O tempo passa veloz
a levar-me consigo
atroz, enquanto escrevo...
Sou pretérito de mim mesmo!
Procuro-me e não me acho,
tampouco me reconheço,
sou um simples anônimo
que por mim repasso...
No espelho apenas
um rosto gasto,
de um homônimo
talvez, raso e vasto.
Sou apenas de mim
uma voz que ressoa,
heterônimo de vez,
de um Fernando, talvez,
ou de uma outra Pessoa!
* Fernando Braga, “O Puro Longe”, Caldas Novas, 2012.