Skip to content

As aulas presenciais na rede de ensino de São Paulo vão voltar no dia 7 de outubro, um mês após a previsão inicial do governo paulista. O anúncio foi feito, nesta sexta-feira (7), pelo governador de São Paulo, João Doria.

“A data foi adiada por recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus para garantir margem de segurança maior”, disse o governador.

Para que haja retorno às aulas presenciais, todo o Estado paulista precisa estar na Fase 3 – Amarela do Plano São Paulo: 80% das regiões precisarão estar há 28 dias nessa fase e, o restante, há, pelo menos, 14 semanas nessa etapa.

A medida afeta 13,3 milhões de alunos do Estado, tanto da rede pública quanto da rede privada, e atinge todas as etapas de ensino, do infantil às universidades de São Paulo.

O retorno às aulas foi planejado com base no Plano São Paulo de retomada econômica do Estado. O Plano São Paulo é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelho) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarelo), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul).

Doria autorizou também que, a partir do dia 8 de setembro, unidades escolares localizadas em cidades na Fase 3 – Amarela do Plano São Paulo há 28 dias, como é o caso da capital paulista, poderão reabrir, de forma opcional, para atividades de reforço ou de acolhimento de alunos. Mas isso terá que ser colocado em consulta com a comunidade escolar e terá que ser feito com limite de alunos e obedecendo a protocolos sanitários.

As aulas presenciais na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março como medida de controle à propagação do novo coronavírus. Atualmente, as aulas das escolas estaduais ocorrem de forma remota e “on-line”, sendo transmitidas por meio do aplicativo Centro de Mídias SP (CMSP), plataforma criada pela secretaria de Educação durante a pandemia do novo coronavírus. Ela também é transmitida por meio dos canais digitais na TV 2.2 – TV Univesp e 2.3 - TV Educação.

Mudanças

Inicialmente, a previsão do governo paulista era de que as aulas presenciais na rede de ensino do Estado voltariam a partir do dia 8 de setembro, desde que todo o Estado estivesse há 28 dias na Fase 3 – Amarela do Plano São Paulo. Esse anúncio foi feito no dia 24 de junho.

Depois, na edição do decreto, em julho, o governo recuou, anunciando que o novo requisito era que todo o Estado estivesse na Fase Amarela, mas apenas 80% das regiões precisariam estar há 28 dias nessa fase.

Na última segunda-feira (3), o secretário da Educação, Rossieli Soares, confirmou a mudança. “Como uma exceção, poderá ser considerado apenas 80% [do Estado há 28 dias na fase amarela], mas terá que chegar a todo o Estado na Fase Amarela”, disse.

Com a atualização anunciada hoje, 86% do Estado paulista está agora na Fase Amarela do Plano São Paulo.

Autonomia dos municípios

Na última segunda-feira (3), Rossieli Soares disse que cada município terá autonomia para decidir sobre a volta às aulas. “Mas estamos trabalhando em conjunto”, disse na ocasião.

Com isso, alguns municípios da Região Metropolitana do Estado anunciaram, já nesta semana, que não voltarão às aulas este ano, caso das cidades de Santo André e de Mauá.

“A presença das crianças nas escolas aumentaria as chances de disseminação do coronavírus, colocando em risco não somente a vida dos alunos, mas dos responsáveis pelos estudantes, dos educadores e profissionais que atuam nas unidades escolares, principalmente daqueles que fazem parte do grupo de risco”, alertou o comunicado da Prefeitura de Santo André.

“Mesmo que a cidade tenha baixos índices de evolução da doença, as crianças são possíveis transmissores para pais, irmãos e avós”, afirmou a Prefeitura de Mauá.

Na última quarta-feira (5), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que define medidas para a volta às aulas, entre elas, uma que faculta aos pais ou responsáveis legais a decisão sobre o comparecimento às aulas presenciais durante o período de pandemia.

Esta semana, o Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) do Ministério Público informou que vai acompanhar o plano do governo estadual para a retomada das aulas presenciais. Segundo o órgão, foi requisitada à Secretaria da Educação todas as informações sobre o programa de reabertura das escolas e de reinício das aulas presenciais. A intenção, de acordo com o Geduc, é verificar em que condições as instituições estão sendo preparadas e se elas não irão agravar a situação de pandemia no Estado.

Protocolo de retomada

O protocolo para a volta das aulas presenciais prevê o retorno de forma gradual. Na primeira etapa, até 35% dos alunos poderão voltar às aulas presenciais, respeitando o distanciamento de 1,5 metro entre eles, com o restante dos alunos em aulas remotas e “on-line”. Esse formato deve ser adotado em forma de rodízio.

Alunos e professores dos grupos de risco para o novo coronavírus deverão ser poupados, permanecendo em casa.

(Fonte: Agência Brasil)

NOVO ESPORTE NACIONAL: MATAR MULHERES

– Deixa de ser homem o homem que mata ou maltrata uma mulher.

– Cinco histórias reais de violências surreais

**

[...] no país do futebol, quando um juiz apita o final de um jogo, um homem põe fim à vida de uma mulher.

Definitivamente, um jogo brutal, irracional.

Um jogo em que já se sabe quem vai perder.

Mulheres – ou ame-as ou deixe-as...

... em paz.

**

Você que inicia a ler este texto pode até achar que não, que não há nenhuma novidade, “é só drama”, exagero da imprensa etc.

Pois bem: daqui a 90 minutos uma mulher será morta à bala, à faca ou com as mãos por um brasileiro seu marido, namorado, companheiro ciumento, inseguro, frustrado, covarde...

Eu pessoalmente acompanhei, por alguns dias (menos de uma semana), dois programas de final de tarde em duas emissoras nacionais de TV. O destaque: mulheres vitimadas, brutalizadas, assassinadas por homens (homens?) sem qualquer noção de respeito à vida. Todo santo dia, estavam lá as manchetes sonoras e em legenda: mulheres mortas por seus parceiros.

Ilustro com cinco casos, apenas cinco:

1) O homem acidentou seu carro; correu até a ex-mulher e pediu que ela pagasse com o cartão de crédito dela os setecentos reais do serviço mecânico. Prometeu pagar. Na data de vencimento, a mulher foi cobrar. O homem não pagou. A mulher esperou um tempo – precisava comprar pequenas coisas para a filha do casal agora separado. A mulher foi lá na casa do ex. Ele disse que já não suportava mais a mulher e lhe enfiou balas... pelas costas. Matou a mãe de sua filha pequena, criança ainda, por causa de R$ 700,00.

2) Casal jovem. Ele, ciumento, inseguro. Proíbe a mulher de estudar na faculdade, curso de Direito. Proíbe a mulher de ver a família dela (a dele podia). Proíbe de ver amigas. Por fim, proibiu-a de sair de casa. Pior: metido a Deus, proibiu-a de ter vida – asfixiou a própria mulher no quarto, deixou-a morta, saiu de casa, fugiu... enquanto os pais dele e outros familiares (dele...) assistiam à televisão na sala e não viram nada, somente “duas horas depois”. Uma nota de doer nessa história: o jovem casal tinha uma filha de oito meses...

3) Ela, loira, linda, 17 anos. Não quis mais saber do marido também jovem. Ele consegue que a moça saia uma vez mais com ele, leva-a para uma casa em lugar distante, uma testemunha desconfia de algo estranho na casa, chama a polícia. O rapaz foge num desses automóveis com carroceria. A polícia consegue alcançá-lo e inicia a perseguição. De repente, da carroceria, um corpo que cai... Mas só se soube que era um corpo depois, pois a menina de 17 anos tinha sido morta e embrulhada e jogada dentro da carroceria até o corpo ser jogado no asfalto durante a perseguição.

4) Treze anos de convivência parecem não ter valido nada. O marido insistia em querer retornar. Não foi aceito. Se ela não podia voltar a ser dele, não era para ser de mais ninguém – nem dela própria. Matou a mulher. Enterrou-a no quintal de casa. O filho pequeno dos dois foi brincar de cavar uma piscina no quintal e daí...

5) Jovem mulher. Bonita. O companheiro, ciumento, inseguro. Violento. Um dia, um estilete. O homem talha e retalha profundamente a face esquerda da mulher. Cortes verticais, horizontais, diagonais... “Scarface”. Cicatrizes eternas? Não.

A jovem marcada ia a pé para o trabalho. Em uma passarela sobre a avenida, passagem obrigatória, o monstro está à espera, à espreita. E termina o serviço: mata a mulher.

**

Repito: O brasileiro diz amar as mulheres... e, pelo visto, gosta de matá-las também: entre 2009 e 2011, pelo menos 16 mil e 900 mulheres foram mortas, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), um competente órgão do governo federal.

Faça as contas: 16.900 mulheres assassinadas em três anos correspondem a 15,4 mulheres mortas todo santo dia. Como um dia tem 1.440 minutos, mata-se uma mulher a cada 96 minutos. Ou seja, no país do futebol, quando um juiz apita o final de um jogo, um homem põe fim à vida de uma mulher.

Definitivamente, um jogo brutal, irracional.

Um jogo em que já se sabe quem vai perder.

Mulheres -- ou ame-as ou deixe-as...

... em paz.

E o grito inútil: Parem a violência.

Parem a violência contra as mulheres.

Deixa de ser homem o homem que mata ou maltrata uma mulher.

* EDMILSON SANCHES

O Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará, será reaberto à visitação pública a partir de amanhã (8), após meses fechado devido à pandemia de covid-19. A portaria de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi publicada hoje (7), no “Diário Oficial da União”.

A reabertura será feita de forma gradual e monitorada, mediante cumprimento dos protocolos de segurança sanitária, como o uso obrigatório de máscara de proteção facial, durante todo o período que os visitantes estiverem no interior do parque, e disponibilização de álcool em gel 70% ou produto de higienização para as mãos, por meio dos operadores e prestadores de serviços.

Também será necessário proceder a desinfecção de ambientes e objetos nos espaços comuns, priorizar os atendimentos “on-line” e distribuir o número de visitantes ao longo do tempo e do espaço, para evitar aglomerações e picos de visitação. Nos transportes terrestre e aquaviários de visitantes, será necessário adequar a lotação para cumprir as recomendações de distanciamento, assim como nos restaurantes, onde as mesas devem ficar a, pelo menos, 2 metros de distância uma da outra.

Uma portaria do ICMBio suspendeu a visitação em unidades de conservação federais, desde 22 de março, como medida de prevenção à disseminação do novo coronavírus no país. A reabertura dos parques está acontecendo de forma gradual, respeitando as normas e protocolos dos Estados e municípios onde estão localizados.

(Fonte: Agência Brasil)

A Justiça do Trabalho do Distrito Federal suspendeu, nessa quinta-feira (6), o retorno das aulas presenciais nas escolas da rede privada. A decisão foi proferida pelo desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), a partir de um mandado de segurança protocolado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). As aulas estão suspensas desde 11 de março devido à pandemia do novo coronavírus.

O retorno foi autorizado, na última terça-feira (4), pela primeira instância após outra decisão que proibiu a volta às aulas. Algumas escolas chegaram a retomar as atividades nessa quinta-feira, em Brasília.

Na decisão, o magistrado afirmou que o retorno coloca em risco os trabalhadores das escolas e pode contribuir para o aumento dos casos registrados de covid-19.

“No caso em tela, a possibilidade de risco à saúde dos trabalhadores nas escolas particulares do Distrito Federal com o retorno das atividades escolares, sem que seja estabelecido previamente os protocolos de segurança a serem adotados por todas as escolas particulares do Distrito Federal, no momento em que não apenas nosso país, mas todas as nações vivem situação crítica de indefinição social e econômica em razão da pandemia por todos nós enfrentada, parece-me temerária”, afirmou.

A suspensão terá validade até o julgamento de uma Ação Civil Pública que está em tramitação na 6ª Vara do Trabalho de Brasília. Não há prazo para a sentença.

(Fonte: Agência Brasil)

(Discurso de Edmilson Sanches, presidente da Academia Imperatrizense de Letras, no lançamento do livro “Retratos sem Retoques”, de José Herênio de Souza. Auditório da Academia Imperatrizense de Letras, Imperatriz, Maranhão, 10 de julho de 2003).

**

“O ‘H’ maiúsculo com que se escreve a História imperatrizense está cronologicamente e umbilicalmente ligado ao ‘H’ também maiúsculo com que se nomina a família Herênio”.

**

“Um Herênio que transforme memória em letras não é tão somente um historiador – é ele próprio História. História vivenciada. Testemunha ocular e auricular dos fatos”.

**

“[...] para alguém cujo futuro parecia não se descolar do chão e, anos mais tarde, torna-se piloto e instrutor de voos internacionais, José Herênio subiu alto, muito alto, foi até às nuvens e acima delas, desconheceu divisas, limites e fronteiras, mas reconheceu oceanos e montanhas, florestas e desertos, campos e cidades. O planeta era o seu limite e, se brincassem, teria ido além dele, quem sabe chegasse a astronauta...”

____________________

Senhoras e Senhores, boa noite!

Boa noite, meus confrades de Academia!

Escritora de competência e renome Olga Matos, que deixou seu Rio Grande do Sul para vir sentir o calor dos brasileiros deste pedaço de Norte e Nordeste. Olga veio a convite de seu amigo José Herênio – que, não satisfeito por nos agradar apenas com um lançamento de livro, quis brindar-nos com o lançamento de uma autora. Bem-vinda, Olga, bem-vinda. Imperatriz é uma São Paulo no Maranhão e da pré-Amazônia; ela acolhe brasileiros e brasileiras de todos os Estados do Brasil e estrangeiros dos diversos continentes do mundo. É por isso que, quase sempre, todo ser humano em Imperatriz se sente em casa, pois haverá, no mínimo, um alguém igual a ele, além do calor humano e amigo, comum a todos.

Aviador e escritor José Herênio, boa noite... e, por sua estreia como autor, bem-vindo ao clube dos que pilotam letras.

Em dez dias, três livros. Dia 5, o “Tempo de Um Novo Começo”, de frei Rodrigo; dia 8, “O Velho Jaborandy”, de Agostinho Noleto, e, hoje, encerra-se o primeiro decêndio do mês com uma obra indispensável à historiografia imperatrizense: “Retratos sem Retoques”, de José Herênio.

Na condição de presidente da Academia Imperatrizense de Letras, e sabendo da importância desta Casa no estímulo à criação literária e à produção editorial, e na qualidade de pesquisador das coisas e defensor das causas imperatrizenses, tenho sabidos motivos e subida honra por estar saudando o aparecimento de obras tão consistentes quanto as três que, nestes primeiros dez dias, enriquecem a História, a Literatura e a Cultura de Imperatriz. E mais obras vêm por aí, já que, pelo menos, três outros lançamentos se anunciam para ainda este mês de julho.

Mas eu dizia que este primeiro decêndio está sendo fechado com chave de ouro. Porque se a primeira obra, de frei Rodrigo, é tendente à ensaística, e a segunda, de Agostinho Noleto, é uma prosa ficcional, esta obra de José Herênio é memória, é história pura e simples – até porque, ouso queimar minha língua, puro e simples é o autor.

Senhoras e Senhores,

O “H” maiúsculo com que se escreve a História imperatrizense está cronologicamente e umbilicalmente ligado ao “H” também maiúsculo com que se nomina a família Herênio. Sabe-se, e com comprovação documental, da existência dos Herênios em Imperatriz... antes mesmo da fundação da cidade.

Com sua memória privilegiada, e por sua vida vivida, José Herênio, este setentão rijo e esperto, ocupado e preocupado com as coisas de sua região, é mais que autor deste livro; é também fotógrafo e revelador destes “Retratos sem Retoques”. Um Herênio que transforma memória em letras não é tão somente um historiador – é ele próprio História. História vivenciada. Testemunha ocular e auricular dos fatos.

Senhoras e Senhores,

Felizmente, a cidade de Imperatriz já dispõe de diversas opções de lugares para se lançar um livro. Mas José Herênio, sem birra mas com um forte e emocional motivo, escolheu a simplicidade e o quase acanhamento deste espaço. Suas razões não poderiam ser maiores.

Ontem como hoje, aqui nesta sala, Senhoras e Senhores, há 47 anos e 16 dias, também se reuniram, como descreve o próprio José Herênio em seu livro, “figuras representativas da sociedade, amigos e familiares”. O que muda de antanho para agora é que não se pode ver mais o farmacêutico Raimundo Nogueira em seu “impecável terno de linho branco” e não se está ouvindo saxofone magistral do magistral saxofonista Benedito Caxiense.

O ontem que o dia de hoje arremeda era 24 de junho de 1956 e, nessa data, José Herênio entrava para o clube dos homens sérios ao casar-se com sua “dedicada esposa” Sophia Medlig, que, por motivo de saúde, permaneceu no Rio de Janeiro, onde o casal mora e em cujo seio Imperatriz vive.

Esta sala, naqueles meados dos anos 50, era o salão da prefeitura e virou palco para os pares e pés de valsa que, a partir das 21 horas, vieram alegrar-se e dançar com a alegria e dança cerimonial de Sofia e Zeca.

A seriedade e sofisticação daqueles bons tempos era tal que o convite da festa era assinado por nada menos que 12 ilustres nomes da sociedade imperatrizense, deles ainda hoje viventes e alguns aqui presentes.

**

Já li o livro do José Herênio, e não serei estraga-prazer, contando-lhe o que o autor quer que cada um descubra, sinta ou relembre.

Os 71 textos do livro, mais as palavras introdutórias e outras pós-textuais, estão eivadas de nomes, de datas, de números, de fatos.

Dos antepassados e do passado do autor e de cidades, dos atos e fatos políticos e profissionais de outrora, das viagens e passagens por países e pessoas do mundo, o livro, como sugere a capa, é de um autor de ar e terra e também capitão de mar e guerra, pois que José Herênio enfrentou oceanos de dificuldades e incompreensões pessoais e profissionais, até ver essas muralhas ruírem ante a força de seu talento, profissionalismo e persistência.

Para um menino do buchão que, aos 9 anos, já estava só no mundo, após testemunhar com lágrimas no rosto o cruel sofrimento porque passou sua mãe àquela altura viúva;...

... para um pirralho largado numa Imperatriz que não era nem sombra do que é hoje, tão paupérrima era;...

... para um menino triste àquela altura, no dizer do autor, “completamente sem bússola”, embora “agregado no seio de familiares igualmente pobres”;...

... enfim, para alguém cujo futuro parecia não se descolar do chão e, anos mais tarde, torna-se piloto e instrutor de voos internacionais, José Herênio subiu alto, muito alto, foi até às nuvens e acima delas, desconheceu divisas, limites e fronteiras, mas reconheceu oceanos e montanhas, florestas e desertos, campos e cidades. O planeta era o seu limite e, se brincassem, teria ido além dele, quem sabe chegasse a astronauta...

Creio que José Herênio tem mais a contar. Muito mais, embora não tudo, porque, como escreve a escritora e amiga “hereniana” Olga Matos:

“Nunca terei arca cheia,
para repartir ao meio,
mas sempre o suficiente,
pisar fundo e ir vivendo!”

É este carolinense, Senhoras e Senhores, é este cidadão do mundo que novamente bateu asas e voou até aqui, para ter o prazer de pôr os pés nos chãos da Carolina que o viu nascer e nas terras da Imperatriz que o viu crescer e o aprontou para renascer lá fora, mas encardido o suficiente das cores locais, para não deixar de ser ele o que ele é – um baita beiradeiro destas bandas de cá do Tocantins. Um beiradeirão que se despe em história e emoção neste livro e que se mostra em coragem e cidadania ao criticar e ao defender – defender, por exemplo, a causa do Maranhão do Sul, que está registrada em parte das 190 páginas deste livro a que o autor, sem jeitos – nem trejeitos – de maquiador, aplicou-lhe o título de “Retratos sem Retoques”.

A Academia Imperatrizense de Letras cumprimenta José Herênio e, pelo seu presidente (que sabe merecerá o aprove-se dos seus pares acadêmicos), antecipa que, nos próximos dias, estará tomando as providências formais para abrigar em seu seio, como membro correspondente, este ilustre filho destas terras.

Em igual tempo, a Academia tomará semelhantes providências para trazer ao seu seio, como membro correspondente, a escritora Olga Matos, que mesmo antes de vir a Imperatriz já vinha escrevendo textos em favor da causa do Maranhão do Sul, movimento que esta cidade lidera.

Assim, José Herênio, creio lhe serem devidos cumprimentos – pela bela obra que hoje você lança – e agradecimentos, pela bela escritora Olga, que você apresenta à sociedade imperatrizense.

A José Herênio e a Olga Matos: saúde, sucesso, sensibilidade. E a nossa paz. Com a grandeza de pessoas que são, vocês confirmam que a vida é curta demais para ser miúda.

Parabéns. Nossas palmas. Muito obrigado.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
A criatura e seu criador – o livro "Retratos sem Retoques" (2003) e o advogado, aeronauta e escritor José Herênio de Souza. E outras duas obras herenianas: "Topônimo Maranhão: Apagando a Mentira" (2005) e "Imperatriz! Nossa Avozinha aos 100 Anos de Idade" (2017).

Candidatos pré-selecionados na chamada única para obter o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) podem fazer a complementação da inscrição até as 23h59 desta quinta-feira (6), na página do Fies. Nesta edição, 107.875 inscritos disputam 30 mil vagas, ofertadas em mais de 1,3 mil instituições de ensino superior.

Lista de espera

Quem não foi pré-selecionado nessa fase ainda pode disputar uma das vagas ofertadas por meio da lista de espera. Diferentemente dos processos seletivos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade Para Todos (Prouni), para participar da lista de espera do Fies não é necessário manifestar interesse, a inclusão é feita automaticamente. A convocação da lista de espera vai até as 23h59 de 31 de agosto.

Programa

O Fies é um programa do MEC que concede financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, em instituições particulares de educação superior. O fundo é um modelo de financiamento estudantil moderno, dividido em diferentes modalidades, podendo conceder juro zero a quem mais precisa. A escala varia conforme a renda familiar do candidato.

(Fonte: Agência Brasil)

1

Como não ter uma “baita de uma reiva” de ir a um samba quando não “encontremo ninguém”? Ainda mais se esperava tomar uma “frechada” do olhar da pessoa amada. Um coração que vira uma “taubua de tiro ao álvaro”, que não tem mais onde “frechar”. Não adianta. Tem que ir embora, o último trem é agora às 11 horas. Em ritmo de diversão e nostalgia, os versos e os batuques ternos de Adoniran Barbosa (nome artístico de João Rubinato), que nasceu em 6 de agosto de 1910 (há 110 anos, em Valinhos-SP), ousavam.

Ele criou um tipo de samba paulistano que enaltecia a memória e o cotidiano de imigrantes pobres e seus descendentes. Gente de sotaque misturado e italianado, com as dificuldades dos operários que ajudavam a construir a maior cidade do Brasil. Canções que traziam temática social, como a falta de habitação, a saudade e as dores da maloca. A música que fez o país identificar bairros como Brás, Mooca, Bixiga, Jaçanã e Casa Verde, por exemplo, é reconhecida como marco na história do samba, legado de um artista que brincava com os plurais e se consagrou como singular. Para quem estudou o sambista, tem “outras coisa”, “vortemo” ao acervo e ao tempo. “Ói nois aqui traveiz”, como cantava. Adoniran morreu em 1982.

Para o cineasta Pedro Serrano, que dirigiu o filme “Adoniran – Meu nome é João Rubinato”, ainda hoje visitar e ouvir a obra do músico é reconhecer uma identidade nacional. "É muito importante que pessoas que não tiveram contato (como os mais jovens) possam saber mais sobre quem foi o artista", disse em entrevista à Agência Brasil. Serrano afirma que se aproximou da história de Adoniran desde a infância. Inicialmente, realizou o curta-metragem de ficção “Dá licença de contar”, baseado em personagens da música “Saudosa Maloca”.

O documentarista, de 33 anos de idade, revela que tem um projeto no forno para transformar esse curta em um longa, para explorar mais personagens e a riqueza da obra do sambista. "Tem que saber falar errado" “Eu sempre gostei de samba. Ninguém queria nada com as minhas letras. Tem que saber falar errado”, dizia o artista. O sucesso na música veio na década de 1950 quando o grupo Demônios da Garoa cantou “Saudosa Maloca”. Em 1964, “Trem das Onze” levou o grupo ao auge. Em 1980, a consagrada cantora Elis Regina emprestou nova interpretação para “Tiro ao Álvaro”.

“Eu faço samba dos meus bairros”. O programa “Na trilha da história”, da Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação, traz trechos do acervo que destacam a irreverência e o pensamento do artista. No mesmo programa, veiculado em fevereiro deste ano, o cineasta Pedro Serrano, diretor do documentário sobre Adoniran, explica as invenções como em “Samba do Arnesto” (1953). “Ernesto existiu mesmo, mas a história não foi como está na música”. Ernesto jura que nunca falhou com o compromisso com Adoniran. A história foi criada pelo sambista.

Serrano conta que Adoniran foi rejeitado inicialmente como cantor. “Ele entra na rádio como locutor de Carnaval. Fazia de uma forma bem-humorada e, assim, ele se destaca. Torna-se, depois, uma grande estrela como radioator cômico”. O cineasta detalhou também a importância da parceria com o grupo Demônios da Garoa, que ecoou as canções. “Eles fizeram com que ‘Saudosa Maloca’ (música de 1951) ficasse conhecida. Inicialmente, a música não fez sucesso algum. A interpretação diferente, que era gaiata, se tornou um sucesso”. A música, que conta a história de um despejo, ganhou novo tom. O diretor reconhece que Elis Regina (que morreu também em 1982) trouxe um olhar sensível e até melancólico para a música de Adoniran.

A obra de Adoniran também foi visitada pelo programete “História Hoje”, da Rádio Nacional. Na edição, um dos destaques é que, em São Paulo, o músico participou de programas de calouros no rádio, quando escolheu o nome artístico em homenagem ao seu melhor amigo e ao cantor Luis Barbosa, ídolo do sambista. O caminho do sucesso começou em 1934 com a música “Dona Boa”. Ele conquistou o primeiro lugar no concurso carnavalesco promovido pela cidade de São Paulo. Em seguida, trabalhou por mais de 30 anos na Rádio Record como ator cômico, discotecário e locutor.

A TV Brasil também destacou que Adoniran cantou a cidade de São Paulo como ninguém. “Prefiro falar ‘peguemo’ do que pegamos. Prefiro falar ‘fumo’ do que fomos”, apontou o sambista. A reportagem mostra as homenagens que o artista recebeu no Bairro do Bixiga, onde há, inclusive, um busto de Adoniran.

Por falar em história e nostalgia, outra reportagem da TV Brasil destacou o que seria o “trem das 11”, imortalizado na canção de Adoniran. A estrada de ferro, que passa pelo Bairro da Jaçanã, tinha um percurso do centro de São Paulo até Guarulhos, na Região Metropolitana. O trajeto funcionou por mais de 50 anos. “Mas o trem das 11 não existia. O acerto que Adoniran fez foi para a música”, diz Sylvio Bittencourt, que mantinha um museu no Jaçanã com a história do lugar.

Em 2018, Adoniran recebeu homenagem póstuma como Cidadão Paulistano. O compositor, que homenageou a cidade com letras trocadas e batuques em ritmo irreverente, inventava histórias e palavras. A ficção era a construção artística para falar “errado” e do que passava à sua volta. Manuel Bandeira, na década de 20, também enalteceu a linguagem das ruas: "A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo, na língua errada do povo. Língua certa do povo". Veja mais no acervo da EBC, a melancolia e a graça “din-din donde nóis passemo dias feliz de nossa vida”, como é a arte imortal de Adoniran.

(Fonte: Agência Brasil)

(Dedicado aos que ainda “sabem” chorar e indignar-se)

– E se ele fosse seu filho? Se fosse da sua família?

**

(Cinco anos depois...)

**

Não. Esse menino da foto NÃO está brincando na praia.

Não está pregando uma peça para os pais.

Não pegou soninho na areia úmida.

Esse menininho de três aninhos deixou de ser criança. Agora ele é uma denúncia.

Uma acusação.

Um tapa na cara.

Um bogue no estômago.

Um chute nos ovos.

Uma bala nos ouvidos.

Um murro na consciência.

**

Para ter vida, esse menino precisou apenas de duas pessoas.

Mas para ser morto, há cinco anos, foi preciso uma multidão: uma multidão de governantes e outras autoridades (e seus seguidores e asseclas).

Precisou de um monte de países e etnias em guerras fratricidas e religiosas.

De um magote de autoridades omissas e, por isso, igualmente cúmplices de assassinatos, genocídio, mortandade.

Apesar do jeito frágil, do tamaninho, uma criança é uma força da Natureza. Inspira cuidados. Exige proteção.

Sem a criança não existimos. A criança é pai de todo adulto. É mais velha que nós.

Mas já não se respeitam pais... nem os mais velhos.

E Alan morreu, aliás, foi morto. Seu país o expulsou – e, pelo meio do caminho em terra até o mar, de quantas rejeições não foi vítima essa criança!...

Triste o fim de Alan Kurdi. Sua terra não o queria em vida – e, na morte, até o mar o rejeitou.

Depois de sacolejar seu pequeno corpo, ao sabor das ondas, o oceano, como um vômito, jogou-o na praia, para onde, quase sempre, ondas costumam levar lixo.

Para o mar, o menino era impureza, sobra. Resto com rosto.

Alan, branquinho, vai se juntar àquele menininho africano, pretinho, que o urubu, com seu instinto natural, pacientemente esperava morrer para servir-lhe de comida. (O autor da foto da criança africana suicidou-se depois, tal o impacto daquela visão-realidade).

Sei que perto de mim, no meu país, no meu Estado, quiçá em minha cidade deve haver branquinhos e escurinhos esperando comida, amparo, carinho, futuro. Sei disso.

Mas é a foto de Alan que é a minha realidade neste exato momento. Neste instante.

Dá vontade de, por uma só e não atendida vez, ser Cristo com seu poder ressuscitador, e fazer viver o menininho africano e menino Alan e vê-los correr, brincar, sorrir, ser protegido por seus pais. (O pai de Alan, Abdullah, tentaria explicar ao filho porque a mãe, Rehan, e o irmão, Galip, morreram no mar, quando todos fugiam da Síria natal e suas guerras sem fim).

Dá vontade de, como Super-Homem, rodar o planeta Terra para trás e, assim, voltar o tempo e corrigir todas as agruras, amarguras e desventuras alânicas.

Mas que posso eu? Que pode você que me lê?

De minha parte, posso me recolher para longe das fotos. Me afastar da imagem de meninos mortos.

**

Procuro não chorar. Não é por falta de sentimentos, que me sobram e soçobram. É que, não chorando, meu caudal de lágrimas não afogará de novo Alan.

Pois, para essa criança, já basta morrer uma vez...

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
Alan, morto; Alan, com ursinho e o irmão mais velho, Galip; e o menino africano, sem nome... e também sem vida.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos promove a Semana Nacional da Juventude a partir de hoje (5) até o próximo dia 12 quando é celebrado o Dia Internacional da Juventude. De acordo com a pasta, neste período, serão promovidos seminários, fóruns e solenidades para debater e dar visibilidade a temas de interesse de jovens de 15 a 29 anos.

Nesta quarta-feira, dando início à semana, haverá a comemoração dos sete anos do Estatuto da Juventude, com o lançamento de um vídeo da campanha “Cada jovem com o seu estatuto”. A ação da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), em parceria com o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), enviou exemplares da legislação para todo o país. A meta é distribuir 100 mil cópias do documento aos jovens.

O estatuto está disponível no “site” da secretaria e a versão impressa pode ser solicitada por “e-mail”, informando a quantidade de cópias e endereço para envio.

Para amanhã, está marcada a cerimônia de premiação dos vencedores da primeira edição do Prêmio de Inovação em Políticas para a Juventude. A iniciativa tem o objetivo de fomentar a elaboração de políticas públicas efetivas. Na solenidade, na sede da SNJ em Brasília, haverá entrega de troféus e selos para os autores das melhores propostas.

Em celebração às adesões ao Sistema Nacional da Juventude (Sinajuve), no sábado (8), será realizada uma transmissão “on-line” com representantes estaduais, que poderão tirar dúvidas e contar suas experiências com a ferramenta. De acordo com o ministério, o objetivo do encontro é aprimorar os serviços ofertados e para que outros gestores públicos ou representantes da sociedade civil possam conhecer melhor o sistema.

Na terça-feira (11), será realizado fórum de debate sobre políticas de juventude, com a participação de representantes do ‎Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, do Organismo Internacional da Juventude para Ibero América (OIJ) e do Conjuve.

Para finalizar a Semana Nacional da Juventude, serão apresentados os dados de violação de direitos da juventude do Disque 100, canal de denúncias do ministério. Quem fará a análise das informações será a secretária Nacional da Juventude, Jayana Nicaretta, por meio de transmissão nas redes sociais.

As informações sobre a semana e os eventos serão transmitidos nas redes sociais do ministério e da Secretaria Nacional da Juventude.

(Fonte: Agência Brasil)

O Parque Nacional do Itatiaia, no sul fluminense, reabre hoje (5), para visitantes, depois de ficar quase cinco meses fechado por causa da pandemia de covid-19. A abertura será feita de forma gradual e, neste primeiro momento, será permitido o acesso apenas à parte baixa do parque, de quarta-feira a domingo, das 8h às 17h.

O uso de máscaras será obrigatório durante a permanência no local, assim como manter a distância de dois metros entre uma pessoa e outra. Será permitida a entrada de, no máximo, 150 visitantes por vez, com grupos restritos a até seis pessoas.

Por enquanto, excursões estão proibidas, bem como a entrada de ônibus e vans fretadas. Os banheiros estão abertos, mas o centro de visitantes e os bebedouros continuam fechados.

O acesso a lagos, cachoeiras e mirantes também terá restrição quanto ao número de pessoas, que varia de seis a 40 por vez, dependendo da atração. Informações podem ser obtidas no “site” do parque.

Por enquanto, atrações da parte alta, como o Pico das Agulhas Negras, o Maciço das Prateleiras e a Cachoeira de Aiuruoca, além do “camping”, continuam fechados. Itatiaia foi o primeiro parque nacional criado no Brasil, em 1937.

(Fonte: Agência Brasil)