O Sampaio Corrêa inicia, na tarde deste domingo (3), a caminhada em busca do título da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023. Único representante do Brasil na Libertadores, o Sampaio disputa o seu primeiro jogo na fase de grupos da competição continental contra o San Antonio (PAR) a partir das 13h45 (horário de Brasília), na Arena Pynandi, localizada em Luque, na Grande Assunção. O duelo terá transmissão ao vivo pelo canal oficial da Conmebol Libertadores no YouTube.
Vice-campeão da edição de 2022 da Conmebol Libertadores, realizada em junho, na cidade de Iquique, no Chile, o Sampaio Corrêa, que conta com o apoio do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel), montou um elenco forte em busca do inédito título continental. Alguns dos atletas, como o goleiro Bobô, os alas Datinha, Filipe Silva e Zé Lucas, e o pivô Édson Hulk estiveram com a Seleção Brasileira de Beach-Soccer que, recentemente, foi campeã invicta da Liga Evolución, em Salinas, no Equador.
O Sampaio Corrêa disputará a Conmebol Libertadores de Beach-Soccer pela quarta vez, reforçando a sua tradição no cenário continental da modalidade. Antes do vice-campeonato de 2022, o Tricolor ficou em quinto lugar no torneio de 2017, realizado em Lambaré, no Paraguai, e conquistou a terceira posição em 2018, no Rio de Janeiro.
Agenda
Após a estreia contra o San Antonio, o Sampaio Corrêa volta a jogar pela fase de grupos nos dias 4 e 5 de dezembro, sempre a partir das 12h. O segundo compromisso tricolor será contra o Sportivo Cerrito (URU), e o último duelo na fase de grupos ocorre diante do Acassuso (ARG).
Forma de disputa
As 12 equipes participantes na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023 foram distribuídas em três grupos. Na primeira fase, jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final.
GRUPOS DA CONMEBOL LIBERTADORES DE BEACH-SOCCER 2023
Grupo A:
Presidente Hayes (PAR), Guaicamacuto (VEN), Unión Lurín (PER) e Hamacas (BOL)
Grupo B:
Libertad (PAR), Camba Pizzero (CHI), Antioquia (COL) e Victoria Andrés (EQU)
Grupo C:
Sampaio Corrêa (BRA), Acassuso (ARG), Sportivo Cerrito (URU) e San Antonio (PAR)
Neste sábado (2), é celebrado o Dia Nacional do Samba. A data surgiu por iniciativa de um vereador baiano para homenagear o compositor mineiro, autor do sucesso “Na Baixa do Sapateiro”, pela primeira visita a Salvador. Depois, a data passou a ser comemorada em todo o país.
Dos batuques africanos às rodas de samba como conhecemos hoje, muitos foram os elementos incorporados nessa trajetória, que tem como um dos marcos importantes a casa da famosa baiana Tia Ciata ou Hilária Batista de Almeida. A yalorixá reunia de sambistas a políticos em seu quintal para fazer samba, sempre depois das festas para os orixás. Ali, no coração do território que ficaria conhecido como Pequena África, na região central do Rio de Janeiro, nasceria o primeiro samba a ser gravado, “Pelo Telefone”, do compositor Donga.
Até então, o samba tinha um ritmo mais próximo do maxixe e foi aí que, por volta dos anos 1920, uma turma do Bairro do Estácio, de acordo com os historiadores, viu uma oportunidade de criar uma escola de samba. E foi assim que nasceu a Deixa Falar, uma escola que nunca desfilou.
Mas esse grupo, formado por figuras como Mano Elói, Ismael Silva e Bide, fez também sambas de sucesso, que atravessaram gerações e continuam sendo cantados até hoje nas rodas espalhadas pelo Brasil.
Nascido nos terreiros
Em tese de doutorado sobre a relação do samba, espiritualidade e mulheres de axé, a pesquisadora e jornalista Maíra de Deus Brito, ressalta que o samba nasceu dentro dos terreiros, ganhando outras nuances quando chega ao Rio de Janeiro.
“Quando Tia Ciata, Tia Perciliana, entre outras, saem da Bahia, da região do Recôncavo Baiano, e vão para o Rio de Janeiro, ali, vai ser desenvolvido outro samba, que é um samba urbano, o samba carioca, com temáticas não sagradas”, disse em entrevista à apresentadora Ana Pimenta, no programa Mosaico, das rádios nacionais da Amazônia e do Alto Solimões, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Embora desde o início tenham sido protagonistas na história do samba – apontadas como responsáveis pelos primeiros sambistas cariocas – as mulheres ainda buscam reconhecimento. Na luta por um espaço mais democrático, em 2018, surgiu o primeiro Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba. A cada evento, as sambistas começam a tocar simultaneamente em diversas partes do Brasil e do mundo.
Cada canto, um samba
A pesquisadora ressalta ainda que, em cada região do país, o samba é influenciado por outros ritmos e valores culturais locais. No Norte, por exemplo, aproxima-se da influência caribenha.
Em 2007, o Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu três gêneros do samba carioca como patrimônio cultural: rodas que cantam partido-alto, samba de terreiro e samba-enredo.
“O samba não morre, porque está sempre se reinventando”, destaca a pesquisadora.
Na capital fluminense, as segundas-feiras são marcadas pelo Samba do Trabalhador, comandado por Moacyr Luz, que lota o Clube Renascença, casa referência da resistência negra na cidade. Uma das rodas mais disputadas, recebe tanto turistas como frequentadores assíduos, que cantam o repertório de cor, independentemente se faz ou não sucesso no rádio.
Oswaldo Cruz é um reduto histórico de grandes sambistas, como Monarco, Manaceia e Seu Mijinha. O bairro, formado pela população negra expulsa do centro com as reformas urbanas, tem nele a Feira das Yabás, que resgata a cultura do samba no quintal, típico dos subúrbios cariocas. O evento, que celebra a cultura afro-brasileira, une música e comidas típicas feitas por matriarcas do samba, como Tia Surica.
Caminhos da Reportagem
Para marcar o dia do samba, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, apresenta reportagem sobre o samba na palma da mão, do tambor ancestral, da espontaneidade e do improviso, que mantém seu espaço mesmo diante da profissionalização e do grande sucesso comercial do Carnaval.
O programa vai ao ar neste domingo (3), às 22h, na TV Brasil
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realiza, neste sábado (2) e no domingo (3), a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2023/2.
Os portões fecharam às 12h para o primeiro turno de provas e abrirão novamente às 15h, para o segundo turno, marcado para começar às 16h, sempre no horário de Brasília. Nessa etapa, são realizadas as provas de habilidade clínica.
Segundo o Inep, a prova é “estruturada em um conjunto de dez estações, nas quais os participantes realizam tarefas específicas das áreas determinadas, podendo incluir investigação de história clínica, interpretação de exames, formulação de hipóteses diagnósticas, demonstração de procedimentos médicos, aconselhamento a pacientes ou familiares, entre outros contextos”.
O Revalida é composto por duas etapas (teórica e prática), ambas eliminatórias. Os exames abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva). “O objetivo é avaliar habilidades, competências e conhecimentos necessários para o exercício profissional adequado aos princípios e necessidades do SUS”, de acordo com o Inep. A participação na segunda etapa depende da aprovação na primeira.
A segunda edição da Taça Grande Ilha de Futebol Society, competição patrocinada pelo governo do Estado, pelo El Camiño Supermercados e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, teve seus finalistas definidos após partidas realizadas na última quinta-feira (23), na Arena Olynto, no Bairro Olho d'Água, em São Luís. Olímpica e Instituto Dek avançaram à decisão da categoria Sub-15, enquanto a final do torneio Sub-17 será disputada entre Mercado e Corinthians do Bequimão.
Equipe de melhor campanha na categoria Sub-15 da Taça Grande Ilha, a Olímpica confirmou o favoritismo nas semifinais, teve uma grande atuação diante do Revelação e garantiu vaga na final após goleada por 5 a 1. Já na segunda semifinal, o Instituto Dek teve dificuldades diante do Ferinhas da Vila, mas conseguiu a vitória por 3 a 2 após um duelo equilibrado e emocionante.
Já na categoria Sub-17 da Taça Grande Ilha, o Mercado, dono do melhor ataque da competição, mostrou sua força ao golear o Audaz por 5 a 1 nas semifinais. O segundo finalista é o Corinthians do Bequimão, que passou pelo 15 de novembro com uma vitória por 6 a 5 nos pênaltis, após empate por 3 a 3 no tempo normal.
Taça Grande Ilha
Vale lembrar que os grupos dos torneios das categorias Sub-15 e Sub-17 da segunda edição da Taça Grande Ilha de Futebol Society foram definidos durante a solenidade de lançamento da competição. Ao todo, 24 times participam desta edição: 12 equipes no Sub-15 e outras 12 no Sub-17.
Durante o lançamento desta edição da Taça Grande Ilha, todos os 24 times participantes receberam kits contendo uniforme completo (camisas, calções e meiões) e bolsas esportivas personalizados. Todo o material será utilizado pelas equipes ao longo de toda a competição.
TABELA DE JOGOS
Quinta-feira (23/11) | Arena Olynto (campo 1)
Olímpica 5 x 1 Revelação (Sub-15)
Mercado 5 x 1 Audaz (Sub-17)
Quinta-feira (23/11) | Arena Olynto (campo 2)
Instituto Dek 3 x 2 Ferinhas da Vila (Sub-15)
Corinthians do Bequimão 3 (6) x 3 (5) 15 de Novembro (Sub-17)
Dezenas de maranhenses de excepcional talento contribuíram de modo positivo e permanente no século XIX para a formação da identidade brasileira. Esse foi o tema e é o resumo da conferência “O ‘brain drain’ do Maranhão e a formação da brasilidade”, feita pelo jornalista, administrador, consultor e escritor maranhense Edmilson Sanches, que está no Sudeste do país, onde participa de eventos e tem recebido homenagens pelas atividades profissionais e culturais que desenvolve. O “brain drain”, em uma de suas definições, é a transferência de recursos na forma de capital humano – seres humanos que saem de um lugar e se estabelecem em outro, onde desenvolvem ou exercitam e investem seu conhecimento, qualificação e experiência.
A conferência foi realizada no Rio de Janeiro (RJ), na última quarta-feira (29/11) e transmitida ao vivo pela internet, pelo canal do Instituto Internacional Cultura em Movimento (IICEM), entidade que organizou o evento. A conferência pública é um dos pré-requisitos do IICEM para a outorga do título de Doutor Honoris Causa, além da prova de títulos, produção acadêmica e técnica e cultural e prestação de serviços sociocomunitários, análise de banca examinadora e investigação sobre o candidato.
Além da audiência via internet, participaram ao vivo da conferência os professores doutores Angeli Rose Nascimento, presidente do IICEM, que já esteve no Maranhão como professora convidada da Universidade Estadual (Uema), e Jorge Eduardo Magalhães, coordenador editorial do Instituto.
A exposição de Edmilson Sanches, aplaudida e muito elogiada ao término, fez um “passeio” histórico a partir de 1808, com a chegada de Dom João ao Brasil e, com ele, o aumento ou intensificação da forma de se fazer Literatura e de se escrever em Língua Portuguesa ao modo português, com a reiteração de assuntos da mitologia grega e romana e outros assuntos, nenhum deles vinculados ao Brasil... até o nascimento de Antônio Gonçalves Dias, maranhense de Caxias, que, em 1846, com seu primeiro livro, não sem razão intitulado “Primeiros Cantos”, praticamente criou ou fundou, no país, o “jeito” brasileiro de se escrever em português, com temas que se referiam à terra e sociedade brasileiras.
A partir de Gonçalves Dias, Edmilson Sanches discorreu sobre diversos outros maranhenses, que, naqueles anos oitocentos, saíram da terra natal, o Maranhão, e, como se fosse uma fuga de cérebros (“brain drain”), mudaram-se para outros Estados e regiões do Brasil, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, onde se tornaram verdadeiros “gigantes da cidadania”, na expressão de Sanches, para quem “o ‘brain drain’ do Maranhão transformou-se em ‘brain gain’, ganho de inteligência, para o Brasil”. A exportação de talentos é parte do processo de migração, que, hoje, totaliza mais de 4 milhões e 600 mil brasileiros vivendo fora do Brasil e mais de 184 milhões de pessoas nascidas nos diversos países do mundo e que não se encontram mais na terra em que nasceram.
Entre os nomes elencados por Edmilson Sanches, ressaltam o do filósofo e matemático caxiense Raimundo Teixeira Mendes, classificado pelo conferencista como um verdadeiro “iceberg” na prestação de serviços que contribuíram para a formação, fixação e ampliação da brasilidade ou nacionalidade ou identidade brasileira. Teixeira Mendes é mais conhecido – quando é”, condiciona Sanches – por ser o autor da atual Bandeira do Brasil, que é a parte mais exposta, diz Sanches, pois o filósofo e matemático também foi o redator do dispositivo constitucional que, pela primeira vez no país, separou a Igreja do Estado e declarou a liberdade de crença e culto para os brasileiros (antes, a religião católica era obrigatória constitucionalmente). Teixeira Mendes também foi quem redigiu o texto de leis pioneiras, como as que, pela primeira vez no Brasil, protegeram a mulher trabalhadora, o menor trabalhador, o doente mental e os indígenas (a Fundação Nacional do Índio, antes Serviço de Proteção ao Índio, teria sido criado sob sua inspiração). Teixeira Mendes escreveu sobre tudo isso, tendo deixado mais de quinhentos livros e outras publicações sobre esses e outros assuntos.
Outro nome destacado por Edmilson Sanches foi o caxiense Henrique Maximiano Coelho Netto, o notável escritor, indicado ao Prêmio Nobel, autor mais lido de sua época, responsável pela dignificação da capoeira no Brasil e, entre tantos méritos de repercussão nacional, introdutor do cinema seriado no país, gênero cinematográfico de onde se originaram as novelas e as séries de TV. Coelho Netto era também cineasta, tendo roteirizado e dirigido filme.
Outro nome lembrado por Sanches foi o do odontólogo Aderson Ferro, que era empresário em sua cidade, Caxias, e tinha o sonho de ser dentista. Terminou por ir para a França, onde se formou em Arte Dentária e tornou-se o primeiro brasileiro a escrever um livro de Odontologia, publicado na última década do século XIX, além de ser um dos introdutores da anestesia odontológica no país. Além disso, com a verve natural dos caxienses, após retornar para o Brasil, tornou-se escritor e jornalista e um dos mais combativos abolicionistas, tendo criado jornais e diversas bibliotecas (chamadas “gabinetes de leitura”) no Estado do Ceará, onde seu corpo está enterrado, na cidade de Baturité. Em livro biográfico feito em Fortaleza, Aderson Ferro é considerado “Glória da Odontologia Nacional”.
O ator, desenhista, artista plástico e professor Armando Maranhão foi outro maranhense de destaque. Considerado a “Pedra Angular do Teatro Paranaense”, esse caxiense esteve na Europa, onde estudou com “os maiores entre os maiores nomes do cinema mundial”, na definição de Sanches, como os cineastas Federico Fellini, Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni e Laurence Olivier. Após voltar para o Brasil, intensificou seu trabalho em prol do Teatro na capital, Curitiba, e no interior do Estado do Paraná.
Edmilson Sanches trouxe, ainda, diversos grandes nomes de talento maranhenses, que desenvolveram trabalhos pioneiros e de excelência fora do Maranhão “e agregaram mais brasilidade ao Brasil”. Nomes como Ubirajara Fidalgo, considerado o primeiro dramaturgo negro do Brasil, que mereceu do governo federal o “Ano Ubirajara Fidalgo da Cultura”, pelo pioneirismo e pela luta em favor da profissionalização do negro no teatro profissional. Foi lembrado também João Christino Cruz, o caxiense que, depois de estudar agronomia na Alemanha, França e Inglaterra, entre outros países, desenvolveu projeto pioneiro no Maranhão e, também, como deputado federal e presidente da Câmara, foi o responsável pela condução do projeto que criou o Ministério da Agricultura. Christino Cruz é o presidente de honra da Sociedade Nacional de Agricultura.
Sanches falou também sobre o professor Tarquínio Silva, maranhense de Viana, que prestou grande serviço à Educação do próspero município paulista de Santos, onde é qualificado como “Mestre dos Mestres”. Outros nomes foram Nina Rodrigues, criador da Antropologia Cultural e um dos patronos da Medicina Legal no Brasil; e Nunes Pereira, um intelectual sábio, médico-veterinário e antropólogo, biólogo e etnólogo, cujo nome é dado a uma das alas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que, além da Língua Portuguesa, dominava o tupi-guarani, nheengatu, alemão, francês, inglês e italiano. O escritor Carlos Drummond de Andrade escreveu sobre Nunes Pereira, que era homem despojado e morreu pobre: ”Homem de ciência agudamente provido de sensibilidade e visão humanística, eis o que é o caboclo maranhense Nunes Pereira”.
Edmilson Sanches, ao término, disse que maranhenses cruzaram o Brasil de Norte a Sul, emprestando seus talentos e força de trabalho em prol das terras que os acolheram. No Norte, Sanches reforçou com os exemplos de Eduardo Ribeiro, são-luisense que viveu 38 anos e foi jornalista, militar e governador do Amazonas duas vezes, tendo sido modelo de administração, a ponto de a capital do Estado, Manaus, ficar conhecida como a “Paris dos Trópicos”. Em Rondônia, Sanches lembrou o exemplo do caxiense Vespasiano Ramos, escritor de grande talento que foi o precursor da Literatura naquele Estado e ex-território, onde seu corpo foi sepultado. No Pará, Sanches lembrou que a progressista cidade de Marabá foi fundada por um caxiense, Carlos Gomes Leitão, e o nome do município deve-se ao empresário Francisco Coelho, natural de Barra do Corda (MA), que tinha gosto pela poesia de Gonçalves Dias, que deu o título de “Marabá” a um de seus poemas, título que se tornou nome do estabelecimento comercial de Coelho, nas proximidades dos rios Itacaiúnas e Tocantins, hoje centro histórico de Marabá. Segundo Edmilson Sanches, “além de gerar filhos para o Brasil, Caxias tem filhos que estão no nascimento de grandes cidades do país”.
No Sul e Sudeste do país, Sanches lembra a participação de Medeiros e Albuquerque, caxiense, que, a partir do Rio de Janeiro, foi o responsável pela realização da primeira contagem da população do Brasil (Censo Demográfico). Também, Berredo de Menezes, advogado, professor, escritor com volumosa obra poética traduzida em vários idiomas e considerado exemplo de administrador como prefeito de Vitória, no Espírito Santo. E mais: o médico José Eduardo de Souza, maranhense de Pedreiras, doutor em Cardiologia, pioneiro da chamada Cardiologia Intervencionista e realizador das primeiras cineangiocoronariografias (exame radiológico dos vasos que irrigam o coração) no Brasil, criador da técnica de revestir, com um produto farmacêutico chamado rapamicina, um nanotubo (o “stent”) a ser implantado na artéria, impedindo que este novamente se estreite, o que tem salvado milhares e milhares de pessoas em todo o mundo e propiciou ao maranhense reconhecimento e homenagens no mundo todo. E ainda, João Mendes de Almeida, escritor, jornalista, advogado, deputado, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, que fundou diversos jornais e foi redator da Lei do Ventre Livre, que garantiu que crianças nascidas de pessoas escravizadas não mais fossem, elas mesmas, escravas. “Só estes exemplos de dignificação legal dos seres humanos que vão nascer e os cuidados para que, adultos, continuem a viver, já justificaria a existência de uma ou mais pessoas”, diz Sanches, que já tem relacionados e documentados cerca de quinhentos nomes maranhenses de destaque nacional e, até, mundial, “os quais – sonha Sanches – integrarão um livro que praticamente já está escrito em minha mente – a ‘Enciclopédia Maranhense’, de, pelo menos, mil páginas, em dois volumes, projeto já apresentado há anos a diversos agentes públicos e instituições privadas, de todos tendo merecido, o projeto, uma silenciosa negativa ou um sonoro silêncio – que é a forma mais covarde de dizer ‘não’”.
Edmilson Sanches listou ainda: “A primeira música sertaneja gravada no Brasil é de um maranhense. A ideia de banco privado nasceu no Maranhão. Um maranhense foi o primeiro presidente do Banco do Brasil. O primeiro ministro de Ciência e Tecnologia foi maranhense. A primeira romancista brasileira é uma maranhense, Maria Firmina. A primeira tradução de obras de Shakespeare para a Língua Portuguesa foi um maranhense quem fez. A primeira gramática portuguesa no Brasil é de autoria de um maranhense. Um maranhense é o precursor do Parnasianismo. Outro, do indianismo. Aquele outro, do Modernismo nas Artes Plásticas. Um outro é fundador da União Nacional dos Estudantes. Mais outro, o pioneiro da Tradução Criativa. Um maranhense escreveu os primeiros livros de reportagem policial; e outro, é pioneiro na literatura de ficção. Maranhenses foram os primeiros músicos brasileiro a subirem no palco do Rock in Rio. A Avenida Paulista, em São Paulo, deve muito sua existência a Horácio Sabino, filho de Ricardo Leão Sabino, o maranhense que, em Caxias, foi o professor de Gonçalves Dias e incentivou a ida do futuro poeta para Coimbra. A primeira companhia imobiliária do Brasil foi criada por um maranhense, da cidade de Grajaú, daí o nome dos bairros Grajaú, no Rio e em São Paulo, que eram de propriedade daquele maranhense pioneiro. E por aí vão as centenas de contribuições positivas de maranhenses para o nosso país...”
Edmilson Sanches considera positivo para o Brasil esse quase êxodo, essa quase hégira e verdadeira diáspora, ocasionada por fatores os mais variados. Sanches convida à reflexão: “Talvez seja essa a missão do ser humano: fazer a desocultação do oculto, a explicitação do implícito, a visibilização do invisível, criando, inventando, rearrumando, estudando, pesquisando, agindo, fazendo. Em todo o mundo, seres humanos, de modo voluntário ou involuntário, por sua decisão ou forçadamente (como no caso dos refugiados), têm realizado trocas de lugares, mudanças de endereço e, até, adoção de novas nacionalidades. Buscam melhorias – para si e para seu entorno, que é sua comunidade, seu Estado, seu (novo) país. Se, com sua ausência, deixam saudade ou se, em alguns casos, provocam alívio, não importa; importa o que os motiva e o que, de modo positivo, engrandecedor, eles fazem para atender às pulsões e compulsões de seu sadio frenesi e paixões internos, de sua capacidade de pensar, projetar e realizar, de todo modo colaborando para um mundo melhor, como no caso do ‘brain drain’ maranhense do século XIX, quando homens e mulheres superaram as pré-condições obstaculizadoras de, em geral, uma origem humilde, e cresceram e (se) superaram, trazendo mais conhecimento, mais inovação, mais ações e sendo bons exemplos, com uma larga prestação de serviços que, no mínimo, fizeram e fazem do Brasil um país com identidade, com brasilidade – no mínimo, para os pessimistas, um país menos ruim, ou, para outrem, um país melhor, que merece que seu povo, o povo brasileiro, atinja estágios gradualmente mais avançados de qualidade de vida e, por que não?, de felicidade humana”.
(Fonte: Assessoria de comunicação)
Fotos: Edmilson Sanches e gestores do IICEM (Angeli Rose, presidente, e Jorge Eduardo, coordenador editorial), durante a conferência transmitida ao vivo em 29/11/2023.
A delegação do Sampaio Corrêa iniciou, na tarde desta quinta-feira (30), a viagem rumo a Assunção, no Paraguai, para a disputa da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023. Único representante do Brasil na Libertadores, o Sampaio busca o título inédito na competição continental, após ficar com o vice-campeonato na edição de 2022, realizada em junho, na cidade de Iquique, no Chile.
Antes do embarque no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís, os jogadores e a comissão técnica do Sampaio Corrêa participaram do lançamento dos uniformes de jogo que a equipe utilizará na Conmebol Libertadores 2023, em evento que contou com a presença do presidente Sergio Frota.
Para a disputa da Conmebol Libertadores 2023, o Sampaio Corrêa, que conta com o apoio do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel), montou um elenco forte. Alguns dos atletas, como os alas Datinha, Filipe Silva e Zé Lucas, o goleiro Bobô e o pivô Édson Hulk estavam com a Seleção Brasileira de Beach-Soccer que, recentemente, foi campeã invicta da Liga Evolución, em Salinas, no Equador.
O Sampaio Corrêa fará a sua estreia na Conmebol Libertadores 2023 diante do San Antonio (PAR), em partida marcada para a tarde deste domingo (3), às 13h45 (horário de Brasília), na Arena Pynandi, localizada em Luque, na Grande Assunção. O duelo terá transmissão ao vivo pelo canal oficial da Conmebol Libertadores no YouTube.
Nos dias 4 e 5 de dezembro, o Sampaio Corrêa vai entrar em campo no mesmo horário: a partir das 12h. O segundo compromisso tricolor será contra o Sportivo Cerrito (URU), e o último jogo na fase de grupos ocorre diante do Acassuso (ARG).
Forma de disputa
As 12 equipes participantes na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023 foram distribuídas em três grupos. Na primeira fase, jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final.
GRUPOS DA CONMEBOL LIBERTADORES DE BEACH-SOCCER 2023
Grupo A:
Presidente Hayes (PAR), Guaicamacuto (VEN), Unión Lurín (PER) e Hamacas (BOL)
Grupo B:
Libertad (PAR), Camba Pizzero (CHI), Antioquia (COL) e Victoria Andrés (EQU)
Grupo C:
Sampaio Corrêa (BRA), Acassuso (ARG), Sportivo Cerrito (URU) e San Antonio (PAR)
Uma das modalidades esportivas que mais cresce no Maranhão, o beach tennis terá mais um importante evento na reta final da temporada de 2023: o Campeonato Maranhense de Arenas e Clubes (Interarenas). A competição, que conta com a chancela da Federação de Beach Tennis do Maranhão (FMBT) e da Confederação Brasileira de Beach Tennis (CBBT), será realizada entre sexta-feira (1º/12) e domingo (3/12), em São Luís, e definirá os atletas habilitados para a disputa do Campeonato Brasileiro em 2024.
O Maranhense Interarenas terá uma cerimônia de abertura na tarde desta sexta-feira (1º), às 16h, na Arena Vila Lobos, no Bairro Parque Athenas, em São Luís, com desfile das equipes e execução do Hino Nacional Brasileiro. A competição continua no sábado (2), com partidas na Arena Premium, no Golden Shopping Calhau, enquanto as decisões de terceiro lugar e as finais ocorrem no domingo (3), na Arena Mandala, na Lagoa da Jansen.
Primeira competição de arenas feita por uma federação filiada a CBBT, o Campeonato Maranhense Interarenas terá a participação de 14 arenas, sendo nove de São Luís, duas de Presidente Dutra e uma de Pedreiras, Bacabal e Balsas. A disputa contará com seis categorias: 30+, 40+, D, C, B e Pro/Open.
Em cada categoria do Maranhense Interarenas, as arenas participantes poderão inscrever seis atletas, sendo três da categoria masculina e três da categoria feminina, além de um reserva. As duplas femininas jogam primeiro, e as duplas masculinas disputam seus jogos em seguida. Em caso de empate, será realizada a disputa das duplas mistas.
Passados 13 anos da instituição do Dia Nacional do Evangélico – lembrado nesta quinta-feira (30), conforme a Lei 12.328, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro de 2010 –, o diálogo com os fiéis protestantes ainda põe à prova a capacidade do Poder Público de se comunicar com essa população e de informá-la.
A avaliação é do teólogo Marco Davi de Oliveira, pastor batista, e autor do livro A Religião mais Negra do Brasil (Editora Ultimato, 2015).
“O Poder Público precisa ir pra base e conversar com os pobres. Necessita se aproximar dessas pessoas, ouvi-las. Precisa aprender a linguagem”, pontua Marco Davi em entrevista à Agência Brasil, descartando estereótipos e clichês contra os crentes.
Coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Valéria Zacariascorrobora a opinião do pastor. “Todo o grupo social tem os seus códigos, tem os seus signos”, assinala ao defender “a importância e a urgência de fazer uma comunicação segmentada”.
Na opinião dela, a comunicação do Poder Público precisa ser mais dirigida, “como é feita, por exemplo, no Carnaval". "O governo faz campanha direcionada para a comunidade LGBTQIA+ sobre a segurança sexual, não há impedimento legal para se fazer comunicação segmentada”.
O sociólogo Paulo Gracino Júnior, professor da Universidade de Brasília (UnB) e autor de A Demanda por Deuses (Editora Uerj/Faperj, 2015), avalia que “pastoras e pastores são interlocutores legítimos da periferia” e que é preciso abrir diálogo com representantes dos fiéis e debater os problemas das comunidades nas igrejas.
“O evangélico é uma pessoa empoderada. Eu posso conversar com ele. Ele tem demandas, não só demanda por bens espirituais. Ele tem demanda por saneamento básico, segurança, escola. Essas coisas com o tempo desarmariam a clivagem [divisão] que há entre esquerda e movimento evangélico”, opina o acadêmico, que é especializado em política e religião.
Gracino Júnior defende que haja “mais propostas” para resolver problemas apontados pelos evangélicos e “menos fisiologia”. Ele recomenda que no diálogo se abandonem preconceitos. “Tem esse problema que é a ideia de que o evangélico é irracional. Que não vai poder conversar com ele, porque ele é alienado”.
Negras e periféricas
Ainda não estão disponíveis os dados do Censo 2022 (IBGE) sobre a religiosidade dos brasileiros, o que permitiria uma visão mais atualizada sobre quem são os fiéis. A última referência de estudiosos é uma pesquisa do Instituto Datafolha, feita em dezembro de 2020.
De acordo com o levantamento, de cada dez brasileiros, três são evangélicos. Conforme os dados apurados, os crentes são o segundo bloco religioso mais numeroso do Brasil (31% da população), atrás apenas do percentual de pessoas que se declaram católicas (50%); mas bem acima das pessoas sem religião (10%), espíritas (3%), de credos afro-brasileiros (2%), demais crenças (3%) e ateus (1%).
O instituto quantifica que a presença dos evangélicos é bastante expressiva em todas as regiões do país: 39% no Norteste, 33% no Centro-Oeste, 32% no Sudeste, 30% no Sul e 27% no Norte.
No conjunto dos protestantes, as mulheres são maioria (58%) – entre os neopentecostais, a presença feminina ainda é maior (69%). Os crentes são predominantemente negros (43% pardos e 16% pretos) e tendem a ser mais jovens que os católicos: 62% dos evangélicos têm menos de 45 anos, enquanto a proporção nessa faixa etária é de 48% entre os católicos.
Estratégia de sobrevivência
“A maioria absoluta dos evangelhos é mulher negra e periférica”, sublinha o sociólogo Paulo Gracino Júnior, ao lembrar que elas são as pessoas mais vulneráveis na sociedade brasileira e precisam da fé como um recurso espiritual de sobrevivência.
“Elas veem a religião evangélica como estratégia de se manter em periferias que são extremamente violentas, extremamente machistas. A igreja é um lugar [em] que a mulher pode narrar seu sofrimento. Narrar e ser ouvida”.
À fala do especialista, a fiel Valdenice Rodrigues acrescenta que, além de contar suas histórias e serem escutadas, as mulheres procuram a igreja para entenderem seus problemas, para se protegerem, se sentirem mais seguras e para serem abençoadas. “A igreja para mim é uma família, sabe? É onde a gente conhece outras pessoas, onde a gente se ajuda quando precisa”,
“Ali onde eu estou, as pessoas procuram muito para receber oração. Porque querem uma resposta de Deus. A maioria está com algum problema, se não é casamento ou financeiro, é algo assim. Aí, procuram a igreja e pedem oração para a pastora. Ali, elas oram e recebem a benção. Depois, voltam para contar a benção que receberam”, conta Valdenice.
Evangélica desde o nascimento e trabalhadora doméstica, ela mora no Areal, região suburbana a aproximadamente 11 quilômetros do centro de Brasília. Aos domingos, quando a pastora presidente da sua igreja “dá oportunidade”, Valdenice é a “pastora Val” – como se identifica nas redes sociais – e prega no Ministério Todo Poderoso, da Assembleia de Deus. “O Areal é uma comunidade carente, não é classe média, a maioria aqui é do povo. Aqui é humilde”, relata.
Conservadorismo
Valdenice é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo. “Deus fez o homem e a mulher pra constituir família. Então, nesse ponto de vista aí na Bíblia, é errado. Eu respeito [casais homoafetivos], mas não concordo”. Também é contra a descriminalização do uso de drogas. “O mundo hoje já está tão difícil e se liberar isso aí vai ficar mais difícil ainda”.
Mas ela relativiza alguns valores conservadores. “Claro que se a mulher casar virgem tudo direitinho, bonitinho, isso é ótimo. Mas, hoje em dia, no mundo que a gente vive, isso é difícil, nós sabemos disso, né?”
Para o professor Paulo Gracino Júnior, a adesão a valores conservadores, e eventual opção eleitoral, não faz das mulheres evangélicas brasileiras pessoas fascistas. “Não dá pra gente dizer que uma mulher preta, pobre e da periferia, é fascista. Ela não é fascista e nem massa de manobra”.
Valéria Zacarias, coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, salienta que visões de mundo como de Valdenice não são exclusivas aos crentes. “É como nos tornassem responsáveis por todo o conservadorismo brasileiro. Responsáveis por todos os retrocessos que essa nação enfrenta. Tentam nos transformar, como se a gente fosse o outro da nação”, reclama.
Em raciocínio semelhante, o pastor Marco Davi lembra que a intolerância contra outras religiões, como as afro-brasileiras, constantemente atribuída aos crentes, é muito anterior à instalação das igrejas evangélicas no Brasil. Para ele, aliás, esse tipo de intolerância “é muito mais antiga que qualquer outra”.
Contrário a qualquer discriminação religiosa, o pastor consegue perceber até semelhanças entre manifestações de participantes de cultos e de frequentadores de terreiros.
“A questão da corporeidade é muito importante para a manifestação da africanidade. Então, há utilização do corpo, essa utilização do corpo ela está no candomblé, como também está na Igreja Pentecostal. O corpo é o instrumento de adoração, o corpo é um instrumento que exala a espiritualidade. Então, isso para mim é fantástico neste país. Tomara que tenha muitas pesquisas sobre isso, porque é bonito demais”, opina Marco Davi.
Capilaridade é capital político
Duas importantes características das igrejas evangélicas são a diversidade (de denominações e filiações) e a capilaridade urbana. Em diferentes correntes, e também de forma independente, os crentes estão espalhados pelas cidades, especialmente nos locais menos valorizados.
“Os evangélicos têm essa estratégia de se dividir e de ocupar espaços. Qualquer pequena loja do subúrbio pode virar uma igreja. Então, eles têm uma conduta ativa no espaço público”, descreve o professor Paulo Gracino Júnior, que compara: “A Igreja Católica não consegue se multiplicar de forma consistente para dar conta da dinâmica urbana rápida do Brasil”. O estudioso acrescenta que outras religiões têm ritos de iniciação, o que não é exigido para frequentar igrejas evangélicas.
Presente em todas as regiões do país, e multiplicando templos nas áreas mais populosas e carentes das cidades, onde as igrejas tradicionais não se instalaram e o Estado não protege e acolhe as pessoas, as igrejas evangélicas se tornam lugares de sociabilidade, lazer e acolhimento.
“Muitas dessas igrejas, senão quase todas, elas têm programas assistenciais. Elas têm questões muito fortes de combate ao vício de bebida e de droga e outros problemas que enfrentam nas periferias”, assinala o cientista político Leonardo Barreto, que já prestou consultoria a partido político na formação de quadros evangélicos para disputas eleitorais.
A extensa malha de igrejas e o imenso contingente de fiéis no país renderam capital político em sucessivas eleições às lideranças evangélicas e seus representantes. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, em 2010, a legislatura iniciou-se com uma bancada evangélica formada por 70 deputados. Em 2014, a bancada reduziu-se para 57 parlamentares na Casa. Em 2018, o número de deputados evangélicos voltou a crescer e chegou a 85.
Nas últimas eleições, esse número caiu para 75, mas em compensação a bancada de evangélicos no Senado Federal chegou a 13 parlamentares, o maior número da história. A contagem é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Leonardo Barreto assinala que há diferentes tonalidades nessa representação e que a bancada evangélica atua além da defesa de valores caros aos fiéis que são seus eleitores. “Eles querem transbordar para outros segmentos”.
Mais do que serem “atores de veto” contra eventuais pautas tidas como progressistas e identitárias, as lideranças evangélicas desejam se envolver mais com a agenda econômica. “Eles têm dito que são conservadores nos costumes e que são liberais na economia”, descreve Barreto.
O cientista político é categórico ao dizer que, independentemente da disputa política, a bancada evangélica defende o regime democrático. “É da natureza deles, está no DNA deles. Afinal de contas, essa ascensão ao poder acontece justamente depois de o país voltar a ter um regime democrático”.
Em razão de legislação local, o Dia do Evangélico é feriado em Alagoas e no Distrito Federal. É o caso também em municípios do Entorno do DF, como Formosa, Luziânia e Valparaíso.
Estudantes que leem textos mais longos têm mais chances de conseguir melhores resultados em avaliações tanto de leitura, quanto de disciplinas como matemática e ciências. A conclusão é de um estudo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), em parceria com a plataforma de leitura Árvore.
A análise mostra que entre os estudantes que leem textos com mais de 100 páginas, 29% atingiram, pelo menos, o nível 4 de proficiência em leitura no Programme for International Student Assessment (Pisa), uma avaliação internacional aplicada a alunos entre 15 e 16 anos. Entre os alunos que responderam que o texto mais longo lido no ano letivo tinha uma página ou menos, apenas 5% atingiram o mesmo nível.
Entre os estudantes que leem textos com mais de 100 páginas, 33% alcançaram, pelo menos, o nível 3 não apenas em leitura, mas também em ciências e matemática no Pisa, o que indica bom patamar de aprendizagem nessas áreas. Entre os que leem menos de uma página, 6% conseguiram o mesmo resultado.
“Esses dados revelam, portanto, que é raro um estudante atingir níveis elevados de proficiência em leitura sem ter um bom hábito leitor”, aponta o estudo.
As análises foram feitas a partir dos microdados do Pisa 2018. Entre os 79 países avaliados no Pisa 2018, o Brasil é o que tem maior índice de estudantes que disseram que o texto mais longo lido naquele ano tinha uma página ou menos: 19,6%. Nos países desenvolvidos, que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de apenas 5,5%.
Entre os países da América do Sul, o Brasil é o que tem o menor índice de estudantes que declararam ter lido mais de 100 páginas no ano: apenas 9,5%. O Chile apresentou percentual de 64%, a Argentina, 25,4% e a Colômbia, 25,8%.
Indicadores socioeconômicos
O estudo revela ainda que países com maiores índices do Produto Interno Bruto (PIB) mais alto e menor taxa de desemprego entre a população de 15 a 24 anos têm jovens com melhor hábito leitor. Essa análise foi feita considerando as respostas dos estudantes aos questionários do Pisa dos anos de 2000 e 2009 e duas variáveis externas: o PIB per capita dos países e a Taxa de Desemprego entre Jovens de 15 a 24 anos.
Segundo o estudo, a hipótese é de que se os jovens tiverem bons hábitos de leitura, eles podem ser mais capacitados para o mercado de trabalho, aumentando, assim, o PIB per capita de um país.
A inscrição para vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) termina nesta quinta-feira (30). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas, exclusivamente, pela internet, no Portal de Acesso Único ao Ensino Superior.
Cerca de 60 mil vagas são ofertadas. Os resultados da pré-seleção, em chamada única, e da lista de espera serão divulgados na segunda-feira (4 de dezembro). A seleção é feita com base nas notas do estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), desde a edição de 2010.
Estão aptos a se inscrever estudantes com matrícula ativa, que estejam fazendo, regularmente, o mesmo curso, turno e localidade da instituição de ensino participante do Fies, ofertados nessa edição. Outra exigência é que o estudante tenha renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos.
Os selecionados poderão financiar todo o segundo semestre deste ano, mesmo para quem está adimplente na instituição de ensino. Nesse caso, os valores já pagos poderão ser devolvidos se for de interesse do selecionado.
O Fies oferta vagas para estudantes poderem financiar os estudos, prioritariamente, em cursos de graduação em instituições não gratuitas participantes do programa, desde que tais cursos obtenham avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Será considerada avaliação positiva a obtenção de conceito igual ou maior que três.