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“São Luís clama por um prefeito com novas ideias, por um gestor eficiente e testado, que encare os problemas olhando nos olhos das pessoas. Os desafios são muitos, mas Neto Evangelista reúne todas as qualidades para liderar uma verdadeira transformação em nossa capital”.

A afirmativa foi feita pelo presidente do diretório estadual do Democratas, deputado federal Juscelino Filho, durante a convenção que homologou o nome do deputado estadual Neto Evangelista (DEM) como candidato a prefeito de São Luís pela coligação “Vamos Juntos por São Luís” que reúne os partidos PDT, PTB, PSL e MDB.

Juscelino contou que, quando Neto ingressou no quadro do Democratas, viu, nele, “determinação, vontade e amor para trabalhar por São Luís. Nunca tivemos dúvida que você era nome certo, a pessoa que São Luís esperava para liderar e fazer um grande governo a partir de janeiro”.

O parlamentar lembrou que o partido Democratas tem bons exemplos de gestão, inclusive as três capitais – das 27 brasileiras - melhor avaliadas no país são de prefeitos do Democratas. “E é esse modelo de gestão que o Democratas desenvolve em Curitiba, Florianópolis e Salvador – eficiente, responsável e voltado para as pessoas – que será implantado a partir de janeiro com Neto na Prefeitura de São Luís", assegurou.

Por fim, Juscelino agradeceu o apoio de todos os partidos aliados e disse que “a coligação fará uma linda, grandiosa e vitoriosa campanha eleitoral. Vamos ganhar juntos e governar juntos, construindo uma São Luís que o povo sonha. Vamos fazer São Luís acontecer. Neto no coração de cada um da população e faremos uma grande caminhada", finalizou.

(Fonte: Agência Brasil)

Pesquisadores do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, divulgaram, nesta terça-feira (15), dados inéditos de uma pesquisa sobre o crescimento ósseo da espécie do dinossauro “Vespersaurus paranaenses”. O estudo foi conduzido em parceria com Centro Paleontológico da Universidade do Contestado, em Santa Catarina. Ele revela que esse animal poderia viver entre 13 e 14 anos e atingiam a maturidade sexual entre os 3 e 5 anos de idade.

O “Vespersaurus paranaenses” foi uma espécie de dinossauro de pequeno porte, com 1,5 metro de comprimento. Ele viveu no período Cretáceo, entre 90 e 70 milhões de anos atrás, no noroeste do Paraná. Nessa época, parte do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul do Brasil formavam o Deserto Caiuá. A espécie habitava o entorno de áreas úmidas, possivelmente um oásis. Nessa mesma região, também já foram encontrados fósseis de lagartos extintos e de duas espécies de pterossauros.

Graças ao grande número de fósseis preservados do “Vespersaurus paranaenses”, foi possível traçar um panorama mais completo e confiável sobre como esses animais se desenvolviam, qual eram suas taxas de crescimento e quanto tempo levavam para se tornarem adultos. A técnica da osteohistologia, empregada no estudo, consiste na retirada de fragmentos do osso, por meio de cortes com serras elétricas. Por ser relativamente destrutiva, costuma ser usada apenas quando há abundância de fósseis.

A pesquisa constatou ainda a existência de um tipo de tecido ósseo incomum para os dinossauros, conhecido como paralelo-fibroso. Ele é caracterizado por um alto grau de organização das fibras de colágeno contida nos ossos e demanda mais tempo para se formar ao longo do crescimento do animal. Assim, as taxas de crescimento do “Vespersaurus paranaenses” eram provavelmente mais lentas do que o observado em outros dinossauros e mais similares a de jacarés e crocodilos.

A hipótese dos pesquisadores é que a desaceleração do crescimento desses animais estaria relacionada com o seu tamanho corpóreo. Também é possível que seja uma adaptação ao ambiente árido onde viviam.

O trabalho integrou a pesquisa de mestrado de Geovane Alves de Souza, financiada com bolsa Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Mobilizou mais seis cientistas: Arthur Brum, Juliana Sayão, Maria Elizabeth Zucolotto, Marina Soares, Luiz Weinschütz, além do paleontólogo e diretor de Museu Nacional, Alexander Kellner.

De acordo com nota divulgada pelo Museu Nacional, as descobertas revelam a importância do financiamento de bolsas de pós-graduação, lançando luz sobre como os dinossauros viveram em um mundo de constante mudança climática e quais os mecanismos e estratégias de sobrevivência existiam no passado do planeta. "Apesar dos dinossauros fascinarem tanto cientistas quanto o público leigo, muitas perguntas sobre seu crescimento, metabolismo e anatomia ainda permanecem sem respostas", diz o texto.

Vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu Nacional vem se reconstruindo desde o grave incêndio que aconteceu em sua sede em 2018. De acordo com a instituição, essa pesquisa inédita surge em momento oportuno e reforça a sua capacidade de produzir ciência de ponta e de qualidade. Os resultados do estudo também foram divulgados na “PeerJ”, revista científica internacional focada em ciências biológicas e ciências médicas.

(Fonte: Agência Brasil)

Começam, hoje (15), as inscrições para o processo seletivo de bolsas remanescentes do Programa Universidade para Todos (Prouni), para o segundo semestre deste ano. Ao todo, serão ofertadas cerca de 90 mil bolsas que não foram ocupadas no decorrer do processo seletivo regular.

A disponibilidade dessas bolsas ocorre por desistência dos candidatos pré-selecionados ou falta de documentação, por exemplo. O prazo para inscrição termina em 30 de setembro, e o estudante interessado deve acessar a página do Prouni na “internet” [http://prouniportal.mec.gov.br/#principal].

De acordo com o Ministério da Educação, nesta edição, o prazo de inscrição será único, tanto para candidatos não matriculados na instituição de ensino superior para a qual desejam se inscrever para disputar uma bolsa, como para candidatos já matriculados na mesma instituição para a qual querem fazer a inscrição.

O Prouni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior. Para concorrer às bolsas integrais, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

(Fonte: Agência Brasil)

O plural de siglas como AIH (documento que autoriza internação hospitalar) e CNH (a carteira brasileira de habilitação) vem sendo escrito assim: AIH’s / CNH’s.

Não existe, em Português, plural dessa forma.

É uma confusão estabelecida em razão do chamado “genitive case” (caso possessivo) da Língua Inglesa: Chico’s Bar (Bar do Chico), Fêmeas’ Boutique (Butique das Fêmeas).

Em Português, o sinal apóstrofo (’) tem uso restrito (*), geralmente para indicar a eliminação de uma letra ou um som: copo d’água (copo de água), p’ra (para) etc.

E como se faz o plural de siglas? Ainda não há recomendação oficial, mas já é comum adoção e geral aceitação do plural à inglesa, um “s” minúsculo após a última letra da sigla:

– CNHs (lê-se: cê-ene-agás);

– AIHs (á-í-agás);

– MPs (eme-pês; Medidas Provisórias);

– PEC (pek; Proposta de Emenda à Constituição) etc.

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(*) Dois outros usos do apóstrofo são, digamos, mais técnicos, no campo da Fonética (na transcrição ou transliteração indica palatização, ato/efeito de abrandar a pronúncia de um som) e no campo da Linguística e Lexicologia (para indicar significado ou sentido da palavra citada anteriormente).

Minúcias da alma de um idioma...

* EDMILSON SANCHES

Um grupo internacional de astrônomos anunciou, nesta segunda-feira (14), a presença da fosfina na atmosfera venusiana. O estudo foi publicado na revista “Nature Astronomy” - periódico britânico científico especializado em artigos científicos.

De acordo com a pesquisa, na Terra, a fosfina – ou hidreto de fósforo (PH3) – só pode ser encontrada decorrente de dois processos: ou pela fabricação de forma industrial ou pela ação de micróbios que se desenvolvem em ambientes sem oxigênio – chamados anaeróbicos. Utilizando telescópios avançados, a equipe formada por astrônomos do Reino Unido, Estados Unidos e Japão pôde confirmar a presença da molécula em Vênus. A primeira detecção aconteceu pelo Telescópio James Clerk Maxwell (JCMT), operado pelo Observatório do Leste Asiático no Havaí.

“Quando descobrimos os primeiros indícios de fosfina no espectro de Vênus, ficamos em choque!”, declarou a líder da equipe internacional Jane Greaves, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido. Para confirmação do achado, foram usadas 45 antenas do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma) – instalação astronômica no Chile, do qual o Observatório Europeu do Sul (ESO) é parceiro.

O telescópio, considerado muito mais sensível, localizou pequenas concentrações da fosfina na atmosfera de Vênus, cerca de 20 moléculas em cada bilhão. Com base em cálculos, descartou-se que a quantidade observada seria decorrente de processos não biológicos naturais no planeta, como a luz solar, ou a ação de vulcões e relâmpagos, por exemplo. No caso dessas fontes, seriam criados, no máximo, dez milésimos da quantidade de fosfina identificada no planeta.

Já que, segundo a análise, não seriam esses processos responsáveis por criar a quantidade de fosfina liberada, os cientistas passaram a considerar, então, a possibilidade que um tipo de organismo possa ser fonte desse biomarcador. A equipe destaca que, na Terra, as bactérias expelem a fosfina ao retirar o fosfato de minerais ou de material biológico, acrescentando hidrogênio. Mas, qualquer organismo no planeta vizinho, ressalta o estudo, “provavelmente será muito diferente dos primos terrestres”.

Atmosfera ácida

Os astrônomos veem esta descoberta como bastante significativa, mas reconhecem muito trabalho pela frente para confirmar presença de “vida”. Isso porque a atmosfera de Vênus é extremamente ácida, com cerca de 90% de ácido sulfúrico, o que dificultaria a sobrevivência de micróbios, destaca o Observatório Europeu do Sul.

Essa incógnita é apontada como desafio pela integrante da equipe, Clara Sousa Silva, do Massachusetts Institute of Technology nos Estados Unidos, que investiga a liberação de fosfina como uma bioassinatura de gás de vida anaeróbica em planetas que orbitam outras estrelas.

“Encontrar fosfina em Vênus foi um bônus inesperado. A descoberta levanta muitas questões, tais como é que os organismos poderão sobreviver na atmosfera do planeta vizinho. Na Terra, alguns micróbios conseguem suportar até cerca de 5% de ácido no seu meio — mas as nuvens de Vênus são quase inteiramente feitas de ácido”, diz a pesquisadora.

Embora a descoberta aumente as expectativas quanto à existência de vida fora da Terra, o astrônomo do ESO e gerente de operações do Alma na Europa, Leonardo Testi, diz que a missão agora é investigar a origem química da fosfina. ''É essencial acompanhar este intrigante resultado com estudos teóricos e observacionais para excluir a possibilidade de que a fosfina em planetas rochosos possa ter também uma origem química diferente da Terra”, diz Testi.

(Fonte: Agência Brasil)

Recebi do meu querido amigo Joaquim Itapary, pelas festas de um Natal já longe, com fraternal dedicatória, o livro “Hitler no Maranhão e o monstro de Guimarães”, publicado pelas edições da Academia Maranhense de Letras.

Confesso que a prosa de Joaquim Itapary me encanta pela sua magia, o que me fez, de logo, afoitar-me para este seu texto e lê-lo de um trago como se diz, e a fazer essas reflexões: todos nós, nascidos e vivido a infância nesse cenário de guerra, ouvíamos de nossos pais, professores e dos mais velhos, as terríveis histórias dessa guerra [1939-45], bombardeios, tomadas de cidades, campos de concentração... Tudo isso ficou no nosso imaginário, bem como aqueles símbolos diabólicos, cruz de ferro, SS, suástica, etc., Dentro dessa paisagem de horror, críamos, com certeza, que tudo vindo de Hitler poderia ser possível acontecer... Até ficção!

Com os traços dessas linhas, sinceramente, esse livro de Joaquim Itapary nos coloca em dúvida, se é realmente uma ficção, devido ao que acabei de dizer e se é apenas produto do seu grande talento criativo... Sabe-se que Hitler, de um simples aprendiz de pintor, numa Áustria culta e artística, envolta nos misteriosos bosques de Viena, chegou a Ministro do III Reich, para depois ser castigado dolorosamente pela sua própria insânia, vendo transformar-se em cinzas seu projeto “Mein Kampf” [Minha Luta], para depois ser fulminado pela lástima, a cometer ambicídio com Eva, com a ingestão de “cianureto de potássio”, nos subterrâneos da Chancelaria... Diante de tudo isso, nada mais se sabe o que pode ser real ou ficção!

Sobre esse assunto, diz o jornalista crítico de arte Salomão Rovedo, em “A Beira do Abismo”, belíssima apresentação do livro, “Hitler no Maranhão e o monstro de Guimarães”, de que “tudo é invenção e tudo também é verdade”.

E foi aqui, pelo que se sabe, numa noite de luar de agosto que, de repente, e não mais que de repente, entrou pela Baía de Cumã uma enorme cobra submersa que deixava às vistas, nas lâminas d’água, dos que juram que viram, fortes escamas como se de um lombo de uma enorme serpente... Nascia aí para os pescadores, o monstro de Guimarães, e para a História, o mistério, comprovado por fotografias de hidroavião.

Essa enorme serpente vista, nada mais era do que um submarino alemão, o famoso U-99 que partira do porto de Cuxhaven, a 100 quilômetros a Oeste de Hamburgo, sob o comando do Capitão Hans Kurt Öyster, um militar discreto e de alta confiança, encarregado de manter o Führer e sua mulher, Eva Brow, isolados em lugar seguro e desconhecido, num daqueles arrepios da guerra, como enredo de uma história fantástica, vez que estavam fugindo de um atentado em Berlim, deslindado pelo notável historiador Heine Krügger, decano da “Leipzig Universität” que num artigo na revista alemã “Der Spiegel” informa que, “ em 20 de julho de 1944, um grupo denominado ‘Círculo de Kreisan’, liderado pelo conde Von Moltke, contrário ao nazismo, perpetra um atentado à vida de Adolf Hitler. Houve o atentado e o almirante Karl-Jesco Von Puttkamer foi gravemente ferido, sendo o ditador advertido pelo ‘Sichereitsdienst’ [Serviço de Segurança], que havia fortes possibilidades de que novos atentados ocorreriam. Foi assim e por isso que Adolf Hitler e Eva Brow chegaram ao Maranhão, quem suspeitaria?”

Soube-se depois também que o U-99 passou pela Linha do Equador, adentrando o Hemisfério Sul às 22 horas do dia 3 de agosto de 1944, estacionando no dia seguinte ao meio-dia a 2° 07’ 57 de Lat. S e 44° 36’ 04 de Long. W – Coordenadas geográficas de Guimarães, no Maranhão, Brasil, segundo dados do diário de bordo, manuseado pelo venerando historiador Heine Krügger, de Leipzig, tendo o submarino ficado parado um tempão no lugar chamado ‘Guarita’, defronte da ‘Boca do Rio Pericumã’, registros estes comprovados pelas cartas náuticas da Capitania dos Portos de São Luís.

Pois bem, à noite de 4 de agosto daquele ano da graça de 1944, o casal de psicopatas [Adolf e Eva], longe dos olhos do mundo [?] e da tripulação foi visto a tomar banhos de mar, talvez comparando a beleza e as temperaturas das águas de Cumã com as do Báltico... E os dois brincavam como crianças inocentes, enquanto o sargento da Armada Klauss Shöenner, que falava um pouquinho de português, negociava com o pescador José Inácio Coutinho e com um outro conhecido por João Pontes que, com seu barco ‘Nazaré’, levavam mantimentos de boca para a tripulação alemã, alimentos como camarões e peixe seco, ovos, açúcar, mel, feijão, enfim, acepipes, e mais doces e frutas da terra, como cajus e cocos, e mais água potável, para variar com o que estava estocado no submarino ali escondido do mundo; da velha Europa, dos Estados Unidos e do Japão que pegava fogo...

De fato “há mistérios no universo, incógnitas tão grandes e desafiadoras que nosso imaginário leva ao desconhecimento e não logra sondá-los ou conhecê-los”, diz Itapary, talvez em dúvida do que estivesse escrito, se era mentira ou verdade, o que também se pergunta Salomão Rovedo... Se era ficção ou realidade, ambas foram geniais, ou no mundo real, ou no mundo de polichinelo...

Eu, ao ler o livro e a rascunhar estes apontamentos, confesso também a minha enorme dúvida, sem saber se estou a escrever sobre um fato real ou se um sonho em cores. Só sei dizer que a história é cheia de aventuras e de romantismos, e as provas de sua veridicidade são incontestáveis... E agora?

Fica aqui, portanto, a “certeza da dúvida” com o jornalista e escritor Benedito Buzar ao confessar depois ao autor: “Melhor do que você fez, só dinheiro achado!”

Sintonizado com o ditado de que “matos têm olhos e paredes têm ouvidos”, o escritor Joaquim Itapary, autor do livro, aproveitando os dias de folga de um período de Carnaval, foi à cidade de Alcântara, onde vivia [ou vive] o médico Airton Viegas, seu ex-colega de colégio, e ex-prefeito da cidade, já sendo esperado em casa deste, pelo mateiro Benedito Leodônio Leite, alcunhado por “Zé Pato”, para levá-lo até a Vila de “Urubuoca”, uma ilhota a três léguas de Alcântara, onde residia a professora aposentada Afonsina Goulart Coutinho, filha do pescador Inácio Coutinho, aquele que era intermediado pelo sargento da armada, o marujo que falava um pouquinho de português... Joaquim Itapary, nas muitas conversas [todas gravadas] que teve com Afonsina, nesse retiro do Carnaval, tomou conhecimento dos presentes que foram dados ao pescador, como uma pistola “Luger”, um fuzil “Mauser”, um par de binóculos, caixas de biscoitos, várias fotografias, pulseiras com símbolos nazistas e bilhetes de agradecimentos de Eva Brown que falava em nome de Hitler e de toda a tripulação, traduzidos ali, para Afonsina, por ele, Itapary, graças ao tanto de alemão que aprendera com o professor Germano, o misterioso mestre do tabocal... E a professora aposentada Afonsina Coutinho, depois de toda essa conversa investigativa que ambos encetaram durante sua temporada ali, despediu-se do escritor Joaquim Itapary, dizendo: “Doutor Itapary pode ficar certo da verdade que lhe contei, e escrever sem susto, que o casal Adolf Hitler e Eva Brown tomava banho à noite nas águas mornas da praia da Baía de Cumã...”

Pelo que vimos, o exposto vem a dar azo, naturalmente, de que tudo pode acontecer numa fresca madrugada.

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Ilustração:
Capa do livro comentado e foto de Joaquim Itapary.

Neste domingo, continuaremos falando sobre...

Palavras homônimas e parônimas

...
6. ALISAR ou ALIZAR
Alisar = tornar liso:
Ela pretende alisar o cabelo.

Alizar = guarnição de portas e janelas:
Devemos pintar os alizares das portas.

7. AMORAL ou IMORAL
Amoral = indiferente à moral:
A ciência é amoral.

Imoral = contrário à moral:
A pornografia é imoral.

8. APRENDER ou APREENDER
Aprender = instruir-se, adquirir conhecimento:
Ele aprendeu tudo que ensinaram.

Apreender = tomar, prender, assimilar:
O policial apreendeu as peças encontradas.

9. ÁREA ou ÁRIA
Área = espaço:
A área estava repleta de pessoas.

Ária = peça musical:
Ouvimos uma bela ária no Teatro Municipal.

10. ARREAR ou ARRIAR
Arrear = pôr arreios:
Vou arrear o seu cavalo.

Arriar = baixar, fazer descer:
Faça o favor de arriar a cortina.

11. ASSOAR ou ASSUAR
Assoar = limpar o nariz:
Ele assoava o nariz seguidamente.

Assuar = vaiar, apupar:
A torcida assuava o juiz durante o jogo.

12. ATUAR ou AUTUAR
Atuar = agir, exercer influência:
Ele atuou condignamente neste caso.

Autuar = processar, reunir em processo:
O réu foi autuado em casa.

13. BOCAL OU BUCAL
Bocal = abertura, embocadura:
Colocou a lâmpada no bocal.

Bucal = relativo à boca:
Ele está com problemas bucais.

14. BROCHA ou BROXA
Brocha = prego:
Fixou a moldura com pequenas brochas.

Broxa = pincel:
Pintou a parede com uma broxa nova.

15. BUCHO ou BUXO
Bucho = estômago de animais:
Bom é mocotó feito com bucho.

Buxo = arbusto ornamental:
Vou podar os buxos do jardim.

Teste da semana
Que opção completa, corretamente, a frase abaixo:
“__________, em reunião de Diretoria, os aumentos a __________ aos operários, __________ as elevações do custo de vida?”

(a) ficou decidido / serem concedidos / dado;
(b) foram decididos / ser concedido / dadas;
(c) foi decidido / ser concedido / dado;
(d) ficaram decididos / serem concedidos / dadas;
(e) decidiu-se / ser concedidos / dado.

Resposta do teste: letra (d).
O que ficou decidido foram os aumentos. Portanto o verbo deve concordar no plural com o seu sujeito: os aumentos foram decididos ou ficaram decididos. Quanto à flexão do verbo SER, temos um caso facultativo: “aumentos a ser concedidos ou a serem concedidos”. E DADAS deve concordar com “as elevações”.

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No baú velho das coisas esquecidas, encontramos esta página que abaixo transcrevemos. Não alteramos nada. Apenas não identificamos a personagem que a escreveu. E até parece que cometemos um erro em publicá-la. Mas pareceu-nos que ela merece um endereço certo. E o endereço escolhido, por nós, aí está – os nossos leitores... Mas... Bem, vamos ler a página.

“Estou lhe escrevendo, Carlos Alberto. E custou-me esta resolução. Acredite. Mas a presença de Marilda, nossa filha, impôs-me este sacrifício. Mas, para lhe falar de Marilda é preciso registrar lembranças. E estas, hoje, têm o amargor de todos os constrangimentos. Mas é preciso. E Marilda surgiu no momento exato em que nós caminhávamos juntos pela vida. Um sonho vivendo dentro de nós. Uma felicidade que não parecia fugir. Encontramo-nos em plena mocidade. Da aproximação festiva, irradiação do espírito, para as impressões que nos empurraram para o DESCONHECIDO, foi um nada. As impressões evoluíram. A amizade envolveu-nos. Tornei-me presa fácil. Lembra-se, Carlos Alberto? E de você vinha toda uma atenção profundamente humana. Dominadora. Eu acreditava em você, Carlos Alberto. Acreditava no seu amor. Talvez o nosso erro, Carlos. Mas... Não me foi possível fugir nem de mim e nem de você. A nossa vida entrelaçou-se. Sentíamos, assim eu pensava, que não poderia haver mais dúvida, que, com você, eu estava amparada, realizada. Eu tinha você, Carlos Alberto. Era uma certeza encantadora. Você se lembra, Carlos? Senti exigências nos seus olhos. Uma mensagem de súplica... Quis fugir, evitá-lo. Não pude. Já havia uma resolução em mim. Cedi... Não, Carlos, entreguei-me... Tinha consciência do que estava fazendo. No entregar-se, havia, para mim, o sentido mais profundo de espontaneidade. Havia sim, Carlos. Entreguei-me com a suavidade dos meus sonhos, com a força sentimental dos meus desejos. Lembra-se, Carlos? Um Instante de nós, de nossas vidas em nós. E quando vi você naquela noite, só eu sabia que deixara com você, no seu leito de solteiro, a minha condição de menina-moça. Eu voltava menina¬-mulher. Eu sabia, você sabia que eu acordara mulher nos seus braços. O que nós não sabíamos é que, ao me afastar de você, eu era mais que mulher. Era mãe, Carlos. Mãe de Marilda. De Marilda sua filha, minha filha. Nossa filha. E quando a certeza surgiu diante de mim já você se tinha ido. Ido para não mais voltar. Você fugia, Carlos. Você corria da sua responsabilidade, da nossa responsabilidade. Lembra-se, Carlos? Depois da POSSE de mim, você desapareceu, e eu ficava. Mas ficara comigo esta Marilda que se parece com você, que tem seus olhos, que lembra você em tantas coisas... Mas, para que continuar relembrando...

Ela, ontem, me disse: ‘Quero ir para onde papai’... Carlos, ela já diz coisas que comovem. Tem seis anos, Carlos. Fala tudo. Come tudo. Não esquece o pai que não a viu nascer. O pai que ela sabe existir porque a ensinei a lhe querer muito. Digo para ela que você está distante. Trabalhando para ela e que, um dia, você voltará para nós!... Mas, Carlos, eu estou doente... Tudo perdi... Só tenho Marilda. E para ter Marilda, para tê-la comigo, para garantir a sua subsistência, prostituí-me, Carlos Alberto. Fiz tudo para poder ficar com você distante, esquecida embora, e com Marilda. Lutei multo. Resisti muito. Mas eu estava só, Alberto. Eu e Marilda. Eu e a virtude deste erro. Você se fora. Tudo de pior aconteceu. E tive de ceder. Tão diferente do entregar-me a você. Com este CEDER, havia humilhação. Havia a vergonha ofendida, o pudor massacrado. Custei-me a acostumar-me... A gente costuma-se com tudo, Carlos. A necessidade é uma má companheira. Necessidade que é miséria... que é fome... E todo um tempo nesta vida de humilhações... Marilda tem seis anos... Está crescida. E agora que mais precisa de mim, eu me sinto morrer. Ela não sabe de nada. Mas o mal se prolonga. A vida foge todos os dias. Uma questão de tempo. Talvez um ano mais e já não mais exista. E diante disto, de Marilda quase que no abandono de mim, resolvi lhe escrever. Não sei se você lerá esta missiva. E se a ler, não sei, não faço uma ideia sobre as suas reações. Mas era preciso que lhe escrevesse, que lhe dissesse tudo isto. Junto a esta vai o meu endereço. O endereço de Marilda. E, se você não vier, quero que saiba que lhe perdoei. Sempre é bom perdoar aos que nos fazem mal. E, se você se resolver, venha para esta que diz para mim: ‘– Quero ir para onde papai’”.

Aí está a página que ficou perdida na rua. Nós a encontramos há muito tempo... Tem as folhas amarelecidas... E voltaram para o baú velho das coisas que se escondem desta realidade terrível que aí está como uma página do tempo...

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 16 de junho de 1963 (domingo)

Bíblia, Mateus 7, 1

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Há pessoas que não andam com a gente e acham que conhecem nossos passos...

Há pessoas que não dormem com a gente (graças a Deus...) e creem que sabem de nossos sonhos -- e pesadelos...

Há pessoas que não são nossos sapatos e imaginam saber onde o calo nos aperta.

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Julgar por aparências,...

... valorizar pela capa,...

... comprar pela embalagem...

– eis o exercício que muitos praticam... prazerosa, errada e, quase sempre, doentiamente.

* EDMILSON SANCHES

A noite esgoela-se endoidecida
como um velho cavalo selvagem,
a correr pelo tempo na noite veloz.

Na varanda existe só a varanda,
e mulheres a dançarem rítmicas,
a cada volta do moinho vermelho.

Tudo que da calçada se contempla,
à vista de quem está de fora,
lá dentro, fechado, não mais há...

Na varanda existe apenas a varanda,
e uma colombina trinta anos depois,
a cirandar como um cata-vento...

*Fernando Braga. In “O Sétimo dia”, São Luís, 1997.