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Na tarde dessa quarta-feira, 24/11/2020, os Correios entregaram-me – finalmente! – o exemplar da mais recente obra do zeloso professor, pesquisador, historiador, escritor e acadêmico maranhense Antonio Guimarães de Oliveira. A gentil dedicatória, em letra redonda e firme, é datada de 11 de novembro, o que sugere imediatidade do Autor em me enviar sua obra desde o instante em que recebeu os exemplares impressos, prontos e acabados, sob o selo editorial da Viegas Editora, de São Luís (MA).

Para quem tem sensibilidade livreira, bibliológica, bibliofílica, o livro é o mais charmoso e simbólico produto de documentação e disseminação de conteúdos, de formação de pessoas e fixação de identidade cultural de uma dada sociedade. Além do mais, para um autor, é mágico o momento do receber, apalpar e manusear os livros que tão suada e sacrificadamente escreveu e lhes contratou a impressão. Assim, compreendo, empática e enfaticamente, a entusiasmada manifestação do Antonio Guimarães de Oliveira quando, em mensagem de áudio, disse repetidamente o quanto seu livro era “lindo”.

Sim, o conteúdo efetivamente recebeu adequada forma. As mais de 320 páginas do livro “Pêndulos & Fiéis” respeitaram a contenção, a “claridade”, o aspecto “clean” dos pequenos e reflexivos textos em prosa. As características físicas da obra são de uma sofisticada simplicidade, a partir da capa, da imagem que a ilustra à família tipológica com que se escreveu/inscreveu o título, além do igualmente contido e fino traço da fonte de letras com que o Autor, discretamente, assina esse seu décimo-segundo filho de papel e tinta.

Conheci o Antonio Guimarães em São Luís, há uns cinco anos. Encontramo-nos em espaçosa e rica livraria de um “shopping” ludovicense, para onde eu fora convidado a fazer uma palestra. Por saudável coincidência, também estava por lá um dos mais renomados professores salvadorenses, o historiador, pesquisador, pedagogo e escritor Luiz Américo Ribeiro Júnior, o primeiro baiano a ministrar aulas sobre Música Popular Brasileira em universidade, autor de “Marchas Brasileiras”, obra monumental em dois volumes, compreendendo o período 1927 a 1940, acompanhada de dois CDs resultado de um apurado e acurado trabalho de resgate, recuperação e replicação de áudios musicais originais. (Após retornar para Salvador, Luiz Américo enviou-me esse esmero bibliográfico-histórico-musical, com dedicatória e tudo).

Em São Luís, Antonio Guimarães, Luiz Américo e eu deitamos conversas(s) como se fôssemos velhos amigos velhos  -  coisa que só a Cultura (e a cachaça...) podem fazer.

Quem lê e vê os livros de Antonio Guimarães de Oliveira (pois que ele tem livros de grande formato, que, além dos textos, reproduzem grandes e históricas ilustrações, imagens, fotos) já pode intuir, fazer um bosquejo da figura intelectual desse Autor: o homem educado, o professor dedicado, o historiador preocupado, o pesquisador aplicado, o escritor abnegado, o maranhense devotado às causas e cousas de sua terra.

Se esta terra que é dele e nossa lhe oferecer ao menos as mínimas condições (perdoe-se a ênfase), verá brotar do horto antoniano muitos e bons frutos bibliográficos  -  os originais dos livros estão prontos e/ou praticamente prontos na mesa e na mente desse produtivo arqueólogo do saber histórico-cultural maranhense.

Para os anteriores trabalhos de, digamos, mais fôlego de Antonio Guimarães, esse “Pêndulos & Fiéis” parece “divertissement”, com seus textos de contadas e contidas palavras e inumeráveis e incontidas dimensões.

Convidado pelo Autor escrevi um “compte rendu”, um breve relato do lido e sentido, algumas palavras às quais Antonio Guimarães emprestou valor, a ponto de considerá-las apropriadas para um prefácio  -  tal é a lhaneza e fidalguia desse colega escritor e meu confrade no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

Assim, sem mais delonga, eis o prefácio ao livro “Pêndulos & Fiéis”, de Antonio Guimarães de Oliveira, 324 páginas, primorosa obra impressa em setembro de 2020, em papel-pólen, com texto de orelha de Kalynna Dacol e preâmbulo de José Kleber Neves Sobrinho, ambos professores.

Êxito, Antonio.

EDMILSON SANCHES

(Escrito em 26/11/2020)

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PÊNDULOS & FIÉIS

(Prefácio ao livro de mesmo título, de Antonio Guimarães de Oliveira)

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Textos filosóficos, reflexivos, meditativos, não vêm de um apertar de botão. Exigem tempo, renúncia – longo pensar, longo penar.  Querem o autor só pra si, pois a escrita é amante exigente.

Não se engane o leitor: os textos deste livro são curtos, mas seu alcance é extenso. Poucas palavras, muitas “ideias”.

Não sei o porquê, ou sei, mas à medida que lia “Pêndulos & Fiéis” sinapses ocorriam e faziam pontos de contato com leituras anteriores, como “A Arte da Prudência”, de Baltasar Gracián, e “A Fuga do Perfume”, obra do próprio Antonio Guimarães de Oliveira, publicada em 2008. Claro, não há nos textos do autor maranhense a pletora de elipses do (re)conhecido escritor e jesuíta espanhol do século 17.

E do que trata este livro? À maneira da divisa do Conde de Mirandola, arriscaríamos que aqui se cuida de todas as coisas sabíveis, sentíveis... e mais algumas.

Este mais recente trabalho do infatigável Antonio Guimarães de Oliveira (já são onze obras de porte publicadas e mais de vinte a saírem) passeia pensamentos, pendular e fielmente, pelos caminhos da vida e da morte, do saber e da ignorância, privilégios e carências, luz e trevas, verdade(s) e mentira(s) “y otras cositas más” – o absinto e o absurdo, os diálogos com borboletas e mariposas, morcegos e lagartas (em seus nomes científicos latinos, dados por Lineu)...

Os títulos dos textos antonianos têm aparência e consistência de títulos de livros. Neles sobressai o uso dos substantivos “poeta”, “poesia” – pelo menos 66 dos 134 textos têm essas palavras no título. Em grego, de onde se origina, “poeta” significa “autor”, aquele que faz, que cria, constrói.

Criar é fazer um pouco o papel de Deus. Os antigos helenos punham o ato da composição poética no mesmo grau de dificuldade da construção de um navio, do levantamento de um prédio, da elaboração de um perfume. Antonio Guimarães de Oliveira, não importa se com afago ou puxão de orelha, bem que considera os engenheiros da palavra, construtores do verbo e, em essência, perfumistas de (novos) sentidos. Como escreve ele aqui, clara e popularmente: “Quem não gosta de poesia, não tem alma”, ou “A vida sem poesia perde a graça”.

A economia vocabular, a concisão frasal, a concentração semântica em textos breves é o que está posto para o leitor, que terá de, com seus conteúdos, fazer nascer o significado do texto a partir do sentido com que ele, leitor, o engravidou.

Eis aqui, portanto, um livro de  - e para -  muitas leituras. Ora uma coisa, ora outra  -  pêndulo. Ora um sentido preciso, um ponto fixo  -  fiel.

Para os que adoram escritas cartesianas, lineares, retilíneas, autoexplicáveis, unidimensionais, advirta-se: os textos de “Pêndulos & Fiéis” nem sempre desabrocharão seu(s) sentido(s) ao primeiro ataque dos olhos. Nem sempre se desvelarão ao primeiro roçar dos dedos pelas páginas. Não haverá amor à primeira vista...

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“Pêndulos & Fiéis”, décima-segunda obra de Antonio Guimarães de Oliveira.

Aqui, rediga-se, nem sempre a leitura será fácil...

... mas, por outro lado, ela sempre será útil.

* EDMILSON SANCHES

Foto:

O autor e sua obra.

Rio de Janeiro (RJ), 25/11/2025 - Uso de IA entre alunos e professores do ensino médio exige protocolos e políticas de segurança. Foto: Ana/Cetic.br

Estudo qualitativo “Inteligência Artificial na Educação: usos, oportunidades e riscos no cenário brasileiro”, realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), com alunos e professores do ensino  médio de escolas públicas e privadas das capitais de São Paulo e Pernambuco, encontrou um universo de uso indiscriminado dessa nova tecnologia. Pesquisa anterior (TIC Educação), divulgada em setembro pelo Cetic.br, já havia apontado ampla adoção da IA no ambiente escolar brasileiro, com 70% dos alunos do ensino médio, cerca de 5,2 milhões de estudantes, e 58% dos professores utilizando ferramentas de IA generativa em atividades escolares.

“Um uso quase selvagem, porque eles usam para tudo, desde pesquisar uma palavra, até entender uma dor que estão sentindo, receita, lembrete, para várias atividades escolares, anotações, para fazer resumo, para realizar tarefas inteiras, até para suporte emocional. Eles falam bastante disso também, que usam como terapeuta, como conselheiro. Enfim, um uso bastante diverso e amplo do ponto de vista dos alunos”, disse à Agência Brasil a coordenadora da pesquisa, Graziela Castello. O trabalho de campo do estudo foi efetuado entre os meses de junho e agosto de 2025. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (25), no seminário INOVA IA 2025, realizado no Rio de Janeiro.

Também os professores já fazem uso bastante intenso da IA generativa para preparar aula, para ter como apoio a atividades pedagógicas. Segundo Graziela, o que há de convergente entre os dois grupos é que ambos estão fazendo esse uso sem nenhuma mediação, sem orientação, sem supervisão ou regramento dado pelas escolas ou por outras instituições.

“E eles querem informação, querem saber como usar de maneira ética, segura, sem riscos”. Ou seja, o uso é muito intenso, mas ainda nada orientado e muito por conta própria.

De acordo com o estudo, a solução passa pela necessidade de acelerar o processo em termos de regimento, protocolos e políticas que estabeleçam, minimamente, uma baliza para uma visão mais segura, acompanhada de ações com escala que capacitem professores e alunos. Daí a necessidade de investir em formação, mas também em regulação, como uma maneira de dar normas e orientações para que as pessoas, nesse primeiro momento, saibam como fazer e o que não fazer e ter um pouco mais clareza para começar a navegar nesse universo, indicou a coordenadora.

Riscos

Graziela Castello explicou que, ao contrário do que aconteceu com a internet, que já entrou na vida das pessoas de uma maneira muito acelerada, “a IA entrou chutando a porta. Entrou e eles (alunos e professores) usam, e usam mesmo, mas também reconhecem os riscos desse uso”.

O estudo revela que apesar de utilizarem muito a IA, os alunos têm medo de desaprender, de “emburrecer” com o uso dessas tecnologias. Têm medo de ficarem dependentes, de não conseguirem criar ou de exercer a criatividade, de perderem a identidade.

“(Medo) de que, agora, o processo fique tão pasteurizado que eles percam a nuance daquilo que são”. Eles são entusiastas da IA, mas têm consciência, têm receio e pedem informação. Graziela destacou que essas são notícias importantes para os gestores públicos sobre a urgência em estabelecer políticas e ações que ajudem a orientar esse uso de um jeito proveitoso e oportuno. “E tentando minimizar os riscos, que não são poucos”.

Do mesmo modo, os professores também já fazem uso da IA generativa, principalmente como suporte para atividades cotidianas.

“Eles reconhecem que tem um potencial forte para redução de tarefas repetitivas, como suporte para conseguir ter outros recursos, atividades mais alternativas, inclusive para gradações de tarefas. Tem um potencial de tentar customizar atividades para os perfis dos alunos”.

Estudantes com diferentes níveis de aprendizado podem ter acesso a diferentes atividades propostas. Alunos com deficiência, por exemplo, poderiam ter acesso a materiais mais elaborados para aquilo que for conveniente para eles. A pesquisa evidencia que os professores também fazem isso de maneira experimental e por conta própria, sem muita orientação, e também querem informação sobre como usar e em que momento da escola.

Os educadores sabem que os alunos estão usando a IA, mas não sabem como mediar esse uso e, portanto, ficam sem ação. Os professores se mostraram muito preocupados porque sabem que os alunos fazem uso da IA de maneira autônoma, não conseguiram relatar benefícios neste momento e se preocupam muito com o uso que estão vendo. Para os educadores, essa utilização da IA pelos estudantes tem limitado sua capacidade de aprendizado, eles têm piorado na capacidade de fazer redação e na linguagem inclusive, além do uso como suporte emocional, que eles têm visto no dia a dia, de maneira frequente.

“Eles querem informação. Acham que a escola é lugar para formação de alunos e professores, mas também se sentem sobrecarregados. Eles também problematizam isso: quem deveria dar essa informação e em que condições”, explicou.

Desigualdades

A pesquisa apurou diferenças também entre alunos de escolas públicas e privadas no uso da IA. O que existe de diferença mais fundamental são as desigualdades de acesso à infraestrutura, que já são anteriores à vinda da IA. Alunos de escolas privadas têm acesso a outros equipamentos, como computador em casa, o que torna o uso da IA mais proveitoso. Já se o aluno está restrito ao celular, tem muito mais dificuldade de operar essas ferramentas. Com o conteúdo sendo pago ou gratuito, isso já representa mais uma camada adicional de desigualdade, disse a coordenadora da pesquisa. Com o serviço pago, há possibilidade de se fazer usos mais oportunos.

“Fundamentalmente, você tem ainda a reprodução de desigualdades em infraestrutura digital que vão ampliar, se não forem contornadas, ainda mais essa desigualdade de oportunidades entre escolas públicas e privadas”.

A adoção segura dessa tecnologia e a construção de políticas públicas para orientar o uso da IA têm de ter como precedente o letramento, ou seja, orientação para alunos e professores sobre como funciona essas ferramentas.

“Acho que a primeira fase é dar letramento, conhecimento para a população como um todo sobre o que significa essa tecnologia, como ela é construída, quem detém esses dados hoje em dia, quem são os donos das informações”.

Outra preocupação importante é saber se esses dados, as ferramentas de IA, são adaptáveis ao contexto brasileiro. Algumas perguntas são: Será que ao trabalhar com os estudantes não estamos dando dados do contexto de outros países? Será que a gente tem tecnologia própria que garanta que estamos sendo fidedignos aos problemas internos do Brasil?

“Tem uma série de enfrentamentos que têm de ser feitos simultaneamente. A questão é que a coisa (IA) entrou com uma velocidade e a gente vai ter que trocar a roda do carro com ele andando”, apontou Graziela Castello.

Outras questões de destaque visam a criação de um pensamento crítico, como os estudantes podem checar as informações que recebem. Eles entendem que há erros factuais, expressões preconceituosas e negativas, que não conseguem gerenciar. Esse é um outro ponto de atenção: saber como desenvolver essa habilidade técnica, as possibilidades dessa ferramenta sem redução da capacidade criativa dos alunos, Mas é o enfrentamento que permite se avançar na discussão de construção de um pensamento crítico, a fim de que não se reproduzam possíveis erros e vieses que vêm dessas tecnologias, analisou a coordenadora da pesquisa. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Time Maranhão de Beach Tennis teve um desempenho de destaque no Campeonato Brasileiro de Beach Tennis 2025, competição organizada pela Confederação Brasileira de Beach Tennis (CBBT) e realizada entre os dias 19 e 23 de novembro, em Vila Velha (ES). Convocado pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, o Time Maranhão conquistou títulos no Brasileiro Oficial, emplacou representantes no topo do ranking nacional e garantiu presença no Top 10 da disputa entre federações, somando 265 pontos.

No Brasileiro de Beach Tennis, o Time Maranhão sagrou-se campeão por equipes na categoria 30+, com um quarteto formado por Artur Lobão, André Barreto, Neusa de Paula e Catarine da Conceição, em desempenho histórico que reforça o crescimento da modalidade no Estado.

Além de conquistar o título por equipes na categoria 30+ do Brasileiro de Beach Tennis, o Time Maranhão garantiu o bicampeonato nacional na categoria 30+ Masculino, com a dupla formada por Artur Lobão e André Barreto, e ficou com o vice-campeonato na categoria 40+ Feminino, onde foi representado por Lillian Nicolletti e Vanessa Alevato. Nas disputas de base, a equipe maranhense foi campeã na categoria Sub-14, com Luís Fabiano, e na Sub-16, que teve João Henrique Júnior como vencedor.

Depois das disputas do Brasileiro de Beach Tennis, a CBBT também premiou os líderes do ranking nacional da modalidade. Dez atletas maranhenses foram condecorados: Arthur França (Categoria A), Renata Lima (Categoria B), Raissa Catossi (Categoria B), Joaquim Filho (Categoria C), Lillian Nicolletti (Categoria D), Ernane Eugênio (Categoria D), João Lopes (Sub-12), Mel Aguiar (Sub-16), Vinícius Ferreira (Sub-18) e Neto Martins (40+).

"Estamos muito felizes e honrados com a nossa participação no Brasileiro de Beach Tennis em Vila Velha. Superamos muitas adversidades, conquistamos resultados históricos e mostramos a evolução da modalidade em nosso Estado. Só tenho a agradecer a todos os atletas da seleção maranhense pelo empenho nesse evento tão importante. O ano de 2025 foi espetacular para o beach tennis do Maranhão e esperamos manter esse crescimento na próxima temporada", destaca Menezes Júnior, presidente da FBTM.

Time Maranhão de Beach Tennis

A convocação do Time Maranhão para o Campeonato Brasileiro de Beach Tennis foi realizada após o Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, evento chancelado pela FBTM e que distribuiu pontos para o ranking estadual durante as suas nove etapas. Além de conquistarem bons resultados na disputa do Estadual, os beachtenistas garantidos no Time Maranhão estão filiados na FBTM.

Outras informações sobre o Time Maranhão, a participação no Brasileiro de Beach Tennis e todas as etapas do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis 2025 estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

CONTRIBUIÇÃO DE MARANHENSES PARA O BRASIL E O MUNDO É TEMA DA PALESTRA DE EDMILSON SANCHES NOS CEM ANOS DO IHGM

– Expectativa, surpresas e aplausos marcaram a palestra magna do jornalista e escritor caxiense em São Luís

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Pouca gente sabe da contribuição do Maranhão à Medicina, Odontologia e à Saúde em geral no Brasil e, até, no mundo. Além destas áreas, é notável a participação e pioneirismo de mulheres e homens maranhenses na Literatura, Administração Pública, Justiça, Direito e Leis, na Música, Cinema, Esportes, Matemática, Agricultura, Espiritualidade e em outros campos do Conhecimento e da vida cotidiana. Um resumo dessa formidável riqueza de prestação de serviços culturais e científicos, entre outros, ao País e Exterior foi apresentado com entusiasmo pelo jornalista, administrador e escritor de Caxias Edmilson Sanches.

A palestra magna do caxiense – “Contribuição Maranhense para a Construção do Brasil: Importância, Destaques, Orgulho” – foi feita a convite do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) no dia 20 de novembro de 2025, o exato dia em que o Instituto completava 100 anos de fundação. O palco da exposição, em São Luís, foi o auditório da Academia Maranhense de Letras, parceira institucional do IHGM para a solenidade. Na plateia, os presidentes da AML, desembargador Lourival Serejo, do IHGM, professor e engenheiro José Augusto Silva Oliveira e gestores de diversas academias e entidades culturais da capital maranhense e de outras cidades. Também presentes acadêmicos da AML, do IHGM, professores, escritores, médicos, profissionais ativos e aposentados do Direito e da Justiça, sacerdotes, empresários e empreendedores, convidados de outros municípios, como Imperatriz (MA) e Parnaíba (PI).

Edmilson Sanches historiou a evolução e importância do conhecimento como poder e como fazer e sua repercussão como fator de construção da identidade e do desenvolvimento de uma nação. Lembrou que o Maranhão foi oficial e definitivamente criado por Portugal em 1621, tendo completado, portanto, 400 anos em 2021. Assim, anos antes do quadricentenário do estado, Sanches elaborou o projeto da “Enciclopédia Maranhense” e passou a pesquisar, documentar e reunir “provas” sobre realizações de maranhenses que impactaram o Brasil – e, em alguns casos, o mundo – nos diversos segmentos.

As tentativas de parceria buscadas em Órgãos públicos e instituições privadas foram inicialmente acolhidas com euforia ante a riqueza da colaboração maranhense para o desenvolvimento do País. Entretanto, houve emudecimento dos iniciais entusiastas pelo projeto da “Enciclopédia”, que permanece inédita.

Para Sanches, a não resposta “atrasa a possibilidade de cultivo, documentação e divulgação dos fatos, para conhecimento geral e sobretudo para a ampliação do espírito de maranhensidade, o sentimento de pertença (“ownership”) de homens e mulheres desta Unidade Federativa que deveria se inquietar e reagir às sucessivas manchetes e outras notícias – nem sempre cem por cento certas – que colocam o Maranhão, apesar de suas potencialidades e possibilidades, como ‘o pior Estado’, ‘o mais atrasado’, ‘o de população mais dependente economicamente’, ‘economia fraca’ etc.”. Sobre o silêncio dos parceiros que se prontificaram a analisar o projeto, Edmilson Sanches não insiste e só observa: “O silêncio é a forma mais covarde de dizer não”.

O palestrante caxiense elencou de início o papel de protagonismo do Maranhão na Literatura, com escritores maranhenses tornando-se pioneiros em escolas, movimentos ou tendências literárias como o Indianismo, com Gonçalves Dias; Parnasianismo, com Teófilo Dias; Naturalismo, com Aluísio de Azevedo; Concretismo e Neoconcretismo, com Ferreira Gullar; Tradução Criativa, com Odorico Mendes; obra de Autoria Coletiva (1866), com Sotero dos Reis e Antônio Henriques Leal, entre outros; Teatro de Revista, com Arthur Azevedo; Literatura de viés comunista, com Benévolo Nogueira; Romance policial, iniciado com obra coletiva – “O Mistério”, de 1920 – com Coelho Netto e Viriato Corrêa, além da marcante obra de José Louzeiro; a primeira romancista negra, Maria Firmina dos Reis; a primeira gramática do Brasil, de Sotero dos Reis; o primeiro livro do mundo para ensino de Inglês para crianças “toddlers” (de 1 a 3 anos, que estão aprendendo a andar), com Raquel Caruso Gomes de Mello, de Imperatriz.

Nos destaques na Medicina e Saúde, Edmilson Sanches ressaltou a imensa contribuição do médico José Eduardo Sousa (nascido em Pedreiras), unanimidade na Cardiologia mundial pelos avanços e inovações, como o “stent” farmacológico, que salva muitas vidas por todo o planeta; o dentista Aderson Ferro, de Caxias, autor do primeiro livro brasileiro sobre Odontologia e um dos introdutores da anestesia odontológica no País; o médico caxiense João Paulo da Cruz Britto, que fundou a Escola Paulista de Oftalmologia, foi professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e primeiro presidente da Sociedade de Oftalmologia de São Paulo, tendo sido homenageado com um Centro de Estudos e Seminário com seu nome.

Ainda na Medicina, o médico, pesquisador e escritor José Murilo Martins, nascido em Caxias, introdutor dos serviços de Hematologia no estado do Ceará; estudou Medicina no Rio de Janeiro, em Chicago (Illinois) e Kansas, nos Estados Unidos e ensinou na França, Inglaterra, Escócia e Estados Unidos (Paris, Cambridge, Oxford, Londres, Sheffield, Edimburgo e Miami). Membro da Academia Cearense de Letras e fundador da “Revista de Medicina” da Universidade Federal do Ceará, da qual foi editor por quase 30 anos.

Foi destaque também o farmacêutico-bioquímico, professor e pesquisador Francisco das Chagas Oliveira Luz, caxiense, gênio da ciência pela vida dos mais pobres; o médico e antropólogo Raymundo Nina Rodrigues, nascido em Vargem Grande, criador da Antropologia Criminal e um dos patronos da Medicina Legal no Brasil; o médico e pesquisador imperatrizense Gibran A. G. Daher, que, com a médica patologista norte-americana Rana S. Roda, escreveu o primeiro livro biográfico no mundo sobre o médico grego Geórgios Papanicolau, criador do teste Papanicolau. Médico jovem e estudioso, morreu aos 27 anos, cheio de sonhos; pesquisador competente, ele estudou Medicina no Brasil, Rússia, França, Espanha e Estados Unidos. Assegurava que iria ganhar um Prêmio Nobel.

Os exemplos chegariam a várias centenas. Edmilson Sanches ainda comentou sobre o responsável pela criação do Ministério da Agricultura, João Christino Cruz, caxiense, que estudou Agricultura na Suíça, Alemanha, França e Inglaterra; Ubirajara Fidalgo, de Caxias, maior dramaturgo negro do Brasil; o maior matemático do Brasil e um dos maiores do mundo, Joaquim Gomes de Sousa, o Sousinha, de Itapecuru-Mirim; o caxiense Joaquim José de Campos Costa Medeiros e Albuquerque, responsável pela realização do primeiro Censo demográfico do Brasil.

Também soram evidenciados Raimundo Teixeira Mendes, criador da Bandeira Brasileira, redator das primeiras leis de proteção à mulher trabalhadora, ao menor trabalhador, ao doente mental, aos índios, autor dos dispositivos da Constituição Brasileira que pela primeira vez instituíram a liberdade de crença e culto e a separação Igreja-Estado; Coelho Netto, de Caxias, mais lido escritor de seu tempo no Brasil, indicado ao Prêmio Nobel, autor da proposição que resultou na criação da letra para o Hino Nacional, introdutor do cinema seriado no Brasil (que deu origem às séries e novelas de TV).

A lista prossegue com Antônio Eugênio Richard Júnior, de Grajaú, engenheiro que criou a primeira companhia imobiliária do Brasil e deu nome aos bairros Grajaú do Rio de Janeiro e São Paulo; Mãe Andresa Ramos, líder espiritual nascida em Caxias, última princesa de etnia africana nobre, estudada por antropólogos, escritores e pesquisadores de vários países; Liene Teixeira, caxiense, primeira mulher a se formar engenheira agrônoma na Universidade Federal de Viçosa e, depois, doutora em Botânica pela universidade de São Paulo, além de uma das nove primeiras mulheres brasileiras a ter curso superior; Armando Maranhão, de Caxias, considerada a “Pedra Angular do Teatro Paranaense”, estudou com os maiores diretores do Cinema mundial, como Federico Fellini, Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni, Sir Laurence Olivier.

Os destaques continuam com João Mendes de Almeida, caxiense, redator da Lei do Ventre Livre; Cândido Mendes de Almeida, de Brejo, que dá nome à mais antiga Universidade privada do Brasil, no Rio de Janeiro; professor Tarquínio da Silva, de Viana, considerado “Mestre dos Mestres” em São Paulo; o caxiense Celso Antônio de Menezes, escultor, escritor e professor, introdutor do Modernismo nas Artes Plásticas; Sinval Odorico de Moura, conselheiro do Imperador, exemplo de administrador, que governou quatro Estados brasileiros; Odylo Costa, filho, de São Luís, que fez a renovação do Jornalismo brasileiro, a partir de sua direção do “Jornal do Brasil”, no Rio de Janeiro; Elpídio Pereira, caxiense, diplomata, maestro e compositor, aplaudido na França e outros países.

Com esses e outros exemplos e seus comentários, Edmilson Sanches foi  ampliando ainda mais o conhecimento e o sentimento de maranhensidade da plateia que o ouvia atenta. Ao final, os aplausos foram intensos, com grande parte dos presentes aplaudindo de pé um dos mais marcantes testemunhos de amor e consciência crítica em relação à terra de nascimento.

Ex-procuradora de Justiça e atual corregedora-geral do Ministério Público do Maranhão, Fátima Travassos declarou: “Parabéns! Você é indispensável na literatura e na cultura maranhense, pra não dizer, brasileira! Adorei sua palestra!”

Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, o escritor, médico e professor dos cursos de Medicina da UFMA e UniCEUMA, Hilmar Ribeiro Hortegal escreveu: “Parabéns. Bela palestra. Muito interessante”.

O escritor e padre da Igreja Ortodoxa José Caetano Cardoso de Sousa, de Parnaíba, presente na solenidade, disse: “Meu nobre professor Edmilson Sanches, parabéns pela sua belíssima palestra. Eu assisti atentamente, sem nem piscar, para não perder nada. Gostei demais.. O senhor realmente é uma potência. Muito bem feita a palestra. Parabéns. Deus lhe abençoe.”

O acadêmico Jonílson Bogéa, do IHGM, escreveu: “Parabéns, meu Confrade! Sua palestra foi ótima!”. Manifestações e cumprimentos pessoais foram dirigidos para Edmilson Sanches após a palestra. O médico, pesquisador, escritor e ex-reitor da UFMA Natalino Salgado Filho cumprimentou Sanches e o presenteou com seu livro, com bela dedicatória, “Tarquínio Lopes Filho – Médico, Político, Jornalista, Administrador que Virou Mito”.

Ao final, Edmilson Sanches autografou diversos de seus livros, que estavam em exposição durante a solenidade, e ouviu sugestões para transformar em livro, com a ampliação possível, a grande palestra que acabara de proferir e que marcou a noite de 20 de novembro de 2025, quando o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão completou exatamente um século de existência.

FOTOS:

Edmilson Sanches na tribuna. Assistentes no auditório. Com o presidente do IHGM, José Augusto Silva Oliveira, e Elimar Figueiredo, primeira procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Maranhão após a Constituição de 1988. Autografando livro para o juiz de Direito, pesquisador, escritor e acadêmico Agenor Gomes e o engenheiro civil, pesquisador, escritor e acadêmico Irandi Marques Leite. E o bolo do Centenário.

Brasilia 23/11/2025 - Morre, aos 81 anos, Jimmy Cliff, um dos maiores nomes do reggae mundial.
Foto: Jimmy Cliff/Instagram

Jimmy Cliff, uma das maiores lendas do reggae em todos os tempos, morreu nesta segunda-feira (24), aos 81 anos. Latifa Chambers, sua mulher, anunciou a morte do cantor em suas redes sociais.

“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, morreu devido a uma convulsão seguida de pneumonia. Agradeço à família, amigos, colegas artistas e colaboradores que compartilharam esta jornada com ele”.

Latifa também se dirigiu aos fãs de Cliff: “Para seus fãs ao redor do mundo, por favor saibam que seu apoio era a força dele ao longo de toda a carreira. Ele realmente adorava o amor de cada um de seus fãs”.

Ela agradeceu ainda a equipe médica que cuidou de seu marido e finalizou seu texto assim: “Jimmy, meu querido, descanse em paz. Seguirei seus desejos. Espero que vocês respeitem nossa privacidade neste momento difícil. Daremos outras notícias mais adiante”.

Pioneiro

Jimmy Cliff é um dos pioneiros do reggae e é considerado uma verdadeira lenda do gênero musical que surgiu na Jamaica. A longa carreira do cantor começou oficialmente em 1967, com o disco Hard Road to Travel.

Através das décadas, Cliff lançou dezenas de álbuns e singles e ganhou o Grammy pelos discos Cliff Hanger (1985) e Rebirth (2012). Realizou grandes turnês pelo mundo todo e tem uma relação especial com o Brasil. Em 1968, participou do Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro e se tornou muito querido por aqui, o que o fez voltar várias vezes. Se apresentou no país em 1984, em 1990, 1993 e 1998. Ele até chegou a morar no Rio de Janeiro e em Salvador durante alguns anos.

Boa parte de suas canções eram de protesto ou abordavam temas sociais, assunto de grande interesse de Cliff. Entre seus maiores sucessos estão músicas como "Reggae NIght", "Rebel in Me", "We All Are One", "Many Rivers to Cross", "Vietnam", "I Can See Clearly Now" (de Johnny Nash), entre outros.

Seu último disco, Refugees, foi lançado em 2022.

(Fonte: Agência Brasil)

No próximo domingo (30), a Praça Maria Aragão será palco da ópera “Carmen”, um grande espetáculo gratuito onde estudantes da rede municipal de ensino serão os protagonistas. Trata-se do Projeto Ópera para Todos, iniciativa que utiliza a arte no processo de alfabetização de crianças. Mas antes do dia da apresentação em praça pública, os alunos farão dois ensaios gerais: um na quinta (27) e outro na sexta-feira (28), ambos a partir das 16h. 

Os ensaios finais vão ocorrer na Praça Maria Aragão e vão servir para que as crianças conheçam o local da apresentação de domingo e façam os últimos ajustes do espetáculo. Neste ano, os estudantes das escolas municipais Maria Alice Coutinho (Turu), José Sarney (Itapiracó), Luiz Pinho Rodrigues (Divineia) e Leonardo da Vinci (Angelim) vão encenar a ópera “Carmen”, de Georges Bizet, que foi trabalhada no processo de alfabetização dos estudantes ao longo de 2025. 

Na ópera de Georges Bizet, o soldado Don José se apaixona perdidamente pela sedutora cigana Carmen, abandonando tudo por ela. No entanto, Carmen se cansa de José e se envolve com o toureiro Escamillo. Tomado pelo ciúme e pela obsessão, Don José tenta reconquistá-la, mas ela o rejeita. A obra explora temas como liberdade, paixão e destino, com música vibrante e envolvente. 

“Será um espetáculo majestoso no dia 30 de novembro para 2.000 pessoas. Será uma apresentação extraordinária porque um dos grandes objetivos desse projeto é difundir a cultura e a boa música para a comunidade. É um espetáculo gratuito para o entretenimento de adultos e crianças”, explicou a educadora Ceres Murad, idealizadora do Projeto Ópera para Todos que, nesta edição, conta com o patrocínio da Equatorial Energia por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo do Estado e o apoio da Prefeitura de São Luís. 

Ópera para Todos 

O Projeto Ópera para Todos é uma iniciativa pioneira no Brasil, que visa não só educar o público infantil para a apreciação de música erudita, como utiliza todo o potencial emocional dos grandes clássicos da cultura universal enquanto fator motivador da aprendizagem das crianças. 

A ópera é, neste projeto, um instrumento para convidar as crianças a adentrarem no universo da arte, da leitura e da escrita. Enquanto recurso pedagógico, a ópera estimula as crianças das classes de alfabetização a vivenciarem sentimentos profundos, conduzidas por composições magistrais, que transmitem emoções por meio de acordes intensos e vibrantes, materializados na dramaticidade das cenas. 

O projeto trabalha as diversas linguagens da ópera – música, dança, literatura, poesia e drama – para facilitar o processo da aprendizagem da leitura e escrita. Essa riqueza de estimulação emocional e intelectual se reflete na qualidade dos textos que as crianças produzem ao longo do projeto, ao mesmo tempo em que proporciona a ampliação do seu universo cultural e da sua visão de mundo.

Os produtos finais do projeto são um livro de reescrita narrativa do libreto e a encenação, em que as crianças tocam, dançam e representam a ópera. No Ópera para Todos, as crianças atuam não como simples espectadoras, mas como protagonistas dessas grandes obras da cultura universal. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

– Texto traz história e evoca o futuro em cem versos.

*

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) entregou o prêmio de 1º lugar do Concurso Histórico-Literário “O Centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão” ao jornalista, administrador e escritor caxiense Edmilson Sanches. Ele ganhou na categoria “Texto Literário”; na outra categoria, “Investigação Histórica”, a premiação foi concedida à professora, psicóloga e escritora Dilercy Aragão Adler.

A entrega foi feita pelo presidente do IHGM, professor José Augusto Silva Oliveira, e deu-se no auditório da Academia Maranhense de Letras (AML), que, em parceria institucional com o IHGM, sediou a solenidade comemorativa dos 100 anos do Instituto, ocorrida na última quinta-feira, 20 de novembro de 2025. O IHGM foi fundado nesse dia em 1925 e teve como primeiro presidente Justo Jansen Ferreira, médico, geógrafo, professor e escritor, que o administrou até 1930.

O trabalho premiado de Edmilson Sanches chama-se “CENTÚRIA DO SÉCULO – C em versos para o centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (1925-2025)” (ver imagens). A Comissão Julgadora foi formada por Elizabeth Sousa Abrantes, pós-doutora e professora do Departamento de História da Universidade Estadual do Maranhão (Uema); Iran de Jesus Rodrigues dos Passos, jornalista, doutor em Letras, professor do Departamento de Letras da Uema; Sandra Regina Rodrigues dos Santos, pós-doutora, professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Uema; e José Dino Costa Cavalcante, doutor em Letras, professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (Uema).

FOTOS:

O primeiro presidente do IHGM, Justo Jansen. A mesa coordenadora da solenidade, com a professora Elizabeth Abrantes, que anunciou o resultado do Concurso, o presidente do Instituto, prof. José Augusto Oliveira, e o presidente da Academia Maranhense de Letras, desembargador Lourival Serejo. Edmilson Sanches recebendo certificado de 1º lugar e cumprimentos do presidente do IHGM.

– “PsicoBARsia” estreou nesse sábado, 22 de novembro, às 20h, no Sesc Caxias

– Poema de Edmilson Sanches integra a peça teatral e traz registros sobre bares históricos, bebidas, pessoas...

*

Com direção de Gilvaldo Quinzeiro, também autor do texto e roteiro, e poemas do mineiro Carlos Drummond de Andrade e dos caxienses Gonçalves Dias e Edmilson Sanches, estreou nesse sábado, 22 de novembro de 2025, às 20h, no auditório do Serviço Social do Comércio (Sesc), em Caxias (MA), a peça teatral “PsicoBARsia”, onde poesia e música “falam sobre os bares da alma”, o que inclui “saudades e outras coisas que tais”, como anuncia o “card” de divulgação nas redes sociais digitais.

Dez nomes caxienses atuam em “PsicoBARsia”: Deusdete Oliveira, Émile Raquel, Francisca Rejane, Giovanna Campos, Jeias Marques, Julimar Silva, Marechal, Oriel, Ozias Silva e Richardson Santana. Além do amor à Arte, à Música, à Literatura e à Dramaturgia, esses nomes desempenham outros papeis no dia a dia da vida: são cantores, “designers”, estudantes universitários, folcloristas, jornalistas, músicos e professores... e frequentadores de bar.

Com indicação para maiores de 16 anos, “PsicoBARsia” era uma ideia que, na mente do diretor, ia e voltava, até que no início deste ano Gilvaldo Quinzeiro segurou o mote mental e o transformou em gesto textual, materializando em palavras o que será mostrado ao público em imagens, músicas, monólogos, diálogos e gestualidade e movimentação dos atores e os objetos de cena.

Caxias é terra de grandes nomes do teatro brasileiro, à maneira de Gonçalves Dias, Coelho Netto e Ubirajara Fidalgo – e também Aderson Ferro, o dentista caxiense, formado em Paris, que é autor do primeiro livro brasileiro de Odontologia e, paralelamente, incentivador do Teatro, tendo criado diversas bibliotecas e grupos teatrais no estado do Ceará, onde foi sepultado. Nesse segmento, nos dias atuais, destaca-se o professor Gilvaldo Quinzeiro, escritor com quatro livros publicados, inclusive bilíngues, jornalista, diretor do grupo “Abraçarte” e da publicação digital “Sky Culture Magazine”, apresentador de programas de exposição de ideias e debates (o “Baralharte” e “No Divã das Palavras”), ativista e realizador cultural já com inserção nacional e internacional, sobretudo em países de língua de ascendência latina, como a Romênia.

O gosto pela palavra tem relevo para Gilvaldo Quinzeiro, com origem, como ele define, na “oralidade cabocla”, ouvida e assumida a partir da zona rural caxiense onde ele nasceu. O neologismo “PsicoBARsia” intenta nomear o conjunto de sentimentos e atitudes que levam as pessoas e suas dores e emoções ao bar, uma espécie de “divã” onde tomam lugar ao mesmo tempo vários “clientes-pacientes”, os frequentadores. No bar, como se em um novo processo alquímico, as pessoas e suas dores são transformadas / transmutadas pelo ambiente, pelas bebidas e pelas conversas, que agem no espírito humano e converte dor em alegria, choros em risos, isolamento em abraços, solidão em solidariedade, onde se dividem informações, histórias e até tira-gostos... O bar, em sua positividade, é um brinde à vida. Segundo Quinzeiro, “a gente tem que se interessar pelos espaços onde seres humanos se reúnem. É papel do artista transformar a feiura do mundo em coisas belas  --  e isso é o que a Arte proporciona”.

A peça “PsicoBARsia” reflete esse estado de coisas e de alma. Para a dor, o bar é divã. Para o teatro, dor e bar são arte e alegria.

A convite pessoal do diretor e autor Gilvaldo Quinzeiro, o jornalista, administrador, palestrante e escritor caxiense Edmilson Sanches comparece com um trabalho feito especialmente para a peça “PsicoBARsia”, o poema “Pelos Bares”. Frequentador de tradicionais e históricos bares de Caxias nas décadas de 1960 e 1970, Sanches registra em versos o “Bar Vá-Vá”, o “Recanto dos Poetas”, o “Fiapu”, o bar do Excelsior Hotel, estabelecimentos que, uns, espalham lembranças na mente, e, outros, ainda espalham mesas no salão e na calçada...

Sanches adianta que “são versos simples, pois simples são os bares, seus donos, seus clientes”. Ele conta que “são 31 estrofes, para lembrar os meses de 31 dias, o que confirma que não há um dia sequer em que algum bar em algum lugar não esteja sendo frequentado e servindo”. Entre outras observações, Edmilson Sanches antecipa que as estrofes apresentam tamanhos (metrificação ou escansão) diferentes, indo de três a 17 sílabas poéticas: “Essa metrificação variada simbolizaria a forma trôpega, irregular, dos passos bêbados; e o número maior de estrofes de 14 sílabas é tão só simbólico, um ‘divertissement’, para lembrar a brincadeira de fazer com as pernas UM QUATRO (1 – 4), com o que a pessoa, geralmente bêbada, tentaria mostrar que manteria o próprio equilíbrio...”.

Os versos de Edmilson Sanches apresentam, representam e documentam os bares, os ambientes, os fatos, as conversas, os tipos e marcas de bebidas, os tira-gostos, os processos de fabricação, as pessoas, como seu amigo o jornalista Vítor Gonçalves Neto, falecido, e, em termos gerais, a prestativa figura do trabalhador e verdadeiro servidor público, o garçom.

Nas duas estrofes finais, escreve Sanches:

“Eis aí o bar, também chamado bodega,

taverna, baiuca, boteco, botequim...

Ei-lo aí, o bar, que recebe e entrega

convívio, amizade e, às vezes, briga, sim...

Um bar – sabemos –  não cabe em um verso.

Um bar – eu sei – não se conta em um causo.

Mas um bar, ainda que controverso,

cabe na palma das mãos   --- em aplauso...”.

*

A seguir, a íntegra do poema com as observações, constantes do documento enviado para o diretor Gilvaldo Quinzeiro.

(EDMILSON SANCHES)

PELOS BARES

(EDMILSON SANCHES)

*

Responda-me, pessoa amiga,

o que é que um bar tem.

Tem bebidas e, lhe digo,

tem muita história também.

Entre as bebidas, você conhece

a dupla que talvez já bebeu

– o bate-bate e o S. O. S. –,

que muitas gargantas aqueceu.

Hoje é muita cerveja e cachaça,

uísque, vodca, vermute e gim,

conhaque, licor, champanhe em taça

e um bom vinho pra você e pra mim.

Tem também absinto, rum e o vermute,

tem grapa, hidromel, tiquira, saquê,

e tem bitter, bourbon, sidra e, me escute,

tem tequila pra mim e pra você.

São variadas as bebidas,

variados também os drinques

– que até podem curar feridas

e deixar a pessoa “nos trinques”.

Entre os drinques – tim-tim! –, a cuba-libre, martíni,

o xixi de anjo, sangria, blood mary, daiquiri,

ponche, mojito, a caipirinha que nos define;

a piña colada, margarita... e vai por aí...

São bebidas e drinques, feitos com cevada, centeio,

trigo, milho, cana, caramelo, água, fungo, fermento

e outras coisas  -- nem queira saber... – ali pelo meio.

Tudo, líquido e certo, marca, brinda cada momento.

Há os que não bebem só: têm amigos, aquela pessoa amada

... e bons tira-gostos: queijo, torresmo, linguiça, limão,

salsicha, farofa, tripa e bofe, carne cozida, assada,

mais azeitona, amendoim e batatinha de montão.

Antes de passar pela goela, pelos campos passa a bebida:

é plantada, é cuidada, é colhida, lavada, moída;

é fermentada, destilada e, se for o caso, envelhecida

– para, só depois, no bar, ser servida, brindada, dividida...

Mas todo bar vai muito além

de ser comércio de bebidas:

todo bar, cada bar, também

é lugar de histórias vividas.

Pois além das conversas animadas,

ou das comemorações divertidas,

há histórias, de amor, que são contadas;

histórias que, por dor, são (res)sentidas.

Paixões  -- pelo futebol ou pessoa amada...

Cultura... Política... Vida alheia e mais

– sim, em todo bar toda coisa é falada,

em clima, espera-se, de ânimo e paz...

Ali, frente à Estação de trem em Caxias,

houve o pequeno e frequentado “Bar Vá-Vá”,

ponto dos ferroviários todos os dias

(eles diziam ir pro lanche, mas bebiam lá...).

E há décadas se mantém, no centro da cidade,

o bar do central e histórico Excelsior Hotel,

onde hóspedes e caxienses  --- fraternidade –

brindam encontros, reencontros, mar, terra e céu.

E não nos esqueçamos do menor bar do mundo,

o pequenino Fiapu, na Praça da Matriz,

substituído – não sem um pesar profundo... –

por lanchonete de petiscos para petiz.

“Recanto dos Poetas” foi o mais tradicional

– com bebidas e letras se fazia coquetel.

Ponto de encontro do boêmio e do intelectual;

e, no balcão, muitos dicionários a granel...

Do A ao Z há centenas de bares

– no centro, nos bairros, no interior.

Têm o nome dos donos e são lares

–  “ambiente familiar”, sim, senhor.

A esses bares vão chegando, em doses, as pessoas

com suas sedes, suas fomes, seus motivos, suas vontades.

Em geral são homens e são mulheres, gentes boas,

em busca de momentos após suas atividades.

A uma dessas pessoas, um brinde à sua memória:

nosso jornalista Vítor Gonçalves Neto.

Pioneiro em Caxias, registrou e fez História,

com técnica e também humor e muito afeto.

O mais caxiense dos piauienses, ele era

nascido em Teresina, capital, verde cidade.

Vítor sabia, por seu ofício e amor, a atmosfera

de Caxias, suas ruas, suas esquinas, sua realidade...

Das esquinas, dos bares, dos cabarés, nem se fale...

Vítor os conhecia a todos, de cor e salteado,

e sobre isso escrevia em seu jornal coisa que vale,

deixando pra nossa História tudo documentado.

À mesa ele se sentava, fumando seu cigarro,

e sobre Caxias e a vida, de tudo conversava,

e de (in)certas “figuras” ria e delas tirava um sarro,

e bebia e contava... bebia e sorria... bebia e fumava...

Mais tarde, ali mesmo, à mesa, a cabeça lhe pendia,

o sono chegava, e com ele o Vítor não brigava:

o par de olhos detrás dos óculos nada mais via...

O Vítor da muita fadiga um pouco descansava.

Para o Vítor, o rebuliço de um bar era trilha sonora

para um instante de repouso, descanso, recuperação.

Era escritor, jornalista, ofício dos tempos; e o aqui e agora,

local do cotidiano mister, e da saudável inação...

Há nos bares

falares

cantares

amores

amares.

Há nos bares

bebidas

e vidas,

pessoas

queridas.

Há nos bares

a paixão

ilusão

alegria

emoção.

E quase tudo

que há

se encontra

de bar em bar...

E em cada bar, prestativo, amigo, o garçom

servindo no copo, taça, balde, caneco

a vida líquida vivida em dose, com

o ambiente que só há no bar ou boteco.

Eis aí o bar, também chamado bodega,

taverna, baiuca, boteco, botequim...

Ei-lo aí, o bar, que recebe e entrega

convívio, amizade e, às vezes, briga, sim...

Um bar – sabemos -- não cabe em um verso.

Um bar – eu sei -- não se conta em um causo.

Mas um bar, ainda que controverso,

cabe na palma das mãos   --- em aplauso...  

*

OBSERVAÇÕES

1.     São versos simples. Pois simples são os bares, seus donos, seus clientes.

2.     São 31 estrofes, para lembrar os meses de 31 dias, o que lembra que não há um dia sequer que algum bar em algum lugar não esteja sendo frequentado e servindo.

3.     Das 31 estrofes, 28 têm quatro versos (quadras ou quartetos ou estâncias) e 3 têm cinco versos (quintilhas ou quintetos).

4.     Os versos de cada estrofe são isométricos, ou seja, o número de sílabas é igual – à exceção de duas quintilhas, com metrificação trissilábica no 1º verso e dissilábica nos demais 4 versos, e uma quadra, onde o 1º e 4º versos são tetrassílabos e o 2º e 3º, trissílabos.

5.     Se há isometria nos versos de cada estrofe (com as três exceções do item 3, acima), as demais 28 estrofes apresentam números diferentes de sílabas. Essa metrificação (escansão) variada simbolizaria a forma trôpega, irregular, dos passos bêbados. Com três sílabas (trissílabo), há 1 estrofe. Com sete (heptassílabo, ou redondilha maior), há 1 estrofe. Com oito (octossílabo), 2 estrofes. Com nove (eneassílabo), 2 estrofes. Com dez (decassílabo), 4 estrofes. Com onze (hendecassílabo), 1 estrofe. Com doze (dodecassílabo), 4 estrofes. Acima de doze sílabas, são os versos ditos “bárbaros”: o poema tem 4 estrofes com treze sílabas, 5 com quatorze, 1 com quinze, 1 com dezesseis e 2 com dezessete sílabas. Relembre-se a existência das 2 quintilhas e 1 quadra com metrificação especial, já antecipada no item 3.

6.     Como se sabe, a metrificação ou escansão (contagem das sílabas poéticas) segue critérios tradicionais, que podem ser “rompidos” pelo autor dos versos. Assim, há casos em que o autor adota seus próprios critérios, considerando ou não como sílaba poética aquilo que o modelo clássico, tradicional, não recomendaria. São os casos que envolvem os recursos da sinalefa (junção de duas sílabas numa só); elisão (supressão de vogal); crase (fusão de vogais iguais); sinérese (contração de duas vogais contíguas em ditongo); diérese (separação de vogais em mesma palavra); e hiato (encontro de duas vogais átonas, que vão formar uma só sílaba). Assim, um leitor mais informado poderá contar um número de sílabas poéticas em um verso diferente do que contou o autor.

7.     O número maior de estrofes de 14 sílabas é tão só simbólico, um “divertissement”, para lembrar a brincadeira de fazer com as pernas UM QUATRO (1 – 4), com o que a pessoa, geralmente bêbada, tentaria mostrar que manteria o próprio equilíbrio...

8.     Quando necessário, convidar o autor para explicitar uma ou outra passagem, a fim de o texto poético poder ser transmitido o mais fielmente possível pelo ator / declamador.

9.     O texto será dado a conhecer a um dos descendentes do jornalista citado no poema.

10.  Está internado em UTI o Sr. Paulo Sérgio Assunção, nosso conterrâneo e amigo, fundador e dono do bar “Fiapu”. Votos de que se restabeleça.

11.  Êxito no musical. (EDMILSON SANCHES)

Esse homem sentado em um automóvel, no centro da foto, é a pessoa mais poderosa do mundo... e vai morrer. Só lhe restam 60 segundos.

* * *

São 12h29 do início de uma tarde do dia 22 de novembro e daqui a exatamente 60 segundos esse homem sentado em um automóvel, no centro da foto, vai morrer.

Em um minuto dois tiros lhe atingirão o corpo. Um deles acertará a cabeça. Pedaços de ossos do crânio e fragmentos do cérebro se espalharão sobre a tampa do bagageiro do carro.

Sua elegante esposa, daqui a um minuto, não mais se preocupará em manter o chapéu firme – ela se erguerá e se estenderá perigosamente (podem vir outros tiros) por sobre a traseira do veículo e suas mãos tentarão recolher os restos de crânio e cérebro que serão, daqui a pouco, explodidos a bala e se dispersarão, levados pelo vento e pelo impacto.

Essa foto foi tirada há exatamente 58 anos, no dia 22 de novembro de 1963. Foi em Dallas, capital financeira do estado do Texas, nos Estados Unidos.

Era 12 horas e 29 minutos. Dali a 60 segundos atirarão contra o presidente da militarmente e economicamente mais poderosa nação do mundo e meia hora depois, às 13h, o homem mais poderoso do mundo será oficialmente declarado morto.

Um minuto após essa foto, John Fitzgerald Kennedy vai levar dois tiros.

O que lhe reserva o próximo minuto?

Como saber que daqui a pouco morreremos?

* EDMILSON SANCHES

Entre os dias 24 e 28 de novembro, os moradores das ilhas de Lençóis e Caçacueira, localizadas no Arquipélago de Maiaú, na cidade de Cururupu, receberão o projeto “SOLta na Maré”, iniciativa de cinema itinerante movida à energia solar que levará uma experiência cultural e educativa inédita às localidades.

Com dois dias de exibições de filmes ao ar livre, com foco na promoção de inclusão, sustentabilidade e valorização das histórias e identidades, o projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), do governo do Maranhão, com idealização e realização da Poli Companhia, por Nicolle Machado, produção da Maranhezza, por Nat Maciel, e da Orgânik Produções Culturais, por Mariana Cronemberger.

A programação será realizada, oficialmente, nos dias 25 (terça-feira) e 27 de novembro (quinta-feira), na Ilha de Lençóis e Caçacueira, respectivamente, nas escolas “Unidade Integrada São José” e “Unidade Escolar Eleotério Ferreira”, iniciando, em cada dia, com a Oficina de Produção Audiovisual em Comunidade, que será ministrada por Jasf Andrade, das 9h às 12h e das 14h às 17h.

Em cada dia, também como parte integrante do cronograma de atividades, o público local poderá conferir a Mostra Infantil Sessão AnimArte, a partir das 10h, seguida pela Mostra Cururupu em Cena, às 16h, e pela Mostra SOLta na Maré, às 18h30, que exibirá duas produções: um filme resultado da oficina e o longa-metragem “Bethânia” – além de apresentações artísticas locais, encerrando a programação.

Oficinas por Jasf Andrade

A atividade que abre a programação do “SOLta na Maré” é a Oficina de Produção Audiovisual em Comunidade, que será ministrada pelo fotógrafo, videomaker e rapper Jasf Andrade.

O objetivo central da atividade é guiar o público local a contar, de forma simples e prática, suas histórias por meio do audiovisual, passando pelas etapas de planejamento do vídeo (roteiro), dicas de como gravar bem (áudio, vídeo e enquadramento) e montagem e finalização dos trabalhos pelo próprio celular (edição). Os interessados em participar poderão se inscrever uma hora antes, no local da oficina, até o limite de vagas.

Mostra Infantil

Após a oficina, a programação continua com a Mostra Infantil Sessão AnimArte, com seis animações selecionadas de três países, como “A Baleia Mágica”, “Mouse House”, “Palavras Mágicas”, “Ciranda Feiticeira”, “Trashball” e “O Discurso de Txai Suruí”.

Em “A Baleia Mágica”, uma história envolvente que trata da educação ambiental por meio da fantasia. Já “Mouse House” é uma animação tradicional desenhada à mão que apresenta uma fábula cômica e engenhosa, com dois ratinhos que precisam usar a criatividade para driblar um gato faminto e alcançar um queijo saboroso.

Na produção nacional “Palavras Mágicas”, um videoclipe animado com músicas de Emicida, Adriana Partimpim e Renan Inquérito, que brinca com os sentidos e os sons das palavras. Outro destaque brasileiro é “Ciranda Feiticeira”, um conto encantado sobre uma família de pescadores, com uma trilha sonora envolvente de Lia de Itamaracá.

Diretamente da Estônia, “Trashball” narra a história de um pequeno inseto empenhado em limpar o meio ambiente enfrenta criaturas bagunceiras. E em “O Discurso de Txai Suruí”, uma animação inspiradora baseada no discurso real da jovem liderança indígena Txai Suruí na COP-26.

Mostra Cururupu em Cena

Em seguida, outro destaque da programação será a Mostra Cururupu em Cena, que selecionou três produções que trazem nas telas moradores do Arquipélago de Maiaú e/ou da cidade de Cururupu. São eles: “Mestre Umbelino Pimenta: Histórias e Toadas”, “Dona Taquariana, uma cabocla brasileira” e “A lenda do Rei Sebastião”.

Em “Mestre Umbelino Pimenta: Histórias e Toadas”, dirigido por Nat Maciel e Lilian Alves, o personagem homônimo compartilha um breve relato sobre sua trajetória e vivências no Bumba Meu Boi de Costa de Mão, revelando memórias e saberes dessa raríssima tradição maranhense.

Já em “Dona Taquariana, uma cabocla brasileira”, somos apresentados à personagem Dona Flor, que de pulso firme e sorriso largo, vai costurando suas histórias e trazendo para cena o protagonismo de sua cabocla Taquariana. Entre uma narrativa e outra, o brilho nos olhos anuncia como a festa acontece, como seu tambor de cura foi se transformando em uma ação cultural há mais de 20 anos no bairro Vila dos Nobres.

E em “A lenda do Rei Sebastião”, temos uma produção de 14 minutos e filmada em 1979, com a participação especial de moradores da Ilha de Lençóis, além da direção e montagem de Roberto Machado Junior, estrelado por Jorge Itacy, Tácito Borralho, Maria Maranhão, Nelson Brito, Itaércio Rocha, Soraya Janna e Krica.

Mostra SOLta na Maré

Encerrando a programação, o projeto exibe a Mostra SOLta na Maré, que exibirá o elogiado filme maranhense “Bethânia” – filme que traz uma visão única e espetacular de um dos pontos turísticos mais conhecidos do Brasil, os Lençóis Maranhenses, e estreou no Festival de Berlim de 2024.

No filme, depois de perder seu marido, Betânia se muda para o povoado onde nasceu, mas jamais habitou. Empurrada pelo som ancestral do Bumba Meu Boi, pela força da família e da comunidade, ela tenta renascer, assim como as flores que desabrocham nos Lençóis Maranhenses durante a seca.

Dirigido por Marcelo Botta e estrelado por Diana Mattos, Tião Carvalho, Caçula Rodrigues, Nádia D’Cássia, Michelle Cabral, Ulysses Azevedo, Vitão Santiago, Enme Paixão e Rosa Ewerton Jara, “Bethânia” é um dos destaques do cinema maranhense contemporâneo.

Ainda na mostra, a programação contará com exibição do filme resultado da Oficina de Produção Audiovisual em Comunidade e apresentações artísticas de manifestações das ilhas de Lençóis e Caçacueira – o grupo artístico da Unidade Integrada São José e um grupo de Carimbó, respectivamente –, além da distribuição de pipoca nas sessões e lanches em todas as atividades do projeto.

Projeto SOLta na Maré

A iniciativa “SOLta na Maré” visa oferecer uma vivência transformadora: durante cada sessão, serão projetados filmes para o público infantil e adulto ao ar livre, todos movidos inteiramente por energia solar, respeitando o meio ambiente e levando às comunidades a experiência de assistir a filmes em tela grande – muitos pela primeira vez.

Durante as atividades formativas, será promovida também a discussão sobre ética na produção de conteúdo, combate à desinformação e o impacto das fake news. A proposta é que a comunidade compreenda o valor de consumir, criar e compartilhar conteúdo de forma ética e responsável, criando uma cultura digital consciente e participativa.

Com uma estrutura de cinema que será totalmente movida à energia solar e um sistema móvel e sustentável que permite que o cinema alcance áreas remotas sem afetar o ecossistema, o “SOLta na Maré”, além de respeitar o entorno natural das ilhas, apresenta um modelo de evento cultural sustentável que visa inspirar as comunidades.

Com equipe formada majoritariamente por mulheres maranhenses com experiência no audiovisual e nas artes integradas, a iniciativa carrega, também, o objetivo de retratar toda essa bagagem em vídeo para promover o entendimento de que é preciso investir no atendimento das demandas diretas das comunidades isoladas.

Com um potencial de se tornar um exemplo inovador de sustentabilidade cultural e inclusão em comunidades isoladas, a nível nacional e internacional, o projeto é caracterizado pelo uso de energia solar para alimentar o cinema itinerante e a valorização das histórias locais tornam o projeto atraente para redes culturais e sustentáveis, abrindo portas para colaborações e intercâmbios internacionais, além de contribuir para os debates sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ao abordar temas como igualdade de acesso, educação de qualidade, redução das desigualdades e promoção cultura como direito humano universal.

Arquipélago de Maiaú

O Arquipélago de Maiaú, no Maranhão, é composto por, aproximadamente, 50 ilhas, com uma minoria habitada, como as ilhas de Lençóis e Caçacueira, onde o projeto “SOLta na Maré” será realizado. Essas ilhas, apesar de serem ricas em beleza natural e cultura, enfrentam desafios severos no abastecimento de energia elétrica e no acesso a bens culturais.

Ao levar cinema e capacitação audiovisual a essas ilhas, o projeto destaca a importância de descentralizar o acesso cultural e ilumina as histórias dessas comunidades para o Maranhão e além.

SERVIÇO

O quê: o projeto “SOLta na Maré”;

Onde: em unidades escolares das ilhas de Lençóis e Caçacueira, no arquipélago de Maiaú (Cururupu/Maranhão);

Quando: entre os dias 24 e 28 de novembro de 2025;

Mais informações: nos perfis oficiais do Instagram das produtoras Poli Companhia (@poli.companhia), Maranhezza (@maranhezza) e Orgânik Produções Culturais (@organikprod).

(Fonte: Assessoria de imprensa)