas que há fatores que podem resultar em nota zero.

Entre esses fatores estão fuga ao tema, extensão total de até sete linhas, trecho deliberadamente desconectado do tema proposto, não obediência à estrutura dissertativo argumentativa e desrespeito à seriedade do exame.

Além de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, o Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Os resultados também são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)

Já está disponível para consulta a lista de instituições de ensino superior que vão oferecer vagas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2024. São 127 universidades, distribuídas por todo o país, e 264.360 vagas, a maioria delas para cursos em tempo integral, com 121.750 vagas para cotas e 19.899 para ação afirmativa própria da instituição.

As inscrições para o processo seletivo começam no dia 22 de janeiro. Os estudantes podem escolher entre instituições federais, estaduais, municipais e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), a lista de entidades com maior número de vagas é liderada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com 9.240 vagas. Em seguida, estão a Universidade Federal Fluminense (UFF), com 8.788, e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com 7.750.

Entre as instituições públicas estaduais, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) tem o maior número de vagas, com quase 6 mil oportunidades. O segundo lugar ficou com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), com 4.215; e o terceiro, com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que oferecerá 2.610. Quanto à oferta do Sisu em instituição de educação superior pública municipal, a única participante do programa é a Faculdade Municipal de Educação e Meio Ambiente (Fama), no Paraná, com 86 vagas.

A partir de 2024, o Sisu terá apenas uma edição por ano. O programa seleciona estudantes para vagas em universidades públicas de todo o país com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Criado em 2009 e implementado em 2010, o Sisu era realizado tradicionalmente duas vezes por ano, selecionando estudantes para vagas no ensino superior tanto no primeiro quanto no segundo semestre de cada ano.

O sistema reúne, em uma mesma plataforma, as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior, sejam elas federais, estaduais ou municipais. Para participar, os estudantes devem ter feito a última edição do Enem e não podem ter tirado zero na prova de redação.

Na hora da inscrição, os candidatos podem escolher até duas opções de curso nas quais desejam concorrer a vagas. Uma vez por dia, durante o período de inscrição, é divulgada a nota de corte de cada curso, baseada nas notas dos candidatos inscritos até aquele momento. Os estudantes podem mudar de opção de curso até no último dia de inscrição.

A edição do início do ano contou com a maior participação de instituições e teve a maior oferta de vagas. Na primeira edição de 2023, foram ofertadas 226.399 vagas de 6.402 cursos de graduação em 128 instituições federais, estaduais ou municipais de ensino, sendo 63 universidades federais. A segunda edição de 2023 disponibilizou 51.277 vagas em 1.666 cursos de graduação, de 65 instituições de educação superior.

(Fonte: Agência Brasil)

A última rodada da primeira edição do Maranhão Cup International, competição de beach-soccer que reuniu as seleções principais do Brasil, Emirados Árabes, Marrocos e Estados Unidos em São Luís, foi disputada na manhã deste domingo (14), com duas partidas que tiveram muitos gols e emoção de sobra para o público que lotou a Arena Domingos Leal, na Lagoa da Jansen. Na partida preliminar, Marrocos bateu os Estados Unidos por 4 a 1 e garantiu o vice-campeonato, enquanto o Brasil venceu os Emirados Árabes por 3 a 1 no jogo principal e sagrou-se campeão do torneio internacional com 100% de aproveitamento, fazendo a festa da torcida maranhense.

Ainda com chances de título no Maranhão Cup, os Estados Unidos tomaram a iniciativa diante de Marrocos, mas a seleção africana foi mais eficiente e abriu o placar com o goleiro Abada Yassir. A seleção norte-americana reagiu rapidamente e deixou tudo igual em cobrança de pênalti de Gabe Silveira, porém Reda Zahraoui recolocou os marroquinos em vantagem na segunda etapa.

No terceiro tempo, Marrocos dominou as ações ofensivas, enquanto os Estados Unidos encontravam dificuldades para trabalhar a bola diante da marcação adversária. Com uma boa atuação, os marroquinos confirmaram a vitória: Zouhair Jabbary fez o terceiro gol, e Mohamed Lazrak fechou o placar em 4 a 1.

Em seguida, Brasil e Emirados Árabes fizeram o tão aguardado duelo de encerramento do Maranhão Cup. Empurrado pela torcida na Arena Domingos Leal, a Seleção Brasileira abriu o placar com uma bela bicicleta de Rodrigo e fechou o placar do primeiro tempo em 1 a 0. Já no início da segunda etapa, os Emirados Árabes empataram o confronto após uma bela jogada ensaiada, que terminou na finalização precisa de Abdulla Abbas.

Após o empate dos Emirados Árabes, o Brasil intensificou a pressão no ataque, diante de um adversário que tentava levar perigo nos contragolpes. A insistência da Seleção Brasileira foi premiada já na reta final do terceiro quarto: após cobrança de escanteio de Datinha, Rodrigo deu um leve desvio na bola e marcou o segundo gol. Com os Emirados Árabes utilizando o goleiro-linha nos segundos finais, o Brasil se segurou, aproveitou um erro adversário e anotou mais um gol com Edson Hulk, confirmando a vitória por 3 a 1 e o título do Maranhão Cup na Arena Domingos Leal.

Capitão e camisa 10 da Seleção Brasileira, o ala Datinha comemorou a conquista do Maranhão Cup e a oportunidade de defender o país em uma competição em São Luís. “Estou muito feliz por estar representando a Seleção Brasileira em uma competição importante na capital do meu Estado, é uma sensação única. Foi uma boa preparação para a Copa, e espero estar representando o Maranhão entre os 12 convocados. Enfrentamos seleções difíceis, mas deu tudo certo e cumprimos o nosso objetivo”, celebra Datinha.

“Foi muito bom disputar uma competição de alto nível entre seleções aqui no Maranhão. Faltava uma competição dessas e ela veio no melhor momento, como preparação para a Copa. Acredito que vamos tirar muitas lições daqui e chegar preparados na Copa. Todo mundo quer ganhar do Brasil, não tem jogo fácil, mas tivemos a cabeça no lugar e aceleramos no momento certo para conquistar a vitória sobre os Emirados Árabes e ficar com o título”, afirma o goleiro maranhense Bobô.

O Brasil sagrou-se campeão do Maranhão Cup vencendo as três partidas que conquistou e somando nove pontos, seis a mais que Estados Unidos, Marrocos e Emirados Árabes. Levando em consideração os critérios de desempate, Marrocos ficou com o vice-campeonato, e os Emirados Árabes garantiram o terceiro lugar.

Logo após a vitória do Brasil, houve uma cerimônia de premiação das seleções participantes do Maranhão Cup, que contou com a presença do ministro dos Esportes, André Fufuca, do empresário Fernando Sarney, e do gerente de Beach-Soccer da CBF e presidente da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS), Eurico Pacífico.

“O Maranhão hoje é um celeiro de craques, no que diz respeito tanto ao beach-soccer masculino quanto ao feminino, e nós devemos incentivar a modalidade, não só com discurso, mas com ações. Pudemos trazer esse evento internacional para o Estado do Maranhão, em parceria com a Sedel, a CBF e a CBSB, e temos outros projetos para competições estaduais e internacionais”, destacou o ministro André Fufuca.

Vale destacar que o Maranhão International Cup contou com os apoios do Ministério do Esporte, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação de Beach-Soccer do Brasil (CBSB), da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS) e do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel).

Sobre o Maranhão Cup

O Maranhão Cup teve uma importância significativa para Brasil, Emirados Árabes e Estados Unidos, que estão na fase final de preparação para a Copa do Mundo de Beach-Soccer da Fifa 2024, que ocorre entre os dias 15 e 25 de fevereiro, em Dubai. Em São Luís, as seleções participantes do torneio internacional se enfrentaram em turno único, totalizando três rodadas.

TABELA DE JOGOS DO MARANHÃO CUP

#Rodada 1

Marrocos 5 x 7 Emirados Árabes

Estados Unidos 3 x 6 Brasil

#Rodada 2

Emirados Árabes 1 x 3 Estados Unidos

Brasil 7 x 4 Marrocos

#Rodada 3

Estados Unidos 1 x 4 Marrocos

Brasil 3 x 1 Emirados Árabes

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Até o próximo dia 31 de janeiro, o Museu do Futebol, em São Paulo, está com uma programação de férias que envolve jogos e brincadeiras relacionadas ao futebol. As atividades são gratuitas e são realizadas na área externa do museu, situado na Praça Charles Miller, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.

Entre os brinquedos estão mesas de pebolim (ou totó), futebol de botão e de futmesa (modalidade que mistura futebol, tênis de mesa e futevôlei). Há, também, atividades especiais que variam conforme o dia, com horário marcado, como oficinas de destrezas manuais e de confeccionar pipas, futsinuca, pula-pula de bola inflável, campeonato de embaixadinhas e desafio de chute a gol.

As atrações funcionam de terça-feira a domingo, das 9h às 18h (horário de Brasília), com entrada até 17h, voltadas a todas as faixas etárias, mas a predominância é da criançada. A aposentada Ivone Batista levou o afilhado Miguel Figueiredo, de 11 anos, para gastar energia de uma maneira diferente.

“Nunca tinha vindo [ao Museu do Futebol], mas é muito legal. Tem muitos jogos, dá para aprender muito”, disse Miguel.

“Chega de shopping, de ficar preso em telinha [de videogame]. Ele [Miguel] gosta de esporte e achei que era o melhor lugar para trazê-lo. Aqui ele brinca, faz amizades”, comentou Ivone.

E foi numa mesa de “tamancobol” (jogo em que o chute é feito com um apetrecho semelhante a um tamanco) que Miguel conheceu e brincou com Pedro Araújo Tucci. O garoto de 10 anos foi levado ao Museu pela mãe, a professora Nairla de Araújo Messias, que o apresentou ao futebol de botão.

“Eu já tinha conversado com ele sobre, mas nunca tive oportunidade de jogar com ele. E [mostrou] também o futmesa, que é um esporte mais atual”, contou Nairla.

“Estou adorando, tem muita coisa para fazer. Gostei de jogar o futebol de botão, achei difícil”, completou Pedro.

Futebol de Brinquedo

Além da programação de férias, o Museu do Futebol está com uma exposição temporária chamada “Futebol de Brinquedo”. Com curadoria do jornalista Marcelo Duarte, a mostra segue até abril e reúne artigos e jogos históricos, com mais de 60 anos, e outros mais recentes, para mexer com o imaginário dos visitantes de diferentes perfis de idade.

O futebol de mulheres mereceu destaque. Além de uma coleção de mini-craques (bonecos em miniatura de cabeças avantajadas em relação ao corpo, sucesso nos anos 1990) alusivos aos grandes nomes da seleção feminina, foram expostos times de botão referentes a times históricos como Radar-RJ, Saad-SP (pioneiros no profissionalismo), Centro Olímpico (primeiro campeão brasileiro, em 2013) e Avaí/Kindermann.

“Temos, por exemplo, um jogo de tabuleiro que se chama Ludopédio, criado pelo Chico Buarque lá nos anos 1970. Em paralelo, temos caixinhas de futebol de botão antigas e também mais contemporâneas”, descreveu Maíra Corrêa Machado, coordenadora do Núcleo de Exposições e Programação Cultural do Museu do Futebol.

A mostra temporária é gratuita e funciona de terça a domingo, das 9h às 18h, com entrada até 17h. Ela será a única do Museu do Futebol até abril. A exposição principal está fechada desde 6 de novembro para obras de reformulação do acervo, que incluem atualização do parque tecnológico e inclusão de novas instalações e experiências. Em 15 anos de funcionamento, o local recebeu mais de quatro milhões de visitantes.

(Fonte: Agência Brasil)

É lei. O Congresso Nacional decretou, o presidente da República sancionou e 2024 foi instituído “o Ano Nacional Fernando Sabino, em comemoração ao centenário do nascimento do escritor”, descreve a Lei nº 14.794, de 5 de janeiro de 2024.

O mineiro Fernando Sabino teria feito 100 anos em 12 de outubro do ano passado. O projeto da lei, apresentado, em maio de 2023, pela deputada Bia Kicis (PL-DF), só terminou sua tramitação, iniciada na Câmara dos Deputados, em 20 de dezembro, no plenário do Senado, que aprovou a proposta relatada pelo próprio presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

Mas 2024 também tem uma efeméride com o escritor, que nasceu em Belo Horizonte. O ano marca os 20 anos da morte de Fernando Sabino. Ele faleceu no dia 11 de outubro de 2004, um dia antes de completar 81 anos, vítima de câncer no fígado. 

Sabino é autor de 47 livros de crônicas, contos, romances, e publicações de correspondências, como as 134 missivas enviadas durante 50 anos a seus diletos amigos Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino e registradas no livro Cartas na mesa: os três parceiros, meus amigos para sempre publicadas (2002).

Romance de geração

A principal obra de Sabino é O Encontro Marcado, autoficção escrita em 1956 que já teve 100 edições. “Encontro Marcado é uma realização maravilhosa. É um romance de geração que continua falando para as gerações todas, uma atrás da outra”, comenta à Agência Brasil o cronista e biógrafo Humberto Werneck, autor de O desatino da rapaziada (2012), livro sobre a trajetória de jornalistas e escritores mineiros – entre eles, Fernando Sabino. 

Antes do sucesso, o escritor foi campeão sul-americano em nado de costas (1939) e, na década seguinte, iniciou o curso de direito e ingressou no jornalismo como redator no antigo jornal Folha de Minas. “Ele fez muita coisa na vida, mas a coisa que ele fez com mais empenho foi o cultivo do talento dele de escritor”, ressalta Werneck. 

“Sabino introduziu uma maneira muito pessoal e bem-sucedida de contar história. Um dos maiores contadores de história que a literatura brasileira teve no século XX. Com o mínimo de meios, ele te conta muita coisa”, diz Werneck, citando como exemplo a crônica Manobras de esquadrão – disponível no Portal da Crônica Brasileira.

O também cronista e biógrafo Joaquim Ferreira dos Santos cita de Fernando Sabino A última crônica. “É uma peça comovente, a respeito da desigualdade entre as famílias brasileiras. A cena é essa: num canto do bar, pai, mãe e filha – todos pretos – cantam parabéns para a menina que sopra a velinha que não está no alto de um bolo, mas num único raquítico pedaço. Era o que a família tinha para comemorar no aniversário da menina. Era uma coisa tão linda, tão sentimental, tão bem escrita e muito brasileira”. 

À Agência Brasil, Joaquim Ferreira dos Santos sugere que é preciso comemorar o Ano Nacional Fernando Sabino e pede que saiam novas edições de seus livros “para que esse grande autor brasileiro volte à novas gerações”.

Cancelamento

Há três meses, perto da data de aniversário de Sabino, Santos defendeu, em sua crônica semanal no jornal O Globo, “o descancelamento" de Fernando Sabino”. Esta semana, voltou à carga comemorando, em novo texto, a homenagem do ano: “Que bom! Descancelaram Sabino”.  

O cancelamento foi em razão da biografia Zélia, uma paixão (1991). “Ele caiu em desgraça quando resolveu fazer o livro sobre a Zélia Cardoso de Mello, a ministra da Economia do então presidente Fernando Collor. Essa associação de Sabino com o governo Collor foi muito ruim”, rememora Santos. 

Em nota enviada por e-mail à redação, Ruy Castro diz que gostou “da ideia de dedicar um ano ao centenário de escritores e artistas”, mas pergunta “por que só a um? Meu amigo Fernando Sabino foi um dos grandes nomes da cultura brasileira nascidos há um século. Não o único”.

De acordo com Castro, “outros foram o compositor e letrista Billy Blanco, autor da Sinfonia do Rio de Janeiro, com Tom Jobim; o dramaturgo e romancista João Bethencourt, autor de O dia em que raptaram o papa, a peça brasileira mais encenada no exterior, e introdutor no Brasil de dezenas de grandes peças europeias, traduzidas por ele; e o sambista, poeta e pintor Nelson Sargento, autor do imortal samba Agoniza, mas não morre, que meio que define o gênero. Acho que o Fernando, com sua modéstia, concordaria comigo”. 

Fernando Sabino ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia (1962), da União Brasileira dos Escritores; o Prêmio Machado de Assis (1999), da Academia Brasileira de Letras; e duas vezes o Prêmio Jabuti (1980 e 2002), da Câmara Brasileira do Livro. 

O corpo do escritor foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, cidade em que morou a maior parte de sua vida. Na lápide de seu túmulo, o epitáfio: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino”. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Maranhão Cup International, competição que reúne as seleções principais do Brasil, Emirados Árabes, Marrocos e Estados Unidos em São Luís, teve sua segunda rodada realizada na noite desse sábado (13). Diante de um grande público na Arena Domingos Leal, na Lagoa da Jansen, duas seleções conquistaram resultados expressivos: enquanto os Estados Unidos garantiram a primeira vitória no Maranhão Cup diante dos Emirados Árabes, o Brasil derrotou Marrocos e continua invicto na competição internacional.

Na abertura da segunda rodada do Maranhão Cup, Emirados Árabes e Estados Unidos fizeram uma partida de muita força física e aplicação defensiva. Depois de um primeiro tempo sem gols, os norte-americanos conseguiram furar o bloqueio emiradense na segunda etapa, com Gabe Silveira, que acertou um belo chute em tiro livre direto.

Precisando da vitória para se manter com boas chances de título no Maranhão Cup, os Emirados Árabes aumentaram a pressão no ataque durante o terceiro tempo e chegaram ao gol de empate, em cobrança de pênalti de Kamal Ali. Os Estados Unidos, entretanto, exploraram os contragolpes na reta final de jogo e conquistaram a vitória na Arena Domingos Leal: Cody Valcarcel marcou o segundo gol em tiro livre direto, e Conner Rezende fechou o placar em 3 a 1 para os norte-americanos no último segundo.

Já no segundo jogo da noite no Maranhão Cup, o Brasil teve um início arrasador diante do Marrocos e abriu 2 a 0 no primeiro tempo, com gols de Datinha e Zé Lucas. Os marroquinos reagiram no segundo tempo e buscaram o empate após dois gols de Bessak Souheil, mas Rodrigo recolocou a Seleção Brasileira em vantagem. Reda Zahraoui empatou mais uma vez o jogo para Marrocos, porém, Rodrigo marcou novamente para o Brasil no último lance da segunda etapa, colocando o placar em 4 a 3.

Após os sustos de Marrocos no segundo tempo, o Brasil deslanchou durante a terceira e última etapa da partida. Brendo marcou o quinto gol brasileiro, enquanto o artilheiro Edson Hulk deixou a sua marca logo em seguida. Ainda houve tempo para Bessak Souheil marcar mais um gol por Marrocos e Bruno Xavier fechar o placar em 7 a 4 para a Seleção Brasileira na Arena Domingos Leal.

"Antes de todos os jogos, sempre conversamos que não vamos enfrentar nenhuma equipe fácil. Então, temos que entrar concentrados. Abrimos 2 a 0 e, aparentemente, estava controlado, mas Marrocos reagiu e botou o jogo em uma temperatura a mais. Faltou um pouco de tranquilidade quando o resultado estava a favor, porém conseguimos superar o momento adverso e buscar a vitória. É importante não se desesperar nos momentos difíceis e não ficar tão relaxado nos momentos de tranquilidade na partida. Fico feliz pela vitória e pelos gols", afirma o pivô Rodrigo, artilheiro do Brasil na vitória sobre Marrocos.

Com a segunda vitória consecutiva no Maranhão Cup, o Brasil foi a seis pontos e está bem perto de conquistar o título em São Luís. Estados Unidos e Emirados Árabes, por sua vez, estão com três pontos cada um e dividem a vice-liderança do torneio, enquanto Marrocos continua sem pontos.

Última rodada do Maranhão Cup

A terceira e decisiva rodada do Maranhão Cup será realizada na manhã deste domingo (14), com dois jogos na Arena Domingos Leal. Ainda com chances de título, os Estados Unidos encaram o Marrocos às 8h30, enquanto o Brasil enfrenta os Emirados Árabes a partir das 10h, precisando de apenas um empate no tempo normal para ficar com a taça da competição internacional.

Vale destacar que os ingressos para os jogos do Maranhão Cup serão trocados por 1kg de alimento não perecível. A expectativa é que a Arena Domingos Leal, que foi revitalizada pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Sedel) para a competição, receba grande público em todas as partidas.

Sobre o Maranhão Cup

O Maranhão Cup tem uma importância significativa para Brasil, Emirados Árabes e Estados Unidos, que estão na fase final de preparação para a Copa do Mundo de Beach-Soccer da Fifa 2024, que ocorre entre os dias 15 e 25 de fevereiro, em Dubai. Em São Luís, as seleções participantes do torneio internacional vão se enfrentar entre si em turno único até domingo (14), e o campeão será quem somar mais pontos após três rodadas.

O Maranhão International Cup conta com os apoios do Ministério do Esporte, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação de Beach-Soccer do Brasil (CBSB), da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS) e do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel).

TABELA DE JOGOS DO MARANHÃO CUP

#Rodada 1

Marrocos 5 x 7 Emirados Árabes

Estados Unidos 3 x 6 Brasil

#Rodada 2

Emirados Árabes 1 x 3 Estados Unidos

Brasil 7 x 4 Marrocos

#Rodada 3

Estados Unidos x Marrocos (8h30)

Brasil x Emirados Árabes (10h)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A lei brasileira prevê que conteúdos referentes a história e cultura afro-brasileira devem ser ministrados em todas as etapas escolares, da educação infantil ao ensino médio, marcando presença em todas as disciplinas. Implementar a lei 10.639/03, no entanto, segue sendo um desafio para o país, mesmo após 21 anos de aprovação.

Especialistas entrevistados pela Agência Brasil trazem orientações sobre como levá-la para as salas de aula e mostram que a implementação vai além de conteúdos formais e passa, às vezes, apenas pela promoção de diálogo entre os próprios alunos e por abordagens por parte dos professores que considerem as diferentes realidades.  

A professora e escritora Sheila Perina de Souza estuda, no doutorado da faculdade de educação da Universidade de São Paulo (USP), uma etapa delicada do ensino, a alfabetização. Ela pesquisa o ensino do português influenciado por algumas línguas africanas. Além de contribuírem com o vocabulário, como por exemplo, com a palavra moleque, que vem do quimbundo, uma língua falada em Angola, elas têm outro tipo de influência: “Quando usam o plural, muitas vezes as crianças, principalmente de classe popular, marcam o plural uma única vez. Então, dizem: ‘Pega os livro’. Elas não marcam o plural ‘Pega os livros’. Isso é influência das línguas de origem banto, que trazem a marcação do plural no início e não no plural”, explica.  

A forma com que a escola lida com situações como essa faz toda a diferença na formação das crianças. Se tratam apenas com um erro, criticando a criança, ou se têm uma postura acolhedora. “Tento observar de que modo o racismo linguístico, que, muitas vezes, é confundido com o preconceito linguístico, é tratado na alfabetização, nesse período da escolarização que é de fundamental importância para a relação que a criança vai estabelecer com o conhecimento”, explica Souza.  

São questões como essa que as escolas precisam lidar diariamente e sobre as quais a 10.639/03 e as diretrizes para aplicá-la tratam. Cada etapa de ensino tem peculiaridades que precisar ser levadas em consideração e também questões para as quais as escolas devem estar atentas.

Educação infantil

Na educação infantil, etapa que compreende a creche e a pré-escola, segundo Souza, a literatura tem sido uma porta fundamental para a implementação da lei 10.639/03. Para além dos livros, é possível trabalhar as artes, a música e também as danças.  

“A linguagem musical é fundamental, quando a gente olha para o que nós oferecemos para nossas crianças no cotidiano, quais as músicas que nós apresentamos. Nós apresentamos músicas de diferentes povos, conseguimos trazer músicas de diferentes etnias e aprofundar”.

De acordo com a professora, ao apresentar uma música, pode-se não apenas dizer que é de África, mas explicar que é de determinado país, de determinada região.   

“A nossa origem é marcada por relações de poder que são construídas por meio da raça também. Então, é a gente olhar para músicas que tradicionalmente são músicas da cultura da infância e questionar se essas músicas dialogam com o currículo, com o que queremos construir, porque temos um repertorio de música que crianças têm aprendido que possuem um teor racista”, ressalta a professora.  

A coordenadora-executiva adjunta da Ação Educativa, Edneia Gonçalves, acrescenta que, para além de proporcionar material e brincadeiras, é preciso que os professores estejam atentos às interações entre as crianças. “Trazer o cuidado para ver como as crianças se aproximam. Na hora da roda [se alguém diz algo como]: ‘não vou pegar na mão dela porque é preta’. Isso é supercomum. Que tipo de mensagem está trazendo, que tipo de educação está trazendo. Quando não se traz a história dos ancestrais dessa criança e não ressignifica a presença negra na história brasileira, se faz a mesma coisa, rejeita não só o corpo como a linguagem ancestral da criança”, diz.  

Nessa etapa, é preciso também, de acordo com Edneia Gonçalves, estar atento às referências que são apresentadas às crianças, aos personagens que são apresentados, garantir que também se assemelhem às próprias crianças e às famílias. Verificar também como os personagens negros aparecem nas histórias infantis e que tipos de heróis são apresentados. 

Ensino fundamental

O ensino fundamental compreende do 1º ao 9º ano, período em que as crianças aprendem a ler e também período em que passam a ter mais um professor e começam a fazer uma transição para o ensino médio, deixam infância e entram na adolescência.  

Também nessa etapa, segundo Edneia Gonçalves, é preciso olhar para os textos que são apresentados e, caso eles possuam conteúdos racistas, isso deve ser apontado, contextualizado e discutido.  

A aplicação da lei vai além das áreas de humanidades, devendo ser considerada nas exatas e nas ciências. “A África tem um conjunto de jogos para trabalhar a matemática. Primeiro, exige uma pesquisa mais ampla, porque nossa educação é eurocêntrica. Vamos buscar personagens, referências e matrizes africanas para trazer, vamos pensar a África antes da colonização. Isso no ensino fundamental é essencial. Ensinar a África anterior à colonização e pensar após o período de colonização. Isso exige pesquisa, mapas, novos textos e novas fontes”, explica.  

No campo da linguagem, Gonçalves diz que se pode considerar os sistemas de comunicação e linguagem que são anteriores ao sistema ortográfico que usamos. “Sempre no sentido de ampliar o conhecimento. [O conteúdo] tem que atravessar [várias disciplinas] e, quando atravessa, exige que professoras e professores também se preparem e que as redes façam formação dos educadores”, diz.  

Ensino médio

O ensino médio é a última etapa da educação básica. É também a etapa com as maiores taxas de evasão. “O ensino médio tem o enorme desafio que é o desafio da juventude negra, as suas culturas, como é que a gente está trabalhando a cultura negra juvenil”. A coordenadora explica que é muito importante que os professores também escutem os estudantes, ensinamento que vem do educador e filósofo Paulo Freire e da educação popular.  

“Os alunos sabem. O nosso trabalho é fazer emergir o conhecimento que esse estudante tem para que esse conhecimento se articule com o nosso conhecimento para produzir transformações tanto na aprendizagem do estudante, quanto do professor. Saber o que esse estudante sabe faz com que a gente tenha acesso aos territórios que esse estudante percorre e isso vai ter aplicações para todas as áreas de conhecimento”, diz Edneia Gonçalves.

Ela acrescenta: "uma batalha de slam [batalha de poesia falada], por exemplo, você ouve e pensa onde esse jovem adquiriu todo esse repertório se escola não está ensinando isso? Quer dizer que existe um ambiente de circulação de cultura e conhecimento que a escola tem que acessar também". 

Nessa etapa, a coordenadora ressalta que também é importante que seja feita uma educação antirracista, que redesenhe a narrativa da história brasileira, trazendo a perspectiva da resistência da população negra. Nesse sentido é importante conhecer e levar para as salas de aula as histórias traçadas pelos movimentos sociais.  

“Sempre, em qualquer uma das etapas escolares, você parte do princípio de que é função social da escola articular o conhecimento sistematizado pela ciência com o conhecimento das diferentes culturas para que a gente produza aprendizagem significativa para todas as pessoas”, sintetiza Gonçalves. 

((Fonte: Agência Brasil)

Nesse sábado (13) fez 170 anos que Hilária Batista de Almeida nasceu em Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano. Conhecida no Rio de Janeiro como Tia Ciata, em abril faz cem anos que ela faleceu, após vida de intensa participação na preservação da cultura brasileira, especialmente, da população preta e no fortalecimento do candomblé contra a intolerância religiosa.

A atuação de Tia Ciata é considerada especialmente importante na formação do samba em terras cariocas. Entre tantas pessoas, ela recebia em sua casa, que era também o seu terreiro, a chamada santíssima trindade do samba, composta por Donga, Pixinguinha e João da Baiana. Foi onde se juntou o estilo da musicalidade do Rio com o samba de roda da Bahia.

“Enquanto na casa de Tia Ciata tinha os rituais de candomblé, depois, como acontece até hoje, é o samba que graça. Primeiro tem as obrigações religiosas, depois tem a festa. Todo mundo samba e todo mundo dança. É a confraternização. É aquilombamento com nossas músicas de base africana”, comentou a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora em filosofia e em história comparada, Helena Theodoro, em entrevista à Agência BrasilA especialista destaca que esse envolvimento musical de Tia Ciata resultou ainda na criação das escolas de samba com os primeiros desfiles na Praça Onze, próximo da casa dela.

“Quando fazia isso, protegia essas duas expressões importantes da nossa cultura ancestral”, completou à Agência Brasil, o babalawo Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR) e doutor em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Candomblé

A religiosidade sempre foi muito presente na vida de Tia Ciata. Filha de Oxum, aos 16 anos já participou da fundação da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira, também uma cidade do recôncavo baiano. A irmandade continua até hoje graças à resistência das seguidoras. No candomblé, Hilária foi iniciada na casa do babalawo Bámgbósé Òbítíkò, da nação Ketu. Chegou ao Rio com uma filha quando tinha 22 anos e foi na cidade que se tornou Mãe-Pequena de João de Alabá, função que dá suporte ao líder do terreiro, também chamado de barracão. Na continuidade dos preceitos da religião, tornou-se uma ialorixá, uma mãe de santo.

Na cidade, casou-se com o funcionário público João Baptista da Silva, e a família cresceu com mais 14 filhos. Morou em diversos endereços na região central do Rio, como a Pedra do Sal, ponto de referência na área conhecida como Pequena África; no Beco João Inácio; nas ruas da Alfândega, General Pedra e dos Cajueiros. Mas foi na casa da Rua Visconde de Itaúna que o encontro da cultura com a religião ficou mais forte. O casarão histórico não existe mais. Toda a área foi demolida para a construção da Avenida Presidente Vargas, uma das vias mais movimentadas da capital fluminense.

Na casa da Rua da Alfândega, onde hoje é uma loja de roupas femininas, nasceu, em 1909, o músico e compositor Bucy Moreira, neto de Tia Ciata e pai de Gracy Mary Moreira, a presidente da Casa Tia Ciata, um ponto de cultura na Rua Camerino, 5, que permite ao visitante conhecer a história dessa importante personagem brasileira.

Gracy Mary, bisneta de Tia Ciata

“Eu vejo que a força da Tia Ciata está representada em vários locais. Não é só no samba, mas em outros lugares. A gente pode dizer que ela atuou também como assistente social. Independente das festas, onde tinha muita comida, ela oferecia comida para as pessoas que batiam a sua porta”, apontou a bisneta à reportagem da Agência Brasil, acrescentando que Tia Ciata ainda ajudava a localizar as famílias de negros que chegavam ao porto do Rio.

“Quando a gente fala dela, a gente fala na pluralidade e na diversidade que ela conseguiu colocar na casa dela. Com isso, Heitor dos Prazeres, vendo aquelas pessoas, os islâmicos, os judeus, ciganos descendentes de África, começou a dizer que a casa de Tia Ciata era a capital de uma África pequena que, depois, ficou como a Pequena África”, refletiu a bisneta.

Gracy contou ainda que a bisavó tinha um meio de burlar a repressão policial que havia contra os sambistas. “A polícia batia na casa de Tia Ciata e ela tinha uma expertise de mudar o gênero musical. Dizia que ali não estava tocando samba e estava tocando choro, que não era proibido. Meu pai falava isso direto. Tia Ciata foi uma mulher plural e à frente do seu tempo”, contou.

Economia

Na visão de Helena Theodoro, Tia Ciata liderou um movimento econômico informal, que assegurou renda para mulheres quituteiras. Tudo começou quando, vestida de baiana, ela montou um tabuleiro no centro do Rio para vender acarajés e foi se juntando a outras mulheres que com o trabalho passaram a garantir a renda da família. O lugar é o Largo da Carioca, que, a partir daquele momento, começou a ser chamado também de Tabuleiro da Baiana. “O que traz com Tia Ciata é a independência econômica e cultural das mulheres pretas do Rio de Janeiro”, afirmou a professora.

“Ela consolidou realmente um espaço de empoderamento da mulher negra, um espaço de bom convívio”, pontuou Gracy.

Segundo Helena Theodoro, além dessa força, as mulheres passam a influenciar a política. Tia Ciata foi procurada por assessores do presidente Wenceslau Braz para ver se ela poderia curar uma ferida que ele tinha na perna e não fechava nunca. Ela foi ao Palácio do Catete, na época sede da Presidência da República do Brasil.

“Depois de um jogo [de búzios para consulta aos orixás], ela fez uma infusão de ervas e foi ao Palácio do Catete. Ela banhou as pernas do presidente e falou que, em três dias, ia secar, e ele ia ficar curado. E foi isso que aconteceu”, relatou Gracy.

Em agradecimento, o presidente determinou que a polícia deixasse de fazer operações de repressão no reduto de sambistas que era a casa de Tia Ciata. “O marido dela ganhou um emprego, e ela teve autorização para tocar os seus atabaques e fazer seus encontros de samba”, disse Helena Theodoro.

“Ela foi uma estrategista brilhante. Já naquele período difícil de um código criminal que mandava prender e tomar os utensílios religiosos, ela criou esta rede de proteção, a partir da sua influência com pessoas importantes atendidas por ela. Ela fazia isso como proteção para essas culturas, tanto espiritual, como a do samba e a das comidas”, apontou Ivanir dos Santos.

Espaço cultural Casa de Tia Ciata

Preservação

Para a bisneta, a força da sua ancestral alimenta, atualmente, o desejo de preservação do seu legado, que é notado em uma vasta região do Rio.

“A reafirmação desse território da Pequena África é muito importante, e Tia Ciata está inserida nisso. Você passa em qualquer lugar aqui, tanto no Largo da Prainha, tem imagem da Tia Ciata, na Pedra do Sal, no Morro da Conceição, no Morro da Providência. As pessoas abraçando e reconhecendo todas as atitudes e expressões que Tia Ciata trouxe. Esse é o legado dela”, indicou.

A professora Helena Theodoro lembrou que Tia Ciata também costumava se reunir com estivadores, muitos eram escravizados libertos, e que os encontros deram origem ao primeiro sindicato do Rio formado pela categoria, considerada forte nas reivindicações. “São os primeiros trabalhadores que criam o sindicato da resistência. Era uma categoria muito forte e eram todos jongueiros [que dançavam jongo de origem africana], inclusive por isso o Império Serrano é visto como uma escola sindicalista”, concluiu.

Oralidade

Tia Ciata passou os seus conhecimentos para pessoas da família, integrantes do candomblé e do samba. E foi por meio da oralidade que o legado foi passado para o neto e chegou à bisneta. “Ela conseguiu que o meu pai aprendesse para passar para as futuras gerações”, comentou Gracy, que teve dificuldade em explicar o sentimento de estar à frente da Casa Tia Ciata, guardando a memória da bisavó.

“Não tenho nem palavras para expressar. É um amor, é um carinho tão grande de mostrar essa bagagem cultural que a Tia Ciata nos deixou e trazendo isso de um modo verdadeiro para que as pessoas entendam todo o processo. É muita responsabilidade”, disse emocionada.

Espaço cultural Casa de Tia Ciata

O visitante da Casa Tia Ciata pode também contratar um passeio guiado, no qual vai percorrer todos os pontos importantes da região da Pequena África, que, segundo o babalawo, era originalmente uma área muito maior do que se mostra atualmente, porque ia desde a região portuária até o Bairro do Estácio, na região central do Rio.

“Tia Ciata tem uma importância enorme. Ela representa a mulher independente, trabalhadora, religiosa, dona do seu nariz e administradora com liderança comunitária”, concluiu Helena Theodoro.

O espaço cultural Casa da Tia Ciata vai contar com programação especial em comemoração à data de nascimento da "matriarca do samba".

(Fonte: Agência Brasil)