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Dando continuidade ao projeto LITERATURA MARANHENSE, o BLOG DO PAUTAR apresenta, nesta quarta-feira, outro texto literário do escritor maranhense Edmilson Sanches. Aproveitem... Boa leitura!

(Prefácio** ao livro do jornalista, escritor e poeta Wybson Carvalho, da Academia Caxiense de Letras)

Isto não é um livro. É um libelo acusatório.

Um livro pequeno (“libellus”, em latim). Uma grande denúncia. Um sumário de culpa.

Este livro existe porque uma cidade deixou de existir, exilada de si mesma pelos que, loucos, locupletam-se do “locus” deslocado.

O autor, Wybson Carvalho, não economizou perplexidade, indignação e furor, a não ser pelos limites das letras e linhas de seus versos.

Essa cidade – a “pólis” do Leste maranhense (portanto “polislestiana”, no neologismo wybsoniano) – é uma cidade sem “o perfume dos jardins urbanos”, sem “a linguagem singela do cotidiano”, sem “a romântica pregação dos poetas”, mas com “a inimizade humana” que, agora, estaciona nela. É o que, logo de face, logo na cara, nos estapeia o “Canto ao Exílio”, poema-paráfrase da “Canção do Exílio”.

Resta saber que dor é mais tormento e tristeza: não rever sua terra e saber-se morrendo, ou (vi)ver sua terra e sabê-la sendo morta.

Nas duas situações, o destino do vivente é tragédia: em uma, engolido pelo oceano; na outra, esmagado por um mar de intrigas políticas, estelionatos eleitorais, incompetências administrativas, embromações burocráticas, corrupções intermináveis.

Wybson Carvalho sabe fazer crítica social e política e sabe documentar descalabros urbanos e administrativos sem renunciar à poesia. Sua poética da denúncia, por ser substantivamente poesia, sobreviverá ainda que se lhe extinguissem os motivos que a levaram a existir. Porque poética é “poiésis”, criação/reconstrução, enquanto o objeto da denúncia é “páthos”, doença/destruição.

O “páthos” do poeta não é transiente nem é d’agora. É uma dor – “Dor munícipe” – que nele se impregna e “há muito [foi] iniciada”. Pior, “sem prever o fim”. Por quê? Porque “há anos / a pólis troca-se e se veste / com a mesma roupa”. Portanto, um “Vestuário de forças” (nem precisa dizer: políticas).

Uma cidade inteira dobra o lombo àqueles aos quais ela se abriu e abrigou no coração. No dizer do poeta: “a pólis lestiana curva-se aos adotados”.

São novos-velhos maestros políticos querendo que todos dancem conforme (sua) música. Novos-velhos, gordos e (al)vadios sapos querendo que todos se acocorem em terras tidas como deles.

Quem e quantos não mais dançarão conforme a música nem se acocorarão em terras de “Bufos”, bufonídeos e bufões, que saltam e salteiam? (E, ainda assim, saltando e assaltando, “o não entregue aos carentes / não sacia a ganância dos abastados”: é como atesta o poema “Negação” reescrevendo o “quanto mais tem, mais quer”).

Das sublinhas e subleituras do poema “Valor patrimonial lestiano” pode-se inferir: Não são apenas “paralelepípedos” que estão “escondidos nas vias públicas”. Todos sabem que, sob o asfalto, jaz o... assalto. Nenhum contrato de pavimentação é inocente, embora quase todos sejam impunes.

De ganância e arrogância vai (des)vivendo a “pólis lestiana”. Wybson Carvalho poetifica e pontifica:

arroto da ganância
em estar sem ser...
insolência do indivíduo
ao revelar-se soberbo e atrevido
por benesses do poder
(“Arrogante lestiano”)

E...

o muito para poucos
e dividido aos obedientes
à atitude tabulada e cíclica.
o pouco para muitos
e esmolado à mendicância
sem compor as carências sociais lestianas.
(“Montante lestiano repartido”)

Só um poeta com qualidade literária e coragem cívica saberia enfeixar em poemas assim tanto olhar assim denunciador, tanto sentimento assim de inconformismo – em essência, tanto amor assim pela cidade, amor que o faz tirar do seu embornal de escritor as pedras-palavras a serem atiradas com fundas e baladeiras contra os Golias e Leviatãs do Poder Público.

“Necrópolis”, mais que um livro, ou libelo, poderia ser um grande necrológio. Só não o é porque nem tudo na cidade está morto. O poeta vive – e, com ele, sua poesia.

E, sabemos todos nós, enquanto há vida, esperança há.

(Re)viva a pólis!

* EDMILSON SANCHES
______
* *O livro “Necrópolis” recebeu também prefácio de Quincas Vilaneto.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ampliou, para o dia 10 deste mês, o prazo para pagamento do boleto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020.

Os novos boletos serão disponibilizados a partir de amanhã (3). Para acessá-los, é necessário que os candidatos inscritos entrem na Página do Participante e criem um documento de pagamento.

Segundo o Inep, mais de 5,7 milhões de pessoas já tiveram suas inscrições confirmadas.

A expectativa é que cerca de 300 mil inscritos devam efetuar o pagamento para confirmar a participação no Enem 2020.

Por meio de nota, o Inep informou, ainda, que a prorrogação se deve às dificuldades decorrentes do cenário de pandemia do novo coronavírus (covid-19).

(Fonte: Agência Brasil)

3

O número de matriculados em instituições de ensino superior público na modalidade a distância aumentou 45% entre 2016 e 2018. A taxa de matrícula alcançou 173 mil estudantes, segundo informações do Censo da Educação Superior de 2018.

Os dados foram levantados pela plataforma interativa Quero Bolsa, criada para estudantes buscarem auxílio e descontos para inscrição em faculdades particulares.

Esse aumento acontece depois de anos consecutivos de queda constante. Em 2010, o número de estudantes matriculados no ensino público a distância era de 182 mil, representando queda de 34%.

São Paulo é o Estado com maior número de matriculados, com mais de 42 mil alunos. Em último lugar, aparece o Distrito Federal, com apenas 4. Veja os cinco Estados com maior número de inscritos: São Paulo – 42.787; Rio de Janeiro - 35.226; Piauí – 11.928; Paraná – 10.349 e Maranhão - 8.306.

O curso com maior número de matriculados é o de pedagogia, com 37.475 alunos. Também se destacam engenharias e cursos de formação de professores. Veja os 10 primeiros colocados: pedagogia – 37.475; formação de professor em matemática – 16.570; administração pública – 13.286; engenharia de produção – 11.582; formação de professor em letras/português – 10.014; formação de professor em biologia – 9.136; engenharia de computação – 7.599; administração – 7.469; formação de professor em geografia – 6.752; formação de professor em história – 5.037.

Sisu

A partir do segundo semestre deste ano, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também disponibilizará vagas de cursos a distância. O Sisu oferta vagas em instituições públicas de ensino superior com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Segundo o Ministério da Educação (MEC), as instituições de ensino superior deverão oferecer um meio digital para que o estudante entregue a documentação necessária à matrícula. Além disso, as instituições devem publicar, na “internet”, a lista de espera por curso, turno e modalidade de concorrência, assim como a sistemática adotada para convocação dos candidatos.

Apesar da nova oferta no Sisu, um em cada três estudantes (33,5%) que tentaram vaga no curso superior, nos últimos cinco anos, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não tem acesso à “internet” e a dispositivos como computador ou celular, que permitam, por exemplo, aprender por meio da educação a distância.

Conforme análise dos dados colhidos nas respostas do questionário socioeconômico aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na inscrição para o Enem nos últimos cinco anos, 65,9% dos egressos desse nível de ensino declararam acessar “internet” e celular; 61,9% tinham computador e celular; e 54,81% tinham os dois dispositivos e acessavam a rede mundial de computadores. Quase 98% declararam ter celular. Os dados também foram compilados pela plataforma Quero Bolsa.

(Fonte: Agência Brasil)

Como forma de celebrar a Semana do Meio Ambiente, a 9ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema antecipou a exibição gratuita de cinco filmes recentes produzidos no Brasil, no Canadá, nos Estados Unidos e no Reino Unido. Os filmes serão transmitidos entre 3 e 9 de junho por meio da plataforma Videocamp. Normalmente, a mostra é realizada em agosto.

A partir do título dos filmes, serão feitos encontros virtuais ao vivo, pelo YouTube e Facebook, para discutir temas como conservação ambiental, mudanças climáticas, economia e saúde. Participam dos debates os cineastas Fernando Meirelles, Jorge Bodansky e Estêvão Ciavatta; os jornalistas Flávia Guerra, Mariluce Moura, da “Revista Fapesp”, e Claudio Angelo, da rede Observatório do Clima; Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental; o cientista Paulo Artaxo, professor da USP, o professor de economia da PUC-SP Ladislau Dowbor; o procurador do Ministério Público Federal no Pará Daniel Azeredo; e o editor-chefe do “Le Monde Diplomatique Brasil”, Silvio Caccia Bava

Os cinco filmes exibidos serão “Ruivaldo, o Homem que Salvou a Terra”, de Jorge Bodanzky e João Farkas; “Amazônia Sociedade Anônima”, que tem Estêvão Ciavatta como diretor e Walter Salles como produtor associado; “A Grande Muralha Verde”, que tem produção executiva de Fernando Meirelles, “O Golpe Corporativo”, de Fred Peabody, e “Ebola: Sobreviventes”, de Arthur Pratt.

Segundo o diretor da Ecofalante, Chico Guariba, a mostra já faz parte do calendário da cidade de São Paulo e, com a edição “on-line”, será possível expandir o público e o debate para todo o Brasil. "A 9ª edição da Mostra Ecofalante foi transferida de junho para agosto por questões operacionais, mas não poderíamos deixar a Semana do Meio Ambiente passar em branco, especialmente neste momento em que a pandemia e a crise política e econômica têm amplificado os problemas socioambientais no Brasil e no mundo", disse Guariba.

Calendário

A mostra começa quarta-feira (3), às 19h30 com “Ruivaldo, o Homem que Salvou a Terra”, que conta a história de Ruivaldo Nery de Andrade, que ganhou destaque como um soldado na linha de frente da batalha pela proteção do meio ambiente. Antes da exibição, às 19h, o evento será apresentado pelo diretor da Mostra Ecofalante de Cinema, Chico Guariba, acompanhado por Laís Bodanzky, diretora-presidente da Spcine. O filme fica disponível até o dia 9.

Na quinta-feira (4) às 17h, entram, na plataforma, os filmes “Golpe Corporativo” e “Ebola: Sobreviventes”, que, também, ficam disponíveis até 9 de junho. No mesmo dia, às 19h, os diretores de “Ruivaldo, o Homem que Salvou a Terra”, Jorge Bodanzky e João Farkas, debatem o filme, com mediação da jornalista Flávia Guerra.

Na sexta-feira (5), às 15h, cineastas brasileiros discutem “O Papel do Cinema na Comunicação de Questões Socioambientais”. Participam representantes de alguns dos títulos da programação: Fernando Meirelles, Jorge Bodansky, Estêvão Ciavatta e João Moreira Salles, com mediação de Flávia Guerra. Já às 19h, debatem o tema “Conservação: O Ataque ao Meio Ambiente e aos Povos Tradicionais”, Adriana Ramos, com mediação de Claudio Angelo.

Ainda na sexta-feira, às 17h, começa a exibição de “Amazônia Sociedade Anônima”, filme que registra uma união inédita entre índios e ribeirinhos para salvar a floresta das quadrilhas que roubam terras e praticam o desmatamento ilegal. A obra mostra a resistência a invasões na Terra Indígena Sawré Muybu, entre os municípios de Itaituba e Trairão, no Pará, onde vivem cerca de 200 indígenas, além de populações ribeirinhas. O título fica disponível por 24 horas.

No sábado (6), às 17h, entra na plataforma, por 24 horas, o britânico “A Grande Muralha Verde”. O filme acompanha Inna Modja, cantora e ativista do Mali, em uma jornada épica pela Grande Muralha Verde da África. Às 19h, entra, em debate, o tema “Mudanças Climáticas: Desertificação, Conflitos, Migrações e Outros Impactos Imediatos”, com participação do cineasta Fernando Meirelles, do cientista Paulo Artaxo e mediação de Daniela Chiaretti.

O tema de domingo (7) é economia, ilustrado pelo documentário “O Golpe Corporativo”, que narra a história por trás desse tipo de golpe, que seria a origem de muitos dos problemas na democracia atual, controlada por lobistas e pelo corporativismo. Às 19h, o debate é sobre “System Error: Como o Atual Sistema Econômico Leva à Destruição Ambiental, ao Fim do Trabalho Digno e ao Abalo da Própria Democracia”, do qual vão participar o professor Ladislau Dowbor e convidados e o mediador Silvio Caccia Bava.

Saúde será o tema da próxima segunda-feira (8), ilustrado pelo documentário norte-americano “Ebola: Sobreviventes”, considerado pela crítica especializada uma produção “muito poderosa”. Pelas lentes de cineastas africanos, o longa-metragem traça um retrato dos heróis da Serra Leoa ao enfrentar o ebola durante uma das mais agudas emergências de saúde pública dos tempos modernos. Às 19h, o debate “Como Comunicar em Tempos de Crise Sanitária e Fake News?” contará com a participação do médico sanitarista Douglas Rodrigues e do biólogo e pesquisador, Átila Iamarino e mediação de Mariluce Moura.

(Fonte: Agência Brasil)

O consumo de vídeo e áudio “on-line” (o chamado “streaming”) aumentou e se consolidou no Brasil. Entre os usuários de “internet”, 74% assistiram a programas, filmes, vídeos ou séries e 72% ouviram música “on-line” em 2019.

As informações são da pesquisa TIC Domicílios 2019, mais importante levantamento sobre acesso a tecnologias da informação e comunicação, realizada pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br), vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Vídeo “on-line”

O consumo de vídeo “on-line” é bastante diferente quando observadas as condições econômicas e a escolaridade. A prática foi registrada em 87% dos entrevistados da classe A, enquanto, nas classes D e E, o percentual foi de 65%. O hábito ficou em 83% para aqueles com ensino superior completo, contra 45% para os analfabetos ou que fizeram até a educação infantil.

A prática de assistir a vídeos foi mais comum nas áreas urbanas (75%) do que rurais (63%); e entre homens (79%) do que entre mulheres (69%). No recorte por cor e raça, o índice apenas oscila entre brancos, pretos e pardos. O carregamento de arquivos (“download”) de filmes ficou em patamar bem menor, de 23%. Esse era o principal canal de consumo de vídeos na década passada e início da atual.

Áudio “on-line”

O ato de ouvir música pela “internet” também difere pelos mesmos indicadores. Na classe A, ele foi identificado em 79% dos ouvidos, enquanto, nas classes D e E, foi relatado por 68% dos entrevistados. Entre os usuários com ensino superior, alcançou 80%, contra 52% entre os analfabetos e pessoas que tiveram até a educação infantil.

As músicas “on-line” são ouvidas por 73% dos entrevistados nas cidades e por 64% no campo. Os homens apareceram com índice maior (76%) do que as mulheres (70%). No recorte por cor e raça, as respostas ficaram em patamares semelhantes. Já os “downloads” de músicas ainda permanecem como opção para 41% dos ouvidos.

A pesquisa incluiu a análise sobre o consumo de programas de áudio “on-line”, os chamados “podcasts”. Dos usuários ouvidos, 13% contaram consumir este tipo de conteúdo. Na classe A, esse percentual sobe para 37%.

Criação de conteúdos

A pesquisa também perguntou aos entrevistados sobre práticas de criação e compartilhamento de conteúdos na “internet”. Dos ouvidos, 19% relataram produzir ou atualizar “blogs” ou páginas na “web”, e 36% publicaram textos, imagens, fotos ou vídeos que criaram na rede mundial de computadores. Os índices também crescem de acordo com a renda e a escolaridade.

Já o ato de compartilhar conteúdos de terceiros foi mais comum, sendo confirmado por 73% dos entrevistados pela pequisa.

Avaliação

Na avaliação do gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, o Brasil passou da situação no passado recente de pessoas que faziam “download” de músicas e vídeos para hoje fazer esse consumo de forma “on-line”. A proporção dos usuários que assistem a conteúdo de “streaming” está relacionada aos que usam por múltiplos dispositivos, com índices maiores para este tipo de consumo na banda larga fixa do que na móvel.

Para Rafael Evangelista, pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o consumo de vídeo tem se dado fortemente pelos serviços de mensageria, como o WhatsApp. Como muitas pessoas só acessam a “internet” do celular e possuem pacotes de dados limitados, ficam reféns dos serviços gratuitos dessas redes sociais, que fazem acordo com as operadoras para não contar no consumo de dados.
(Fonte: Agência Brasil)