Gostaria agora de estar contigo,
sem lembranças e sem saudades,
mas só contigo, no silêncio puro
como o ar que se evola lá fora,
na quietude da aldeia que dorme...
Gostaria agora de estar contigo,
a ouvir o estalido de o fogo arder
a lenha, bem-disposta na lareira,
e beber um vinho de boa safra
para dizer-te um poema breve
e fazer-te um dengo nos cabelos...
Gostaria agora de estar contigo
a conversar sobre coisas antigas
até cair a chuva sobre a noite...
* Fernando Braga, “Magma”, Goiânia, 2014.