Professores e escolas não estão preparados para colocar em prática todos os pontos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio. É o que mostra o documento entregue pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), entidade que reúne os secretários estaduais de Educação, ao Conselho Nacional de Educação (CNE).
O documento é resultado de ação promovida no dia 2 de agosto, quando gestores e professores de 21,5% das escolas públicas e privadas que ofertam ensino médio no país debruçaram-se sobre a BNCC. Eles apontaram fragilidades na proposta e sugeriram mudanças.
Os professores identificaram conteúdos que consideram muito complexos, que, para eles, deveriam ser aprendidos apenas no ensino superior, e mostraram também que as escolas precisarão de adequações e profissionais, de formação, para colocar em prática determinados pontos, sobretudo os que demandam o uso de tecnologias.
A BNCC estabelece, por exemplo, que os estudantes aprendam a apresentar-se por meio de perfis variados, como “gifs” biográficos, biodata, currículo “web” e videocurrículo e de ferramentas digitais, como “gif”, “wiki” e "site”. Segundo os professores e gestores, o problema não é a habilidade, mas “a falta de recursos tecnológicos nas escolas públicas para desenvolvê-la”.
A mesma questão de falta de estrutura aparece quando se trata da habilidade esperada dos alunos de analisar redes sociais, comparando os “feeds” e discutindo manipulações e formas de diminuir o chamado efeito bolha – que, de forma simplificada, faz com que os usuários de redes sociais recebam, majoritariamente, conteúdos com os quais já têm afinidade, dificultando o contato com ideias diferentes.
Outras habilidades demandam ainda a capacitação dos professores, como “utilizar os conceitos básicos de uma linguagem de programação na implementação de algoritmos escritos em linguagem corrente e/ou matemática”. Para os docentes e gestores, ela “só poderá ser implementada caso haja capacitação dos professores para o domínio da área e laboratórios de informática para os alunos”.
Para a presidente do Consed, Cecília Motta, a BNCC não deve trazer apenas o que poderá ser executado imediatamente, mas objetivos ambiciosos. Ela enfatiza que ainda haverá um prazo para que ela seja implementada, suficiente para escolas e professores serem preparados. “Eu acho que a Base tem que mirar coisas mais altas, a gente tem que parar com essa hipocrisia de ficar nesse patamar que estamos no ensino médio”.
“Em 2019, ainda vamos estar em processo formativo dos professores, no processo de escrita dos currículos, com pretensão de mudar o que está posto para o ensino médio”, disse.
Habilidades
Em uma escala de 1 a 5, os professores e gestores classificaram cada uma das habilidades e competências previstas na Base quanto à clareza e quanto à pertinência. Todas as áreas receberam notas acima de 4.
Os professores também analisaram os conteúdos mais presentes e os que estão menos beneficiados nas competências previstas na BNCC. Na área de ciências humanas e sociais aplicadas, filosofia foi o componente considerado menos beneficiado. Em três das seis habilidades previstas, menos de 70% dos professores reconheceram a presença do componente.
O ensino da disciplina foi alvo de polêmica durante a discussão do novo ensino médio ainda no Congresso Nacional. Para mudar a etapa, foram feitas alterações em normas vigentes que obrigavam o ensino de filosofia nas salas de aula. Com a nova lei, ficou estabelecido que a BNCC deveria, obrigatoriamente, prever o ensino de filosofia, assim o de educação física, arte e sociologia.
Na área de linguagens, professores e gestores apontaram língua inglesa como o componente menos beneficiado e, na área de ciências da natureza, química.
“A construção desse documento vem sendo feita há muitos anos. Faz muito tempo que nós professores estamos vendo que a educação não está satisfatória. Já discutimos e não vejo o porquê de parar mais tempo para discutir. Não está boa a Base? Não é perfeita? Não é perfeita, mas podemos consertar. Vamos colocar o trem em cima do trilho e consertar no caminho”, defendeu Cecília.
Novo ensino médio
O ensino médio é considerado o maior gargalo da educação básica, com os piores indicadores. Para tentar mudar o cenário, o novo ensino médio, previsto em lei aprovada no ano passado, estabelece que as escolas passem a ensinar um conteúdo comum em todo o país, que deverá ocupar 1,8 mil horas dos três anos da etapa de ensino e que, no tempo restante, os estudantes possam receber formações específicas em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico, escolhendo uma de preferência.
A parte comum será definida pela BNCC, que, atualmente, está em discussão no CNE. Além da Base, o conselho discute ainda diretrizes que vão orientar as redes de ensino na implementação da nova lei.
O documento, que está disponível na “internet”, está dividido em quatro áreas do conhecimento – matemática, linguagens, ciências da natureza e ciências humanas e sociais aplicadas. Para cada área, são estipuladas competências para serem aprendidas pelos estudantes e, para cada competência, são definidas habilidades que garantirão esse aprendizado.
Etapas da BNCC
O CNE realiza nesta sexta-feira (14), em Brasília, a última audiência pública regional para discutir a BNCC. As audiências têm sido alvo de manifestações e chegaram a ser canceladas em São Paulo e em Belém.
Além das contribuições feitas nas audiência e em reuniões, o CNE tem recebido documentos com sugestões de alterações da BNCC, como o entregue pelo Consed e o elaborado conjuntamente por entidades que atuam no ensino de arte.
“A gente está dentro do cronograma traçado inicialmente. A partir daí [do fim das audiências], o trabalho será mais interno, de aprimoramento do documento enviado pelo Ministério da Educação”, disse o presidente do CNE, Eduardo Deschamps, presidente da comissão da BNCC e da Comissão das Diretrizes do Ensino Médio no conselho.
Segundo Deschamps, ainda não há uma data prevista para a aprovação do documento final. “O MEC queria que fosse aprovado [este ano], o Consed também acredita que seria importante que fosse concluído ainda este ano. Vamos [fazer a análise da BNCC] com muito cuidado e segurança”.
Após aprovada pelo CNE, a BNCC será encaminhada para a homologação do Ministério da Educação. A partir de então, os Estados, que detêm a maior parte das matrículas no ensino médio público, e as escolas particulares, deverão elaborar os currículos que serão aplicados nas escolas, tendo por base a BNCC. A previsão é que ela comece a ser implementada em 2020.
(Fonte: Agência Brasil)
Marcado por uma história de conquistas, o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) tem mais um motivo para comemorar: a inclusão no Programa de Escolas Associadas (PEA) da Unesco. A comitiva do Iema – composta pelo reitor Jhonatan Almada, o diretor de Ensino do Instituto, Elinaldo Silva, a gestora da UP Cururupu Marileide Costa, a técnica da Diren Natália Abreu e o professor da unidade plena de Coroatá Marcos Antônio Viana – recebeu na tarde dessa quarta-feira (12/9), em Salvador (BA), o título de Escola Associada da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Instituto é a primeira escola pública do Estado a participar do Programa de Escolas Associadas (PEA). A certificação ocorreu durante o Fórum da Unesco realizado em Salvador, durante os dias 11 a 15 deste mês.

Um estudo publicado por brasileiros e franceses mostrou que voluntários de 9 e 10 anos com dislexia que usaram filtros verdes apresentaram aumento da velocidade de leitura. O mesmo filtro não fez nenhum efeito em crianças sem o distúrbio. Esses filtros coloridos foram patenteados em 1983 e já foram indicados não só para crianças com dislexia como para portadores de autismo e Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O trabalho foi publicado pela revista científica “Research in Developmental Disabilities”.
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