A Câmara dos Deputados concluiu, nessa terça-feira (7), a análise da Medida Provisória 934/2020, que suspende a obrigatoriedade de escolas e instituições de ensino superior cumprirem uma quantidade mínima de dias letivos neste ano devido à pandemia da covid-19. A matéria segue para o Senado.
O texto prevê que escolas de educação infantil serão dispensadas de cumprir os 200 dias do ano letivo e a carga mínima de 800 horas. Já as escolas de ensino fundamental e médio deverão cumprir a carga horária mínima de 800 horas e não terão obrigação de cumprir os 200 dias letivos.
Para assegurar que o conteúdo curricular dos estudantes seja aplicado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) editará diretrizes nacionais para criar a regra, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sem prejuízo da qualidade do ensino e da aprendizagem.
“A Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) vem analisando os efeitos no aprendizado decorrentes do fechamento prolongado de escolas. A instituição estima que cerca de 126 milhões de estudantes, da educação infantil à superior, estão sem ir às aulas por conta da pandemia da nova covid-19 nos 24 países que integram a entidade”, argumentou a relatora da proposta, deputada Luisa Canziani (PTB-PR).
A deputada ressaltou ainda que dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apontam que 192 países tiveram seus sistemas de ensino afetados, com mais de 1,5 bilhão de alunos fora das escolas. No Brasil, as aulas presenciais estão suspensas em todo o território nacional.
A proposta de Canziani permite que o conteúdo acadêmico deste ano seja aplicado em 2021, juntando duas séries ou anos escolares. Pelo texto, o uso de atividade pedagógicas “on-line” está permitido, mas, para contar como carga horária mínima, deverá seguir critérios definidos pelo CNE. Cada faixa etária dos estudantes e de cada modalidade de ensino terá sua própria regra.
A medida também assegura aos estudantes das redes públicas a continuidade de programas de alimentação e de assistência à saúde durante o período que perdurar a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Atualmente, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos pelas escolas com os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) já está prevista em lei. O texto de Canziani assegura que parte desses alimentos sejam oriundos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural.
Enem
A medida prevê que o Ministério da Educação (MEC) deverá ouvir as secretarias estaduais de Educação para definir a nova data do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni) deverão ter seus processos seletivo compatíveis com a data de divulgação dos resultados do Enem.
Segundo enquete realizada pela pasta, 49,7% dos estudantes preferem que o Enem impresso seja aplicado em 2 e 9 de maio de 2021 e o Enem digital em 16 e 23 de maio. As provas, que ocorreriam em novembro deste ano, foram adiadas em razão das medidas de enfrentamento à pandemia da covid-19.
Ensino superior
As instituições de ensino superior não serão obrigadas a cumprir os 200 dias letivos. No entanto, a carga horária prevista da grade curricular de cada curso deve ser cumprida. Pelo projeto, não deverá haver prejuízo aos conteúdos essenciais para o exercício da profissão, e as atividades pedagógicas não presenciais também serão admitidas para completar a carga horária.
O texto autoriza a antecipação da conclusão de cursos específicos da área de saúde, desde que cumpridos alguns requisitos. No caso de medicina, o aluno precisa ter cumprido 75% da carga horária do internato e nos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia, o mínimo é 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.
A mesma regra será aplicada aos cursos de educação profissional técnica de nível médio caso tenham relação ao combate à pandemia. O estudante precisará ter cumprido, no mínimo, 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.
Dando continuidade ao projeto, o BLOG DO PAUTAR apresenta, nesta quarta-feira (9/7), outro texto da nossa literatura maranhense. Aproveite... Boa leitura!
PREFÁCIO
(Para o livro “Histórias de Pescador”,
de James Pimentel, jornalista imperatrizense)
Hoje, o Rio Tocantins dá mais histórias que peixe.
Pelo menos na parte maranhense que passa por Imperatriz, o outrora caudaloso, piscoso e limpo rio é o lugar permanentemente móvel, a referência líquida e incerta que recebe mais esgotos que anzóis e de onde se extraem mais saudades que alimentos.
Não é de estranhar, portanto, que os principais seres vivos do nosso Tocantins sejam os pescadores – não os peixes. Pescadores sem pescado... mas, pelo menos, com muita coisa e muito causo pra contar.
E quem lhes poderia resgatar e documentar as histórias e estórias, as farturas e agruras, vivências e sofrências? Que novo Cristo meter-se-ia a fisgador de gentes, pescador de pescadores?
Jornalistas e historiadores, sim, podem ser os novos colhedores das gentes das águas.
Um desses – James Pimentel, jornalista –, da mais recente fornada do curso de Comunicação Social do “campus” imperatrizense da Universidade Federal do Maranhão se apresenta aqui, com suas “Histórias de Pescador”.
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Em agosto de 1864, um decreto estabeleceu que o Rio Tocantins pertencia também ao Estado do Maranhão. A imensa serpente d’água de 2,4 mil quilômetros fazia toca e leito em nossas terras submersas. E, às vésperas de completar 150 anos de “maranhensidade” legislativa, estamos mantendo vivo e forte o rio que, à base de hidrogênio e proteína, tanta vida alimentou, tanta força deu, gerou?
Às vésperas do século e meio daquele decreto, que histórias boas temos a contar para o rio que transportou pessoas e permitiu o início da História imperatrizense? Como já escrevi, foi pelo Tocantins, foi com ele e foi nele que tudo começou. O registro de nascimento de Imperatriz não foi escrito à tinta – foi escrito com água. O Tocantins é a grande pia batismal onde a cidade, ontem, fez sua iniciação e, hoje, exige purificação. Esse rio trouxe, há 161 anos, os fundadores da cidade. Ajudou a fazer a cidade. Ajudou a fazer História. Um rio que só é velho porque se renova. Desde 1852, fundação de Imperatriz, o Tocantins foi um rio que passou, e continua, em nossa vida. Um rio que é permanente porque é passageiro. Transitoriamente eterno.
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Foi conversando à beira desse rio e também navegando por sobre suas águas, foi nadando – e, muitas das vezes, se afogando – em um caudal de informações e possibilidades que James Pimentel fez vir à tona este livro.
O jovem e promissor jornalista e escritor soube ancorar, no Cais do Porto não tão (geologicamente) seguro, seu talento de observador de pessoas, coisas e situações e absorvedor de fatos, relatos e emoções. Na busca de material, envolveu-se emocionalmente, padeceu fisicamente – nada que já não fosse esperado e tão próprio do ofício de caçar conversas e notícias.
Os personagens (entre outros, pescadores e burocratas, atravessadores ou intermediários daqueles profissionais e de seus esforços e produtos), sem o saberem e sem procurarem, encontram, em James Pimentel, alguém que, sem abdicar dos sentimentos próprios – do que não se envergonha o “new journalism” –, soube capturar e documentar os depoimentos. Para isso, utilizou-se de discrição e descrição... e, em uma e outro, soube/sabe ser eficiente.
Vários são os (bons) exemplos em que Pimentel usa essa arriscada arma de dois gumes que é a redação descritiva – que pode ser fastidiosa ou fastigiosa, tanto pode cansar quanto motivar. Para captar/capturar os elementos, anotá-los e transformá-los em texto contínuo, uniforme, a discrição foi uma “arma” adequada – que ele revela no texto... discretamente.
“Histórias de Pescador” é um livro-reportagem, esse gênero e suporte que põe mais água (com saber e sabor...) no feijão jornalístico. Afinal, o jornalismo não pode “alimentar” seus, digamos, consumidores apenas com esse “fast-food” dos textos poucos, curtos, como se tivéssemos, nós leitores, apenas dois neurônios (são cem bilhões, viu?).
Aí, com a desculpa de que “as pessoas não têm mais tempo de ler”, certo jornalismo em prática, em especial nas cidades de interior, vai servindo informações em pílulas de mesmo formato, semelhante conteúdo, igual gosto. É dose!... Jornalismo homeopático. Uma sensaboria...
O texto jornalístico e os neurônios estão carecendo de mais plasticidade e menos plastificação. Quase ninguém ousa, pelo menos por estas bandas. Preferem os jornalistas ser usados a ousados. Ninguém arrisca começar a linha inicial do texto de uma reportagem sobre um assassinato (mais um...) com uma prolongada interjeição de dor ou sofrimento: “Aaaaaaaaiiii!...” Ou a sequência onomatopaica de tiros disparados (“Bangue! bangue! bangue!”). Ou a expressão gráfica do ronco do motor em uma corrida de automóveis: “Vruuuuuuuuuummmmm!”
Resumiram o texto jornalístico a uma fórmula e a transformaram em trilho, fôrma e forma: a ocorrência (o que), os personagens (quem), o tempo (quando), o modo (como), local, espaço, ambiente (onde), motivo (por que), intenções, consequências (para que). E com sete elementos faz-se o Jornalismo e descansa-se como uma divindade dos fatos, um deus do texto que descansa no sétimo dia.
Evidentemente, o que deve sair impresso das máquinas, todo dia, é uma publicação jornalística, não um livro de criatividade literária. Mas, convenhamos, há de haver algo a se somar, a se juntar a esse jornalismo-água – insípido, inodoro, incolor, que escorre e some pelos desvãos neuronais para no instante-dia seguinte nada restar. Nem lembrança.
Este livro-reportagem não é apenas um livro que contém uma reportagem e tampouco é tão só uma reportagem que se imprimiu em forma de livro. O texto é alongado para os padrões tradicionais, usuais, do espaço e do cotidiano dos jornais. O texto, sem pretensão de ser literário, tem literariedade – qualidade que a redação jornalística nem sempre observa ou absorve. O autor é mais que autor: aqui e acolá também é personagem – discreta, mas presente, nominada (diria, “pronominada”, identificada por pronomes).
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Quem tem medo do livro-reportagem? Da grande reportagem? A cultura ocidental, pelo visto, não tem (da oriental não pesquisei exemplos). O Brasil medo também não deveria ter – e temos antiguidade nesta área, como os relatos de Euclides da Cunha no fim do século XIX para o jornal “O Estado de S.Paulo”, que se transformaram na citada e felicitada obra “Os Sertões”. E João do Rio. Revista “O Cruzeiro”. E “Realidade”. E...
Livro-reportagem é sobretudo Jornalismo, com o emprego também – por que não? – dos recursos linguísticos, do senso estético da Literatura. Embora quebrando a imposição do “lead”, porquanto fugindo de uma fórmula eivada de pronomes, advérbios, conjunções..., nem por isso o livro-reportagem abdica da boa prática jornalística: primeiro, informar-se; depois, informar. Só que isso não precisa ser confinado à horizontalidade do papai-mamãe se há a variedade do Kama Sutra...
Já escrevi também que Literatura é ofício com letras. Ainda que use linguagem “média” para comunicar a uma “média” de leitores, o Jornalismo não deve dispensar o uso estético da linguagem escrita e, também, imagética (fotografias, desenhos...).
Há diversos autores – jornalistas e/ou escritores – de livros-reportagem: Gay Talese, Norman Mailer, Tom Wolfe e Truman Capote, “fundadores” do “new journalism”, o novo jornalismo, que, entre características diferenciadoras do jornalismo “tradicional”, apura com mais precisão e retrata com mais beleza literária os fatos. Tenho o livro e o filme, por exemplo, “A Sangue Frio”, obra (literária? jornalística?) de Truman Capote considerada referência em termos de “new journalism”. Ao pesquisar sobre o assassinato de toda uma família nos Estados Unidos, Capote produziu mais de oito mil páginas de anotações e investigou durante cinco anos.
Evidentemente que na cozinha jornalística tanto se servem pratos rápidos (o “fast-food” cotidiano) quanto se preparam as comidas mais elaboradas. Há espaço para isso e algo mais; não deve havê-lo para concepções esculpidas em aço, para o “taken for granted”...
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Li, reli e treli este livro. O autor sabe disso. Sabe dos elogios – e das observações e sugestões – que lhe fiz.
A obra vale a pena ler. É boa de ler. O texto é fluido como as águas do rio a que se refere e de onde já se pescaram muitos peixes e alegrias, e por onde já navegaram incontáveis certezas, e onde, hoje, adernam ou soçobram esperanças, e em cujo cais aportam, fundeiam decepções de pescadores.
Este livro é Jornalismo, é Literatura e é História. Aqui se recuperam e se documentam aspectos da vida de pessoas e instituições, de suas características e comemorações. A Colônia de Pescadores e a Associação dos Barqueiros (e as intrigas institucionais e políticas entre elas e a partir delas, que o autor, discreta mas espertamente, pescou)... As festas dos pescadores para São Pedro e para São João (lamentavelmente descontinuadas)... Reflexos e reflexões.
O imperatrizense James Pimentel termina um livro e mal começa a mostrar o bem que pode fazer a partir da escrita, com o cardápio de teorias e o instrumental das práticas que a Universidade lhe serviu. Orgulha-me ter sabido, com surpresa e satisfação, que James Pimentel foi um dos muitos e esforçados ouvintes que já tive em meio a muitos e esforçados ouvintes de minhas palestras em cursos pré-vestibulares, para onde, em meu solitário ide-e-pregai, sou convidado a ministrar palestras sobre Imperatriz, sobre educação, conhecimento e cultura, sobre motivação pessoal e profissional, sobre orientação vocacional, sobre razões primeiras e fins últimos. Sobretudo sobre tudo.
Parabéns, James Pimentel. Imperatriz o viu nascer.
Agora, a Cidade-Majestade se vê em renascimento pelas mãos – e talento – de seu filho igualmente nobre.
Foi publicado no “Diário Oficial da União” de hoje (7) portaria do Ministério da Educação que institui o Plano de Monitoramento e Avaliação da oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica.
De acordo com a portaria, o plano será aplicado tanto a iniciativas de educação profissional e tecnológica "repactuadas a partir dos saldos financeiros transferidos ao Distrito Federal, aos Estados e aos municípios, por intermédio dos órgãos gestores da educação profissional e tecnológica", como a "demais iniciativas de educação profissional e tecnológica".
Tendo como objetivo o de monitorar e avaliar a política de fomento e ofertas de vagas em cursos de educação profissional e tecnológica, o plano prevê monitoramentos por meio de análises do fluxo de atividades-meio, entrega de produtos e de inferência de resultados, tendo como base de informações o Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica.
Entre os indicadores a serem calculados para essa avaliação, estão a média da frequência dos alunos; a taxa de demanda estimada; a relação entre vagas ofertadas e homologadas, bem como entre matrículas fixadas e homologadas e de vagas ofertadas e pactuadas.
Pretende, também, identificar as taxas de evasão, de eficiência acadêmica, de aproveitamento e de execução orçamentária. Por fim, pretende identificar o percentual de cumprimento de itens de prestação de contas.
A atividade de monitoramento será registrada em relatórios trimestrais, tendo como objeto as ofertas em execução durante os anos de 2020, 2021 e 2022.
Estudantes que contrataram Financiamento Estudantil (Fies), por meio do Banco do Brasil (BB) ou da Caixa Econômica Federal (CEF), podem requerer a suspensão do pagamento de até quatro parcelas a partir de hoje (6). A manifestação pode ser feita pelo “app” BB ou pelo “site” do financiamento da Caixa. A medida vale para clientes em situação de adimplência com seus contratos, antes do dia 20 de março, data em que foi decretado o estado de calamidade pública no país.
A opção de suspensão pode ser feita por meio do aplicativo do BB. Para isso, o cliente precisa acessar sua conta (efetuar “login”), clicar no Menu, em seguida em Solução de Dívidas e selecionar Suspensão FIES.
No caso da Caixa, basta o estudante acessar a página, fazer o “login” e acessar a opção Contrato FIES, Contrato e, em seguida, selecionar Pausar Contrato, aceitar o temo de compromisso e clicar em Solicitar Pausa.
Segundo o BB, a solicitação será efetivada de forma simples, sem assinatura de termo aditivo e sem necessidade da presença do fiador em qualquer dependência do banco. No entanto, são obrigatórias a ciência e a concordância do estudante para as condições de pausa e, consequentemente, para os reflexos no contrato de financiamento.
Caso o estudante não tenha acesso ao “mobile”, ele pode solicitar a suspensão nas agências do BB. Para o atendimento presencial, diz o BB, deve ser observado o contingenciamento adotado pelo sistema bancário por causa da pandemia do novo coronavírus e das recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Condições
As condições para a suspensão obedecem ao estabelecido na Lei nº 13.998/2020 e na Resolução nº 38/2020, ambas publicadas em maio pelo Ministério da Educação. O pedido pode abranger até quatro parcelas, observada a fase do contrato de cada estudante financiado, de acordo com a legislação vigente:
- Contratos em fase de utilização ou carência: a suspensão alcançará até duas parcelas, que serão incorporadas ao saldo devedor do contrato do estudante financiado, nos termos e condições contratados. Essa medida é válida para contratos formalizados até o 2º semestre de 2017.
- Contratos em fase de amortização: a suspensão alcançará até quatro parcelas, que serão incorporadas ao saldo devedor do contrato do estudante financiado, nos termos e condições contratados. Nesse caso, o período das parcelas suspensas será acrescentado ao vencimento final do contrato.
Está prevista a incidência de juros contratuais sobre as parcelas suspensas, os quais serão contabilizados no saldo devedor do contrato do estudante. A adesão às novas condições pode ser registrada até o dia 31 de dezembro deste ano.
Para tirar dúvidas, os clientes podem acessar as soluções digitais do BB, como o aplicativo BB (smartphone), o portal, além do WhatsApp (61) 4004-0001, da Central de Atendimento BB (0800-729-0001) e das redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e Linkedin).
No caso da Caixa, os estudantes podem acessar a página www.caixa.gov.br/fies ou ligar para a central 3004-1104, para capitais, e demais regiões pelo 0800 726 0104.
As inscrições para a edição 2020 do segundo semestre do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) começam amanhã (7). Estudantes interessados em concorrer a vagas em instituições públicas de ensino superior devem acessar o “site” do programa até esta sexta-feira (10). Mais de 51 mil vagas serão oferecidas em instituições do país.
Pela primeira vez, além dos cursos de graduação presenciais, o Sisu vai ofertar vagas na modalidade a distância (EaD). Podem participar da seleção candidatos que prestaram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2019 e não tiraram nota zero na redação. Quem fez a prova na condição de treineiro está fora do processo.
A classificação é de acordo com o desempenho obtido nas provas. Para determinados cursos, algumas instituições exigem nota mínima para ingresso. As informações estão nos editais elaborados pela universidade na adesão ao programa.
Para concorrer ao Sisu, não há critério de renda familiar. A condição é imposta apenas para candidatos a vagas reservadas para pessoas de baixa renda, quando a opção é disponibilizada pela instituição de ensino. Segundo cronograma divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), o resultado do Sisu será divulgado no dia 14 de julho. Se aprovado, o aluno precisa ficar atento às instruções para não perder o prazo de matrícula na instituição. Quem não for aprovado em nenhuma opção de curso ainda poderá inscrever-se na lista de espera. A solicitação também é feita pelo “site” do programa entre os dias 14 e 21 de julho.
Indicações de livros por WhatsApp, entregas em carro próprio e conteúdo nas redes sociais foram algumas das estratégias usadas pelas pequenas livrarias e editoras paulistanas para enfrentar o período de confinamento imposto pela pandemia do novo coronavírus. “A gente tentou substituir o presencial pelo ‘on-line’. Tiramos fotos do interior do livro, mandamos por WhatsApp e sugerimos livros”, conta a livreira Roberta Paixão, proprietária da Mandarina, livraria da zona oeste da capital paulista.
De início, afirma ela, havia grande interesse por livros que falam de situações semelhantes à pandemia, como “A Peste”, do argelino Albert Camus, e “Ensaio sobre a Cegueira”, do português José Saramago. “De maio para cá, as pessoas estão pedindo livros de maior fôlego de leitura. Livros grossos”, comenta Roberta a respeito da mudança do perfil de leitura, que, agora, inclui títulos como “Crime e Castigo”, do russo Fiódor Dostoiévsk, e a “Montanha Mágica”, do suíço Thomas Mann. “’O Oráculo da Noite’, de Sidarta Ribeiro, é um sucesso de vendas”, acrescenta, destacando que o autoconhecimento é um dos temas que ganharam força nas últimas semanas. O título do neurocientista traz reflexões a respeito dos sonhos.
Manutenção das vendas
Apesar de ter sido pega de surpresa pelo fechamento da loja durante a quarentena, iniciada em março na cidade de São Paulo, Roberta conta que conseguiu manter as vendas. “A gente inventou isso de um dia para o outro”, comenta sobre a necessidade de adaptação de um negócio que funcionava apenas de forma presencial. “No início, peguei o meu carro, e a gente rodou São Paulo”. Atualmente, a livraria tem um funcionário dedicado às entregas. “Em maio, um rapaz que trabalhava aqui na rua como ‘valet’ se ofereceu, e a gente acolheu isso também, gerando receita para ele”, disse, ao destacar a importância de valorizar também o bairro e o entorno do negócio.
O esforço, entretanto, valeu a pena. “A gente conseguiu manter a receita ‘flat’ – faturamento médio mensal – normal, o que ajudou a pagar as contas”, relata. Uma fórmula parecida também ajudou a Livraria da Tarde, na mesma região, a conseguir manter um fluxo mínimo de caixa para sobreviver. “Nos primeiros dez dias, estava todo mundo assustado. Em abril, já comecei a ter bastante venda”, diz a livreira Mônica Carvalho. Agora, ela começa, aos poucos, a voltar a atender os clientes presencialmente. “É muito gostoso receber as pessoas de novo na loja. É uma loja que foi feita com muito cuidado e carinho. Ficar fechado estava me deprimindo”.
O balanço das vendas de livros, feita pela consultoria Nielsen em parceria com Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostra que o mercado teve, de janeiro a 14 de junho, uma queda de 12,3% em volume de vendas em comparação com igual período de 2019. Foram 15,9 milhões de exemplares vendidos, produzindo receita de R$ 729 milhões. Em valor, o mercado de livros registrou retração de 11,7%.
A reabertura do comércio, que começa a ocorrer na capital paulista, vai mudar pouco a rotina da Livraria Africanidades, na zona norte da cidade. “A livraria só abre quando São Paulo estiver verde [na última fase do plano de flexibilização da quarentena]. Quando equipamentos culturais também reabrirem, quando houver um ambiente mais confortável, mais sólido para minha saúde e das pessoas também”, diz a livreira Ketty Valencio, que fica próxima à Brasilândia, uma das regiões com mais mortes por covid-19.
Produção de conteúdo
Especializada na temática etnorracial e feminismo, a livraria tem investido na produção de conteúdo “on-line”. Segundo Ketty, entre os projetos está o mapeamento de autoras negras, que vai tornar-se um festival de literatura com transmissão pela rede. “A gente não parou”, afirma sobre as ações culturais que impulsionam o movimento da livraria. “As vendas não caíram. No mês passado, foram até um pouco mais altas do que nos outros”, acrescenta ao falar das vendas que continuaram a todo vapor, mesmo com a loja física fechada.
A produção de conteúdo também foi a forma que a Editora Elefante usou para manter o contato com os leitores durante a quarentena. “É uma maneira de oferecer conteúdo, porque, no fim das contas, a nossa função social como editora é disponibilizar conteúdo para os leitores. Normalmente, a gente faz isso por meio dos livros, mas em um momento de pandemia, em que as pessoas estão muito em casa e eu mesmo, há uma ânsia de ler pontos de vista sobre o que está acontecendo”, diz um dos fundadores da editora, Tadeu Breda
No início da pandemia, a pequena editora tomou um susto com as medidas de contenção adotadas pelas livrarias. “Essa preocupação foi aumentado à medida em que as livrarias foram anunciando que não fariam os acertos dos livros vendidos, que iam atrasar o repasse do dinheiro”, diz. Por isso, Tadeu explica que apostou nas vendas diretas pela página da editora, oferecendo bons descontos na compra de conjuntos temáticos de livros. “Livros mais baratos para gente que vai ter mais tempo para ler”, destaca.
Adaptações
A Elefante optou, ainda, por adaptar a agenda de lançamentos aos acontecimentos. “Começamos a priorizar livros que têm mais a ver com o momento. Essas medidas acabaram funcionando para a gente e aumentaram muito as nossas vendas no ‘site’. Não chegou ao ponto de igualar a receita anterior com as livrarias, mas foi suficiente para a gente atravessar esses três meses sem ter que demitir ninguém”, conta.
Assim, um dos títulos em pré-venda acabou se tornando um dos mais vendidos – “Pandemia e Agronegócio”, do norte-americano Rob Wallace. “Ele relaciona muito o nosso modo de vida capitalista e, sobretudo, de produção de proteína animal, com o surgimento de doenças infeciosas”, detalha o editor. “Ensinando o Pensamento Crítico”, da norte-americana Bell Hooks, também ajudou a puxar as vendas. “A gente lançou pouco depois dessa proliferação de manifestações contra o racismo nos Estados Unidos e no mundo”.
Agora, com as livrarias voltando a abrir, Tadeu diz que pretende seguir com os lançamentos, apesar do cenário com muitas incertezas. “Não temos a perspectiva de parar não”, enfatiza.
Dificuldades
Especializada em livros políticos e de lutas sociais, a Editora Glac sofreu um pouco mais durante a quarentena. “Foi um processo de reestruturação interna, porque é uma editora muito pequena. A gente perdeu um funcionário, não por falta de dinheiro para pagar, mas pela pandemia. Era a representante comercial, fazia as vendas e apresentava os livros”, conta um dos fundadores, Leonardo Beserra.
Sem as livrarias, a editora teve que reduzir as tiragens e apostar em diversos canais de vendas “on-line”. Também fez promoções solidárias, com descontos a movimentos e grupos ligados às ideias dos autores das publicações. “O que foi bom para a gente, mas não é o suficiente. A gente precisa faturar, pelo menos, o dobro ou o triplo para conseguir gerar renda para continuar investindo e pagar as próprias contas, que estão, cada vez mais, atrasadas”, diz Leonardo.
Além de vender por grandes varejistas digitais, a Glac vai, agora, produzir livros impressos sob demanda e publicações para livros eletrônicos. “A gente demorou o mês de abril inteiro para entender as coisas a que a gente precisava se adaptar”, afirma sobre os esforços que têm sido necessários para manter a empresa de pé.
Se não for feito de forma correta e com orientação profissional, a prática de exercícios físicos durante o período de confinamento pode piorar a condição emocional das pessoas, já fragilizada pelo isolamento social e pela crise sanitária da covid-19. É o que aponta pesquisa feita em parceria entre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal do Ceará (UFCE) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
A pesquisa investigou a relação entre as atividades físicas e o bem-estar das pessoas durante o período de quarentena, imposta pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) desde março em diversas cidades do país. O levantamento de dados ocorreu pela “internet” entre os dias 31 de março e 2 de abril. Responderam à pesquisa 592 pessoas, de todas as regiões do país, maiores de 18 anos e que estavam em isolamento social há, pelo menos, uma semana, sendo 63% mulheres e 37% homens.
De acordo com o professor Alberto Filgueiras, coordenador do Laboratório de Neuropsicologia Cognitiva e Esportiva (LaNCE) da Uerj, o resultado foi bem diferente do esperado, pois não comprovou que a prática de exercícios melhora o bem-estar, como relatado amplamente na literatura científica em condições normais.
“Foi impactante para nós, dado que a gente viu diversos relatos nas redes sociais da necessidade de fazer exercício, de manter o corpo ativo. Então, a nossa hipótese era de que qualquer pessoa que estivesse com o corpo ativo estaria se sentindo melhor em comparação àquelas que mantiveram hábitos ditos como ruins, como o sedentarismo. Não foi o que a gente encontrou”, disse o professor Filgueiras.
Mudança de hábito
Segundo o professor, o exercício físico é muito importante, porém, a simples prática não garante uma melhora no bem-estar no confinamento. “Existe essa ideia de que o exercício vai fazer com que você se sinta bem, vai trazer benefícios para a saúde física e mental. O que o nosso estudo mostra é que nessas condições de quarentena, especificamente, parece que aumentar muito a quantidade de exercícios vai fazer mal para a sua mente”.
O professor destaca que, em condições normais, a atividade física moderada a leve, praticada de três a cinco dias na semana, promove muita melhora sobre o bem-estar e a saúde mental. “Porém, o estudo mostrou que mudanças bruscas nos hábitos, durante a quarentena, levaram a uma piora no bem-estar emocional das pessoas”.
“A gente percebeu que essas pessoas que apresentaram mudanças muito bruscas na sua forma de se relacionar com os exercícios, desde a que fazia exercício e parou na quarentena, se tornou sedentária, até aquela pessoa que não fazia exercício nenhum e passou a fazer seis, sete dias na semana durante a quarentena. Qualquer mudança muito drástica mudou também o bem-estar das pessoas, mudou para pior”, explicou.
A pesquisa mostrou, no entanto, que melhoras no bem-estar foram relatadas pelas pessoas que eram sedentárias e passaram a se exercitar de três a cinco vezes por semana com intensidade leve.
Aplicativos e vídeos
A pesquisa apontou, também, um grande aumento no uso de aplicativos e vídeos tutoriais para a prática de exercícios. Antes da pandemia, 4% das pessoas que responderam ao questionário faziam uso desses recursos, número que passou para 60% com o isolamento. Porém, Filgueiras destaca que, se não houver uma orientação correta, o recurso tecnológico pode prejudicar a saúde física e mental.
“A gente detectou que as pessoas se sentiam mal quando faziam os exercícios que estavam sendo prescritos por essas plataformas digitais. A nossa principal hipótese, que os dados sugerem, é que, provavelmente, isso está associado à falta de individualização na prescrição do exercício. O exercício precisa ser prescrito considerando uma série de variáveis, considerando o peso corporal, a história de vida da pessoa, uma série de questões que não são consideradas por essas plataformas e redes sociais”.
Ele lembra que a falta de orientação profissional individual pode levar a pessoa a ter dores, lesões e até falta de ar. “Pode ter consequências muito graves. O acompanhamento de um profissional de educação física na prescrição dos exercícios e a individualização do exercício para a demanda daquela pessoa são essenciais. Além de ajudarem a pessoa na sua condição física, também vai influenciar no seu bem-estar. Pessoas que seguem fórmulas prontas se sentem mais mal do que bem”.
Os dados da pesquisa apontaram também que antes da pandemia 27% das pessoas praticavam atividades ao ar livre, proporção que caiu para 3%. As atividades em grupo foram substituídas por treino de força, que passou de 5,2% para 13,9%, e treinamento funcional, que aumentou de 4,4% para 49,3%.
A ex-Miss Brasil Martha Rocha, de 87 anos de idade, morreu nesse sábado (4), às 13h, na Casa de Repouso Carol Caminha, em Icaraí, Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde morava há um ano e meio. O corpo foi enterrado hoje (5), no Cemitério do Santíssimo Sacramento, em Niterói.
Álvaro Piano, de 63 anos de idade, um dos três filhos da ex-miss, disse à Agência Brasil que a mãe sofria de enfisema pulmonar e, ontem (4), teve o quadro agravado por insuficiência respiratória. A equipe médica da Casa de Repouso chegou a chamar uma ambulância, mas, quando ela chegou, Martha Rocha já estava sem vida, vítima de infarto fulminante.
Álvaro disse que a mãe, apesar de todos os convites que teve para ser atriz, cantora ou uma personalidade da chamada alta sociedade e de frequentar esse ambiente, sempre soube preservar o lado da família, de mãe e esposa. “Ela sempre foi uma boa mãe para a gente. A lembrança que tenho é de uma mãe que nos deu carinho e não como uma pessoa inacessível que nunca está presente. Ela sabia chegar em um equilíbrio com a vida social e com os convites. Para mim, é até inconcebível vê-la como mito de beleza. Ela era a nossa mãe”.
Segundo Álvaro, há cinco anos, Martha fez uma cirurgia no fêmur e, após voltar para casa, foi diagnosticada com uma infecção bacteriana intestinal superagressiva, adquirida no hospital. Ela permaneceu internada por cinco meses em outra unidade hospitalar, mas, desde então, passou a ter dificuldade de se locomover e passava a maior parte do tempo deitada.
O filho revelou que, ao ser identificado o enfisema pulmonar, Martha Rocha abandonou o hábito de fumar, mas o pulmão já estava comprometido. “Isso também é um quadro que fragiliza a pessoa”.
Pelo quadro do estado de saúde que a mãe vinha enfrentando nos últimos anos, para Álvaro, a mãe descansou com a morte. “Foi um descanso para ela. Teve uma morte relativamente sem grandes sofrimentos. Ela já estava pedindo mesmo para Deus levá-la. Foi até uma graça no meio da tristeza, não dá para negar, porque, a cada dia, acelerava mais o quadro de saúde. Tinha desenvolvido também surdez e tinha dificuldade de comunicação. Nessa época de covid, não se pode visitar uma casa de repouso, porque as visitas estão proibidas. Então, foi um descanso para ela”, afirmou.
Álvaro disse que, enquanto a mãe permaneceu na casa de repouso, foi superbem tratada por toda a equipe da unidade, que dedicava a ela muito carinho. O filho disse que ela se mudou para o local para que pudesse ter acompanhamento médico durante 24 horas. “Dentro da medida do possível, ela teve um fim digno”, disse.
Miss Universo
Após vencer o concurso de Miss Bahia, Maria Martha Hacker Rocha foi eleita a primeira Miss Brasil, em 1954, em uma cerimônia no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. No mesmo ano, a baiana foi para os Estados Unidos para representar o Brasil no concurso de Miss Universo, mas acabou ficando em segundo lugar, perdendo o título para a americana Miriam Stevenson. Uma versão na imprensa, que é reproduzida até hoje, conta que a perda do título foi uma consequência de Martha ter duas polegadas a mais no quadril.
Para a ex-Miss Brasil 1986, Deise Nunes, Martha Rocha foi uma grande referência não só para ela, mas para todas as meninas que participaram e ainda fazem parte do concurso até hoje. “Uma mulher icônica, de personalidade muito forte, que, no ano de 1954, se tornou Miss Brasil e quase foi Miss Universo, só perdeu por causa das tais duas polegadas. Com certeza, para nós brasileiros, foi sim, a nossa Miss Universo 1954”, afirmou à Agência Brasil.
Deise Nunes disse que teve privilégio de estar pessoalmente com Martha Rocha em alguns eventos. “Lembro que da primeira vez que vi Martha Rocha fiquei paralisada. Confesso que demorei a acreditar que estava em frente daquela mulher, daquela beleza e daqueles olhos. Foi maravilhoso para mim. Foi como estivesse conhecendo um ídolo”, revelou.
Neste domingo, apresentamos outras regras de acentuação gráfica.
Vamos começar pelas palavras monossílabas.
Dicas gramaticais
1. DA ou DÁ?
DA = preposição DE + artigo A:
“Ela vem da praia”.
DÁ = 3ª pessoa do singular do verbo DAR (presente do indicativo):
“Ele dá tudo de si”.
REGRA:
Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em “a”, “e” e “o”, seguidas ou não de “s”:
A(S): lá, já, má, más (adjetivo), gás...
E(S): fé, vê, três, vês (verbo), mês...
O(S): pó, dó, nó, nós (pronome reto), pôs...
OBSERVAÇÃO 1:
Não se acentuam os monossílabos terminados em:
I(S): ti, si, bis, quis...
U(S): tu, cru, nus, pus...
AZ, EZ, OZ: paz, fez, vez, noz, voz...
OBSERVAÇÃO 2:
Acentuam-se as formas verbais terminadas em “a”, “e” e “o” seguidas dos pronomes LA(S) ou LO(S): dá-lo, vê-la, pô-los, vê-lo-á...
OBSERVAÇÃO 3:
Não se acentuam os monossílabos átonos:
Artigos definidos: o, a, os, as;
Conjunções: e, mas, se, que...
Preposições: a, de, por...
Pronomes pessoais oblíquos: o, se, nos, vos...
Contrações: da(s), do(s), na(s) , no(s)...
Pronome relativo: que.
2. POR ou PÔR?
POR é preposição:
“Vou por este caminho”.
PÔR é verbo:
“Vou pôr o livro sobre a mesa”.
OBSERVAÇÃO 1:
Este caso é uma das exceções que ficaram após a última mudança ortográfica, que aboliu a regra do acento diferencial.
OBSERVAÇÃO 2:
Somente o verbo PÔR tem acento circunflexo. Os verbos derivados não têm acento: expor, compor, dispor, contrapor, impor...
OBSERVAÇÃO 3:
As demais palavras terminadas em “or” não tem acento gráfico: cor, for, dor...
3. QUE ou QUÊ?
A palavra QUÊ só tem acento circunflexo quando está substantivada ou no fim da frase:
“Ela possuía um quê todo especial”. (= substantivo)
“Procurava não sabia bem o quê”.
“Ele viajou por quê?”
Acrescentando...
“Pôr” e “pôde” preservam acento
Já se disse que quase todos os acentos diferenciais foram suprimidos pelo Novo Acordo Ortográfico. É bom esclarecer, então, quais foram os que permaneceram – apenas dois, o do verbo “pôr” e o da forma “pôde” (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo).
O acento de “pôr” faz que a forma verbal se distinga da preposição “por”. Na letra da canção “Leve”, de Chico Buarque, temos a preposição “por”: “Não me leve a mal/ Me leve apenas para andar por aí/ Na lagoa, no cemitério/ Na areia, no mormaço”. Do mesmo Chico, agora na letra de “Bye-bye, Brasil”, está o verbo “pôr”: “Eu vou dar um pulo em Manaus/ Aqui tá quarenta e dois graus/ O sol nunca mais vai se pôr/ Eu tenho saudades da nossa canção/ Saudades de roça e sertão/ Bom mesmo é ter um caminhão”.
É importante lembrar que o substantivo composto “pôr do sol” continua grafado com acento, dado que o verbo “pôr” é um de seus elementos constitutivos. O mesmo ocorrerá com a forma “soto-pôr”, único derivado do verbo “pôr” em que o prefixo fica separado por hífen, motivo pelo qual o acento deve ser empregado. Nos demais, não ocorre acento gráfico: repor, propor, depor, compor, sobrepor etc.
Já a forma “pôde” mantém-se como único caso de acento diferencial de timbre (observe que, no presente do indicativo, dizemos “pode”, com /o/ aberto e, no pretérito perfeito do indicativo, pronunciamos “pôde”, com /o/ fechado). O motivo da manutenção do acento gráfico de “pôde”, entretanto, não é a preservação da sua pronúncia fechada. Essa grafia serve para marcar o tempo passado.
A utilidade desse acento fez que não fosse suprimido na reforma ortográfica de 1971 e que sobrevivesse também a esta. Assim: “Ele não pode fazer isso” (presente) é diferente de “Ele não pôde fazer isso” (passado).
“Soto-pôr” e “sotoposto”; “vaga-lume” e “vagalumear” O texto oficial do Novo Acordo Ortográfico propõe a sistematização do hífen em todos os vocábulos iniciados pelos prefixos “soto-“ e “sota-“, formas variantes, cujo significado é “abaixo de”.
Alguns termos, não todos, antes se escreviam de forma aglutinada (“sotavento” e “sotopor”, por exemplo). Agora se escrevem todos com o hífen. No caso de “soto-pôr”, a hifenização faz surgir o acento circunflexo. Entenda-se: na forma aglutinada, uma oxítona terminada em R, não havia acento (como, de resto, ocorre com todos os outros derivados do verbo “pôr”: compor, depor, propor, repor etc.), mas, com o hífen, aparece a forma infinitiva do verbo “pôr”, que manteve o acento diferencial.
Está justificada a grafia de “soto-pôr” (“sota-vento” ganhou o hífen também), mas, curiosamente, a ABL (Academia Brasileira de Letras) entendeu que as formas conjugadas do verbo “soto-pôr” deverão ser aglutinadas. “Sotoposto”, o particípio passado do verbo, grafa-se sem o hífen – e o princípio vale para todas as formas conjugadas (sotopus, sotopuseste etc.). Mudou, então, apenas o infinitivo.
Em tempo: o substantivo composto “vaga-lume” aparece com o hífen na nova edição do Volp (“Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”), ao lado do verbo “vagalumear”, sem o hífen.
Teste da semana
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo:
“Minha __________ está __________ por culpa não sei de __________”.
(a) pesquiza – atrazada – quê;
(b) pesquisa – atrazada – que;
(c) pesquiza – atrasada – que;
(d) pesquisa – atrasada – quê.
Resposta do teste: Letra (d).
PESQUISA se escreve sempre com “s”. Não existe “pesquisa” com “z”. ATRASADA” vem do verbo “atrasar”, que deriva de atrás. Todas com “s”. E a palavra QUE, em fim de frase, sempre recebe acento circunflexo: “Respondeu não sei o quê”. / “Parou, por quê?” / “Fez isso, para quê!” / “Não tem de quê”.
Francisco Melo, o Chico da Banca, faleceu na manhã do último domingo, 28/6/2020, no Hospital Municipal de Imperatriz (Socorrão). No dia 10 de junho, na antiga Rua 15 de Novembro (atualmente, Avenida Frei Manoel Procópio), ele havia se acidentado com sua moto. Foi internado. Foi submetido a uma cirurgia. Estava em UTI (unidade de tratamento intensivo). Mas o acidente resultara em quebra de uma das pernas em três lugares e pancada forte no crânio. A isso se juntaram outras questões de saúde, entre os quais diabetes, hipertensão e outros problemas no coração. Resultado: os esforços dos médicos e do paciente para reverter a situação não foram suficientes. O imperatrizense Francisco Melo, o Chico da Banca, passa para sempre a ser História, com registros na Imprensa que ele, em seu ofício, ajudava a manter e divulgar.
Ultimamente, em razão do acidente e internação, uma filha do Francisco é quem substituía o pai, que ela sabia ser insubstituível naquele mister e mistério de, em volta de sua banca, ser o catalisador do ajuntamento de pessoas de diferentes atividades (políticos, empresários, intelectuais, patrões e empregados, assessores e assessorados etc.). Membros desse grupo disforme -multiforme “assinavam o ponto” todo dia, em menor número, um ou outro às vezes, mas, nos fins de semana, sábados e domingos, a frequência era maior, o alarido das conversas, as risadas, em ondas, espraiavam-se por aquele pequeno trecho da Avenida Getúlio Vargas e pela Praça de Fátima, onde o móvel metálico da banca estava fixado.
Já estava em sua segunda década a comemoração de fim de ano que ali se realizava. Espontaneamente, amigos e conhecidos do Chico da Banca, que até já haviam doado para a praça bancos novos, de qualidade, também traziam bebidas e carnes e churrasqueira e, sobretudo, a alegria de rever “figuras”, especialmente da política local e estadual, sem nenhum risco de haver confrontos, embora um ou outro safanão já havido em priscas eras. Nos últimos tempos, o respeito ao ecumenismo “ideológico” era mantido, seja pela personalidade “forte” do Chico, seja pela adultez dos presentes, que sabiam que ali se debatia sem bater. Todos eram bem-vindos à confraria do Chico, de esquerda ou de direita (seja lá o que isso ainda seja, hoje, pois se sabe muito bem de caráter e de interesses que jazem por trás das caras cínicas e “santas” dos que estiveram ou estão no Poder).
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Chico da Banca era o responsável pelo mais conhecido e mais movimentado ponto de venda de jornais, revistas e conveniências.
A uma banca de jornais e revistas pessoas comparecem para comprar informação. Em Imperatriz, à Banca do Chico muitos iam para “dar” informações, expressar opiniões, fazer gozações...
No nome “Banca do Chico”, o mais importante era o “Chico”. A “banca” era tão só o “ponto”, a referência. Quando os frequentadores mais assíduos pegavam alguma publicação (jornal, revista...) era por passageira curiosidade, ou para reforçar um argumento em uma conversa que acabara de “pegar fogo” acerca de um assunto mais atual, com certeza político.
Como certa vez ele me disse e repetiu: “– Dos que vêm aqui, você é, provavelmente, o maior cliente pessoal”.
Conheci o Chico na década de 1970. Eu era mais ou menos recém-chegado à cidade e ali, na Praça de Fátima, a poucos metros da banca, eu e outros colegas bancários e amigos havíamos alugado uma grande casa, que foi transformada nesse ajuntamento de machos chamado “república”... O imóvel fora a antiga residência do conhecido agropecuarista Domingos Rodrigues – que, por muito tempo, foi meu companheiro de Rotary Club, ali na antiga Rua 15 de Novembro, região histórica, onde Imperatriz foi fundada e por onde deu os primeiros passos rumo a seu majestoso desenvolvimento, inicialmente com a ajuda do Rio Tocantins, ali ao lado, por onde se mandavam e por onde mais se recebiam produtos.
Tornei-me “habitué” da banca, não necessariamente de seus ajuntamentos de pessoas. Em muitos casos, os papeis impressos ainda tinham mais a dizer – embora não tivessem a alegria e espontaneidade dos conhecidos participantes da confraria franciscana.
Ante minha assiduidade, o Chico falava-me das dificuldades – eventualmente, de saúde, e, mais frequentemente, de trabalho. Desde a adolescência, ele vivia naquele e daquele ofício. Décadas depois, com direitos a receber, estava negociando a transferência da banca e do ponto para seu nome. O “patrão” – à época, a Distribuidora Maranhão-Piauí de Revistas Ltda., Dimapi –, como quase todo patrão, por seus prepostos locais, impunham obstáculos ou condições draconianas... mas as conversas avançavam... Menos mal. (Não soube como se encerraram as negociações).
A atividade profissional de pessoas como o Chico da Banca vive, como outras, tempos difíceis. A banca de jornais e revistas é um dos mais simbólicos e, anteriormente, um dos mais fortes elos, hífen, traço de união entre quem produz conteúdos / informações / notícias e aqueles aos quais tudo isso se destina – o leitor. Com jornais, revistas e até livros e bibliotecas inteiras chegando gratuitamente e rapidamente a qualquer momento, em qualquer lugar, à palma da mão, via “smartphone”, não parece fazer sentido comprar suportes físicos, impressos, pesados, acumuladores de poeira e ácaros e ocupadores de espaços em casas e escritórios...
A essa instantaneidade e gratuidade nas informações pelo celular some-se a proverbial falta de hábito de leitura do povo brasileiro e, muito importante, a falta de condições financeiras para consumir informações em forma de livros, jornais, revistas etc. Uma informação de há muitos anos a que tive acesso, publicada no “Atlas do Mercado Brasileiro”, revelava, em números, que em Imperatriz se gastava mais com papel higiênico ou com cabeleireiros do que com livros, jornais e revistas... Nada de estranhar: as pessoas escolhem como querem “fazer a cabeça” ou limpar... a mente.
Jornaleiros sempre foram servidores públicos – desde 1858, quando, no Brasil, escravos anunciavam as manchetes e títulos de matérias do jornal “A Atualidade”, no Rio de Janeiro. Depois, na primeira década dos anos 1900, um italiano, Carmine Labanca, juntou uns caixotes uns sobre os outros, colocou um estrado por cima e sobre ele espalhou exemplares dos jornais do dia, para venda. (Atribui-se, para mim indevidamente, o nome “banca” ao sobrenome desse imigrante; mas a palavra “banca”, que é de origem italiana, tem, em Português, pelo menos 400 anos de existência, pois foi registrada a primeira vez em nosso idioma no ano de 1619). Nas décadas de 1920 e 1930, os vendedores de jornais aperfeiçoaram o negócio e passaram a ter estantes e, depois, quiosques feitos de madeira. As bancas foram melhorando de material e de aparência e diversificando os produtos que vendiam.
As bancas metálicas e fixas, como aquela a que o Chico da Banca tanto se entregou e se integrou, a ponto de, com seu nome, ela ser ele e ele ser ela, bancas assim, bem melhores, muuuuuito melhores que suas ancestrais, são mais recentes e mais seguras – só na primeira metade da década de 1980, a cidade de São Paulo (SP) cuidaria de, legalmente, tratar de ter bancas fixadas inamovivelmente ao chão, pois, até ali, durante a noite ladrões roubavam bancas inteiras... (Certamente, não eram bandidos ansiosos por leituras, curiosos pelas manchetes – afinal gratuitas, visíveis – dos jornais diários ou sequiosos pelas grandes reportagens das revistas semanais e mensais ou pela última página com as presepadas d’O Amigo da Onça, personagem e “cartoon” imortal do talentoso cartunista nordestino Péricles de Andrade Maranhão (1924-1961), na revista “O Cruzeiro”.
Chico da Banca tinha mais amigos em seu coração que produtos em sua banca – estes ele queria vender; aqueles, não era para (se) comprar...
Em seu sepultamento, em vez de uma bandeira (da cidade, do estado, do país)... em vez de uma flâmula (de um time de futebol, de uma torcida organizada...)... no enterro do Chico da Banca, ao invés de uma peça de tecido, ponha-se sobre o caixão as folhas abertas de um jornal...